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cpc - petição inicial parte 1 de 2

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DO PROCESSO DE CONHECIMENTO 
PROCEDIMENTO ORDINÁRIO 
 
O Código de Processo Civil, a partir do art. 282, trata do procedimento ordinário, que está 
dividido em quatro fases: 
 
* Fase Postulatória: Fase em que o Autor apresenta à petição inicial e o Réu a resposta. Nesta 
fase prevalecem os atos de requerimentos das partes. 
 
* Fase Ordinatória: Fase em que o Juiz saneia o processo e aprecia os requerimentos de provas 
formulados pelas partes. 
 
* Fase Instrutória: Fase em que são produzidas as provas. 
 
* Fase Decisória: Fase em que será prolatada a Sentença. 
 
Essa divisão foi realizada considerando o tipo de ato predominante em cada fase. 
 
FASE POSTULATÓRIA 
 
Nesta fase, prevalecem os atos de requerimento das partes. Mas isso não significa que já não 
sejam produzidas provas (em regra documentais, que irão instruir a petição inicial, por 
exemplo). 
 
-Petição Inicial 
-Citação do requerido 
-Resposta: contestação: preliminares e de mérito 
 exceções: incompetência do juízo, impedimento e suspeição 
 reconvenção: contra-ataque (réu) 
-Impugnação à contestação e o pedido de declaração incidental são atividades que pertencem 
à fase postulatória 
 
 
 
1 - PETIÇÃO INICIAL 
 
1.1 – CONCEITO 
 
A fase postulatória inicia-se com a propositura da demanda. A Petição inicial é a peça 
por meio da qual se faz a propositura da ação. 
 
Nelson Nery Jr. e Maria de Andrade Nery (Código de Processo Civil Comentado e 
Legislação Extravagante, 10, Ed., São Paulo, RT, 2007) conceituam: 
 
“A petição inicial é a peça inaugural do processo, pela qual o autor provoca a atividade 
jurisdicional, que é inerte (art. 2 º e 262 do CPC). É a peça processual mais importante pelo 
autor, porque é nela que se fixam os limites da lide (CPC 128 e 460), devendo o autor deduzir 
toda a pretensão, sob pena de preclusão consumativa, isto é, de só poder fazer outro pedido 
por ação distinta.” 
A petição inicial é o ato processual através do qual o Autor, materializando o exercício 
de direito de ação, provoca a atividade do Estado- Juiz, solicitando a entrega da prestação 
jurisidicional. 
 
"Nenhum juiz prestará a tutela jurisdicional senão quando a parte ou o interessado a 
requerer, nos casos e forma legais" (art. 2º). 
 
A função jurisdicional, portanto, embora seja uma das expressões da soberania do 
Estado, só é exercida mediante provocação da parte interessada, princípio esse que se acha 
confirmado pelo art. 262. 
 
A demanda vem a ser, tecnicamente, o ato pelo qual alguém pede ao Estado a 
prestação jurisdicional, isto é, exerce o direito subjetivo público de ação, causando a 
instauração da relação jurídica processual que há de dar solução ao litígio em que a parte se 
viu envolvida.(1) 
 
O veículo de manifestação formal da demanda é a petição inicial, que revela ao juiz a 
lide e contém o pedido da providência jurisdicional, frente ao réu, que o autor julga necessária 
para compor o litígio. 
 
Duas manifestações, portanto, o autor faz na petição inicial: 
 
a) a demanda da tutela jurisdicional do Estado, que causará a instauração do processo, 
com a convocação do réu; 
 
b) o pedido de uma providência contra o réu, que será objeto do julgamento final da 
sentença de mérito. 
 
Por isso mesmo, "petição inicial e sentença são os atos extremos do processo. Aquela 
determina o conteúdo desta. Sententia debet esse libello conformis. Aquela, o ato mais 
importante da parte, que reclama a tutela jurídica do juiz; esta, o ato mais importante do juiz, 
a entregar a prestação jurisdicional que lhe é exigida". 
 
1.2 REQUISITOS DA PETIÇÃO INICIAL 
 
A petição inicial deverá obedecer aos requisitos enumerados nos arts. 282 e 283 do 
Código de Processo Civil. 
No art. 282, estão elencados os requisitos intrínsecos, isto é, aqueles que devem ser 
observados na própria peça que a veicula. 
Já no art. 283, estão os requisitos extrínsecos, relacionados a documentos que deve, 
necessariamente, acompanhar a peça. 
Art. 39, inciso I do CPC – Endereço do patrono, caso seja a petição impressa em papel 
timbrado do profissional estará preenchido os requisitos da lei. 
 
Determina o art. 282 do Código Processual Civil que a inicial indique: 
 
a) O Juiz ou o Tribunal a que é dirigida: A petição inicial contém um requerimento e deve 
indicar a quem ele é dirigido. Não é o nome da pessoa física do juiz. 
 
Se houver erro na indicação, e a demanda for proposta perante Juízo ou Tribunal 
incompetente, nem por isso a inicial deverá ser indeferida, mas remetida ao competente. 
b) Os nomes, prenomes, estado civil, profissão, domicilio e residência do Autor e do Réu: as 
partes constituem um dos elementos identificadores da ação. Por isso, a inicial deve designar 
os seus nomes e qualificação, que permitem a sua identificação. 
 
Em relação aos nomes e à qualificação dos Autores, a exigência não pode ser afastada, 
pois, sendo eles que propõem a demanda, não terão como identificar-se. 
Mas pode haver dificuldade para nomear ou qualificar os réus. Pequenos equívocos na 
indicação do nome ou da qualificação das partes são considerados meros erros materiais, não 
implicando nulidade, desde que não tragam prejuízos. 
 
 Princípio da instrumentalidade das formas: Nome incompleto ou errado pode ser 
corrigido a qualquer tempo, Ex. Zé pequeno. 
 
 Princípio do acesso a justiça: Ex. Invasão de terras, não tem como qualificar todos os 
envolvidos, desta forma qualifica-se alguns como os líderes Ex. Zé Rainha (MST). 
 
 IMPORTANTE – Estado civil, normas processuais que exigem os cônjuges no pólo ativo 
e passivo. Ex. Ações Reais Imobiliárias (art. 10, parágrafos 1º e 2º do CPC). 
 
 
c) O fato e os fundamentos jurídicos do pedido: Esse é um dos requisitos de maior 
importância da petição inicial. O que efetivamente vincula o juiz é a descrição dos fatos, e não 
os fundamentos jurídicos, pois ele conhece o direito e deve aplicá-lo, ainda que tenha havido 
equívoco na sua indicação. 
 
A narração dos fatos deve ser feita de foram inteligível, e manter estreita correção 
lógica com a pretensão inicial. Não basta ao Autor narrar a violação de seu direito, mas é 
preciso que ele descreva também os fatos em que ele está fundado. 
 
o fato e os fundamentos jurídicos do pedido: todo direito subjetivo nasce de um fato, 
que deve coincidir com aquele que foi previsto, abstratamente, pela lei como o idôneo a gerar 
a faculdade de que o agente se mostra titular. Daí que, ao postular a prestação jurisdicional, o 
autor tem de indicar o direito subjetivo que pretende exercitar contra o réu e apontar o fato 
de onde ele provém. Incumbe-lhe, para tanto, descrever não só o fato material ocorrido como 
atribuir-lhe um nexo jurídico capaz de justificar o pedido constante da inicial. 
 
Quando o Código exige a descrição do fato e dos fundamentos jurídicos do pedido, 
torna evidente a adoção do princípio da substanciação da causa de pedir, que se contrapõe ao 
princípio da individuação. 
 
Para os que seguem a individuação, basta ao autor apontar genericamente o título 
com que age em juízo, como, por exemplo, o de proprietário, o de locatário, o de credor etc. Já 
para a substanciação, adotada por nossa lei processual civil, o exercício do direito de ação 
deve se fazer à base de uma causa petendi que compreenda o fato ou o complexo de fatos de 
onde se extraiu a conclusão a que chegou o pedido formulado na petição inicial. A descrição 
do fato gerador do direito subjetivo passa, então, ao primeiro plano, como requisito que, 
indispensavelmente, tem de ser identificado desde logo. Não basta, por isso, dizer-se 
proprietário ou credor, pois será imprescindível descrever todos os fatos de onde adveio a 
propriedade ou o crédito. 
 
Entretanto, não é obrigatória ou imprescindívela menção do texto legal que garanta o 
pretenso direito subjetivo material que o autor opõe ao réu. Mesmo a invocação errônea de 
norma legal não impede que o juiz aprecie a pretensão do autor à luz do preceito adequado. O 
importante é a revelação da lide através da exata exposição do fato e da conseqüência jurídica 
que o autor pretende atingir. Ao juiz incumbe solucionar a pendência, segundo o direito 
aplicável à espécie: iura novit curia; 
 
Dos fatos que nasce o direito, cumpre ao autor narrá-los e demonstrar a razão jurídica 
para que, em decorrência desses fatos, seja merecedor da tutela jurisdicional pretendida. 
 
A ausência de fatos que ensejem o pedido ou mesmo justifiquem a causa de pedir, é 
motivo para o indeferimento da petição inicial por ausência de causa de pedir (ausência 
parcial, mas já suficiente para o indeferimento). 
 
Não basta ao autor alegar que é o proprietário, credor, locatário, etc, devendo 
expressamente indicar quais são os fatos jurídicos que o fazem ser proprietário, credor, 
locatário, etc. Essa exigência acaba determinando que a causa de pedir será fixada tanto 
pelos fatos como pelos fundamentos jurídicos. 
 
Ex. - Se um autor ingressa com petição inicial alegando sua propriedade sobre 
determinado bem, a lei exige que narre os fatos donde decorre o alegado direito de 
propriedade. Caso afirme que é proprietário em razão de um contrato de compra e venda 
celebrado com o réu (fato jurídico) a única forma de obter a procedência de seu pedido é 
convencendo o juiz de que esse fato – celebração de contrato de compra e venda – 
realmente ocorreu. Caso não consiga tal comprovação, mas durante a instrução probatória 
fique caracterizado a usucapião, que também é meio de adquirir propriedade, não poderá o 
juiz julgar a ação procedente, considerando que o fato alegado não era a posse mansa e 
pacífica por um determinado período de tempo, e sim a celebração do contrato de compra e 
venda. 
 
Registre-se, ainda, que a exigência da petição inicial conter a indicação da 
fundamentação jurídica do pedido não pode ser entendida como exigência de indicação de 
fundamentação legal, sendo a primeira exigência da lei, inclusive para a fixação da causa de 
pedir e limitação da atuação do juiz e a segunda uma mera faculdade da parte, não vinculando 
o juiz em sua decisão. 
 
 Fundamentação jurídica é o liame jurídico entre os fatos e o pedido, ou seja, é a 
indicação dos motivos de direito pelos quais o juiz deve julgar procedente o pedido em razão 
dos fatos alegados na petição inicial A fundamentação legal, por seu lado, é a indicação 
expressa do artigo legal que se pretende ver aplicado o caso concreto. ( o Juiz sabe o direito). 
 
 
d) O pedido e suas especificações: * 
 
 
e) O valor causa: Estabelece o art. 258 do CPC, que a toda causa será atribuído um valor certo, 
ainda que não tenha conteúdo imediato. O valor da causa deve corresponder ao do conteúdo 
econômico do pedido. 
 
Mas existem ações que não o têm, ou em que esse conteúdo é inestimável. Nelas, o 
valor da causa será fixado por estimativa ou de acordo com os critérios estabelecidos nos 
regimentos ou leis estaduais de custas. 
 
Todas as demandas devem indicar o valor da causa, o que inclui a reconvenção, a 
oposição e o embargo do devedor. Critérios para fixação do valor da causa: os arts. 259 e 260 
do CPC fornecem os requisitos para fixação do valor da causa. 
 
De uma maneira geral, ele deve corresponder ao conteúdo econômico da pretensão, 
embora até as causas que não tenham valor econômico devam indicá-lo por estimativa. 
 
 A exigência de atribuição ao valor da causa decorre de diversos reflexos que esse 
requisito gera sobre o processo: A) determinação de competência do juízo segundo as leis de 
organização judiciária, como por exemplo fixação de competências dos foros regionais na 
cidade de São Paulo; B) definição do rito procedimental (ordinário, sumário, sumaríssimo); C) - 
Recolhimento das taxas judiciárias; D) – fixação do valor para fins de aplicação de multa, (art. 
14 e 17 do CPC), má-fé e ato atentatório a dignidade da jurisdição; E) – fixação de honorários e 
etc. 
 
 A regra básica para fixação do valor da causa é descobrir o valor referente à vantagem 
econômica que se busca com a demanda judicial. Basta verificar o valor econômico do bem da 
vida material perseguido e indicá-lo como valor da causa. 
 
 
f) As provas com que o Autor pretende provar a verdade dos fatos alegados: Tem havido 
tolerância quanto ao descumprimento desta exigência. A sua falta não enseja o indeferimento 
da inicial, nem torna preclusa a oportunidade de o autor, posteriormente requerer às provas 
que lhe pareçam cabíveis. Isso se justifica porque o Autor não tem como saber quais as 
matérias fáticas que se tornarão controvertidas antes da resposta. 
 
As provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos alegados: não 
basta ao autor alegar os fatos que justificam o direito subjetivo a ser tutelado 
jurisdicionalmente. Incumbe-lhe, sob pena de sucumbência na causa, o ônus da prova de todos 
os fatos pertinentes à sua pretensão (art. 333, I CPC). 
 
Daí a necessidade de indicar, na petição inicial, os meios de prova de que se vai servir. 
Não quer dizer que deva, desde já, requerer medidas probatórias concretas. Basta-lhe indicar a 
espécie, como testemunhas, perícia, depoimento pessoal etc. Os documentos indispensáveis à 
propositura da ação – como o título de domínio na ação reivindicatória de imóvel – devem ser 
produzidos, desde logo, com a inicial (art. 283 CPC). 
 
g) O requerimento da citação do Réu: Este é outro requisito da inicial cuja ausência tem sido 
tolerada. O pedido de citação está implícito no ajuizamento da demanda e não há razão para 
que o juiz a mande emendar ou indefira por falta de requerimento. 
 
h) O endereço do advogado do Autor: Dispõe o CPC, art. 39, I que a inicial indicará o endereço 
em que ele receberá as intimações. O parágrafo único estabelece que, em caso de omissão, o 
juiz concederá o prazo de 48 horas para que ela seja suprida, sob pena de indeferimento da 
inicial. 
 
Além dos requisitos intrínsecos (art. 282), a inicial deve preencher outros que não 
propriamente formais, nem dizem respeito ao seu conteúdo. Por isso, são chamados 
extrínsecos (art. 283). 
 
•••• (*) O pedido e suas especificações: Com a causa de pedir e a indicação das partes, 
o pedido forma o núcleo essencial da petição inicial. (art. 286 do CPC). 
 
Ao formulá-lo, o Autor deve indicar ao juiz o provimento jurisdicional postulado 
(pedido imediato) e o bem da vida que se quer obter (pedido mediato). O pedido deve ser 
redigido com clareza e ser especificado, pois será ele, somado à causa de pedir, que dará o 
contorno dos limites objetivos da lide. 
 
O pedido, com suas especificações: é a revelação do objeto da ação e do processo. 
Demonstrado o fato e o fundamento jurídico, conclui o autor pedindo duas medidas ao juiz: 
1ª, uma sentença (pedido imediato); e 2ª, uma tutela específica ao seu bem jurídico que 
considera violado ou ameaçado (pedido mediato, que pode consistir numa condenação do réu, 
numa declaração ou numa constituição de estado ou relação jurídica, conforme a sentença 
pretendida seja condenatória, declaratória ou constitutiva). Exemplificando: numa ação de 
indenização, o autor alega ato ilícito do réu, afirma sua responsabilidade civil pela reparação 
do dano e pede que seja proferida uma sentença que dê solução à lide (pedido imediato) e 
condene o demandado a indenizar o prejuízo sofrido (pedido mediato); 
 
 
PEDIDO 
 
O art. 282 do CPC estabelece como requisito fundamental da inicial a indicação do 
pedido com suas especificações. Dada a importância do assunto, a lei o trata em Seção 
própria, nos arts. 286 a 294. 
 
Esses dispositivos cuidam da formulação do pedidogenérico, dos pedidos implícitos e 
da impossibilidade de cumulação. 
 
- Pedido Certo e Determinado. Art. 286 
 
Recomenda o art. 286 que "o pedido deve ser certo ou determinado". A certeza e a 
determinação não são sinônimas, nem requisitos alternativos. A partícula "ou", dessa forma, 
deve ser entendida como "e", de tal modo que todo pedido seja sempre "certo e 
determinado". 
 
Entende-se por certo o pedido expresso, pois não se admite que possa o pedido do 
autor ficar apenas implícito. Já a determinação se refere aos limites da pretensão. O autor 
deve ser claro, preciso, naquilo que espera obter da pretensão jurisdicional. 
 
Somente é determinado o pedido se o autor faz conhecer com segurança, o que pede 
que seja pronunciado pela sentença. 
 
Deve explicar com clareza qual a espécie de tutela jurisdicional solicitada: se de 
condenação a uma prestação, se de declaração de existência ou não de relação jurídica, ou se 
de constituição de nova relação jurídica. 
 
A prestação reclamada ou a relação jurídica a declarar ou constituir, também, devem 
ser explicitamente definidas e delimitadas. 
 
Em conclusão, a certeza e a determinação são requisitos tanto do pedido imediato 
como do mediato 
 
Pedido concludente 
 
Além de certo e determinado, o pedido deve ser concludente, isto é, deve estar de 
acordo com o fato e o direito exposto pelo autor, que são a causa de pedir. 
 
Quando não há conexidade entre a causa petendi e o petitum, a petição inicial torna-se 
inepta e deve ser liminarmente indeferida (art. 295, parágrafo único, II). 
 
 
- Pedido Genérico: ART. 286 – É pedido certo quanto à existência, quanto ao gênero, mas não 
individualizado/determinado no que diz respeito à quantidade 
• Nas ações universais 
• Quando não for possível determinar de modo definitivo as conseqüências do fato ilícito. 
• Quando a determinação do valor depender do ato que deva ser praticado pelo Réu. 
 
O objeto imediato do pedido nunca pode ser genérico e há sempre de ser determinado 
(uma condenação, uma constituição, uma declaração, uma execução, uma medida cautelar). 
 
Mas o pedido mediato (a utilidade prática visada pelo autor), este pode ser genérico, 
nos seguintes casos: 
 
I – nas ações universais, se não puder o autor individuar na petição os bens demandados; 
 
II – quando não for possível determinar, de modo definitivo, as conseqüências do ato ou do 
fato ilícito; 
 
III – quando a determinação do valor da condenação depender de ato que deva ser praticado 
pelo réu (art. 286). 
 
A indeterminação, contudo, nunca pode ser total ou absoluta. 
 
Na sua generalidade, o pedido há sempre de ser certo e determinado. Não se pode, 
por exemplo, pedir a condenação a qualquer prestação. O autor terá, assim, de pedir a 
condenação a entrega de certas coisas indicadas pelo gênero ou o pagamento de uma 
indenização de valor ainda não determinado. A indeterminação ficará restrita à quantidade ou 
qualidade das coisas ou importâncias pleiteadas. Nunca poderá, portanto, haver 
indeterminação do gênero da prestação pretendida. 
 
Nas ações de indenização, que são aquelas em que mais freqüentemente ocorrem 
pedidos genéricos, tem o autor sempre de especificar o prejuízo a ser ressarcido. Expressões 
vagas como "perdas e danos" e "lucros cessantes" não servem para a necessária individuação 
do objeto da causa. Necessariamente haverá de ser descrita a lesão suportada pela vítima do 
ato ilícito, v.g.: prejuízos (danos emergentes) correspondentes à perda da colheita de certa 
lavoura, ou ao custo dos reparos do bem danificado, ou à desvalorização do veículo após o 
evento danoso, ou, ainda, os lucros cessantes representados pela perda do rendimento líquido 
do veículo durante sua inatividade para reparação, ou dos aluguéis do imóvel durante o tempo 
em que o dono ficou privado de sua posse etc. 
 
Quando o pedido for genérico, e não for possível ao juiz, durante a instrução do 
processo, obter elementos para proferir uma sentença líquida, o vencedor terá de promover o 
procedimento de liquidação da sentença, antes da respectiva execução (arts. 586, § 1º, e 603). 
 
- Pedido Cominatório: art. A cominação de multa pecuniária consiste num meio indireto de 
coagir o Réu a cumprir obrigação de fazer ou não fazer. 
 
Pedido cominatório 
 
Há dois meios de realizar a sanção jurídica, quando o devedor deixa de cumprir a 
prestação a que se obriga, que são os meios de sub-rogação e os meios de coação. 
 
Nas obrigações por quantia certa e nas obrigações de dar, emprega-se a sub-rogação 
executiva, que consiste em agredir o Estado o patrimônio do devedor para dele extrair o bem 
ou valor a que tem direito o credor. Dessa forma, o Estado sub-roga-se na posição do devedor 
e efetua, em seu nome (mesmo contra sua vontade), o pagamento ao credor. 
 
Mas há casos em que as pretensões de fato (obrigação de fazer e não-fazer) exigem 
um comportamento pessoal do devedor, que se afigura insubstituível perante os termos do 
negócio jurídico havido entre as partes. São as prestações chamadas infungíveis, que tornam 
impraticável a sub-rogação executiva. 
 
Como ao direito repugna o emprego de força para coagir fisicamente o devedor a 
cumprir a prestação a que se obrigou, permite o Código a utilização de certos meios indiretos 
de coação para tentar convencer o devedor a realizar pessoalmente a obrigação. 
 
Nesse sentido, dispõe o art. 287 que "se o autor pedir a condenação do réu a abster-se 
da prática de algum ato, a tolerar alguma atividade, ou a prestar fato que não possa ser 
realizado por terceiro, constará da petição inicial a cominação da pena pecuniária para o caso 
de descumprimento da sentença" (arts. 644 e 645). 
 
Porém, enquanto o art. 287 exige cogentemente a cominação de pena como requisito 
essencial do próprio pedido de condenação à prestação de fato, o art. 644 prevê caso em que 
nem o autor pediu nem a sentença arbitrou pena para a hipótese de descumprimento da 
obrigação de fazer ou não fazer. 
 
A harmonização entre os dois preceitos deve ser feita da seguinte maneira:(8) 
 
I – nas obrigações infungíveis, se o credor pede apenas a condenação do devedor ao 
respectivo cumprimento, incide o art. 287: há obrigatoriedade da cominação de multa, sob 
pena de se transformar o pronunciamento jurisdicional numa inutilidade, dada a 
inexeqüibilidade da sentença. A petição inicial será inepta, portanto, se não contiver o preceito 
cominativo; 
 
II – nas obrigações fungíveis, isto é, naquelas em que a prestação de fato pode ser 
realizada por outrem, a cominação de pena é apenas uma faculdade do credor para reforçar os 
meios de sub-rogação executiva; 
 
III – mesmo nas obrigações infungíveis, isto é, naquelas em que apenas o devedor 
pode dar cumprimento à prestação de fato, não há obrigatoriedade do preceito cominativo, 
quando o autor prefere formular o pedido alternativo de perdas e danos (obrigação 
substitutiva) para a hipótese de descumprimento da obrigação originária (de fato). Já, então, 
inexistirá a potencial inutilidade da prestação jurisdicional. 
 
 
 
- Pedido Alternativo –O art. 288 determina que o Autor formulará pedido alternativo sempre 
que, pela natureza da obrigação, o devedor puder cumpri a prestação de mais de um modo. 
 
Ver Art. 252 Código Civil. 
 
O pedido é fixo quando visa a um só resultado imediato e mediato, como a 
condenação a pagar certa indenização ou restituir determinado bem. 
 
Permite o Código, todavia, que possa haver pedido alternativo, "quando, pela natureza 
da obrigação, o devedor puder cumprir a prestação de mais de um modo" (art. 288). Não quer 
dizer que o autor possa pedir cumulativamente as diversas prestações, mais sim que, qualquer 
uma delas, uma vez realizada pelo réu, satisfaz a obrigação.Pedido alternativo é, pois, o que reclama prestações disjuntivas: "ou uma prestação ou 
outra". Alternatividade refere-se, assim, ao pedido mediato, ou seja, ao bem jurídico que o 
autor pretende extrair da prestação jurisdicional. 
 
Exemplo de pedido alternativo encontramos na ação de depósito, em que se pede a 
restituição do bem depositado ou o bem equivalente em dinheiro (art. 904). E também na 
hipótese do art. 1.136 do Código Civil, em que se pode pedir complementação da área do 
imóvel ou abatimento do preço. 
 
Se a alternatividade for a benefício do credor, este poderá dispensá-la e pedir a 
condenação do devedor apenas a uma prestação fixa, escolhida entre as que faculta a lei ou o 
negócio jurídico. Mas se a escolha couber ao devedor, "o juiz lhe assegurará o direito de 
cumprir a prestação de um ou de outro modo, ainda que o autor não tenha formulado pedido 
alternativo" (art. 288, parágrafo único). 
 
 
- Pedido de Prestações Periódicas – Art. 290 
 
Nas relações jurídicas de trato sucessivo (ou seja, prestações que vencem em regime 
de repetição, geralmente a cada novo período de 30 dias). 
 
Mesmo que não haja expressa menção no pedido, serão as prestações periódicas 
incluídas nas sentença, que abrangerá as prestações vencidas no tempo da propositura da 
demanda, como também as que vencerem no curso do processo. A finalidade da norma é 
evitar que sucessivas demandas sejam propostas para a obtenção da mesma coisa. 
 
Pedido de prestações periódicas 
 
Há casos em que a obrigação se desdobra em várias prestações periódicas, como os 
aluguéis, juros e outros encargos, que formam o que a doutrina chama de "obrigações de trato 
sucessivo". 
 
Quando isto ocorre, mesmo sem menção expressa do autor na petição inicial, o Código 
considera incluídas no pedido as prestações periódicas de vencimento posterior ao 
ajuizamento da causa. Dessa forma, "se o devedor, no curso do processo, deixar de pagá-las ou 
de consigná-las, a sentença as incluirá na condenação, enquanto durar a obrigação". 
 
Trata-se de pedido implícito, na sistemática do Código. 
 
Numa ação de despejo por falta de pagamento, por exemplo, se a purga da mora se dá 
após vencimento de outros aluguéis, além daqueles relacionados na inicial, deverá a emenda 
compreender todas as prestações efetivamente vencidas até o momento do pagamento. 
 
Perante essas obrigações de trato sucessivo é, outrossim, possível também a 
condenação a prestações vincendas, ou seja, prestações que só se vencerão em data posterior 
à sentença. Com isso evita-se a repetição inútil de demandas em torno do mesmo negócio 
jurídico. A execução da sentença, no entanto, ficará subordinada à ultrapassagem do termo 
(art. 572), pois, sem o vencimento da prestação, ela não será exigível e não terá ocorrido o 
inadimplemento, que é pressuposto ou requisito de qualquer execução forçada (art. 580).

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