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Aula14 de Direito adm II

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ULBRA/Torres – Direito Administrativo II
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Capítulo 5 – INTERVENÇÃO NA PROPRIEDADE
Modalidades de intervenção
CURSO DE DIREITO
 Direito Administrativo II
Prof.º Sérgio Roberto de Abreu
seroabreu@gmail.com
Facebook: Sergio R. de Abreu
Grupo Face: Direito Administrativo II
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1. Considerações iniciais: direito de propriedade.
2. Modalidades de intervenção na propriedade
2.1 Servidão administrativa.
2.2 Requisição
2.3 Ocupação temporária
2.4 Limitação administrativa
2.5 Tombamento
2.6 Desapropriação: conceito, motivação (casos ensejadores), fases, objeto, fundamentação legal, processo expropriatório, indenização, efeitos e aspectos gerais.
Conteúdo
Ao término deste capítulo, você será capaz de:
a. Compreender a evolução da noção do direito da propriedade.
b. Identificar as modalidades de intervenção na propriedade.
c. Compreender o significado e aplicação de cada modalidade de intervenção.
d. Conhecer os aspectos jurídicos das modalidades de intervenção na propriedade.
RESULTADOS DA APRENDIZAGEM
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INTERVENÇÃO NA PROPRIEDADE - Modalidades
SERVIDÃO ADMINISTRATIVA
REQUISIÇÃO ADMINISTRATIVA
OCUPAÇÃO TEMPORÁRIA
LIMITAÇÕES ADMINISTRATIVAS
TOMBAMENTO
DESAPROPRIAÇÃO
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É aquela em que o estado impõe restrições e condicionamentos ao uso da propriedade, sem, no entanto, retirá-la de seu dono. Constituição de ônus real para a execução de obras e serviços públicos. 
SERVIDÃO ADMINISTRATIVA 
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Servidão de energia elétrica
Decreto nº 24.643/1934
Decreto nº 35.851/1954
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É a modalidade de intervenção estatal da qual o Estado utiliza bens imóveis e serviços particulares em situação de perigo público iminente.
 Requisição civil e militar 
(manutenção da segurança nacional).
 
REQUISIÇÃO 
ADMINISTRATIVA
Torres 2004 - Catarina
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  O juiz-convocado ao TJRS Miguel Ângelo da Silva, do plantão de Direito Público, manteve a decisão da Justiça de Lagoa Vermelha, que não concedeu o desbloqueio dos programas de computador existentes no Hospital São Paulo.
 
  O Município de Lagoa Vermelha, por meio do Decreto Municipal nº 3.870/04, requisitou o complexo hospitalar pelo prazo de 180 dias, para “atendimento de necessidade urgente de garantia a efetiva prestação dos serviços de saúde a toda a coletividade”.
 
  Sem acesso aos programas de computação do Hospital, por meio dos quais são elaboradas as contas de internação, de alta, emitidas notas fiscais, bem como a folha de pagamento dos funcionários, o Município propôs ação cautelar à Justiça local para que fosse determinado o desbloqueio
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Negada a liminar, agravaram da decisão ao Tribunal. Para o Juiz Miguel Ângelo da Silva, a legalidade da medida administrativa decretada pelo município é questionável. Considerou que a requisição, “preordena-se tão somente ao uso da propriedade e, ademais, decorre de necessidades transitórias e supõe, em geral, necessidade pública premente”.
 
  Segundo o magistrado, o município deve arcar com os ônus e consequências da providência administrativa e buscar implementá-la plena e satisfatoriamente com recursos próprios. Não visualizando fundamentação relevante, manteve a decisão da Justiça de Lagoa Vermelha. (Proc. nº 70009269796 - Com informações do TJRS)
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OCUPAÇÃO TEMPORÁRIA
 Consiste na utilização transitória de imóveis privados, como meio de apoio à execução de obras e serviços públicos.
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LIMITAÇÕES ADMINISTRATIVAS 
São determinações de caráter geral, através das quais o Poder Público impõe a proprietários indeterminados obrigações positivas, negativas ou permissivas, para o fim de condicionar as propriedades ao atendimento da função social. 
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STF recebe mais duas ações contra limitação administrativa de municípios do Pará 
A prefeitura do município de Altamira, no Pará, impetrou no Supremo Tribunal Federal (STF) um Mandado de Segurança (MS nº 25.338), com pedido de liminar, para suspender o decreto presidencial de 18 de fevereiro de 2005, determinando a limitação administrativa provisória de cinco municípios paraenses - Itaituba, Jacareacanga, Trairão, Novo Progresso e Altamira. Outro Mandado de Segurança no mesmo sentido (MS nº 25.339) foi impetrado pela Associação dos Municípios da Transamazônica e Santarém-Cuiabá (AMUT), que congrega 21 municípios da região.
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A Zona de Limitação Administrativa engloba uma área de 8 milhões e 234 mil 791 hectares e está prevista no artigo 22-A, da Lei nº 9.985/00 que criou o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza. Nesta área, segundo o decreto presidencial, não são permitidas atividades e empreendimentos causadores de degradação ambiental ou que explorem o corte da floresta e demais formas de vegetação nativa. Os municípios temem que a área provisoriamente delimitada se transforme em uma Unidade de Conservação de caráter permanente. 
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É a declaração pelo Poder Público do valor histórico, artístico, paisagístico, turístico, cultural ou científico de coisas ou locais que, por essa razão, devam ser preservado. 
 Voluntário ou compulsório
 Provisório ou definitivo
TOMBAMENTO 
INTERVENÇÃO NA PROPRIEDADE - Modalidades
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Efeitos decorrentes do ato de tombamento e constantes do Decreto-Lei 25/37 
a) os bens tombados, por força da lei de tombamento, são equiparados a bens do patrimônio nacional (art. 1°, § 2°);
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b) as coisas tombadas pertencentes às pessoas jurídicas de direito público, inalienáveis por sua natureza, se submetem à inalienabilidade especial e relativa, só podendo ser transferidas de uma pessoa de direito público interno
para outra;
ALIENAÇÃO – bens tombados de domínio público
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c) os bens particulares tombados têm sua alienabilidade restringida (art. 12), ficando sujeita a determinadas condições, tais como (art. 13): 
I - prévio oferecimento do bem a ser alienado ao Poder Público, na seguinte ordem: União, Estados e Municípios;
 
II - No caso de transferência da propriedade ou deslocação dos bens tombados, deverá haver registro do bem no cartório do local para onde se transferiu, além de comunicação ao órgão competente do patrimônio histórico, dentro do prazo de trinta dias e sob a pena de multa de 10% do valor da coisa.
ALIENAÇÃO - bens tombados particulares
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d) A saída do bem para o exterior só é permitida para o fim de intercâmbio cultural, sem a transferência de domínio e mediante autorização do instituto do patrimônio histórico.
 e) No caso de extravio ou furto de qualquer objeto tombado, o respectivo proprietário deverá dar conhecimento do fato ao instituto do patrimônio histórico.
DESLOCAMENTO
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 f) As coisas tombadas ficam sujeitas à vigilância permanente do instituto do patrimônio histórico, que poderá inspecioná-los sempre que for julgado conveniente, não podendo os respectivos proprietários ou responsáveis criar obstáculos à inspeção, sob pena de multa.
FISCALIZAÇÃO
INALTERABILIDADE
RESTRIÇÕES AOS CIRCUNDANTES
CUSTEIO DE CONSERVAÇÃO
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O MP entrou com ação pedindo a demolição da loja da Breton Trading Importação e Exportação Ltda. na capital paulista devido a haver irregularidades na construção e por estar em desacordo com a aprovação do Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico, Arqueológico e Turístico do Estado de São Paulo (CONDEPHAAT). 
MP pode propor ação civil pública para parar obra em área tombada 
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Ao apreciar o recurso especial, a relatora, Ministra Denise Arruda, reconheceu a legitimidade do Ministério Público de São Paulo para propor a ação. Também considerou que a falta de uma página do parecer do Ministério Público não implica, por si só, a nulidade do processo. Com isso, fica mantida a condenação da empresa a desfazer a construção irregular em área tombada, bem como replantar árvores. O descumprimento acarretará multa diária. A empresa também deve pagar indenização, a ser apurada em liquidação de sentença, correspondente à multa diária a partir da intimação da liminar que deferiu a suspensão das obras no imóvel.
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DESAPROPRIAÇÃO
INTERVENÇÃO NA PROPRIEDADE - Modalidades
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Área desapropriada para construção de obra pública
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É O PROCEDIMENTO DE DIREITO PÚBLICO PELO QUAL O PODER PÚBLICO TRANSFERE PARA SI A PROPRIEDADE DE TERCEIRO, POR RAZÕES DE UTILIDADE PÚBLICA OU DE INTERESSE SOCIAL, NORMALMENTE MEDIANTE PAGAMENTO DE INDENIZAÇÃO. (José dos Santos Carvalho Filho) 
DESAPROPRIAÇÃO - Conceito
Art. 5º, Inc. XXIV , CF – “a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta Constituição;”
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 Necessidade pública: surge quando a Administração defronta situações de emergência que, para serem resolvidas satisfatoriamente, exigem a transferência urgente de bens de terceiros para domínio e uso imediato.
 Art. 5º DL 3365/41
 “Consideram-se casos de utilidade pública:”
        a) a segurança nacional;
        b) a defesa do Estado;
        c) o socorro público em caso de calamidade;
        d) a salubridade pública;...
       
DESAPROPRIAÇÃO - Conceito
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 Utilidade pública: apresenta-se quando a transferência do bem de terceiro para a Administração é conveniente, embora não seja imprescindível. 
Art. 5º DL 3365/41
 “Consideram-se casos de utilidade pública:”
 e) a criação e melhoramento de centros de população, seu abastecimento regular de meios de subsistência;
        f) o aproveitamento industrial das minas e das jazidas minerais, das águas e da energia hidráulica;
        g) a assistência pública, as obras de higiene e decoração, casas de saúde, clínicas, estações de clima e fontes medicinais;
        h) a exploração ou a conservação dos serviços públicos;
        i) a abertura, conservação e melhoramento de vias ou logradouros públicos; a execução de planos de urbanização; o parcelamento do solo, com ou sem edificação, para sua melhor utilização econômica, higiênica ou estética; a construção ou ampliação de distritos industriais;        
DESAPROPRIAÇÃO - Conceito
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 Utilidade pública: apresenta-se quando a transferência do bem de terceiro para a Administração é conveniente, embora não seja imprescindível. 
Art. 5º DL 3365/41
 “Consideram-se casos de utilidade pública:”
        j) o funcionamento dos meios de transporte coletivo;
        k) a preservação e conservação dos monumentos históricos e artísticos, isolados ou integrados em conjuntos urbanos ou rurais, bem como as medidas necessárias a manter-lhes e realçar-lhes os aspectos mais valiosos ou característicos e, ainda, a proteção de paisagens e locais particularmente dotados pela natureza; 
        l) a preservação e a conservação adequada de arquivos, documentos e outros bens moveis de valor histórico ou artístico; 
        m) a construção de edifícios públicos, monumentos comemorativos e cemitérios;
        n) a criação de estádios, aeródromos ou campos de pouso para aeronaves;
        o) a reedição ou divulgação de obra ou invento de natureza científica, artística ou literária;
        p) os demais casos previstos por leis especiais
DESAPROPRIAÇÃO - Conceito
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Interesse social: ocorre quando as circunstâncias impõem a distribuição ou o condicionamento da propriedade para seu melhor aproveitamento, utilização ou produtividade em benefício da coletividade ou de categorias sociais merecedoras de amparo específico do Poder Público.
DESAPROPRIAÇÃO - Conceito
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Lei 4132/62, Art. 2º Considera-se de interesse social:
I - o aproveitamento de todo bem improdutivo ou explorado sem correspondência com as necessidades de habitação,
trabalho e consumo dos centros de população a que deve ou possa suprir por seu destino econômico;
II - a instalação ou a intensificação das culturas nas áreas em cuja exploração não se obedeça a plano de zoneamento agrícola, VETADO;
III - o estabelecimento e a manutenção de colônias ou cooperativas de povoamento e trabalho agrícola:
IV - a manutenção de posseiros em terrenos urbanos onde, com a tolerância expressa ou tácita do proprietário, tenham construído sua habilitação, formando núcleos residenciais de mais de 10 (dez) famílias;
DESAPROPRIAÇÃO - Conceito
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V - a construção de casa populares;
VI - as terras e águas suscetíveis de valorização extraordinária, pela conclusão de obras e serviços públicos, notadamente de saneamento, portos, transporte, eletrificação armazenamento de água e irrigação, no caso em que não sejam ditas áreas socialmente aproveitadas;
VII - a proteção do solo e a preservação de cursos e mananciais de água e de reservas florestais.
 VIII - a utilização de áreas, locais ou bens que, por suas características, sejam apropriados ao desenvolvimento de atividades turísticas. 
Lei 4132/62, Art. 2º Considera-se de interesse social:
DESAPROPRIAÇÃO - Conceito
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CAPÍTULO III DA POLÍTICA AGRÍCOLA E FUNDIÁRIA E DA REFORMA AGRÁRIA
        CF, Art. 184. Compete à União desapropriar por interesse social, para fins de reforma agrária, o imóvel rural que não esteja cumprindo sua função social, mediante prévia e justa indenização em títulos da dívida agrária, com cláusula de preservação do valor real, resgatáveis no prazo de até vinte anos, a partir do segundo ano de sua emissão, e cuja utilização será definida em lei. 
        § 1º - As benfeitorias úteis e necessárias serão indenizadas em dinheiro. 
        § 2º - O decreto que declarar o imóvel como de interesse social, para fins de reforma agrária, autoriza a União a propor a ação de desapropriação. 
        § 3º - Cabe à lei complementar estabelecer procedimento contraditório especial, de rito sumário, para o processo judicial de desapropriação
DESAPROPRIAÇÃO 
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Art. 182. A política de desenvolvimento urbano, executada pelo Poder Público municipal, conforme diretrizes gerais fixadas em lei, tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o bem- estar de seus habitantes.
§ 1º - O plano diretor, aprovado pela Câmara Municipal, obrigatório para cidades com mais de vinte mil habitantes, é o instrumento básico da política de desenvolvimento e de expansão urbana.
§ 2º - A propriedade urbana cumpre sua função social quando atende às exigências fundamentais de ordenação da cidade expressas no plano diretor.
§ 3º - As desapropriações de imóveis urbanos serão feitas com prévia e justa indenização em dinheiro.
§ 4º - É facultado ao Poder Público municipal, mediante lei específica para área incluída no plano diretor, exigir, nos termos da lei federal, do proprietário do solo urbano não edificado, subutilizado ou não utilizado, que promova seu adequado aproveitamento, sob pena, sucessivamente, de:
I - parcelamento ou edificação compulsórios;
II - imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana progressivo no tempo;
III - desapropriação com pagamento mediante títulos da dívida pública de emissão previamente aprovada pelo Senado Federal, com prazo de resgate de até dez anos, em parcelas anuais, iguais e sucessivas, assegurados o valor real da indenização e os juros legais.
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FUNDAMENTAÇÃO
LEGAL
OBJETO
Art. 2o  Mediante declaração de utilidade pública, todos os bens poderão ser desapropriados pela União, pelos Estados, Municípios, Distrito Federal e Territórios. DL 3365/41
 
DL 3365/41 - Lei geral das Desapropriações
Lei 4132/62 - Desapropriação por interesse social
Lei 4505/64; LC 76/93 e 88/96; e Lei 8629/93 – expropriação de imóveis rurais para fins de reforma agrária.
DL 1075/70 – imissão de posse “initio litis” em imóveis residenciais urbanos.
Lei 10.257/2001 – Estatuto da Cidade
CF 5o. XXII, XXIII, XXIV; 182 e 184 e sgts. 
DESAPROPRIAÇÃO
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PROCESSO 
EXPROPRIATÓRIO
Via Administrativa: mediante acordo entre as partes quanto ao preço, reduzido a termo para a transferência do imóvel.
Via judicial: processo judicial com rito especial.
 
 Utilidade pública: DL 3365/41
 Reforma agrária: LC 76/93, rito especial e sumário.
Declaratória 
Executória
Acordo
Judicial
FASES
DESAPROPRIAÇÃO
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PROCESSO 
EXPROPRIATÓRIO
 É vedado ao juiz entrar em indagações sobre a necessidade, utilidade ou interesse social. (Art. 9o. DL 3365/41)
 Imissão em caráter de urgência: art. 15, DL 3365/41.
O Poder Judiciário limitar-se-á ao exame extrínseco e formal do ato expropriatório:
 admissão do depósito provisório
    imissão provisória na posse (urgência)
 fixar a justa indenização
 adjudicar o bem ao expropriante
Expropriado: Contestação deverá versar somente sobre o preço e vícios do processo. Por via autônoma, através de ação direta, pode discutir a legalidade, art. 20 DL3365/41
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INDENIZAÇÃO
Justa: é a que cobre não só o valor real e atual do bem, à data do pagamento, mas também, os danos emergente e lucros cessantes. Mais: correção monetária, juros compensatórios e moratórios.
Benfeitorias: as necessárias e úteis ( estas, quando autorizadas pelo expropriante (Prf.1o., art.26, DL 3365/41)
 
Prévia: pagamento ou depósito do preço antes de entrar na posse do imóvel
DESAPROPRIAÇÃO
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INDENIZAÇÃO
Em dinheiro: pagamento em moeda corrente art. 5o., XXIV, CF
Exceção:
-          Reforma agrária: títulos da dívida agrária art. 184, CF
-          Imóveis urbanos que não atendam ao plano diretor municipal: art. 182, Prf. 4o., III
-          Não há indenização quando constatado cultivo de culturas ilegais de plantas psicotrópicas: art.243, CF e Lei 8629/93
Art. 46 , LC 101/2000 ( LRF): é nulo de pleno direito ato de desapropriação de imóvel urbano sem o pagamento prévio ou depósito judicial do valor da indenização.
DESAPROPRIAÇÃO
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417 processos estão com problemas (ZH 18/07/2006)
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Como funciona:
 O Dnit tenta consenso nas desapropriações de terra necessárias à duplicação. Quando o valor oferecido é aceito pelo proprietário, o dinheiro é pago pelo próprio órgão governamental
 O dono deve ter registro do imóvel. Caso seja de gaveta (contrato em que uma pessoa é dona de fato, mas a terra está em nome de outra), o valor é pago ao proprietário legal. O imóvel deve estar em
dia com impostos para ser indenizado
 No trecho gaúcho da BR-101, o Dnit encaminhou 556 processos, mas só 139 via negociação amigável. Os outros 417 enfrentam problemas que possivelmente serão resolvidos na Justiça
DESAPROPRIAÇÃO – Duplicação Br 101
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 Quando o dono questiona o valor ou não tem os documentos exigidos, o governo deposita o dinheiro na Justiça
 Como a obra é de utilidade pública, o dono da terra tem de deixar o local. Muitos movem ações para tentar elevar o valor pago pelo governo ou para retardar a saída, enquanto buscam documentos
Como funciona:
DESAPROPRIAÇÃO
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O açougueiro Pereira, morador de Três Cachoeiras, é um dos donos de imóvel que pretendem brigar na Justiça caso o governo não aumente o valor da indenização. 
- Quiseram continuar a obra, não deixei. Esse prédio existe há 63 anos e só vai ser demolido se me pagarem muito bem. Eu tinha oito anos quando meu pai foi desapropriado para a construção da BR. Ele morreu sem ver a cor do dinheiro da indenização prometida - justifica. 
DESAPROPRIAÇÃO
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EFEITOS DA DECLARAÇÃO
DESAPROPRIAÇÃO 
fixa o prazo p/ promover a desapropriação – 5 anos p/ os casos de utilidade pública e necessidade pública; 2 anos, p/ os de interesse social. Caducando a declaração, a Administração deve aguardar o prazo de 1 ano para emitir nova declaração.
b) as Autoridades Administrativas estão autorizadas a adentrar nos prédios para efetuarem os levantamentos necessários (avaliar, etc). Podem recorrer à força policial, se necessário.
c) fixa o estado do bem e a situação das benfeitorias. As necessárias podem ser realizadas a qualquer tempo; as úteis, se autorizadas previamente pelo expropriante; as voluptuárias não são objeto de indenização. 
DESAPROPRIAÇÃO
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Direito de extensão: assiste ao proprietário de exigir que na desapropriação se inclua a parte restante do bem expropriado, que se tornou inútil ou de difícil utilização.
ASPECTOS GERAIS
DESAPROPRIAÇÃO
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 mas se não lhe foi dada a devida finalidade (desvio de finalidade). 
Se ao bem não foi dada a destinação específica:
 se foi utilizado em outra finalidade pública: não há problema. (tredestinação)
DESAPROPRIAÇÃO
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Retrocessão: é a obrigação que se impõe ao expropriante de oferecer o bem expropriado, mediante a devolução do valor da indenização, quando não lhe der o destino declarado no ato expropriatório. Se não houver o cumprimento desta obrigação, resolve-se em perdas e danos.
Havendo desvio de finalidade:
DESAPROPRIAÇÃO - ASPECTOS GERAIS
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RETROCESSÃO
DIREITO PESSOAL: obrigação pessoal de devolver o bem ao expropriado.
1ª CORRENTE
Art. 35, L 3365/41: “os bens incorporados ao patrimônio público não são objeto de reivindicação, devendo qualquer suposto direito do expropriado ser resolvido por perdas e danos”.
DESAPROPRIAÇÃO
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2ª CORRENTE
RETROCESSÃO
DIREITO REAL: direito à reivindicação do imóvel expropriado, face ao direito fundamental da propriedade. CF, artigo 5º, inciso XXII e inciso XXIV
Art. 519, CC.” Se a coisa expropriada para fins de necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, não tiver o destino para que se desapropriou, ou não for utilizada em obras ou serviços públicos, caberá ao expropriado direito de preferência, pelo preço atual da coisa.”
DESAPROPRIAÇÃO
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3ª CORRENTE
RETROCESSÃO
MISTA (real e pessoal): onde o expropriado poderá requerer a preempção ou, caso seja inviável, a resolução em perdas e danos.
DESAPROPRIAÇÃO
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Exceção: art. 5o., Prf 3o. DL 3365/41 “§ 3o Ao imóvel desapropriado para implantação de parcelamento popular, destinado às classes de menor renda, não se dará outra utilização nem haverá retrocessão.” (Redação dada pela Lei nº 9.785, de 29.1.1999)]
 
Desistência da Desapropriação – pode ocorrer qualquer tempo.
 Independe de concordância do expropriado. O expropriado devolve a importância paga pelo expropriante. O bem tem que ser devolvido no mesmo estado em que fora recebido.
ASPECTOS GERAIS
DESAPROPRIAÇÃO
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Desapropriação Indireta: Ação do proprietário contra a Administração, que se apossou do bem sem observância às formalidades legais. O particular tem que comprovar o domínio, o pagamento de tributos incidentes sobre o bem e a ocupação ilegal.
São devidos juros compensatórios desde a ocupação do bem, juros de mora de 0,5 % ao mês, a partir do momento em que se caracterizar a mora por parte da Fazenda Pública.
Prescrição – 5 anos a partir do apossamento ilegal.
ASPECTOS GERAIS
DESAPROPRIAÇÃO
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 ULBRA/Torres – Direito Administrativo II
DESAPROPRIAÇÃO INDIRETA
 Interesse público – Indenização EMENTA: Administrativo e Processo Civil – Indenização por limitação administrativa. 1. Imóvel que não sofreu desapropriação por caducidade do decreto, mas permaneceu afetado por recusa ao Município em autorizar qualquer destino ao mesmo. 2. Efetivo prejuízo do proprietário que sofreu a estagnação do imóvel, insuscetível de negociação ou construção em razão de um futuro plano de urbanização. 3. Inexistindo perda da posse, não incidem juros compensatórios. 4. Recurso parcialmente provido. (REsp nº 275.902-0-SP. RSTJ 170/182)
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