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aula 4 CAPACIDADE CIVIL

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DIREITO CIVIL I
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CAPACIDADE CIVIL 
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 É uma medida limitadora ou delineadora da possibilidade de adquirir direitos e de contrair obrigações. 
 Capacidade significa a aptidão que a pessoa tem de adquirir e exercer direitos. 
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 A capacidade é a regra, ou seja, pelo código civil toda pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil; a incapacidade é a exceção, ou seja, são incapazes aqueles discriminados pela legislação (menores de 16 anos, deficientes mentais, etc).
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A capacidade divide-se em:
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CAPACIDADE DE DIREITO OU DE GOZO
Consiste na capacidade de contrair direitos, todos os indivíduos possuem tal capacidade visto que de acordo com o art. Primeiro do Código Civil brasileiro todo o homem é capaz de direitos e deveres na ordem civil. Esta, também pode ser chamada de capacidade de gozo ou de aquisição. A capacidade surge com o nascimento e termina com a morte.
A personalidade jurídica ou civil confere a pessoa uma capacidade de direito. 
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Capacidade de direito ou de gozo: confunde-se com a própria personalidade jurídica. É a ela que se refere o caput do art. 1º do CC/02. É comum a toda pessoa humana, inerente à personalidade, e que só se perde com a morte prevista no texto legal (TARTUCE, 2016, p. 127). 
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CAPACIDADE DE DIREITO OU DE GOZO → é a aptidão genérica para adquirir direitos e contrair deveres na ordem civil. Toda pessoa tem capacidade de direito plena. Ex.: toda criança tem direito à filiação.
Uma criança poderá exercer este direito sozinha, ingressando com a ação de paternidade contra o suposto pai? 
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Capacidade de fato ou de exercício: medida da personalidade. Aptidão para exercer pessoalmente os direitos e deveres adquiridos/contraídos em decorrência da personalidade. 
É aquela relacionada com o exercício próprio dos atos da vida civil (TARTUCE, 2016, p. 127)
 
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Possui a capacidade de fato aqueles que se dirigem com autonomia no mundo civil, agindo pessoal e diretamente, sem intervenção de uma outra pessoa que os represente ou os assista. Diz-se que essa pessoa se acha em pleno exercício de seus direitos. “Capacidade de fato é o poder efetivo que nos capacita para a prática plena de atos da vida civil”. 
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CAPACIDADE DE FATO OU DE EXERCÍCIO → é a possibilidade de a pessoa praticar os atos da vida civil independentemente da colaboração de terceiros (representação ou de assistência). Torna-se plena aos 18 anos completos (critério objetivo).
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 Pessoas com capacidade de fato plena:
* Maiores de 18 anos, e 
* Emancipados – são os que adquirem a maioridade antes dos 18 anos completos nos casos do art. 5º, parágrafo único, CC. 
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A regra é: 
Toda pessoa tem capacidade de direito; mas nem toda a de fato.
Toda pessoa tem faculdade de adquirir direitos, mas nem toda pessoa tem o poder de usá-los pessoalmente e transmiti-los a outrem por ato de vontade.
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c) Capacidade plena se identifica presente quando a pessoa possui tanto a capacidade de direito quanto a de fato ao mesmo tempo;
d) Capacidade limitada se dá quando uma pessoa possui a capacidade de direito, mas não possui a capacidade de fato.
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 É a restrição legal ao exercício dos atos da vida civil, devendo ser analisada de forma restrita, porque como ensina a doutrina deve ser aplicado o princípio de que “a capacidade é a regra e a incapacidade é a exceção”. Portanto, só haverá incapacidade nos casos estabelecidos em lei. 
INCAPACIDADE
Devemos salientar que estamos tratando da falta da capacidade de exercício e não da capacidade de direito, já que esta todos a possuem.
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Incapacidade absoluta 
Será absoluta a incapacidade quando a lei considera um indivíduo totalmente inapto ao exercício da atividade da vida civil. Os absolutamente incapazes podem adquirir direitos, pois possuem a capacidade de direito, mas não são habilitados a exercê-los, pois falta a capacidade de exercício.
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São absolutamente incapazes: (Art.3°, CC)
a) Menores de 16 anos - O único caso de absolutamente incapaz previsto no art. 3º do Código Civil está ligado ao fator idade, ou seja, todos aqueles que possuem menos de 16 anos de idade são absolutamente incapazes. Vale destacar, que alguns autores denominam os menores absolutamente incapazes de menores impúberes (expressão usada no direito pré-codificado), ou seja, o direito anterior ao Código Civil.
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Os absolutamente incapazes somente podem praticar atos da vida civil mediante representação, sob pena de nulidade do ato. 
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# Absolutamente incapaz:
	Conceito → é aquele que não pode exercer pessoalmente qualquer ato da vida civil. Exceção: menor aprendiz (maior de 14 e menor de 24) que celebra contrato de trabalho.
Integração da incapacidade absoluta → por meio da representação.
	Ex.: “Pai assinando um contrato em nome do filho”.
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Sanção pelo exercício de atos sem mediação → é a NULIDADE ABSOLUTA do ato, que não produzirá qualquer efeito jurídico. Ex.: absolutamente incapaz que celebra sozinho um negócio jurídico de contrato de compra e venda. (art. 104, I, c/c art. 166, I, CC).
CAPÍTULO V Da Invalidade do Negócio Jurídico
Art. 166. É nulo o negócio jurídico quando:
I - celebrado por pessoa absolutamente incapaz;
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A Lei n. 13.146, de 06/07/2015 (Estatuto da Pessoa com Deficiência), em seu art. 114, alterou o art. 3º, CC, de modo a considerar absolutamente incapaz apenas o menor de 16 anos (há revogação expressa dos incisos do art. 3º, CC, no art. 123, II, do Estatuto da Pessoa com Deficiência).
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Assim, as pessoas que por enfermidade ou deficiência mental que não tiverem necessário discernimento para a prática dos atos da vida civil (antigo inciso II do art. 3º, CC) e os que, mesmo por causa transitória não puderem exprimir a sua vontade (antigo inciso III do art. 3º, CC) não são mais considerados absolutamente incapazes.
 
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Enunciado n. 138, III Jornada de Direito Civil: A vontade dos absolutamente incapazes, na hipótese do inc. I do art. 3º é juridicamente relevante na concretização de situações existenciais a eles concernentes, desde que demonstrem discernimento bastante para tanto.
 O Estatuto da Pessoa com Deficiência entrou em vigor no dia 02/01/2016.
 
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O Brasil ratificou a Convenção Internacional da Pessoa com deficiência em 2008 e a incorporou no direito brasileiro por meio do Decreto nº 3949/2009, já na forma do art. 5º § 3º, CRFB, recebendo, portanto, o status de emenda constitucional.
 
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Incapacidade relativa (art. 4º, CC):
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# Relativamente incapaz:
	Conceito → é aquele que não pode exercer sozinho a maior parte dos atos da vida civil, devendo estar assistido. 
* Exemplos de atos que pode praticar sozinho:
	- Ser testemunha (art. 228 , I, CC).
	- Fazer testamento (art. 1.860, CC).
	- Ser eleitor, celebrar contrato.
	- Ser mandatário (art. 666, CC – receber mandato).
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Os relativamente incapazes, porém, podem praticar atos da vida civil desde que assistidos, sob pena de anulabilidade do ato. O art. 4o, do CC, com a nova redação conferida pela Lei n. 13.146 (Estatuto da Pessoa com Deficiência), elenca os relativamente incapazes: os maiores de 16 e menores de 18 anos; os ébrios habituais e os viciados em tóxico; 
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aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir a sua vontade e os pródigos.
Percebe-se, portanto, que o Estatuto da Pessoa com Deficiência provocou uma profunda alteração no regime da capacidade civil, alinhando-se à Convenção Internacional
da Pessoa com deficiência, de 2007 (Nova York). 
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Incapacidade Relativa: (Art. 4°)
 São incapazes, relativamente a certos atos ou à maneira de os exercer, os maiores de 16 e menores de 18 anos; os ébrios habituais, os viciados em tóxicos e os que, por deficiência mental, tenham o discernimento reduzido: os excepcionais, sem desenvolvimento mental completo; os pródigos.
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 No parágrafo único declara que a “capacidade dos índios será regulada por legislação especial”. Como essas pessoas têm algum discernimento, não ficam afastadas da atividade jurídica, podem praticar alguns atos por si sós. Estes, porém, são exceções, pois elas devem estar assistidas por seus assistentes legais, para a prática dos atos em geral, sob pena de anulabilidade.
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São os menores púberes; podem praticar alguns atos sem a assistência legal. Se ocultarem, de propósito, sua idade, no ato de se obrigar, perderão a proteção que a Lei dá aos incapazes e não poderão, assim, anular a obrigação por eles contraída ou eximir-se de cumpri-la (art. 180, CC). Exige-se, no entanto, que o erro da outra parte seja escusável. Se não houve malícia do menor, anula-se o ato, para protegê-lo. 
Maiores de 16 e menores de 18 anos
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Como ninguém pode locupletar-se (levar vantagem) à custa alheia, será restituída a importância paga ao menor, se ficar provado que o pagamento nulo reverteu em proveito dele (art. 181, CC). O incapaz, menor de dezoito anos ou deficiente mental, responde pelos prejuízos que causar, se as pessoas por ele responsáveis não tiverem obrigação de fazê-lo ou não dispuserem de meios suficientes (art. 928 CC)
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 Os ébrios habituais, os viciados em tóxicos e os deficientes mentais de discernimento reduzido:
 Somente os alcoólatras e os toxicômanos, são considerados relativamente incapazes. Não é possível alcançar os que, eventualmente, se excedam na ingestão de bebidas ou substâncias entorpecentes, estes respondem pelos seus atos.
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Pródigo é o indivíduo que gasta tudo o que tem. Trata-se de um desvio da personalidade e não um estado de alienação mental. 
Pode ser submetido à curatela (art. 1.767, V ,CC), pelos pais ou curadores, cônjuge ou companheiro, ou parente.
O pródigo só não pode praticar, sem curador, atos que implicam no comprometimento do patrimônio, como emprestar, dar quitação, alienar, hipotecar (art. 1.782 CC). 
Pode, assim, casar, dar autorização para casamento dos filhos menores, etc.
Os pródigos:
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Pródigo é o indivíduo que gasta desmedidamente, dissipando todo seu patrimônio.
A interdição do pródigo é decretada em seu próprio interesse, diante da constante possibilidade de reduzir-se à miséria. Pode ser requerida pelos pais, tutores, cônjuge, qualquer parente e Ministério Público (art. 1.768 do CC).
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Art. 1.782 do CC/02. A interdição do pródigo só o privará de, sem curador, emprestar, transigir, dar quitação, alienar, hipotecar, demandar ou ser demandado, e praticar, em geral, os atos que não sejam de mera administração.
 
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Todos os demais atos da vida civil não mencionados o pródigo pode praticar, como exercício do poder familiar, da sua profissão (desde que não empresário), pode votar, ser jurado, testemunha, etc.
O pródigo, enquanto não declarado relativamente incapaz, é capaz para todos os atos.
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Índios são os habitantes das selvas, não integrados à civilização. O diploma legal (= Lei) que atualmente regulamenta a situação jurídica dos índios no País é a Lei n.º 6.001, datada de19/12/1.973, que dispõe sobre o Estatuto do Índio, proclamando que ficarão sujeitos à tutela da União, até se adaptarem à civilização
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Os índios:
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 Suprimento e cessação da incapacidade civil. 
Os absolutamente incapazes somente poderão praticar atos da vida civil mediante representação, enquanto os relativamente incapazes devem ser assistidos. 
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Integração da incapacidade relativa → por meio da assistência. 
	Ex.: O relativamente incapaz assina o contrato, estando assistido por assistentes, que também assinam. 
	Sanção pela prática de atos sem mediação → é a NULIDADE RELATIVA do ato, que será anulável. Esta sanção não priva o negócio jurídico de efeitos, que pode ser convalidado por meio da confirmação.
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O Estatuto da Pessoa com Deficiência provocou alteração com relação ao suprimento da incapacidade: a nova redação do art. 1767, CC, determina que apenas os que por causa transitória ou permanente não puderem exprimir a sua vontade; os ébrios habituais e viciados em tóxicos e os pródigos estarão sujeitos à curatela. 
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Outro ponto importante de modificação do Estatuto da Pessoa com Deficiência foi a introdução da Tomada de Decisão Apoiada. O art. 116, Estatuto, inseriu o art. 1783-A no CC, que disciplina Tomada de Decisão Apoiada, consistente no "processo pelo qual a pessoa com deficiência elege pelo menos duas pessoas idôneas, com as quais mantenha vínculos e que gozem
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de sua confiança, para prestar-lhe apoio na tomada de decisão sobre os atos da vida civil, fornecendo-lhes os elementos e informações necessários para que possa exercer a sua capacidade". A Tomada de Decisão Apoiada prestigia, portanto, a autonomia da pessoa com deficiência.
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Ou seja, “quando a pessoa com deficiência possui limitações no exercício do autogoverno, mas preserva, ainda que precariamente, a aptidão de se expressar vontades e de se fazer compreender, o caminho não pode ser a incapacidade relativa, com a consequente curatela. 
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Nessa ambiência, surge, então, a Tomada de Decisão Apoiada – TDA, contemplada no art. 1783-A do Código Civil, como um tertium genus protetivo (ao lado da curatela e da tutela), dedicado à assistência da pessoa com deficiência que preserve a pelnitude de sua capacidade civil.” (FARIAS E ROSENVALD, 2016, p. 338/339)
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“A Tomada de Decisão Apoiada será determinada pelo juiz, por meio de procedimento de jurisdição voluntária, de competência da vara de família. Por conta da previsão do parágrafo Único do art. 273 do Código de Processo Civil de 2015, em que se tratando de jurisdição voluntária o magistrado não está adstrito a legalidade estrita, podendo deliberar por equidade.” FARIAS E ROSENVALD, 2016, P. 341)
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CAPÍTULO V Da Invalidade do Negócio Jurídico
Art. 171. Além dos casos expressamente declarados na lei, é anulável o negócio jurídico:
I - por incapacidade relativa do agente;
Art. 172. O negócio anulável pode ser confirmado pelas partes, salvo direito de terceiro.
Art. 178. É de quatro anos o prazo de decadência para pleitear-se a anulação do negócio jurídico, contado:
III - no de atos de incapazes, do dia em que cessar a incapacidade.
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Art. 180. O menor, entre dezesseis e dezoito anos, não pode, para eximir-se de uma obrigação, invocar a sua idade se dolosamente a ocultou quando inquirido pela outra parte, ou se, no ato de obrigar-se, declarou-se maior.
Art. 181. Ninguém pode reclamar o que, por uma obrigação anulada, pagou a um incapaz, se não provar que reverteu em proveito dele a importância paga.
Art. 182. Anulado o negócio jurídico, restituir-se-ão as partes ao estado em que antes dele se achavam, e, não sendo possível restituí-las, serão indenizadas com o equivalente.
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Cessa a incapacidade, em primeiro lugar, quando cessar a sua causa (enfermidade mental, menoridade, etc.) e, em segundo lugar, pela emancipação. 
CESSAÇÃO DA INCAPACIDADE
A emancipação pode ser de três espécies: voluntária, judicial ou legal. A emancipação voluntária é concedida pelos pais,se o menor tiver dezesseis anos completos (art. 5º, parágrafo único,inciso I do Código Civil). Deve ser concedida por ambos os pais, ou por um
deles na falta de outro. 
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Regra geral, a incapacidade cessa quando a pessoa atinge os 18 anos de idade, momento em que atinge a capacidade civil plena. No entanto, é possível que o menor tenha a aquisição de sua capacidade plena antecipada em virtude das hipóteses elencadas nos incisos do parágrafo único do art. 5°. É o que se chama de emancipação.
 
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ATENÇÃO!!!
A incapacidade relativa gera a anulabilidade do ato jurídico. 
O falido não é incapaz, apenas lhe são impostas restrições à atividade empresarial.
A condenação criminal não implica na incapacidade civil. Como pena acessória, pode sofrer o condenado a perda de função pública ou do direito à investidura em função pública; a perda do pátrio poder, da tutela ou da curatela. 
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Representação
 A representação é instituto ligado ao absolutamente incapaz. 
 a) os pais – no caso dos menores de 16 anos. Nesse caso dá-se automaticamente, o representante não necessita de qualquer ato de investidura ou designação.
 b) tutor – no caso dos menores de 16 anos, se os pais não forem vivos ou tornarem-se incapazes, ou perderem o poder familiar (poder parental). É nomeado pelo juiz ou pelos próprios pais. Pode ser parente ou qualquer pessoa que goze da confiança do juiz ou dos pais. Não se dá de forma automática, ocorrendo por designação judiciária, de um ato judicial, e só em função dele é que se legitima a representação. 
 c) curador – no caso em que o incapaz possui uma enfermidade ou deficiência mental e for maior de 18 anos.
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Assistência
 Os assistentes dos relativamente incapazes serão:
a) os pais ou tutor – assistem os maiores de 16 e menores de 18 anos.
b) o curador – assiste os pródigos e os que possuem o discernimento reduzido, se maiores de 18 anos.
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Incapacidade e Impedimento
A incapacidade não se confunde com o impedimento. Neste ocorre a vedação à realização de certos negócios jurídicos, como por exemplo, fazer contratos, adquirir bens etc. Exemplo: a lei proíbe que o leiloeiro e seus prepostos adquiram, ainda que em hasta pública, os bens de cuja venda estejam encarregados. 
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Capacidade plena
	 Art 5° do CC, cessa aos 18 anos completos, passando a ficar habilitada à praticar todos os atos da vida civil. No parágrafo único há outras possibilidades, para os menores alcançarem a capacidade plena, a saber:
•	Emancipação.
•	Casamento.
•	Exercício de emprego público efetivo.
•	Pela colação de grau em curso superior.
•	Pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de relação de emprego, desde que, em função deles, o menor com 16 anos completos tenha economia própria.
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Enunciado n. 3, I Jornada de Direito Civil: A redução do limite etário para a definição da capacidade civil aos 18 anos não altera o disposto no art. 16, I, da Lei n. 8.213/91, que regula específica situação de dependência econômica para fins previdenciários e outras situações similares de proteção previstas em legislação especial.
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Enunciado n. 397, da V Jornada de Direito Civil: a emancipação por concessão dos pais ou por sentença do juiz está sujeita à desconstituição por ato de vontade.
Enunciado n. 530, VI Jornada de Direito Civil: a emancipação, por si, não elide a incidência do Estatuto da Criança e do Adolescente.
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*AULA 2
Espécies de emancipação:
a) Voluntária (art. 5, parágrafo único, I, primeira parte): concessão dos pais, em comum acordo. É indispensável o consentimento harmônico dos pais, pois ambos são titulares do poder familiar (art. 1.631, CC/2002). Só é aceita, nesta espécie de emancipação, o consentimento de apenas um dos
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pais na falta ou impedimento do outro, pois, nesta hipótese, o poder familiar é exercido com exclusividade.
A emancipação voluntária, por ser uma concessão, não pode ser requerida pelo menor e independe de homologação judicial.
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Emancipação voluntária → é a concedida pelos pais, por meio de escritura pública (ato cartorário), sem necessidade de intervenção judicial. Somente para menores entre 16 e 18 anos. 
A escritura pública será levada a registro no Registro Civil das Pessoas Naturais (RCPN) - art. 9º, II do CC.
 
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*AULA 2
Se o pai emancipar o menino, e este lesa alguém, o pai continua com a responsabilidade sobre o filho emancipado? 
	
	 O Superior Tribunal de Justiça entende que a emancipação voluntária não exclui, por si só, a responsabilidade civil dos pais por danos causados pelo filho. (REsp 122.573).
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*AULA 2
A emancipação não irá afetar a seara penal, administrativa ou de proteção ao adolescente. Apesar de emancipado, continua respondendo por prática de ato infracional (aplicação do Estatuto da Criança e do Adolescente), e não crime; não poderá retirar sua carteira de motorista. As menoridades penal e administrativa continuam inalteradas.
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*AULA 2
b) Judicial: é concedida pelo juiz em dois casos:
- Na discordância entre os pais;
- Quando o menor encontra-se sob tutela (art. 5°, parágrafo único, I, segunda parte) . Neste caso, o tutor deve requerer a emancipação ao juiz, que decidirá de modo a melhor proteger o interesse do menor. 
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*AULA 2
Art. 5o. Parágrafo único. Cessará, para os menores, a incapacidade:
I - pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante instrumento público, independentemente de homologação judicial (VOLUNTÁRIA), ou por sentença do juiz, ouvido o tutor (JUDICIAL), se o menor tiver dezesseis anos completos;
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*AULA 2
c) Legal: independe de concessão dos pais ou do juiz, pois opera ope legis nos seguintes casos:
- Casamento (art. 5°, parágrafo único, II): o menor casado deve ter poderes suficientes para praticar pessoalmente os atos da vida civil.
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*AULA 2
Deve-se lembrar que, por força do art. 1.517, CC/2002, entre a idade núbil (16 anos) e os 18 anos completos, o menor precisa de autorização dos pais ou representantes legais para que possam se casar. 
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*AULA 2
A pessoa com deficiência mental grave, que comprometa o seu discernimento, pode se casar?
Sim, desde o advento da LBI (Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa Com Deficiência) – também chamada de Estatuto da Pessoa com Deficiência - Lei Federal n. 13.146, de 06-07-2015).
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*AULA 2
Antes da LBI, o art. 1.548, inc. I, do CCB, exigia como condição de validade do casamento o discernimento para a prática dos atos da vida civil. O casamento seria nulo se realizado por quem tinha esse grau de incapacidade.
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*AULA 2
Esse dispositivo foi revogado pela LBI, que está em vigor desde janeiro de 2016.
Além disso, a LBI estabelece expressamente, em seu artigo 6º, a possibilidade de constituição de casamento e de união estável.
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*AULA 2
Ou seja, o Estatuto da Pessoa com Deficiência também alterou disposições acerca da manifestação do consentimento de pessoa com deficiência para casar (art. 1550 § 2º); isso, todavia, não significa que a pessoa com deficiência que contrair matrimônio será emancipada, eis que a emancipação se destina apenas ao menor de idade, excluindo, pois, as outras hipóteses de incapacidade.
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*AULA 2
Foi acrescido, fora de lugar, de forma assistemática e não técnica, um § 2º ao CC 1550, do seguinte teor: “a pessoa com deficiência mental ou intelectual em idade núbia (rec-tius=núbil) poderá contrair matrimônio, expressando sua vontade diretamente ou por meio de seu responsável ou curador”.
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*AULA 2
A separação judicial não possui o condão de retornar o menor ao estado de incapacidade. O casamento nulo só faz retornar ao estado de incapacidade quando o menor agir de má-fé, pois o casamento nulo produz efeitos ao cônjuge de boa-fé.
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*AULA 2
Exercício de emprego público efetivo (art. 5°, parágrafo único, III). A lei usou o termo
emprego público para referir-se tanto a cargo, quanto emprego. Exige-se que seja efetivo, excluindo, dessa forma, os temporários.
 Colação de grau em curso de ensino superior (art. 5°, parágrafo único, IV). 
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*AULA 2
Empresa ou existência de relação de emprego, desde que o menor, em decorrência disso, possa prover seu próprio sustento (art. 5°, parágrafo único, V).
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*AULA 2
Discute-se sobre a possibilidade de o menor empresário estar sujeito à falência, pois a emancipação não importa em antecipação da imputabilidade penal. Por isso, há quem entenda que o menor empresário submete-se às regras da insolvência civil, e não da falência.
 
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*AULA 2
Testando seus conhecimentos
As irmãs ROSA, VIOLETA e MARGARIDA, respectivamente, com 18, 16 e 14 anos de idade, moram na encantadora cidade de Aracaju, capital do estado de Sergipe e estudam bem pertinho de casa, no Colegio Estadual Prof Hamilton Alves Rocha, que fica na Av. Marginal Alves Rocha, no Centro. Vendo aproximar-se o mês de maio e pretendendo recursos para o presente de sua mãe, dona DÁLIA, aceitam a sugestão da irmã mais velha e todas vendem para a Oficina do Alciclei suas bicicletas. Como podem ser classificados os negócios realizados jurídicos por cada uma das irmãs, tendo por base a capacidade jurídica de cada uma delas ? Justifique.
SEMANA 2 AULA 4
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*AULA 2
 José e Maria, durante sua relação, afetiva tiveram um filho, Davi, hoje com seis anos de idade. Com o recente fim do relacionamento, Maria procura um advogado para que este ajuíze ação de alimentos em face de José com o escopo de obter pensão alimentícia somente para seu filho David, já que ela possui meios próprios de subsistência. O advogado, então, inicia sua petição da seguinte forma: 
 “Davi da Silva, relativamente incapaz, assistido por sua mãe Maria da Silva, domiciliado na Rua da Paz, s/n°, vem, por seu advogado ao final subscrito, propor a presente ação de alimentos em face de José da Silva, domiciliado na Rua da Paz, s/n° pelos fatos e fundamentos que a seguir expõe (...)”.
 Após a distribuição (ato de dar entrada) da referida petição inicial, para começar o processo judicial, determina o juiz da vara de família que seja emendada (corrigida) essa petição inicial. 
SEMANA 2 AULA 4
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*AULA 2
Responda às questões seguintes, JUSTIFICANDO suas respostas.
a)	Davi da Silva é incapaz? Em caso positivo, qual a espécie de incapacidade o atinge? 
b) O juiz determinou que a petição inicial do advogado fosse emendada, ou seja, corrigida. Que erro cometeu o advogado? Faça a correção necessária.
c) O instituto da incapacidade tem por finalidade punir o incapaz por sua falta de discernimento e pelos prejuízos que pode causar à sociedade em razão dela? Em caso negativo, qual seria então o escopo do instituto?
SEMANA 2 AULA 4
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*AULA 2
Esta questão contém duas afirmações. Assinale o item CORRETO.
I - Ao nascer com vida, adquire-se capacidade de fato
PORQUE
II - A capacidade de direito somente se adquire com a ocorrência das hipóteses do art. 5º CC, ou seja, quando se pode exercer plenamente o direito. 
(A) se as duas são verdadeiras e a segunda justifica a primeira.
(B) se as duas são verdadeiras e a segunda não justifica a primeira.
(C) se a primeira é falsa e a segunda é verdadeira.
(D) se a primeira é verdadeira e a segunda é falsa
(E) se as duas são falsas.
QUESTÃO OBJETIVA
SEMANA 2 AULA 4
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*AULA 2
Caso concreto
Letícia, 17 anos, separada, comprou um automóvel no valor de R$ 30.000,00 com uma parte da herança deixada por sua mãe. Seu pai, ao saber da compra, tentou anular o negócio jurídico, alegando a incapacidade relativa da filha, com fundamento no art. 4º, I, CC/2002.
Este negócio pode ser anulado? Por quê? Fundamente e Justifique.
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*AULA 2
Muito embora Letícia tenha 17 anos, ao casar-se foi emancipada (emancipação tácita ou legal, art. 5°, parágrafo único, I) e, por isso, conquistou a plena capacidade para o exercício pessoal de todos os atos da vida civil. A separação, seja de fato, seja judicial, não possui o condão de fazer com que a pessoa retorne ao estado de incapacidade. Logo, o negócio jurídico não pode ser anulado.
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*AULA 2
(OAB - XVI EXAME UNIFICADO/2015) Os tutores de José consideram que o rapaz, aos 16 anos, tem maturidade e discernimento necessários para praticar os atos da vida civil. Por isso, decidem conferir ao rapaz a sua emancipação. Consultam, para tanto, um advogado, que lhes aconselha corretamente no seguinte sentido:
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*AULA 2
a) José poderá ser emancipado em procedimento judicial, com a oitiva do tutor sobre as condições do tutelado.
b) José poderá ser emancipado via instrumento público, sendo desnecessária a homologação judicial.
c) José poderá ser emancipado via instrumento público ou particular, sendo necessário procedimento judicial.
d) José poderá ser emancipado por instrumento público, com averbação no registro de pessoas naturais.
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*AULA 2
Leia as assertivas abaixo:
1. Úrsula casou aos 17 anos e por isso adquiriu capacidade civil plena.
2. Os pais podem emancipar menor acima de 16 anos mediante instrumento público, independente de homologação judicial
 
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*AULA 2
Assinale a alternativa correta:
a) ambas as assertivas são corretas e a assertiva 2 é justificativa para a assertiva 1.
b) ambas as assertivas são corretas, mas a assertiva 2 não é justificativa para a assertiva 1.
c) apenas a assertiva 1 está correta.
d) apenas a assertiva 2 está correta.
e) ambas as assertivas estão incorretas.
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*AULA 2
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O CONTEÚDO RELATIVO À SEMANA 3
 PARA A PRÓXIMA AULA
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Até lá!!!!
SEMANA 2 AULA 4
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