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CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO JUIZ DE FORA
JORNALISMO
Fabiano José Firmino
RÁDIO TRANS FM COMO FATOR DE DESENVOLVIMENTO DA COMUNIDADE
Juiz de Fora
2017
Fabiano Firmino
RÁDIO TRANS FM COMO FATOR DE DESENVOLVIMENTO DA COMUNIDADE
Monografia apresentada ao Centro Universitário Estácio Juiz de Fora como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Jornalismo.
Orientadora: Profa. Dra. Tâmara Lis
Juiz de Fora
2017
Fabiano José Firmino
Trans FM como fator de desenvolvimento da comunidade
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Jornalismo, no Centro Universitário Estácio Juiz de Fora – Minas Gerais.
Orientadora: Pra. Dra. Tâmara Lis
Trabalho de Conclusão de Curso aprovado em ____/ ____ / 20___ pela banca formada pelos seguintes membros:
_____________________________________________________
Profa. Dra. Tâmara Lis (Centro Universitário Estácio Juiz de Fora) - Orientadora
_____________________________________________________
Professor Convidado:
_____________________________________________________
Professor Convidado:
Conceito Obtido________________________________________
Juiz de Fora
Novembro - 2017
RESUMO
As rádios comunitárias são poderosos veículos de comunicação a favor das comunidades. E o presente trabalho tem como objetivo retratar as emissoras de concessão comunitária no contexto de Juiz de Fora, mais especificadamente a Rádio Trans FM 87,9, bem como desenvolve-se sua programação, papel social e a sua relação com seus ouvintes. Busca-se ainda conhecer como o espaço das Rádios comunitárias modificou com o passar dos anos; como são realizados os apoios culturais e como funciona de fato uma emissora nesse padrão. Para tanto utilizamos a Trans FM 87,9 de Juiz de Fora como objeto de estudo, uma vez que a mesma é uma das três rádios autorizadas e sofreu várias mudanças ao longo de sua trajetória. A conquista da concessão comunitária na cidade foi um grande passo para disseminação do rádio e seu crescimento, gerando mecanismos noticiosos e de entretenimento ao público ouvinte, que vem crescendo de maneira significativa. Esse trabalho traz depoimentos de nomes que fizeram parte dessa conquista, assim como todo processo de modificação até chegarmos ao que de fato se tornou hoje. 
PALAVRAS CHAVE: Rádio Comunitária; Concessão; Trans FM
DEDICATÓRIA
	Dedico este Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) ao meus pais que com muitos sacrifícios e dedicação me criaram e sempre me apoiaram para que não desistisse do curso. Peço, ainda, desculpas pela ausência neste momento da minha vida, sei que as vezes falhei como filho presente, porém estava em busca de uma realização, e vocês sabem o quanto isso é importante para mim. Por isso essa experiência maravilhosa que tive, durante esses anos todos, dedico a toda minha família. 
 “Agradeço todas as dificuldades que enfrentei. Não fosse por elas, não teria saído do lugar... As facilidades nos impedem de caminhar, mesmo as críticas nos auxiliam” Chico Xavier
AGRADECIMENTOS 
	Primeiramente, agradeço a Deus, que me deu força para que com muitas lutas e sabedoria pudesse ir em frente sem prejudicar ninguém. 
Aos meus amigos de faculdade em especial a Taciane Basílio, que em todo momento estava do meu lado. Ao meu amigo Mauricio Oliveira, que tanto me ajudou e me apoiou nesta batalha. 
Em especial, ao Elton Firmino, que além de patrão é um grande amigo e me ajudou durante todos esses anos com sua paciência. Agradeço também por ter permitido inúmeras vezes não ser assíduo e pontal ao trabalho. Sei que fui muitas vezes falho no trabalho por causa do estudo, mas sei que você sempre me compreendeu e não poderia de deixar aqui muita gratidão ao seu gesto de humildade e dizer que nunca esquecerei do que fez por mim.
Não poderia de deixar aqui meu reconhecimento a todos os meus mestres que me ensinaram uma gama de conhecimentos maravilhosos, em especial a minha orientadora Profa. Dra. Tâmara Lis, que me despertou a paixão que tenho pelo rádio, e por ter me orientado neste trabalho de maneira muito eficiente e carinhosa.
Não poderia de agradecer também a todas as pessoas que de alguma forma participaram deste trabalho dando entrevista ou contribuindo para construção do mesmo.
Por fim gostaria de agradecer as todas as pessoas que durante o curso me ajudaram de alguma forma, mesmos nas críticas, pois sem elas não avançamos, fica aqui todo meu reconhecimento a todos.
O meu muito obrigado!
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Imagem do site daTrans FM 87,9 -------------------------------------------------------------12
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Sumário
INTRODUÇÃO xx
1. RÁDIOS COMUNITÁRIA: DEFINIÇÃO E CONTROVÉRSIAS xx
	1.1. RÁDIOS COMUNITÁRIAS E CORONELISMO ELETRÔNICO xx
	1.2. EMISSORAS COMUNITÁRIAS EM JUIZ DE FORA. xx
2. A TRANS FM xx
	2.1. A NOVA ERA DA TRANS FM NA INTERNET xx
 2.2. EQUIPE 
 2.3.a programação xx
3. RÁDIOS TRANS FM E A PRESTAÇÃO DE SERVIÇO À COMUNIDADE 
 xx
	3.1. O PAPEL DA INFORMAÇÃO xx
	3.2. O PAPEL DA COMUNIDADE xx
CONCLUSÃO xx
BIBLIOGRAFIA xx
 ANEXOS xx
INTRODUÇÃO
Texto em tipografia Times New Roman, corpo 12. Recuo de 2 cm no início de cada parágrafo, entrelinha 1,5; sem espaço entre os parágrafos. Texto em tipografia Times New Roman, corpo 12. Recuo de 2 cm no início de cada parágrafo, entrelinha 1,5; sem espaço entre os parágrafos. Texto em tipografia Times New Roman, corpo 12. Recuo de 2 cm no início de cada parágrafo, entrelinha 1,5; sem espaço entre os parágrafos. Texto em tipografia Times New Roman, corpo 12. Recuo de 2 cm no início de cada parágrafo, entrelinha 1,5; sem espaço entre os parágrafos. Texto em tipografia Times New Roman, corpo 12. Recuo de 2 cm no início de cada parágrafo, entrelinha 1,5; sem espaço entre os parágrafos. Texto em tipografia Times New Roman, corpo 12. Recuo de 2 cm no início de cada parágrafo, entrelinha 1,5; sem espaço entre os parágrafos.
1. RÁDIOS COMUNITÁRIA: DEFINIÇÃO E CONTROVÉRSIAS
O Serviço de Radiodifusão Comunitária foi criado pela Lei 9.612, de1998, regulamentada pelo Decreto 2.615 do mesmo ano. Esse tipo de serviço, segundo a regulamentação, não pode almejar fins lucrativos e boa parte de sua contribuição provém de voluntários. Sua execução é exclusiva à dada comunidade que enfatizam a necessidade de proporcionar algo que as mídias de massa não conseguem produzir em benefício da localidade em questão. 
Segundo o endereço eletrônico da Agência Gaúcha de Emissoras de Rádio e Televisão (AGERT), uma Rádio comunitária pode ser definida como uma radiodifusão sonora com sede no local onde presta seu serviço para a comunidade. Sua frequência modulada (FM) é de baixa potência, cerca de 25 Watts, alcançando raio máximo de 1 km a partir de uma antena de estação. 
Os serviços devem ter o objetivo de beneficiar a comunidade local através de associações e fundações comunitárias sem fins lucrativos. Seu conteúdo de comunicação deve se formar através de uma programação diversificada e que não exalte nenhum tipo de censura ou intolerância. A programação deve ser aberta para que todos os membros da comunidade em torno da emissora sejam atendidos de forma que se sintam e se constituam como membros ativos do meio de comunicação voltado exclusivo a localidade.
Diferente das rádios comerciais, que se caracterizam como emissoras que não são compostas por uma associação específica sem fins lucrativos, ela pode inclusive, e na maioria das vezes se mantém dessa maneira, vender espaços comerciais em sua programação, são as famosas propagandas que mantém as emissoras através das verbas recebidas que originam geralmente dos anunciantes. 
O anúncio publicitário, a propaganda, se relaciona de maneira diversificada entre as rádios comunitárias e comerciais. Tratando a publicidade relacionada entre os tipos de rádios, pode-se incluir uma análise comparativa também com as rádios definidas como educativas. Nas rádios comerciais, o administrador da emissora pode vender espaços para que os interessados em anunciar paguem para executar seus interesses na programação. As rádios comunitárias vinculam anúncio publicidades denominadas apoio cultural, segundo a professora Cecília M. Krohling Peruzzo. Os apoios culturais vinculados por essas emissoras, que trabalham visando o bem-estar da população, ou seja, não podem receber valores em espécie, a não ser por meio de doação, para vincular propaganda relacionado ao comércio. A publicidade também se relaciona de diferente forma com as rádios educativas, já que nelas, o anúncio pode ser feito sem mencionar brindes, preços ou promoções do anunciante, sendo permitido anunciar apenas o slogan e nome da empresa e instituição que originaram o anúncio.
As Rádios comunitárias geralmente estão localizadas em pequenos municípios ou nas periferias das grandes cidades voltadas para a realidade do espaço onde elas se concretizam. Seu público são seus membros, diretamente ou indiretamente, ou seja, isso significa que a programação deva atender ao interesse das organizações sociais e enaltecer a cultura local, “contrariando qualquer tipo de monopólio de raças, crenças ou atitudes e ações que promovam o ódio ou a intolerância” (PERUZZO, 1998). As rádios podem estar ligadas à Associações e constroem uma gama de possibilidades para a sociedade democrática abrindo espaços para discussões acerca da saúde, festividades, cultura, segurança da comunidade e outros temas que colaboram para concretizar a cidadania de seus constituintes em prol do local onde vivem.
As rádios livres comunitárias possibilitam um encadeamento de atividades. Ao ponto que se constituem como rádio comunitárias são altamente relevantes para a democracia social, possibilitando o acesso midiático a pequenos comércios, que geralmente não dispõem de poder aquisitivo para se promover nas grandes mídias de massa pagas. Elas, possibilitam ainda, divulgações de reuniões do Conselho de Moradores da Comunidade, datas de matrículas em escolas da região, datas e cronogramas de vacinações nos postos de saúde para as crianças e idosos e avisos de utilidade pública e até alertas e advertências.
 As emissoras comerciais prestam serviço diversificado para públicos específicos ou variados, geralmente executando programação musical, abrangendo estilos musicais para um público definido que ouvem sertanejo, pop, rock, pagode ou outro estilo musical definido. As emissoras comerciais podem executar exclusivamente serviço de esporte e notícia. Esses serviços exclusivos, na maioria das vezes, são oferecidos em proporção menor de que a programação musical oferecida. 
O serviço de esporte e lazer geralmente são mesclados com a programação musical e em um grande número de emissoras não se limita ao tipo exclusive de serviço oferecido. Juntamente com os serviços destinados ao cotidiano da comunidade, que podemos citar como exemplos, como anúncios de oportunidades educacionais, campanhas de vacinação, serviços de laser e outras atividades que enalteçam a comunidade em prol do bem comum e da coletividade ouvinte.
Como aparato de utilidade pública as rádios comunitárias são feitas por um conjunto de pessoas que buscam o bem comum, valorizam a cultura local e funcionam como promoção da cidadania. Através de ações que elevam a comunidade local ao patamar de falantes unidos e coletivos e disseminadores de data tarefa ou objetivo. Para exemplificar o exposto podemos citar o fato de democratização da população onde podem levantar os problemas e anseios que prejudicam ou enaltecem os moradores e, do levantamento feito, levar ao conhecimento dos representantes da comunidade perante à administração pública, como os vereadores da Câmara Municipal ou Deputados da Assembleia Legislativa, por exemplo. Outras tarefas podem ser abraçadas pelos idealizadores de uma rádio comunitária, desde que sejam iniciativas que visam a coletividade através de ações variadas, atendendo aos diferentes grupos da comunidade, ou seja, atendendo aos que desejam ouvir um estilo de música específico, os que desejam programação jornalística, esportiva e etc. É de suma importância destacar que a rádio comunitária deve abrir espaços para as diferentes ideias e movimentos, principalmente os que acontecem dentro da comunidade de abrangência da rádio em questão.
O papel social que a estação de rádio comunitária consegue desenvolver, apesar de sua pequena área de amplitude, vai muito mais de que os diversos itens exemplificados. O papel social tem fundamental importância se observado do ponto de vista cultural, já que a cultura é tudo aquilo que é produzido pelo homem em convivência com outro e é exatamente o que cria características diversificadas entre os homens.
 Dessa forma, a cultura não se perde, pois, as novas gerações que tem acesso a rádio se reconhece e se constitui de forma autônoma através dos costumes e crenças que estão dentro da comunidade. Assim é possível construir uma sociedade que valoriza sua cultura, informada e informante e possibilita, ainda, o surgimento de uma comunidade sustentável que dialoga com as questões globais discutidas e interligadas com as questões que compõem a realidade de dada localidade, geralmente a que está dentro do alcance de 25 Watts, que é a limitação espacial para a voz coletiva falante através da rádio comunitária.
A democratização da comunicação se dá através das rádios comunitárias no que tange a vida cotidiana, geralmente na luta de Movimentos Sociais nas idealizações de melhores perspectivas de sobrevivência. O Movimentos Sem Terra (MST) é um exemplo deste tipo de movimento. Esta organização social já tem algumas rádios comunitárias, além de usarem outros veículos de comunicação, em São Paulo, Ceará, Rio Grande do Norte (PAIVA, 2017, pag. 96). 
As rádios comunitárias são alvos de grande discussão e é um tema complexo ainda na contemporaneidade. Segundo PERUZZO, o tema está em envolto em controvérsias que se apresentam em duas perspectivas:
Primeira, porque, ao mesmo tempo, em que o interesse por sua criação é crescente, elas não são bem aceitas, principalmente pelos setores dominantes.Ganharam um tratamento pejorativo de “piratas” ou “clandestinas”. Inicialmente por serem ilegais, seja porque passaram a existir mesmo antes de promulgada a legislação para o setor, ou porque, diante da morosidade do poder público em conceder autorização para seu funcionamento, muitas delas operam sem permissão legal. No fundo o uso dos adjetivos “pirata” e “clandestina” esconde a ira das rádios comerciais pelo fato das comunitárias disputarem a audiência local, e consequentemente “roubarem” seus anunciantes. O que, de fato, nem sempre ocorre porque o anunciante da rádio comunitária tende a ser o mercadinho da esquina que nem costuma veicular publicidade por meio da mídia tradicional. Por outro lado, as emissoras comunitárias já assumiram o lema de que “não estão atrás do ouro”. (PERUZZO, 2005, pag. 2)
A primeira controvérsia é exposta e refuta o fato de que as Rádios comunitárias não estão possibilitadas de atender a um público diferente do público da comunicação de massa, tido como tradicional. Nas mídias comunitárias, diferentemente das rádios comerciais, não se busca a disseminação da cultura de massa e nem a propaganda pelos maiores estabelecimentos comerciais da cidade. Contudo, a interesse pela audiência exclusiva e a aversão a outras visões de mundo pelas rádios comerciais dominantes são também desafios enfrentados e que afetam as rádios comunitárias.
Ainda segundo PERUZZO, a segunda controvérsia que se põe perante o tema das rádios comunitárias é o entendimento do que seja uma rádio comunitária:
Na prática existem emissoras de diferentes matizes, portanto, movidas por interesses diversos, o que acaba por revelar um quadro um tanto confuso. Existem as emissoras de caráter público, ligadas a entidades sem fins lucrativos de interesse comunitário local. Há emissoras ligadas a igrejas – católicas, evangélicas etc.-; há outras de cunho político-eleitoral; muitas são movidas por interesses comerciais (são de fato pequenas empresas de radiodifusão sob a aura de comunitárias). Assim sendo, há emissoras comunitárias e emissoras pseudo-comunitárias - mesmo que autorizadas a funcionar sob o código legal das comunitárias. Mas na hora das críticas são igualadas sob um mesmo rótulo (:) “rádios comunitárias”. As causas que levam a concessão de autorizações a emissoras não propriamente representativas das “comunidades” têm origem no jogo de interesses políticos, na forma do lobby das igrejas e de parlamentares, entre outros (PERUZZO, 2005, pag. 2)
Como exposto, os desafios para que as Rádios comunitárias cumpram seu papel social é dependente de vários outros fatores que estão ligados a aspectos geralmente burocráticos ou ligados a interesses individuais de um pequeno número de pessoas. Um ponto crucial na análise dessas estações “comunitárias” é sua origem e qual são seus objetivos perante à comunidade que ela representa. Contudo não basta apenas nomear emissoras como uma rádio comunitária, é preciso atentar para as que fazem jus a esse nome e cumprem seu papel social, integrando a comunidade e ampliando a cidadania. 
 1.1 RÁDIOS COMUNITÁRIAS E CORONELISMO ELETRÔNICO
As Rádios Comunitárias (RCs) são divergentes, e não devem ser confundidas com Rádios livres que, por sua vez, estas são caracterizadas como emissoras ilegais. Rádios livres, divergentes das “radio cornetas” ou “rádios de poste”, também são chamadas de rádios piratas ou rádios clandestinas, segundo a Lei 4.117, de 27 de agosto de 1962, e segundo o Decreto-lei 236 de 1967, vão ao encontro da ilicitude pois não têm autorização do Governo para ocupar um espaço no dial, ocupar uma frequência no ar, e, por isso, precedem às rádios comunitárias que só foram legalizadas em 1988.
“Presume-se que a primeira rádio livre tenha sido uma emissora sindical que, em 1925, foi ao ar na Áustria” (PERUZZO, 1998, pag. 241). Em seguida em localidades dos Estados Unidos, países da Europa e da América-latina. No Brasil, seu surgimento data aproximadamente da década de 1970.
Os operadores de rádios livres, sujeitos à submissão de prisão por transgredir a lei e sujeitos à apreensão e lacre dos transmissores, iniciam suas atividades durante o regime militar brasileiro. Segundo PERUZZO (1998, pag. 240) nos anos setenta, com o regime militar em vigor, os meios de comunicação de massa estavam sob o poder de pequenos grupos privilegiados com a concessão de canais de maneira relativamente predominante por decisão unilateral do Poder Executivo Federal.
A primeira rádio livre no Brasil surgiu em Vitória, no estado do Espírito Santo. Um de seus idealizadores chegou a ser tido como subversivo, foi preso e a emissora sofreu intervenção. Em seguida, a rádio livre se fez presente em diversas outras localidades, as mais relevantes localizavam-se em Sorocaba (SP), Criciúma (SC), São Paulo (SP). Essas rádios, em sua grande maioria, eram operadas por jovens que buscavam outras formas de expressão que contrariasse, ou pelo menos não reproduzisse, a programação disponibilizada pela mídia de massa e elitista. 
Em 1932, as rádios comerciais foram surgindo com a autorização do presidente Getúlio Vargas, autorização essa que tratava da veiculação de publicidade. Com a autorização legal do Governo, através da concessão, as diversas rádios poderiam se manter através de anúncios que a sustentam.
A lucratividade é o principal objetivo das rádios comercias, esse fator que é adquirido de variados anúncios publicitários de representantes institucionais ou comerciais que desejam promover sua marca ou sua ideia. Com isso, as emissoras em geral costumam ter públicos compostos por anunciantes e ouvintes. De acordo com Ferraretto (2001), s ouvintes se transformam em potencial consumidores, e os anunciante, estão interessados em atingir um grande público. Dessa forma se mantém as rádios comerciais, através doas anunciantes que desejam comprar publicidade, como declara Ferraretto (2001, pag.46): “ O ouvinte recebe, portanto, programação e publicidade. Paga pela primeira, ao consumir os serviços e produtos veiculados. Por sua vez, o anunciante, alugando o espaço, custeia a programação”. Na grande maioria das emissoras há um profissional responsável por captar anunciantes em potencial, seja por telefone, internet, visita às empresas ou instituições ou de outras formas de atingir os seus mantedores.
Apesar do caráter ideológico de algumas rádios livres, dessa ação surgiram espaços para que organizações sociais específicas debaterem suas problemáticas e disseminarem assuntos de interesses locais dentro de determinados espaços.
Na década de 1990, alguns operadores de rádio livre e manifestantes brasileiros notaram na América-latina, seguidamente notaram em escala mundial, uma experiência de rádios comunitárias. Consideravelmente essa “onda cultural” teve aceitação maciça pelo ponto de vista popular que até as “rádios cornetas” ou “rádios de poste” adotaram para sí o título de rádio comunitária.
Segundo GHEDINI (2009, pag. 56), é difícil determinar qual seria a primeira Rádio Comunitária no Brasil por dois motivos. O primeiro é que até meados de 1990 existiam rádios em todo país que eram uma mescla de rádios livres e comunitárias; O segundo é que todas eram consideradas “piratas” (e passíveis de sofrer repressão) havia o cuidado de se manter na clandestinidade, não divulgando endereços. 
No ano de 1995, no formato de rádios livres, as rádios comunitárias se apresentavam em número gigantesco. A variação numérica conta a partir de 5.000 emissoras podendo chegar até 10.000 estações de radiodifusão comunitárias.
Em 1995, por convocação do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC), ocorreu o “I Encontro Nacional de Radiodifusão Comunitária e Livre”. Daí se conceituou a rádio comunitária: aquelas que tem gestão pública, não tem fins lucrativos, sua finalidade é servir à comunidade (GHEDINI, 2009, pag. 58).
Do encontro, houve discussões no Congresso Nacional, criou-se um projeto de lei, seguiu-se um grande debate sobre o tema e coube a Associação Brasileira de Rádio e Televisão(ABERT), que lida com emissor comerciais, definir os dispositivos da lei.
As Rádios Comunitárias, regulamentadas em 19 de fevereiro de 1998, por meio da Lei 9.612, foram a alternativa do Governo como forma de conter a disseminação das rádios livres, isto é, aquelas que entram no ar sem concessão, de maneira ilícita.
Desde que foi sancionada a Legislação foi modificada em apenas dois pontos: ampliação do tempo de concessão de 3 para 10 anos (Lei n° 10.610 de 12/12/02); estabelece que o Congresso Nacional tem o prazo de 90 dias para deliberar sobre os processos de rádios comunitárias. Se isso não ocorrer a Rádio Comunitária tem direito a licença provisória de funcionamento (Art. 19 da Medida Provisória n° 2.143-33, de 31/05/2001, modifica o artigo 2/ da Lei 9.612/98). (Luz, D., 2011).
A concessão das rádios comunitárias é fator que gera muita buroracia aos interessados a participarem do processo seletivo e em seguida do processo administrativo, ambos para concessão legal, até ter a autorização aprovada pelo Congresso Nacional e oficializar a permissão através de publicação no Diário Oficial da União.
Tendo em vista a burocracia para a concessão de uma rádio comunitária, emerge a pergunta principal: Como conseguir a autorização para instalar uma rádio comunitária?
São muito as perguntas que devem ser respondidas, pretendendo ressaltar que é um processo para conseguir a outorga para radio funcionar, ficando ações posterior que é a instalação legal de uma radiodifusão voltada para devida população.
O Ministério das Comunicações deve autorizar o serviço através de análise dos participantes de um processo seletivo que analisará documentação detalhada e uma série de requisites estipulados em edital. As rádios comunitárias seguem uma tendência mundial de países que tencionavam atender um bairro, uma vila ou uma cidade de pequeno porte com serviço de baixa potência prestado à população.
A partir de 1998, pela legislação, foi criado o serviço de radiodifusão (FM) comunitária, serviço que é gratuito e tem como característica marcante ser feita e operada pelo povo.
A lei n° 9.612, de 19 de fevereiro de 1998, que institui o serviço de Radiodifusão Comunitária e dá ouras providências, afirmada sua legalidade regulamentada por decreto e atualmente é regulamentada pela portaria n°: 4334/2015. Todo o processo era solicitado e de responsabilidade do Ministério das Comunicações, que recentemente foi extinto e foi anexado ao Ministério da Ciência, Tecnologia, que com a junção, recebeu o nome de Ministério da Ciência, da Tecnologia e Inovação e Comunicação. Esse órgão é responsável pelo processo de autorização para que os interessados pleiteiem uma vaga no processo seletivo para novas emissoras.
O processo de autorização de uma rádio comunitária deve ser feito em duas etapas: a primeira etapa no Ministério da Ciência, da Tecnologia e Inovação e Comunicação e a próxima, a segunda etapa, no âmbito do burocrático Congresso nacional brasileiro.
É importante ressaltar que o serviço de radiodifusão só poderá ser operado por associações comunitárias e fundações sem fins lucrativos. O serviço se restringe totalmente a empresas, governos e outros formas de S.A ou Ltda. Os requisitos constitucionais e legais para que as instituições ou associações seja autorizada a operar uma programação em baixa frequência devem assegurar a ampla participação de todos da comunidade, seja na administração, na escolha da programação, seja no seu funcionamento, etc. As associações ou fundações não podem ter fins lucrativos e devem estar sediadas no local no qual o serviço será prestado, ou seja, a associação ou instituição deve ter endereço principal na comunidade atendida, ou que se pretende atender, bem como seus dirigentes também devem residir nas mediações onde se oferta, ou pretende ofertar, o serviço. Seus dirigentes devem ser brasileiros natos ou naturalizados há mais de dez anos.
 O serviço de Radiodifusão não é limitado a uma única emissora por cidade, ou seja, não há nenhum impedimento para que uma cidade tenha mais de uma emissora comunitária. Contudo, o serviço é restrito a um bairro, vila, região ou localidade. Com isso é possível que uma cidade tenha várias emissoras de rádios comunitárias atendendo as mais diferentes associações ou instituições. Porém, quanto a isso, há regras: Uma rádio comunitária não deve ser instalada com menos de 4 km de distância de uma da outra. Para exemplificar o caso, suponhamos que determinada rádio transmita sua programação a partir da torre em um raio de 1 km aproximadamente, para que uma nova emissora, com definição de comunitária, deve-se reservar um perímetro de 4 km de distância dessa determinada área.
No ano de 2015, o processo de autorização foi simplificado com a assinatura do presidente Michel Temer através da Portaria n° 4334/2015. A referida portaria trata em seu texto que anualmente o Ministério da Ciência, da Tecnologia e Inovação e Comunicação lançará o Plano Nacional de Outorgas (PNO). O PNO é uma lista onde constam as cidades em que há a possibilidade de se instalar uma rádio comunitária, ou seja, cidades que ainda possuem espaço, de acordo com as regulamentações. Tomando como exemplo o Plano Nacional de Outorgas (PNO) de 2016, para os Povos e Comunidades Tradicionais, foi publicado em abril do referido ano. O documento previa o lançamento de dois editais de seleção e beneficiar em média cento e vinte e seis municípios brasileiros. Os editais foram lançados em junho e setembro e, segundo o endereço eletrônico governamental Portal Brasil, o plano foi elaborado pelo Ministério da Comunicação (MC) em parceria com entidades representativas tradicionais como povos e comunidades com populações de matriz africana, residentes de assentamentos, comunidades ribeirinhas ou quilombolas. O PNO, de maneira geral, traz informações de quais as datas ao longo do ano serão lançados os editais para que fundações e associações, que eventualmente se interessem em participar do processo, possam se programar em relação a documentação e detalhes administrativos que atenderão os requisitos nos editais. Esses editais, além de prazo e documentação necessárias, trará os critérios técnicos e será divulgado no Diário Oficial da União e no endereço eletrônico (sítio) do Ministério da Ciência, da Tecnologia e Inovação e Comunicação.
Caso o Município de interesse não esteja na lista anual divulgada pelo PNO, deve-se solicitar inserção ao Ministério da Ciência, da Tecnologia e Inovação e Comunicação através de requerimento alegando os motivos do pedido. Após análise, caso seja deferido a favor do solicitante, a listagem de Municípios autorizados pelo PNO contemplará a cidade solicitada.
Após a publicação dos editais é importante que as associações e fundações, interessadas em instalar uma rádio comunitária, esteja com o Estatuto Social válido, bem como os registros legais em cartório e conformidade e atualidade nas Atas de eleição de seus dirigentes. Seus dirigentes obrigatoriamente devem ser maiores de dezoito anos e residir nas redondezas do local que se pretende instalar a emissora. É necessário, ainda, apresentar documentos pessoais como comprovante de residência, RG, CPF e outros comprovantes dos diretores.
As entidades não devem ser vinculadas a órgãos públicos, partidos políticos, igrejas, associações religiosas ou empresas. Não é permitido nenhum tipo de veiculação. A veiculação proíbe que os diretores das fundações ou associações, que pleiteiam autorização para instalar uma rádio comunitária, esteja exercendo cargos políticos, nem cargos públicos municipal, estadual ou federal; não poderão também ser dirigentes de outras Radiodifusão comunitárias, nem exercer cargo de dignidade eclesiástica e, em hipótese alguma, existir vínculo de parentesco entre membros da direção.
A seleção é feita com algumas especificidades. Caso haja concorrência para dada área é proposto a junção das interessadas para composição e contemplação das duas, ou mais, propostas. Se o acordo não for estabelecido, a seleção é feitacom base em manifestações de apoio da comunidade, ou seja, qual das emissoras concorrentes tiver mais apoio da comunidade, de maneira formal e documental, será a classificada.
Uma vez concluída a classificação, dar-se-á início a um novo procedimento estabelecidos em etapas; procedimento de outorga, conferência de documentação, prazo de recursos, apuração de denúncias, etc. Serão solicitados documentos legais nos quais a instituição pretendente apresentará para garantir sua participação no processo seletivo. Os documentos solicitados serão mais detalhados e é importante destacar que é necessário conhecer os prazos de entrega de documentos e também de recursos, caso aconteça algum problema durante o processo. É necessário ressaltar que nesse período podem ocorrer denúncias que serão analisadas. As denúncias geralmente estão relacionadas a vínculo entre parentes da mesma associação. Diante o exposto o Ministério da Ciência, da Tecnologia e Inovação e Comunicação tratará dos itens antes de prosseguir com o processo seletivo.
 Após o chamamento público, divulgação do Plano Nacional de Outorgas e após selecionar os interessados que estão aptos a se habilitar, escolhida as associações ou fundações pelo Ministério da Ciência, da Tecnologia e Inovação e Comunicação a autorização, nesse primeiro momento, se oficializa através de portaria expedida pelo Ministro de Estado responsável pelo assunto, ou seja, pelo Ministro Chefe no Ministério da Ciência, da Tecnologia e Inovação e Comunicação que estiver no poder. Porém, apenas com a publicação da portaria, ainda, de imediato, não é possível iniciar a execução do serviço de Radiodifusão comunitária.
É necessário ainda que o Congresso Nacional através de um processo administrativo julgue procedente o processo, ou seja, defira a validade deste ato publicado pelo Ministro e encaminhado ao Congresso. 
Atualmente o prazo médio para concluir todo o processo de outorga é de dois anos. Entre os inúmeros fatores que contribuem para a burocracia velada do processo, pelo coronelismo eletrônico por trás de todo conturbado processo seletivo e processo administrativo ressalta-se ainda um agravante que estende ainda mais o prazo para a finalização do processo; O Congresso Nacional Brasileiro não tem limite de tempo estipulado para deferir o ato e votar o processo. Fato que gera dificuldade em acompanhar o processo e distancia a conquista de pequenas associações e fundações que poucas vezes gozam de um serviço jurídico eficiente para acompanhar seus direitos. Por sua vez, nota-se que todo processo é muito longo e burocrático e que acarreta na impossibilidade de associações humildes acompanharem todo o trâmite legal do processo. 
Uma vez expedida a portaria do Ministro, encaminhado em processo administrativo ao Congresso Nacional e contados noventa dias após a abertura do processo administrativo e da mesma maneira não se obtiver respostas, é possível iniciar o serviço de Radiodifusão comunitária em caráter provisório, porém para que o funcionamento provisório se efetive de maneira legal a entidade deve ter dado entrada no Ministério da Ciência, da Tecnologia e Inovação e Comunicação e essa legalidade provisória tem valor enquanto o Congresso Nacional permanecer analisando o processo administrativo que trate da associação ou fundação pretendente.
Ao fim do tempo necessário oferecido ao Congresso Nacional e obtendo com sucesso a aprovação por maioria dos votos de seus membros, se conclui o processo administrativo, ou seja, finaliza-se o processo de outorga. Isso se dará através de um decreto Legislativo que, uma vez expedido, a associação ou fundação pretendente é definitivamente, por prazo específico, outorgada a exercer serviços de baixa frequência com fins totalmente comunitários.
O Decreto em questão será publicado no Diário Oficial da União e, a partir da data de sua publicação, inicia-se o prazo de dez anos que é o tempo estipulado para o funcionamento de uma rádio comunitária. O prazo de dez anos, em caráter definitivo, só poderá ser renovado por uma única vez pelo mesmo período de tempo. Sendo assim, um a emissora nesse padrão poderá funcionar no máximo por vinte anos a partir da publicação do Decreto no Diário Oficial da União.
1.2 EMISSORAS COMUNITÁRIAS EM JUIZ DE FORA.
As rádios comunitárias no Município de Juiz de Fora acompanharam a grande explosão que emergiu no Brasil onde as rádios denominadas ilícitas, vulgarmente designadas de “piratas”, se viram na possibilidade de, a partir do cenário nacional que se formava, serem classificadas de rádios comunitárias e fugirem assim da ilegalidade.
 Na Manchester Mineira, a Rádio Mega FM, situada na zona Oeste da cidade, atendendo aos bairros Santa Cândida, Vitorino Braga, São Benedito, Bom Sucesso, Vila Alpina e outros, em 1997, realizou uma assembleia para sua fundação, antes ainda da Lei 9.612, regulamentada pelo Decreto 2.615, ambos datados inicialmente de 1998. Segundo a professora Cláudia Lahni, a Rádio Mega FM foi ao ar pela primeira vez em 1997 e em dezembro de 1998, após um processo burocrático, acatou a solicitação de seus idealizadores e solicitou junto Ministério da Comunicação autorização para seu funcionamento, ou seja, pediam a legalização da emissora. Tal solicitação foi negada após 3 anos de espera e em 2003 a solicitação de autorização foi arquivada. 
Nesse cenário burocrático e no mesmo ano de arquivamento da solicitação de legalização feita pela Rádio Mega FM, que deveria ser a primeira rádio comunitária na cidade de Juiz de Fora e região, foi concedido a Rádio Life, também de Juiz de Fora, uma autorização de funcionamento, emissora da qual não se conhece seus movimentos iniciais. A Rádio Life, responsabilizada na época por Luiz Gomes Mariano, filho do Pastor Mariano que exercia cargo eleitoral como vereador da cidade com forte ligação ao Partido Social Democrático Brasileiro (PSDB), segundo Lahni. Assim, anda de acordo com Lahni, supostamente conectado aos contatos políticos nacional, diretamente ligado a negociação entre partidos políticos e , pelo que se supõe, porta voz e instrumento que emergem benefícios a membros específicos da elite social, surgiu-se assim a primeira rádio comunitária dentro das legalidades na cidade de Juiz de Fora. 
Desde então, a Rádio Mega FM não continua mais em funcionamento, mesmo que de maneira irregular, desde 2005. Segundo Lahni, a rádio comunitária do Santa Cândida contribuía na redução do envolvimento dos jovens da comunidade com as drogas e com o crime, e a sensação que se tem é a de que a violência na comunidade cresceu desde que a rádio saiu do ar. A Mega funcionava como um estímulo à produção artística e à crítica social, base para a educação dos jovens, sem a qual fica muito mais difícil mantê-los longe da criminalidade.
Atualmente, estima-se que Juiz de Fora consta com apenas três emissoras de Radiodifusão comunitária funcionando de maneira regular: Life FM, Rádio Objetiva FM e Rádio Trans FM. Em uma cidade de aproximadamente 600.000 habitantes, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o quarto município mais populoso de Minas Gerais e o trigésimo sexto município mais populoso brasileiro, com uma área de 1 429,875 km², tem um pequeno número de emissoras que poderiam estar valorizando a cultura local das comunidades. Ainda se destaca que as rádios comunitárias não cumprem as exigências estipuladas para a programação de uma radiodifusão comunitária, já que umas apresentam uma programação com fins políticos ou voltada para um público de religião específica. Segundo a professora Cláudia Lahni “a legislação estabelece que uma rádio comunitária não pode ter proselitismo político ou religioso”.
A rádio Life FM, nome fantasia da emissora cadastrada junto à Receita Federal com CNPJ: 060.396.23/0001-54, com razão social de SOCIEDADE RADIODIFUSAO LIFE DE JUIZ DE FORA, com endereço em Rua Argemira de J. Flores, 96, no bairro Milho Branco, com código e descrição da atividade econômica principal: 60.10-1-00 - Atividades de rádio,consta abertura em 30/10/1996. A emissora está com situação cadastral ativa junto à Receita Federal e consta data de sua situação cadastral em 10/12/2013. Seu presidente atual é André Luis Gomes Mariano, o filho do famoso Pastor Mariano, ex vereador na cidade de Juiz de Fora e que estava em cargo eleitoral no momento da concessão da rádio.
A rádio Objetiva FM, nome fantasia da emissora cadastrada junto à Receita Federal com CNPJ: 07.005.914/0001-94, com razão social de ASSOCIACAO DE DIFUSAO COMUNITARIA-RADIO CRISTAL FM-ADC, com endereço em Rua Roque Goneli, 160, no bairro Jardim de Alá, com código e descrição da atividade econômica principal: 94.30-8-00 - Atividades de associações de defesa de direitos sociais, consta abertura em 28/01/2004. A emissora está com situação cadastral ativa, junto à Receita Federal e consta data de sua situação cadastral em 28/01/2004. Seu presidente atual é Luiz Cláudio Vieira Pires. A concessão da emissora aconteceu através de articulação do ex-vereador de Juiz de Fora Antônio Almas (PSB), atual vice-prefeito do município, no cargo público de vereador no momento da concessão, após a criação da Associação Amigos do Rádio de Juiz de Fora. 
A rádio Trans FM, nome fantasia da emissora cadastrada junto à Receita Federal com CNPJ: 02.769.349/0001-18, com razão social de CENTRO SOCIAL, EDUCACIONAL E CULTURAL DA ZONA NORTE, com endereço em Rua José de Araújo Rocha, 420, no bairro Nova Era, com código e descrição da atividade econômica principal: 94.30-8-00 - Atividades de associações de defesa de direitos sociais, consta abertura em 14/09/1998. A emissora está com situação cadastral ativa junto à Receita Federal e consta data de sua situação cadastral em 14/09/1998. Seu presidente atual é Cristiano Silva Trindade de Carvalho.
Há emissoras na cidade que funcionam de maneira irregular e isso, na maioria das vezes, se deve pela dificuldade de se conseguir uma autorização para o funcionamento já que a solicitação e a seleção é realizada à nível Federal e não tem etapas municipais. Em 2004, segundo Lahni, o vereador juiz-forano, Flávio Checker (PT) apresentou na câmera de vereadores um projeto de lei que buscava alternativas para a municipalização das questões ligadas às rádios comunitárias e funcionamento das mesmas. O projeto foi vetado pelo executivo e não ouve novos projetos que tratassem do assunto até a presente data. Algumas emissoras, devido a burocracia e a dificuldade de conseguir concessão, funcionam de maneira irregular e não são secretas para grande parte da população juiz-forana, porém não é de interesse desse trabalho discorrer detalhadamente, muito menos fazer juízos de valor, sobre nenhuma delas.
A TRANS FM
A emissora de radiodifusão Trans FM, nas ondas do rádio 87,9, abrange a área dos bairros Benfica, Santa Cruz, São Judas Tadeu, Nova Benfica, Vila Esperança, Nova Era e outras comunidades que compõem a área da Zona Norte do Município de Juiz de Fora – MG. Seu pequeno estúdio atualmente está localizado na Rua Martins Barbosa, número 124/202, no bairro Benfica. O bairro Benfica é polo de toda Região Norte e é referência comercial e centro de interesses de, em média, cento e trinta mil pessoas que vivem nessa região da cidade. A região é populosa e seu ponto de encontro fica no bairro Benfica, endereçado cerca de quinze quilômetros aproximadamente de distância do centro de Juiz de Fora. A escolha da atual localização da rádio Trans FM parece ser estratégica, já que Benfica é o principal bairro da Zona Norte e por isso é um núcleo urbano que sem vazios urbanos conta com cerca de vinte e um mil moradores e oferece um comercio amplo e diversificado, grandes opções de lazer e um conjunto de atividades culturais e educacionais que se enfatizaram com a construção, pela Prefeitura Municipal de Juiz de Fora, do Centro de Artes e Esportes Unificados – Praça CEU – CEU/ZONA NORTE.
A emissora, apesar de ter endereço cadastrado junto à Receita Federal na Rua José de Araújo Rocha, número 420, no bairro Nova Era, na época de sua autorização para funcionamento, no ano de 2003, segundo Lahni, seu endereço cadastrado para concessão foi na Rua Manoel Diniz, número 08, no bairro Francisco Bernardino. Contudo, no ano de 2008, durante a execução da pesquisa “Rádio Comunitária e cidadania de jovens: exemplos e ausências em uma comunitária autentica em três autorizadas” realizada por Cláudia Regina Lahni, Fernanda Coelho da Silva, Maria Fernanda Pereira França e Mariana Zibordi Pelegrini, todos alunos e professores da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), a emissora foi localizada no bairro Benfica, em endereço divergente do atual, mas precisamente na Rua Angelino Mariano, número 60. Segundo o trabalho citado acima e apresentado no NP Comunicação para a Cidadania do XXXI Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação, a rádio também funcionou no Centro Comercial de Benfica (Avenida Juscelino Kubicheck, número 6.911) e no bairro Araújo, onde funcionou apenas com programação musical, pois seus equipamentos estavam em manutenção. 
A rádio Trans FM, nome fantasia da emissora cadastrada junto à Receita Federal com CNPJ: 02.769.349/0001-18, com razão social de Centro Social, Educacional e Cultural da Zona Norte, com endereço em Rua José de Araújo Rocha, 420, no bairro Nova Era, com código e descrição da atividade econômica principal: 94.30-8-00 - Atividades de associações de defesa de direitos sociais, consta abertura em 14/09/1998. A emissora está com situação cadastral ativa junto à Receita Federal e consta data de sua situação cadastral em 14/09/1998. Seu presidente atual é Cristiano Silva Trindade de Carvalho. O presidente cadastrado junto à Receita Federal é o irmão do Coordenador geral da emissora, Cláudio Silva de Carvalho, conhecido na região como Cacau. Cláudio Silva, o Cacau está à frente da emissora, de maneira direta, desde o período inicial da sua criação através de um árduo trabalho que se inicia no final dos anos oitenta.
Apesar de ter endereço cadastrado junto à Receita Federal no bairro Nova Era, a rádio funciona no bairro Benfica com uma estrutura humilde em uma pequena sala dividida em sala de espera e estúdio de gravação. A sala de espera conta com televisão, sofá, ventilador e bebedouro. No estúdio é possível encontrar um banheiro, equipamentos modernos para transmissões, estúdio de gravação, mesa de som, computadores, telefones e algumas mesas e cadeiras. A emissora não possui veículo próprio para fins comunitários, quando se é necessário realizar serviços externos, seu diretor ou seus voluntários, usam veículos próprios para a locomoção a áreas distantes.
Seus ouvintes são pessoas variadas e é um público diverso que tem acesso a vários serviços comunitários através da rádio. Serviços como apoio social nas áreas de saúde, educação, zoonoses, apelos junto à órgãos públicos e até premiação durante a programação. As premiações geralmente são feitas após de um trabalho planejado da equipe da emissora através de sorteios ou concursos. A programação Trans FM fica no ar vinte e quatro horas por dia com músicas de diversos estilos, programas religiosos (católicos, evangélicos e espíritas). O carro chefe da emissora é a transmissão de partidas de futebol que podem ser ao vivo ou retransmitidas de outros emissoras de comunicação. Também é valido dar destaque de maneira relevante para a programação de jornalismo esportivo que tem grande aceitação e participação do público.
Ao encontro para depoimento, realizado no segundo semestre do ano de doiz mil e dezessete, tendo como depoente o senhor Cláudio Silva de Carvalho (Cacau), diretor geral da emissora de quarenta e sete anos, natural de Lima Duarte – MG, notou-se uma grande satisfação através da declaração que discorre sobre como começou o processo da rádio Trans FM. Segundo Cacau (informação verbal, depoimento transcrito no Anexo 1):
A rádio Trans FM começou mais precisamente por volta de 1987, quando surgiu no Brasil os primeiros passos das rádios comunitárias. O diretor já atuava em outras rádiose, com experiência de três a quatro anos de serviços de rádio, sentiu a necessidade crescente de enriquecer a comunidade do bairro Benfica, Zona Norte de Juiz de Fora, com um veículo de comunicação. Assim surgiu a ideia de se estabelecer e concretizar uma rádio comunitária somada a paixão pela rádio de seus idealizadores(...) A rádio inicialmente funcionou na clandestinidade, denominada popular FM, sem autorização legal, mas com a aprovação da sociedade que a cerca. Com o passar dos anos, com o tempo, buscou-se passar pelo processo legal e a documentação adequada começava a ser providenciada. Com o processo cresceu ainda mais a vontade de ter um veículo de comunicação a favor da Zona Norte e beneficiar seus moradores. ( CARVALHO, 2017, s/pag.)
É por volta dos anos de 2000 a 2002 que a emissora conseguiu a autorização para funcionamento. A concessão da rádio comunitária Trans FM, que tem validade de dez anos, podendo ser prorrogada pelo mesmo período de tempo, não houve renovação oficial até o momento, processo que deveria ter sido providenciado em 2013. Apresar de não ter uma resposta formal, a emissora já está providenciando o processo para renovação de sua concessão, constando no sítio eletrônico da ANATEL que a emissora está autorizada.
A rádio nasceu no bairro Nova Era, já que seu diretor geral é morador do bairro. Os trâmites para a execução contaram com apoio direto de seu atual Diretor Geral e de mais dois amigos e também com o apoio indireto de moradores da comunidade. Inicialmente como o nome de Popular FM, escolhida dos três amigos idealizadores do projeto a emissora entrou no ar e conquistou seu espaço de maneira tímida. Posteriormente foi denominada Trans FM 87,9, após transitar e cogitar sua nomenclatura como Rádio Transcontinental FM. Muitos membros da comunidade colaboraram para a concretização da emissora, embora de maneira indireta, foram essenciais para se chegar ao produto final, porém, nos tramites de criação do estatuto e compras de equipamentos destacam-se os três amigos como percussores.
A rádio atende a toda comunidade e não há um perfil definido de ouvinte já que a emissora trata de maneira democrática a questão do gênero musical, informação e crenças da grande população em torno da emissora. Se a emissora não tem um perfil de ouvinte definido, várias pessoas, das mais variadas religiões, idades e perfil social são membros da rádio como ouvintes ou como colaboradores voluntários.
Questionado sobre os anunciantes, em seu depoimento Cacau afirma que os apoiadores culturais são grandes parceiros e em suas palavras expõe (informação verbal, entrevista transcrita no Anexo 1):
Os apoiadores culturais da Rádio Trans FM, 87,9 são sempre muito participativos e, apesar da crise, a nossa rádio não passa por dificuldades para conseguir anunciantes. Nossos apoiadores culturais são variados e vão desde empresas de administração e locação de imóveis, cursos de capacitação a pequenos comércios de manutenção em aparelhos telefônicos. ( CARVALHO, 2017, s/pag.)
 Cláudio Silva durante sua fala preferiu chamar os anunciantes como apoiadores culturais que são de responsabilidade do locutor que está no ar no momento da publicidade, dividindo o valor estipulado em quarenta por cento (40%) para o locutor e sessenta por cento (60%) para a administração da emissora
O diretor da rádio concorda que a concessão está nas mãos de grandes políticos e é demasiadamente difícil se conseguir autorização sem apoio de autoridades do poder público. (CARVALHO, 2017, s/pag.) ressalta ainda que “políticos, detentores das concessões de rádios comunitárias, são políticos profissionais que conhecem os tramites legais para a autorização e instalação de uma emissora de radiodifusão comunitária”. Pelo exposto e pelas análises houve dificuldades para se conseguir a concessão da Rádio Trans FM e, (CARVALHO, 2017, s/pag.) é modestamente egocêntrico ao afirmar que “tudo que foi feito na rádio, antes de se tornar uma rádio conhecida”, foi fruto de seus esforços pessoais, alega que buscou parceiros e não mediu forças como viajar, pedir favores e contar com a ajuda de engenheiro para elaborar um projeto técnico, que em nas palavras de (CARVALHO, 2017, s/pag.) é adjetivado como dificílimo.
Em depoimento sobre o processo de concessão de rádio comunitária, o diretor ressalta em suas palavras (informação verbal, entrevista transcrita no Anexo 1):
O processo de concessão de uma rádio comunitária não é fácil, principalmente naquela época (no início dos anos 2000). O processo era um processo muito burocrático e com dificuldades gigantescas se comparadas com o processo de concessão na atualidade que é simples e fácil com “formulários prontos” a serem inseridas pequenas informações. Para se conseguir a autorização ou se tinha muita vontade ou um contato político. Eu posso me declarar um “iluminado”, pois as rádios comunitárias na região estão na mão de políticos, diferente da Trans Fm, da qual sou diretor e não estou nem filiado a nenhum partido político. A Trans FM é fruto, principalmente, da paixão por fazer rádio e a emissora não tem ajuda de custo de nenhum órgão que não sejam seus apoiadores culturais e sua população. (CARVALHO, 2017, s/pag.)
A programação da rádio Trans FM é resultado de um trabalho comunitário, pois a população tem acesso à emissora. Assim afirma (CARVALHO, 2017, s/pag.) que critica os escritos da professora Claudia Lahni em artigos com duras críticas negativas feitas sobre o papel de rádio comunitária executado pela emissora. Cacau alega que “a programação aborda, por exemplo, tanto a religião católica como a evangélica e espírita, toca estilos musicais dos mais variados indo do MPB ao funk e que sempre busca o bem coletivo”. É notório uma estrutura bem organizada e planejada. Segundo (CARVALHO, 2017, s/pag.) “para que um que um cidadão “use o microfone” da Trans FM e fale a comunidade é necessário produzir um documento de solicitação por escrito, contendo informações tais como o que se pretende falar, horários e os detalhes intencionais.” Ele explica que após, deve-se aguardar o retorno da emissora, por ofício, que, afirma (CARVALHO, 2017, s/pag.) de maneira incisiva: “tem uma direção, um sistema hierárquico, preocupado com os ouvintes que é um público variado que nos acessam, não só pela rádio, mas também pelo site e também através de live no Facebook”.
O futebol, programação relevante e enaltecida pela emissora, muitas vezes tem o áudio é transmitido direto de partidas de futebol transmitidas na TV, já que a rádio conta tecnologia e aparelhos completos para esse fim. 
2.1 A NOVA ERA DA TRANS FM NA INTERNET 
Com o advento dos novos meios de comunicação e a internet como mola propulsora da comunicação moderna, a rádio Trans FM sentiu a necessidade de interagir e não ficar fora desse ambiente que oferece maior possibilidade de ouvir a população e atender as novas gerações que estão conectadas através da internet na realidade local do seu ambiente de vivência. Como afirma CORDEIRO (2004, pag. 445) através da Internet, “a rádio afasta-se do seu conceito original e, no website, pode apresentar serviços distintos da emissão radiofónica, estabelecendo uma nova estrutura, mais rica e variada que concorre diretamente”, assim as possibilidades de interação ampliam-se a novos horizontes, antes não alcançados por apenas aparelhos comuns com o formato tradicional da rádio. 
CORDEIRO (2004, pág. 2) ao discorrer sobre a transmissão de programação radiofônica através da internet afirma:
Este modelo, multimediático, resulta da tendência integradora de meios e do objetivo das empresas de estarem presentes em todos os mercados da comunicação. A rádio passa a oferecer serviços que unem ao som, elementos escritos e visuais e junta-se a outros media para estar presente e responder às solicitações do consumidor(...) O conceito de rádio na Internet está ainda por definir, mas uma rádio com texto e vídeo, foge ao modelo tradicional, atualizandoum formato com cerca de oitenta anos de existência e fornecendo ao utilizador, que é também o ouvinte, um amplo conjunto de potencialidades, que até aqui seriam impensáveis. Avançar propostas para classificar as formas que a rádio apresenta na Internet, pode fazer-se recorrendo aos termos que estão associados a esta nova realidade tecnológica, usando-os para estabelecer eixos de orientação nesta análise. As emissoras que têm uma presença mínima na rede poderão enquadrar-se num modelo testemunhal, relativo a websites que nos indiquem apenas as informações essenciais sobre a estação, sem transmissão em direto das emissões; CORDEIRO (2004, pág. 2)
Com as afirmações feitas e a necessidade de se comunicar de diversas maneiras urge a necessidade de uma transmissão através de aplicativos para os mais diversos sistemas operacionais de smartphones, acesso através de websites e contas nas principais redes sociais de uso do seu público.
 A emissora Trans FM 87,9, ainda não possui aplicativo (APP.) para transmissão de sua programação ou interação dos seus serviços, mas seu público pode acessar a programação através de aparelhos de rádios convencionais, que estejam dentro do raio de transmissão da antena, ou também acessar a programação através do sítio eletrônico da emissora. 
A página na internet da Rádio Trans FM se apresenta moderno, com cores vibrantes em sua página inicial, layout moderno e com transmissão da programação vinte e quatro horas por dia de qualquer, desde que se tenha acesso à internet. No endereço eletrônico da emissora (www.radiotransfm.com.br), além de acompanhar a programação em tempo real, é possível fazer pedidos e oferecimentos de músicas inserindo nome, e-mail e endereço em campos destinados para esse fim. No sítio eletrônico da emissora também há um bate-papo que está desativado momentaneamente.
A rádio se auto descreve em seu site, no link quem somos como o seguinte texto: “Somos uma rádio a serviço da comunidade, a serviço da zona norte de Juiz de Fora. Temos uma programação variada, muitas informações, serviços para comunidade, e muito futebol, estamos ligados na série A, B e C e no Campeonato Mineiro módulos I e II. Nós somos a voz da Zona Norte de Juiz de Fora para o Brasil e o Mundo!!!”.
No website há links que encaminham às redes sociais e outras páginas da emissora, além de oferecer a possibilidade de o internauta ouvinte se cadastrar, deixar seu nome e foto, a partir de postagens com a hashtag “Tô na Trans” (#ToNaTrans), e ter sua foto na página inicial do sítio da Internet da rádio. 
O sítio eletrônico, até o momento, apresenta em sua página inicial, geralmente, as dez músicas mais tocadas e que dominam as paradas de sucesso da rádio no momento. Há também a intenção de transmitir a programação para o ouvinte através de vídeo, a partir do estúdio ao vivo, porém essa funcionalidade, apesar de estar na página inicial do website, não está em funcionamento. Ainda na página inicial é possível ter acesso, de maneira bem explicita, às publicidades que a rádio veicula a seu público. Alguns apoiadores culturais anunciados no sítio são as empresas: Benfica Celulares, Drogaria do Ricardo, Nogueira Imóveis, Empório Natural, Centro Empresarial Sotero, Norte Gourmet, CIMfort Materiais de Construção, Rafael Pizza Delivery e etc.
No website há ainda um link para conhecer a equipe da emissora. São expostos fotos, cargos e, em alguns casos, apelidos para todo público tomar conhecimento. Atualmente há fotos, nomes e apelidos e cargos, respectivamente dos seguintes membros da Trans FM: Rodiney Henrique – locutor; Valdecir Oliveira (Badeco) – locutor entrevistador; Cláudio Silva (Cacau) – Diretor Geral; Robson Silva (O craque da voz) – narrador esportivo; Cleber Gualberto – locutor; Dalvan Luiz (o menino sorriso) – repórter esportivo; Marcelo Ignácio (mestre dos magos) – repórter esportivo.
Na página da internet é possível conhecer a programação com horários e nomes dos programas e acessar notícias em campos subdivididos em Atualidades; Esportes; notícias; política; Saúde e beleza. As notícias são geralmente desatualizadas e sem autoria própria, mas devidamente referenciadas com terceiros como fonte de pesquisa. 
Na borda superior da página inicial do endereço eletrônico há links para as redes Sociais oficiais (Facebook e Youtube) da emissora.
Na Rede social Facebook a rádio se auto declara a partir do seguinte texto: “ Uma rádio a serviço da comunidade!! Com uma programação popular a rádio Trans FM leva música, entretenimento, informação e esporte para o Mundo, Brasil, Minas Gerais, Juiz de Fora e Zona Norte!! Trans FM a voz da Zona Norte”. Pela Rede Social é possível interagir através de bate papo com os locutores e fazer pedidos de músicas, um outro canal de comunicação além do telefone fixo e do Aplicativo WhatsApp. A emissora tem mais de 2.500 seguidores no Facebook.
No canal de vídeos do Youtube, o público é mais tímido, há apenas seis inscritos e há o seguinte texto auto descrevendo o canal: “Inscreva no nosso canal e fique por dentro do mundo do futebol de Juiz de Fora, Minas Gerais, Brasil !!!!!!!! Rádio Trans FM !!!! Visite nosso site: www.radiotransfm.com.br”. No canal há apenas onze vídeos que geralmente tratam de assuntos esportivos e tem poucas visualizações, o vídeo mais acessado e mais assistido do canal tem pouco mais de oito meses de publicação e o título “Repórter 87,9 conversas com o capitão do Tupi Edmário”, com apenas duzentas e sessenta e seis visualizações.
2.2. A EQUIPE.
A equipe que compõe uma rádio comunitária vai desde seus ouvintes a seu diretor geral, todos são membros da emissora, já que todos têm um objetivo comum e coletivo que é de dar visibilidade aos anseios e necessidades de sua população. Na rádio Trans FM, pretende-se abordar sua equipe de membros que trabalham transmitindo sua programação.
Atualmente as vozes que são transmitidas através da Trans FM 87,9 são de locutores amadores, sem formação específica para rádio ou área de comunicação, mas em contrapartida conta também com locutores experientes que pela diversidade de situações vividas no ambiente radiofônico dominam e atendem às expectativas de seu público. Os nomes e apelidos e cargos, respectivamente dos seguintes membros da Trans FM: Rodiney Henrique é locutor; Valdecir Oliveira, popularmente chamado de Badeco, exerce atividade de locutor entrevistador; Cláudio Silva (Cacau) é o Diretor Geral; Robson Silva, conhecido na programação como “O craque da voz” se propõe a narrador esportivo; Cleber Gualberto é locutor; Dalvan Luiz, carinhosamente chamado de “o menino sorriso” é repórter esportivo; Marcelo Ignácio, conhecido popularmente como mestre dos magos exerce funções de repórter esportivo.
Valtecir de Oliveira, o famoso locutor esportivo mais conhecido como Badeco, de 37 anos está na emissora há um ano participa de programas esportivos e, no início de sua carreira, demonstra ser um profissional grato pela oportunidade concebida pelo diretor da Trans FM. Em suas palavras, Oliveira depõe (informação verbal, depoimento transcrito no Anexo 2):
(...) percebo que que tenho uma ligação muito grande da rádio, com a comunidade. Existe na rádio, uma procura muito grande de serviços de utilidade, por pessoas que perdem documentos. Eu coloco a rádio como rádio à moda antiga, como uma prestadora de serviços. Vejo a rádio como uma rádio que dá oportunidade para pessoas que gostam de rádio. Em minha trajetória, que veio de rádios que não eram legalizadas, cheguei até a Trans FM, através do convite do Cacau, diretor da rádio. Ele (Cacau) abriu a oportunidade para um trabalho que gosto, que é a parte esportiva e nesta oportunidade pretendo lapidar o meu talento e participar de outras programações. Sou muito grato a rádio pela oportunidade dada a minha carreira. (OLIVEIRA, (2017, s/pag.)
 Valtecir de Oliveira, o famoso locutor esportivo mais conhecido como Badeco, de 37 anos está na emissora há um ano participa de programas esportivos e, no início de sua carreira, demonstra ser um profissionalgrato pela oportunidade concebida pelo diretor da Trans FM. Em Outros locutores difundem a programação para comunidade. Rafael Luiz Braga, morador do bairro Nova Era, além de anunciante é locutor da emissora e está em ambos os lados; como ouvinte, apoiador cultural e locutor, colaborando para que a comunidade esteja dentro da emissora de diversos pontos de vista. A equipe assume um papel social de ajudar seus ouvintes e executam serviços como “achados e perdidos” de documentos, serviços de zoonoses, saúde, educação e lazer em geral.
Entre seus locutores destacam-se também os locutores voluntários que são responsáveis por miniprogramas e difundem programação sem estarem em nomenclatura na página do sítio eletrônico da emissora. Carlos Alberto Ferreira de 53 anos, foi parceiro da rádio em 2014 e transmitiu duas competições pela emissora. Em depoimento Ferreira (2017, s/pag.) relata (informação verbal, depoimento transcrito no Anexo 3):
Transmitimos os jogos do Tupi no campeonato mineiro e na série C do campeonato brasileiro e alguns jogos do campeonato carioca. No campeonato mineiro, iniciamos as transmissões da competição tendo o jornalista Luiz Storino como narrador, jornalista formado na UFJF e radicado em São José do Rio Preto no interior paulista. Durante o campeonato mineiro, Storino precisou retornar ao interior paulista, e nós trouxemos para a equipe o Marco Antônio Campos, que revezava nas narrações com o Jurandir de Oliveira. Kilder Oliveira cuidava da parte técnica e comentava os jogos do Tupi. Nos jogos do campeonato carioca nós tivemos alguns comentaristas convidados: Humberto Zaghetto, Gilberto Cordeiro, Robson Silva e Jota Soares. Durante o campeonato mineiro a equipe esportiva da Trans FM foi a Tombos transmitir Tombense e Tupi, partida essa que marcou a estreia do Mar Antônio Campos na narração da emissora. Na Série C o Tupi jogou contra o Juventude de Caxias do Sul em Muriaé (o estádio de Juiz de Fora estava passando por reforma). A Trans FM transmitiu com a narração do Jurandi de Oliveira. Tupi e Mogi Mirim, no interior paulista, teve a narração do Batista Gabriel, competente narrador e advogado de Mogi Guaçu. A nossa última transmissão na emissora foi em outubro de 2014, com o jogo Tupi e Paysandu, em Juiz de Fora. Foi um período curto, como membro da emissora, mas foi um período de aprendizado. FERREIRA (2017, s/pag.)
A equipe de locutores e repórteres da emissora é sucinta e composta apenas por homens, fato que induz que as mulheres ainda necessitam de uma conquista nesse espaço radiofônico, nessa emissora. Os apoiadores culturais são diversos e juntamente com os ouvintes interagem com os locutores e repórteres.
2.3. A PROGRAMAÇÃO.
A programação da emissora se apresenta através de programas que variam e não seguem especificadamente a tabela abaixo. Os programas visam abordar a cultura religiosa de três tipos de crenças; católica, evangélica e espírita. O futebol substitui a programação relatada e o futebol, cargo chefe da emissora, entra na programação substituindo os programas definidos e são transmitidos ao vivo ou retransmitidos de outros meios de comunicação, através da Televisão, por exemplo. A rádio atende a toda comunidade e não há um perfil definido de ouvinte já que a emissora trata de maneira democrática a questão do gênero musical, informação e crenças da grande população em torno da emissora. Se a emissora não tem um perfil de ouvinte definido, várias pessoas, das mais variadas religiões, idades e perfil social são membros da rádio como ouvintes ou como colaboradores voluntários.
O programa Voz do Brasil, intitulado como exigência pela Lei número 4.117/1962 em seu artigo 38 obriga as emissoras de rádio comunitária transmitir seu conteúdo. Na rádio Trans FM 87,9 o conteúdo contido na referida Lei não é transmitido pela emissora durante seu horário (19:00 às 20:00 horas). Nesse período de tempo é apresentado programação musical e/ou religiosa.
A programação relatada na Tabela a seguir se diverge também da relação de programas disponíveis no sítio eletrônico da emissora, ou seja, a tabela serve apenas de base e não se conclui na prática. O ouvinte pode se deparar com transmissões de partidas de futebol, noticiário esportivo ou outro tipo de programação especial em qualquer momento do dia.
	HORÁRIO
	NOME DO PROGRAMA
	00:00 às 07:00 H
	SERTANEJO RAIZ MADRUGADA
	07:00 às 09:00 H
	COLETÂNIA AMADO BATISTA
	09:00 às 10:10 H
	MENSAGEM QUADRANGULAR
	10:10 às 12:00 H
	SHOW DA ALEGRIA
	12:00 às 14:00 H
	AS MAIS PEDIDAS
	14:00 às 18:00 H
	TARDE DE SUCESSO
	18:00 às 18:30 H
	MOMENTO DE FÉ
	18:30 às 19:30 H
	EVANGELIZANDO
	19:30 às 20:10 H
	ESPIRITISMO ESTÁ NO AR
	20:10 às 00:00 H
	FLASH BACK
3. RÁDIOS TRANS FM E A PRESTAÇÃO DE SERVIÇO À COMUNIDADE 
 
As rádios comunitárias são produto de sua localidade e deve servir a mesma para fins de bem comum, ou seja, bem coletivo e democrático de todas as suas partes. A rádio deve oferecer prestação de serviço a seu público e estimular o debate visando o enriquecimento das ideias, acesso a informações e possibilidade de atuação comunitária dentro de sua programação para que se conclua a democratização da comunicação. Peruzzo (2007, pag. 5) defende que a questão da comunicação no Brasil é controvérsia, abordando a questão comunitária e estabelecendo críticas:
Por ocorrer uma vulgarização do uso do termo “comunitário”, há visões distorcidas do que ela venha a ser na prática. Em última instância, não basta a um meio de comunicação ser local, falar das coisas do lugar e gozar de aceitação pública para configurar-se como comunitário. A comunicação comunitária que vem sendo gestada no contexto dos movimentos populares é produzida no âmbito das comunidades e de agrupamentos sociais com identidades e interesses comuns. É sem fins lucrativos e se alicerça nos princípios de comunidade, quais sejam: implica na participação ativa, horizontal e democrática dos cidadãos; na propriedade coletiva; no sentido de pertença que desenvolve entre os membros; na co-responsabilidade pelos conteúdos emitidos; na gestão partilhada; na capacidade de conseguir identificação com a cultura e interesses locais; no poder de contribuir para a democratização do conhecimento e da cultura. Portanto, é uma comunicação que se compromete, acima de tudo, com os interesses das “comunidades” onde se localiza e visa contribuir na ampliação dos direitos e deveres de cidadania. (PERUZZO, 2007, pag. 5)
Ainda segundo Peruzzo (2007, pag. 5) O espaço de mídia comunitária é um campo de conflitos e não existe um modelo com características definidas, pois a comunicação comunitária vai se revelando em uma pluralidade de formas. Dessa maneira, a rádio Trans FM, em questão, tem o seu perfil definido por seus gestores e buscam atender a demanda da comunidade geralmente através da interação através de aplicativos de mensagens instantâneas, telefones fixos, site e redes sociais.
A comunidade ouvinte da emissora geralmente é o público humilde da área atendida. Esse público tem em mãos a ferramenta social para construir mecanismos que levem a ampliação da cidadania e consequentemente a conquista de direitos, a ascensão social e a divulgação das pluralidades de ideias e crenças. Segundo Peruzzo (2007, pag. 19) a democracia no poder de comunicar é uma condição para a ampliação da cidadania em dimensão cultural que engloba nas lutas por outras dimensões da cidadania, citadas econômica e política, como exemplos.
 No contexto da prestação de serviços ofertados, a Trans FM busca cumprir o seu papel como emissora comunitária em posso de sua comunidade local. Através de informativos, que sejam de interesse dos seus membros, abordando oportunidades de emprego, vagas em cursos ofertados na região, divulgação dos principais eventos cívicos, divulgação dos processos democráticos de escolha dos líderesde bairros, divulgação de eventos religiosos e festividades que enaltecem a cultura local de seus bairros. Os serviços com maior frequência são de utilidades públicas que visam divulgar períodos de vacinação nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) dos bairros atendidos, para divulgar documentos perdidos ou até mesmo para reclamar da má qualidade dos serviços públicos prestados dentro da área de transmissão da emissora.
 
	3.1. O PAPEL DA INFORMAÇÃO 
Os homens e mulheres se comunicam diariamente e assim geram uma comunidade falante, comunicativa e ativa em suas crenças e valores. A cultura de uma sociedade é definida pelos costumes adquiridos ao longo dos anos e da vivência com seus semelhantes. No contexto de uma rádio comunitária, a emissora deve possibilitar e incentivar essa troca de comunicação e a prestação de serviços ofertando a canais de comunicação que se efetivem e objetivam determinado fim. Como afirma Peruzzo (2007, pag. 21) a participação popular realiza-se de maneira livre e com autonomia:
A participação popular nas experiências mais avançadas de comunicação comunitária representa um avanço significativo na democracia comunicacional. Ela é essencial das organizações populares porque pode se constituir na diferença que ajuda a ampliar o exercício da cidadania. A comunicação comunitária tem o potencial de contribuir para a ampliação da cidadania não só pelos conteúdos críticodenunciativo-reivindicatórios e anunciativos de uma nova sociedade, mas pelo processo de fazer comunicação. Há uma relação dinâmica entre comunicação e educação que merece ser analisada. (PERUZZO, 2007, PAG. 21)
 Nesse contexto, a Trans FM busca cumprir o seu papel como emissora comunitária em posso de sua comunidade local através de uma abordagem significativa de sua comunidade. No dia de sete de setembro, dia que se comemora a independência do Brasil, são realizados atos que contribuem para edificação da cidadania e valorização do sentimento patriótico de seus cidadãos. Um desfile cívico, realizado pelas instituições educacionais da Zona Norte de Juiz de fora é realizado no bairro Benfica e conta com o apoio da emissora que busca não só divulgar as festividades e eventos cívicos realizados pela comunidade, mas também estabelece mecanismos que insira a comunidade como núcleo das ações realizadas.
Sobre essa festividade, a presidente da associação de moradores do bairro Benfica, Aline Rocha Junqueira, jornalista, faz um depoimento que enaltece a cobertura e ainda levanta pontos relevantes sobre o papel da informação difundido pela emissora (informação verbal, depoimento transcrito no Anexo 4):
A rádio comunitária de Benfica é muito importante, pois eles vão tratar de assuntos da comunidade que não vão ser abordados nos veículos tradicionais de comunicação da cidade. Por exemplo, a Trans FM faz a cobertura do desfile cívico que acontece na região e que é um dos maiores eventos ocorridos da Zona Norte, onde se coloca dez mil alunos para participar do desfile (...) a rádio também abre espaço para que a comunidade escute as notícias locais, já que o perfil dos ouvintes da rádio são pessoas interessadas e voltadas para as questões locais. A rádio já é uma rádio consolidada e tem um tempo grande de existência e, ainda, tem sua dificuldade de existir como veículo comunitário, por que mesmo pequena, faz “barulho” e incomoda muitas rádios comerciais. (JUNQUEIRA, 2017, s/pag.)
 
 Através do depoimento, Raquel Rocha Junqueira trata da informação em sua comunidade, como seus membros são beneficiados e a necessidade de expandir essa maneira comunicativa propondo, inclusive, parcerias com universidades e órgãos públicos e privados. A informação disseminada pela emissora comunitária Trans FM cumpre seu papel social, porém é possível ampliar esse serviço e inserir cada vez mais os bairros na Zona Norte de juiz de fora na construção, participação e lapidação da participação da emissora. Através de um papel ativo de seus membros a emissora ampliará o papel de suas informações e trará a comunidade como centro de interesse de sua programação.
	3.2. O PAPEL DA COMUNIDADE 
A comunidade unificada tem o maior e mais importante papel dentro da execução de serviços em emissoras comunitárias. Cabe a comunidade participar e cobrar seu direito de participação, bem como expor seus anseios e pontuações para a construção de uma emissora democrática, a serviço do povo e para o povo. Aos ouvintes moradores da região de cobertura da rádio, é necessário bem mais que um chamamento para participar das questões sociais levantadas e discutidas pela comunidade através da emissora, mas que sejam executadas programações e executem campanhas conscientizando os membros da emissora de sua possibilidade, necessidade e relevância na participação de reuniões e votações que definirão os passos e conclusões do produto de comunicação em poder da população.
A Rádio Trans FM atua em parceria com sua comunidade, apesar de um número tímido de ouvintes que participam diretamente, indiretamente toda a comunidade possui elo com a emissora e vários são os casos relatados em que através da emissora a comunidade se beneficiou dos serviços prestados pela emissora. A moradora do bairro Benfica, Patrícia Maria de Freitas, 26 anos, ouvinte da rádio e membro indireto da emissora, conta em depoimento como a rádio exerceu um papel relevante e essencial em um momento delicado. (Informação verbal, depoimento transcrito no Anexo 5):
 Perdi minha carteira de documentos, em uma manhã, nas ruas do bairro Benfica, fiquei desesperada pois estavam lá todos os meus documentos pessoais. Tive a ideia de ir até à Trans FM e anunciar a perda dos documentos. Ao chegar a emissora, fui muito bem recebida e no momento que fiz o pedido o locutor já anunciou a perda de seus documentos e durante toda a tarde repetiu a informação (...) no dia seguinte os meus documentos foram entregues na emissora e para mim isso foi uma grande ajuda. (FREITAS, 2017, s/pág.) 
Como relata a moradora em depoimento, a Rádio Trans FM atua em prol de sua comunidade e esse é um exemplo típico do serviço esperado um emissora nesse padrão. Contudo não se espera que a comunidade participe em momentos delicados e de utilidades púbicas como o relatado. Almeja-se que a comunidade esteja ativa a todos os assuntos abordados pela emissora. Em depoimento, Herculis Miguel de Souza, de 34 anos, morador do bairro Araújo e ouvinte da emissora há mais de dez anos fala sobre a necessidade de uma maior participação da comunidade na emissora. (Informação verbal, depoimento transcrito no Anexo 6): 
 Gosto muito de ouvir a rádio, ela tem uma programação boa. Mas, falta mais apoio da própria comunidade. A comunidade poderia ser mais engajada em prol da rádio Trans FM que ajuda tanto a comunidade. Gosto como a emissora trata seus ouvintes, jeito simples e humilde. Na emissora são todos iguais (ouvintes, anunciantes, locutores) e isso, acho muito importante. (SOUZA, 2017, s/pag.) 
De acordo com o exposto, próprios membros da comunidade em questão estão de acordo com o fato de que a participação comunitária deveria ser maciça e ter maior benefício através de uma participação ativa. O papel da comunidade que gira em torno da Trans Fm, são seus ouvintes e por consequência membros dessa emissora, é participar de maneira relevante à programação, estabelecendo prioridades, metas e definindo quaisquer que sejam os assuntos referente à programação, informação e todo o conteúdo que a rádio veicula, desde que as decisões respeitem as culturas de outros povos, não tenha intenção de preconceito ou exclusão racial ou de gênero e, que acima de tudo, não fira a Constituição Federal e os Direitos Humanos.
CONCLUSÃO

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