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Aula 1 Vias de desenvolvimento capitalista

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Quadro das vias de desenvolvimento capitalista
	
	Via Clássica
	Via Americana
	Via Prussiana
	Via Prussiana-Colonial
	Países
	França e Inglaterra
	Estados Unidos da América
	Alemanha, Japão e Itália
	Brasil e outros países integrantes do antigo sistema colonial
	Relação entre a burguesia e as antigas classes dominantes
	No caso da Inglaterra, a antiga nobreza feudal passa por um processo de aburguesamento; enquanto na França, há uma ruptura mais drástica em relação à antiga nobreza.
Isto é, processa-se uma acentuada ruptura em relação à classe dominante feudal, na França, em processo de metamorfose em classe burguesa, na Inglaterra.
	Há tanto um processo de real independência em relação à antiga metrópole (o Império Britânico), como há um processo de transformação de antigos camponeses em farmers (granjeiros-burgueses).
Portanto, é acentuado o processo de ruptura com as antigas classes dominantes imperialistas.
	Essa via de desenvolvimento é marcada pela conciliação entre o moderno e o arcaico, em um processo também conhecido como de “modernização conservadora”. 
A classe dos latifundiários permanece no poder e participa do projeto de modernização, impondo sua marca de autoritarismo ao processo de desenvolvimento.
	
	Relação entre burguesia, antigas classes dominantes e classes subalternas.
	Nas revoluções ditas clássicas, tem-se uma significativa presença das camadas populares. Na França, essa participação é mais acentuada.
São as revoluções ditas “por baixo”. A participação das classes subalternas (camponeses, pequena burguesia, classes populares urbanas) é incentivada, quando não fomentadas por serem importantes aliadas no processo revolucionário.
	No capitalismo americano, sobretudo no norte do país, há uma presença marcante dos camponeses e da pequena-burguesia no processo de modernização. A pequena propriedade predomina. Fortalece-se com isso o mercado interno. Além de uma produção de gêneros próprios de clima temperado para abastecer regiões como das Antilhas. Enquadra-se também no campo das revoluções “por baixo”. (ver p. 118 sobre a entrada do E.U.A. na via revolucionária).
	A “via prussiana” conhece o pacto conciliatório entre os latifundiários e a burguesia. A burguesia não “convoca” o povo para o processo revolucionário, preferindo a acomodação a algumas estruturas arcaicas. 
São revoluções ditas “pelo alto”; ao invés de libertar o camponês dos grilhões feudais, submete-os aos grilhões capitalistas.
	
	Superestrutura política, jurídica e ideológica
	O liberalismo (político e econômico) é a principal bandeira ideológica nestes países. 
Abre caminho para uma forma de Estado democrático-burguês.
	O liberalismo (sobretudo político) é forte nesse país e inspira a Carta Constitucional.
Abre caminho para uma forma de Estado democrático-burguês.
	O liberalismo tende a ser meramente “decorativo”. A forma de Estado é em larga medida autoritária. Busca-se por meio de medidas autocráticas suprir o atraso no processo de industrialização.
	
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	Particularidades das vias de desenvolvimento capitalista em formações-sociais específicas
	Inglaterra
	Característica: 
O traço distintivo é o processo de aburguesamento da nobreza feudal, que monta o aparelho de Estado para auxiliar o processo de acumulação capitalista.
	“A característica de classe deste processo revolucionário, e em particular da revolução de 1640, consiste em marcar, de maneira clara, o início do processo de estabelecimento da dominância do M.P.C. por meio da capitalização da renda fundiária: trata-se aqui do caso característico em que se constata o funcionamento concreto dos proprietários de terras de renda fundiária. A revolução de 1640, e a sua viragem de 1688, marcam precisamente os começos da transformação de uma parte da classe da nobreza feudal em classe capitalista. Por isso, esta revolução, que é uma revolução burguesa na verdadeira acepção do termo, apresenta aparentemente um caráter ambíguo: reveste a forma de uma contradição principal entre frações da nobreza feudal, representando a burguesia comercial, já existente, um papel meramente secundário. A ambigüidade decorre, neste caso, do caráter de classe que dirige o processo revolucionário, a qual se encontra em vias de passar da nobreza feudal para a burguesia” (Poulantzas apud Mazzeo, p. 111-112)
	França
	Característica: 
A marca peculiar da transição francesa está na radicalização política da burguesia, fruto, em grande medida, de sua consciência ideológica, que a faz se aliar com o campesinato, a pequena burguesia e as classes populares urbanas para derrubar todas as estruturas do Ancién Regime.
	“A França é o país onde, mais do que em qualquer outro lugar, as lutas de classe foram sempre levadas à decisão final, e onde, por conseguinte, as formas políticas mutáveis nas quais se processam estas lutas e nas quais se condensam seus resultados tomam os contornos mas nítidos. /.../ a França desmantelou o feudalismo na Grande Revolução e instaurou o domínio da burguesia com uma pureza clássica inigualada por qualquer outro país europeu” (Engels apud Mazzeo, pp. 112-113).
	Prússia (Alemanha)
	Característica:
Nessa via de desenvolvimento capitalista a burguesia abandona a trilha histórica de ruptura revolucionária. A condução do processo de modernização é realizada pelos grandes latifundiários que substituem progressivamente as formas de exploração feudais por “modernas” formas de exploração capitalistas. Nesse caso há uma forte marca do pacto conciliador entre as velhas elites terratenientes e a burguesia.
	“O desenvolvimento burguês pode verificar-se tendo à frente as grandes propriedades dos latifundiários, que paulatinamente se tornarão cada vez mais burguesas, que paulatinamente substituirão os métodos feudais de exploração por métodos burgueses” (Lenin, Programa Agrário, p. 29).
/.../
“a exploração feudal do latifundiário transforma-se lentamente numa exploração burguesa-junker, condenando os camponeses a decênios inteiros da mais dolorosa expropriação e do mais doloroso jugo, ao mesmo tempo em que se distingue uma pequena minoria de “Grossbauers” (lavradores abastados)” (Lenin, Programa Agrário, p. 30).
	Estados Unidos
	Característica:
	O desenvolvimento burguês “pode verificar-se também, tendo à frente as pequenas explorações camponesas, que, por via revolucionária, extirparão do organismo social a ‘excrescência’ dos latifúndios feudais e, sem eles, desenvolver-se-ão livremente pelo caminho da agricultura capitalista dos granjeiros [farmers]” (Lenin, Programa Agrário, pp. 29-30).
/.../
Na via de desenvolvimento norte-americana “/.../ ou não existem domínios latifundiários ou são liquidados pela revolução, que confisca e fragmenta as propriedades feudais. Neste caso predomina o camponês, que passa a ser agente exclusivo da agricultura e vai evoluindo até converter-se no granjeiro capitalista. No primeiro caso [via prussiana], o conteúdo fundamental da evolução é a transformação do feudalismo em sistema usurário e em exploração capitalista das terras dos feudais-latifundiários-junkers. No segundo caso [via americana], o conteúdo está na transformação do camponês patriarcal em granjeiro burguês” (Lenin, Programa Agrário, p. 30).
	Brasil
	Característica:
	
Exercícios: 
1) Preencher os quadros em brancos com as características de cada das vias de desenvolvimento prussiano-coloniais;
2) Preencher os quadros em brancos demarcando a particularidade do capitalismo brasileiro em relação ao processo de entificação de outras formações sócio-históricas capitalistas.
Textos: 
Mazzeo, Antonio. Estado e burguesia no Brasil. pp. 105-129.
Coutinho, Carlos Nelson. “Uma via ‘não-clássica’ para o capitalismo”. In: História e Ideal – Ensaios sobre Caio Prado Jr. São Paulo, Brasiliense/Unesp, 1989, pp. 115-131.
Prado Jr., Caio. “O Sentido da Colonização”. In: Formação do Brasil Contemporâneo. 19ª edição. São Paulo, Brasiliense, 1986, pp. 13-26.Prado Jr., Caio. “Caráter geral da colonização brasileira”. In: Evolução Política do Brasil: Colônia e Império. 15ª edição, São Paulo, Brasiliense, 1986, pp. 11-32.

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