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Ilicitude e Culpabilidade Eliara

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Professora Eliara (está de terça a quinta aqui na faculdade).
Ilicitude e Culpabilidade
- Crime: tipicidade, ilicitude e a culpabilidade.
- Iter criminis (trajetos do crime) = Cogitação ► Preparação (art. 35) ► Execução ► Consumação.
Cogitação e preparação são atos impuníveis. Apenas alguns atos preparatórios são considerados como crime. Quanto mais longe o criminoso chegar à consumação, melhor para a redução da pena.
Prova: 5 ou 6 alternativas e 2 ou 3 dissertativas.
Dissertativas são pura teoria e outra com exemplos e fazer justificativas
1º Bimestre (1ª prova) = Ilicitude – art. 23/25.
2º Bimestre (2ª prova) = Culpabilidade – art. 20/22 e 26/27.
- 1 trabalho valendo até 1 ponto para a segunda prova. (+ 4horas aula de Atividade Complementar).
Pegar material no xerox: Do crime – art. 13/19. –ok
Copiar todo o material do xerox para valer 4 horas/aulas para próxima aula – quinta 04/03.
25/02/2016
Tipicidade
- Excludentes de tipicidade:
Princípios da intervenção mínima. (tentar resolver os problemas no civil, deixar a parte penal em ultima opção).
Princípios da insignificância – bagatela. (furto de caneta bic) (furto de chocolate de 1,00 no mercado).
Princípios da adequação social. (furar orelha de recém-nascido).
Consentimento da vitima. (quando tem os direitos disponíveis – roubo do vade mecum; pessoas conscientes o bem).
03/03/2016
Nota sobre Tipicidade:
Definição de crime ou delito (LICP. 28 Lei 11.343/06).
A doutrina traz conceitos de crime que se revestem sob três aspectos:
Conceito Formal de Crime: Importa somente a contrariedade da conduta ao preceito legal. “Delito é a infração à lei penal”.
Conceito Material de Crime: Refere-se ao conteúdo do ilícito penal, isto é, a danosidade social da conduta e a violação aos valores constitucionais. “Crime é a lesão ou perigo de lesão ao bem juridicamente protegido pela norma penal”.
Conceito analítico ou diagnóstico de crime: O delito é composto de partes estruturadas e sistematizadas de forma organizada, sequencial e inter-relacionada em uma relação lógico-abstrata. “Delito é a ação ou omissão típica (1), ilícita (2) e culpável (3)” (Teoria tripartida do conceito analítico de crime onde a culpabilidade é elemento do delito. Predominante no Brasil – Cezar Bitencourt, Guilherme Nucci, Heleno Cláudio Fragoso e Francisco de Assis Toledo).
	Há aqueles adeptos da Teoria Bipartida do conceito de crime, que afirmam que a culpabilidade é apenas pressuposto para imposição de pena como Rene Ariel Dotti, Damásio de Jesus, Júlio Frabini Mirabete e Fernando Capez. Para essa corrente doutrinária o crime é a ação ou omissão “típica e ilícita”.
Causas de exclusão da ilicitude ou antijuridicidade:
O Direito prevê causas que excluem (ou afastam) a ilicitude do fato típico, também chamadas de exclumentes, justificantes ou justificativas, ou ainda descriminantes. São tipos penais permissivos que excluem o caráter ilícito do fato.
			Ilicitude
- A ilicitude é também chamada de antijuridicidade, constituindo-se em juízo de desvalor que recai sobre a conduta típica.
- Antijuridicidade significa anti (contrário) juridicidade (qualidade de jurídico, conforme a lei ou ao Direito, legalidade ou licitude), ou seja, é contrário à norma jurídica. Então, a antijuridicidade ou ilicitude não é conceito restrito ao Direito Penal, podendo ser de natureza civil, administrativa, tributária, empresarial etc. Caso a conduta contrarie a norma penal, estar-se-á diante de um ilícito penal.
Contudo, a lei penal não define ilicitude, mas traz causas (hipóteses legais) que excluem a ilicitude do fato típico, por isso se diz que “a tipicidade é indicio de ilicitude”; a qual será excluída se estiver presente alguma causa que a afaste. (nem toda tipicidade é ilícito).
Por exemplo, “matar alguém” voluntariamente é fato típico, mas não será ilícito ou antijurídico se estiver acobertado pela legitima defesa, a qual, se comprovada retirará o caráter ilícito (criminoso) do fato.
Portanto, o conceito de ilicitude não se limita a contrariedade da conduta humana em relação á norma penal, mas também exige a ausência de circunstâncias justificantes.
Por certo, a ilicitude ou anjuridicidade é a contradição entre a conduta típica do agente e o ordenamento jurídico penal, causando lesão ou ameaçada de lesão a bem tutelado pela lei, desde que ausente qualquer excludente legalmente prevista.
Embora deva prevalecer à visão unitária acerca da ilicitude, a doutrina a classifica da seguinte forma:
Ilicitude Formal: É mera contrariedade do fato ao ordenamento jurídico, sem qualquer preocupação com a perniciosidade social da conduta. (oque for formal é conformidade com a lei).
Ilicitude Material: Contrariedade entre o fato e ao sentimento comum de Justiça. A conduta afronta o que o homem comum tem como justo e correto, levando em consideração a lesividade social da conduta.
Ilicitude Subjetiva: Em que o fato somente será considerado ilícito se o agente puder avaliar seu caráter criminoso. Para essa corrente o incapaz não comete crime.
Ilicitude Objetiva: Independe da capacidade de discernimento e avaliação do agente, bastando à contrariedade com a norma e a ausência de excludentes.
Há ainda outra classificação que leva em conta a origem das causas excludentes. A doutrina então, traz 2 grandes grupos de justificantes:
Causas que defluem da necessidade (legitima defesa e estado de necessidade).
Causas que se originam da atuação do direito (estrito cumprimento do dever legal e exercício regular do direito). 
10/03/2016
Não cai na prova.
			Questões Processuais relativas às excludentes de ilicitude
Na fase do inquérito policial, se a autoridade policial perceber a presença inquestionável de excludente poderá arbitrar fiança, desde que permitido em lei ou abster-se de representar por prisão provisória.
Depois de oferecida denúncia ou queixa, o juiz poderá rejeitá-las por falta de justa causa (art. 395 – CPP). Se questionável a presença da causa de exclusão deve receber a exordial acusatória, aplicando o Princípio “in dubio pro Societate”.
Recebida a denúncia ou queixa pelo juiz, o acusado será citado para responder por escrito em 10 dias, momento em que demonstrará a manifesta existência da excludente, autorizando sua absolvição sumária (art. 397, II – CPP).
Uma vez reconhecida causa de exclusão de ilicitude em processo penal, fará coisa julgada no juízo cível (art. 65 – CPP).
	Estado de necessidade (Art. 24 – CP).
Estado de necessidade é causa de exclusão de ilicitude em que há perigo atual, não provocado voluntariamente pelo agente, onde este lesa bem de outro para não sacrificar direito seu ou de terceiro, cujo sacrifício não pode ser razoavelmente exigido.
No estado de necessidade existem 2 ou mais bens jurídicos postos em perigo, de modo que a preservação de um depende da destruição dos demais.
Essa excludente pode ser, teoricamente, invocada quando da pratica de qualquer crime, inclusive os culposos. Permite-se sua alegação para preservar qualquer bem tutelado pela lei como a vida, a liberdade, a integridade física, o patrimônio, a honra e etc.
São exemplos clássicos da vida de um dos náufragos em disputa pelo mesmo colete salva-vidas, a antropofagia entre pessoas perdidas, o furto famélico, destruição de embarcação ou imóvel para salvar pessoas etc.
- O estado de necessidade tem como requisitos ou pressupostos:
Perigo atual;
Ameaça a direito próprio ou alheio, cujo sacrifício era irrazoável exigir-se;
Situação de perigo não provocada pela vontade do agente;
Conduta inevitável por outro modo;
Inexistência do dever legal de enfrentar o perigo e
Conhecimento do agente da situação justificante.
	É necessário que o perigo seja atual, real e concreto. Não caracterizará a excludente em caso de perigo passado, futuro, iminente (prestes a ocorrer) ou remoto.
	Esse perigo atual pode ter sido provocado por força da natureza (ex: eliminação de animal selvagem “cachorro pitbull solto na rua e você ser atacado e mata-lo– legitima defesa”, invasão de domicilio para se salvar de terremoto ou inundação etc.) ou por ação do homem (destruição de coisa para defesa de agressão do infrator, invasão de domicilio para se salvar de roubo etc.).
	A doutrina não admite o estado de necessidade em delitos habituais ou nos permanentes, ante a falta de atualidade.
	Exige-se também ameaçada a direito próprio ou alheio, cujo sacrifício era irrazoável esperar do agente. A ameaça então, pode ser direcionada ao próprio agente ou a terceiro. A doutrina tem entendido que a razoabilidade do sacrifício somente estará configurada se este for de bem menor ou de igual valor ao preservado. (Ex: pode-se destruiu o patrimônio para salvar uma vida, mas não o contrário “fogo na boate kiss”). 
	É indispensável que o agente não tenha provocado o perigo da sua vontade. Segundo Damásio Evangelista de Jesus somente o perigo causado dolosamente impede que o autor alegue o estado de necessidade.
	Outro requisito é que o perigo seja inevitável. Significa dizer que a ação lesiva era imprescindível para afastar o perigo. Caso o agente possa evita-lo mediante fuga ou recurso às autoridades, por exemplo, não haverá o reconhecimento dessa excludente.
17/03/2016
	Também é requisito para a caracterização da excludente a inexistência legal de enfrentar o perigo. Certas pessoas, em razão da função ou oficio têm o dever legal de enfrentar o perigo não lhes sendo lícito sacrificar bem de terceiro para a defesa de próprio, por força do § 1º do art. 24 – CP.
	Dever legal é aquele previsto em norma jurídica (lei, decreto, regulamento etc) que traz os deveres inerentes ao cargo ou função. Têm o dever legal de enfrentamento os Policiais em geral, o Bombeiro, o Agente Penitenciário, o Médico Sanitarista, o Capitão de Navio ou Aeronave, dentre outro. 
	Contudo, não se deve exigir ato heroico ou abdicação de direitos fundamentais. O dispositivo visa evitar que tais profissionais se furtem de suas responsabilidades ao menor sinal de risco.
	Por fim, o agente deve ter conhecimento que age sob a excludente de ilicitude do estado de necessidade, isto é, que sua conduta está justificada pela lei.
	- Espécies de estado de necessidade:
Quanto ao terceiro que sofre a ofensa (titular bem sacrificado):
	Estado de necessidade defensivo – a agressão dirigir-se ao provocador do perigo.
	Estado de necessidade agressivo ou ofensivo – a agressão dirige-se contra coisa ou pessoa diversa daquela que deriva o perigo.
Quanto ao bem sacrificado:
	Estado de necessidade justificante – o bem sacrificado é de igual ou menor valor do que o preservado.
	Estado de necessidade exculpante – não era razoável exigir outro comportamento do agente (excludente de culpabilidade). (art. 22 – CP).
Quanto à titularidade do interesse:
	Estado de necessidade próprio – o agente protege bem próprio (seu).
	Estado de necessidade de terceiro – o agente protege bem alheio (de outrem). (ex: incêndio na boate kiss).
Quanto ao elemento subjetivo (subjetividade) do agente:
	Estado de necessidade real – existe situação real, atual e concreta de perigo. E excludente de ilicitude. (art. 24 – CP).
	Estado de necessidade putativo - a situação de perigo é inexistente e imaginária. É excludente de culpabilidade. (art.20, §1 – CP).
		Excesso punível
 	Excesso é a desnecessária intensificação da conduta inicialmente justificada. Excedendo-se na conduta, o agente responderá pela ação e será punido a título de dolo ou culpa. (Art. 23, parágrafo único – CP).
Razoabilidade / Proporcionalidade
		Legitima Defesa
	Legitima defesa é causa de exclusão da ilicitude que consiste em repelir à injusta agressão, atual ou iminente, a direito próprio ou de terceiro, usando moderadamente dos meios necessários.
	Não há conflito entre bens decorrente de situação de perigo como no estado de necessidade. Ao contrário, ocorre efetivo ataque ilícito contra o agente ou terceiro, legitimando a repulsa.
	Embora em sua origem somente protegesse à vida, modernamente aceita-se a excludente para a preservação de integridade física , patrimônio, honra etc.
	Comprovada sua ocorrência, a ilicitude do fato é excluída (afastada) , bem como a responsabilidade criminal do agente.
	Fundamenta-se no direito primário e natural do homem de autodefesa. O direito não pode ceder ao ilícito por isso a previsão legal desta excludente.
	Como o Estado não tem condições de proteger todos os cidadãos, nos mais diversos lugares e a qualquer tempo, permite a defesa própria. Já a proteção de interesses de terceiros funda-se no ideal de solidariedade.
	São requisitos ou pressupostos da legitima defesa:
Reação à agressão injusta;
Agressão atual ou iminente;
Defesa ou preservação de direito próprio ou alheio;
Repulsa com os meios necessários;
Uso moderado dos meios necessários e
Conhecimento da causa justificante.

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