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PARADGIMAS NO CÓDIGO CIVIL 2002, CONFRONTANDO COM OS DO CÓDIGO CIVIL DE 1916. PRINCÍPIOS ESTRUTURANTES E SUA APLICAÇÃO NA JURISPRUDÊNCIA DO SUPREMO TRIBUNAL DE JUSTIÇA

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0 
 
UNIÃO EDUCACIONAL DE CASCAVEL - UNIVEL 
FACULDADE DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS DE CASCAVEL 
 CURSO DE DIREITO 
 
 
 
 
 
 
 
PEDRO HENRIQUE COLET ORSO 
 
 
 
 
 
 
PARADGIMAS NO CÓDIGO CIVIL 2002, CONFRONTANDO COM OS DO 
CÓDIGO CIVIL DE 1916. PRINCÍPIOS ESTRUTURANTES E SUA APLICAÇÃO NA 
JURISPRUDÊNCIA DO SUPREMO TRIBUNAL DE JUSTIÇA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CASCAVEL - PR 
2014 
 
 
1 
 
PEDRO HENRIQUE COLET ORSO 
 
PARADGIMAS NO CÓDIGO CIVIL 2002, CONFRONTANDO COM OS DO 
CÓDIGO CIVIL DE 1916. PRINCÍPIOS ESTRUTURANTES E SUA APLICAÇÃO NA 
JURISPRUDÊNCIA DO SUPREMO TRIBUNAL DE JUSTIÇA. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Trabalho acadêmico apresentado à 
disciplina de Direito civil II, do Curso de 
Direito, da Faculdade de Ciências Sociais 
Aplicadas de Cascavel. 
 
Prof. Leonardo Cacau Santos La Bradlurg 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CASCAVEL - PR 
2014 
2 
 
SUMÁRIO 
 
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 03 
2 PARADGIMAS NO CÓDIGO CIVIL 2002, CONFRONTANDO COM OS DO 
CÓDIGO CIVIL DE 1916. PRINCÍPIOS ESTRUTURANTES E SUA APLICAÇÃO NA 
JURISPRUDÊNCIA DO SUPREMO TRIBUNAL DE JUSTIÇA................................04 
2.1 Socialidade ........................................................................................................ 04 
2.2 Eticidade ............................................................................................................ 06 
2.3 Operabilidade .................................................................................................... 08 
3 CONCLUSÃO ........................................................................................................ 11 
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 12 
 
 
 
 
3 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
 
Com o pós segunda guerra mundial o ordenamento jurídico começa observar 
a sociedade por outros ângulos, assume a figura do ser humano como centro do 
texto legal, assim surge a Constituição federal de 1988, que irradiou seus novos 
princípios para as demais normas infraconstitucionais, entre ela o código civil de 
2002, que vem a desconstruir a visão individualista liberal impregnada no código civil 
de 1916, assumindo novos paradigmas como a eticidade, socialidade e a 
operabilidade. 
Ademais é apresentado os novos paradigmas do código e com eles é 
demonstrado as alterações ocorridas no repassar do tempo entre o código de 1916 
e 2002 e demonstrado como é que a jurisprudência do Supremo tribunal de Justiça 
vem interpretando o novo texto legal. 
Os novos princípios vêm trazer a boa fé objetiva, a função social e a 
celeridade nos processos buscando maior eficácia e celeridade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
 
 
2. PARADGIMAS NO CÓDIGO CIVIL 2002, CONFRONTANDO COM OS DO CÓDIGO 
CIVIL DE 1916. PRINCÍPIOS ESTRUTURANTES E SUA APLICAÇÃO NA 
JURISPRUDÊNCIA DO SUPREMO TRIBUNAL DE JUSTIÇA. 
 
 
 
 O código civil de 1916 foi fortemente influenciado pelo período do Liberalismo 
econômico (século XVIII), aquele possui como escopo a proteção obsessiva pela 
proteção patrimonial, onde as figuras da propriedade privada e da liberdade 
contratual figuraram muitas vezes de forma absoluta sem a possibilidade de 
relativização, características essas que foram influenciadas pelo código civil 
Frances. 
Com advento da Constituição federal de 1988 não é difícil prever que os 
ideais da nova Constituição entraram em colisão com os ideais individualistas 
propostos pelo código civil de 1916. Assim o código civil de 2002 vem como uma 
adaptação aos novos ideais da Constituição, abandonando a concepção 
patrimonialista arraigada no antigo código civil, desse modo o novo código vem com 
a perspectiva de proteção da pessoa humana no âmbito das relações privadas, 
estabelecidos dessa forma através de três paradigmas: eticidade, socialidade e 
operabilidade, cada qual possuindo sua dimensão de aplicabilidade. 
 
2.1. Socialidade 
 
No que consta do paradigma da socialidade pode se observar neste caso que 
a figura individualista do antigo código sendo substituída por uma abordagem 
voltada para sociedade, abandonando o “eu” e ascendendo o “nós”. Assim nos traz 
a doutrina sobre o código de 1916: 
 
Nos dois últimos séculos, fortemente influenciados pelo positivismo 
jurídico e individualismo liberal, os juristas compreendiam que a 
satisfação de um interesse próprio significava a busca pelo bem 
individual, pois a soma de todos os bens individuais consagraria o 
bem comum da sociedade. Os homens seriam individualmente 
considerados como uma realidade em si mesma e a sociedade não 
 
 
5 
 
passaria de uma ficção. Não se cogitava da solidariedade, pois, a 
partir da vontade livre de cada indivíduo, seria possível alcançara 
felicidade coletiva. (FARIAS;ROSENVALD, 2011, p. 48) 
 
Com o pós-segunda guerra mundial que começa a se cogitar que o Direito 
subjetivo, ou seja, aquele que permite um indivíduo pretender um direito contra outro 
individuo, devia corresponder a uma função social. Assim quando tomado o tema 
função de um ponto de vista sociológico vemos que deve existir um elo entra a 
atividade e a necessidade do organismo social, desse modo o ordenamento jurídico 
permite que as pessoas satisfação seu interesse próprio, porém sem ferir as 
expectativas legitimas coletivas. Então a partir do conceito de função temos que 
esse assume o papel de finalidade social, e caso essa atividade individual não 
corresponda com esse preceito falecerá de legitimidade. 
Concomitantemente pode se afirmar que a função social serve como limite 
interno (estruturado no código) e positivo (valorizar e legitimar a atuação do 
indivíduo) do direito subjetivo. Desse modo pode parecer o individualismo liberal de 
1916 fora substituído por um coletivismo com o código de 2002, mas na realidade 
deve se pensar neste conceito como a garantia do bem comum, assim sendo a 
sociedade um meio para desenvolvimento das relações das pessoas. Exemplos do 
princípio da socialidade são os artigos 421(função social do contrato) e 1.228(função 
social da propriedade), além do artigo 5° da LINDB. Exemplo de aplicação no 
Superior Tribunal de Justiça, acórdão, julgado pela ministra Nancy Andrighi: 
 
“CIVIL. RECURSO ESPECIAL. AÇÃO DECLARATÓRIA 
CUMULADA COM PEDIDO DE COMPENSAÇÃO POR 
DANOS MORAIS. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. 
OMISSÃO, CONTRADIÇÃO OU OBSCURIDADE. NÃO 
OCORRÊNCIA. INADIMPLEMENTO DE TAXAS 
CONDOMINIAIS. DESPROGRAMAÇÃO DOS ELEVADORES. 
SUSPENSÃO DE SERVIÇOS ESSENCIAIS. 
IMPOSSIBILIDADE. EXPOSIÇÃO INDEVIDA DA SITUAÇÃO 
DEINADIMPLÊNCIA. VIOLAÇÃO DE DIREITOS DA 
PERSONALIDADE. DANOS MORAIS. CARACTERIZAÇÃO. 
1. Ação declaratória distribuída em 22.03.2011, da qual foi 
extraído o presente recurso especial, concluso ao Gabinete em 
26.09.2013. 
2. Cinge-se a controvérsia, além de apreciar a existência de 
omissão no acórdão recorrido, a definir se é possível impor 
restrição ao condômino inadimplente quanto à utilização dos 
6 
 
elevadores e, caso verificada a ilegalidade da medida, se a 
restrição enseja compensação por danos morais. 
3. Ausentes os vícios do art. 535 do CPC, rejeitam-se os 
embargos de declaração. 
4. O inadimplemento de taxas condominiais não autoriza a 
suspensão, por determinação da assembleia geral de 
condôminos, quanto ao uso de pedrserviços essenciais, em 
clara afrontaao direito de propriedade e sua função social e à 
dignidade da pessoa humana, em detrimento da utilização de 
meios expressamente previstos em lei para a cobrança da 
dívida condominial. 
5. Não sendo o elevador um mero conforto em se tratando de 
edifício de diversos pavimentos, com apenas um apartamento 
por andar, localizando-se o apartamento da recorrente no 
oitavo pavimento, o equipamento passa a ter status de 
essencial à própria utilização da propriedade exclusiva. 
6. O corte do serviço dos elevadores gerou dano moral, tanto 
do ponto de vista subjetivo, analisando as peculiaridades da 
situação concreta, em que a condição de inadimplente restou 
ostensivamente exposta, como haveria, também, tal dano in re 
ipsa, pela mera violação de um direito da personalidade. 
7. Recurso especial provido.”1 
 
 
2.2. Eticidade 
 
Com o paradigma da eticidade é que podemos presenciar o grande abismo 
entre os dois códigos o de 1916 e 2002. O código de 1916 abandonou 
questionamentos éticos e seguiram pelo formalismo jurídico da Europa do século 
XIX, estas correntes formalistas estudaram a manifestações do direito se negando a 
averiguar seu conteúdo, limitando a visão para a forma. Concepção advinda de 
Hans Kelsen (teoria pura do Direito) no qual restringe o direito por àquilo que foi 
prescrito pelo legislador. 
Desse modo o Código de 1916 se tornou um sistema fechado, não permitindo 
a entrada de valores sociológicos e filosóficos no ordenamento jurídico. A regra é 
simplesmente aplicada e representava ideal capitalista imposto, sendo dessa forma 
 
1 BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. Acórdão n° 1.401.815. Recurso especial. Relatora: Ministra 
Nancy Andrighi. Sessão de 03/12/2013. Dados.Disponível em:< 
https://ww2.stj.jus.br/revistaeletronica/Abre_Documento.asp?sSeq=1286654&sReg=201302964240&s
Data=20131213&formato=PDF>. Acesso em: 26 Mar. 2014. 
 
7 
 
o magistrado agindo como mero autômato reprodutor do texto de lei, dessa forma o 
direito podia ser tomado como Estado, pois este possuía é o detentor da lei. 
Com as atrocidades ocorridas na guerra os códigos e as constituições 
perceberam que há valores que brotam do ser humano. 
 
Ora, se a ética é a ciência do fim para o qual a conduta dos homens 
deve ser orientada, temos que, no Direito, o ideal para o qual uma 
sociedade orientará os seus fins e ações será justamente na 
afirmação livre e racional do valor justiça. O ordenamento jurídico é 
um elemento de luta e afirmação de justiça. Entre o direito-técnica e 
o direito-ética, deverá prevalecer a força do Direito sobre o Direito 
força. Enfim, o Direito é uma técnica a serviço de uma ética. 
(FARIAS;ROSENVALD, 2011, p. 53) 
 
 
O código civil de 2002 vem com as clausulas gerais captar o novo universo 
axiológico que se instalou, transformando o código civil em um sistema aberto, e 
através da amplitude das clausulas gerais pode se obtiver varias semânticas, assim 
permitindo que os valores adentrassem ao Direito privado, assim garantindo uma 
maior eficácia social e corrigindo os erros do código anterior. Com a abertura do 
código ocorreu a transformação que as normas não só mais prescrevem uma 
conduta como no de 1916, mas agora assumem o papel de um ponto de referencia 
interpretativo do qual o interprete se valorara para a aplicação. Desse modo 
permitindo a aplicação da teoria de Miguel Reale, teoria tridimensional do Direito. 
Exemplos da boa fé objetiva transmitida pelo código civil de 2002 através do 
principio da eticidade são os artigos 113, 187 e 422. 
Na jurisprudência do Superior tribunal de justiça é adotada a regra de conduta 
a boa fé objetiva que no caso do direito das obrigações se torna um modelo ideal de 
conduta, que se exige de todos integrantes da relação obrigacional (devedor e 
credor) na busca do correto adimplemento da obrigação. Exemplo de aplicação em 
acórdão do STJ ministra Nancy Andrighi: 
 
CIVIL. CONTRATOS. DÍVIDAS DE VALOR. CORREÇÃO 
MONETÁRIA. OBRIGATORIEDADE. RECOMPOSIÇÃO DO 
PODER AQUISITIVO DA MOEDA. RENÚNCIA AO DIREITO. 
POSSIBILIDADE. COBRANÇA RETROATIVA APÓS A 
RESCISÃO DO CONTRATO. NÃO-CABIMENTO. PRINCÍPIO 
8 
 
DA BOA-FÉ OBJETIVA. TEORIA DOS ATOS PRÓPRIOS. 
SUPRESSIO. 
1. Trata-se de situação na qual, mais do que simples renúncia 
do direito à correção monetária, a recorrente abdicou do 
reajuste para evitar a majoração da parcela mensal paga pela 
recorrida, assegurando, como isso, a manutenção do contrato. 
Portanto, não se cuidou propriamente de liberalidade da 
recorrente, mas de uma medida que teve como contrapartida a 
preservação do vínculo contratual por 06 anos. Diante desse 
panorama, o princípio da boa-fé objetiva torna inviável a 
pretensão da recorrente, de exigir retroativamente valores a 
título de correção monetária, que vinha regularmente 
dispensado, frustrando uma expectativa legítima, construída e 
mantida ao longo de toda a relação contratual. 
2. A correção monetária nada acrescenta ao valor da moeda, 
servindo apenas para recompor o seu poder aquisitivo, 
corroído pelos efeitos da inflação. Cuida-se de fator de reajuste 
intrínseco às dívidas de valor, aplicável independentemente de 
previsão expressa.Precedentes. 
3. Nada impede o beneficiário de abrir mão da correção 
monetária como forma de persuadir a parte contrária a manter 
o vínculo contratual. Dada a natureza disponível desse direito, 
sua supressão pode perfeitamente ser aceita a qualquer tempo 
pelo titular. 
4. O princípio da boa-fé objetiva exercer três funções: (i) 
instrumento hermenêutico; (ii) fonte de direitos e deveres 
jurídicos; e (iii) limite ao exercício de direitos subjetivos. A essa 
última função aplica-se a teoria do adimplemento substancial 
das obrigações e a teoria dos atos próprios, como meio de 
rever a amplitude e o alcance dos deveres contratuais, daí 
derivando os seguintes institutos: tu quoque, venire contra 
facutm proprium, surrectio e supressio. 
5. A supressio indica a possibilidade de redução do conteúdo 
obrigacional pela inércia qualificada de uma das partes, ao 
longo da execução do contrato, em exercer direito ou 
faculdade, criando para a outra a legítima expectativa de ter 
havido a renúncia àquela prerrogativa. 
6. Recurso especial a que se nega provimento.2 
 
 
 
 
2.3. Operabilidade 
 
 
2 BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. Acórdão n°1.202.514. Recurso especial. Relatora: Ministra 
Nancy Andrighi. Sessão de 21/06/2011. Dados. Disponível em:< 
https://ww2.stj.jus.br/revistaeletronica/Abre_Documento.asp?sSeq=1072785&sReg=201001239907&s
Data=20110630&formato=PDF>. Acesso em: 15 Mar. 2014. 
 
9 
 
Por fim o paradigma da operabilidade, ainda também chamado de paradigma 
da concretude. No código de 1916 era adotada a concepção individualista como já 
demonstrado, na qual tinha como fim a liberdade econômica plena, assim, para a 
legislação todos os indivíduos eram tomados como sujeito abstrato de direitos 
patrimoniais. 
Não era tomada a figura do ser humano em sua essência, mas sim o sujeito 
abstrato do qual era caracterizado pelo seu perfil econômico, dessa forma 
assumindo a figura, ou como contratante, ou como proprietário. Assim nos fala a 
doutrina (FARIAS;ROSENVALD, 2011, p. 56) “O desenvolvimento da personalidade 
era, até então, fruto da expansão do patrimônio, e não do respeito e estímulo à 
essência e à dimensão inerentes a cada um de nós”. Prestigiando dessa forma o 
‘Status econômico’ da pessoa e não sua concretude. 
A legislação tratava a todos de forma genérica, não observando suas devidas 
particularidades. 
Com o código de 2002 ocorreu uma transferência do centro do ordenamento 
jurídico, no qual se assumiua figura do ser humano em si, pode se observar no 
artigo 1 do mesmo código, objetivando alcançar a pessoa como destinatário direto 
da norma, observando as suas diversas peculiaridades que cada individuo possui, 
distinguindo dos demais. Assim, o contexto do qual se encontra a pessoa e sua 
desigualdade material vai decisivo na apreciação da sentença. 
Desse modo o Código civil de 2002 vem se preocupar com a efetividade da 
norma não sua estagnação e sua forma, objetivando torna mais célere, e acabar 
com a incerteza de resposta, e também tornar o caso observado o magistrado 
caberá julgar levantados a valoração do fato mediante ponderação das 
características de cada individuo e a atividade econômica desempenhada. 
 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL E CONSUMIDOR. AÇÃO CIVIL 
PÚBLICA. RECURSO ESPECIAL. DIREITO DE 
INFORMAÇÃO. VEÍCULOS SINISTRADOS. REGISTRO EM 
DOCUMENTO ÚNICO DE TRANSFERÊNCIA. AUSÊNCIA DE 
NORMA ESPECÍFICA. POSSIBILIDADE JURÍDICA DO 
PEDIDO. ARTIGOS ANALISADOS: 12 e 22 DO CTB; 267, VI, 
DO CPC; 6º DO CDC. 
1. Recurso especial, concluso ao Gabinete em 23/08/2012, no 
qual se discute a possibilidade jurídica do pedido de inclusão 
nos Documentos Únicos de Transferência - DUT a informação 
10 
 
de veículo sinistrado e integralmente indenizado. Ação civil 
pública proposta em 2007. 
2. Conquanto não haja previsão em lei ou norma 
regulamentadora que estabeleça a obrigação de inclusão no 
DUT da informação pretendida, a tutela e promoção da defesa 
do consumidor impõem ao Estado, por seus órgão e entidades, 
o dever de garantir a máxima efetividade e concretude dos 
direitos básicos elencados no art. 6º do CDC. 
3. A conformidade em tese do pedido com o ordenamento 
jurídico nacional é suficiente para afastar a impossibilidade 
jurídica do pedido e garantir o direito à apreciação do mérito da 
ação. 
4. Recurso especial provido.3 
 
 
 
3 BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. Acórdão n° 1.338.207. Recurso especial. Relatora: Ministra 
Nancy Andrighi. Sessão de 22/10/2013. Dados. Disponível em:< 
http://www.stj.jus.br/SCON/jurisprudencia/toc.jsp?tipo_visualizacao=null&processo=1338207&b=ACO
R&thesaurus=JURIDICO>. Acesso em: 26 Mar. 2014. 
 
11 
 
 
3 CONCLUSÃO 
 
Com a Constituição Federal de 1988 deu se uma nova visão ao ordenamento 
jurídico, onde a figura do ser humano conquista o palco principal, emanando dessa 
forma as demais normas infraconstitucionais, sendo o código civil de 2002 uma 
conquista aos princípios adotados da constituição. O novo código de civil se depara 
com uma nova visão, onde temos como paradigmas norteadores do novo código a 
eticidade, socialidade e a operabilidade ou ainda concretude, quem vem como forma 
contrária à concepção individualista liberal proposta pelo código civil de 1916. 
Para o paradigma da socialidade todo direito subjetivo deverá 
necessariamente corresponder uma função social, não simplesmente satisfazer o 
interesse próprio, mas sim que com o interesse individual leve as expectativas 
coletivas, limitando o interesse individual em prol da coletividade, visando o bem 
comum. 
A eticidade no código civil de 2002 penetra através de clausulas abertas, 
onde os operadores do Direito iram captar os valores que permeia a sociedade 
preenchendo o seu significado, garantindo dessa forma maior poder ao juiz para que 
encontre uma solução justa e equitativa. 
Já para o principio da operabilidade as normas do código civil buscam garantir 
a efetividade social, buscando de essa forma estabelecer rápidas formas de 
soluções de pretensão, bem como evitar a perpetuação de incertezas jurídicas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
12 
 
REFERÊNCIAS 
 
 
BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. Acórdão n° 1.401.815. Recurso especial. 
Relatora: Ministra Nancy Andrighi. Sessão de 03/12/2013. Dados.Disponível em:< 
https://ww2.stj.jus.br/revistaeletronica/Abre_Documento.asp?sSeq=1286654&sReg=
201302964240&sData=20131213&formato=PDF>. Acesso em: 26 Mar. 2014. 
 
BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. Acórdão n°1.202.514. Recurso especial. 
Relatora: Ministra Nancy Andrighi. Sessão de 21/06/2011. Dados. Disponível em:< 
https://ww2.stj.jus.br/revistaeletronica/Abre_Documento.asp?sSeq=1072785&sReg=
201001239907&sData=20110630&formato=PDF>. Acesso em: 15 Mar. 2014. 
 
BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. Acórdão n° 1.338.207. Recurso especial. 
Relatora: Ministra Nancy Andrighi. Sessão de 22/10/2013. Dados. Disponível em:< 
http://www.stj.jus.br/SCON/jurisprudencia/toc.jsp?tipo_visualizacao=null&processo=1
338207&b=ACOR&thesaurus=JURIDICO>. Acesso em: 26 Mar. 2014. 
 
FARIAS, Cristiano Chaves de; ROSENVALD, Nelson. Direito Civil:teoria 
geral.9.ed.Rio deJaneiro: Lumen Juris, 2001.

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