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1 DESAFIO PROFISSIONAL CURSO: HISTÓRA 6ª SÉRIE DISCIPLINAS NORTEADORAS: HISTÓRIA CONTEMPORÂNEA; PATRIMÔNIO, MUSEUS E ARQUIVOS; HISTÓRIA DO BRASIL REPUBLICANO II; COMPETÊNCIAS PROFISSIONAIS; EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS. O Desafio Profissional é um procedimento metodológico de ensino- aprendizagem que tem por objetivos: Favorecer a aprendizagem. Estimular a corresponsabilidade do aluno pelo aprendizado eficiente e eficaz. Promover o estudo dirigido à distância. Desenvolver os estudos independentes, sistemáticos e o autoaprendizado. Oferecer diferentes ambientes de aprendizagem. Auxiliar no desenvolvimento das competências requeridas pelas Diretrizes Curriculares Nacionais dos Cursos de Graduação. Promover a aplicação da teoria e conceitos para a solução de problemas práticos relativos à profissão. Direcionar o estudante para a busca do raciocínio crítico e a emancipação intelectual. Para atingir estes objetivos, você deverá seguir as instruções na elaboração do Desafio Profissional ao longo do semestre, sob a orientação do Tutor à Distância, considerando as disciplinas norteadoras. A sua participação nesta proposta é essencial para o desenvolvimento de competências e habilidades requeridas na sua atuação profissional. COMPETÊNCIAS E HABILIDADES 2 Ao concluir as etapas propostas neste desafio, você terá desenvolvido as competências e habilidades que constam nas Diretrizes Curriculares Nacionais descritas a seguir: Compreender os elementos cognitivos, afetivos, sociais e culturais que constituem a identidade própria e a dos outros. Compreender o desenvolvimento da sociedade como processo de ocupação de espaços físicos e as relações da vida humana com a paisagem em seus desdobramentos político-sociais, culturais, econômicos e humanos. Compreender a produção e o papel histórico das instituições sociais, políticas e econômicas, associando-as às práticas dos diferentes grupos e atores sociais, aos princípios que regulam a convivência em sociedade, aos direitos e deveres da cidadania, à justiça e à distribuição dos benefícios econômicos. Traduzir os conhecimentos sobre a pessoa, a sociedade, a economia, as práticas sociais e culturais em condutas de indagação, análise, problematização e protagonismo diante de situações novas, problemas ou questões da vida pessoal, social, política, econômica e cultural. Compreender a sociedade, sua gênese e transformação, e os múltiplos fatores que nela intervêm, como produtos da ação humana; a si mesmo como agente social; e aos processos sociais como orientadores da dinâmica dos diferentes grupos de indivíduos. OBJETIVO DO DESAFIO Desenvolver práticas pedagógicas; elaborar estratégias para desenvolver o ensino-aprendizagem; relacionar as disciplinas norteadoras à prática profissional; refletir sobre temas historiográficos. PRODUÇÃO ACADÊMICA 3 Elaboração de um plano de aula e de quatro roteiros que orientem: pesquisa e leitura; entrevista oral; visita pedagógica; feitura de um relatório. DESAFIO PROFISSIONAL Carlos da Silva, 30 anos de idade, mora no bairro Paraisópolis, localizado na zona sul de São Paulo, e trabalha como porteiro, em horário comercial, no condomínio Vladimir Herzog, situado no bairro Jardim Paulistano, na zona oeste da cidade. De segunda a sexta-feira, durante a noite, Carlos é aluno do Programa Educação de Jovens e Adultos (EJA) em uma escola de seu bairro, pois tem a intenção de concluir o Ensino Médio e sonha, em um futuro breve, ingressar como discente em uma universidade. Na última sexta-feira deste mês, enquanto trabalhava, Carlos ouviu em seu pequeno rádio a notícia de que, no centro da cidade, aconteceria uma manifestação pacífica contra as medidas econômicas impostas pela prefeitura. Jair, um morador, que no momento da notícia pegava suas correspondências, disse a Carlos: — Essa coisa de manifestação é uma besteira. Coisa de quem não tem o que fazer. Durante a ditadura que era bom, pois não tinha essa bagunça! Carlos apenas sorriu, pois, qualquer comentário iria expor o conhecimento limitado que possuía sobre a ditadura militar no Brasil. Neste mesmo dia, durante sua aula de História, Carlos contou à sua professora que gostaria de conhecer mais sobre o período em que o Brasil teve um governo militar para poder ter uma noção mais sólida sobre o assunto. Um dos grandes objetivos do curso de licenciatura em História que você está cursando é o de capacitá-lo(a) para trabalhar como professor(a) no Ensino Fundamental e Médio, onde você será capaz de desenvolver atividades que, entre outras coisas, contribuirão para desenvolver um senso histórico mais apurado e a ampliação de uma atitude mais reflexiva e crítica em seus alunos! 4 A atividade a ser desenvolvida neste Desafio Profissional é uma oportunidade para que você exercite a postura colaborativa e orientadora que se espera do professor. Para isso, você deve se colocar no lugar da professora de História do personagem Carlos e preparar atividades que contribuirão para seu aprendizado, de modo que, ao seu final, ele possua um know-how que lhe permita ter maior autonomia para tratar do assunto. Portanto, o Desafio Profissional consiste em elaborar materiais que auxiliarão Carlos e seus colegas de sala de aula a produzirem atividades sobre o tema: Ditadura Militar no Brasil. Esses materiais serão produzidos em cinco etapas: 1ª ETAPA: ELABORAÇÃO DE UM PLANO DE AULA. 2ª ETAPA: ELABORAÇÃO DE UM ROTEIRO QUE ORIENTE PESQUISA E LEITURA. 3ª ETAPA: ELABORAÇÃO DE UM ROTEIRO QUE ORIENTE UMA ENTREVISTA ORAL. 4ª ETAPA: ELABORAÇÃO DE UM ROTEIRO QUE ORIENTE UMA VISITA PEDAGÓGICA. 5ª ETAPA: ELABORAÇÃO DE UM ROTEIRO QUE ORIENTE A FEITURA DE UM RELATÓRIO. Veja a seguir as orientações para que você elabore cada uma dessas etapas e ajude Carlos a ampliar seus conhecimentos sobre o tema: 1ª ETAPA: ELABORAÇÃO DE UM PLANO DE AULA A primeira etapa consiste em preparar um plano aula sobre o assunto: Ditadura Militar no Brasil, que durou de 1964 a 1985, para que Carlos e seus colegas possam ter um primeiro contato com o tema de modo pedagógico. Para Claudino Piletti, o planejamento de aula é: 5 [...] A sequência de tudo o que vai ser desenvolvido em um dia letivo. É a especificação dos comportamentos esperados do aluno e dos meios — conteúdos, procedimentos e recursos — que serão utilizados para sua realização. Assim, o planejamento de aula é a sistematização de todas as atividades que se desenvolvem no período de tempo em que o professor e o aluno interagem, numa dinâmica de ensino- aprendizagem. O plano de aula deve prever estímulos adequados aos alunos, a fim de motivá-los, e criar uma atmosfera de comunicação entre professor e alunos que favoreça a aprendizagem.1 Ciente da importância do planejamento de uma aula, seu objetivo nesta etapa é preencher o plano de aula2 a seguir: ROTEIRO BÁSICO PARA PLANO DE AULA I. Plano de Aula (Nome da Aula): II. Dados de Identificação: Nome da Instituição: EJA Paraisópolis Professor(a): Disciplina: III. Tema: - O tema específico a ser desenvolvido nesta aula. - Conceito fundamental: referência sucinta de base historiográfica que sustenta o tema. IV. Objetivos: a serem alcançados pelos alunos; objetos da avaliação (item VIII): Objetivo geral: projeta resultado geral relativo à execução de conteúdos e procedimentos; Objetivos específicos: especificam resultados esperados observáveis (de 3 a 4). OBS.: começa-se sempre com verbosindicativos de habilidades, por exemplo: nível de conhecimento – associar, comparar, contrastar, definir, descrever, diferenciar, distinguir, identificar, indicar, listar, nomear, parafrasear, reconhecer, repetir, redefinir, revisar, mostrar, constatar, sumariar, contar; nível de aplicação – calcular, demonstrar, tirar ou extrair, empregar, estimar, dar um exemplo, ilustrar, localizar, medir, operar, desempenhar, prescrever, registrar, montar, esboçar, solucionar, traçar, usar; nível de solução de problemas – advogar, desafiar, escolher, compor, concluir, construir, criar, criticar, debater, decidir, defender, derivar, desenhar, formular, inferir, julgar, organizar, propor, ordenar ou classificar, recomendar. 1 PILLETI, Claudino. Didática geral. São Paulo: Ática, 2004. p. 72. Disponível em: <https://praxistecnologica.files.wordpress.com/2014/08/piletti_didatica-geral.pdf>. Acesso em: 7 abr. 2017. 2 O plano de aula apresentado foi desenvolvido pela Universidade Estadual de Londrina, no Paraná, para servir como material de referência para graduandos e mestrandos do curso de História. E está disponível em: <www.uel.br/cch/his/arqdoc/RoteirobasicoparaPlanodeAulaHIS.doc>. 6 V. Conteúdo: conteúdos programados para a aula organizados em tópicos (de 4 a 8). VI. Desenvolvimento do tema: descrição da abordagem teórica e prática do tema. VII. Recursos didáticos: (quadro, giz, retroprojetor, etc.) e fontes histórico- escolares (filme, música, quadrinhos, etc.). VIII. Avaliação: pode ser realizada com diferentes propósitos (diagnóstica, formativa e somativa). Discriminar, com base nos objetivos estabelecidos para a aula: - atividades (ex.: respostas às perguntas-problema ao final da aula, discussão de roteiro, compreensão de gravuras, trabalho com documentos, etc.); - critérios adotados para correção das atividades. XIX. Bibliografia: indicar toda a bibliografia consultada para o planejamento da aula, dividindo-a entre básica e complementar. Como auxílio para realizar esta etapa, você pode consultar os seguintes materiais: - ALVES, Júlia Falivene. Avaliação educacional - da teoria à prática. Rio de Janeiro: LTC, 2013. Disponível em: <https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/978- 85-216-2249-9/cfi/5!/4/4@0.00:56.5>. - Site BRASIL: NUNCA MAIS. Disponível em: <http://bnmdigital.mpf.mp.br/pt-br/>. - CARRETERO, Mario; ROSA, Alberto; GONZÁLEZ, María Fernanda (Orgs.). Ensino da história e memória coletiva. Porto Alegre: Artmed, 2007. Disponível em: <https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788536311708/cfi/3!/4/4@0.00: 58.9>. - GASPARI, Elio. A ditadura envergonhada - as ilusões armadas. v. 1. São Paulo: Companhia das Letras, 2002. Disponível em: <http://pensamentosnomadas.com/livros-de-elio-gaspari-em-portugues-pdf-74453>. - GASPARI, Elio. A ditadura escancarada - as ilusões armadas. v. 2. São Paulo: Companhia das Letras, 2002. Disponível em: <http://pensamentosnomadas.com/livros-de-elio-gaspari-em-portugues-pdf-74453>. - GASPARI, Elio. A ditadura derrotada - o sacerdote e o feiticeiro. v. 3. São Paulo: Companhia das Letras, 2002. Disponível em: <http://pensamentosnomadas.com/livros-de-elio-gaspari-em-portugues-pdf-74453>. - GASPARI, Elio. A ditadura encurralada - o sacerdote e o feiticeiro. v. 4. São Paulo: Companhia das Letras, 2002. Disponível em: <http://pensamentosnomadas.com/livros-de-elio-gaspari-em-portugues-pdf-74453>. - LAMBERT, Peter. História: introdução ao ensino e à prática. Porto Alegre: Penso, 2011. Disponível em: <https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788563899149/cfi/1!/4/4@0.00: 58.9>. Aventuras na História. - MORALES, Pedro. Avaliação escolar. O que é, como se faz. São Paulo: Loyola, 7 2006. Disponível em: <https://books.google.com.br/books?id=JejDyhMzIlkC&pg=PA65&dq#v>. - PARRON, Tamis. Ditadura: a cara e a coroa: Herança dos militares tem altos e baixos. Aventuras na História. Disponível em: <http://origin.guiadoestudante.abril.com.br/aventuras-historia/ditadura-cara-coroa- 434200.shtml>. Acesso em: 06 abr. 2017. 2ª ETAPA: ELABORAÇÃO DE UM ROTEIRO QUE ORIENTE PESQUISA E LEITURA O ser humano, para agir, depende de uma base teórica. De acordo com o historiador José D’Assunção Barros, “a noção de ‘teoria’ sempre esteve ligada a ideia de ‘ver’ — ou de ‘conceber’. Podemos dizer, portanto, que a teoria é uma ‘visão de mundo’ que se divide em ‘um campo de estudos’, ‘um modo de apreender o mundo’ e os ‘modelos e sistemas explicativos criados para compreender os fenômenos, aspectos da realidade ou objetos de estudos’.3 Desse modo, podemos sustentar que, também no âmbito escolar, a teoria é fundamental e ela se manifesta, muitas vezes, por meio do processo cognitivo da pesquisa e leitura de textos. Esta leitura, se bem orientada, permite ao aluno maior noção contextual sobre o tema estudado. A leitura e a pesquisa são atividades essenciais para o historiador. A pesquisa permite ampliar o conhecimento da realidade. Com ela, vamos muito além de regras: alcançamos a concretização do nosso potencial, diversificamos a experiência, questionamos as coisas sob ângulos diferentes, abrimos nossas mentes e asseguramos práticas que contribuem para a nossa emancipação intelectual.4 3 BARROS, José D'Assunção. Teoria da História. v. I. Petrópolis: Vozes, 2011. Disponível em: <http://minhateca.com.br/brunossgodinho/Livros+acad*c3*aamicos/A- B/BARROS*2c+Jos*c3*a9+D*27Assun*c3*a7*c3*a3o.+Teoria+da+Hist*c3*b3ria*2c+vol.+1,846346780.pdf> . Acesso em: 7 abr. 2017. 4 RAMOS, Albenides. Metodologia da pesquisa científica: como uma monografia pode abrir o horizonte do conhecimento. São Paulo: Atlas, 2009. p. 174. 8 Considerando a importância da pesquisa e leitura de textos, seu objetivo nesta etapa é orientar os alunos a realizarem uma pesquisa e a leitura de textos relacionados ao tema ditadura militar no Brasil. Para tanto, crie um roteiro que oriente os alunos a realizarem a pesquisa. Dentre outras orientações que você deverá criar, lembre-se dos seguintes itens: deixe claro para os alunos qual o tema definido; quais os objetivos da pesquisa; quais fontes podem ser utilizadas (indique bibliografias) e seus tipos (livros, periódicos, enciclopédias, filmes, músicas, sites5, entre outros); fixação dos prazos; se deverão ser feitos resumos; se o resultado do trabalho deve ser compartilhado com a turma e de que forma; etc. Entre suas orientações, estabeleça também uma relação com a História Contemporânea, indicando a leitura dos verbetes “ditadura” e “democracia” na obra: SILVA, Kalina Vanderlei; SILVA, Maciel Henrique. Dicionário de conceitos históricos. São Paulo: Contexto, 2009. Disponível em: <www.meuportalacademico.com.br/wp- content/uploads/2013/04/SILVA-K-SILVA-M.-Dicion%C3%A1rio-de-conceitos- hist%C3%B3ricos.pdf>, onde perceberão as especificidades dos conceitos. 5 Acerca da utilização da internet, como fonte de pesquisa, uma consideração importante pode ser feita à Carlos e seus alunos. Na internet, você pode encontrar sites sobre os mais variados assuntos. Pode achar também ilustrações e mapas. Muitos costumam ter links, que são como as remissões da enciclopédia. Basta clicar e você já está em outro site. Para usar a internet, você precisa aprender a selecionar as informações, senão acaba perdendo muito tempo. Uma boa ideia é formar uma agenda dos sites que você mais usa na internet, e ir trocando esses endereços com seus colegas. Para ter certeza de que os dados e informações que você conseguiu na internet são corretos, verifique a origemdo site, ou seja, quem escreveu aquela página. Hoje, qualquer pessoa pode incluir informações na rede. Por isso, prefira os sites de escolas, empresas, instituições de pesquisa e órgãos oficiais (Ibama, IBGE, Ministérios etc.), que são mais confiáveis. JUNQUEIRA, Sonia. Pesquisa escolar passo a passo. Belo Horizonte: Formato Editorial, 1999. p. 23. 9 Como auxílio para realizar esta etapa, você pode consultar os seguintes materiais: - FLICK, Uwe. Introdução à metodologia de pesquisa: um guia para iniciantes. Porto Alegre: Penso, 2012. Disponível em: <https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788565848138/cfi/1!/4/4@0.00:53.7>. - MALHEIROS, Bruno Taranto. Metodologia da pesquisa em educação. Rio de Janeiro: LTC, 2011. Disponível em: <https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/978-85- 216-2090-7/recent>. - RAMOS, Albenides. Metodologia da pesquisa científica: como uma monografia pode abrir o horizonte do conhecimento. São Paulo: Atlas, 2009. Disponível em: <https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788522465989/recent>. - RODRIGUES, Rui Martinho. Pesquisa acadêmica: como facilitar o processo de preparação de suas etapas. São Paulo: Atlas, 2007. Disponível em: <https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788522466108/cfi/4!/4/4@0.00:32.6>. - SILVA, Kalina Vanderlei; SILVA, Maciel Henrique. Dicionário de conceitos históricos. São Paulo: Contexto, 2009. Disponível em: <www.meuportalacademico.com.br/wp- content/uploads/2013/04/SILVA-K-SILVA-M.-Dicion%C3%A1rio-de-conceitos- hist%C3%B3ricos.pdf>. 3ª ETAPA: ELABORAÇÃO DE UM ROTEIRO QUE ORIENTE UMA ENTREVISTA ORAL A entrevista verbal, enquanto uma espécie de depoimento, se encontra no campo da chamada “História Oral”6 e é uma importante fonte de pesquisa, tanto pela riqueza de elementos que dela afloram, como expressões corporais e as emoções, quanto pela capacidade de obter relatos memoriais ligados a eventos específicos. A chamada “História Oral”: [...] É uma metodologia de pesquisa que consiste em realizar entrevistas gravadas com pessoas que podem testemunhar sobre acontecimentos, conjunturas, instituições, modos de vida ou outros aspectos da história contemporânea. [...] As entrevistas de história oral são tomadas como fontes para a compreensão do passado, ao lado de documentos escritos, imagens e outros tipos de registro. Caracterizam-se por serem produzidas a partir de um estímulo, pois o pesquisador procura o entrevistado e lhe faz perguntas, geralmente depois de consumado o fato ou a conjuntura que se quer investigar. Além disso, faz parte de todo um conjunto de documentos de tipo biográfico, ao lado de memórias e autobiografias, que permitem compreender como indivíduos experimentaram e interpretam 6 Método usado por historiadores para conseguir relatos pessoais a respeito de certos acontecimentos passados. 10 acontecimentos, situações e modos de vida de um grupo ou da sociedade em geral. Isso torna o estudo da história mais concreto e próximo, facilitando a apreensão do passado pelas gerações futuras e a compreensão das experiências vividas por outros. [...]7 Por meio da história oral, os alunos podem estabelecer maior interação com a comunidade e perceber as leituras particulares dos entrevistados dadas a partir de suas próprias vivências e experiências cotidianas. Compreendendo a potencialidade e, também, a complexidade de uma entrevista oral, seu objetivo nesta etapa é criar um roteiro que auxilie Carlos e seus colegas a realizarem uma entrevista oral. Para isso, aponte os aspectos metodológicos e estratégicos que devem ser observados antes, durante e após as entrevistas, tais como os critérios para seleção do entrevistado (idade e vivência no período pesquisado); como a entrevista será gravada e transcrita; entre outros. Elenque algumas questões básicas que devem ser feitas. Lembre os alunos que não se deve corrigir o entrevistado, pois até mesmo eventuais equívocos podem ser considerados como importantes fatores de construção do discurso de cada um. Além disso, observe que muitas vezes o desencadeamento do processo de entrevista pode escapar ao que estava estabelecido no roteiro (o entrevistado começar a falar de coisas que não foram perguntadas, por exemplo), mas mesmo nesses momentos informações importantes podem ser transmitidas. 7 O que é história oral. Disponível em: <http://cpdoc.fgv.br/acervo/historiaoral>. Acesso em: 05 abr. 2017. 11 Como auxílio para realizar esta etapa, você pode consultar os seguintes materiais: - AMADO, Janaína; FERREIRA, Marieta de Moraes. Usos & abusos da história oral. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2006. Disponível em: <https://books.google.com.br/books?id=3xOHCgAAQBAJ&printsec=frontcover&hl# v=onepage&q&f=false>. - BONI, Valdete; QUARESMA, Sílvia Jurema. Aprendendo a entrevistar: como fazer entrevistas em Ciências Sociais. Revista Eletrônica dos Pós-Graduandos em Sociologia Política da UFSC, Florianópolis, jan./jul. 2005. v. 2. Disponível em: <https://periodicos.ufsc.br/index.php/emtese/article/view/18027/16976>. Acesso em: 18 abr. 2013. - FONSECA, Selva Guimarães. Ser professor no Brasil: História oral de vida. Campinas: Papirus, 1997. Disponível em: <https://books.google.com.br/books?id=gx1BiY- 4gcoC&printsec=frontcover&dq#v=onepage&q&f=false>. - IZQUIERDO, Iván. Memória. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2011. Disponível em: <https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788536325682/cfi/1!/4/4@0.00 :42.4>. - SILVERMAN, David. Interpretação de dados qualitativos: métodos para análise de entrevistas, textos e interações. Porto Alegre: Artmed, 2009. Disponível em: <https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788536318776/cfi/1!/4/4@0.00 :56.9>. 4ª ETAPA: ELABORAÇÃO DE UM ROTEIRO QUE ORIENTE UMA VISITA PEDAGÓGICA. A memória é uma das mais importantes categorias da História, pois contribui para que o historiador trate daquilo que ele chama de passado. A memória é a capacidade humana de armazenar determinadas percepções e, por meio desse processo, construir uma consciência do passado. [A] memória não é apenas individual. Na verdade, a forma de maior interesse para o historiador é a memória coletiva, composta pelas lembranças vividas pelo indivíduo ou que lhe foram repassadas, mas que não lhe pertencem somente, e são entendidas como propriedade de uma comunidade, um grupo. [...]8 8 SILVA, Kalina Vanderlei; SILVA, Maciel Henrique. Dicionário de conceitos históricos. São Paulo: Contexto, 2009. p. 276. 12 Há determinados lugares que se dedicam em preservar determinados recortes da memória coletiva, como bibliotecas, museus e memoriais. Com o objetivo de complementar a perspectiva teórica dos alunos sobre o tema, Carlos e seus colegas, realizarão uma visita agendada ao Memorial da Resistência de São Paulo — localizado no Largo General Osório, no bairro de Santa Ifigênia — que se dedica à preservação de memórias sobre a ditadura militar no Brasil. Seu objetivo nesta etapa é preparar um roteiro com orientações prévias aos alunos sobre a visita. Para isso, você deverá antes acessar o site da instituição: Memorial da Resistência de São Paulo: <www.memorialdaresistenciasp.org.br/memorial>. Dentre outras orientações, aponte qual a relevância da referida instituição; qual sua função; as atividades realizadas; estratégias a serem realizadas antes, durante e após a visita; oriente os alunos sobre como se comportarem, entre outros. Como auxílio para realizar esta etapa, você pode consultar os seguintesmateriais: - HALBWACHS, Maurice. A memória coletiva. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1990. Disponível em: <http://lelivros.space/book/a-memoria-coletiva-maurice- halbwachs>. - LE GOFF, Jacques (Org.). História e memória. Campinas: Unicamp, 1990. Disponível em: <http://memorial.trt11.jus.br/wp-content/uploads/Hist%C3%B3ria-e- Mem%C3%B3ria.pdf>. - Memórias da ditadura. Instituto Vladimir Herzog. Disponível em: <http://vladimirherzog.org>. - Memórias da ditadura. CNV. Acesso em: <http://memoriasdaditadura.org.br>. - Memória da ditadura. TVBrasil. Disponível em: <http://tvbrasil.ebc.com.br/caminhosdareportagem/episodio/memoria-da-ditadura>. - NORA, Pierre. Entre memória e história: a problemática dos lugares. Projeto. História, São Paulo, n. 10, dez. 1993. Disponível em: <revistas.pucsp.br//index.php/revph/article/view/12101/8763>. - POLLAK, Michael. Memória, Esquecimento, Silêncio. Estudos Históricos, Rio de Janeiro, v. 2, n. 3, 1989. Disponível em: <www.uel.br/cch/cdph/arqtxt/Memoria_esquecimento_silencio.pdf>. - REIS, Daniel Aarão (Org.). A ditadura que mudou o Brasil: 50 anos do golpe de 1964. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2014. Disponível em: <https://books.google.com.br/books?id=jzuiAgAAQBAJ&pg=PT159&dq=mem%C3 %B3ria+ditadura&hl=pt- BR&sa=X&ved=0ahUKEwjdu8Kt5pPTAhUChpAKHaw9CzQQ6AEIODAD#v=onepa ge&q=mem%C3%B3ria%20ditadura&f=false>. 13 5ª ETAPA: ELABORAÇÃO DE UM ROTEIRO QUE ORIENTE A FEITURA DE UM RELATÓRIO Após cumpridas todas as outras etapas, chegou o momento de auxiliar os alunos a transformarem todo o conhecimento e experiências apreendidos em um texto. Seu objetivo nesta etapa é criar um documento orientando Carlos e seus colegas a produzirem um relatório dos conhecimentos e experiências adquiridos nas etapas anteriores. Um dos exercícios a serem propostos, com o objetivo de fugir de uma perspectiva única, é pedir para que os alunos assinalem os pontos positivos e negativos do regime militar. Lembre-se de estipular qual a quantidade de páginas, as normas a serem seguidas e possíveis tópicos a serem abordados, entre outros. Como auxílio para realizar esta etapa, você pode consultar os seguintes materiais: - ARANHA, Maria Lúcia de Arruda; MARTINS, Maria Helena Pires. Temas de filosofia. São Paulo: Moderna, 1992. Disponível em: <https://docente.ifrn.edu.br/edneysilva/temas-de-filosofia>. - ARANHA, Maria Lúcia de Arruda; MARTINS, Maria Helena Pires. Filosofando. São Paulo: Moderna, 2009. Disponível em: <https://drive.google.com/file/d/0B1y8M_xB0076N3lQa1ZMR0t6Y00/view?pageId= 103330374230250663726>. - MEDEIROS, João Bosco; TOMASI, Carolina. Redação Técnica: elaboração de relatórios técnico-científicos e técnicas de normalização textual: teses, dissertações, monografias, relatórios técnico-científicos e TCC. São Paulo: Atlas, 2010. Disponível em: <https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788522471461/cfi/3!/4/4@0.00 :0.00>. ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA Querido aluno, as palavras são constituídas por sentidos que construímos e justamente esta é a característica que nos permite avaliá-las, mensurá-las, recolori- las e observá-las a partir de outra perspectiva. Seguindo esse sentido, podemos repensar a noção de “utilidade”. “Útil” se refere àquilo que tem uma finalidade, uma função para além de si mesmo, como um lápis. O lápis é útil, pois sua função não se encontra simplesmente no fato de existir, 14 mas está para além de si, está em escrever. Assim também o espelho, o remédio, ou um martelo. A maior parte das ações humanas, contudo, preconiza maior complexidade e pode, eventualmente, assumir um caráter de “inutilidade”. Precisamos, contudo, entender esta segunda noção para além do sentido pejorativo que ela assumiu. Podemos, assim, percebê-la como aquilo que possui um fim em si mesmo, ou seja, que contribui para a potencialização do próprio ser, no presente, no momento em que este se encontra, assim como uma nota musical sustenida é o ponto mais potente de uma mesma nota. As experiências escolares são enriquecedoras quando são relacionadas à realidade. Um conhecimento escolar mais potente é aquele que serve para a vida, como propõe o filósofo alemão Friedrich Nietzsche (1844-1900) quando diz que “[...] devemos abominar [...] o ensino que não vivifica, o saber que amolece a atividade [...]. Decerto que temos necessidade da história, mas temos necessidade dela [...] para a vida e para a ação [...]. Essa imagem nos ajuda a compreender como as atividades propostas podem ser fonte de potencialização para os próprios alunos favorecendo, por conseguinte, uma relação com a realidade manifestada a partir de um senso histórico mais apurado e autônomo. Com relação à temática desenvolvida, é preciso desenvolver uma postura que, para além de tecer críticas, busque compreender a complexidade do assunto, as contradições dos discursos, as várias leituras possíveis, superando uma História de perspectiva única, assim como tentou Tamis Parron no artigo “Ditadura: a cara e a coroa: Herança dos militares tem altos e baixos”, disponível em: <http://origin.guiadoestudante.abril.com.br/aventuras-historia/ditadura-cara-coroa- 434200.shtml>. Lembre-se da riqueza de possibilidades oferecidas pelos mais diversificados tipos de fontes para o estudo do tema, como filme e músicas9 produzidas no período, ou sobre o período estudado. 9 PINHEIRO, Manu. Cala-se: a MPB e a Ditadura Militar. Rio de Janeiro: Livros Ilimitados, 2015. Disponível em: <https://books.google.com.br/books?id=2YP6CwAAQBAJ&printsec=frontcover&hl#v=onepage&q&f=false> e 15 Além disso, os trabalhos podem ser enriquecidos quando relacionados aos Temas Transversais10 (http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/livro081.pdf). POSTAGEM DO DESAFIO PROFISSIONAL Postar no Ambiente Virtual a versão final do Desafio Profissional em arquivo único no formato .doc/.docx (Word) para a avaliação e do tutor à distância. CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO Desafio Profissional: Nota – 0 a 4 pontos. Observância à padronização e às orientações para a construção do projeto. PADRONIZAÇÃO A atividade deve ser estruturada de acordo com a seguinte padronização: 1. Páginas de formato A4. 2. Margens esquerda e superior de 3cm, direita e inferior de 2cm. 3. Fonte Times New Roman ou Arial tamanho 12, cor preta. 4. Espaçamento de 1,5 entre linhas. 5. Citações com mais de três linhas devem ser em fonte tamanho 10, com um recuo de 4cm da margem esquerda e espaçamento simples entre linhas. 6. Capa, contendo: 6.1. nome de sua Unidade de Ensino, Curso e Disciplinas; 6.2. nome completo e RA do(a) aluno(a); 6.3. título da atividade; 6.4. nome do Tutor (a) à Distância (EAD); 6.5. cidade e data da entrega, apresentação ou publicação. Esquina musical, disponível em: <www.esquinamusical.com.br/50-anos-do-golpe-e-da-ditadura-militar-16- musicas-marcantes-do-periodo>. 10 BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: apresentação dos temas transversais, ética. Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC/SEF, 1997. 16 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: história, geografia. Brasília: MEC/SEF, 1998. BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: apresentação dos temas transversais, ética. Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC/SEF, 1997. BARROS, José D'Assunção.Teoria da História. v. I. Petrópolis: Vozes, 2011. Disponível em: <http://minhateca.com.br/brunossgodinho/Livros+acad*c3*aamicos/A- B/BARROS*2c+Jos*c3*a9+D*27Assun*c3*a7*c3*a3o.+Teoria+da+Hist*c3*b3ria*2c+ vol.+1,846346780.pdf>. Acesso em: 7 abr. 2017. PILLETI, Claudino. Didática geral. São Paulo: Ática, 2004. p. 72. Disponível em: <https://praxistecnologica.files.wordpress.com/2014/08/piletti_didatica-geral.pdf>. Acesso em: 7 abr. 2017. PINHEIRO, Manu. Cala-se: a MPB e a Ditadura Militar. Rio de Janeiro: Livros Ilimitados, 2015. Disponível em: <https://books.google.com.br/books?id=2YP6CwAAQBAJ&printsec=frontcover&hl#v =onepage&q&f=false> e Esquina musical, disponível em: <www.esquinamusical.com.br/50-anos-do-golpe-e-da-ditadura-militar-16-musicas- marcantes-do-periodo>. RAMOS, Albenides. Metodologia da pesquisa científica: como uma monografia pode abrir o horizonte do conhecimento. São Paulo: Atlas, 2009. p. 174. SILVA, Kalina Vanderlei; SILVA, Maciel Henrique. Dicionário de conceitos históricos. São Paulo: Contexto, 2009. p. 276. COMO CITAR ESTE DESAFIO PROFISSIONAL CORRÊA, José Osvaldo Henrique. Desafio Profissional de História: História Contemporânea; Patrimônio, Museus e Arquivos; História do Brasil Republicano II; Competências Profissionais; Educação de Jovens e Adultos. Valinhos: Anhanguera Educacional, 2017. 16 p. Disponível em: <www.anhanguera.edu.br/cead>. Acesso em: 6 abr. 2017.
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