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CAROLINE FRANCISCA PAZETTI
CHEILA SIRLENE BEUTLER
GUILHERME PIASSA FERREIRA
APLICAÇÃO DO MÉTODO DA PRODUÇÃO ENXUTA PARA MELHORIA DA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO CIVIL
Pré-projeto apresentado à disciplina de Metodologia de Pesquisa do Curso superior de Engenharia Civil da Universidade Tecnológica Federal do Paraná - UTFPR, como requisito parcial para avaliação na disciplina.
Orientadora: Prof. Me. Nádia Sanzovo
PATO BRANCO
2013
Introdução
A construção civil é uma das indústrias que mais crescem no país, todavia, problemas como baixa produtividade, escassez de mão de obra e desperdícios são apenas algumas características deste setor. Uma série de soluções tem sido oferecidas para aliviar a questão, entre elas a construção enxuta que vem sendo desenvolvida para que os defeitos possam ser prevenidos, diminuindo custos, tempo, e materiais, e também evitando possíveis correções futuras.
A construção enxuta é uma solução viável e alternativa para os problemas oriundos da construção civil, 	considerada atrasada tecnologicamente em relação aos demais setores industriais,pois apresenta altos índices de perdas, desperdício de tempo e material, baixa produtividade, acidentes de trabalho e falta de um sistema contínuo e seguro de financiamento.
 De acordo com Santos e Farias Filho (1998), ela propõe “melhores desempenhos em menores tempos, sem ocorrer comprometimento da qualidade, e tendo conformidade em relação às necessidades dos clientes, de forma que não ocorra um aumento nos custos”.
A proposta de pesquisa tem como finalidade pesquisar os princípios e vantagens do método da Construção Enxuta, visto que são habilidades inerentes ao futuro profissional da construção civil. 
Os métodos adotados atualmente na prática da construção civil têm demonstrado grande deficiência, uma vez que este ramo é um dos que tem a menor relação custo-benefício no produto obtido.
Os meios utilizados para encontrar soluções para os problemas propostos são planejamento, sistema de produção e otimização de processos.
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1.1 Objetivos
1.1.1 Objetivos Gerais
	Pesquisar,analisar e avaliar a viabilidade da aplicação do método da construção enxuta, como solução alternativa para os problemas oriundos da indústria da construção civil.
Objetivos Específicos
Determinar os problemas da construção civil;
Estudar formas de solução para os problemas propostos;
Definir método mais adequado;
Apresentar o método da construção enxuta ,levantando e suas técnicas de aplicacao;
Analisar os resultados e benefícios que tal aplicação oferece.
Revisão Teórica
	Segundo Santos e Farias Filho (1998), a ideia da construção enxuta esta “baseada no Sistema Toyota de Produção, que tem como objetivo aumentar a eficiência da produção pela eliminação consistente e completa de desperdícios.” 
2.1 Sistema de produção
O sistema de produção enxuta surgiu no Japão e se consolidou na indústria automobilística Toyota, com a finalidade de reduzir drasticamente o tempo de produção e os desperdícios de um processo produtivo inadequado. 
	No entanto, a inserção da produção enxuta no mercado da construção civil é um desafio aos profissionais da área. As primeiras pesquisas sobre a viabilidade da aplicação deste conceito foram realizadas por Koskela (1998, apud OLIVEIRA, 2001, p.2), que afirmava que “um grande benefício gerado pela produção enxuta na construção civil é sua habilidade em revelar problemas, pois somente através do seu conhecimento é que se pode evitar esforços para resolvê-los, além de se mostrar como um importante instrumento para aumento da eficiência nos processos de produção. 
2.2 Planejamento 
	Não adianta uma empresa investir apenas em tecnologia no processo de produção, ela deve priorizar principalmente o gerenciamento e o planejamento da construção com o intuito de utilizar instrumentos e métodos, que facilitem o desempenho e a melhoria, sem comprometer a qualidade.
	Dentro do planejamento da construção enxuta existem algumas ferramentas responsáveis pela eficiência do método. O 5W2H é uma delas, e o seu nome é formado pela junção das primeiras letras (em inglês) das diretrizes utilizadas nesse processo. Trata-se de um programa de qualidade denominado Quality Control Story. Ela apresenta sete perguntas básicas para se alcançar um bom planejamento de qualquer atividade ou projeto:
What? - O que será feito (etapas);
Who? - Por que será feito (justificativa);
Where? - Onde será feito (local);
When? - Quando será feito (tempo);
Why? - Por que será feito (responsabilidade);
How? - Como será feito (método);
How Much? - Quanto custará fazer (custo);
A partir destas perguntas consegue-se prever muitas das ações de um projeto e controlar a sua qualidade. Deming (1990)
2.2.1 Etapas do Projeto
	Para se obter maior eficiência no planejamento de uma obra deve-se investir, sobretudo, na logística de canteiro pois é o local onde ocorre o processo produtivo da construção que, segundo Souza (2001), “é uma fábrica de ciclo temporário”. Logo, o layout do canteiro, cuja função é facilitar o fluxo dos materiais e dos trabalhadores, deve ser preparado antes do início da execução da obra, pois leva em consideração vários fatores, como por exemplo: locais para descargas de materiais, áreas de estocagem e para áreas de pré-fabricação, quando for o caso, e as etapas do processo construtivo.
	Dentro das etapas do projeto um fator determinante no resultado final é o gerenciamento. Descrito por Deming (1990), o ciclo PDCA (planing, doing, checking, acting) é a ferramenta mais utilizada dentro da construção enxuta. Ela possibilita a verificação de falhas antes, durante, e depois do processo construtivo. E muito além disso, ela auxilia na forma de encontrar ações que solucionem esta falha da melhor forma possível. Esta ferramenta indica diretrizes para as etapas de Planejamento, Execução, Verificação, Ação de um projeto. As etapas de Verificação e Ação funcionam com o intuito de, respectivamente, localizar e corrigir os possíveis erros dentro da execução de um projeto. 
	O gerenciamento na construção enxuta propõe a minimização de estoques intermediários no processo, a concentração geográfica da produção de componentes de montagem, o nivelamento da produção, a redução do tempo de preparação das máquinas, a padronização do trabalho, trabalhadores qualificados, aumento da terceirização e melhoria contínua do processo.
2.2.2 Mão de Obra
	Uma das formas de empregar os métodos da construção enxuta é investir na capacitação da mão de obra, pois grande parte do conhecimento necessário para a execução das atividades ainda se encontra sob o domínio exclusivo dos operários, que adquirem uma formação que é mais uma habilitação do que uma qualificação. 
Atualmente, a mão de obra se apresenta pouco qualificada, devido ao baixo nível de escolaridade e cultura vigente que afirma que o conhecimento padronizado é o suficiente para garantir o emprego no presente momento ao trabalhador, sem considerar a sua empregabilidade futura. Isto ocasiona um alto nível de rotatividade, que prejudica a produtividade do setor e a qualidade do produto final. Koskela (1992)
Na construção civil, os programas de qualificação são vistos como custos adicionais e que beneficiarão aos concorrentes e não à produtividade da indústria como um todo. O estudo de tempos e movimentos, Taylor (1856), indica as melhores formas de se executar uma tarefa de uma forma rápida e eficiente. Algo que é muito utilizado nas formas de produção na Construção Enxuta. Alinhando as tendências do Toyotismo e da Administração Científica. Koskela (1992)
2.2.3 Necessidades dos materiais
	Os materiais, utilizados no processo convencional na construção civil, não são planejados de forma a economizar o produto ou facilitar o trabalho. No modelo de construção enxuta, os materiais pré-fabricados têm sido vistos como direção de progresso, materiais como: tijolos de encaixe seco, vigas e caixarias funcionam de forma a evitar a quebra de material para encaixesimprecisos no local da obra. O que proporciona uma economia muito superior ao modelo utilizado, pois não há desperdício e consegue-se planejar com muita precisão a quantidade de material necessária para a obra. Fazendo um estudo prévio de quais materiais serão utilizados na obra é possível se quantificar de forma qualitativa os materiais.
	
2.3 Otimização de Processos
Na otimização de processos está o sistema "Just in Time", um dos pilares da produção enxuta, citado por Koskela (1992) e idealizado por Shingo (apud KOSKELA, 1992) “é basicamente a alma da otimização de processos dentro da construção enxuta.” O JIT nada mais é do que uma série de diretrizes que tratam da forma em que se deve organizar o espaço de trabalho e a forma como se deve trabalhar, ou seja, produzir a quantidade necessária quando necessário. Além disso, engloba práticas de redução de estoques em nível de matéria-prima, quanto de produtos semiacabados.
 Unindo teorias administrativas, Koskela (1992), conseguiu criar um sistema que é capaz de reduzir o tempo em que uma equipe passa fazendo um processo e aumentar o lucro com os trabalhadores poli valentes, com alta capacitação e influência no chão de fábrica, fazendo mais em menor tempo.
	Segundo Machado e Heineck (2005), a melhoria do sistema produtivo envolve não somente a busca pela eficiência das atividades que devem ser otimizadas, mas também devem ser consideradas as atividades de fluxo. Fluxos ligados a atividades auxiliares que não agregam valor ao produto final, diretamente, e que devem ser eliminados, pois geram tempo e custo desnecessários. Assim sendo, a redução da participação de atividades que não agregam valor ao produto final é um dos princípios do método da construção enxuta.
	É preciso levar em consideração que otimizar processos não se trata apenas de seguir um modelo, mas envolve todas as dimensões de competitividade no mercado como a qualidade, a velocidade, a confiabilidade, a flexibilidade e os custos.
3. Considerações finais
 	A construção civil seria uma das indústrias mais beneficiadas se reconhecesse a importância e o potencial que a aplicação dos conceitos de produção enxuta pode proporcionar. Além disso, é preciso salientar que a aplicação desses conceitos envolve mudanças de atitudes comportamentais, organizacionais e culturais, que somente serão alcançadas pelo desenvolvimento de habilidades gerenciais, juntamente com uma visão estratégica e sistêmica. 
	É necessário investir na capacitação de gerentes da construção e na disseminação do conhecimento obtido por meio de treinamentos, cursos, estudos, experiência prática, e principalmente, pela capacidade de questionar estes conhecimentos.
	A capacidade de melhoria dos sistemas produtivos que a produção enxuta representa é incrível em se tratando de uma teoria de administração da produção. Contudo, a forma como os fundamentos da produção enxuta são colocados, moldam um novo padrão de administração que precisa ter suas ferramentas bem desenvolvidas para conseguir cumprir seu objetivo.
	
4. Referências 
KOSKELA, L. Application of the new production philosophy to construction, Technical report No. 72, CIFE, Stanford Universtity, Stanford, California. 1992.
HIROTA, E. H.; FORMOSO, Carlos T. O processo de aprendizagem na transferência dos conceitos e princípios da produção enxuta para a construção. In: ENTAC, 8º, Salvador, 2000. Artigo técnico. Salvador, BA. 2000. v.1 p.572-579 il.
SANTOS, C. A. B.; FARIAS FILHO, J.R. de. Construção civil: um sistema de 
gestão baseada na logística e na produção enxuta, Infohab, 2003.
SOUZA, E. A. A. de. O papel estratégico da manufatura: estudo de caso na indústria da construção civil, ENGETEC, 2001.
OLIVEIRA, O.J. Influência do Projeto de Produção e do Projeto de Canteiros no sistema Logístico da Construção de Edifícios. 2001. Disponível em: < http://www.lem.ep.usp.br/gpse/es23/anais/INFLUENCIAS_DO_PROJETO_DE_PRODUCAO_NO_SIST_LOGISTICO.pdf>. Acesso em: 19 fev. 2013. 
MACHADO, R. L; HEINECK, L. F. M. Estratégias de produção para a construção enxuta. Disponível em: < http://www2.ucg.br/nupenge/pdf/Ricardo_Machado_I.pdf >. Acesso em: 19 fev. 2013.
HESSLER, Carlos V. Aplicação de controle e estatística de processo na em presa “Metasa” como uma ferramenta de competitividade. Disponível em: < http://tede.ucs.br/tde_arquivos/5/TDE-2008-09-02T055951Z-215/Publico/Dissertacao%20Carlos%20V%20Hessler.pdf >. Acesso em: 04 mar. 2013.
DEMING, W. E. Qualidade: A Revolução da Administração. Rio de Janeiro: Marques Saraiva, 1990.