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TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO São joão de meriti, 24 de outubro de 2017 Universidade Estácio de Sá Campus: São João de meriti Turno: 3º Curso: Administração Período: 3º Disciplina: Teoria geral da Administração Aluna: Sara da Silva Neves de Mello Cardoso Matrícula: 201703038258 Profº : Letícia Freitas ABORDAGEM NEOCLÁSSICA DA ADMINISTRAÇÃO No início da década de 1950, a teoria administrativa passou por um período de intensa remodelação com um notável surto de desenvolvimento industrial e econômico sem precedentes. O mundo das organizações ingressou em uma etapa de grandes mudanças e transformações. Surgiram a televisão, o motor a jato e o esboço das telecomunicações. O mundo organizacional já não seria mais o mesmo. Período em que surgiu também a Teoria Neoclássica. Os autores aqui abordados são: Peter F. Drucker, Ernest Dale, Harold Koontz, Cyril O’Donnell, Michael Jucius, William Newman, Ralph Davis, George Terry, Morris Hurley, Louis Allen não se preocupam em se alinhar dentro de uma visão comum. Na verdade, os autores neoclássicos não formam uma escola bem definida, mas um movimento relativamente heterogêneo que recebe denomina- ções como Escola Operacional ou Escola do Processo Administrativo. O termo “teoria” acabou sendo o mais usado pelo seu caráter didático e facilidade de apresentação. A Administração por Objetivos, que, apesar de dar ênfase à função de planejar, é um excelente exemplo da relação entre as funções da administração. A criação da estratégia de uma organização tende a ser um exercício restrito à administra- ção de alto nível. Mas um elemento do planejamento permeia o cargo de quase todos, de presidentes a gerentes de projeto e supervisores: a fixação de objetivos. ORIGENS: Antes da Segunda Grande Guerra, a Administração nos Estados Unidos era dominada por princípios ditados por Taylor e Ford, que a viam como uma ciência (CARAVANTES et al., 2005). Peter Druker, que vinha de uma formação liberal, optou por vê-la como uma filosofia. Em vez de analisar cada tarefa em detalhe, ele buscou princípios gerais da Administração subjacentes a todas as tarefas gerenciais. Em lugar de simplesmente administrar processos, os administradores devem estabelecer objetivos para, então, trabalhar em direção a eles (CARAVANTES et al., 2005) Ênfase: A Teoria Neoclássica caracteriza-se por uma forte ênfase nos aspectos práticos da Administração, pelo pragmatismo e pela busca de resultados concretos e palpáveis, muito embora não se tenha descurado dos conceitos teóricos da Administração. Os autores neoclássicos desenvolvem seus conceitos de forma prática e utilizável, visando principalmente à ação administrativa. A teoria somente tem valor quando operacionalizada na prática. Quase todos os neoclássicos referemse a essa prática da administração ou a essa ação administrativa, enfatizando aspectos instrumentais da administração. A Teoria Neoclássica representa a contribuição do espírito pragmático americano. Apreciação Crítica: A literatura neoclássica se assenta no processo administrativo para explicar como as funções administrativas devem ser desenvolvidas nas organizações. A velha concepção de Fayol – administrar é prever, organizar, comandar, coordenar e controlar – passou incólume por décadas e continua firme, apesar das mudanças de conteúdo e de significado. Hoje se fala em processo administrativo: planejar, organizar, dirigir e controlar. As funções administrativas – como planejamento, organização, direção e controle – são universalmente aceitas, porém sem tantos princípios prescritivos e normativos que as tornam rígidas e invariáveis. Em um mundo em constante mudança e transformação, o processo administrativo se mostra flexível, maleável e adaptável às situações variadas e circunstâncias diferentes. Conclui-se que o processo administrativo não é somente o núcleo da Teoria Neoclássica, mas o fundamento da moderna Administração. Nenhuma concepção mais avançada conseguiu ainda deslocá-lo dessa posição privilegiada. Administrar, segundo Chiavenato (2004) é muito mais que uma mera função de gerenciamento de pessoas, de recursos e de atividades. ABORTAGEM ESTRUTURALISTA Ao final da década de 1950, a influência do estruturalismo no estudo das Ci- ências Sociais estendeu-se à Administração. O Movimento Estruturalista, que teve como seu maior expoente o sociólogo americano Amitai Etzioni, caracterizou-se pelo estudo das teorias já existentes, nos seus aspectos globalizantes que compõem o todo organizacional. Grande contribuição para o campo da teoria administrativa, essa abordagem buscou conciliar e integrar os conceitos clássicos e humanísticos, criar uma visão crítica do modelo burocrático e estabelecer uma análise sobre tudo o que se tinha escrito, até então, sobre teorias da administração, principalmente fazendo um paralelo entre a Escola Clássica e a Escola de Relações Humanas. O movimento estruturalista não constituiu um corpo teórico de inovações conceituais; procurou, antes, enxergar e analisar os mesmos problemas já vistos e abordados por outros autores de forma integrada (antes feito de forma fragmentada). As organizações podem ser consideradas como unidades sociais que são intencionalmente construídas e reconstruídas, a fim de atingir objetivos específicos (CURY, 2000). Esses objetivos são materializados, de forma geral, em produtos e serviços, que são ofertados ao mercado (MAXIMIANO, 2004). As organizações formais apresentam duas características principais: divisão do trabalho e hierarquia (DAFT, 2005). A divisão do trabalho compreende a especialização das atividades entre os membros da organização, a fim de que as tarefas sejam realizadas com maior eficiência (CURY, 2000). O trabalho é dividido em partes, denominadas funções, para que a empresa consiga produzir os produtos e prestar os serviços que tem como objetivo oferecer ao mercado (DAFT, 2005). A hierarquia corresponde à linha de comando da organização. Pela hierarquia, cada unidade de trabalho de nível inferior está sob controle e supervisão de outra de nível superior (CURY, 2000). Basicamente existem em uma organização três níveis hierárquicos: • Alta administração:compreende o executivo principal (dono, presidente ou diretor geral) e os diretores. Acima do cargo do executivo principal, não há outros ocupantes de cargos com poder executivo. A alta administração é responsável pelas decisões estratégicas da organização. • Gerência: corresponde ao nível intermediário de tomada de decisão de uma organização. Compreende os gerentes que têm como responsabilidade traduzir as diretrizes estratégicas traçadas pela alta administração em ações operacionais a serem executadas pelo pessoal de nível operacional. CARACTERÍSTICAS: DISFUNÇÃO CARACTERÍSTICAS 1. Internalização das regras e apego aos regulamentos As normas e regulamentos passam a se transformar de meios em objetivos. Passam a ser absolutos e prioritários. O funcionário adquire "viseiras" e esquece que a flexibilidade é uma das principais características de qualquer atividade racional. Como os regulamentos passam a ser os principais objetivos do burocrata, este passa a trabalhar em função deles. 2. Excesso de formalismo e de papelório A necessidade de documentar e de formalizar todas as comunicações pode conduzir ao excesso de formalismo, de documentação e de papelório. É a mais gritante disfunção da burocracia. 3. Resistência a mudanças Como tudo dentro da burocracia é rotinizado, padronizado, previsto com antecipação, o funcionário geralmente se acostuma a uma completa estabilidade e repetição daquilo que faz, o que passa a lhe proporcionar uma completa segurança a respeito de seu futuro na burocracia. Qualquer mudança significa uma ameaça à sua segurança, sendo, portanto, altamente indesejável. 4. Despersonalização do relacionamento A burocracia tem como uma de suas características a impessoalidade no relacionamento entre funcionários, já que enfatiza os cargos e não as pessoas. 5. Categorização como base do processo decisório A burocracia se assenta em uma rígida hierarquização da autoridade. Portanto, quem toma decisões em qualquer situação será aquele que possui a mais elevada categoria hierárquica, independentemente do seu conhecimento sobre o assunto. 6. Total conformidade às rotinas e aos procedimentos A burocracia se baseia em rotinas e procedimentos, como meio de garantir que as pessoas façam exatamente aquilo que delas se espera: as normas se tornam absolutas, as regras e rotinas tornam-se sagradas para o funcionário, que passa a trabalhar mais em função dos regulamentos e das rotinas do que em função dos objetivos organizacionais. 7. Exibição de sinais de autoridade Como a burocracia enfatiza a hierarquia de autoridade, torna-se necessário um sistema de signos que indique a todos, quem está o poder. Surge a tendência à utilização intensa de símbolos de status para demonstrar a posição hierárquica dos funcionários (diferentes tipos de uniformes, diferentes tamanhos de mesas e poltronas, localização da sala, do banheiro, do estacionamento, do refeitório, etc.) 8. Dificuldade no atendimento a clientes e conflitos com o público O funcionário está completamente voltado para dentro da organização, para as suas normas e regulamentos internos, para as suas rotinas e procedimentos. Com isso a burocracia fecha-se ao cliente, que seria propriamente o seu objetivo. Todos os clientes são atendidos de forma padronizada, de acordo com regulamentos e rotinas internos, fazem com que o público se irrite com a pouca atenção e descaso para com seus problemas particulares e pessoais. A exigência de controle norteia toda a atividade organizacional. Não há espaço para a chamada organização informal (que fatalmente ocorre) ou para a expressão de diferenças individuais que possam introduzir variações no desempenho das atividades organizacionais. APRECIAÇÃO CRITÍCA: Segundo Chiavenato (2004), embora o Estruturalismo não constitua uma teoria própria e distinta na TGA, ganhou espaço na literatura por trazer para o universo das teorias administrativas, consideráveis contribuições: – Ampliação da abordagem: A Teoria Estruturalista ampliou o campo de visão da administração que antes se limitava ao indivíduo, na Teoria Clássica, e ao grupo, na Teoria das Relações Humanas, e que agora abrange também a estrutura da organização, considerando-a um sistema social que requer atenção em si mesmo. – Ampliação do estudo para outros campos: A Teoria Estruturalista alargou também o campo de pesquisa da administração, incluindo organizações não industriais e sem fins lucrativos em seus estudos. – Convergência de várias abordagens teóricas: Na visão de Chiavenato (2004), nota-se, no Estruturalismo, uma tentativa de integração em amplia- ção nos conceitos das teorias que o antecederam, a saber: a Teoria Clássica, a Teoria das Relações Humanas e a Teoria da Burocracia. – Dupla tendência teórica: Ainda para Chiavenato (2003), no estruturalismo coexistem duas tendências teóricas marcantes: a integrativa e a do conflito. Alguns dos autores estruturalistas enfatizavam somente a estrutura e os aspectos que integravam a organização, em que a mesma é o objeto da análise. Outros autores se atêm aos aspectos como conflitos e divisões na organização. Diante da fragilidade e da insuficiência da Teoria Clássica e a de Relações Humanas, estas criando um empecilho que a própria Teoria da Burocracia não conseguiu transpor, os estruturalistas procuram ter em vista a estrutura formal, porém, integrando a uma abordagem mais humanística. Consideramos, portanto, que ela é uma síntese da Teoria Clássica (formal) e da Teoria das Relações Humanas (informal), tentando integrar as duas, numa perspectiva crítica. – Inadequação das tipologias organizacionais: As tipologias das organizações apresentadas pelos estruturalistas são criticadas pelas suas limitações quanto à aplicação na prática e pelo fato de se basearem em um único princípio básico. Apesar da necessidade das tipologias, não se dispõe de um esquema adequado para as organizações, as apresentadas são unidimensionais e simples. A Teoria Estruturalista é uma teoria de transição e de mudança, de certa forma é uma ponte” para a Teoria de Sistemas. – Análise organizacional mais ampla – A Teoria Estruturalista estimulou o estudo de organizações não industriais e de organizações não lucrativas, como escolas, universidades, hospitais, sindicatos, penitenciárias etc. O estudo e a análise das organizações são abrangentes e a sua aplicação é voltada para todos os tipos de organizações, fazendo uma análise organizacional 206 • capítulo 5 (macronível) tanto no nível da sociedade como no nível intergrupal ou interpessoal (micronível). – Teoria da crise – A Teoria Estruturalista é denominada “teoria da crise”. Os autores estruturalistas são críticos e revisionistas, procurando localizar nas organizações o núcleo de suas problemáticas. – Teoria da transição e da mudança – Sua abordagem “parece estar em um estado de crescimento acelerado, faltandoainda uma exata definição dos componentes e relações que a Teoria de Sistemas definiu posteriormente”. A Teoria Estruturalista é uma teoria de transição e de mudança, em que o campo todo parece estar em um estado de crescimento acelerado, faltando ainda uma exata defini- ção dos componentes e relações que a Teoria de Sistemas definiu posteriormente.
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