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Ouro, conjuração e ideias emancipatórias: o contexto do período pré-independência Descrição Sabemos que as cláusulas pétreas são dispositivos constitucionais ligados à proteção de uma esfera mínima de direitos e garantias do cidadão (Art. 60 § 4º inciso IV da CF/88). Entre elas destaca-se a vedação de penas desumanas ( art. 5º Inciso III da CF/88) que explicita a proteção da vida e da integridade física, psíquica e moral do indivíduo. A partir de uma perspectiva histórica, sabemos também que as leis são o reflexo de uma época, de um tempo, e que surgem de uma demanda social e política, de uma realidade que impulsiona as mudanças e, portanto, o nascimento e a existência de novas leis. Voltando ao século XVIII, por exemplo, o juiz que conduziu o processo que condenou Tiradentes por participação na Conjuração Mineira, aplicou penas que faziam parte de uma realidade jurídica que integrava a sociedade daquela época Tendo em vista essa reflexão, podemos afirmar que a concepção de proteção à integridade física do indivíduo é uma ideia constante na cultura jurídica, presente nas terras brasileiras, desde da colonização portuguesa? a) Responda esta pergunta e justifique seu posicionamento. b) Cite a legislação e as penas existentes na América portuguesa que exemplifiquem sua resposta. Dê ao menos um exemplo referente às penas previstas para seus respectivos crimes. Resposta: Não, a proteção à integridade física era extremamente comprometida durante os anos em que as terras brasileiras eram colonizadas, especialmente porque o Direito Português era aplicado aqui de forma bem arbitrária. Havia aplicação da pena de morte para diversos crimes e para outros penas muito severas e cruéis como o açoite e a amputação de membros. A condenação de Tiradentes é um ótimo exemplo. No Código Penal o título VI, do Livro 5, das Ordenações Filipinas (base legal para a condenação de Tiradentes) estabelecia o crime de lesa majestade a traição cometida contra a pessoa do Rei, e violação a dignidade de um soberano reinante ou contra o Estado ou seu Real Estado, poderia levar os condenados a execução pública por meio de tortura, esquartejamento puxado por cavalos, empalhamento da cabeça, corpo espalhado por locais públicos, casa demolida, propriedade salgada, família condenada a infâmia, além de confisco de todos os bens do infrator à Coroa do Reino.
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