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O ENVELHECIMENTO DA POPULAÇÃO MUNDIAL E BRASILEIRO

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O ENVELHECIMENTO DA POPULAÇÃO MUNDIAL E BRASILEIRO 
2.1 Envelhecimento Populacional e Brasileiro 
A população brasileira entre os anos de 1940 e 1960 apresentou um declínio significativo da mortalidade e, após este período, evidenciou-se aumento no número de idosos e redução da natalidade, que ocorreu, primariamente, nos grupos populacionais mais privilegiados e residentes nas regiões mais desenvolvidas do país. Essas transformações foram rapidamente absorvidas pelas outras regiões, o que desencadeou o processo de transição da estrutura etária (Veras et al., 2001; Carvalho & Rodríguez-Wong, 2008).
No Brasil, em 2008, os idosos representavam 9,5% da população, de forma que, caso as projeções se confirmem no ano de 2050, eles representarão aproximadamente 30% da população brasileira (IBGE, 2008). Com isso, apresentará uma pirâmide populacional semelhante àquelas dos países Europeus na atualidade, sendo que, neste período, o Brasil poderá tornar-se um dos países com o maior número de idosos do mundo (Carvalho & Garcia, 2003; IBGE, 2008). Observando-se as figuras 1 e 2, podemos comparar o perfil da pirâmide populacional brasileira estimadas pelo IBGE para os anos de 2010 e 2050.
Observando-se as figuras 1 e 2, podemos comparar o perfil da pirâmide populacional brasileira estimadas pelo IBGE para os anos de 2010 e 2050.
Figura 1: Pirâmide populacional brasileira no ano de 2010 (IBGE, 2010b)
Figura 2: Pirâmide populacional brasileira no ano de 2050 (IBGE, 2010b)
Com o elevado número de idosos que estão sendo incorporados anualmente à população brasileira, não podemos deixar de considerar suas consequências para o sistema de saúde, como o aumento de atendimentos aos portadores de doenças crônicas não transmissíveis, complexas e onerosas, típicas da população idosa que perduram por anos e exigem cuidados constantes, medicação contínua e exames periódicos (Veras, 2007). Essa constatação leva à preocupação imediata com o aumento da demanda por serviços de saúde, além da elevação dos seus custos (Camarano, 2002).
Além disso, é importante considerar que as morbidades mais prevalentes encontradas foram doenças crônicas que exigem monitoramento e tratamento contínuo, tais como hipertensão arterial sistêmica e diabetes mellitus (BALDONI & PEREIRA, 2010).
Esses dados tornam-se um sinal de alerta para a sociedade, profissionais de saúde, gestores e autoridades políticas para nos prepararmos para as consequências desse rápido crescimento da população idosa em nosso país. Analisando-se globalmente o gasto público, percebe-se que a execução orçamentária para a saúde tem se ampliado de forma diferente em diversos países do mundo ao longo dos últimos anos (Iles, 2003; Tanne, 2006; Kondro, 2006). Mas o que se destaca nesse cenário é o aumento dos investimentos destinados à aquisição de medicamentos no Brasil, no período compreendido entre 2002 e 2006, que cresceram 123,9%, ao passo que o orçamento geral do Ministério da Saúde aumentou 9,6% (Vieira & Mendes, 2007).
Diante desse rápido envelhecimento populacional, observamos o aumento da expectativa de vida, pois, se as estimativas se confirmarem, esta aumentará de 45,5 (1940) para 81,29 anos em 2050 (Carvalho, 1993; OMS, 2006; IBGE, 2008). Destacamos também que a expectativa de vida pode variar entre os gêneros dos indivíduos, pois, de acordo com o IBGE, a mulher brasileira possui uma expectativa de vida de aproximadamente oito anos a mais que o homem (IBGE, 2010b).
Analisando-se a população idosa nas diferentes regiões do país, podemos observar que a região Sudeste possui o maior número de idosos, concentrados principalmente no Estado de São Paulo e, enquanto que proporcionalmente, o Rio de Janeiro apresenta a maior porcentagem dessa população, alcançando 14% do total da população do estado (IBGE, 2007).
Isso gera desafios para o sistema público de saúde, pois o aumento dessa população provavelmente pode gerar dificuldades para atender à demanda (em nosso estudo realizado com 1000 pacientes idosos verificamos que cerca de 84% dependem exclusivamente do sistema único de saúde) (Baldoni & Pereira, 2010).
A IMPORTÂNCIA DOS PROGRAMAS SOCIAIS
3.1 Programas Sociais Para a Saúde Física e Mental do Idoso
Os grupos de convivência têm sido uma alternativa estimulada em todo o Brasil. De maneira geral, inicialmente os idosos buscam, nesses grupos, melhoria física e mental, por meio de exercícios físicos. Posteriormente, as necessidades aumentam, e as atividades de lazer, como viagens, também ganham espaço, além do desenvolvimento de outras atividades, sempre promovendo atividades ocupacionais e lúdicas. A percepção de uma boa qualidade de vida está diretamente interligada com a auto-estima e ao bem-estar, e esses fatores estão associados à boa saúde física e mental, a hábitos saudáveis, a lazer, à espiritualidade e principalmente à manutenção da capacidade funcional do indivíduo (SOUSA; GALANTE; FIGUEIREDO, 2003).
Do mesmo modo, o nível de satisfação dos idosos na convivência com outras pessoas pode aumentar de intensidade no decorrer da vida, melhorando a qualidade de vida. Nos grupos, surge à oportunidade de estabelecer novas amizades, ampliar os conhecimentos e afastar a solidão (Sposito et al., 2010). As pessoas que estão em contato com os outras podem ser mais inclinadas a ter hábitos saudáveis, a ajuda dada ou recebida contribui para o aumento de um sentido de controle pessoal, tendo uma influencia positiva no bem-estar psicológico (RAMOS, 2002).
Historicamente, as ações de assistência social, inclusive, as ações ligadas ao cuidado com idosos, foram, prestadas por igrejas e entidades filantrópicas, colocadas no âmbito da caridade, como afirmam Rodrigues (2001), Vilarino (2011) 
e Carvalho (2011).
De acordo com o Relatório Nacional sobre o Envelhecimento da População Brasileira - RNE (2002) apud Vilarino (2011), o Serviço Social do Comércio (SESC) foi pioneiro em desenvolver ações inovadoras de assistência ao idoso, para além da institucionalização.
O SESC inovou quando criou mecanismos alternativos de atendimento ao público idoso, sem recorrer ao asilo, com uma concepção inovadora de atenção ao idoso, através de atividades relacionadas à arte e ao lazer (horas dançantes, cursos de pintura, cerâmica, tapeçaria e outros), acesso à biblioteca e passeios. Constituiu-se assim, como uma referência em relação à assistência ao idoso, especialmente neste período (RNE apud VILARINO 2011).
Na década de 1970, segundo Rodrigues (2001), houve alguns seminários regionais e nacional, organizados pelo Ministério da Previdência e Assistência Social (MPAS) para debater o tema, e como efeito desses seminários resultou um acervo de informações sobre a situação do idoso na sociedade brasileira e, conseqüentemente, surgiram normas e/ou diretrizes para a população idosa.
Na década de 1980, conforme sinaliza Rodrigues (2001), o Ministério da Saúde criou o Programa da Saúde do Idoso, que concentrava ações na área da promoção da saúde e estímulos ao auto-cuidado. Em 1987 lança um projeto educacional “Viva bem a idade que você tem”, através de um pequeno jornal, objetivando discutir com a população brasileira, os diversos aspectos do envelhecimento. Esse jornalzinho foi extremamente útil e usado como material de estudo nos grupos de convivência em diversos Estados, durante os quase três anos de sua existência, de julho de 1987 a abril de 1990.
3.2 LOAS (Lei Orgânica da Assistência Social)
A Lei Orgânica da Assistência Social prevê benefícios, serviços, programas e projetos de assistência social e impõe co-responsabilidade das três esferas de governo - Federal, Estadual e Municipal - no financiamento e na gestão da política social. Dessa maneira, a assistência social se configurou historicamente como um direito de todos os cidadãos brasileiros, conforme os Artigos 1º e 2º do Capitulo I (Das Definições e dos Objetivos), que define:
Art. 1º A assistência social, direito do cidadão e dever do Estado, é Política de Seguridade Social não contributiva, queprovê os mínimos sociais, realizada através de um conjunto integrado de ações de iniciativa pública e da sociedade, para garantir o atendimento às necessidades básicas.
Art. 2o A assistência social tem por objetivos: I - a proteção social, que visa à garantia da vida, à redução de danos e à prevenção da incidência de riscos, especialmente: a) a proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e à velhice [...]. (BRASIL, 2011).
Corroborando com o dispositivo na LOAS, Pereira afirma:
Do conjunto de leis, direitos e políticas que, a partir da Constituição Federal de 1988, compõem a nova institucionalidade da proteção ao idoso no Brasil, a Assistência Social destaca-se como importante fonte de melhoria das condições de vida e de cidadania desse estrato populacional em irreversível crescimento [...] Para tanto, a Assistência Social passou a ser regida por Lei federal (Lei nº 8742, de 7 de dezembro de 1993), conhecida como Lei Orgânica da Assistência Social – LOAS), a qual conferiu-lhe características que a fizeram distanciar-se de práticas “assistencialistas” com que sempre foi identificada. Isso quer dizer que a partir da Constituição de 1988 e da LOAS, estabeleceu-se, a partir plano legal, a diferença marcante entre a Política Pública de Assistência Social e “assistencialismo”. (PEREIRA, 2013, p. 01).
Diante do exposto pode-se enunciar que, esse projeto foi uma espécie de minuta da Política Nacional do Idoso, que foi instituída pela Lei nº 8.842, promulgada em 04 de janeiro de 1994 pelo então Presidente Itamar Franco e regulamentada pelo Decreto nº 1.948, de 3 de julho de 1996, assinado pelo Presidente da época, Fernando Henrique Cardoso. Além de estabelecer a Política Nacional do Idoso (PNI), a referida Lei cria o Conselho Nacional do Idoso e dá outras providencias.
De acordo com o Art. 3° da referida política, esta será regida pelos seguintes princípios:
I - a família, a sociedade e o estado têm o dever de assegurar ao idoso todos os direitos da cidadania, garantindo sua participação na comunidade, defendendo sua dignidade, bem-estar e o direito à vida; II - o processo de envelhecimento diz respeito à sociedade em geral, devendo ser objeto de conhecimento e informação para todos;
- o idoso não deve sofrer discriminação de qualquer natureza;
- o idoso deve ser o principal agente e o destinatário das transformações a serem efetivadas através desta política;
- as diferenças econômicas, sociais, regionais e, particularmente, as contradições entre o meio rural e o urbano do Brasil deverão ser observadas pelos poderes públicos e pela sociedade em geral, na aplicação desta lei.
De acordo com Mendonça apud Carvalho (2011), o Estatuto do Idoso tramitou durante seis anos no Congresso Nacional até ser sancionado pelo então Presidente da República, Luís Inácio Lula da Silva, em 1º de outubro de 2003. Em suas normas, encontram-se preceitos amplamente debatidos pela sociedade, revelando um caráter protetivo dos direitos fundamentais desta parcela da população com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos, porém a sua conquista partiu principalmente da proposta da Confederação dos Aposentados e Pensionistas (COBAP) que, por meio de seus representantes, pediu apoio ao Deputado Federal Paulo Paim, na apresentação do projeto de Lei nº 3561 de 1997.
Grupos de Convivência 
A nível de governo, os grupos de convivência para idosos foram inaugurados na década de 1970, como modalidade de atendimento não asilar, através do Programa de Assistência ao Idoso (PAI), sob a gerência da Legião Brasileira de Assistência (LBA), como também já foi citado. Mais do que uma reunião de pessoas, um grupo de convivência requer uma relação de vínculo. Segundo a publicação "Caderno de Orientações Técnicas do Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos" do MDS:
Um grupo é mais do que a união de indivíduos ou a simples presença de pessoas numa sala, como por exemplo, pessoas numa sala de espera de um consultório ou na fila de um banco não constituem, necessariamente, um grupo. Um grupo requer relação entre seus membros, constituição de vínculos e o desenvolvimento do sentimento de pertença. (Brasil, 2012, p. 53).
As ações, que visam o não isolamento e a não institucionalização de idosos através de grupos de convivência, também podem ser denominadas como grupos de socialização entre idosos, de acordo com Dal Rio (2009).
Nesse contexto, os grupos de convivência de idosos vão ao encontro da promoção do envelhecimento ativo, com o objetivo de preservar as capacidades e o potencial de desenvolvimento do individuo idoso, como preconiza a Organização Mundial da Saúde (OMS).
De acordo com a publicação do MDS - Concepção de Convivência e Fortalecimento de Vínculos "a segurança de convívio é direito reconhecido por Lei, (BRASIL, 2013b).
Conforme sinaliza GIMENES, et al (2007), a Assistência Social no Brasil tem sua origem histórica baseada na caridade, filantropia e na solidariedade religiosa, contudo, a partir da promulgação da Constituição Federal de 1988, a Assistência Social adquire o status de política social, convergindo ao campo dos direitos, da universalização dos acessos e da responsabilidade estatal. A Constituição reconhece a Assistência Social como política social que, junto com as Políticas de Saúde e de Previdência Social, compõem o sistema de seguridade social brasileiro.

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