Buscar

O Direito de família

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 3, do total de 15 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 6, do total de 15 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 9, do total de 15 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Prévia do material em texto

O Direito de família é o que mais sofre influência da doutrina e da jurisprudência. Também sofre influência dos costumes e das mudanças da sociedade. Tem influência de  todos os institutos e dos  princípios constitucionais e existe um fenômeno da constitucionalização do direito civil.
Direito de Família: É um conjunto de normas jurídicas de ordem privada, ou do direito social ou misto, que regulam as relações jurídicas (pessoais e patrimoniais), entre as pessoas unidas pelo parentesco, pelo matrimônio, pela união estável, bem como unidos por todos os modos de constituição de família. Regula também os institutos da tutela e da curatela.
Direito de Família – Civil V – Resumo para Provas
Princípios constitucionais norteadores do Direito de Família:
1º) Princípio da dignidade da pessoa humana – art. 1º, III CR/88: esse princípio é uma cláusula geral, serve para tudo. Dignidade é o que a pessoa humana tem de ter para viver e exercer sua cidadania. Abrange afeto, bem estar, respeito, saúde, desenvolvimento, patrimônio.
 
2º) Princípio da solidariedade familiar – art. 227 e 230 CR/88: estabelece um dever da família, da sociedade e do Estado. Estabelece uma solidariedade entre os parentes.
 
3º) Princípio da pluralidade das entidades familiares – art. 226 CR/88: O Estado tem de proteger a família em todas as suas modalidades por meio de normas.
As principais instituições sociais são: 1) Família; 2) Instituições de ensino; 3) Instituição religiosa; 4) Instituição jurídica;
5) Instituição econômica; 6) Instituição política;
A Família faz parte do primeiro grupo social que pertencemos, é o tipo de grupo social que tem a composição em variados aspectos que se variam de acordo com o tempo e o espaço. Estas variações podem estar relacionadas quanto ao tipo de família e autoridade ou quanto à forma de casamento, por exemplo. 
3.1 Família matrimonial – originada pelo casamento civil. É o mais solene, deve observar os requisitos do art. 1514 CC. Na CR/88 está no art. 226, p. 1º e 2º. Vide t/b art. 1535 CC. O casamento tem de ser realizado com portas abertas. Os impedimentos são de ordem pública.
3.2. Família informal – formada por meio da união estável, prevista nos artigos 1723 CC e seguintes e no art. 226, p. 3º CR/88.
Para construir a união estável a lei exige diversidade de sexo (está superado). A união estável é caracterizada pela convivência pública, porém não carece de coabitação e nem de filhos. É formada com o objetivo de um assistir o outro (ajuda moral, material). Não carece de contrato e nem de prazo. Não precisa de formalidade. “Provando”, surgem todos os direitos e deveres.
Existe contrato de namoro, para ratificar que se trata apenas de namoro para não gerar efeitos de união estável. Namoro é um fato social, que é diferente de união estável.  
 
3.3. Família monoparental – p. 4º do art. 226 CR/88. É a mãe solteira ou pai solteiro + filhos. Ou seja: genitor + prole.
3.4 Família homoafetiva – reconhecida pelo STJ por analogia em 2007. Reconhecida pelo STF em 2012. Há jurisprudência.  As pessoas não querem ficar à margem da lei.
3.5. Família socioafetiva – ainda não há legislação. Se justifica pelo elemento afeto. Exemplo, entre padrasto e enteado.
4º) Princípio da isonomia entre cônjuges (para qualquer entidade familiar)  – art. 5º, caput, inciso I e art. 226 CR/88.
5º) Princípio da isonomia entre filhos – art. 227, p. 6º CR/88. Antes da CR/88 havia diferenças entre filhos legítimos, filhos adotados e filhos fora do casamento. A partir da CR/88 todos os filhos  tem os mesmos direitos e qualificações. Art. 1596 e 1799, CC e p. 4º do art. 1800 CC).
6º) Princípio do  melhor  interesse da criança e do adolescente – art. 227 CR/88. É uma cláusula geral de proteção da criança e do adolescente. Se aplica em razão do caso concreto.
7º) Princípio da paternidade responsável e do livre planejamento familiar – art. 226, p. 7º CR/88. Junto com o livre planejamento, vem o dever da paternidade responsável.
8º) Princípio da monogamia – há controvérsia se a monogamia é ou não um princípio – art. 1521, VI CC trás um rol de impedimentos para o casamento e Art 1723, p. 1º CC
Separação de fato = não convive mais com o cônjuge, mas não se separou oficialmente. A lei permite união estável em paralelo a um casamento.   
 
Direito de Família – Civil V – Resumo para Provas
Evolução do Conceito de Família:
Histórica e juridicamente, a sociedade alicerçou-se na tríade sexo, casamento e família, moralizando o comportamento humano, como se, por meio de ficção legal, houvesse a possibilidade de somente reconhecer a entidade familiar concebida sob tais cânones, independentemente da ordem dos desejos.
´Porém, é possível substituir a palavra casamento (pelo menos o casamento civil tradicional de matriz exclusivamente heterossexual), pela palavra afeto, que representa muito mais do que uma finalidade, pois representa uma verdade de novos núcleos familiares.
 
A família como base da sociedade:
A família constitui o núcleo da sociedade, devendo reconhecer o direito, as relações estruturadas em seu bojo e determinantes para a sua formação, em observância à dignidade da pessoa humana.
 
Constituem direitos inerentes à família:
O reconhecimento jurídico e a proteção patrimonial 2. A concessão de alimentos 3. Os efeitos sucessórios
A competência da Vara de Família 5. A condição de dependente do parceiro perante o Regime de Previdência Social
 
A família na CF/88:
A Constituição da República de 1988 trouxe significativas transformações ao paradigma individualista e patrimonial da família, admitindo outras formas para sua estruturação, que não apenas pelo casamento, em decorrência da necessidade de adequação do arcabouço constitucional às novas demandas sociais, sob pena de seu esvaziamento prematuro e ineficácia de seus comandos.
 
Espécies de família no ordenamento jurídico brasileiro: Matrimonializadas; Monoparentais; ´Uniões estáveis hetero e homoafetivas; Outras possibilidades de formação da entidade familiar
 
	Família no C.C. de 1916
	Família na C.F/88
	Matrimonializada
	Pluralizada
	Patriarcal
	Democrática
	Hierarquizada
	Substancialmente igualitária
	Heteroparental
	Hetero ou homoparental
	Biológica
	Biológica ou socioafetiva
	Unidade de produção e reprodução
	Unidade socioafetiva
	Caráter institucional
	Caráter instrumental
 
Princípios de Direito de Família: Da Dignidade da Pessoa Humana; Da Solidariedade Familiar; Da Pluralidade das Entidades Familiares; Da Isonomia entre os cônjuges e da Isonomia entre os filhos; Do Melhor Interesse da Criança e do Adolescente; Da Paternidade Responsável e do Livre Planejamento Familiar; Da Monogamia
 
Princípio da Dignidade da Pessoa Humana:
A dignidade como autonomia envolve, em primeiro lugar, a capacidade de autodeterminação, o direito do indivíduo de decidir os rumos da própria vida e de desenvolver livremente sua personalidade. Significa o poder de fazer escolhas morais e escolhas existenciais sem imposições externas indevidas. Decisões sobre religião, vida afetiva, trabalho, ideologia e outras opções personalíssimas não podem ser subtraídas do indivíduo sem violar sua dignidade.
 
Princípio da Solidariedade Familiar: Art. 1.566, CC: São deveres de ambos os cônjuges: (I – fidelidade recíproca; II – vida em comum, no domicílio conjugal; III – mútua assistência; IV – sustento, guarda e educação dos filhos; V – respeito e consideração mútuos
 
Princípio da Pluralidade das Entidades Familiares: As famílias podem ser recompostas, reconstituídas, monoparentais, formadas por casais com filhos de casamentos anteriores e seus novos filhos, por casais homossexuais, através de uniões estáveis.
A lista de pluralidade de arranjos familiares é vasta, sendo apenas fundamental verificar se os indivíduos uniram-se através de laços afetivos e se constituíram em entidade familiar, que está além de um convívio superficial, merecendo a tutela do Estado.
 
Princípio da Isonomia entre os cônjuges e da Isonomia entre os filhos:1. O ordenamento jurídico deixou de ser androgênico e, desta forma, promove a igualdade substancial entre os cônjuges, o que reflete no exercício do poder familiar.
O direito das famílias, ao receber o influxo do direito constitucional, foi alvo de uma profunda transformação. O princípio da igualdade ocasionou uma verdadeira revolução ao banir as discriminações que existiam no campo das relações familiares. Num único dispositivo, o constituinte espancou séculos de hipocrisia e preconceito. Além de alargar o conceito de família para além do casamento, foi derrogada toda a legislação que hierarquizava homens e mulheres, bem como a que estabelecia diferenciações entre os filhos pelo vínculo existente entre os pais. A Constituição Federal, ao outorgar a proteção à família, independentemente da celebração do casamento, vincou um novo conceito, o de entidade familiar, albergando vínculos afetivos outros (art. 227, § 6º, CRFB).
 
Princípio do Melhor Interesse da Criança e do Adolescente: Art. 227, CRFB: É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.
 
Princípio da Paternidade Responsável e do Livre Planejamento Familiar: Art. 226, CRFB: A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado. § 7º – Fundado nos princípios da dignidade da pessoa humana e da paternidade responsável, o planejamento familiar é livre decisão do casal, competindo ao Estado propiciar recursos educacionais e científicos para o exercício desse direito, vedada qualquer forma coercitiva por parte de instituições oficiais ou privadas.
 
Conceito de Direito das Famílias e sua Importância: Modernamente, é conceituado como o um conjunto de normas que regulam as relações decorrentes do vínculo afetivo, mesmo sem casamento, tendentes à promoção da personalidade humana, através de efeitos pessoais, patrimoniais e assistenciais.
 
A importância do Direito das Famílias encontra-se na sua influência em relação aos outros ramos jurídicos:
No direito obrigacional, diante da necessidade de outorga do cônjuge no caso de alienação de bens imóveis
No direito real de habitação do cônjuge sobrevivente
 
Relações de Parentesco Conceito e Espécies: (consanguíneo, por afinidade e civil)
Parentesco: é a relação existente não só entre pessoas que descendem umas das outras ou de um mesmo tronco comum (consanguíneo ou natural), mas também entre um cônjuge ou companheiro e os parentes do outro (afinidade ou civil), entre adotante e adotado (civil) e entre pai institucional e filho sociafetivo (civil). Art. 1.593, CC.
 
Linhas e Graus – sua contagem
 
Linha Reta: Art. 1.591, CC: São parentes em linha reta as pessoas que estão umas para com as outras na relação de ascendentes e descendentes. Na linha reta inexiste qualquer limitação para o parentesco, sendo infinito.
Os parentes em linha reta devem alimentos uns aos outros, além de gozarem do direito à herança, prevalecendo a forma subsidiária, na qual o parente mais próximo, exclui o mais remoto.
 
Linha Colateral ou Transversal
Art. 1.592, CC: São parentes em linha colateral ou transversal, até o quarto grau, as pessoas provenientes de um só tronco, sem descenderem uma da outra.
Art. 1.594, CC: Contam-se, na linha reta, os graus de parentesco pelo número de gerações, e, na colateral, também pelo número delas, subindo de um dos parentes até ao ascendente comum, e descendo até encontrar o outro parente.
Limitações: 1. Os alimentos somente podem ser cobrados, entre colaterais, até o segundo grau (irmão)
Os impedimentos matrimoniais alcançam até o terceiro grau (tio e sobrinha – primos podem casar)
O direito sucessório é reconhecido aos parentes até o quarto grau, de forma subsidiária (primos – tio-avó e sobrinho-neto)
 
Contagem de graus para Parentes Colaterais:
Para contar o parentesco entre A e seu tio B, sobe-se a seu pai W; a seguir a seu avó X; e depois, desce-se a B. Três graus ao todo, pois a cada geração corresponde um grau. Dessa forma, é de segundo grau o parentesco colateral entre irmãos, de terceiro grau entre tio e sobrinho; e, de quarto grau entre primos e entre tio-avó e sobrinho-neto.
 
Efeitos Jurídicos: A partir das relações de parentesco resultam direitos, obrigações e restrições.
No direito de família: 1. Determinam impedimentos matrimoniais; 2. Instauram o poder familiar; 3. Impõem a obrigação alimentar
Determinam a regulamentação de guarda e visita
No direito contratual: é anulável a venda realizada entre ascendente e descendente, sem a autorização dos demais descendentes e do cônjuge do alienante.
No direito processual: Determinadas relações de parentesco determinam a suspeição do juiz, do membro do MP, dos serventuários da Justiça e peritos. Além dos parentes não poderem servir como testemunha, a favor ou contra um outro parente.
No direito administrativo: A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de função gratificada na administração pública direta e indireta em qualquer dos poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, compreendido o ajuste mediante designações recíprocas, viola a Constituição Federal.
No direito penal: 1. São circunstâncias que sempre agravam a pena, quando não constituem ou qualificam o crime:  ter o agente cometido o crime contra ascendente, descendente, irmão ou cônjuge.
É isento de pena quem comete qualquer dos crimes patrimoniais, em prejuízo: do cônjuge, na constância da sociedade conjugal e de ascendente ou descendente, seja o parentesco legítimo ou ilegítimo, seja civil ou natural.
No direito do trabalho: o empregado poderá deixar de comparecer ao serviço sem prejuízo do salário até 2 (dois) dias consecutivos, em caso de falecimento do cônjuge, ascendente, descendente, irmão ou pessoa que, declarada em sua carteira de trabalho e previdência social, viva sob sua dependência econômica.
 
CASAMENTO: é uma entidade familiar estabelecida entre pessoas, merecedora de especial proteção estatal, constituída formal e solenemente, formando uma comunhão de afetos (comunhão de vida) e produzindo efeitos no âmbito pessoal, social e patrimonial.
 
NATUREZA JURÍDICA: 1. Negócio Jurídico: Ato que decorre da vontade das partes, a partir do consentimento, aproximando-se do contrato. 2. Instituto Jurídico: Situação jurídica que possui parâmetros preestabelecidos pelo legislador e constituindo um conjunto de regras impostas pelo Estado. 3. Natureza Mista ou Eclética: Ato jurídico complexo constituído por características negociais e institucionais.
 
CARACTERÍSTICAS: De acordo com a lei, doutrina e jurisprudência 1. Caráter personalíssimo. 2. Liberdade na escolha dos parceiros, que podem, inclusive, ser do mesmo sexo. 3. Disciplina por meio de normas cogentes de ordem pública. 4. Solenidade na celebração. 5. Inadmissibilidade de termo ou condição. 6. Estabelecimento de uma comunhão de vida, devendo ser monogâmico e passível de dissolução.
 
FINALIDADES: 1. Procriação dos filhos, como consequência lógico natural e não essencial. 2. Legalização das relações sexuais, uma vez que dentro da satisfação sexual, que é normal e inerente à natureza humana, apazigua a concupiscência. 3. Educação da prole. 4. Atribuição do nome ao cônjuge. 5. Reparação de erros do passado.
 
FINALIDADES: Visão Civil-Constitucional: A procriação de filhos não é requisito para o casamento, uma vez que o planejamento familiar faz parte da autonomia do casal. Assim, casais que não querem ou não podem conceber filhostambém devem ser considerados uma família. As relações sexuais não devem ser legitimadas pelo direito, pois não há nada de ilícito em realiza-las fora do casamento, pelo contrário, encontram-se vinculadas à ordem dos desejos e estabelecidas entre sujeitos maiores e capazes. A educação da prole pode ser efetuada em arranjos familiares dos mais diversos, sendo o casamento apenas mais um deles. Não há imposição legal para a utilização do patronímico do cônjuge (art. 1.565, § 1º, CC), além do direito à utilização ser estendido ao companheiro em união estável (art. 57, § 2º, L. 6.015/73). A conduta sexual fora do casamento não ser considerada um “erro”, nem, tampouco, uma vida livre e alheia das convenções herméticas sociais, desde que não haja prejuízo ao direito de terceiros.
Na verdade, as finalidades do casamento estão na comunhão de vida, a partir do amor, gratificação sexual e organização de vida.
 
Direito de Família – Civil V – Resumo para Provas
Casamento Civil e Casamento Religioso:
Art. 1.512, CC: O casamento é civil e gratuita a sua celebração.
Assim, o ordenamento brasileiro não confere validade ao casamento religioso. Mas, nada obsta que a cerimônia de casamento civil, com efeitos civis, seja realizada pela autoridade eclesiástica.
 
Esponsais: Constitui o instituto conhecido como noivado, ou seja, os noivos tornam pública sua intenção de casar.
Não segue nenhuma formalidade, não pode ser considerado um contrato preliminar, nem existe prazo para a realização do casamento.
Seu rompimento não gera, judicialmente, execução específica, nem tutela indenizatória.
 
O casamento gera: 1. Dever de fidelidade. 2. Dever de coabitação. 3. Em regra, presunção de esforço comum na aquisição do patrimônio do casal. 4. Presunção de paternidade. 5. Parentesco por afinidade.
 
Formalidades Preliminares do Casamento:
Habilitação: Art. 1.525, CC: O requerimento de habilitação para o casamento será firmado por ambos os nubentes, de próprio punho, ou, a seu pedido, por procurador.
Art. 1.527, CC: Estando em ordem a documentação, o oficial extrairá o edital, que se afixará durante quinze dias nas circunscrições do Registro Civil de ambos os nubentes, e, obrigatoriamente, se publicará na imprensa local, se houver.
 
Fases do procedimento de habilitação: 1. Fase de requerimento e apresentação de documentos. 2. Fase dos editais de proclamas.
Registro. 4. Expedição da certidão.
 
Formalidades preliminares do casamento:
Pressupostos de existência do casamento (condições mínimas para que o casamento seja considerado relevante para o direito):
Existência de consentimento entre os nubentes (livre manifestação de vontade).
Celebração do matrimônio com a presença da autoridade.
 
VALIDADE DO CASAMENTO:
 
PLANO DA EXISTÊNCIA:
EXISTÊNCIA DO CONSENTIMENTO DOS NUBENTES (MANIFESTAÇÃO DE VONTADE)
CELEBRAÇÃO DO CASAMENTO COM A PRESENÇA DE AUTORIDADE
 
PLANO DA VALIDADE:
NULIDADES (ART. 1.548, CC): CASAMENTO CONTRAÍDO POR PESSOA SEM O NECESSÁRIO DISCERNIMENTO PARA OS ATOS DA VIDA CIVIL ou QUANDO UM DOS IMPEDIMENTOS MATRIMONIAIS FOR VIOLADO
 
IMPEDIMENTOS MATRIMONIAIS: Art. 1.521, CC. Não podem casar:
I – os ascendentes com os descendentes, seja o parentesco natural ou civil;  II – os afins em linha reta;
III – o adotante com quem foi cônjuge do adotado e o adotado com quem o foi do adotante;
IV – os irmãos, unilaterais ou bilaterais, e demais colaterais, até o terceiro grau inclusive;
V – o adotado com o filho do adotante;  VI – as pessoas casadas;
VII – o cônjuge sobrevivente com o condenado por homicídio ou tentativa de homicídio contra o seu consorte.
 
Anulabilidades: Art. 1.550, CC. É anulável o casamento:
I – de quem não completou a idade mínima para casar;
II – do menor em idade núbil, quando não autorizado por seu representante legal;
III – por vício da vontade (coação ou erro essencial);
IV – do incapaz de consentir ou manifestar, de modo inequívoco, o consentimento;
V – realizado pelo mandatário, sem que ele ou o outro contraente soubesse da revogação do mandato, e não sobrevindo coabitação entre os cônjuges;
VI – por incompetência da autoridade celebrante.
 
PRAZOS DECADENCIAIS DAS ANULABILIDADES:
Defeito de idade: 180 dias, a partir do momento em que o menor atingir a idade núbil
Falta de consentimento: 180 dias, a partir do momento em que o menor atingir a maioridade
Erro essencial: 3 anos
Coação: 4 anos
Incapacidade relativa por causa psíquica: 180 dias
Revogação do mandato: 180 dias, a partir da ciência do mandante
Incapacidade da autoridade celebrante: 2 anos
 
ERRO ESSENCIAL: Art. 1.557, CC. Considera-se erro essencial sobre a pessoa do outro cônjuge:
I – o que diz respeito à sua identidade, sua honra e boa fama, sendo esse erro tal que o seu conhecimento ulterior torne insuportável a vida em comum ao cônjuge enganado;
II – a ignorância de crime, anterior ao casamento, que, por sua natureza, torne insuportável a vida conjugal;
III – a ignorância, anterior ao casamento, de defeito físico irremediável, ou de moléstia grave e transmissível, pelo contágio ou herança, capaz de pôr em risco a saúde do outro cônjuge ou de sua descendência;
IV – a ignorância, anterior ao casamento, de doença mental grave que, por sua natureza, torne insuportável a vida em comum ao cônjuge enganado
 
NULIDADE X ANULABILIDADE:
	CASAMENTO NULO
	CASAMENTO ANULÁVEL
	Razões de ordem pública
	Razões de ordem privada
	Conhecido de ofício pelo juiz, requerimento do MP 
ou de qualquer interessado
	Requerimento do interessado
	Não é suscetível de confirmação
	É suscetível de confirmação
	Não convalesce com o decurso do tempo
	Submete-se a prazos decadenciais
	Não produz efeitos, em regra, pois se ambos os cônjuges
estavam de má-fé ao celebrar o casamento, os seus efeitos
civis aos filhos aproveitarão
	Produz efeitos
	Ação meramente declaratória
	Ação desconstitutiva
	Admite conversão substancial
	Admite convalidação pelas partes
 
CASAMENTO PUTATIVO: (ART. 1.561, CC)
INVALIDADE DO CASAMENTO; 2. BOA-FÉ DOS NUBENTES, OU APENAS DE UM DELES
ERRO DESCULPÁVEL; 4. DECLARAÇÃO JUDICIAL
Efeitos jurídicos são: manutenção do nome do cônjuge, fixação de alimentos, presunção de colaboração na aquisição patrimonial etc.
 
CAUSAS SUSPENSIVAS: Art. 1.523, CC. Não devem casar:
I – o viúvo ou a viúva que tiver filho do cônjuge falecido, enquanto não fizer inventário dos bens do casal e der partilha aos herdeiros;
II – a viúva, ou a mulher cujo casamento se desfez por ser nulo ou ter sido anulado, até dez meses depois do começo da viuvez, ou da dissolução da sociedade conjugal;
III – o divorciado, enquanto não houver sido homologada ou decidida a partilha dos bens do casal;
IV – o tutor ou o curador e os seus descendentes, ascendentes, irmãos, cunhados ou sobrinhos, com a pessoa tutelada ou curatelada, enquanto não cessar a tutela ou curatela, e não estiverem saldadas as respectivas contas.
 
Celebração, Prova e Efeitos do Casamento
 
Celebração do Casamento:
 
Formalidades – Habilitação: O casamento é um negócio jurídico formal e solene, possuindo um procedimento de habilitação prévio, seus requisitos encontram-se dispostos no art. 1.525, CC e seguintes.
Pelo art. 1.526, CC apenas será necessária a homologação do juiz nas habilitações para o casamento que forem impugnadas.
Depois da habilitação, devem ser publicados os proclamas do casamento (art. 1.527, CC).
Caso cumpridas as formalidades dispostas em lei e verificada a inexistência de fato obstativo, o oficial de registro extrairá o certificado de habilitação (art. 1.531, CC).
Formalidades – Celebração do Ato:
O casamento é um ato solene, que deve ser realizado na sede do cartório, de forma pública, com, pelo menos, duas testemunhas.
O ato poderá ser realizado em outro local, com a autorização da autoridade celebrante, com, pelo menos, quatro testemunhas.
Assim, estando presentes os nubentes, pessoalmente ou por procurador especial, juntamente com as testemunhas e o oficial do registro, opresidente do ato, após ouvir dos nubentes a afirmação de que pretendem casar por livre e espontânea vontade, declarará efetuado o casamento.

Outros materiais

Materiais relacionados

Perguntas relacionadas

Materiais recentes

Perguntas Recentes