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PÓLIPOS COLORRETAIS Definição: projeção da mucosa intestinal, independente da histologia Variações: únicos, múltiplos, pediculados, sésseis, congênitos, adquiridos, sintomáticos, assintomáticos, neoplásicos, benignos, malignos Pólipos neoplásicos: Adenomas: tubular, tubuloviloso e viloso Os mais frequentes, sendo precursores de câncer colorretal Classificação macroscópica: pediculados, sésseis ou subpediculados 75% dos pólipos malignos são tubulares (<25% de vilos), 15% são tubulovilosos (25-50% de vilos) e 10% vilosos (>75% de vilos) Buscar presença de displasia (histologia com atipia celular e mudança de arquitetura) em baixo ou alto grau Baixo grau: arquitetura glandular pouco alterada, poucas atipias nucleares Alto grau: alterações importantes na arquitetura glandular, atipia nuclear, núcleos aumentados, hipercromados, irregulares, no 1/3 S da glândula, mas restrito a lâmina própria 10% dos adenomas Transformação maligna conforme extensão do componente viloso e tamanho do pólipo < 1cm: incomum carcinoma invasivo > 2cm: > 50% de risco de carcinoma invasivo Adenomas não polipoides também tem relação com câncer colorretal Lesões não polipoides: planas, plano-elevadas, deprimidas EDA: alterações na coloração da mucosa (palidez, enantema), alterações na insuflação microscopia: espessura < dobro da espessura da mucosa normal Geralmente < 5cm demoram para transformação maligna, mas muitas já têm importante atipia Invasão da submucosa = depressão central Deprimidas são menores que as planas e as polipoides e tem maior risco de ter atipia de alto grau (50% em 6-10mm) e invasão de mucosa (11mm) Sequência pólipo-câncer ou adenoma-carcinoma coexistência de adenocarcinoma e adenoma na mesma lesão polipoide potencial maligno conforme tamanho e extensão do componente adenomatoso viloso Prevenção secundária: colonoscopia + polipectomia Lesões de padrão de crescimento não polipoide-carcinoma colorretal lesões com parte de carcinoma invasivo, sem componente adenomatose, carcinogênese de novo a partir de mucosa normal lesões pequenas com alta taxa de crescimento e agressividade * demais riscos: RCU, Crohn * seguimento: se < 3 pólipos, colonoscopia de 3/3 anos. Se comportamento agressivo, anual. Lipomas: Neoplasias benignas do tecido adiposo 30-50% no hemicolo D (90% na submucosa, 10% na subserosa) Sintomas são raros, podem ocasionar sangramento digestivo baixo por ulceração da mucosa, cólica abdominal por intussuscepção EDA: amarelado, recoberto por mucosa normal, amolecido Se pequenos e assintomáticos, não precisam ser tratados Não fazer polipectomia de lipomas grandes pelo risco de queimadura transmural e perfuração Colostomia ou colectomia convencional é feita em lipomas volumosas e sintomáticos Leiomiomas: Tumores benignos raros originários na túnica muscular lida (muscular da mucosa) Mais comum no reto, sésseis ou pediculados, elástico, bordas definidas, não encapsulados Assintomáticos, detectados no toque retal/retossigmoidoscopia Pode ocorrer constipação, sangramento, dor anal, desconforto pélvico >2 mitoses/campo em grande aumento sugere malignidade Tto: remoção completa da lesão (< 1cm: polipectomia colonoscópica; < 3cm: excisão per anus; ressecção radical, com amputação abdominoperineal do reto para lesões maiores) Pólipos não neoplásicos: Hamartoma: Malformação do desenvolvimento tecidual arranjo anormal de tecido endógeno, preponderância de um ou mais tecidos Ao nascimento ou se desenvolvem após Pólipo juvenil: Único ou associado a Sd da Polipose juvenil Mais comum em <10 anos, geralmente no reto Rosa/avermelhado, amolecido, pediculados Histologia: cheese-like, espaços císticos dilatados, glândulas dilatadas com muco, aspecto mesenquimal da lâmina própria, muscular própria não compõem o pólipo Sintoma mais comum é pequeno sangramento nas evacuações. Se mais intensos, há auto-amputação Se pólipos grandes, pode ocorrer intussuscepção Pólipos juvenis não são pré-malignos Tto: ressecção endoscópica ou per anus Polipose juvenil: Centenas ou milhares de pólipos distribuídos pelo cólon e reto, também podendo atingir estômago e ID Autossômico dominante Diagnóstico na infância, 15% descobrem na idade adulta Seguimento para neoplasia colorretal Cirurgia se > 20 anos para prevenir carcinoma (colectomia), o que ainda é controverso (apenas colonoscopia de controle + polipectomia?) Pólipo de Peutz-Jeghers: Polipose hamartomatosa + pigmentação mucocutânea Manchas de melanina ao redor da mucosa oral e dos lábios patognomônico Face e dedos também podem estar envolvidos Pólipos em ID. Podem ocorrer também em estômago, cólon e reto Histologia: alteração da muscular da mucosa, que se ramifica até a lâmina própria árvore de natal Hamartoma não costuma ter degeneração maligna, mas pode ter adenoma associado Tto: ressecção segmentar do pólipo (> = 1,5 cm), podendo ser necessário laparotomia repetidas para ressecção das lesões Pólipos hiperplásicos/metaplásicos: Os mais frequentes no reto e cólon Sésseis, < 5 mm, pálidos ou semelhantes a mucosa normal Histologia: criptas, contorno papilar, células maduras sem atipia nuclear sem risco de neoplasia ou displasia Exceção: serrated adenoma pólipo com histologia de adenoma, hiperplasia, serrated glands com displasia neoplásicos com risco de transformação maligna No diagnóstico, não precisam de colonoscopia de rotina Pólipos inflamatórios/pseudopólipos: Macroscopia de pólipos verdadeiros, mas na microscopia há mucosa normal ou com pequena inflamação São a mucosa remanescente ou em regeneração por perda parcial de superfície de mucosa (RCU, Crohn, colite amebiana, esquistossomose, isquemia) Diagnóstico = EDA: áreas ulceradas e cicatriciais da mucosa com segmentos preservados Se em fase crônica, pode necessitar de biópsia + AP Não malignos Pólipos linfoides benignos: Solitários ou difusos Mais comum no reto, que tem folículos linfoides proeminentes Pequenos, com folículos linfoides normais com centros regenerativos e cobertos por mucosa normal Tecido linfoide na mucosa e submucosa Se invasão da camada muscular linfoma maligno Manejos dos pólipos colorretais: Ressecção endoscópica < 8mm: pinça de biópsia, hot biopsy fórceps > 8mm: alça, eletrocautério Pediculados: ressecção em bloco Sésseis e grandes pedículos: ressecção seriada Planos, plano-elevados: ressecção difícil, injeção da submucosa de SF para elevar a muscular Marcação endoscópica da lesão pode facilitar ressecção Manejos dos pólipos com malignidade associada: Risco de metástases para linfonodos regionais e à distância Adenocarcinoma: invasão da submucosa Displasia de alto grau: comprometimento até a muscular da mucosa polipectomia com margens livres Carcinoma invasivo após polipectomia: 4-5% Indicação de ressecção segmentar de pólipo com neoplasia conforme risco de metástase para linfonodo regional Classificação de Haggitt: In situ Carcinoma na cabeça do pólipo Carcinoma no cólon do pólipo Carcinoma no pedículo Invasão da submucosa 0: pré-maligno, sem risco de metástase 1-3: risco baixo de metástase polipectomia 4: pólipo séssil com carcinoma invasivo, 5-10% de metástases polipectomia (Sm1 e 2), ressecção segmentar (Sm3) Fatores de risco para metástase: pouca diferenciação, metástases linfáticas, invasão venosa Sm1: invasão do 1/3 S da submucosa Sm2: invasão do 1/3 M da submucosa Sm3: invasão do 1/3 I da submucosa Sm1 e Sm2: baixo risco de metástase linfonodal polipectomia completa Sm3: ressecção colorretal segmentar
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