Buscar

RESPOSTA A ACUSAÇÃO Plano de Aula 3

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 7 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 7 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 2ª VARA CRIMINAL DO FORO 
DA COMARCA XXX – ESTADO XXXX 
 
 
 
 
Ação Penal n.º XXX 
Autor: Maísa 
Réu: Alessandro 
 
 
 
 ALESSANDRO, nacionalidade (XXX), estado civil (XXX), profissão (XXX), filiação 
(XXX), 26 anos de idade, portador da Cédula de Identidade RG sob nº (XXX) e inscrito 
no CPF sob nº (XXX), por intermédio de seu procurador judicial infra-assinado 
(procuração em anexo), vem, mui respeitosamente, a presença de Vossa Excelência, 
oferecer 
 
RESPOSTA À ACUSAÇÃO 
 
consoante a previsão legal do artigo 396 – A do Código de Processo Penal, aos autos em 
epígrafe, movidos por MAÍSA, já devidamente qualificada, pelos fatos e fundamentos 
a seguir narrados. 
 
 
 I – SÍNTESE FÁTICA 
 
 A Autora alega que em agosto/2016 o Réu, que estava em sua residência 
para assistir a um jogo de futebol, aproveitando que não havia outras pessoas na casa 
e ainda de que ela seria incapaz por ser deficiente mental, a constrangeu para manter 
com ele conjunção carnal, fato que ocasionou a gravidez da mesma. 
 
 Excelência, não procede às alegações da Autora, uma vez que as partes 
mantinham relacionamento amoroso há algum tempo e que era de conhecimento dos 
familiares que moram com o Réu (Olinda, sua avó e, Alda, sua mãe), aliás, a Autora 
sequer é portadora de deficiência mental e ressaltam-se, todas as relações mantidas 
com Maísa foram consentidas. 
 
 Ademais, a demanda em tela sequer teve o consentimento da Autora 
para ser ofertada, sendo que o promotor agiu por conta própria e ainda, não há 
quaisquer indícios que a Autora possui debilidade mental e certamente o seu 
depoimento seria a favor do Réu. 
 
 
 II – DAS PRELIMINARES 
 
 II.I – CARÊNCIA DA AÇÃO POR ILEGITIMIDADE ATIVA 
 
 Importante frisar que não foi juntado laudo pericial que comprove a 
debilidade mental da Querelante. Assim, a ausência de prova de incapacidade 
descaracteriza o crime tipificado pelo Ministério Público, qual seja, o disposto no 
artigo 217- A do Código Penal (Estupro de Vulnerável), caracterizando supostamente a 
conduta do artigo 213 do mesmo código. 
 
 Ademais, segundo previsão legal do artigo 225 do Código Penal, a 
conduta tipificada como Estupro de Vulnerável “procede-se mediante ação penal 
pública condicionada à representação” e, no caso em tela, não se procedeu de tal 
maneira. 
 
 Evidente que o requisito apresentado no artigo 225, CP não foi cumprido 
e a inobservância consubstancia um vício insanável. Neste sentido, corrobora o 
entendimento jurisprudencial: 
 
RHC – PROCESSUAL PENAL – AÇÃO PENAL – 
REPRESENTAÇÃO – A AÇÃO PENAL, DEPENDENTE DE 
REPRESENTAÇÃO, RECLAMA MANIFESTAÇÃO DO OFENDIDO 
PARA ATUAÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO. SEM ESSA 
INICIATIVA, A AÇÃO PENAL NASCE COM VÍCIO INSANÁVEL. 
(STJ – RHC: 6699 PR 1997/0057589-6, Relator: Ministro 
ANSELMO SANTIAGO, Data do Julgamento: 05/05/1998, 
T6 – SEXTA TURMA, Data da Publicação: DJ 01.06.1998 
p.186 RSTJ vol. 106 p. 436) 
 
 
Importante destacar que a ação pode ter sido proposta sem o requisito da 
representação, pelo fato de que a suposta Vítima sequer quis dar ensejo a Ação Penal 
em tela, tendo o promotor agido por conta própria. 
 
Sendo assim, pugna pelo acatamento da preliminar arguida e a 
consequente extinção do processo sem julgamento do mérito. Caso reste vencida a 
preliminar, no mérito também não há prova que leve a uma possível condenação do 
Acusado. 
 
 
 III – DO MÉRITO 
 
 Cumpre salientar que o Acusado mantinha relação de namoro com a 
suposta Vítima, relação que era de conhecimento de sua avó materna, Olinda, e sua 
mãe, Alda, que moram com ele e, ainda, todas as relações mantidas com ela eram 
consentidas. 
 
Pois bem! Não há prova cabal nos autos de que a Vítima possui debilidade 
mental, sendo assim, elimina-se desde logo a hipótese de estupro de vulnerável, 
previsto no artigo 217-A do Código Penal. Logo, a Vítima é capaz, não houve 
constrangimento e tampouco o Acusado se aproveitou da situação por estar sozinha 
com a Vítima. 
 
Ressalta-se, as relações mantidas com a Vítima eram consentidas! 
 
Ora Excelência, quando foi que o fato de uma pessoa estar grávida 
pressupôs que ela foi estuprada? Deveria ter sido juntado nos autos laudo que 
comprovasse ao menos a conjunção carnal e não a gravidez da Vítima! 
 
Acerca da carência de provas da conduta delitiva, corrobora o 
entendimento do Tribunal de Justiça do Estado de Santa Catarina: 
 
APELAÇÃO CRIMINAL. CRIME CONTRA A DIGNIDADE 
SEXUAL. IMPUTAÇÃO DE ESTUPRO COMETIDO CONTRA 
VÍTIMA VULNERÁVEL, PORTADORA DE DEFICIÊNCIA 
MENTAL (ART. 217-A, § 1º, DO CÓDIGO PENAL). SENTENÇA 
ABSOLUTÓRIA. RECURSO DO MINISTÉRIO PÚBLICO. 
REQUERIDA CONDENAÇÃO DO ACUSADO NOS TERMOS DA 
DENÚNCIA. INVIABILIDADE. MATERIALIDADE DELITIVA 
NÃO COMPROVADA. ARCABOUÇO PROBATÓRIO NO 
SENTIDO DE QUE O ACUSADO MANTEVE RELAÇÕES SEXUAIS 
COM A SUPOSTA VÍTIMA DURANTE O PERÍODO DE 
CONVIVÊNCIA EM UNIÃO ESTÁVEL. AUSÊNCIA DE 
PROVAS CONTUNDENTES SOBRE A FALTA DE 
DISCERNIMENTO DA VÍTIMA NA ÉPOCA DOS FATOS. 
INEXISTÊNCIA, OUTROSSIM, DE PROVA A RESPEITO 
DA CIÊNCIA DO ACUSADO SOBRE TAL 
CIRCUNSTÂNCIA. PECULIARIDADES DO CASO 
CONCRETO QUE ENSEJAM DÚVIDA. APLICAÇÃO DO 
PRINCÍPIO IN DÚBIO PRO REO. MANUTENÇÃO DA 
SENTENÇA ABSOLUTÓRIA. RECURSO MINISTERIAL 
DESPROVIDO. À míngua de provas robustas do ilícito 
narrado à inicial, impossível a condenação do réu, não 
bastando, para tanto, somente a presença de indícios 
isolados ou a eventual certeza moral do cometimento do 
delito. Afinal, no processo penal, para que se possa 
concluir pela condenação do acusado, necessário que as 
provas juntadas ao longo da instrução revelem, de forma 
absolutamente indubitável, sua responsabilidade por fato 
definido em lei como crime. (TJSC, Apelação Criminal n. 
2014.001385-9, de Anita Garibaldi, rel. Des. Paulo 
Roberto Sartorato, j. 01-07-2014). 
 
 
Ademais, a Vítima sequer quis dar ensejo a ação em tela, sendo segundo 
as informações que dispõe o Réu, o promotor agiu por conta própria. 
 
Diante disso, requer seja encerrado a Ação Penal, absolvendo o Réu, 
tendo em vista que não há prova cabal de que o mesmo forçou a suposta Vítima a 
manter relação sexual consigo, nem mesmo há prova de que a relação sexual entre 
ambos existiu, tendo em vista que há apenas um laudo de gravidez juntado aos autos. 
 
 
 IV – REQUERIMENTOS 
 
 Diante do exposto, requer: 
 
 1 – Seja acatado a preliminar de ilegitimidade passiva com a 
consequente anulação da presente Ação Penal, com fulcro no artigo 395, inciso II e 
564, inciso II do Código de Processo Penal; 
 
 2- Caso Vossa Excelência entenda ultrapassada a preliminar arguida, 
seguindo a ordem do princípio in dubio pro reo, requer a absolvição sumária do Réu 
com enfoque ao artigo 397, inciso III do Código de Processo Penal, tendo em vista a 
carência de provas cabais quanto a prática da conduta criminosa; e 
 
 3- Caso reste ultrapassado todos os requerimentos acima, requer a 
realização de Exame Pericial para fins de verificação da suposta debilidade mental da 
suposta Vítima. 
 
 
 
 
Nestes temos, 
Pede e aguarda deferimento 
 
Local, data, mês, ano. 
 
ADVOGADO 
OAB/UF 
Assinatura 
 
 
 
 
 
 
 
 
Anexos: 
1 – Procuração 
 
PROCURAÇÃO 
 
OUTORGANTE: ALESSANDRO, nacionalidade XXX, estado civil XXX, profissão XXX, 
filiação XXX, 26 anos de idade, portador da Cédula de Identidade RG sob nº XXX e 
inscrito no CPF sob nº XXX, residente e domiciliadoXXX. 
OUTORGADO: NOME XXX, nacionalidade XXX, estado civil XXX, advogado inscrito na 
OAB/UF nº XXX, portador da carteira de identidade RG sob nº XXX, inscrito no CPF/MF 
sob nº XXX, com escritório profissional no endereço XXX. 
PODERES: Os mais amplos, gerais e ilimitados poderes com a cláusula ad judicia para 
o foro em geral ou onde com esta se apresentar, para defender o Outorgante em 
quaisquer ações em que o mesmo seja Autor ou Réu, assistente, oponente ou de 
qualquer maneira interessado, podendo propor ações e delas variar, desistir ou 
recorrer, acompanhando-as em qualquer Juízo ou Tribunal, enfim, praticar todos os 
atos necessários ao fiel desempenho deste mandato, bem como poderes especiais para 
confessar, reconhecer a procedência do pedido, renunciar ao direito sobre o qual se 
fundamenta a ação, receber e dar quitação, firmar compromissos, fazer acordos e 
deliberar na fase conciliatória, transigir e substabelecer, em especial para defender 
os interesses do Outorgante na Queixa Crime sob nº XXX, proposta por XXX, onde é 
acusado de XXX, em trâmite perante a 2º Vara Criminal da Comarca XXX – Estado de 
XXX. 
 
Local, data. 
 
ALESSANDRO (Assinatura)

Outros materiais