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EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DA ___ VARA CÍVEL DA COMARCA DE ITABUNA/BA Joana, brasileira, solteira, técnica em contabilidade, inscrita no CPF sob nº xxxx, portadora do RG nº xxx emitido pela xxx/xx, domicilio eletrônico xxxx@xxxxx.xxx.xx , residente e domiciliada à Rua xxxx, bairro, cidade, uf, CEP xxxxx-xxx, vem por meio de seu advogado subscrito, com endereço profissional à Rua Rua xxxx, bairro, cidade, uf, CEP xxxxx-xxx, onde recebe notificações e intimações, perante Vossa Excelência, propor a presente AÇÃO ANULATÓRIA DE NEGÓCIO JURÍDICO em face de Joaquim, nacionalidade, estado civil, profissão, inscrito no CPF sob nº xxxx, portador do RG nº xxx emitido pela xxx/xx, domicilio eletrônico xxxx@xxxxx.xxx.xx , residente e domiciliada à Rua xxxx, bairro, cidade, uf, CEP xxxxx-xxx, pelas razões de fato e de direito que, a seguir, passa a expor. I - DOS FATOS A autora foi noticiada que seu filho, Marcos, havia sido preso de forma ilegal e encaminhado, de forma equivocada, para o presídio xxx. Diante de tais circunstancias, a autora, na busca desesperada de reverter tal situação, contatou um advogado criminalista com o intuito de contratá-lo para a defesa de seu filho, o qual cobrou-lhe a quantia de R$ 20.000,00. Ao chegar em casa encontrou seu vizinho, Joaquim, e aproveitou aquele momento para desabafar o que havia acontecido com Marcos, bem como mencionar a quantia cobrada pelo advogado para defende-lo e sua indisponibilidade daquele valor que tanto necessitava naquele momento angustiante pelo qual passava. Aproveitando-se de tal situação, Joaquim faz uma proposta de compra do veículo da autora, pelo valor que ora necessitava, os R$ 20.000,00, sendo que o valor real de mercado do mesmo era de R$ 50.000,00. Diante daquela situação, com o desespero pujante de qualquer mãe, diante do perigo eminente pelo qual passava seu filho, a autora aceitou prontamente a venda do veículo, com o vislumbre de poder arcar com as despesas advocatícias necessárias à reversão daquela injustiça. Porém, no dia seguinte, antes mesmo da autora ir ao encontro do advogado criminalista, descobriu que a avó paterna de seu filho havia contratado outro advogado e conseguido a liberdade de Marcos através de um Habeas Corpus. Desta forma, após ter ficado mais calma e mais consciente do negócio antes celebrado, a autora retornou a conversar com seu vizinho, Joaquim, com o intuito de desfazer a venda do carro, uma vez que o valor pago estava desproporcional à realidade de mercado. Mas o mesmo se negou, razão pelo qual não restou outra alternativa a autora, senão buscar este Juízo, pelos fundamentos que passa a apresentar. II - DOS FUNDAMENTOS: O Código Civil Brasileiro estabelece os defeitos do Negócio Jurídico passíveis de anulação, dentre os quais encontra-se resguardado o direito da autora, conforme dispõe o artigo 157, “Da Lesão”, in verbis: “(...) Art. 157. Ocorre a lesão quando uma pessoa, sob premente necessidade, ou por inexperiência, se obriga a prestação manifestamente desproporcional ao valor da prestação oposta. § 1o Aprecia-se a desproporção das prestações segundo os valores vigentes ao tempo em que foi celebrado o negócio jurídico. § 2o Não se decretará a anulação do negócio, se for oferecido suplemento suficiente, ou se a parte favorecida concordar com a redução do proveito.(...)” Grifo nosso Ora, Excelência, resta claro e evidente que a necessidade de a autora contratar um advogado, para a defesa de seu filho que, naquele momento, encontrava-se preso de forma ilegal, foi fator preponderante para a mesma aceitar a oferta de venda de seu veículo pelo valor desproporcional à realidade de mercado, mas suficiente para arcar com as custas dos honorários advocatícios ora necessários. Naquela situação, não havia outra alternativa a autora, senão aceitar aquela proposta feita pelo Sr. Joaquim, como único meio de obtenção de recursos de forma rápida, que garantiria a contratação imediata de um advogado criminalista para a defesa da injusta prisão de seu filho. Somente quem é mãe, ou pai, sabe o desespero pelo qual estava passando a autora naquele momento. Percebe-se, portanto, que o Sr. Joaquim se aproveitou daquele momento de fraqueza da autora para tirar proveito econômico da situação, oferecendo a quantia que o mesmo sabia que ela necessitava naquele momento, digo R$ 20.000,00, quando na realidade o veículo valia R$ 50.000,00. O direito, baseado no princípio da autonomia da vontade, valoriza a celebração de negócios jurídicos livres, condenando qualquer interferência na formação do consentimento dos contratantes, razão pela qual possibilita o reconhecimento de nulidade em contratos, decorrentes de vícios da vontade. Dessa sorte, busca o autor preservar seus interesses, uma vez que, sob premente necessidade, obrigou-se a prestação manifestamente desproporcional ao valor da prestação oposta, prescrevendo a anulabilidade do negócio jurídico, a qual requer seja julgado procedente os pedidos da presente ação. III - DOS PEDIDOS Diante dos fatos e fundamentos exposto, requer a V. Exa.: A citação do réu para comparecer à audiência de conciliação ou mediação na forma do previsto no art. 334 do CPC /2015; A declaração de NULIDADE DE NEGÓCIO JURÍDICO em virtude da constatação do vício de LESÃO preconizado pelo artigo 157 do CC/2002; A condenação do réu ao pagamento das despesas judiciais e honorários advocatícios. Protesta provar o alegado por todos os meios de prova admitidos em direito, especialmente pela juntada de documentos, e por tudo o mais que se fizer indispensável à cabal demonstração dos fatos articulados na presente inicial. Dá-se à causa o valor de R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais). Termos em que Pede deferimento. Aracaju, 23 de agosto de 2017 ADVOGADO OAB XXX
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