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Aulas Completas Processo Civil II

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Direito Processual Civil II
	1°.Bimestre
27-01-2016
Tutela Jurisdicional Executiva
Parte I: Teoria Geral da Execução
1. Conceito
1.1.Conceito Execução é a atividade jurisdicional que tem por finalidade a efetivação prática de uma obrigação insatisfeita retratada em um título executivo com o desempenho de atos materiais e concretos desenvolvidos com tal objetivo.
Na execução, as atividades cognitivas são materiais.
Sempre, na execução, terá o suporte de uma obrigação.
Tem, necessariamente, de constar um título executivo. 
1.2.Execução direta é aquela em que o Poder Judiciário atua por meio de sub-rogação. Para satisfazer o exequente, o Poder Judiciário cumpre a obrigação “no lugar” do devedor dessa obrigação. Por exemplo, leilão. Execução indireta é aquela em que o Poder Judiciário atua por meio de coerção. A medida mais eficaz de coerção é a prisão civil, como no caso do não pagamento de pensão alimentícia; também há a técnica da multa diária como medida eficaz para se impor o cumprimento da obrigação. A corrente majoritária defende que a execução indireta é execução, embora tenha sido o próprio devedor da obrigação quem a cumpriu; o argumento tem sido que tal cumprimento só se deu por meio da intervenção e participação do Poder Judiciário.
1.3.Execução própria é a execução do conceito (1.1). Execução imprópria é a atividade, às vezes, necessária depois de uma sentença declaratória ou constitutiva para regularização do que foi decidido pelo Poder Judiciário junto aos órgãos de registro público. Por exemplo, Ação de Usucapião. Execução imprópria não é execução. O nome é atribuído impropriamente.
28-01-2016
2. Caráter Jurisdicional da Execução no Brasil
Tarefa do Poder Judiciário – Brasil
3. Fundamento Constitucional da Execução: Art. 5º, inciso XXXV da CF
4. Execução e cognição:
A. Diferença Atividade executiva é sempre uma atividade prática, material, concreta. Cognição: atividade intelectual, raciocínio, valoração de argumentos para definir quem tem razão no conflito de interesses.
Execução dentro do processo de conhecimento antecipa a tutela.
Cognição dentro da execução exceção de pré-executividade.
B. Combinações possíveis É possível a existência de execução:
B.1. Existência de cognição sem execução depois, acontece quando estivermos diante de um processo com conteúdo declaratório executivo.
B.2. De cognição prévia com execução depois nos casos de processo com conteúdos condenatórios.
B.3. Sem cognição antes acontece nos casos de títulos executivos extrajudiciais.
5. Princípios da Execução:
5.1. Princípio da Patrimonialidade:
A. Significado Pelo princípio da Patrimonialidade só podem ser atingidos em uma execução os bens do patrimônio do devedor que tenham conteúdo econômico. Não podem ser atingidos na execução direitos fundamentais e da personalidade do devedor que não tenham conteúdo econômico. Exceção constitucionalmente admitida. Atingir na execução a liberdade do devedor, exemplo: execução de alimentos.
B. Art. 789, CPC responde por seus bens presentes e futuros. Bens de agora e que venha a adquirir.
5.2. Princípio do Exato Adimplemento ou de que a Execução se faz no Interesse do Credor:
Execução só existe para satisfazer o credor em benefício do exequente.
5.3. Princípio da Utilidade da Execução ao Credor:
A. Significado Só tem sentido em falar em execução se resultar em algum benefício ao credor, ser útil ao credor.
B. Art. 836 do CPC Se dos bens penhorados não puder resultar em nenhum benefício ao credor não se deve fazer a penhora desses bens naqueles casos em que tudo será consumido pela execução.
5.4. Princípio da Menor Onerosidade ao Devedor:
A. Significado Se a execução puder ser feita de maneira eficaz por vários modos deve-se preferir o modo menos gravoso ao devedor.
B. Art. 805 do CPC Referência expressa ao p. da menor onerosidade ao devedor.
5.5. Princípio da Proporcionalidade: 
É importante para fazer o equilíbrio entre os princípios 2 e 4. Mais de um modos e eficazes.
5.6. Princípio do Contraditório: 
Existe na execução embora com menor intensidade.
5.7. Princípio da Nula Execução sem Título: 
Não dá para cogitar uma existência de execução sem a existência de um título executivo. A falta de título não gera nulidade da execução!
OBS.:
1. Princípio da Autonomia Até 2005 era princípio da execução. Conhecia um processo executava em outro. Depois de 2005, execução dentro do processo onde se desenvolve o conhecimento.
2. Princípio da Tipicidade Tradicionalmente sempre tido como princípio da execução. Todos os atos executivos devem estar tipificados em lei, disciplinados por menorizadamente em lei. Princípio da tipicidade continua para execução por quantia. Não vigora mais para as execuções fundadas em obrigações de fazer e não fazer e entrega de coisas. Ver o §1º do art. 536, CPC. Não é um princípio geral da execução, pois não se aplica a todas as execuções.
03-02-2016
Dos requisitos necessários para executar:
Tais requisitos estão no CPC nos artigos 783 a 788.
1. Exigibilidade/ inadimplemento
O requisito para se executar é o do inadimplemento, não a exigibilidade.
	
A. O que é inadimplemento? É o descumprimento da obrigação retratada no título executivo.
B. O inadimplemento pressupõe a exigibilidade (Antes da exigibilidade, é lícito ao devedor não pagar)
São aspectos da exigibilidade:
		Termo de vencimento
		Condição suspensiva
C. Recusa da prestação – art. 788, CPC
D. Art. 787, CPC
E. Ausência do inadimplemento a ausência do inadimplemento acarreta a falta de interesse de agir na modalidade “necessidade” para a execução, levando o processo executivo à extinção sem que se atinja o mérito.
			 necessidade
Interesse de agir 
		 adequação
2. Título Executivo:
A. O que é? Título executivo é a obrigação documentada que a lei considera apta a autorizar a execução. Só é título executivo o que a lei diz que o é. Não necessariamente o CPC, sendo que o termo é “lei”.
B. Taxatividade o rol dos títulos executivos é taxativo.
C. Natureza 1ª corrente: o título executivo é uma obrigação; 2ª corrente: o título executivo é um documento e 3ª corrente: o título executivo é a um só tempo obrigação e documento. Adotamos a 3ª corrente.
D. Função o título executivo tem por função autorizar a execução. O título executivo não tem por finalidade comprovar a existência da obrigação que nele vem retratada.
E. Abstração o título executivo, depois de formado, desprende-se do ato jurídico ou do negócio jurídico que lhe deu origem. Lembrando: O título executivo não tem por finalidade comprovar a existência da obrigação que nele vem retratada.
F. O título deve acompanhar a petição inicial nas execuções de títulos extrajudiciais Extrajudiciais, pois nas execuções de títulos judiciais, o título já foi juntado ao processo.
G. Títulos executivos em espécie:
		G.1. Judiciais São aqueles que, na sua formação, contaram com a participação da jurisdição (não é participação do Judiciário, mas sim, jurisdicional). Estão elencados no CPC o art. 515, CPC.
 G.2. Extrajudiciais São aqueles que, na sua formação, não contam com a participação da jurisdição. Por exemplo, cheques.
Art. 515, CPC:
I. Decisão proferida no processo civil O termo é “decisão”, e não “sentença”; não consta qualquer referência ao termo “condenação” e seus congêneres.
04-02-2016
CONTINUAÇÃO
A. Judiciais
Art. 515, CPC:
I. Decisão Proferida no Processo Civil O termo é “decisão”, e não “sentença”; não consta qualquer referência ao termo “condenação” e seus congêneres.
II. Decisão Homologatória de Autocomposição Judicial ocorreu um acordo diante do juízo, dentro do processo. (Vide §2°, art. 515, CPC).
III. Decisão Homologatória de Autocomposição Extrajudicial O acordo a que as partes chegam, e que foi submetido à homologação judicial, foi obtido externamente ao processo.
IV. Formal e a Certidão de Partilha documento vindo de ordem judicial.
V. Crédito de Auxiliar da JustiçaAprovado por Decisão Judicial Por exemplo, perito que atua em processo tem o direito de receber seus honorários, crédito este aprovado judicialmente.
VI. Sentença Penal Condenatória Transitada em Julgado Vítima de crime que executa sentença penal condenatória no cível visa à indenização pelo ilícito que sofreu. É necessário liquidar a sentença (fase, que se dá na esfera cível, anterior à execução, a qual avalia a estimativa de indenização). A sentença penal condenatória apenas se torna título executivo, quando do seu trânsito em julgado.
VII. Sentença Arbitral Sentença proferida no âmbito da arbitragem. Embora não haja participação do juiz, trata-se de título judicial, pois esta se refere à jurisdição e não Poder Judiciário. O árbitro só pode substituir o juiz na fase de conhecimento. Decisão dada por arbitro não faz coisa julgada, não transita em julgado.
VIII. Sentença Estrangeira Homologada pelo STJ Sentença estrangeira pode ser executada no Brasil, porém o requisito é a homologação pelo STJ.
IX. Decisão Interlocutória Estrangeira após a Concessão do Exaquatur, a Carta Rogatória pelo STJ O STJ “dá” o Exaquatur (“cumpra-se”), após o recebimento de Carta Rogatória requerendo a execução.
Obs.: Art. 515, §1°, CPC
B. Extrajudiciais
Art. 784, CPC:
I. Títulos de Crédito cheques, duplicatas, nota promissória, etc. Serão títulos extrajudiciais aqueles que obedeçam as exigências do direito material.
II. Documento Público Assinado pelo Devedor Escritura Pública, ou qualquer outro documento público assinado pelo devedor. Não há a exigência de assinatura de 02 testemunhas.
III. Documento Particular Assinado pelo Devedor e por Duas Testemunhas O CPC não exige o reconhecimento de firma, embora não o impeça, sendo recomendável fazê-lo.
IV. Instrumento de Transação Referendado pelo MP, pela Defensoria Pública, pela Advocacia Pública, pelos Advogados das partes ou por Conciliador ou Mediador credenciado por Tribunal
V. Contrato garantido por direito real de garantia ou caução é título extrajudicial independentemente da assinatura de duas testemunhas.
VI. Contrato de Seguro de Vida em caso de morte é título extrajudicial independentemente da assinatura de duas testemunhas.
VII. Crédito decorrente de foro e laudêmio
VIII. Crédito decorrente de aluguel de imóvel, bem como de encargos acessórios da locação
IX. Certidão de Dívida Ativa título executivo da execução fiscal.
X. Crédito do Condomínio diante de condômino, desde que documentalmente retratado.
XI. Certidão expedida por órgão de Registro Público, em relação a valores de emolumentos e despesas por atos por ela praticados
XII. Todos os demais títulos aos quais, por disposição expressa, a lei atribuir força executiva
11-02-2016
 Obs:
1. Art. 784, §1°, CPC: Embora haja ação anulatória, não há inibição da ação de execução, bem como não é automática a sua suspensão, sendo, apenas, possível a suspensão.
2. Art. 784, §§ 2° e 3°, CPC: §2°: títulos no estrangeiro um contrato celebrado na Espanha, por exemplo, pode ser executado no Brasil, sem a necessidade de homologação do Poder Judiciário brasileiro, desde que título extrajudicial. Se judicial, uma sentença, por exemplo, deverá haver a homologação pelo STJ. §3°: É fundamental que o contrato celebrado na Espanha tenha observado todas as regras pertinentes previstas no Direito Espanhol; o contrato celebrado na Espanha deve indicar o Brasil como local de pagamento.
G. O título, para ser executivo, deve, necessariamente, retratar obrigação:
	certa: certeza quanto à definição dos elementos (sujeitos; prestação e o objeto da prestação) da obrigação no título executivo. Obs.: obrigações alternativas também são certas;
	exigível: a obrigação deve estar na condição de ser exigida, por exemplo, dívida vencida;
	líquida: é aquela definida em relação ao quanto deve ser prestado. Liquidez é quantidade. A obrigação retratada no título é líquida mesmo quando não houver no título a indicação expressa de quantidade, mas o título executivo fornece elementos para que, elaborando meros cálculos, possa se chegar à quantidade do que é devido. O título executivo extrajudicial sempre está dotado de liquidez, porém, o título judicial pode se iniciar ilíquido, para tanto o CPC coloca à disposição do credor uma fase intermediária entre a fase de conhecimento e a fase de execução para que este possa executar o título, ou seja, a fase de liquidação de sentença (art. 509, CPC). Lembrando: o título extrajudicial não admite iliquidez, não há fase de liquidação de sentença, se assim o for, a saída é ingressar com a fase de conhecimento, que é morosa.
17-02-2016
(Continuação)
H. Ausência de título executivo acarreta, ou deve acarretar a extinção da execução sem que se atinja o mérito por falta de interesse de agir no aspecto da adequação.
Interesse de agir: necessidade (inadimplemento) + adequação (título executivo)
	
I. Art. 785, CPC
7. Partes na execução
7.1. Capacidade processual
Capacidade de ser parte: aptidão para participar de processos; qualquer pessoa capaz de direitos, segundo a perspectiva das regras do Direito Civil; aqueles dotados de personalidade.
Capacidade para estar em juízo: aquela exigida para o exercício de direitos, segundo a ótica do Direito Civil. O CPC confere capacidade para ser parte àqueles entes desprovidos de personalidade, por exemplo: espólio, massa falida, condomínio, etc., todos devidamente representados.
Capacidade postulatória: capacidade da qual são providos os advogados.
7.2. Partes Legítimas
A. Legitimidade ativa quem tem capacidade para figurar como exequente em uma dada execução? Art. 788, CPC:
Caput traz aquele que é o legitimado; em regra, o credor indicado como tal no título executivo.
§1°:
I. Ministério Público;
II. *o espólio, os herdeiros ou sucessores do credor indicado como tal no título executivo;
III. o cessionário, aquele que recebeu o crédito em razão de uma cessão de crédito;
IV. **sub-rogado, nos casos de sub-rogação legal ou convencional.
*Para tanto, é necessária a habilitação de representante do espólio. O procedimento de habilitação é especial, previsto nos arts. 687 a 692, CPC. O espólio tem legitimidade ativa para a execução, enquanto não realizada a partilha dos bens deixados pelo credor falecido. Já os herdeiros e sucessores passam a ter legitimidade ativa depois da partilha dos bens. A execução é suspensa até que se faça a habilitação. Depois da habilitação, o espólio perde a legitimidade, que se destina ao herdeiro/ sucessor que, na partilha, recebeu o crédito executado.
**As situações de sub-rogação estão nos arts. 346 (legal) e 347 (convencional) , CC. Destaque para o art. 346, III, CC: trata da hipótese do fiador.
§2°, Art. 788, CPC nos casos de sucessão, esta independe de consentimento do devedor.
B. Legitimidade passiva quem tem capacidade para ocupar a posição de executado em uma dada execução? Art. 779, CPC:
I. o devedor, em regra, indicado como tal no título executivo;
II. *o espólio, os herdeiros ou sucessores do devedor;
III. **o novo devedor, o qual assumiu a dívida (assunção de dívida);
IV. o fiador (entende-se que este fiador seja aquele que aparece no processo para garantia fidejussória, uma vez que o fiador do título se enquadra no inciso I, deste artigo; 
V. o sujeito dono do bem dado em direito real de garantia;
VI. o responsável tributário, aquele que, pela lei, tem responsabilidade tributária.
*Mesmas observações feitas acima, respeitados os limites do poder da herança.
**Para que a assunção de dívida seja capaz de gerar legitimidade passiva àquele que assumiu a dívida, é fundamental que o credor tenha concordado com a assunção.
Obs.: Art. 780, CPC: possibilidade de cumulação de execuções em face do mesmo devedor dentro de um mesmo processo, ainda que fundadas em títulos diferentes. Requisitos: 1É fundamental que o mesmo juízo seja competente para todas as execuções cumuladas. 2É imprescindível que o procedimento das execuções cumuladas seja o mesmo.24-02-2016
7.3. Intervenções de terceiros Em regra, não cabem, na execução, as intervenções de terceiros. Vide o que diz o art. 134, CPC. Duas “exceções”: O incidente de desconsideração da personalidade jurídica é cabível em qualquer momento da execução; Art. 834, CC, diz que quando o fiador perceber promoção de ação pelo credor contra o devedor e verificar morosidade pelo credor em dar andamento à ação, o fiador pode, no lugar do credor, prosseguir. É cabível a assistência na execução excepcionalmente para viabilizar o que prescreve o art. 834, CC.
8. Responsabilidade patrimonial
Regra (Art. 789, CPC): o devedor responde com seus bens presentes e futuros.
Exceções:
1. Bens do devedor que não podem ser atingidos “impenhorabilidades”
Há certos bens que, mesmo sendo do devedor, não se pode atingir.
2. Terceiros que podem ter seus bens atingidos responsabilidade patrimonial de terceiros
1. A. Impenhorabilidades absolutas (Art. 833, CPC) os bens absolutamente impenhoráveis não poder ser, em hipótese alguma, penhorados. Os bens relativamente impenhoráveis são aqueles que, a princípio não podem ser atingidos, a não ser que não exista mais nada passível de penhora no patrimônio do devedor. Art. 833, CPC:
I bens inalienáveis e os bens declarados por ato voluntário não sujeitos à execução (bens gravados com a cláusula de impenhorabilidade);
II os móveis, os pertences e as utilidades domésticas que guarnecem a residência do executado, salvo os de elevado valor ou os que ultrapassem as necessidades comuns correspondentes a um médio padrão de vida;
III os vestuários, salvo se de elevado valor, bem como os pertences de uso pessoal do executado;
IV as verbas de caráter alimentar, por exemplo, salário, provento de aposentadoria, honorários profissionais, etc.; §2°, art. 833, CPC: o salário pode ser penhorado desde que em uma execução de pensão alimentícia; é impenhorável a verba de caráter alimentar desde que fique dentro 50 salários mínimos;
V os livros, as máquinas, as ferramentas, os utensílios, os instrumentos ou outros bens móveis necessários ou úteis ao exercício da profissão do executado (o bem não precisa ser necessariamente indispensável, porém, se, sem ele, o trabalho continuar sendo desenvolvido, mas com dificuldade, também será impenhorável);
VI o seguro de vida (a verba recebida a título de seguro de vida tem caráter alimentar);
VII os materiais de construção necessários para obras em andamento, salvo se essas, as obras, forem penhoráveis;
VIII a pequena propriedade rural assim definida em lei, desde que trabalhada pela família;
IX os recursos públicos recebidos por instituições privadas para a aplicação compulsória em educação, saúde ou assistência social;
X a quantia depositada em caderneta de poupança até o limite de 40 salários mínimos – se houver mais de uma poupança, somar-se-á todas elas e, só será impenhorável, se não atingirem 40 salários mínimos (caso seja para pagamento de pensão alimentícia, ainda que a quantia seja inferior a 40 salários mínimos, poderá ocorrer a penhora);
XI os recursos públicos do fundo partidário recebidos por partidos políticos nos termos da lei; e
XII os créditos oriundos de alienação de unidades imobiliárias sob regime de incorporação imobiliária vinculados à execução da obra; o lucro que obtiver com a alienação pode ser penhorado.
02-03-2016
Obs.:
1. Art. 833, §1°, CPC a impenhorabilidade não é oponível em execução de dívida relativa ao próprio bem, inclusive aquela para aquisição desse bem. Incluindo-se nessa hipótese, o bem de família de que trata o contrato firmado, cujo empréstimo de instituição financeira se destinou a aquisição de bem imóvel para construção de bem de família. Acontece o mesmo com o bem de família cujo débito de IPTU não quitado origine execução fiscal, podendo, portanto, ser penhorado.
2. Art. 833, §3°, CPC o maquinário e os implementos agrícolas de produtor rural, pessoa física, não podem ser penhorados. Equiparação a utensílios de trabalho. Se objeto de financiamento junto à instituição financeira, pode haver a penhora. Por exemplo, CCB. Também podem ser penhorados sempre que a execução movida tiver por interesse dívida de caráter alimentar, trabalhista e previdenciária.
1. B. Impenhorabilidades relativas (Art. 834, CPC) Frutos e rendimentos de coisa analienável. Por exemplo, imóvel com cláusula de inalienabilidade que é locado: o aluguel é fruto de coisa inalienável, portanto, relativamente impenhorável. Pode ser penhorado se no patrimônio do devedor não haver outro bem para penhora, pois o imóvel inalienável é impenhorável absolutamente, restando apenas o aluguel, fruto do bem inalienável.
03-03-2016
2. Bens de Terceiros que podem ser atingidos “responsabilidade patrimonial secundária”
Art. 790, CPC
São sujeitos à execução os bens:
I do sucessor a título singular tratando-se de execução fundada em direito real, ou obrigação reipersecutória (é aquela que está intimamente vinculada à coisa, que a acompanha independentemente do lugar onde esta esteja);
II do sócio, nos termos da lei (Ex.: desconsideração da personalidade jurídica). Vide art. 795, CPC os bens particulares dos sócios não respondem pelas dívidas da sociedade, senão nos casos previstos em lei. §1°: o benefício de ordem; §2°: incumbe ao sócio que alegar benefício de ordem, nomear quantos bem da sociedade situados na mesma comarca, livres e desembaraçados de ônus; §3°: o sócio que pagar a dívida, poderá executar a sociedade nos autos do mesmo processo; §4°: obrigatória a observância do incidente para a desconsideração da personalidade jurídica;
III do devedor, ainda que em poder de terceiros (Ex.: bem imóvel do devedor locado a terceiro, estando este no exercício da posse);
IV do cônjuge ou companheiro, nos casos em que seus bens próprios ou de sua meação respondem pela dívida. Um cônjuge/ companheiro responde pela dívida do outro sempre que a dívida estiver revertida em proveito da família, pois entende-se que o cônjuge se beneficiou da dívida;
V alienados ou gravados com ônus real em fraude à execução;
VI cuja alienação ou gravação com ônus real tenha sido anulada em razão do reconhecimento em ação autônoma de fraude contra credores;
VII do responsável, nos casos de desconsideração da personalidade jurídica (o inciso diz “responsável” e não “sócio”, podendo ser o responsável apenas um administrador).
Fraude à Execução
1. Conceito Coibir, impedir certos negócios jurídicos fraudulentos para driblar a execução. É a alienação ou oneração de bens pelo devedor a um terceiro no curso do processo capaz essa alienação ou oneração de atrapalhar o resultado eficaz da execução. Há quem entenda que o momento se dá a partir da distribuição da ação e quem entenda que seja a partir da citação, sendo esta a que predomina.
2. Fraude à execução e fraude contra credores:
A. Na fraude à execução já há processo em curso movido pelo credor contra o devedor; já na fraude contra credores, não há esse processo em curso quando a venda é feita;
B. A fraude à execução dispensa o chamado “concílio em fraudes”; já a fraude contra credores exige o concílio em fraudes, que é o ajustamento prévio entre o devedor que vende e o terceiro que compra, é um conluio.
C. A fraude à execução dispensa para seu reconhecimento o ajuizamento de ação própria; já a fraude contra credores, para o seu reconhecimento, exige o ajuizamento de ação própria ação de anulação do negócio jurídico no caso de fraude contra credores: Ação Pauliana e
D. A fraude à execução tem como consequência a ineficácia da venda feita – o bem não volta ao patrimônio do devedor; já a fraude contra credores tem como consequência a anulação da venda feita.
09-03-2016
3. Observações importantes:
A. A fraude contra credores exige para o seu reconhecimento a existência de um processo em curso movido pelo credor contra o devedor;
B. Quando se considera que há processo pendente? Tem prevalecido a hipótese que o marco temporal deve ser a citação do devedor no processo quelhe moveu o credor, é a partir da citação que se considera a litispendência. Vide o §3°, art. 792, CPC;
C. O reconhecimento da fraude à execução dispensa o ajuizamento de ação própria;
D. A consequência da fraude à execução é a ineficácia da venda (alienação) realizada. Essa alienação é ineficaz diante do credor. Vide o §1°, art. 792, CPC;
E. O STJ exige, para o reconhecimento da fraude à execução, a má-fé do terceiro adquirente, sendo que essa má-fé deverá ser comprovada na situação concreta pelo credor. Súmula 375, STJ. O terceiro de boa-fé será sempre protegido e não poderá ter o bem atingido; a boa-fé do terceiro sempre deve ser presumida. A boa-fé do terceiro adquirente é a ausência de ciência pelo terceiro adquirente da ação proposta pelo credor contra o devedor. Na má-fé, não se exige conluio do devedor com o terceiro adquirente, basta a ciência do terceiro da ação proposta pelo credor contra o devedor.
4. Exame do Art. 792, CPC: Detalhar as hipóteses ou situações de fraude à execução
I.
 * Ação proposta contra o devedor [fundada em direito real ou obrigação reipersecutória]
Credor 					devedor
	Devedor terceiro adquirente
 venda
O fato exposto acima configuraria fraude à execução, caso tenha havido a averbação da distribuição da ação na matrícula do imóvel. Se o fez, a alienação será dada por ineficaz diante do credor. O credor pode optar pelo bem que desejar, não importando a existência de mais bens no patrimônio do devedor.
*Não necessariamente a ação proposta deve ser de execução. A ação pendente deve ser fundada em direito real ou obrigação reipersecutória (ação para entrega de coisa).
II. 
 * Ação proposta contra o devedor [$]
Credor 					devedor
	Devedor terceiro adquirente
 venda
É necessário que o credor tenha obtido a certidão de distribuição da ação e a tenha levado para a averbação na matrícula no imóvel. Não há relevância se houver mais bens no patrimônio do devedor, pois o credor optou por aquele bem.
III. 
Também se considera fraude à execução, mesmo não havendo averbação na matrícula do bem imóvel da distribuição da ação, a averbação de qualquer ato processual relacionado à ação do devedor contra o devedor. Não podendo, portanto, o terceiro adquirente alegar boa-fé.
IV.
Não há averbação na matrícula do bem imóvel; a discussão sobre boa ou má-fé será aberta, cabendo ao credor demonstrar a má-fé do credor, uma vez que a boa-fé é presumida. Este inciso exige a insolvência do devedor e a demonstração da má-fé do devedor, o que não ocorre quando a averbação é realizada.
Obs.: 
Art. 794, CPC reforço do benefício de ordem (não é absoluto); §1° bens insuficientes; §2° fiador que pagar dívida poderá executar o devedor nos autos do mesmo processo; §3° não aplicação se o benefício de ordem se o fiador renunciá-lo.
16-03-2016
Competência para a execução
1. Execução fundada em título judicial – Regras para cumprimento de sentença
Art. 516, CPC
I tem competência para a execução o tribunal que tiver proferido a decisão exequenda nos casos de demandas de sua competência originária;
II tem competência para a execução o juízo que decidiu a demanda, a causa, em primeiro grau de jurisdição;
III tem competência para execução o juízo cível competente nos casos de sentença penal condenatória, sentença arbitral e sentença estrangeira (para se chegar ao órgão judicial competente para execução, deve-se utilizar as regras gerais de competência do CPC);
§único traz alternativas ao exequente para propositura de sua execução, essas alternativas se aplicam aos incisos II e III, acima expostos. Alternativas em prol do exequente: 1ª. O exequente pode promover a execução no foro do domicílio do executado; 2ª. O exequente pode optar a promover a execução no juízo do local onde se encontrem bens penhoráveis em nome do devedor executado e 3ª. O exequente pode optar a promover a execução no local onde a obrigação de fazer ou não fazer deva ser cumprida. Essas alternativas se justificam a fim de evitar cartas precatórias para outras comarcas, que prolongariam demasiadamente a execução. O credor, quando optar por essas alternativas, deve requerer ao juízo de competência originária remeta os autos à Comarca desejada.
2. Execução fundada em título extrajudicial
Art. 781, CC
“caput” e execução fundada em titulo extrajudicial deve ser ajuizada perante o órgão cível competente. As regras de competência vêm da parte geral do CPC. Destaque para o Art. 53, III, “d”, CPC é competente o local do cumprimento da obrigação para aquelas demandas que tenham por fim exigir esse cumprimento.
I o exequente pode optar por promover a ação no foro de domicílio do executado, ainda que este não seja o foro de cumprimento da obrigação, bem como pelo foro de eleição constante do contrato/ acordo entre as partes e, ainda, por promover a execução no local em que se encontrem bens penhoráveis do executado.
II nos casos de mais de um domicílio do executado, poderá, o exequente, promover em qualquer um deles a execução;
III o exequente poderá promover a execução no foro do domicílio em que for encontrado o executado; o exequente pode promover a execução em seu foro de domicílio;
IV quando há mais de um executado, o credor pode optar por qualquer um dos foros de domicílio dos executados;
V 
Obs.: 
Art. 782, CPC o juiz determinará e o oficial de justiça cumprirá. O oficial poderá atuar em comarcas diversas, caso forem vizinhas, fizerem parte da mesma região metropolitana, a fim de evitar carta precatória. Poderá ser solicitado reforço policial. A requerimento da parte, o juiz poderá determinar a inclusão de seu nome em cadastro de inadimplentes.
Observações finais sobre a Teoria Geral do Processo
1. Poderes adicionais do juiz na execução – arts. 772, 773, CPC
17-03-2016
Ato atentatório à Dignidade da Justiça na Execução
Art. 774, CPC
Considera-se atentatória à dignidade da justiça na execução a conduta comissiva ou omissiva do executado:
I fraude à execução;
II o ato do executado que se opõe maliciosamente à execução empregando meios artificiosos;
III o ato do executado que dificulta ou embaraça a realização da penhora;
IV o ato do executado que resiste injustificadamente às ordens judiciais;
V o ato do devedor que intimado não indica ao juiz quais são e onde estão os seus bens passíveis de penhora – o Novo CPC exige uma colaboração das partes no processo para que a execução tenha um bom resultado.
§único o juiz fixará multa em montante não superior a 20% do valor atualizado do débito em execução, a qual será revertida em proveito do exequente, exigível nos próprios autos do processo, sem prejuízo de outras sanções de natureza processual ou material.
Desistência da Execução pelo Credor
Art. 775, CPC
O exequente tem o direito de desistir de toda a execução ou de apenas alguma medida executiva.
§único na desistência da execução, observar-se-á o seguinte: 
I serão extintos a impugnação e os embargos que versarem apenas sobre questões processuais, pagando o exequente as custas processuais e os honorários advocatícios;
II nos demais casos, a extinção dependerá da concordância do impugnante ou do embargante;
Se o executado não tiver oferecido defesa, o exequente poderá desistir a qualquer momento da execução; porém, se o executado apresentou nessa Execução defesa (na impugnação ou nos embargos) que versarem apenas sobre questões processuais, o credor é livre para desistir da execução a qualquer momento, independentemente da concordância do devedor; se o executado apresentou nessa mesma execução defesa de mérito, o credor deixa de ser livre para desistir da execução, dependendo da concordância do devedor.
Responsabilidade Civil do Exequente
Art. 776, CPC
O exequente ressarcirá ao executado os danos que este sofreu quando a sentença transitada em julgado declarar inexistente, no todo ou em parte,a obrigação que ensejou a execução. Por exemplo, duplicata fria. A responsabilidade do credor é objetiva, ou seja, não depende de culpa do credor; quando a sentença que declarar inexistente o que ensejou a execução transitar em julgado.
Aplicação subsidiária das regras da fase ou processo de conhecimento (Vide §ún. do Art. 771, CPC)
Execução fundada em título Executivo Judicial ou Cumprimento de Sentença
1. Execução fundada em Título Judicial que retrata obrigação de fazer ou não fazer (Arts. 536 e 537, CPC)
Art. 536, CPC
No cumprimento de sentença que reconheça a exigibilidade de obrigação de fazer ou de não fazer, o juiz poderá, de ofício ou a requerimento para a efetivação da tutela específica ou a obtenção de tutela pelo resultado prático equivalente, determinar as medidas necessárias à satisfação do exequente.
Tutela Específica, resultado prático equivalente e perdas e danos:
Tutela Específica: é a tutela executiva que visa proporcionar ao credor exatamente aquilo que o título executivo lhe confere.
Resultado prático equivalente: é a tutela executiva que proporciona ou visa proporcionar ao credor não exatamente o que o título executivo lhe dá, mas sim, algo similar (algo equivalente/ parecido).
Perdas e danos: é a indenização.
Linhas gerais para noção do funcionamento da execução fundada em título judicial para obrigações de fazer e não fazer:
Mecanismos executivos;
Multa coercitiva – mais provável para tutela específica;
Medidas de apoio – mais adequadas para o resultado prático equivalente.
23-03-2016
Multa coercitiva [“astreintes”]
Art. 537, CPC
Natureza:
	Coercitiva multa para pressionar o devedor a cumprir sua obrigação; não visa punir o devedor inadimplente, nem sancioná-lo, apenas coagi-lo ao cumprimento da obrigação;
	Processual não é uma multa de direito material; é uma medida executiva. A multa não pode ultrapassar o valor da obrigação, é o que tem decidido o STJ; limita-se o valor da multa ao valor da obrigação – discordância na doutrina;
	Pública a multa visa efetivar uma decisão judicial imposta ao devedor, a fim de que esta não seja dada por ineficaz pelo devedor. O objetivo é garantir o poder emanado do Judiciário nas suas decisões. Trata-se de caráter público.
Imposição de Ofício: por sua natureza pública, o juiz pode determinar, impor a multa de ofício. O art. 537, CPC, é expresso nesse sentido – independe de requerimento da parte.
Momento para imposição da multa:
Tutela provisória decisão de tutela antecipada;
Sentença caso não tenha havido tutela provisória;
Execução a qualquer momento pode ser imposta a multa na fase de execução.
Imposição, Prazo para o cumprimento e Intimação do executado Em regra, o juiz concede prazo razoável para cumprimento da obrigação; caso desobediência, a multa inicia sua incidência. Em situações extremas, é possível dispensar o prazo razoável para cumprimento da obrigação, por exemplo, nos casos de execução contra plano de saúde envolvendo cirurgia. O devedor deve ter sido intimado pessoalmente para cumprir a obrigação e não a cumpriu – a multa começa a incidir. Súmula 410, STJ. O executado deve ser intimado pessoalmente, não se aceitando a intimação na pessoa do advogado do devedor. O prazo passa a correr a partir da juntada comprovando a intimação do devedor.
Periodicidade da multa A multa pode ter qualquer periodicidade, não sendo necessariamente diária; o juiz fixará a periodicidade de acordo com o caso concreto. Podendo ser desde por minutos até anual.
Valor da multa O juiz, a princípio, é livre para aplicar o valor da multa, desde que justificando. O critério que o juiz deve atender é o de impor valor de multa que seja capaz de coagir o devedor a efetuar o cumprimento da obrigação, o que o faz levando em consideração o poderio aquisitivo do devedor.
Modificabilidade e revogabilidade A multa prevista no art. 537, CPC, é de caráter precário, pois pode ser modificada e revogada a qualquer tempo pelo juiz, que pode desde aumentar até diminuir o valor da multa. Valores muito altos ou irrisórios acarretariam a não coação ao pagamento, uma vez que valores baixos aplicados ao devedor que tenha grande poder aquisitivo não surtiriam efeito, bem como valores altos ao devedor que possui baixo poder aquisitivo também não, é o que se diz “multa insuficiente ou excessiva”. Vide §1°, art. 537, CPC.
Beneficiário da multa O valor da multa que incidiu destina-se ao credor exequente.
Incidência e exigibilidade Estes termos são diferentes, que acontecem em momentos diversos. A multa incide a partir do momento em que esgotado o prazo razoável que o juiz estabeleceu para cumprimento da obrigação, desde que o recurso cabível contra a decisão que impôs a multa não tenha efeito suspensivo. Multa aplicada na sentença: efeito suspensivo (cabe recurso de apelação); multa afixada na tutela provisória: não tem efeito suspensivo (cabe agravo de instrumento). A exigibilidade é feita após trânsito em julgado da sentença.
Medidas de apoio
Art. 536, §1°, CPC
O rol do §1°, art. 536, CPC relação de medidas de apoio à multa: busca e apreensão; remoção de pessoas e coisas; desfazimento de obras; impedimento de atividade nociva; entre outras (o princípio da tipicidade não é mais utilizado na execução). É possível auxílio policial.
Natureza do rol rol EXEMPLIFICATIVO.
Prisão civil VEDAÇÃO! A única hipótese de prisão civil é caso de falta de pagamento de pensão alimentícia.
24-03-2016
2. Execução fundada em título executivo judicial para obrigações de entrega de coisa
Art. 538, CPC
Aplicação das regras da execução para obrigações de fazer e não fazer
Mecanismos executivos próprios:
	Busca e apreensão [para bens móveis]
	Imissão na posse [para bens imóveis]
Benfeitorias e retenção por benfeitorias [devem ser alegadas na fase de conhecimento, em contestação, de forma discriminada e com atribuição, sempre que possível e justificadamente, do respectivo valor; o direito de retenção por benfeitorias deve ser exercido na contestação, na fase de conhecimento]
3. Execução fundada em título judicial para obrigações de pagamento de quantia
3.1. Dois temas prévios
Liquidação de sentença
A. Sentenças ilíquidas condenam a pagar, mas não dizem a quanto [falta o “quantum” devido]: As sentenças ilíquidas podem ocorrer quando o autor formula na petição inicial pedidos genéricos;
B. Objetivo da liquidação: apurar o “quantum” devido.
C. A liquidação como fase intermediária do processo sincrético: PETIÇÃO INICIAL ----- SENTENA ILÍQUIDA ------ FASE DE LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA (fase de conhecimento) ------ FASE DE EXECUÇÃO: tudo ocorre dentro de um mesmo processo.
D. Natureza: as atividades são cognitivas, fase de conhecimento.
E. Espécies: 
	E.1. Por Arbitramento toda vez que para apurar o valor devido for necessária a realização de uma perícia. Arts. 509, 510, CPC.
	E.2. Por artigos (também chamada de liquidação pelo procedimento comum), sempre que, para se chegar ao valor devido, houver a necessidade de se alegar e provar fato novo, o qual é o fato que não pôde ser discutido na fase de conhecimento anterior ou é o fato superveniente à fase de conhecimento anterior. Arts. 509, II e 511, CPC.
Não existe o que se chama, equivocadamente, liquidação por meros cálculos, em que a sentença já é liquida. Após a sentença, já se pode iniciar a fase de execução.
PETIÇÃO INICIAL ------ SENTENÇA que fornece dados para fazer cálculos e se chegar ao valor ---- FASE DE EXECUÇÃO DE SENTENÇA LÍQUIDA: a sentença é liquida, pois, embora não diga o valor, fornece condições para o encontrar. Por isso, a liquidação por meros cálculos não existe nas espécies ora tratadas.
30-03-2016
Art. 509, §1°, CPC
Sentença em Parte Líquida e em parte Ilíquida: É perfeitamente possível. Por exemplo, sentença em que o juiz declara 200 salários mínimos vigentes a época para dano moral e não conheça do valor devido ao dano material. A sentença é, portanto, líquida e ilíquida, respectivamente.Recomenda-se que a autuação da liquidação da sentença seja feita em autos apartados. ATENÇÃO! O processo é o mesmo, apenas se atua em apartado a liquidação da sentença.
Art. 509, §2°, CPC
Apuração do valor devido por meros cálculos: NÃO é espécie de liquidação. Anexar o memorando de cálculos que foram elaborados, a fim de deixar claro ao juiz a forma como se chegou ao valor. No §3°, é previsto que o CNJ crie um software para a realização desses cálculos. Não há liquidação de sentença, basta apenas a realização de cálculos aritméticos. Já se pode iniciar a execução de sentença.
Art. 509, §4°, CPC
Liquidação e rediscussão da lide: Na liquidação, não se pode voltar a discutir aquilo que já foi discutido na fase de conhecimento anterior. É questão de respeito ao que se foi decidido antes; na fase de liquidação, a única discussão é o “quantum”. É possível que na fase de liquidação de sentença, o resultado da liquidação seja ZERO; não houve indenização; o que se discute é o “quantum”, se o “quantum” for zero não há nada de anomalia. Embora não comum, é possível, portanto, chegar-se ao valor ZERO na liquidação de sentença.
Art. 512, CPC
Liquidação na pendência de recurso: Enquanto se discute o recurso no segundo grau de jurisdição, no primeiro grau já se pode iniciar a fase de execução, para se “ganhar” tempo. A fase de liquidação se inicia no PRIMEIRO grau de jurisdição. Deve-se juntar ao requerimento de iniciação à fase de liquidação de sentença, dirigido ao primeiro grau de jurisdição, as cópias das peças principais e necessárias do processo, pois, devido ao recurso de apelação, aquele se encontra no segundo grau de jurisdição.
Legitimidade para requerer a liquidação: O credor é quem possui legitimidade para iniciar a fase de liquidação de sentença; o devedor também possui essa legitimidade, uma vez que há devedores que desejam apurar o “quantum” devem para realizar o pagamento rapidamente (não muito comum).
Execução Provisória
Arts. 520 a 522, CPC
Cabimento: A execução provisória tem cabimento sempre que o credor tiver em mãos uma sentença, portanto um título judicial, impugnada por recurso que não tem efeito suspensivo. 1ª. Situação possível: deparar-se, o credor, com sentença que foi impugnada por uma apelação que tem efeito suspensivo: a melhor saída é não executar; 2ª. Situação possível: deparar-se com sentença impugnada por recurso sem efeito suspensivo: a melhor saída é executar provisoriamente; 3ª. Situação possível: deparar-se com uma sentença já transitada em julgado: a melhor saída é executar definitivamente, pois não há risco alto de que a decisão seja modificada.
Regra fundamental: A execução provisória se faz, deve ser feita, do mesmo que a execução definitiva. 
Peculiaridades:
I A execução provisória corre por iniciativa e responsabilidade do exequente, o qual se obriga, caso a sentença seja reformada, a indenizar os prejuízos do executado.
II A execução provisória fica sem efeito sobrevindo decisão que modifique ou anule a sentença objeto da execução, restituindo-se as partes ao estado anterior e liquidando-se eventuais prejuízos nos mesmos autos. Vide §4°, Art. 520, CPC. 
III Se a sentença objeto de cumprimento provisória for modificada ou anulada apenas em parte, somente nesta parte ficará sem efeito a execução.
IV Atos gravosos (capazes de causar prejuízo ao executado) na execução provisória só podem ser praticados, realizados, com a prestação de caução por parte do exequente. O exequente deve oferecer bem para servir de caução, caso o executado sofra prejuízos. A caução tem de ser suficiente (capaz de cobrir os prejuízos do executado) e idônea (capaz de proporcionar satisfação ao executado), fixada pelo juiz. Há a caução fidejussória e a real. 1° ato gravoso: Na execução provisória o credor apenas levanta dinheiro depositado mediante caução; 2° ato gravoso: Ato de alienação de propriedade; 3° ato gravoso: Ato que importe potencial prejuízo, lesão grave, ao executado. A caução exigida nas três hipóteses do inciso IV do artigo 520, CPC, pode ser dispensada em situações excepcionais; isso será possível nas situações previstas no artigo 521, CPC: I. Levantamento de dinheiro para caráter alimentar (não há limite para o levantamento); II. Toda vez que o credor demonstrar situação de necessidade; III. Quando pender o agravo do artigo 1.042, CPC (A lei n°. 13.256/2016 alterou a redação do inciso III, art. 521, CPC, extraindo a expressão “fundada nos incisos I e II”.); IV. Quando a sentença a ser provisoriamente cumprida estiver em consonância com súmula do STF ou do STJ, ou então estiver em conformidade com acórdão proferido no julgamento de casos repetitivos; §único.: A exigência de caução poderá voltar a ser exigida quando houver periculum in mora. 
31-03-2016
Art. 520, §1°, CPC
Execução provisória e Impugnação A impugnação é o mecanismo de defesa do devedor na execução fundada em título judicial. É o meio que o devedor possui para se defender na execução. Cabe a impugnação no âmbito da execução provisória.
Art. 520, §2°, CPC
Execução provisória, multa e honorários advocatícios Cabe a multa de 10% (art. 523, CPC) na execução provisória e cabem também honorários advocatícios.
Competência para a execução provisória A competência é do juízo do primeiro grau de jurisdição, o mesmo juízo que proferiu a sentença na fase de conhecimento.
Art. 522, CPC
Execução provisória e cópias das principais peças do processo Esse procedimento se dá uma vez que o processo, com a apelação, encontra-se no Tribunal – TJ. Para dar início à execução provisória, formula-se o requerimento que vai instruído com as principais peças do processo: OBRIGATÓRIAS cópia da sentença; cópia da certidão de interposição de recurso sem efeito suspensivo; cópias das procurações outorgadas aos advogados; cópia de decisão de legitimidade – habilitação; FACULTATIVAS cópia de qualquer outra peça considerada fundamental.
06-04-2016
3.2. Execução fundada em Título Judicial para pagamento de quantia
 Trânsito certidão de trânsito baixa dos autos partes são intimadas requerimento
Em julgado em julgado à origem da baixa dos autos início da fase -.-.-.-.-.-.-.-	 -.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.- -.-.-.-.-.-.-.-.-.-.- -.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.- de execução
													
 Intimação do devedor 
 para pagamento	
	-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-
	
 Devedor PAGA Devedor NÃO paga
 
 
 Impugnação
 	
Atos executórios:		 Penhora Avaliação Expropriação Satisfação do exequente
 
A fase de execução só se inicia por requerimento (não pode ser chamado de petição inicial) do credor/ exequente. Não começa de ofício pelo juiz. Esse requerimento está regulado, disciplinado, no artigo 524, CPC: Qualificação pormenorizada de quem é o exequente e quem é o executado. 
Deve ser apresentada a memória de cálculo. 
O devedor é intimado para pagamento e tem o prazo de 15 dias para efetuá-lo. A intimação se dá de forma específica: publicação no diário eletrônico da justiça no nome do advogado do executado constituído nos autos; não se aproveita a intimação do início da ação; quando o executado está sem advogado constituído, a intimação se dá pessoalmente através de carta dirigida ao seu endereço com AR. Essa intimação vem disciplinada no CPC, sobretudo nos §§2°, 3° e 4°, art. 513. O endereço deve estar atualizado – é obrigação das partes.
Caso o devedor pague o crédito, atinge-se o objetivo do credor; antes de extinguir a ação, o juiz ouve aspartes.
Ultrapassado o prazo de 15 dias previsto para o pagamento por parte do devedor ao credor e não pago o crédito, incorre multa de 10% (multa coercitiva, para pressionar o devedor a pagar) + 10% de honorários advocatícios – art. 523, §1°. Portanto, a dívida se acresce em 20%. Se o devedor pagar parcialmente, os acréscimos serão apenas sobre o restante. A impugnação vem como oportunidade de o devedor se defender dentro da execução de título judicial.
Dobra-se o prazo de pagamento caso seja mais de um devedor com advogados constituídos diferentes; não há prazo em dobro nos processos eletrônicos.
Impugnação ao cumprimento de sentença:
1. Conceito É o mecanismo de defesa do executado dentro da execução de título judicial. Trata-se de um conceito genérico.
2. Natureza Jurídica Mero incidente defensivo dentro da execução de título judicial. A impugnação não dá origem a um novo processo, mas sim, dentro do mesmo processo sincrético. 
3. Prazo para apresentação A impugnação vem tratada no CPC no artigo 525. Pode ser oferecida pelo devedor no prazo de 15 dias, contados a partir do fim do prazo de 15 dias que o executado tem para pagar o valor sem multa e sem honorários. 
4. Necessidade de prévia penhora para a impugnação? Para que o devedor possa impugnar NÃO há necessidade de prévia penhora.
07-04-2016
5. Matérias alegáveis
Art. 525, §1°, CPC
I É possível de se alegar na impugnação a falta ou nulidade da citação, se, na fase de conhecimento, o processo correu à revelia. Trata-se de um vício gravíssimo, e não precisa ser alegado em ação rescisória;
II É possível de se alegar na impugnação a ilegitimidade de parte, tanto ativa quanto passiva;
III Também é passível de alegação na impugnação a inexequibilidade do título (o título não é executivo) e a inexigibilidade (não é exigível) da obrigação – referência aos §§12, 13, 14 e 15, art. 525, CPC;
IV Na impugnação, o executado poderá alegar penhora incorreta ou avaliação errônea;
V Também é passível de alegação na impugnação excesso de execução (é a pretensão do exequente de receber do devedor mais do que o título executivo dá a ele credor. Não basta ao executado dizer apenas que o valor do credor é equivocado, deve indicar qual o valor correto, apresentando, para tanto, a memória de cálculo; caso o devedor não siga essas duas instruções de indicar valor correto e apresentar memória de cálculos, o juiz, liminarmente, rejeitará a impugnação - §§4° e 5°) ou cumulação indevida de execuções;
VI Também é passível de alegação na impugnação a incompetência absoluta ou relativa do juízo da execução;
VII Também é passível de alegação na impugnação qualquer causa modificativa ou extintiva da obrigação retratada no título, desde que supervenientes à sentença.
Esse rol de matérias alegáveis na impugnação é TAXATIVO; apenas essas matérias indicadas poderão ser alegadas – nada mais.
6. Efeito Suspensivo
§6°, art. 525, CPC
Regra: NÃO; em regra, a impugnação não para a execução; ainda que o executado tenha impugnado, pode-se penhorar, avaliar, expropriar, satisfazer o exequente.
Excepcionalmente: SIM, se obedecidos 03 requisitos, que são cumulativos:
1°. Relevância dos fundamentos da impugnação, juízo de probabilidade – fumus boni juris;
2º. A sequência da execução se mostra capaz de causar ao executado grave dano de difícil ou incerta reparação – periculum in mora; 
3°. Garantia do juízo: 1Por penhora; 2Por caução; 3Por meio de depósito.
O juiz pode conceder o efeito suspensivo de ofício, desde que presentes os requisitos, não sendo vedado requerimento do impugnante.
A penhora não é necessária para impugnar; mas se o impugnante deseja o efeito suspensivo, esta se tornará indispensável.
13-04-2016
7. Procedimento
 Petição intimação do manifestação do instrução, se houver alegações decisão
-.-.-.-.-.-.-.-.- exequente exequente necessidade finais -.-.-.-.-.-
A petição deve ser escrita. A manifestação do exequente deve ser por escrito, em prazo de 15 dias, para se preservar a isonomia. Apresentada ou não a manifestação do exequente, o juiz colherá provas, e para tanto, abrirá instrução (se as provas forem apenas documentais, não haverá instrução). As alegações finais ocorrerão sempre que haver instrução, pois as partes se manifestam sobre o que foi instruído com os depoimentos, por isso, a instrução pode não ser necessária, caso em que só existam provas documentais. Se a decisão não levar à extinção da execução, haverá decisão de natureza interlocutória e o recurso cabível é o de agravo de instrumento; se a decisão extinguir a execução, a decisão terá natureza de sentença e o recurso cabível é o de apelação.
8. Questões supervenientes à impugnação
Art. 525, §11, CPC
9. Exceção de pré-executividade
9.1. O que é? É uma outra forma de defesa do executado dentro da execução, por meio da qual o devedor alega em seu benefício, por simples petição, matérias de ordem pública.
9.2. Origem Foi um mecanismo engendrado para fornecer ao devedor alegar matéria de ordem pública sem prévia penhora.
9.3. Cabimento A exceção de pré-executividade tem cabimento para alegação de matérias de ordem pública apenas. Para o seu cabimento, a prova do que se alega dentro da exceção tem que ser prova documental. 
9.4. Nomenclatura A nomenclatura tem sido criticada pela doutrina, a qual traz outro nome para o mecanismo: OBJEÇÃO (pois é matéria de ordem pública, portanto não se fala em exceção, mas sim em objeção) DE NÃO EXECUTIVIDADE.
9.5. Procedimento Não há procedimento específico, portanto, pensa-se em procedimento minimalista. 
Petição intimação do manifestação do decisão
-.-.-.-.-. exequente exequente -.-.-.-.-.- 
A petição deve ser escrita. Não há prazo para apresentação de pré-executividade, pois se refere de matéria de ordem pública, a qual não preclui. Se a decisão não levar à extinção da execução, haverá decisão de natureza interlocutória e o recurso cabível é o de agravo de instrumento; se a decisão extinguir a execução, a decisão terá natureza de sentença e o recurso cabível é o de apelação.
	9.6. Utilidade atual
14-04-2016
Parte III
Execução Fundada em Título Executivo Extrajudicial
I. Aspectos introdutórios
1. Petição inicial A execução do título extrajudicial se inicia com a petição inicial, a qual obedece o art. 319, CPC. Além do art. 319, CPC, a petição inicial deve obedecer os arts. 798 e 799, CPC.
Art. 798, CPC:
I. Documentos que necessariamente devem acompanhar a petição inicial: a. título executivo (tem-se entendido que a juntada é do original, porém a tendência é deixar de assim o ser); b. demonstrativo do débito atualizado até a data da propositura da ação – é a memória de cálculo (vide o §único do art. 798, CPC); c. prova de que se verificou a condição ou ocorreu o termo, se for o caso; d. prova, se for o caso, de que adimpliu a contraprestação que lhe corresponde ou que lhe assegura o cumprimento, se o executado não for obrigado a satisfazer a sua prestação senão mediante a contraprestação do exequente.
II. Cabe ao exequente indicar: a. o espécie de execução de sua preferência, quando por mais de um modo puder ser realizada; b. os nomes completos do exequente e do executado e seus números de inscrição no CPF ou CNPJ; c. bens suscetíveis de penhora, sempre que possível (não se trata de requisito, e sim de possibilidade) – a melhor opção é não indica-los.
Art. 799, CPC: Nos incisos I a VI exige que o exequente requeira na petição inicial a intimação de diversos sujeitos, mas a ideia maior é a intimação daqueles que possam ter direito real sobre o bem que eventualmente seja penhorado. Se o exequente não realizar o requerimento da intimação, sofrerá as consequências previstas no art. 804, CPC, que diz que se esses sujeitos não forem indicados e intimados, a execução e os atos executivos contra eles são ineficazes, sem efeito. O inciso VII não diz respeito a direito reale sim a direito de preferência. O inciso VIII trata de possibilidade de pleitear medidas urgentes desde a petição inicial. Por fim, o inciso IX trata do procedimento de averbação em registro público do ato da propositura da execução e dos atos de constrição realizados, para conhecimento de terceiros.
2. Juízo de Admissibilidade da Petição Inicial o juiz analisará a admissibilidade da petição inicial. Ao analisá-la, o juiz terá três alternativas: 1ª. Se a petição inicial possuir vício incorrigível, deverá o juiz indeferi-la; 2ª. O juiz pode determinar a emenda da petição inicial, concedendo prazo de 15 dias para tanto, caso esta possua vício corrigível (art. 801, CPC) e 3ª. Estando em termos a petição inicial, deverá o juiz acolhê-la determinando a citação.
Art. 801, CPC: Este artigo trata da possibilidade de o juiz determinar emenda da petição inicial, no prazo de 15 dias (no CPC/73, o prazo era de 10 dias), nos casos de esta não estar acompanhada dos documentos indispensáveis à sua propositura. Não o fazendo o proponente, o juiz a indeferirá. 
3. Citação Deve-se aplicar as regras gerais de citação do CPC. Nada impede, no novo CPC, a citação por correio (que é a regra), também cabendo a citação por mandado e por oficial de justiça. Por mandado ocorrerá, a citação, quando o exequente assim o solicitar. A citação por edital é cabível na execução, bem como citação por hora certa. 
4. Interrupção da prescrição 
Art. 802, CPC: Este artigo prevê que o despacho que ordena a citação, interrompe a prescrição, ainda que proferido por juízo incompetente. §único: A interrupção da prescrição retroagirá à data da propositura da ação, o que serve como benefício para o exequente que agiu nos conformes. Não haverá o benefício da retroatividade se a citação não tiver ocorrido por culpa do exequente.
5. Escolha
Art. 800, CPC: Este artigo trata da escolha nos casos das obrigações alternativas. A princípio, a escolha cabe a quem estiver determinado no título. Caso seja o credor, este deverá realizar a escolha desde a petição inicial. Se a escolha couber ao devedor, este será citado para entregar a coisa por ele escolhida. Se o juiz citá-lo para escolher a coisa, e este não atende à citação no prazo, a escolha será transferida ao credor exequente.
6. Nulidade da execução
Art. 803, CPC
II. Execução para obrigações de fazer e não fazer fundada em título extrajudicial
Petição inicial Juízo de admissibilidade da petição inicial Citação
		
 Não fazer Fazer
 
 Perdas e danos
20-04-2016
	2°.Bimestre
11-05-2016
3. Execução fundada em Título Executivo Extrajudicial para Entrega de Coisa
 
							 Devedor entrega
Petição Juízo de admissibilidade Citação 
Inicial da petição inicial .-.-.-.-.
							 Devedor não entrega
					 
Busca e apreensão e imissão na posse
 
 
 Coisa encontrada Coisa não encontrada
Credor tem o direito de exigir do devedor o valor da coisa
Execução de quantia
Arts. 806 a 813, CPC
O executado é citado nesta execução para entregar a coisa no prazo de 15 dias.
Embora a execução tenha sucesso com a entrega da coisa, pode prosseguir com outra natureza, a de indenização, nos casos de a coisa entregue estar deteriorada.
Não necessita, a petição inicial, estar acompanhada de memória de cálculos.
No art. 809, CPC, o exequente tem direito de receber além de perdas e danos o valor correspondente da coisa.
Obs.: Direito de retenção por benfeitorias
Obs.: Coisa incerta: regras de escolha estão previstas nos artigos 811 e 813, CPC.
4. Execução fundada em Título Extrajudicial para pagamento de quantia (dinheiro)
										 Paga
								Devedor é encontrado
												 Não paga
Petição Juízo de admissibilidade Citação -
Inicial da petição inicial .-.-.-.-. P A E S
								Devedor não é encontrado
						
Arts. 824 a 913, CPC
Inicia-se a execução com a petição inicial, a qual deve estar acompanhada de memória de cálculos. O juiz fixa 10% do valor exequendo para honorários advocatícios. Se a execução se prolongar, e o trabalho do advogado for extenso, o juiz poderá fixar, ao final, os honorários advocatícios em 20% (art. 827, caput e §2°, CPC).
A citação do executado pode ser realizada por todas as modalidades citatórias, porém, a modalidade mais segura é a que se dá por mandado. O executado será citado para pagar no prazo de 03 dias.
Se o executado pagar em 03 dias, cessa a execução. É concedido o benefício de honorários advocatícios pela metade. O benefício da redução dos honorários pela metade está previsto no §1°, art. 827, CPC.
Se o devedor não pagar, há a incidência de 10% dos honorários advocatícios. Não há multa. Haverá a sequência de 04 atos executivos: PPENHORA; AAVALIAÇÃO; EEXPROPRIAÇÃO E SSATISFAÇÃO do exequente.
12-05-2016
Continuação
...Devedor não é encontrado:
1. Oficial encontra bens arresto oficial deve voltar mais duas vezes em dias distintos nos 10 dias subsequentes, e então se:
	O devedor, finalmente, for encontrado: e 1paga ou 2não paga penhora-avaliação-expropriação-satisfação
	O devedor ainda não é encontrado: oficial certifica o ocorrido credor é intimado credor pede citação por edital citação por edital, e então se:
	O devedor paga
 OU
	O devedor não paga penhora-avaliação-expropriação-satisfação
Encontrando bens, e não o executado, fará, o Oficial, o arresto desses bens, ou seja, sua apreensão. Não confundir este arresto com o arresto cautelar; a diferença é que, este arresto, para que seja feito, não exige periculum in mora. Este arresto é ato executivo, não cautelar. Já o arresto cautelar exige para sua concessão periculum in mora. O arresto cautelar está mencionado no art. 301, CPC.
Se nas outras duas vezes em que o oficial se dirige ao endereço do devedor e o encontra, efetua a citação deste. Se o devedor paga, a execução se encerra e o mesmo devedor acaba recebendo o benefício da redução pela metade dos honorários advocatícios. Caso o devedor não efetuar o pagamento nos próximos três dias, ocorrerá a cerne da execução: penhora-avaliação-expropriação-satisfação. Não sendo encontrado o executado nessas outras duas vezes, o oficial certifica o ocorrido ao juiz. O credor será intimado e terá a oportunidade de pedir a citação por edital, o que é plenamente possível. Seguem-se as regras da parte geral do CPC para a citação por edital. Com a citação por edital, decorridos três dias, pode acontecer de o devedor pagar e a execução se encerrar, bem como o devedor não pagar nesses três dias e então ocorrerá a cerne da execução.
A penhora deve preferencialmente recair sobre o(s) bem(ns) que já foi(ram) arrestado(s).
O CPC diz que o arresto feito ao início se converte em penhora.
A citação por hora certa apenas pode ser realizada se houver desconfiança de tentativa de ocultação do devedor para evitar a citação.
2. Oficial não encontra bens oficial certifica o ocorrido o credor é intimado credor pede citação por edital, e então:
	O devedor paga
	 OU
	O devedor não paga penhora-avaliação-expropriação-satisfação
Indo ao endereço do executado, o oficial, e não encontrando bens, proceder-se-á à certificação do ocorrido, em que o credor terá oportunidade para solicitar a citação por edital. Feita a citação por edital, pode acontecer de o devedor pagar e a execução enfim se encerrar, bem como acontecer de o devedor não pagar, e o próximo passo será a aplicação dacerne da execução: penhora-avaliação-expropriação-satisfação. Será difícil a penhora acontecer nesses casos, uma vez que o oficial já certificou que não localizou o devedor e nem bens para arrestar. Todavia, a penhora continua sendo possível.
PENHORA
1. Conceito:
 A penhora é um ato fundamental. É o ato executivo constritivo de bens penhoráveis do responsável patrimonial, por intermédio do qual tais bens são afetados à atividade de expropriação da execução, cujo produto, ou seja, produto da expropriação será utilizado para satisfação do exequente.
2. Natureza:
Ato executivo. A penhora não tem caráter cautelar, pois para sua efetivação não se exige periculum in mora. O arresto é, popularmente, chamado de pré-penhora. 
3. Finalidade:
A penhora tem por objetivo afetar, vincular, bens do patrimônio do responsável patrimonial à execução.
4. Indicação de bens à penhora:
A prerrogativa de indicar bens do patrimônio do devedor à penhora é do credor.
O credor pode exercer essa prerrogativa:
Na petição inicial: vide “c”, II, art. 798, CPC. O interessante para o credor não é informar na petição inicial os bens do devedor, pois o alertaria e este se “desfaria” destes bens. Então, o credor terá a oportunidade de indicar os bens:
Em petição, após decorrido o prazo para pagamento de 03 dias e antes da efetivação da penhora.
18-05-2016
5. A Ordem do art. 835, CPC
Art. 835, CPC
A penhora seguirá, preferencialmente, a seguinte ordem:
I dinheiro em espécie, ou em depósito, ou em aplicação em instituição financeira. A execução, em que há penhora de dinheiro, é mais célere e menos complexa.
II títulos da dívida pública da União, dos Estados e do Distrito Federal com cotação em mercado.
III títulos e valores mobiliários com cotação em mercado.
IV veículos de via terrestre.
V bens imóveis.
VI bens móveis em geral.
VII semoventes.
VIII navios e aeronaves.
IX ações e cotas de sociedades simples e empresárias.
X percentual do faturamento de empresa devedora.
XI pedras e metais preciosos.
XII direitos aquisitivos derivados de promessa de compra e venda e de alienação fiduciária em garantia. Não se penhora o bem, mas sim os direitos, os quais são vendidos em hasta pública. O comprador em hasta recebe os direitos e se obriga a pagar as parcelas vincendas.
XIII outros direitos.
A ordem é preferencial, não absoluta.
É possível se romper a ordem a pedido do credor e do executado. Para o credor não existem pressupostos para dispor da ordem. Já para o devedor, devem ser atendidos dois pressupostos simultâneos: 1) a quebra da ordem tem de se revelar menos onerosa para ele devedor e 2) a quebra da ordem não pode atrapalhar a plena e célere satisfação do exequente.
O caráter preferencial da ordem
§§ 1°, 2° e 3°, art. 835, CPC
§1° A quebra da ordem não deve envolver dinheiro. A penhora em dinheiro é prioritária, podendo o juiz, nas demais hipóteses, alterar a ordem prevista no caput de acordo com o caso concreto.
§2° Equiparam-se a dinheiro para fins de penhora a fiança bancária e o seguro garantia judicial, desde que em valor não inferior ao do débito constante na inicial, acrescido de 30%.
§3° Na execução de crédito com garantia real, a penhora recairá sobre a coisa dada em garantia, e, se a coisa pertencer a terceiro garantidor, este também será intimado da penhora. Se houver dinheiro, penhora-se o dinheiro antes de penhorar a coisa dada em garantia.
19-05-2016
6. Penhora e direito de Preferência
Art. 797, CPC
A penhora gera direito de preferência ao credor que penhorou em primeiro lugar no concurso de credores, ou seja, a penhora anterior dá direito de preferência no concurso de credores, não necessariamente o devedor que teve o vencimento de seu crédito primeiro, mas sim, como já dito, aquele que penhorou primeiramente. Apenas cabe falar em direito de preferência em decorrência de penhora anterior quando houver concurso de credores, isto é, quando o mesmo devedor deve para mais de uma pessoa, e o seu patrimônio não é suficiente para pagar a todos os credores.
Importante!
A preferência decorrente da penhora não prevalece diante de outras preferências legais. A preferência se dá: Credor por acidente de trabalho recebe em primeiro lugar, seguido de credor trabalhista, da Fazenda do Estado, do possuidor de direitos reais e o credor quirografário, que não possui preferência alguma. Se existirem dois credores quirografários, prevalece a preferência daquele que penhorar primeiro, assim também ocorre se existirem dois credores preferenciais da mesma situação – prevalece com a preferência aquele que penhorar primeiro.
7. Bens sujeitos à penhora
Quaisquer bens com conteúdo econômico podem ser penhorados, ressalvados aqueles impenhoráveis.
8. Efetivação da Penhora
			Por termo
Penhora 	 	 “tantos bens quantos bastem”
			Por auto
							 [art. 831, CPC]
Devem ser penhorados tantos bens quantos bastem para a integral satisfação (pagamento que abrange o principal, a correção monetária, os juros incidentes, as custas processuais e os honorários advocatícios) do credor exequente, não importando se se fará por termo ou por auto. 
Documentação da penhora
Art. 838, CPC
Deve constar da efetivação da penhora: Indicação do tempo e lugar de sua realização; nomes do exequente e do executado e o número do processo; descrição dos bens com suas características e nomeação do depositário dos bens. Isso se aplica à penhora tanto a termo quanto por auto.
A. Penhora por termo:
Art. 845, §1°, CPC
É uma peça escrita que se junta ao processo.
Aplica-se a bens imóveis desde que apresentada a certidão da respectiva matrícula e a veículos, apresentando-se certidão do respectivo documento. Com a juntada desses documentos nos autos, o juiz procede ao termo, que determina a penhora do bem, indicando as folhas em que se encontra o documento ou a certidão da matrícula no processo. A penhora por termo será realizada independentemente da localização do bem imóvel que virá a ser penhorado. O juiz de uma Comarca pode determinar a penhora de um bem imóvel que se encontre registrado em outra Comarca.
B. Penhora por auto:
Arts. 845 e 846, CPC
É aquela realizada por Oficial de Justiça a mando do juiz.
	B.1. Lugar da penhora [art. 845, §2°, CPC]
Dentro da Comarca, esteja onde estiver o bem, é possível a realização da penhora, respeitando-se as regras de inviolabilidade do domicílio. Se o executado apenas possuir bens fora da Comarca, a penhora se dará por carta precatória. O juiz requererá ao juiz da Comarca em que o bem se situa a que proceda à penhora e à avaliação.
	
25-05-2016
CONTINUAÇÃO
B.2. Cumprimento do mandado
Como o mandato é cumprido?
1. Lugar: qualquer local onde o bem esteja é apropriado para a realização da penhora.
2. Resistência: quando o oficial de justiça encontrar resistência para cumprir o mandado, este não pode fazer uso da força. Deve se dirigir ao juiz que, então, autorizará o uso da força para que o oficial cumpra o mandado. [art. 846, CPC]. Se houver trancamento de portas, o oficial, revestido de ordem do juiz, pode arromba-las. É comum que o oficial já parta para o cumprimento do mandado com a autorização de uso de força dada pelo juiz. Caso o juiz determine o uso de força, o mandado será cumprido por dois oficiais de justiça. Os dois oficiais devem lavrar auto circunstanciado relatando todo o acontecimento para a efetivação da penhora; o auto vem assinado por duas testemunhas. As testemunhas assinam o termo afirmando que leram o termo, não que acompanharam o cumprimento do mandado. É autorizado o auxílio policial. Devem ser impressas duas vias do auto circunstanciado [uma via para o processo e outra para a autoridade policial]. No auto deve constar o arrolamento das duas testemunhas devidamente qualificadas.
3. Penhora por carta precatória: Art. 845, §2°, CPC. Quando houver necessidade de carta precatória, esta será utilizada para penhora, avaliação e expropriaçãodo bem penhorado no juízo deprecado. Se o bem for removível, nada impede que seja trazido para o juízo deprecante para que a avaliação e a expropriação sejam realizadas neste.
Quando a penhora deve ser considerada efetivada? Vide art. 839, CPC. Quando os bens penhorados estejam apreendidos e entregues a um depositário para que este cuide desses bens. Lavra-se apenas um auto se as diligências forem cumpridas no mesmo dia (isso acontece no contexto de mesmo local e tempo). Se houver necessidade de se prosseguir à penhora no dia seguinte, serão lavrados dois autos. Havendo mais de uma penhora, também serão lavrados dois autos. 
01-06-2016
Depósito dos bens penhorados
Art. 840, CPC
Após realização da apreensão dos bens penhorados, há a necessidade de entrega-los a alguém para que deles cuide e os preserve.
No novo CPC, o depositário fiel recebe remuneração. Previsão no art. 160, CPC. O juiz fixará a remuneração, levando em consideração o trabalho exercido.
Os móveis, semoventes, imóveis urbanos e os direitos aquisitivos sobre imóveis urbanos serão depositados em poder do depositário judicial, o qual é remunerado.
Os imóveis rurais, os direitos aquisitivos sobre imóveis rurais e o maquinário agrícola, serão depositados em poder do executado, mediante a prestação de caução.
Caso ninguém queira exercer o cargo de depositário, os bens ficarão a cargo do exequente.
Intimação da penhora
Art. 841, CPC
Feita a penhora, o executado deverá ser intimado, o que se dá com as regras redigidas no art. 841, CPC.
Obs.: Intimação do cônjuge o cônjuge também deverá ser intimado da penhora quando esta recair sobre bem imóvel, ou ainda, sobre direito real sobre imóvel, salvo se o regime de casamento for o da separação total de bens – art. 842, CPC
Penhora de bem indivisível
Art. 843, CPC
A penhora recairá sobre o bem todo, pois a hasta pública seria infrutífera, já que dificilmente seria arrematado um bem em que o arrematante se veria obrigado a entrar em condomínio da propriedade desse bem com terceiro estranho. O CPC resolve a questão de o coproprietário “inocente” da penhora ter sua parte ideal penhorada: da avaliação de valor e arrematação, terá sua parte garantida o terceiro coproprietário. O valor avaliado em hasta pública deve ser maior do que a parte que será entregue ao coproprietário, pois então teríamos penhora e hasta pública para não ter satisfação alguma o executado, o que não faz sentido.
Averbação da penhora
Art. 844, CPC
A averbação da penhora é necessária para garantir a sua publicidade a terceiros.
9. Modificação da penhora
	9.1. Substituição do bem penhorado
A. Imotivada
Art. 847, CPC
O executado é quem tem legitimidade para pedir a substituição do bem penhorado, e apenas o executado.
O prazo para o executado solicitar a substituição é de 10 dias, contados a partir da intimação da penhora.
A substituição deve atender a 02 pressupostos: 1A substituição deve se revelar menos onerosa ao devedor; 2A substituição não pode prejudicar o exequente.
São exigências quando do pedido de substituição: se o executado deseja substituir o bem penhorado por um imóvel, deverá apresentar a certidão da matrícula e o registro que comprove sua propriedade; se a substituição cair sobre bem móvel e semoventes, deverá ser apresentada a sua descrição completa; identificar o crédito, caso deseje substituir o bem penhorado por este crédito; sempre deve se indicar valores, ônus e encargos que recaiam sobre o bem.
O executado deve indicar onde se encontram os bens que deseja “entregar” à penhora; deve comprovar também a propriedade por via de certidão.
O cônjuge deverá concordar.
O exequente será ouvido e então decidirá o juiz. O exequente não poderá se opor se preenchidos todos os pressupostos e cumpridas as exigências dos parágrafos anteriores.
02-06-2016
CONTINUAÇÃO
B. Motivada
Art. 848, CPC
Poderá ser deferida pelo juiz, desde que presente motivo que o CPC indique. Qualquer das partes pode requerer a substituição motiva da penhora. Não há prazo para a formulação de pedido de substituição motivada da penhora. São os motivos:
I a penhora não obedeceu a ordem legal (ordem de preferência, prevista no art. 835, CPC), bem como se:
II a penhora não incidiu sobre os bens designados em lei, contrato ou ato judicial para pagamento;
III havendo bens no foro da execução, outros tiverem sido penhorados;
IV havendo bens livres, a penhora tiver recaído sobre bens já penhorados ou objetos de gravame;
V a penhora incidiu sobre bens de baixa liquidez (bens de difícil venda na execução – hasta pública);
VI fracassou a tentativa de alienação judicial do bem e
VII o executado não indicou valores ou omitiu as indicações previstas em lei (art. 847, CPC).
§único a penhora pode ser sempre substituída por fiança bancária ou seguro garantia judicial.
	9.2. Reforço e redução da penhora
Art. 850, CPC
Deve haver reforço e redução da penhora sempre que, no curso da execução, o valor dos bens penhorados sofrer alteração significativa.
	9.3. Segunda penhora
Art. 851, CPC
Regra: NÃO.
Excepcionalmente: SIM:
1Faz- se segunda penhora quando a primeira tiver sido anulada. 
2Faz-se segunda penhora quando executados os bens, o produto da alienação não bastar para o pagamento do exequente.
3Faz-se segunda penhora quando o exequente desistir da primeira por serrem litigiosos os bens penhorados, ou por já estarem submetidos a uma outra penhora.
10. Alienação antecipada do bem penhorado
Art. 852, CPC
A. Pode ser determinada pelo juiz se os bens penhorados forem de fácil deterioração. O CPC permite alienação antecipada de veículo, por conta da desvalorização.
B. Quando houver manifesta vantagem. 
O juiz deverá ouvir as partes e estabelece prazo de 03 dias para que se manifestem. E assim funciona também com as modificações da penhora, reforço e redução da penhora.
11. Penhoras especiais
A. Penhora “online”
Art. 854, CPC
Penhora de dinheiro por meio eletrônico. Faz-se mediante comunicação do juiz com o Banco Central – o sistema é denominado BacenJUD. O juiz solicita a informação se há quantia e já determina o bloqueio. A resposta do Banco Central já chega com o bloqueio da quantia. Não há prévia comunicação ao executado. Após resposta do Banco Central é que ocorre a intimação do executado, o que para tanto pode este se manifestar.
08-06-2016
B. Penhora de Crédito
	B.1. Crédito retratado em título de crédito
Art. 856, CPC
 Terceiro (devedor do executado)
Credor (credor do executado) Devedor (credor de terceiro)
	B.2. Crédito não retratado em título de crédito
Art. 855, CPC
Serão feitas duas intimações: 
1ª. Feita ao terceiro, informando-o para que não pague ao devedor, mas deposite ao credor em cota judicial.
2ª. Feita ao devedor/ executado, informando-o de que não pode perdoar a dívida da qual é credor em relação ao terceiro, sob pena de se configurar fraude à execução.
 
 Alternativas expropriatórias (Art. 857, CPC)
A. Sub-rogação: colocar-se na posição do devedor, recebendo todas as garantias e benefícios do recebimento do crédito do qual o executado era credor. Por exemplo, o credor que se sub-roga nos direitos do devedor, que, por sua vez, é credor de débito trabalhista, recebe os mesmos benefícios, os quais, por se tratarem de débitos trabalhistas, têm pagamento preferencial. É a alternativa expropriatória preferencial do artigo 857, CPC.
B. Alienação: cessão de crédito onerosa (venda). Pode ser realizada em hasta pública. A alienação só acontecerá se o credor pedir expressamente no prazo de 10 dias, contados a partir da realização da penhora do crédito. “Alguém compra o crédito para satisfação o credor e depois esse alguém recebe valorização do crédito pago, obtendo assim lucro com a alienação, caso contrário, esta não faria sentido.” 
*Penhora de direito a uma coisa
Art. 859, CPC
Devem haver as duas intimações:

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