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ÍNDICES DE PREÇO NO BRASIL: UMA ANÁLISE DO IPCA NO PERÍODO 1997 A 2017. Resumo: Atualmente, diversos indicadores econômicos vêm ganhando proeminência no cenário nacional devido à crise econômica que assola o país. Dentre os indicadores, destaca-se o Índice de Preço ao Consumidor Amplo (IPCA), que no ano de 2015, chegou a casa de dois dígitos. Esta elevação brusca do IPCA não despertou somente a atenção das autoridades econômicas, mas, também, da população brasileira. Diante destas considerações, se questiona: o que é o IPCA, como se calcula suas variações e quais seus efeitos na economia? O presente artigo tem como objetivo analisar os índices de preços no Brasil, em específico o Índice IPCA, destacando: definição, evolução, método de cálculo, variação mensal e anual dos últimos cinco anos. A metodologia utilizada no trabalho consiste em pesquisas bibliográficas e documentais, sobretudo, por meio de acervos virtuais, como o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o qual é responsável pela elaboração e divulgação dos dados do IPCA. Conclui-se que o IPCA é um índice que mede a variação de preços de mercado para o consumidor final e que representa o índice oficial da inflação no Brasil. Este índice mensura a inflação para famílias com renda mensal entre 1 e 40 salários mínimos, residentes nas regiões metropolitanas, refletindo o custo de vida da população nessas regiões. Nos últimos anos, o valor anual acumulado do IPCA mais alto foi o do ano de 2015 com 10,67%. Contudo, no ano de 2016, houve queda significativa, chegando a ordem 6,29%. Palavras-chave: Índices de preços. Inflação. IPCA variação. MODALIDADE DE INSCRIÇÃO: INVESTIGAÇÃO CIENTÍFICA 1. INTRODUÇÃO Atualmente, diversos indicadores econômicos vêm ganhando proeminência no cenário nacional devido à crise econômica que assola o país. Dentre os indicadores, destaca-se o Índice de Preço ao Consumidor Amplo (IPCA), que no ano de 2015, chegou a casa de dois dígitos. Esta elevação brusca do IPCA não despertou somente a atenção das autoridades econômicas, mas, também, da população brasileira. “Os índices de Preço refletem o crescimento de preços de um conjunto de bens, servindo para medir a taxa de inflação e deflacionar séries monetárias ou nominais”. (VASCONCELLOS, 2006, p. 425). Para que se possa dispor de métodos para medir a variação do nível de preços que não sejam meramente intuitivos, é fundamental recorrer à teoria econômica. Justamente esta preocupação levou a primazia de índices de preços ao consumidor (IPC’s) sobre outras alternativas de medidas. Indicadores estes, que se distinguem pelo período da coleta, pelo público abrangido ou mesmo pela cesta de produtos analisada. Destacam-se entre os indicadores inflacionários: índice Geral de Preço do Mercado (IGP-M); Índice Nacional de Preços ao Consumido (INPC); Índice de Preço ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15); Índice de Preços ao Consumidor – Semanal (IPC-S); Índice de Preços no Varejo (IPV); Índice de Preços ao Consumidor do Município de São Paulo (IPC-Fipe), entre outros. Contudo, no cenário econômico brasileiro, o IPCA (Índice de Preço ao Consumidor Amplo) é um dos índices mais importantes, e apesar de se ouvir sobre ele todos os dias, nem sempre fica claro o que é IPCA, para que ele serve, como afeta nossas vidas e o que afinal é inflação acumulada. Com base nisso, este artigo abordará a definição, utilização e evolução do referido índice. Para atender os objetivos propostos será apresentado a fundamentação teórica sobre índices de preços e será descrito definição, surgimento, como se calcula, utilização, atualidade e comparativo do ano anterior, valores acumulados em relação anual, investimentos associados ao índice em questão, como também sua relação aos demais índices de preços no país. 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA “Índices de preços foram propostos e estudados por Irving Fisher no começo do século passado. Fisher procurava um índice perfeito ou ideal. Esse índice seria tal que o índice de preços multiplicados pelo índice de quantidade daria um índice de receita total”. (SAYAD, 2015) No Brasil, os índices de preços são números que agrupam e retratam os preços de estipulada cesta de produtos. Sua variação mede, portanto, a dessemelhança média dos preços dos produtos dessa cesta. Podem se exemplificar, a preços ao consumidor, preços ao produtor, custos de produção ou preços de exportação e importação. Os índices mais utilizados são os índices de preços ao consumidor, que medem a variação do custo de vida de segmentos da população (taxa de inflação ou de deflação). Assim, destaca-se: IGP-M (Índice Geral de Preços do Mercado), monitorado mensalmente pela FGV (Fundação Getúlio Vargas) e foi apresentado pela primeira vez em novembro de 1947. Registra a inflação de preços variados, desde matérias-primas agrícolas e industriais até bens e serviços finais. Bastante usado na correção de aluguéis e tarifas públicas, como conta de luz e abrange todas as faixas de renda. Os preços que compõem o IGP-M são coletados entre o dia 21 do mês anterior e o dia 20 do mês atual (ou mês de referência). INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), calculado mensalmente pelo IBGE, considera famílias com renda de até 5 salários mínimos mensais. IPCA-15 (Índice de Preço ao Consumidor Amplo - 15), funciona como uma prévia da inflação mensal, o período de coleta é a partir da metade do mês, do dia 16 ao dia 15 do mês seguinte. É utilizado, principalmente, para o reajuste do IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano). Existem, ainda, outros indicadores de inflação, como por exemplo, o IPC-S (Índice de Preços ao Consumidor – Semanal), levantado pela FGV a cada quatro semanas, ele abrange produtos relacionados à alimentação, vestuário, habitação, saúde, educação, transporte e outras despesas nas capitais brasileiras, referentes a famílias com renda de até 30 salários mínimos. Também, o IPV (Índice de Preços no Varejo), que é um indicador elaborado a partir de dados do IBGE e verifica as variações dos preços no mercado varejista. E por fim, o IPC-Fipe (Índice de Preços ao Consumidor do Município de São Paulo), calculado pela FIPE (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas), que avalia o custo de vida para famílias paulistanas com renda de até 20 salários mínimos. Segundo Siman e Tonin (2016), “existe uma noção vulgarmente difundida de que o problema da inflação se deve ao excesso de liquidez no mercado (de moedas circulando) e que, portanto, esfriar a demanda e cortar gastos públicos são medidas indispensáveis para sua redução”. De fato, a inflação é um aspecto dramático da realidade, especialmente porque, em geral, afeta as classes baixas: quanto menor a renda maior o impacto da inflação sobre o consumo. De acordo com O’sullivan e Sheffrin (2000, p.295) “a inflação é a mudança percentual no nível de preços”. Os principais índices de medida de inflação no país são: IPC/ FIPE, INPC/IBGE, IPCA/IBGE e ICV/DIEESE. Os índices podem se diferir por local, populações, orçamento familiar, locais de compra e periodicidade de cálculos. Segundo Sullivan e Sheffrin (2000, p.309), “o IPC é amplamente é utilizado tanto pelo governo quanto como pelo setor privado para medir as variações de preços com os quais os consumidores se deparam”. O IPC mede as variações com base em uma “cesta de bens” fixa, um conjunto de itens escolhidos para representar o padrão de gastos para um consumidor típico. Primeiramente, descobrimos quanto essa cestade bens custa em um ano-base e a seguir descobrimos quanto custa em outros anos. O IPC para um dado ano é definido como: Para acompanhar a variação sazonal da inflação foi criado o IPCA (Índice de Preço ao Consumidor Amplo), calculado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Bacha (2004, p.249) diz que o IPCA tem a mesma metodologia e área de abrangência que o INPC/IBGE, mas pesquisa as famílias com renda monetária de 1 a 40 sálarios mínimos. O IPCA/IBGE começou a ser calculado em dezembro de 1979. De acordo com Bacha (2004, p.249) “O IPCA tem a mesma metodologia de cálculo do INPC/IBGE, ou seja, os preços são coletados do dia primeiro ao dia trinta de um mês e comparados com preços de idêntico período do mês anterior”. A partir de maio de 2000, passou a ser calculado também o IPCA-15 (índice de preços ao consumidor amplo – 15), cujo período de coleta de preços é, aproximadamente, do dia 15 do mês anterior ao dia 15 do mês atual, comprado com os preços dos 30 dias anteriores. Bacha (2004, p.249) afirma que “ o IPCA-15 tem sido utilizado pelo governo federal para negociar metas anuais de inflação com orgãos financeiros internacionais, como o Fundo Monetário Internacional (FMI), desde 2000”. Os valores trimestrais do IPCA-15 geram o IPCA- E (índice de preços ao consumidor amplo especial), que é utilizado para o monitoramento da inflação brasileira por organismos fincanceiros internacionais (como o FMI). 3. METODOLOGIA Esta pesquisa é de caráter qualitativo exploratório e foi realizada com base em dados secundários, extraídos de acervos virtuais, de artigos publicados sobre o tema em questão e referências bibliográficas que tratam sobre índices de preços, com objetivo de descrever especificadamente sobre o IPCA, Os dados estatísticos, de caráter quantitativo, foram coletados por meio do site do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas), com objetivo de demonstrar a variação percentual do IPCA entre os períodos de 1997 a 2017. 4. IPCA 4.1. O Que é IPCA? O IPCA é um índice que mede a variação de preços de mercado para o consumidor final. Criado no ano de 1979, mas somente a partir dos anos 2000, por determinação do Conselho Monetário Nacional (Copom), que o índice passou a ser considerado pelo Banco Central como o indicador oficial da inflação. Desde então, é a partir das elevações dele que o Copom opta por diminuir, manter ou elevar a taxa de juros no país. Mensalmente estabelecido pelo IBGE, representa o índice oficial da inflação no Brasil. É o termômetro que avalia perdas no poder de compra. Calculado desde 1979, identifica uma variação nos preços do comércio e é utilizado pelo Banco Central para monitorar a inflação. Dessa forma, pode-se notar que quando os preços nas prateleiras do supermercado aumentam, o índice sobe. Como exemplo disso, cita-se a hiperinflação brasileira entre as décadas de 1980 e 1990, antes da implementação do Plano Real. Nesse período a inflação era exorbitante, o que causava grande oscilação no poder de compra; um mesmo produto tinha um preço pela manhã, e à tarde o valor já era outro. Conforme dados extraídos da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), observa-se que, nos anos de hiperinflação (décadas de 1980 e 1990), a inflação média no país foi de 233,5% ao ano. O peso do descontrole da inflação era refletido diretamente no bolso do consumidor. Resumindo, o IPCA é um importante índice determinado pelo IBGE, que identifica a variação dos preços no comércio, sendo então, utilizado pelo Banco Central como índice oficial da inflação ou deflação no Brasil. 4.2. Cálculo do IPCA O IBGE realiza pesquisas de preços mensalmente em estabelecimentos comerciais, domicílios, prestadores de serviços e concessionárias de serviços públicos e, através desta pesquisa levantada, o IPCA é calculado mês a mês. Segundo o IBGE, o período de coleta do IPCA ocorre entre o 1º e o 30º (ou 31º) dia de cada mês, com objetivo de identificar, por meio do levantamento, os preços cobrados efetivamente ao consumidor, em pagamentos à vista. Para tal, são considerados produtos e serviços, nas seguintes categorias: Tabela 1. Tabela das categorias consideradas no cálculo do IPCA CATEGORIA PESO (%) Alimentação e Bebidas 23,12 Artigos de Residência 4,69 Transportes 20,54 Comunicação 4,96 Despesas Pessoais 9,94 Habitação 14,62 Saúde e Cuidados Pessoais 11,09 Vestuário 6,67 Educação 4,37 Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Índices de Preços, Sistema Nacional de Índices de Preços ao Consumidor, 2017. Tais itens ainda são divididos em outros 465 subitens, o que garante uma gama maior de variação de preços para cálculo do IPCA, conforme informações do IBGE. 4.3. A Inflação é Medida para Qual Parcela da População? Segundo dados do IBGE, o IPCA mede a inflação para famílias com renda mensal entre 1 e 40 salários mínimos, residentes nas regiões metropolitanas de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Curitiba, Salvador, Recife, Fortaleza e Belém, além do Distrito Federal e da cidade de Goiânia, refletindo o custo de vida da população nessas regiões. Dessa forma, verifica-se que um dos quesitos que diferencia o IPCA dos demais índices, é a parcela da população que ele abrange. Mas é importante destacar (como descrito antes), que o IPCA não é o único índice que monitora a inflação no país, e sim, um dos mais importantes. 4.4. Utilização do IPCA O Banco Central do Brasil, utiliza o IPCA como principal medidor da inflação no país, disponibilizando os dados ao governo, para o mesmo utilize como referência para monitorar a meta de inflação anual (proposta pelo governo para evitar descontrole nas taxas de inflação) e definir as políticas monetárias e medidas econômicas. Assim, quando o IPCA sinaliza que a meta de inflação proposta pelo governo será maior, medidas governamentais são imediatamente lançadas no mercado econômico a fim de controlar o movimento inflacionário. Como por exemplo, o aumento da taxa de juros da economia, a Selic. O IPCA afeta, indiretamente, o valor do dinheiro do consumidor, ou seja, o poder de compra. Contudo, pode-se utilizar o índice de inflação de forma positiva, levando em conta que o governo também utiliza o índice como variável de rendimento para alguns investimentos no Tesouro Direto, como por exemplo, venda de títulos públicos, o que gera investimentos conscientes favoráveis ao mercado, utilizando as altas da inflação. No entanto, não apenas o governo se utiliza do IPCA, muitos particulares se beneficiam do mesmo, baseando em sua variação, os reajustes de contratos de aluguel, assim como comerciantes também reajustam os preços dos produtos/serviços com base no indicador econômico. 4.5. IPCA – Atualidade Devido ao IPCA ser monitorado mensalmente e, consequentemente anualmente, as variações do índice: tanto à variação mensal, quanto aqueles referentes aos últimos meses e anos, podem ser acessadas sempre que necessário por investidores e afins, possibilitando acesso direto às informações, inclusive, o valor acumulado do indicador com o passar dos anos. De acordo com o último levantamento do IBGE, o IPCA registrou uma variação mensal de -0,23% em junho de 2017, com dados do mês de julho/2017 em andamento. Observa-se que a inflação caiu em relação a janeiro, quando a variaçãoficou em 0,38% e em relação ao mesmo período no ano anterior, a variação é de -1,66%. Ao longo do ano de 2016 e primeiro semestre de 2017, o IPCA teve altos e baixos, como demonstra tabela abaixo: Tabela 2. Tabela Comparativa- IPCA (2016/2017) ANO MÊS VARIAÇÃO (%) NO MÊS NO ANO 12 MESES 2017 JAN 0,38 0,38 5,35 FEV 0,33 0,71 4,76 MAR 0,25 0,96 4,57 ABR 0,14 1,10 4,08 MAI 0,31 1,42 3,60 JUN -0,23 1,18 3,00 2016 JAN 1,27 1,27 10,71 FEV 0,90 2,18 10,36 MAR 0,43 2,62 9,39 ABR 0,61 3,25 9,28 MAI 0,78 4,05 9,32 JUN 0,35 4,42 8,84 JUL 0,52 4,96 8,74 AGO 0,44 5,42 8,97 SET 0,08 5,51 8,48 OUT 0,26 5,78 7,87 NOV 0,18 5,97 6,99 DEZ 0,30 6,29 6,29 Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Índices de Preços, Sistema Nacional de Índices de Preços ao Consumidor, 2017. 4.6. IPCA – Acumulado (ano a ano) O peso da inflação na vida dos brasileiros, também pode ser observado através do valor acumulado do IPCA conforme mencionado anteriormente. Segundo o IBGE, a inflação acumulada desde janeiro de 1993 é 1.239,5164, com variações anuais descontroladas nas décadas de hiperinflação. Observando: Tabela 3. IPCA (%) Acumulado Antes do Plano Real ANO ACUMULADO ANUAL (%) 1980 99,27 1981 95,65 1982 104,80 1983 163,99 1984 215,27 1988 980,22 1989 1972,91 1993 2477,15 Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Índices de Preços, Sistema Nacional de Índices de Preços ao Consumidor, 2017. Como se observa, o acúmulo anual mais impressionante foi no ano de 1993, antes da implementação do Plano Real. Após a alteração da moeda, a inflação começou a ser controlada. Como destaca o IBGE: Tabela 4. Acumulado Após o Plano Real- IPCA (%) ANO ACUMULADO ANUAL (%) 1994 916,43 1995 22,41 1996 9,56 1997 5,22 1998 1,66 2011 6,50 2012 5,83 2013 5,91 2014 6,40 2015 10,67 2016 6,28 Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Índices de Preços, Sistema Nacional de Índices de Preços ao Consumidor, 2017. Nos últimos anos, o valor anual acumulado do IPCA mais alto foi o do ano de 2015 com 10,67%. Contudo, no ano de 2016, houve queda significativa, como demonstrado. Para ilustrar melhor as variações descritas pelo IBGE, segue gráfico abaixo: Figura 1. Evolução do IPCA 1997-2016 (2017 em andamento) Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Índices de Preços, Sistema Nacional de Índices de Preços ao Consumidor, 2017. 4.7. Investimentos Associados ao IPCA Como o IPCA pode melhorar os investimentos no país? Quando a inflação está em alta, o melhor é estudar as possibilidades de investimentos que superem esse índice elevado. Atualmente, descarta- se investir na poupança, pois a mesma paga 0,5% de juros mensais mais uma Taxa Referencial (TR), o que significa estar abaixo do índice IPCA. E, todo investimento com rendimento interessante precisa, no mínimo, acompanhar a inflação para garantir o poder de compra. Seguindo este pensamento, descreve-se algumas aplicações cujo índice de remuneração é associado à inflação e que podem ser interessantes nos períodos de IPCA alto. (BTG Pactual, 2017) 4.7.1. Tesouro Direto Em um cenário econômico de alta inflação, aplicar no Tesouro Direto, pode ser uma alternativa viável para obter bons rendimentos. Seria como “emprestar” dinheiro ao governo com retorno garantido do principal mais as devidas correções monetárias. Dentre uma grande variedade de títulos do Tesouro, destaca-se o Tesouro Selic (LFT) e o Tesouro IPCA+ (NTB_B Principal), que garantem o poder de compra e o aumento do dinheiro em circulação. (BTG Pactual, 20017) O Tesouro Selic traz rendimentos limitados pela taxa básica de juros da economia brasileira, enquanto o IPCA+ paga o valor do IPCA no período da aplicação acrescido de uma taxa fixada. Com esses títulos, o investidor faz aplicações associadas ao IPCA com garantias de rendimentos. (BTG Pactual, 2017) 4.7.2. Letra de Crédito Imobiliário e Letra de Crédito do Agronegócio As LCI’s e LCA’s são semelhantes aos Certificados de Depósitos Bancários (CDBs) dos bancos. A diferença é que esses títulos são emitidos pelas instituições para dar créditos a segmentos específicos: o imobiliário e o de agronegócio. (BTG Pactual, 2017) O rendimento desses títulos pode ser associado ao CDI, um índice de juros que acompanha a Selic e, em algumas modalidades, ao IPCA. Com inflação e juros em alta, então, representa uma possibilidade de maiores rendimentos. Além disso, esses títulos podem ser uma boa opção, dado que contam com garantia do Fundo Garantidor de Crédito (FGC), que podem ser consultadas no próprio site do FGC. (BTG Pactual, 2017) 4.7.3. Fundos De Investimento Alguns fundos de investimento em renda fixa também incluem títulos com remuneração associada ao IPCA. Ao optar por essa modalidade e deixar as aplicações a cargo de um especialista, deve-se lembrar primeiramente de verificar exatamente como é o funcionamento e quais são os índices que determinam a remuneração dos cotistas do fundo em questão. (BTG Pactual, 2017) 4.8. IPCA e Sua Relação Com Outros Índices A implementação de políticas econômicas do governo brasileiro tem como base o IPCA, no entanto, utiliza também uma série de outros índices; sendo a Taxa Selic, a taxa básica de juros da economia. O Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) é o responsável por determinar a taxa de juros do país periodicamente e se baseia no IPCA nas tomadas de decisão. É através do indicador que se decide o aumento ou diminuição dos juros para controle dos preços do mercado. Resumindo, para que o haja o controle da inflação, o governo aumenta a taxa de juros para restringir o crédito ao consumidor, frear o consumo e, assim, estimular o comércio a baixar seus preços; dessa forma, efetivando a redução da inflação. Com a inflação sob controle, o governo pode baixar a Selic para acelerar o crescimento econômico. Outro índice interligado ao IPCA é o IGP-M (Índice Geral de Preços de Mercado), que também mede a inflação do país e é controlado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). É um dos mais utilizados para limitar ajustes no valor de aluguéis. Dessa forma, aumentando o custo de vida do consumidor, o que irá refletir no aumento do IPCA. Em outras palavras, os indicadores estão diretamente relacionados. 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS Brevemente, o que ocorre na economia brasileira atualmente, é que a inflação esmaga o consumidor, ou seja, a renda por consumidor não se modifica, mas os custos aumentam, fazendo com que o mesmo consumidor desembolse uma parte maior de sua renda para comprar o mesmo produto que comprava antes. Dessa forma, é correto afirmar que, se o dinheiro em circulação no mercado vale menos, o consumidor tem seu poder de compra diminuído. Na tentativa de equilibrar a balança comercial, o governo ajusta o salário mínimo e as remunerações salariais de acordo com a variação do IPCA; no entanto, uma economia em equilíbrio conta com uma inflação pequena, e não com uma deflação, que é o conceito utilizado para referenciar uma redução nos preços, que só ocorre se o IPCA for negativo em relação ao mês anterior. Partindo dessa premissa, torna-se importante acompanhar os indicadores macroeconômicos do país, principalmenteo IPCA, que como destacado nesse artigo, é o “termômetro” da inflação brasileira e sinalizador dos rumos da economia. Considera-se então, que, estando atento aos índices econômicos, em especial ao que mede a inflação (IPCA), pode-se utilizar o aumento geral de preços em benefício próprio, ou seja, garantir uma rentabilidade em investimentos que supere a inflação. Contudo, ainda se faz necessário comparar os índices do país aos índices do mercado externo, pois é difícil saber exatamente os efeitos dos acontecimentos externos e o que podem impactar diretamente na taxa de juros ou na inflação dentro do Brasil, ou seja, transformações políticas, tanto no país, como no exterior, podem ocasionar impactos imprevistos na economia, independentemente do controle inflacionário. REFERÊNCIAS BACHA, CARLOS JOSÉ CAETANO; Macroeconomia Aplicada à Análise Econômica Brasileira - Editora da Universidade de São Paulo, São Paulo/SP, 2004. BANCO CENTRAL DO BRASIL, Índices de Preços no Brasil, conteúdo home ptbr, biblioteca índices, disponível em: <http://www.bcb.gov.br/conteudo/home/pdf>. FINANÇAS, Artigos Digitais Blog – disponível em <https://www.btgpactualdigital.com>. IBGE, Indicadores – Índices, preços e custos – disponível em <http://www.ibge.gov.br>. O’ SULLIVAN, ARTHUR; SHEFFRIN, STEVEN M., Princípios de Economia, Editora LTC, Rio de Janeiro/RJ, 2005. SAYAD, JOÃO; Dinheiro, dinheiro – Inflação, desemprego, crises financeiras e bancos – Portifólio Pinguim, 1a ed., Editora Schwarcz S.A., São Paulo/SP, 2015. SIMAN, SAMMER; TONIN, VITOR HUGO; O mito do Investimento Externo, disponível em <http://www.sindipublicos.com.br>. VASCONCELLOS, MARCO ANTÔNIO SANDOVAL DE, - Economia Micro e Macro, 4a ed., Editora Atlas, São Paulo/SP, 2006. RESPONSABILIDADE AUTORAL “O(s) autor(es) é(são) o(s) único(s) responsável(eis) pelo conteúdo deste trabalho”.
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