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Resenha Crítica sobre Agostinho e seus Críticos

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RESENHA CRÍTICA 
“Paucis Mutatis Verbis – O platonismo de Santo Agostinho” 
 
Cleveland Rodrigues do Prado 
 
DODARO, Robert; LAYLESS, George.Agostinho e seus críticos:artigos em 
homenagem a Gerald Bonner. Curitiba: Scripta Publicações Ltda, 2013. 
Traduzido por Caio Pereira 
 
Robert Dodaro, OSA é um padre católico da Ordem de Santo Agostinho. 
Nascido em 26 de janeiro de 1955 é professor do Instituto Patrístico 
Agostinianum, em Roma, onde leciona teologia. É também professor de 
teologia patrística na Pontifícia Universidade Laterense. Especialista nos 
escritos de Santo Agostinho de Hipona, sendo também co-editor chefe do 
“Augustinus-Lexikon”. Além de outros escritos. É graduado em Santo Agostinho 
no seminário de ensino médio na Holanda, em 1973. Hoje, é membro da 
comissão de Estudos para o Diaconato da Mulher, nomeado pelo Papa 
Francisco em 02 de agosto de 2016. 
 
George Patrick Lawless, OSA, nascido em 26 de setembro de 1930, é padre 
católico da Ordem de Santo Agostinho. Entrou para o seminário em 09 de 
setembro de 1947 e foi ordenado sacerdote em 4 de fevereiro de 1956, em 
Washington. Foi professor emétiro no Instituto Patrístico Agostinianum e na 
Faculdade de Teologi da Pontifícia Universade Gregoriana de Roma. Foi autor 
de muitos artigos e livros sobre Santo Agostinho, a sua regra e seus escritos. 
Devido a complicações de sua saúde, retornou para o mosteiro de São Tomás 
de Villanova, falecendo no dia 09 de março de 2016, aos 85 anos. 
 
Ambos professores são os organizadores responsáveis desta obra. 
 
A Obra é composta de 4 seções com o todo de 14 capítulos que abordam 
diversos temas abordados por Santo Agostinho em seus escritos. Cada um dos 
capítulos conta com a cooperação de 1 renomado professor através de seus 
artigos publicados. 
 
Visitando diversas obras de Santo Agostinho e inspirados pelo exemplo do 
professor Gerald Bonner - a quem esta obra é dedicada – os colaboradores 
examinaram alguns dos argumentos de críticos atuais de Agostinho com o 
intuito de dar respostas a estas críticas e de argumentar a favor de algumas 
neglicenciadas e impopulares de Agostinho, conforme é exposto no 2º 
parágrafo da introdução. 
 
O objetivo desta resenha é apresentar o conteúdo de uma determinado 
capítulo, a livre escolha, procedendo com a análise crítica do mesmo. Sendo 
assim, debruçarei sobre o o quarto capítulo: “Paucis Mutatis Verbis – O 
platonismo de Santo Agostinho”, artigo de Prof. Robert Crouse, colaborador. 
Este capítulo se debruça sobre a questão Agostinho x Platão. Haveria nos 
escritos de Agostinho certo platonismo? Seu platonismo teria vindo do contato 
direto com os textos de Platão ou de Plotino ou Porfírio? Ou quem sabe de 
outros platonistas? Como Cícero, de Jâmblico ou de outros? Assim esse 
capítulo discorre em indagações até mesmo sobre Ambrósio, Orígenes e 
outros padres gregos e latinos, como relatado no 3º parágrafo. 
 
A primeira tese de neoplatonismo em Agostinho parte de Prosper Alfaric, em 
1918 que foi criticada mas não desapareceu. Mas, como dever-se-ia pensar 
Agostinho? Apenas como uma cristão influenciado pelo pensamento platônico? 
Numa síntese de ambos? Ou seria ele um antiplatônico? 
 
Muitos são os questionamentos e as incertezas. Para Eckard König seria muito 
mais que uma questão meramente filosófica ou religiosa, pois, o vendo como 
cristão sua filosofia seria secundária ou vendo-o filósofo seu cristianismo 
poderia ser secundário. Mas é apenas um pressuposto, embora a idéia de 
helenização do cristianismo seja associada ao nome de Adolf Harnack. 
Esse paradigma é um problema interpretativo descrito por Johannes Hessen, 
da teologia moderna. 
 
Para Anders Nygren, em sua obra “Eros und Agape”, ele apresenta uma crítica 
anti-helênica, como um amálgama ilegitimo de conceitos platônicos e cristãos 
com o intuito de distorcer o pensamento e a piedade cristãos ocidentais por mil 
anos. Para ele é impossível a síntese de eros com ágape, por estarem em 
contradição mútua. Apesar deste pensamento de Nygren ser frequentemente 
criticado por John Burnaby e outros, ainda é popular por ser coerente com o 
pensamento anti-helênico do século XX. 
 
Luigi Pizzolato aponto que a relação natureza-graça e a “sintese” de Agostinho 
apresenta que a graça não destrói a natureza, mas a aperfeiçoa. Para 
Agostinho é uma reordenaçao do amor pela graça. 
 
Assim, há um longo caminho apresentado de críticos que defendem que exista 
certa síntese entre o cristianismo e o platônismo pagão, e aqueles que afirmam 
não haver possibilidade nessa síntese, sendo altamente contrários a tal 
afirmação. 
 
É sugerido, para um leitor iniciante que aprofunde-se nos conceitos platônicos 
para melhor compreensão, bem como visitar Plotino e sua doutrina, como 
sugere Étienne Gilson, como questões ainda não definidas, pois, para Gilson 
há uma certa confusão entre a emanação de Plotino com a noção cristã de 
criação (Dodaro, Lawless, pg 67, 2º§). O texto é denso e necessita maior 
atenção, bem como o ato de revisar conceitos e buscar as fontes para melhor 
compreensão, visto a grande complexidade tanto da questão abordada, quanto 
da quantidade de proposições apresentadas.

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