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Resenha do texto de Montesquieu e Hobbes

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Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Centro de Ciências Sociais Aplicadas
Curso de Direito – 2017.2
Docente: Dr. Rodrigo Suassuna
Discente: Paulina Nunes Ferreira
Graduanda do 1º período
Resenha de Ciência Política I
BOBBIO, Norberto. A teoria das formas de governo. 10a ed. Brasília, D.F: UnB, 1998. cap. VIII (“Hobbes”); cap. X (“Montesquieu”).
Capítulo VIII
No capítulo sobre Hobbes, o autor afirma que esse cientista político foi um dos maiores cientistas modernos, tendo em vista não só a importância da sua teoria política, mas também a sua rigorosidade na formulação dela. A partir disso, ele fará a desconstrução acerca de duas situações próprias da Ciência Política, que é acerca da distinção entre formas de governos boas e más, o que ele define como sendo ilusória, pois são apenas opiniões que os cidadãos possuem acerca dos governantes, ou seja, são juízos de valor, denominados passionais pelo autor. Outro aspecto que ele trará que se mostra bastante importante é a ineficiência do governo misto e a falta de sua estabilidade.
A partir dessas duas negações acerca das afirmações apresentadas, Hobbes se pauta em dois princípios de refutação, que são o caráter absoluto, para explicar que não há distinção das formas de governo antes apresentadas, e a indivisibilidade, com o objetivo de relatar a incapacidade de haver um governo misto propriamente efetivo. 
Bobbio faz isso comparando Bodin com a teoria apresentada por Hobbes, sendo assim, através desses sistemas axiológicos postos por Hobbes, Bodin é menos rigoroso quanto ao absoluto poder do soberano, pois esse, em Bodin, é limitado por leis naturais e divinas. Para Hobbes, não há limitação para a conduta do soberano, pelo contrário, ele é juiz de conduta do súdito. Essa possibilidade de juízo é capaz através da existência das leis positivas, as quais garantem a sua soberania absoluta. Segundo o escritor, as leis naturais, sua consciência e conduta não importam para o governante, visto que é o aspecto interno sendo posto em questão, não a sua governabilidade. 
Outra situação apresentada por Thomas Hobbes é a inexistência da diferença entre esfera pública e privada. Para ele, a esfera privada é o próprio estado de natureza, momento em que os homens viviam em eterno conflito. Nesse sentido, surgiu o Estado, com o fim de resolver os conflitos permanentes e dar direito à propriedade privada, a qual era inexistente no estado de natureza. O Estado é manifestado na figura do soberano, o qual é absoluto, primeiro princípio apresentado, e pode seguir dois caminhos: o respeito ou o desrespeito às leis. Levando-se em conta essa situação, o mau soberano é aquele que abusa do poder que lhe foi concedido, porém, uma reflexão feita por Bobbio é que não há como medir esse abuso. Ao explanar sobre abuso, Hobbes define que o despotismo não é uma forma de abuso, pois foi feito um contrato para que ele pudesse existir. 
Por fim, outra tese do politista é a da indivisibilidade do poder do soberano, através de que ele afirma que caso houvesse essa divisão de poder, haveria uma destruição do Estado, como acontece na divisão entre reis e tributadores, aristocracia, monarquia e democracia mistas, assim como aconteceu nas discordâncias entre o rei e o parlamento na Inglaterra. Além disso, também poderia causar guerra civil. Essa última crítica é justamente a feita por Hobbes ao titular seu livro como o Leviatã, o qual seria originado da união dessas três partes do Estado.
Capítulo X
A problemática levantada por Montesquieu é a mesma feita por Vico, segundo Bobbio, que é a de que existem leis gerais, entendidas por relações necessárias que derivam da natureza das coisas, que cerceiam a sociedade. Ambos os autores partem do mesmo lugar de origem, os povos primitivos, porém, divergem no lugar de foco, em que em Montesquieu são os Estados extra-europeus, e, principalmente, no mundo oriental e na concepção de despotismo. 
Nesse sentido, o principal objetivo de Montesquieu é explicar a variedade das sociedades humanas e de como as leis se apresentam nessas diversidades, através da elaboração de uma teoria da sociedade. Ele chega à conclusão de que essas leis múltiplas surgem em razão das diferenças físicas, econômico-sociais e religiosas. 
Na caracterização acerca da natureza dessas leis, Montesquieu afirma inicialmente que o mundo não é governado por fatalidade, sendo assim, ele possui leis naturais. Porém, o homem tende a desobedecê-las, por essa razão que foram criadas as leis positivas, que são influenciadas pelas leis naturais. Essas leis positivas podem ser divididas naquelas que regem relações entre grupos independentes, através do Direito Internacional, relações entre governantes e governados, por meio Direito Público, e relacionamento dos governados, com o Direito Civil. 
Outro alvo do estudo de Montesquieu é explanar acerca das teorias das formas de governo, em que Bobbio divide o estudo no uso sistemático, historiográfico e prescritivo. Em meio a isso, existem três formas de governo, que são a República, a Monarquia e o Despotismo, as quais possuem, respectivamente, como natureza, o povo, o rei e o déspota, e como princípios, a virtude, a honra e o medo. Ele irá delongar sobre a importância do medo na manutenção do despotismo e da igualdade na república, além de explanar acerca da monarquia, regime escolhido como uso prescritivo. É válido lembrar que Bobbio ressalta que essa tipologia é considerada anômala ao ser comparada com as de Aristóteles e Políbio, por exemplo.
A partir disso, Montesquieu vai afirmar que a monarquia é o regime ideal, visto que há contrapoderes, os quais são exercidos pelo governo, através da divisão horizontal e vertical do poder, em razão da divisão dos três poderes (sua teoria mais conhecida), o Legislativo, o Executivo e o Judiciário, presente no governo estável.

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