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IPCA - ANALISE DO ÍNDICE DA INFLAÇÃO

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ÍNDICES DE PREÇO NO BRASIL: UMA ANÁLISE DO IPCA NO 
PERÍODO 1997 A 2017. 
 
Resumo: Atualmente, diversos indicadores econômicos vêm ganhando proeminência no cenário nacional devido 
à crise econômica que assola o país. Dentre os indicadores, destaca-se o Índice de Preço ao Consumidor Amplo 
(IPCA), que no ano de 2015, chegou a casa de dois dígitos. Esta elevação brusca do IPCA não despertou somente 
a atenção das autoridades econômicas, mas, também, da população brasileira. Diante destas considerações, se 
questiona: o que é o IPCA, como se calcula suas variações e quais seus efeitos na economia? O presente artigo 
tem como objetivo analisar os índices de preços no Brasil, em específico o Índice IPCA, destacando: definição, 
evolução, método de cálculo, variação mensal e anual dos últimos cinco anos. A metodologia utilizada no trabalho 
consiste em pesquisas bibliográficas e documentais, sobretudo, por meio de acervos virtuais, como o Instituto 
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o qual é responsável pela elaboração e divulgação dos dados do 
IPCA. Conclui-se que o IPCA é um índice que mede a variação de preços de mercado para o consumidor final e 
que representa o índice oficial da inflação no Brasil. Este índice mensura a inflação para famílias com renda 
mensal entre 1 e 40 salários mínimos, residentes nas regiões metropolitanas, refletindo o custo de vida da 
população nessas regiões. Nos últimos anos, o valor anual acumulado do IPCA mais alto foi o do ano de 2015 
com 10,67%. Contudo, no ano de 2016, houve queda significativa, chegando a ordem 6,29%. 
 
Palavras-chave: Índices de preços. Inflação. IPCA variação. 
 
MODALIDADE DE INSCRIÇÃO: INVESTIGAÇÃO CIENTÍFICA 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
Atualmente, diversos indicadores econômicos 
vêm ganhando proeminência no cenário nacional 
devido à crise econômica que assola o país. Dentre 
os indicadores, destaca-se o Índice de Preço ao 
Consumidor Amplo (IPCA), que no ano de 2015, 
chegou a casa de dois dígitos. Esta elevação brusca 
do IPCA não despertou somente a atenção das 
autoridades econômicas, mas, também, da 
população brasileira. 
“Os índices de Preço refletem o crescimento de 
preços de um conjunto de bens, servindo para medir 
a taxa de inflação e deflacionar séries monetárias ou 
nominais”. (VASCONCELLOS, 2006, p. 425). Para 
que se possa dispor de métodos para medir a 
variação do nível de preços que não sejam 
meramente intuitivos, é fundamental recorrer à 
teoria econômica. Justamente esta preocupação 
levou a primazia de índices de preços ao consumidor 
(IPC’s) sobre outras alternativas de medidas. 
Indicadores estes, que se distinguem pelo período da 
coleta, pelo público abrangido ou mesmo pela cesta 
de produtos analisada. Destacam-se entre os 
indicadores inflacionários: índice Geral de Preço do 
Mercado (IGP-M); Índice Nacional de Preços ao 
Consumido (INPC); Índice de Preço ao Consumidor 
Amplo-15 (IPCA-15); Índice de Preços ao 
Consumidor – Semanal (IPC-S); Índice de Preços no 
Varejo (IPV); Índice de Preços ao Consumidor do 
Município de São Paulo (IPC-Fipe), entre outros. 
Contudo, no cenário econômico brasileiro, o 
IPCA (Índice de Preço ao Consumidor Amplo) é um 
dos índices mais importantes, e apesar de se ouvir 
sobre ele todos os dias, nem sempre fica claro o que 
é IPCA, para que ele serve, como afeta nossas vidas 
e o que afinal é inflação acumulada. 
Com base nisso, este artigo abordará a definição, 
utilização e evolução do referido índice. 
Para atender os objetivos propostos será 
apresentado a fundamentação teórica sobre índices 
de preços e será descrito definição, surgimento, 
como se calcula, utilização, atualidade e 
comparativo do ano anterior, valores acumulados em 
relação anual, investimentos associados ao índice em 
questão, como também sua relação aos demais 
índices de preços no país. 
 
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 
 
“Índices de preços foram propostos e estudados 
por Irving Fisher no começo do século passado. 
Fisher procurava um índice perfeito ou ideal. Esse 
índice seria tal que o índice de preços multiplicados 
pelo índice de quantidade daria um índice de receita 
total”. (SAYAD, 2015) 
No Brasil, os índices de preços são números que 
agrupam e retratam os preços de estipulada cesta de 
produtos. Sua variação mede, portanto, a 
dessemelhança média dos preços dos produtos dessa 
cesta. Podem se exemplificar, a preços ao 
consumidor, preços ao produtor, custos de produção 
ou preços de exportação e importação. Os índices 
mais utilizados são os índices de preços ao 
consumidor, que medem a variação do custo de vida 
de segmentos da população (taxa de inflação ou de 
deflação). Assim, destaca-se: 
IGP-M (Índice Geral de Preços do Mercado), 
monitorado mensalmente pela FGV (Fundação 
Getúlio Vargas) e foi apresentado pela primeira vez 
em novembro de 1947. Registra a inflação de preços 
variados, desde matérias-primas agrícolas e 
industriais até bens e serviços finais. Bastante usado 
na correção de aluguéis e tarifas públicas, como 
conta de luz e abrange todas as faixas de renda. Os 
preços que compõem o IGP-M são coletados entre o 
dia 21 do mês anterior e o dia 20 do mês atual (ou 
mês de referência). 
INPC (Índice Nacional de Preços ao 
Consumidor), calculado mensalmente pelo IBGE, 
considera famílias com renda de até 5 salários 
mínimos mensais. 
IPCA-15 (Índice de Preço ao Consumidor 
Amplo - 15), funciona como uma prévia da inflação 
mensal, o período de coleta é a partir da metade do 
mês, do dia 16 ao dia 15 do mês seguinte. É utilizado, 
principalmente, para o reajuste do IPTU (Imposto 
Predial e Territorial Urbano). 
Existem, ainda, outros indicadores de inflação, 
como por exemplo, o IPC-S (Índice de Preços ao 
Consumidor – Semanal), levantado pela FGV a cada 
quatro semanas, ele abrange produtos relacionados à 
alimentação, vestuário, habitação, saúde, educação, 
transporte e outras despesas nas capitais brasileiras, 
referentes a famílias com renda de até 30 salários 
mínimos. Também, o IPV (Índice de Preços no 
Varejo), que é um indicador elaborado a partir de 
dados do IBGE e verifica as variações dos preços no 
mercado varejista. E por fim, o IPC-Fipe (Índice de 
Preços ao Consumidor do Município de São Paulo), 
calculado pela FIPE (Fundação Instituto de 
Pesquisas Econômicas), que avalia o custo de vida 
para famílias paulistanas com renda de até 20 
salários mínimos. 
Segundo Siman e Tonin (2016), “existe uma 
noção vulgarmente difundida de que o problema da 
inflação se deve ao excesso de liquidez no mercado 
(de moedas circulando) e que, portanto, esfriar a 
demanda e cortar gastos públicos são medidas 
indispensáveis para sua redução”. De fato, a inflação 
é um aspecto dramático da realidade, especialmente 
porque, em geral, afeta as classes baixas: quanto 
menor a renda maior o impacto da inflação sobre o 
consumo. De acordo com O’sullivan e Sheffrin 
(2000, p.295) “a inflação é a mudança percentual no 
nível de preços”. 
 Os principais índices de medida de inflação no 
país são: IPC/ FIPE, INPC/IBGE, IPCA/IBGE e 
ICV/DIEESE. Os índices podem se diferir por local, 
populações, orçamento familiar, locais de compra e 
periodicidade de cálculos. 
Segundo Sullivan e Sheffrin (2000, p.309), “o 
IPC é amplamente é utilizado tanto pelo governo 
quanto como pelo setor privado para medir as 
variações de preços com os quais os consumidores se 
deparam”. O IPC mede as variações com base em 
uma “cesta de bens” fixa, um conjunto de itens 
escolhidos para representar o padrão de gastos para 
um consumidor típico. Primeiramente, descobrimos 
quanto essa cestade bens custa em um ano-base e a 
seguir descobrimos quanto custa em outros anos. O 
IPC para um dado ano é definido como: 
 
Para acompanhar a variação sazonal da inflação 
foi criado o IPCA (Índice de Preço ao Consumidor 
Amplo), calculado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de 
Geografia e Estatística). 
Bacha (2004, p.249) diz que o IPCA tem a 
mesma metodologia e área de abrangência que o 
INPC/IBGE, mas pesquisa as famílias com renda 
monetária de 1 a 40 sálarios mínimos. O IPCA/IBGE 
começou a ser calculado em dezembro de 1979. 
De acordo com Bacha (2004, p.249) “O IPCA 
tem a mesma metodologia de cálculo do INPC/IBGE, 
ou seja, os preços são coletados do dia primeiro ao 
dia trinta de um mês e comparados com preços de 
idêntico período do mês anterior”. A partir de maio 
de 2000, passou a ser calculado também o IPCA-15 
(índice de preços ao consumidor amplo – 15), cujo 
período de coleta de preços é, aproximadamente, do 
dia 15 do mês anterior ao dia 15 do mês atual, 
comprado com os preços dos 30 dias anteriores. 
Bacha (2004, p.249) afirma que “ o IPCA-15 tem 
sido utilizado pelo governo federal para negociar 
metas anuais de inflação com orgãos financeiros 
internacionais, como o Fundo Monetário 
Internacional (FMI), desde 2000”. Os valores 
trimestrais do IPCA-15 geram o IPCA- E (índice de 
preços ao consumidor amplo especial), que é 
utilizado para o monitoramento da inflação brasileira 
por organismos fincanceiros internacionais (como o 
FMI). 
 
3. METODOLOGIA 
 
Esta pesquisa é de caráter qualitativo 
exploratório e foi realizada com base em dados 
secundários, extraídos de acervos virtuais, de artigos 
publicados sobre o tema em questão e referências 
bibliográficas que tratam sobre índices de preços, 
com objetivo de descrever especificadamente sobre 
o IPCA, 
Os dados estatísticos, de caráter quantitativo, 
foram coletados por meio do site do IBGE (Instituto 
Brasileiro de Geografia e Estatísticas), com objetivo 
de demonstrar a variação percentual do IPCA entre 
os períodos de 1997 a 2017. 
 
4. IPCA 
 
4.1. O Que é IPCA? 
 
O IPCA é um índice que mede a variação de 
preços de mercado para o consumidor final. Criado 
no ano de 1979, mas somente a partir dos anos 2000, 
por determinação do Conselho Monetário Nacional 
(Copom), que o índice passou a ser considerado pelo 
Banco Central como o indicador oficial da inflação. 
Desde então, é a partir das elevações dele que o 
Copom opta por diminuir, manter ou elevar a taxa de 
juros no país. 
Mensalmente estabelecido pelo IBGE, 
representa o índice oficial da inflação no Brasil. É o 
termômetro que avalia perdas no poder de compra. 
Calculado desde 1979, identifica uma variação nos 
preços do comércio e é utilizado pelo Banco Central 
para monitorar a inflação. Dessa forma, pode-se 
notar que quando os preços nas prateleiras do 
supermercado aumentam, o índice sobe. Como 
exemplo disso, cita-se a hiperinflação brasileira 
entre as décadas de 1980 e 1990, antes da 
implementação do Plano Real. Nesse período a 
inflação era exorbitante, o que causava grande 
oscilação no poder de compra; um mesmo produto 
tinha um preço pela manhã, e à tarde o valor já era 
outro. 
Conforme dados extraídos da Fundação Instituto 
de Pesquisas Econômicas (Fipe), observa-se que, 
nos anos de hiperinflação (décadas de 1980 e 1990), 
a inflação média no país foi de 233,5% ao ano. O 
peso do descontrole da inflação era refletido 
diretamente no bolso do consumidor. 
Resumindo, o IPCA é um importante índice 
determinado pelo IBGE, que identifica a variação 
dos preços no comércio, sendo então, utilizado pelo 
Banco Central como índice oficial da inflação ou 
deflação no Brasil. 
 
4.2. Cálculo do IPCA 
 
O IBGE realiza pesquisas de preços 
mensalmente em estabelecimentos comerciais, 
domicílios, prestadores de serviços e 
concessionárias de serviços públicos e, através desta 
pesquisa levantada, o IPCA é calculado mês a mês. 
Segundo o IBGE, o período de coleta do IPCA 
ocorre entre o 1º e o 30º (ou 31º) dia de cada mês, 
com objetivo de identificar, por meio do 
levantamento, os preços cobrados efetivamente ao 
consumidor, em pagamentos à vista. Para tal, são 
considerados produtos e serviços, nas seguintes 
categorias: 
 
Tabela 1. Tabela das categorias consideradas no 
cálculo do IPCA 
CATEGORIA PESO (%) 
Alimentação e Bebidas 23,12 
Artigos de Residência 4,69 
Transportes 20,54 
Comunicação 4,96 
Despesas Pessoais 9,94 
Habitação 14,62 
Saúde e Cuidados Pessoais 11,09 
Vestuário 6,67 
Educação 4,37 
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de 
Índices de Preços, Sistema Nacional de Índices de Preços 
ao Consumidor, 2017. 
 
Tais itens ainda são divididos em outros 465 
subitens, o que garante uma gama maior de variação 
de preços para cálculo do IPCA, conforme 
informações do IBGE. 
 
4.3. A Inflação é Medida para Qual Parcela da 
População? 
 
Segundo dados do IBGE, o IPCA mede a 
inflação para famílias com renda mensal entre 1 e 40 
salários mínimos, residentes nas regiões 
metropolitanas de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo 
Horizonte, Porto Alegre, Curitiba, Salvador, Recife, 
Fortaleza e Belém, além do Distrito Federal e da 
cidade de Goiânia, refletindo o custo de vida da 
população nessas regiões. 
Dessa forma, verifica-se que um dos quesitos 
que diferencia o IPCA dos demais índices, é a 
parcela da população que ele abrange. Mas é 
importante destacar (como descrito antes), que o 
IPCA não é o único índice que monitora a inflação 
no país, e sim, um dos mais importantes. 
 
4.4. Utilização do IPCA 
O Banco Central do Brasil, utiliza o IPCA como 
principal medidor da inflação no país, 
disponibilizando os dados ao governo, para o mesmo 
utilize como referência para monitorar a meta de 
inflação anual (proposta pelo governo para evitar 
descontrole nas taxas de inflação) e definir as 
políticas monetárias e medidas econômicas. 
 Assim, quando o IPCA sinaliza que a meta de 
inflação proposta pelo governo será maior, medidas 
governamentais são imediatamente lançadas no 
mercado econômico a fim de controlar o movimento 
inflacionário. Como por exemplo, o aumento da taxa 
de juros da economia, a Selic. 
O IPCA afeta, indiretamente, o valor do dinheiro 
do consumidor, ou seja, o poder de compra. 
Contudo, pode-se utilizar o índice de inflação de 
forma positiva, levando em conta que o governo 
também utiliza o índice como variável de 
rendimento para alguns investimentos no Tesouro 
Direto, como por exemplo, venda de títulos públicos, 
o que gera investimentos conscientes favoráveis ao 
mercado, utilizando as altas da inflação. 
No entanto, não apenas o governo se utiliza do 
IPCA, muitos particulares se beneficiam do mesmo, 
baseando em sua variação, os reajustes de contratos 
de aluguel, assim como comerciantes também 
reajustam os preços dos produtos/serviços com base 
no indicador econômico. 
 
4.5. IPCA – Atualidade 
 
Devido ao IPCA ser monitorado mensalmente e, 
consequentemente anualmente, as variações do 
índice: tanto à variação mensal, quanto aqueles 
referentes aos últimos meses e anos, podem ser 
acessadas sempre que necessário por investidores e 
afins, possibilitando acesso direto às informações, 
inclusive, o valor acumulado do indicador com o 
passar dos anos. 
De acordo com o último levantamento do IBGE, 
o IPCA registrou uma variação mensal de -0,23% em 
junho de 2017, com dados do mês de julho/2017 em 
andamento. Observa-se que a inflação caiu em 
relação a janeiro, quando a variaçãoficou em 0,38% 
e em relação ao mesmo período no ano anterior, a 
variação é de -1,66%. 
Ao longo do ano de 2016 e primeiro semestre de 
2017, o IPCA teve altos e baixos, como demonstra 
tabela abaixo: 
 
Tabela 2. Tabela Comparativa- IPCA (2016/2017) 
ANO MÊS 
VARIAÇÃO (%) 
NO 
MÊS 
NO 
ANO 
12 
MESES 
2017 JAN 0,38 0,38 5,35 
 FEV 0,33 0,71 4,76 
 MAR 0,25 0,96 4,57 
 ABR 0,14 1,10 4,08 
 MAI 0,31 1,42 3,60 
 JUN -0,23 1,18 3,00 
2016 JAN 1,27 1,27 10,71 
 FEV 0,90 2,18 10,36 
 MAR 0,43 2,62 9,39 
 ABR 0,61 3,25 9,28 
 MAI 0,78 4,05 9,32 
 JUN 0,35 4,42 8,84 
 JUL 0,52 4,96 8,74 
 AGO 0,44 5,42 8,97 
 SET 0,08 5,51 8,48 
 OUT 0,26 5,78 7,87 
 NOV 0,18 5,97 6,99 
 DEZ 0,30 6,29 6,29 
 Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de 
Índices de Preços, Sistema Nacional de Índices de Preços 
ao Consumidor, 2017. 
 
4.6. IPCA – Acumulado (ano a ano) 
 
O peso da inflação na vida dos brasileiros, 
também pode ser observado através do valor 
acumulado do IPCA conforme mencionado 
anteriormente. Segundo o IBGE, a inflação 
acumulada desde janeiro de 1993 é 1.239,5164, com 
variações anuais descontroladas nas décadas de 
hiperinflação. Observando: 
 
Tabela 3. IPCA (%) Acumulado Antes do Plano 
Real 
ANO 
ACUMULADO 
ANUAL (%) 
1980 99,27 
1981 95,65 
1982 104,80 
1983 163,99 
1984 215,27 
1988 980,22 
1989 1972,91 
1993 2477,15 
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de 
Índices de Preços, Sistema Nacional de Índices de Preços 
ao Consumidor, 2017. 
 
Como se observa, o acúmulo anual mais 
impressionante foi no ano de 1993, antes da 
implementação do Plano Real. Após a alteração da 
moeda, a inflação começou a ser controlada. Como 
destaca o IBGE: 
 
Tabela 4. Acumulado Após o Plano Real- IPCA 
(%) 
ANO 
ACUMULADO 
ANUAL (%) 
1994 916,43 
1995 22,41 
1996 9,56 
1997 5,22 
1998 1,66 
2011 6,50 
2012 5,83 
2013 5,91 
2014 6,40 
2015 10,67 
2016 6,28 
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de 
Índices de Preços, Sistema Nacional de Índices de Preços 
ao Consumidor, 2017. 
 
Nos últimos anos, o valor anual acumulado do 
IPCA mais alto foi o do ano de 2015 com 10,67%. 
Contudo, no ano de 2016, houve queda significativa, 
como demonstrado. Para ilustrar melhor as variações 
descritas pelo IBGE, segue gráfico abaixo: 
 
Figura 1. Evolução do IPCA 1997-2016 (2017 em 
andamento)
 
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de 
Índices de Preços, Sistema Nacional de Índices de Preços 
ao Consumidor, 2017. 
 
4.7. Investimentos Associados ao IPCA 
 
Como o IPCA pode melhorar os investimentos 
no país? Quando a inflação está em alta, o melhor é 
estudar as possibilidades de investimentos que 
superem esse índice elevado. Atualmente, descarta-
se investir na poupança, pois a mesma paga 0,5% de 
juros mensais mais uma Taxa Referencial (TR), o 
que significa estar abaixo do índice IPCA. E, todo 
investimento com rendimento interessante precisa, 
no mínimo, acompanhar a inflação para garantir o 
poder de compra. Seguindo este pensamento, 
descreve-se algumas aplicações cujo índice de 
remuneração é associado à inflação e que podem ser 
interessantes nos períodos de IPCA alto. (BTG 
Pactual, 2017) 
 
4.7.1. Tesouro Direto 
 
Em um cenário econômico de alta inflação, 
aplicar no Tesouro Direto, pode ser uma alternativa 
viável para obter bons rendimentos. Seria como 
“emprestar” dinheiro ao governo com retorno 
garantido do principal mais as devidas correções 
monetárias. Dentre uma grande variedade de títulos 
do Tesouro, destaca-se o Tesouro Selic (LFT) e o 
Tesouro IPCA+ (NTB_B Principal), que garantem o 
poder de compra e o aumento do dinheiro em 
circulação. (BTG Pactual, 20017) 
O Tesouro Selic traz rendimentos limitados pela 
taxa básica de juros da economia brasileira, enquanto 
o IPCA+ paga o valor do IPCA no período da 
aplicação acrescido de uma taxa fixada. Com esses 
títulos, o investidor faz aplicações associadas ao 
IPCA com garantias de rendimentos. (BTG Pactual, 
2017) 
 
4.7.2. Letra de Crédito Imobiliário e Letra de 
Crédito do Agronegócio 
 
As LCI’s e LCA’s são semelhantes aos 
Certificados de Depósitos Bancários (CDBs) dos 
bancos. A diferença é que esses títulos são emitidos 
pelas instituições para dar créditos a segmentos 
específicos: o imobiliário e o de agronegócio. (BTG 
Pactual, 2017) 
O rendimento desses títulos pode ser associado 
ao CDI, um índice de juros que acompanha a Selic e, 
em algumas modalidades, ao IPCA. Com inflação e 
juros em alta, então, representa uma possibilidade de 
maiores rendimentos. Além disso, esses títulos 
podem ser uma boa opção, dado que contam com 
garantia do Fundo Garantidor de Crédito (FGC), que 
podem ser consultadas no próprio site do FGC. 
(BTG Pactual, 2017) 
 
4.7.3. Fundos De Investimento 
 
Alguns fundos de investimento em renda 
fixa também incluem títulos com remuneração 
associada ao IPCA. Ao optar por essa modalidade e 
deixar as aplicações a cargo de um especialista, 
deve-se lembrar primeiramente de verificar 
exatamente como é o funcionamento e quais são os 
índices que determinam a remuneração dos 
cotistas do fundo em questão. (BTG Pactual, 2017) 
 
4.8. IPCA e Sua Relação Com Outros Índices 
 
A implementação de políticas econômicas do 
governo brasileiro tem como base o IPCA, no 
entanto, utiliza também uma série de outros índices; 
sendo a Taxa Selic, a taxa básica de juros da 
economia. 
O Copom (Comitê de Política Monetária do 
Banco Central) é o responsável por determinar a taxa 
de juros do país periodicamente e se baseia no IPCA 
nas tomadas de decisão. É através do indicador que 
se decide o aumento ou diminuição dos juros para 
controle dos preços do mercado. Resumindo, para 
que o haja o controle da inflação, o governo aumenta 
a taxa de juros para restringir o crédito ao 
consumidor, frear o consumo e, assim, estimular o 
comércio a baixar seus preços; dessa forma, 
efetivando a redução da inflação. Com a inflação sob 
controle, o governo pode baixar a Selic para acelerar 
o crescimento econômico. 
Outro índice interligado ao IPCA é o IGP-M 
(Índice Geral de Preços de Mercado), que também 
mede a inflação do país e é controlado pela Fundação 
Getúlio Vargas (FGV). É um dos mais utilizados 
para limitar ajustes no valor de aluguéis. Dessa 
forma, aumentando o custo de vida do consumidor, 
o que irá refletir no aumento do IPCA. Em outras 
palavras, os indicadores estão diretamente 
relacionados. 
 
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
Brevemente, o que ocorre na economia 
brasileira atualmente, é que a inflação esmaga o 
consumidor, ou seja, a renda por consumidor não se 
modifica, mas os custos aumentam, fazendo com que 
o mesmo consumidor desembolse uma parte maior 
de sua renda para comprar o mesmo produto que 
comprava antes. Dessa forma, é correto afirmar que, 
se o dinheiro em circulação no mercado vale menos, 
o consumidor tem seu poder de compra diminuído. 
Na tentativa de equilibrar a balança comercial, o 
governo ajusta o salário mínimo e as remunerações 
salariais de acordo com a variação do IPCA; no 
entanto, uma economia em equilíbrio conta com 
uma inflação pequena, e não com uma deflação, que 
é o conceito utilizado para referenciar uma redução 
nos preços, que só ocorre se o IPCA for negativo em 
relação ao mês anterior. 
Partindo dessa premissa, torna-se importante 
acompanhar os indicadores macroeconômicos do 
país, principalmenteo IPCA, que como destacado 
nesse artigo, é o “termômetro” da inflação brasileira 
e sinalizador dos rumos da economia. 
Considera-se então, que, estando atento aos 
índices econômicos, em especial ao que mede a 
inflação (IPCA), pode-se utilizar o aumento geral de 
preços em benefício próprio, ou seja, garantir uma 
rentabilidade em investimentos que supere a 
inflação. Contudo, ainda se faz necessário comparar 
os índices do país aos índices do mercado externo, 
pois é difícil saber exatamente os efeitos dos 
acontecimentos externos e o que podem impactar 
diretamente na taxa de juros ou na inflação dentro do 
Brasil, ou seja, transformações políticas, tanto no 
país, como no exterior, podem ocasionar impactos 
imprevistos na economia, independentemente do 
controle inflacionário. 
 
REFERÊNCIAS 
 
BACHA, CARLOS JOSÉ CAETANO; 
Macroeconomia Aplicada à Análise Econômica 
Brasileira - Editora da Universidade de São Paulo, 
São Paulo/SP, 2004. 
 
BANCO CENTRAL DO BRASIL, Índices de 
Preços no Brasil, conteúdo home ptbr, biblioteca 
índices, disponível em: 
<http://www.bcb.gov.br/conteudo/home/pdf>. 
 
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em <https://www.btgpactualdigital.com>. 
 
IBGE, Indicadores – Índices, preços e custos – 
disponível em <http://www.ibge.gov.br>. 
 
O’ SULLIVAN, ARTHUR; SHEFFRIN, STEVEN 
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SAYAD, JOÃO; Dinheiro, dinheiro – Inflação, 
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São Paulo/SP, 2015. 
 
SIMAN, SAMMER; TONIN, VITOR HUGO; O 
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<http://www.sindipublicos.com.br>. 
 
VASCONCELLOS, MARCO ANTÔNIO 
SANDOVAL DE, - Economia Micro e 
Macro, 4a ed., Editora Atlas, São Paulo/SP, 2006. 
 
RESPONSABILIDADE AUTORAL 
 
“O(s) autor(es) é(são) o(s) único(s) responsável(eis) 
pelo conteúdo deste trabalho”.

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