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Instituto de Ciências Ambientais, Químicas e Farmacêuticas Universidade Federal de São Paulo Graduação em Ciências Ambientais Geomorfologia Andressa Alexandre Soares Ayrton Silva Ferreira Gabriel Beltran Prado Ricardo do Carmo Herrero Vitor de Oliveira Zaize Formas de relevo de Microescala Prof. Dr. Adilson Soares Diadema 2017 Sumário 1. Introdução……………………………………………………………… 1 2. Desenvolvimento……………………………………………………… 4 2.1 Relevo de microescala……………………………………………...4 2.2 Relevo decorrente da ação de Vulcões………………………….. 4 2.3 Relevo decorrente da ação do Gelo……………………………… 5 2.4 Relevo decorrente da ação dos Ventos………………………….. 7 2.5 Relevo decorrente da ação da Chuva……………………………. 8 2.6 Relevo decorrente da ação do Homem………………………….. 10 3. Conclusão………………………………………………………………. 10 4. Bibliografia……………………………………………………………… 11 Diadema 2017 1. Introdução A Geomorfologia é uma ciência que procura entender a forma da Terra e esclarecer os processos que atuam em sua superfície . Assim, fornece descrições detalhadas das formas, conjuntamente com análises de processos que operam nessa superfície, com o intuito de classificar racionalmente a partir de métodos e técnicas, que envolvem também outras ciências naturais conexas, compreender a dinâmica da litosfera terrestre. Logo, de um modo geral, o campo de estudo geomorfológico é a interação entre a superfície de contato sólido da Terra (litosfera), com as os componentes líquidos (hidrosfera) e gasosos (atmosfera). A dinâmica na litosfera é um equilíbrio entre as forças naturais: no interior da Terra, com movimento das placas tectônicas, (processos endógenos); e no exterior, referentes à atmosfera, hidrosfera e biosfera (processos exógenos). “Esse campo é dinâmico porque as forças agem e reagem, gerando um sistema de interferências.” (PENTEADO 1980, p.2). Os agentes endógenos de formação do relevo são influenciados pelo movimento divergentes e convergentes das placas tectônicas, que originam as dorsais-meso-oceânicas visto na imagem 1 (divergentes),os vulcões e as montanhas demonstrado na imagem 2 (convergentes). Imagem 1: Dorsal-meso-oceânica na Islândia Imagem 2: Cordilheira dos Andes em Santiago Fonte: Alexander Mustard/ Solent Fonte : Thinkstock Os agentes exógenos, são os mesmo aqueles que causam intemperismo e erosão : a ação da água, do vento e do clima. Diadema 2017 1 - A ação da água é o agente que mais promove desgaste na rocha, lixiviando e transportando os materiais sedimentares em direção aos mares.(Imagem 3). Imagem 3: Ação da água deu forma ao Grand Canyon Disponível em : <hhttps://commons.wikimedia.org/wiki/File:Grand_Canyon_Hopi_Point_ with_rainbow_2013.jpg> Acesso em: 25/09/17 - A ação do vento, apesar de ser menos intensa que a da água, é responsável pela erosão eólica e pelo transporte de alguns sedimentos mais leves. Ela tem a capacidade de perfurar rochas e até deixa-las em formas de “taça” (Imagem 4). Imagem 4 : Erosão pelo vento no Deserto de Negev (Israel) Diadema 2017 Disponível em : <https://pt.wikipedia.org/wiki/Eros%C3%A3o_e%C3%B3lica#/media/File:WindErosionTimna.JP G> Acesso em: 25/09/17 2 - A ação do clima sobre o relevo pode acontecer tanto forma indireta, como por exemplo pela distribuição de chuvas e ventos, quanto de forma direta, como na variação da temperatura causando dilatação térmica que causam rachaduras no solo seco (Imagem 5). Imagem 5: Ação de altas temperaturas em solo seco Disponível em : <http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/geografia/agentes-exogenos-relevo.htm> Acesso em: 25/09/17 O relevo que sofreu transformação por esses agentes é classificado pela área que ocupa e por sua idade: 1. Formas de relevo de micro escala: Têm área menor que 0,25 km² e idade de até dez anos. - Ex.: Bancos de areia e pequenas escarpas de falhas. 2. Formas de relevo de mesoescala: Têm área maior que 0,25 km² e menor que 100 km² e idade de até mil anos. - Ex.: Pequeno vulcão e meandros. 3. Formas de relevo de Macroescala: Têm área entre 100 a 1000 km² e idade até dez mil anos. - Ex.:Capas de gelo e terreno falhado. Diadema 2017 4. Formas de relevo de Megaescala: Têm área superior a 1000 Km² e idade superior a dez mil anos de idade. - Ex.: Campo de dunas e cadeia de montanhas. 3 2. Desenvolvimento 2.1 Relevo de Microescala Relevo é a denominação de toda a forma da superfície do planeta Terra e estas formas são modificadas a partir da interferência dos agentes endógenos e exógenos. A formas de relevo em Microescala são definidos de acordo com o tempo e a área em que eles ocorrem, sendo classificado como micro estando a menos de 0,25 km² em uma escala de tempo de 10 anos. Os principais fatores de controle e modificação da microescala são os micro eventos meteorológicos e a erupção de pequenos vulcões. 2.2 Relevo decorrente da ação de Vulcões Formação de ilhas: Ocorre a partir da erupção de vulcões submarinos, onde há um alto nível de explosões com piroclastos, denominados de escória vulcânica e posteriormente com a entrada de água na chaminé principal do vulcão, a emissão de correntes basálticas reforçam as rochas consolidadas e criam uma certa estrutura que dificulta a ação da erosão marítima. Imagem 6: Formação da ilha de Surtsey, Imagem 7: Ilha de Surtsey, Islândia, Islândia, no dia 30 de novembro de 63 nos dias de hoje . Diadema 2017 4 Imagem 8: Processo de formação de ilha. 2.3 Relevo decorrente da ação do Gelo Stries (estrias): Pequenos sulcos e arranhões em superfícies rochosas, muitas vezes contínuas em vários metros. Comumente associado com superfícies de rochas de base polidas. São divididas em três tipos: Tipo 1: Tornam-se progressivamente mais largas e mais profundas até o fim da rocha e terminam abruptamente em paredes íngremes; Tipo 2: Começam e terminam como traços finos e fracos. Elas se ampliam e se aprofundam até alcançar largura e profundidade máximas próximas ao ponto central. Tipo 3: Começam abruptamente como veios profundos, tornam-se progressivamentemenos profundas e mais estreitas ao longo da parede. Imagem 9: Pavimento estriado no Paraná, Imagem 10 : Estriagem glacial no Parque Diadema 2017 Brasil, 1 de outubro de 2010. Nacional Rainer, Washinton. 28 de juho de 2007 5 Chatter Mark (Marcas de cunha): Pequena fratura encontrada em áreas glaciais, marcas muito pequenas com tamanhos em torno de 1-5 cm, geralmente ocorrem em rochas duras e quebradiças como o granito, formadas sob geleiras ocorrendo por consequência da pressão e impacto de pedras movidas por rolamento irregular ou deslizamento . As marcas de cunha são comumente encontradas em séries aninhadas e com a orientação das fraturas em ângulo reto na direção do movimento glacial. Existem três tipos principais de marcas de cunha: 1. Gôndola: tem um formato côncavo que é feita pela remoção de um pedaço da rocha. 2. Fratura: formato côncavo à jusante, também feita pela remoção de rocha. 3. Fratura Lunada:também tem o formato côncavo à jusante, mas sem a remoção da rocha. Imagem 11: Hudson Valley, dezembro 2012 Imagem 12: Floresta nacional Chugach, Alaska Disponivel em: Disponivel em: < http://www.landforms.eu/shetland> < https://pubs.usgs.gov/of/2004/1216/c/c.html> Diadema 2017 6 2.4 Relevo decorrente da ação dos Ventos Nabkha (Monte de arbustos): Trata-se de sedimentação que se acumula em vegetações, formando dunas baixas com sua formação voltada para a direção em que o sedimento foi transportado pelos ventos, formadas no lado sotavento de arbustos ou obstáculos. Comumente encontradas em ambientes de sedimentação litorâneo de clima árido ou semiárido, sendo associado a depósitos sedimentares evaporíticos (calcários e salinos). Ambientes de sabkha possuem clima predominante árido, mas com forte ação eólica e em seus depósitos sedimentares ocorrem processos singenéticos (processo desenvolvido ou formado ao mesmo tempo em que ocorria a deposição e acumulação de sedimentos) e diversos diagenéticos (cimentação do sedimento) característicos como dissolução de calcários e de níveis salinos, dolomitização, concentração de sulfetos. Importantes reservas salinas e de petróleo estão relacionadas com a evolução desses ambientes tipo sabkha. Imagem 13: Giant Nakha. Dezembro 2010 Imagem 14: Deserto do Iran, agosto de 2016 Disponível em: <wikimapia.org> Disponível em: <wikimapia.org> Bancos de Areia: Consiste em um acúmulo de areia no meio de de um curso de água ao longo da costa marítima, podendo ocorrer em rios ou no mar. Diadema 2017 Quando se forma no rio é a consequência do depósito de aluvião (é um depósito de sedimentos clásticos: areia, cascalho ou lama) através dos braços do rio. No mar podem se formar principalmente pelo fluxo e refluxo do mar ou pela ação das ondas que transportam os sedimentos que se acumulam em maré baixa, muitas vezes formando pequenas ilhas. 7 Imagem 11: Ilha da areia vermelha, Imagem 12: Rio Madeira, Manaus. Agosto 2016 João Pessoa Disponível em: . Disponível em: <http://www.josueneto.com> <http://www.josueneto.com.br> 2.5 Relevo decorrente da ação da Chuva Karst (Carste): Relevo geológico em que ocorre a dissolução química da rocha, onde a água da chuva combinada com o dióxido de carbono da atmosfera corrói os sais constituintes da mesma. Imagem 15: Superfície de rocha dissolvida, Imagem 16: Paisagem de Carste, Suíça. Eslovênia. 12 de dezembro de 2005 11 de agosto de 2011. Diadema 2017 8 Arroyo: Leito de rio ou ravina que temporariamente se enche após uma tempestade e que sazonalmente se esvazia. Este termo geralmente se aplica à terrenos montanhosos e a climas desérticos, onde a água pluvial lixivia o solo, reduzindo os depósitos salinos e alcalinos da superfície tornando o solo adequado para a agricultura. Imagem 17: Arroyo, Villa General Belgrano, Imagem 18: Inundação que atingiu um rio seco Argentina. no deserto de Gobi, mongolia 2014. Rills: Canal superficial que corta o solo pela ação da água que flui. Ocorrendo geralmente em encostas, essas lâminas começam a formar-se quando o esforço de cisalhamento do escoamento superficial (capacidade de escoamento superficial para separar as partículas do solo), supera a resistência ao cisalhamento do solo (capacidade do solo de resistir à força trabalhando paralelamente à superfície do solo). Isso inicia o processo de erosão à medida que a água quebra as partículas do solo livre e as carrega na inclinação. Diadema 2017 Imagem 19: Rill em mina de Urânio, Wyoming, EUA. 4 de agosto de 2011 9 2.6 Relevo decorrente da ação do Homem Voçorocas: A boçoroca ou voçoroca é uma grande incisão aberta no solo sendo causadas por chuvas ou por ações antrópicas que levam a erosão do solo, geralmente possuem paredes íngremes e um fundo chato, pode ser conectada ou não a uma rede drenagem. Configura-se em uma das principais feições erosivas que se resulta da falta de vegetação para proteção do solo de grandes quantidades de água ou do manejo inadequado do solo. Esse fenômeno pode tornar o solo pobre, seco e quimicamente morto. Esse tipo de erosão é considerada uma das principais consequências da degradação ambiental, seja ele em áreas rurais ou em áreas urbanas. Em áreas urbanas os efeitos são ainda maiores, por consequência do espaço menor do que encontradas em áreas rurais e o grande número populacional, tornando mais difícil o processo de recuperação do solo afetado, podendo levar a assoreamento de rios próximos. Imagem 20: Voçoroca (ou boçoroca) em Avaré, Brasil. 29 de abril 2007. Diadema2017 . Disponivel em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Voçoroca> 3. Conclusão O relevo em microescala são alterações pequenas e recentes, quando comparadas ao tamanho e à idade das rochas do planeta. Essas alterações são consequências de processos tanto exógenos (intemperismo) quanto endógenos (tectônica de placas). Fatores antrópicos também podem influenciar essas alterações, causando voçorocas, por exemplo. 10 4. Bibliografia - BENNET, Mathew; GLASSER, Neil. Glacial Geology: Ice sheets and landforms. 2. ed. Oxford: Willey-blackwell, 2009. - HUGGET, Richard John. Fundamentals of Geomorphology. 2. ed. London: Routledge, 2007. Disponível em: <http://www.cec.uchile.cl/~fegallar/Fundamentals_of_Geomorphology.pdf>. Acesso em: 29 set. 2017. - Winge,M. et. al. 2001 – 2017 GLOSSÁRIO GEOLÓGICO disponível em: < http://sigep.cprm.gov.br/glossario/index.html>. Acesso dia 28. Set. 2017. - Chatter mark. Disponível em: <https://www.britannica.com/science/chatter-mark> Acesso dia 28. Set. 2017. Diadema 2017 - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Disponível em: <https://ww2.ibge.gov.br/home/geociencias/cartografia/glossario/glossario_cartografico.s htm>. Acesso dia 28. Set. 2017. - Albuquerque, Francisco. Garozi, Joabe. Erosão por Voçoroca na área urbana de Eunápolis (Bahia): INÍCIO, EVOLUÇÃO E “REABILITAÇÃO”. 15 p. Instituto Federal da Bahia, 2008. - PENTEADO M. M. Fundamentos de Geomorfologia. 3. ed . RJ: IBGE, 1983. 11 Diadema 2017
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