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DIREITO DIFUSOS E COLETIVOS

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1.	TEORIA GERAL DO PROCESSO COLETIVO	10
1.1	EVOLUÇÃO HISTÓRICO-METODOLÓGICA DO PROCESSO COLETIVO	10
1.1.1	Fases Metodológicas do Direito Processual Civil – Enfoque processualista do nascimento do processo coletivo	10
1.1.1.1	Fase sincretista (ou Fase civilista; fase privatista)	10
1.1.1.2	Fase autonomista (fase conceitual)	10
1.1.1.3	Fase Instrumentalista	11
1.1.1.3.1	As 3 ondas renovatórias do sistema processual civil	12
1.1.2	Nascimento do Processo Coletivo – Visão Constitucionalista a luz das Gerações dos Direitos Fundamentais	14
1.1.2.1	1ª Geração - Direitos Civis e Políticos	14
1.1.2.2	2ª Geração - Direitos Sociais e Econômicos	14
1.1.2.3	3ª Geração - Direitos da Coletividade	14
1.1.3	Evolução do Processo Coletivo no Brasil	15
1.1.3.1	Fase de potencialização do processo coletivo no Brasil	15
1.1.3.2	Futuro do processo coletivo	15
1.2	NATUREZA DOS INTERESSES METAINDIVIDUAIS	17
1.2.2	Ideia da summa divisio	17
1.2.3	Ideia de processo coletivo como um processo de interesse público primário	17
1.3	CLASSIFICAÇÃO DO PROCESSO COLETIVO	18
1.3.1	Quanto aos sujeitos	18
1.3.1.1	Processo Coletivo Ativo (Ação Coletiva Ativa)	18
1.3.1.2	Processo Coletivo Passivo (Ação Coletiva Passiva)	18
1.3.2	Quanto ao objeto	19
1.3.2.1	Processo coletivo especial	19
1.3.2.2	Processo coletivo comum	19
1.3.2.2.1	Ação Civil Pública – Lei 7.347/85;	19
1.3.2.2.2	Ação popular – Lei 4.717/65;	20
1.3.2.2.3	Ação Civil de Improbidade Administrativa – Lei 8.429/92.	20
1.3.2.2.4	Mandado de Segurança Coletivo – Lei 12.016/2009	20
1.3.2.2.5	Mandado de Injunção Coletivo	20
1.3.2.2.6	Outras Ações (que podem ser coletivizadas)	20
1.4	PRINCÍPIOS DE DIREITO PROCESSUAL COLETIVO (COMUM)	21
1.4.1	Princípio da Indisponibilidade Mitigada da Ação Coletiva	22
1.4.2	Princípio da Indisponibilidade da Execução Coletiva	22
1.4.3	Princípio do interesse jurisdicional no conhecimento do mérito	23
1.4.4	Princípio da Prioridade na tramitação	23
1.4.5	Princípio do máximo benefício da tutela jurisdicional coletiva	23
1.4.6	Princípio da Máxima efetividade do processo coletivo (ou Princípio do Ativismo Judicial)	24
1.4.6.1	Decorrências práticas do princípio da máxima efetividade do processo coletivo.	25
1.4.6.1.1	Controle Judicial das Políticas Públicas (maior poder de decisão)	25
1.4.6.1.2	Flexibilização procedimental	27
1.4.7	Princípio da máxima amplitude (Princípio da não taxatividade / Princípio da atipicidade das ações coletivas)	27
1.4.8	Princípio da Ampla divulgação da demanda coletiva	27
1.4.8.1	Críticas acerca do artigo 94 CDC	28
1.4.9	Princípio do microssistema processual coletivo (Princípio da integratividade do sistema processual coletivo)	28
1.4.9.1	Leis vetores do microssistema	28
1.4.9.2	Implicações práticas da aplicação do microssistema na jurisprudência	30
1.4.9.2.1	Aplicação do CDC em toda espécie de ACP	30
1.4.9.2.2	Ampliação do rol de legitimados para propor ACP do ECA.	30
1.4.9.2.3	Reexame necessário	30
1.4.9.2.4	Inversão do ônus da prova	31
1.4.10	Princípio da adequada representação (Princípio do controle judicial da legitimação coletiva)	32
1.4.10.1	Representação adequada: Condição da ação coletiva ou Integrante da legitimidade?	35
1.4.10.2	Na dúvida, reconhece-se a representação (princípio geral da ampla proteção).	35
1.5	OBJETO DO PROCESSO COLETIVO	36
1.5.1	Direitos ou interesses	37
1.5.2	Transindividuais (Metaindividuais ou supraindividuais)	37
1.5.2.1	Naturalmente coletivos	37
1.5.2.1.1	Difusos	37
1.5.2.1.2	Coletivos (Coletivos stritu sensu)	38
1.5.2.2	Acidentalmente coletivos	39
1.5.2.2.1	Individuais Homogêneos	39
1.5.3	Observações Finais	41
1.6	COISA JULGADA DO PROCESSO COLETIVO	43
1.6.1	Introdução	43
1.6.2	Regime jurídico da coisa julgada	44
1.6.2.1	Tutela dos direitos difusos	44
1.6.2.2	Tutela dos direitos coletivos strictu sensu	44
1.6.2.3	Tutela dos direitos individuais homogêneos	44
1.6.2.4	Resumo	45
1.6.2.5	Observações pertinentes	45
1.6.2.5.1	Há doutrina que não faz distinção entre “coisa julgada erga omnes” e “coisa julgada ultra partes”.	45
1.6.2.5.2	A coisa julgada coletiva, em todos os interesses metaindividuais (coletivo, difuso e individual homogêneo), nunca prejudica as pretensões individuais decorrentes ou correspondentes.	45
1.6.2.5.3	Para o autor se beneficiar do transporte in utilibus, deverá requerer a suspensão da ação individual que estava em curso.	46
1.6.2.5.4	Para o STJ, o juiz pode suspender de ofício a ação individual (rompendo a facultatividade da suspenção)	47
1.6.2.5.5	Improcedente a ação coletiva para a tutela dos direitos coletivos ou individuais homogêneos, as ações individuais suspensas terão seguimento. Entretanto, se a ação coletiva for procedente, extingue-se a ação individual (falta de interesse de processual/necessidade) ou converte-se a ação individual em liquidação.	49
1.6.2.5.6	Procedência da ação coletiva após o trânsito em julgado da ação individual	49
1.6.2.5.7	Nos direitos difusos e nos direitos coletivos a improcedência por falta de provas não faz coisa julgada material (coisa julgada secundum eventum probationes) e permite a repropositura de mesma ação coletiva com base em prova nova.	49
1.6.2.5.8	Nas ações coletivas para a tutela dos direitos individuais homogêneos, a improcedência por qualquer fundamento (inclusive falta de provas) faz coisa julgada material no âmbito coletivo, impedindo a repropositura da ação coletiva ainda que fundada em prova nova, fincando preservadas as pretensões individuais (C: majoritária).	50
1.6.2.5.9	Possibilidade de transporte in utilibus da sentença penal condenatória dos crimes cometidos contra a coletividade indeterminada, nos mesmos moldes do transporte in utilibus da sentença coletiva civil.	51
1.6.2.5.10	A inconstitucionalidade, a falta de lógica e a ineficácia do artigo 16 da LACP e do art. 2º -A da Lei 9.494/97.	51
1.7	RELAÇÃO ENTRE DEMANDAS	55
1.7.1	Relação entre demandas individuais (individual X individual)	56
1.7.1.1	Identidade total dos elementos da ação	56
1.7.1.2	Identidade parcial dos elementos da ação	57
1.7.2	Relação entre ação individual e ação coletiva	57
1.7.2.1	Impossibilidade de identidade total de elementos de uma ação coletiva e ação individual, o que gera inexistência de coisa julgada e litispendência entre elas.	57
1.7.2.2	Identidade Parcial	58
1.7.3	Relação entre ações coletivas e coletivas (não necessariamente da mesma espécie – independentemente da natureza das ações)	59
1.7.3.1	Identidade Total	59
1.7.3.2	Identidade Parcial	60
1.7.3.3	Critério para reunião das ações coletivas relacionadas para julgamento conjunto	61
1.8	LIQUIDAÇÃO E EXECUÇÃO DA SENTENÇA COLETIVA DE PAGAR	62
1.8.1	Regime Jurídico da Liquidação e Execução de Sentença coletiva de pagar nos direitos naturalmente coletivos (casos de direitos difusos e coletivos)	63
1.8.1.1	Execução/liquidação da pretensão coletiva	63
1.8.1.1.1	Legitimidade	63
1.8.1.1.2	Destinatário dos valores (destinatário das indenizações)	64
1.8.1.1.3	Competência	67
1.8.1.2	Execução/liquidação da pretensão individual decorrente	67
1.8.1.2.1	Legitimidade (vítimas e sucessores)	67
1.8.1.2.2	Destinatários (vítimas e sucessores)	67
1.8.1.2.3	Competência	68
1.8.2	Regime Jurídico da Liquidação e Execução de sentença coletiva de pagar nos direitos acidentalmente coletivos (individuais homogêneos)	68
1.8.2.1	Liquidação e Execução da pretensão individual correspondente	68
1.8.2.1.1	Legitimidade (vítimas e sucessores)	69
1.8.2.1.2	Destinatários (vítimas e sucessores)	69
1.8.2.1.3	Competência	69
1.8.2.1.4	Súmula 345 do STJ – pagamento de honorários	70
1.8.2.2	Execução coletiva da pretensão individual correspondente	71
1.8.2.2.1	Legitimado (os legitimados coletivos)	71
1.8.2.2.2	Destinatários (vítimas/sucessores)	72
1.8.2.2.3	Competência	72
1.8.2.3	Liquidação e Execução da pretensão coletiva residual	72
1.8.2.3.1	Legitimidade (legitimados coletivos)	73
1.8.2.3.2	Competência	74
1.8.2.3.3	Destinatários (Fundo de reparação dos bens lesados)	74
1.8.2.3.4	Critério para estimativa do valor devido74
1.8.2.3.5	Crítica ao modelo da fluid recovery	74
1.8.3	Preferência no pagamento das indenizações	75
1.9	PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA NAS AÇÕES COLETIVAS	76
1.9.1	Casos de imprescritibilidade	76
1.9.1.1	Reparação do Erário (reparação do patrimônio Público)	76
1.9.1.2	Reparação do dano ao Meio Ambiente	77
1.9.2	Regras sobre prescrição das ações coletivas	78
1.9.2.1	Prescrição na Ação popular (05 anos do conhecimento)	78
1.9.2.2	Prescrição na Ação Civil de Improbidade administrativa (na maioria das leis é 05 anos após a saída do cargo público ou mandato)	78
1.9.2.3	Prazo decadencial do Mandado de Segurança Coletivo	79
1.9.2.4	Prescrição/decadência da Ação civil pública (divergência no STJ)	79
1.9.3	Prescrição da execução/liquidação coletiva	80
1.9.4	Termo inicial da Prescrição nos casos de ação coletiva para anulação de contrato	80
2.	AÇÕES COLETIVAS EM ESPÉCIE	82
2.1	AÇÃO CIVIL PÚBLICA	82
2.1.1	Generalidades	82
2.1.1.1	Nomenclatura	82
2.1.1.2	Previsão legal e sumular da Ação Civil Pública	82
2.1.2	Objeto da ação civil pública	84
2.1.2.1	Tutela preventiva (inibitória ou de remoção do ilícito)	84
2.1.2.2	Tutela ressarcitória (material ou moral)	85
2.1.2.3	Meio ambiente	87
2.1.2.3.1	Meio ambiente natural	87
2.1.2.3.2	Meio ambiente artificial	87
2.1.2.3.3	Meio ambiente cultural	88
2.1.2.3.4	Meio ambiente do Trabalho	88
2.1.2.4	Patrimônio histórico cultural	88
2.1.2.5	Qualquer outro direito metaindividual (difuso, coletivo ou individuais homogêneos)	88
2.1.3	Hipóteses de não cabimento da ACP	89
2.1.3.1	Pretensões que envolver matéria tributária	89
2.1.3.2	Pretensões que envolver contribuições previdenciárias	91
2.1.3.3	Pretensões relacionadas ao FGTS	91
2.1.3.4	Pretensões que envolvam outros fundos de natureza institucional cujos beneficiários pode ser individualmente determinados	91
2.1.4	Legitimidade na Ação Civil Pública	91
2.1.4.1	Legitimidade ativa (generalidades)	91
2.1.4.1.1	Legitimidade ativa da ACP é concorrente e disjuntiva	91
2.1.4.1.2	Legitimidade ativa na ACP é ope legis	91
2.1.4.1.3	Natureza da legitimação ativa	92
2.1.4.1.4	Litisconsórcio ativo	93
2.1.4.1.5	Controle judicial da representação nas ações coletivas	93
2.1.4.2	Legitimados ativos “em espécie”	93
2.1.4.2.1	Ministério Público	93
2.1.4.2.2	Defensoria Pública	94
2.1.4.2.3	Administração Direta e Administração indireta	97
2.1.4.2.4	Associações que, estejam constituídas há pelo menos 01 ano e inclua entre suas finalidades institucionais a proteção do meio ambiente, ao consumidor, à ordem econômica, à livre concorrência ou ao patrimônio histórico, estético, cultural ou paisagístico.	97
2.1.4.3	Legitimidade passiva	98
2.1.4.4	O MP, quando não for parte, será custo legis (órgão opinativo).	99
2.1.5	Competência na ACP	99
2.1.5.1	Critério funcional-hierárquico	99
2.1.5.2	Critério material	100
2.1.5.2.1	Justiça Eleitoral	100
2.1.5.2.2	Justiça do trabalho	100
2.1.5.2.3	Justiça Federal	100
2.1.5.2.4	Justiça Estadual	103
2.1.5.3	Critério valorativo (Juizados)	103
2.1.5.4	Critério territorial	103
2.1.6	INQUÉRITO CIVIL	106
2.1.6.1	Generalidades	106
2.1.6.1.1	Conceito de Inquérito Civil	106
2.1.6.1.2	Características do Inquérito Civil	106
2.1.6.2	Fases do Inquérito Civil	107
2.1.6.2.1	Instauração	107
2.1.6.2.2	Instrução	109
2.1.6.2.3	Poder de recomendação	109
2.1.6.2.4	Conclusão	109
2.1.6.3	Resolução 23 do CNMP	110
2.1.7	COMPROMISSO DE AJUSTAMENTO DE CONDUTA	114
2.1.7.1	Natureza jurídica	114
2.1.7.2	Cabimento	114
2.1.7.3	Não cabimento	114
2.1.7.4	Legitimidade	115
2.1.7.5	Responsabilidade pela celebração	115
2.1.7.6	Eficácia	115
2.1.7.7	Condição para celebração do TAC	115
2.1.7.8	Celebração do TAC pelo MP no âmbito do IC	115
2.1.7.9	Compromisso preliminar de ajustamento de conduta	115
2.1.8	Outras questões processuais	116
2.1.8.1	Concessão de liminar	116
2.1.8.2	Sucumbência	116
2.1.8.3	Ação civil pública de improbidade julgada improcedente	116
2.1.8.4	Se ação civil pública julgada procedente	116
2.1.8.5	Efeito Suspensivo	117
2.1.8.6	Reexame necessário	117
2.1.9	ACP versus ADI	117
2.1.10	Possibilidade de o MP ajuizar ACP em favor de uma única pessoa	117
2.1.11	Possibilidade de inversão do ônus da prova em sede de ACP	118
2.2	AÇÃO POPULAR	119
2.2.1	Generalidades da Ação Popular	119
2.2.1.1	Conceito	119
2.2.1.2	Legislação aplicável	119
2.2.2	Objeto da ação popular	119
2.2.3	Cabimento da Ação Popular	121
2.2.3.1	Cabe contra “Ato”	121
2.2.3.2	Contra Ilegalidade	121
2.2.3.3	Contra ato lesivo	122
2.2.4	Aspectos processuais sobre a ação popular;	123
2.2.4.1	Legitimidade ativa	123
2.2.4.2	Natureza da legitimidade ativa do autor popular	123
2.2.4.3	Litisconsórcio entre cidadãos	123
2.2.4.4	Legitimidade passiva	124
2.2.4.5	Legitimação passiva ulterior	124
2.2.4.6	Especial posição da pessoa jurídica lesada	125
2.2.4.7	Ministério Público	125
2.2.4.8	Competência	125
2.2.4.9	Prazo para resposta dos réus	126
2.2.4.10	Sentença	126
2.2.4.11	Reexame necessário	127
2.2.4.12	Apelação	127
2.2.4.13	Penhorabilidade salarial	127
2.2.4.14	Sucumbência	128
2.3	AÇÃO DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA - ASPECTOS PROCESSUAIS DA LIA	129
2.3.1	Generalidades	129
2.3.2	Ação de improbidade administrativa e ACP	129
2.3.3	Constitucionalidade da Lei 8.429	129
2.3.4	Objeto da Ação de Improbidade Administrativa	130
2.3.5	Legitimidade	132
2.3.5.1	Legitimidade ativa	132
2.3.5.2	Legitimidade passiva	133
2.3.6	Competência e a questão do agente político	133
2.3.7	Sanções	134
2.3.8	Procedimento	134
2.4	MANDADO DE SEGURANÇA INDIVIDUAL E COLETIVO	136
2.4.1	Previsão Constitucional, Legal e Sumular	136
2.4.1.1	Aplicação subsidiária do CPC	136
2.4.1.2	Súmulas aplicáveis do STJ	137
2.4.1.3	Súmulas aplicáveis do STF	137
2.4.2	Conceito de Mandado de Segurança	139
2.4.2.1	Direito líquido e certo	139
2.4.2.1.1	Documentalização de prova oral ou pericial	139
2.4.2.2	Não amparado por Habeas corpus ou Habeas data	140
2.4.2.3	Contra ato	140
2.4.2.3.1	Contra ato administrativo	140
2.4.2.3.2	Contra ato legislativo	141
2.4.2.3.3	Contra ato judicial	141
2.4.3	Legitimidade	143
2.4.3.1	Legitimidade ativa no Mandado de Segurança Individual	143
2.4.3.2	Legitimidade passiva	144
2.4.3.2.1	Teoria da encampação	146
2.4.4	Intervenção de Terceiros	147
2.4.5	Competência	147
2.4.5.1	Critério funcional ou hierárquico	147
2.4.5.2	Critério material	148
2.4.5.3	Critério valorativo	149
2.4.5.4	Critério territorial	149
2.4.6	Procedimento no Mandado de Segurança	149
2.4.6.1	Petição Inicial	149
2.4.6.2	Juízo de Admissibilidade	150
2.4.6.3	Informações	152
2.4.6.4	Vista ao MP	153
2.4.6.5	Sentença	153
2.4.6.6	Recursos	154
2.4.6.7	Execução	154
2.4.6.8	Desistência	155
2.4.6.9	Decadência	155
2.4.7	Mandado de Segurança Coletivo - Especificidades	156
2.4.7.1	Conceito de mandado de segurança coletivo	156
2.4.7.2	Previsão legal e sumular	156
2.4.7.3	Legitimidade do mandado de segurança coletivo	157
2.4.7.3.1	Partidos políticos	157
2.4.7.3.2	Sindicatos, entidades de classe e associações	159
2.4.7.3.3	Inexistência de outros legitimados	160
2.4.7.4	Objeto do MS Coletivo	160
2.4.7.5	Coisa julgada no MS coletivo	160
2.4.7.6	Procedimento	161
Bibliografia:
Hugo Nigro Mazzilli, A Defesa dos Interesses Difusos em Juízo – obra clássica.
Hermes Zanete Jr. E Fredie Didier Jr. - Curso de Direito Processual Civil – Ed. Juspodium – Vol. Sobre Processo Coletivo.
Cássio Scarpinella Bueno, Curso Sistematizado de Processo Civil – Ed. Saraiva – Vol. Sobre Processo Coletivo
José Miguel Garcia Medina; Fábio Caldas e Fernando Gajardoni – Processo Civil Moderno – volume IV – Editora RT.
fernando.gajardoni@usp.com.br
Twitter - @Fgajardoni
O curso será divido em 2 grandes partes: 
1 ª Teoria Geral
2ª Ações Coletivas em Espécies.
O problema da bibliografia indicada é que nenhum tem tudo. Os 2 primeiros livros indicados, tratam da teoria geral, mas não tem as ações em espécies. Já os 2 últimos livros tem as Ações Coletivas em espécies, mas não tem a teoria geral. O professor está fazendo umlivro que tem tudo e vai sair pela Saraiva.
Aula 22.03.2012
TEORIA GERAL DO PROCESSO COLETIVO
EVOLUÇÃO HISTÓRICO-METODOLÓGICA DO PROCESSO COLETIVO 
Onde e quando nasceu o processo coletivo?
Isso sempre é pedido principalmente em concursos da CESPE.
Obs.: os processualistas dão um enfoque para o processo coletivo, já os constitucionalistas dão outro enfoque.
Fases Metodológicas do Direito Processual Civil – Enfoque processualista do nascimento do processo coletivo
Somente entendendo as fases metodológicas do processo civil que se saberá o porquê da necessidade do processo coletivo. A doutrina processualista aponta três fases, senão vejamos:
Fase sincretista (ou Fase civilista; fase privatista)
Surgiu quando do Direito Romano perdurando até por volta de 1868. Essa fase se caracterizava por uma confusão metodológica entre direito material e direito processual. Não se entendia que havia uma relação de direito material distanciada da relação de direito processual. Não se entendia a diferença entre um e outro. Hoje isso é muito fácil de se verificar a diferença entre direito material e processual. 
Fase autonomista (fase conceitual)
Essa fase autonomista durou de 1868 até cerca de 1950. Afirma-se que o marco histórico da mudança do sincretismo para o autonomismo se deu com a obra de Von Büllow (Alemão). Tal autor escreveu a obra ‘As Exceções Processuais’. A partir de então se deu a origem da fase autonomista ou conceitual, pois esta obra foi um marco, visto que pontuou cientificamente as premissas do conceitualismo. 
Esse autor sustentava que existem 2 relações paralelas e autônomas entre si. Quando uma das partes se sente prejudicada pela relação de direito material, elas podem reclamar para o Estado o exercício de um outro direito, que não tem o mesmo conteúdo do direito material, mas sim um conteúdo processual de fazer com que o Estado solucione eventual conflito. Ele viu, então, que existem 2 relações jurídicas: 
Uma bilateral, que é a relação jurídica material; (num casamento, o marido e a mulher são ligados entre si e o Estado não tem nada com isso; ou o comprador de uma casa e ligado ao vendedor dessa casa e o Estado também não tem nada com isso);
 Uma relação autônoma trilateral, pois liga as 02 partes do direito material ao Estado.
Portanto, a partir daquela obra, afirmou-se que, todas as vezes que se tenha relação jurídica com alguém – relação jurídica material – em que há direitos e deveres, tem-se também, ao lado dessa relação jurídica material, e de modo autônomo a ela, uma relação processual travada com o Estado. Aqui surge a autonomia do Direito Processual, que não era considerado ciência autônoma até então, passando a ser estudado separadamente do direito material.
Crítica a essa fase: Apesar de ter grande importância, se entrar no autonomismo, restou esquecido o direito material que é o principal objeto do processo. Assim, podemos falar que essa fase “se perdeu”. Começou-se a tomar decisões fundadas em condições da ação, pressupostos processuais, que foram importantes para a ciência, mas se esqueceu do mais importante: o processo serve para defender o direito material (o processo serve para tutelar o direito material).
Fase Instrumentalista
É uma fase em que se pode dizer que a principal obrigação é o acesso à justiça. Essa fase inicia-se em 1850 perdurando até os dias atuais. Prega tal fase que, sem perder a autonomia, o processo não deve ser um fim em si mesmo, mas sim um instrumento de acesso à justiça, preocupando-se com o Direito Material. O processo deve ser visto como um meio de acesso à justiça. Essa fase prega o resgate do direito material; prega uma reaproximação do direito material com o direito processual, mas sem renunciar a autonomia. Nesta fase, o processo continua a ser uma ciência autônoma, mas é uma ciência autônoma que não fica “de costas” para o direito material.
É o momento em que se busca a efetivação do direito material por meio do processo. 
O instrumentalismo surgiu nessa era pela obra de dois autores: Mauro Cappelletti e Brian Garth que escreveram uma obra denominada “Acesso à Justiça” no ano de 1950. Esse livro propõe um verdadeiro programa para que o processo volte a ser um instrumento de acesso à justiça. Para que o processo seja um instrumento de acesso à justiça, é necessária a observância de 3 ondas renovatórias, ou seja, falam que para que um sistema processual seja capaz de resgatar essa ligação entre direito material e processo, tornando-se um sistema instrumentalista, deveriam ser observadas Três Ondas Renovatórias do Estudo do Processo Civil, senão vejamos:
As 3 ondas renovatórias do sistema processual civil
1ª onda renovatória: Justiça aos Pobres (assistência judiciária): para que o processo seja um instrumento de acesso à justiça (seja um instrumento do direito material) é necessário fazer com que as pessoas que não tenham acesso à justiça sejam trazidas para o sistema. É necessário que os Estados criem Defensorias Públicas, criar benefícios da justiça gratuita, de forma que o sistema tutele os hipossuficientes. (Lei 1.060/50 – Assistência judiciária). Portanto, o sistema só vai ser instrumento de acesso à justiça se tiver tutela aos pobres. Essa é a primeira etapa do programa sugerido por Mauro Cappelletti e Brian Garth.
2ª onda renovatória: Representação em Juízo dos Direitos Metaindividuais: o que temos aqui é exatamente o nascimento do processo coletivo. Brian Garth e Cappeletti lecionam no sentido de que um sistema só será de acesso à justiça se ele eventualmente tiver mecanismos processuais para que sejam representados em juízo os direitos metaindividuais, ou seja, devem-se ter instrumentos processuais que permitam que os direitos difusos e coletivos sejam tutelados. Só vai conseguir alcançar isso se o processo civil se adaptar para a tutela desses direitos. 
Para o nascimento do processo coletivo (tutela dos interesses metaindividuais), temos 03 ideias importantes para responder a seguinte pergunta:
1ª ideia Por que é necessária a tutela dos direitos metaindividuais?
Temos bens ou direitos de titularidade indeterminada: existem certos bens que, por não haver titulares específicos, a proteção resta dificultada (todo mundo pode proteger, mas acaba que ninguém defende). Ex. meio ambiente. Existem certos direitos metaindividuais (meio ambiente, moralidade administrativa, patrimônio público, patrimônio ambiental), pertencem ao mesmo tempo a todos e a ninguém. Ex.: o rio limpo é direito meu e direito de todos. Ou seja, somos todos titulares, mas aquilo que é de todo mundo acaba sendo de ninguém. Se alguém tem a titularidade, normalmente um deixa para o outro, e daí que surgiram legitimados genéricos para a tutela de tais direitos. O processo coletivo determina certos entes (MP, Defensoria, Associações) que vão fazer a defesa desses bens e direitos de titularidade indeterminada. É necessário o processo coletivo para tutelar esse tipo de interesse. Cuidado com uma expressão em inglês, já cobrada em prova: Free Riding, traduzindo para o português seria algo parecido como “efeito carona” (na defesa do meio ambiente eu deixo para você defender e você deixa para mim. Por que eu não defendo? R: eu não defendo porque eu acho que você vai defender. Um deixa para o outro). O processo coletivo tem o poder de imobilizar o processo carona (o processo coletivo tem o poder de imobilizar o free riding).[1: O nosso processo coletivo é muito influenciado pelo direito norte-americano, sendo que muitas expressões não são traduzidas.]
Bens ou direitos metaindividuais podem ser economicamente desinteressantes do ponto de vista individual. Percebeu-se que existem certos bens ou direitos que individualmente são lesados, mas são bens ou direitos tão insignificantes isoladamente considerados que, a tutela individual não é economicamente viável. Ex. se no litro de leite tem apenas 900ml apesar do anúncio de 1L. Nunca que a pessoa vai se desgastar para ajuizar uma ação para cobrar a diferença do leite faltante.Ocorre que são várias pessoas sendo prejudicada, sendo que ao final de um mês a empresa pode se beneficiado ilicitamente em muitos milhões de reais. (do ponto de vista individual é desinteressante).
Bens ou direitos cuja tutela coletiva seja recomendável do ponto de vista da facilidade e utilidade do sistema: devemos ter a tutela dos bens e direitos metaindividuais porque isto é recomendável do ponto de vista da facilidade e utilidade do sistema. Aqui a preocupação dá-se com o Judiciário. O sistema poderia resolver tudo em uma única ação, potencializando a solução do conflito. Ex. expurgos inflacionários. O prof. Kazuo Wanatabbe afirma que esse terceiro fenômeno pode ser denominado Molecularização dos Conflitos. O discurso de tal professor é de que fomos criados para que houvesse atomização dos conflitos (demandas isoladas), e o melhor é se pensar na molecularização dos conflitos com a sua junção. 
Portanto, o processo coletivo nasceu para essas 3 finalidades, qual seja, tutelar bens ou direitos de titularidade indeterminada, tutelar bens ou direitos metaindividuais que podem ser economicamente desinteressantes do ponto de vista individual e tutelar bens ou direitos cuja tutela coletiva seja recomendável do ponto de vista da facilidade e utilidade do sistema
2ª ideia Por que não utilizar o processo civil clássico (individual) para a tutela desses direitos metaindividuais?
R: não dá para usar o processo civil individual pelo seguinte motivo: não é possível porque institutos clássicos como a legitimidade ordinária e a coisa julgada intrapartes, entre outros, são incompatíveis com o processo coletivo. No processo individual, se age por legitimidade ordinária (A age contra B em nome próprio na defesa de direito próprio; A briga com B porque o direito é de A). Já no processo coletivo, vai ser nomeado alguém que não é o dono do direito (MP, Defensoria, Associações – vão tutelar um direito que não é deles e isso não cabe no processo individual, que só admite legitimação extraordinária excepcionalmente). No processo individual, a decisão proferida tem efeito interpartes, não atingindo 3º; já no processo coletivo, a decisão proferida vai atingir muita gente. 
Conclusão: Portanto, a segunda ideia foi a necessidade da coletivização do processo. Até então, o direito processual civil clássico era incapaz de tutelar essas três situações. Isso porque, o processo civil clássico se preocupa com demandas individuais (Caio versus Tício) e não com discussões entre coletividades. Isso porque o critério de legitimidade no processo individual é de legitimidade ordinária e porque as regras de coisa julgada individual são incompatíveis com o processo coletivo (art. 472 do CPC – afirma que a sentença não pode beneficiar nem prejudicar terceiros). Já no processo coletivo deve-se pensar em uma decisão que irá beneficiar a todos.
3ª ideia Por que não acabar com o processo individual?
R: o processo coletivo não nega a importância do processo individual para determinadas situações, mas reconhece nele um caráter egoístico, com o indivíduo pensando só em si. Já no processo coletivo, o caráter é altruístico, porque sempre se tem em mente o bem comum. Quando se entra com uma ação individual, o autor está preocupado com ele (não se importa com as outras pessoas); quando se ajuíza um processo coletivo, preocupa-se com um bem de um grupo (de toda uma coletividade). O processo individual tem o seu papel, mas ele é egoístico. Em provas cai para apontar as características do processo coletivo, sendo que uma das alternativas tinha altruísmo. Essa resposta está certa, pois o processo coletivo tem essa faceta de altruísmo.
3ª onda renovatória: Efetividade do Processo (Processo Civil de Resultados): Para o Cappellette, Brian e para a maioria da doutrina que os seguem, para que se tenha a plenitude da fase instrumentalista (para que se tenha o processo como instrumento de acesso à justiça), é preciso que o processo tenha efetividade. Busca-se com a efetivação das normas processuais fazer com que o processo seja realmente um instrumento para efetivação de direitos. Essa fase ainda está em pleno andamento na maioria dos países do mundo, pelo que vários autores falam das várias mudanças do CPC, e sobre o novo CPC. 
Nascimento do Processo Coletivo – Visão Constitucionalista a luz das Gerações dos Direitos Fundamentais
1ª Geração - Direitos Civis e Políticos
Origem no séc. XVII à Sec. XI. Seriam os direitos relativos ao voto, liberdade patrimônio. Seriam direitos relacionados à liberdade. Os constitucionalistas costumam dizer que essas são as liberdades negativas, pois ligam a ideia dos primeiros direitos fundamentais que o homem teve à ideia de não intervenção do Estado na vida privada do indivíduo. É o Estado Mínimo. É a época do liberalismo econômico. 
Esses direitos são importantíssimos, mas começaram a ter abusos. Por conta disso, se buscou os direitos sociais e econômicos.
2ª Geração - Direitos Sociais e Econômicos
Surgem na virada do Sec. XI para o Séc. XX.
Tinham por foco o restabelecimento de uma igualdade, ainda que mínima.
Estado deveria ser não intervencionista, mas deveria intervir para garantir o mínimo existencial para todos os cidadãos. É dessa época que surgem as liberdades positivas.
O que seriam essas liberdades positivas?
R: Seria o papel do estado em intervir para garantir, por exemplo, um salário mínimo, direitos trabalhistas, direitos previdenciários, saúde pública.
São os mecanismos pelos quais o Estado passou a intervir na coletividade.
3ª Geração - Direitos da Coletividade
Os direitos de 1ª e 2ª geração não se preocupam com a coletividade. São direitos iminentemente (tipicamente) individuais. Os constitucionalistas perceberam o nascimento de um 3º grupo de direitos, direitos estes que não seriam mais vistos à luz do indivíduo, mas sim do grupo social que eles vivem. Surge então a 3ª geração de direitos fundamentais, que são os direitos da coletividade (Sec. XX para o XXI).
É nessa geração de direitos que se inserem a tutela do meio ambiente, da moralidade administrativa, patrimônio público, pois são direitos afetam toda a coletividade. Não se consegue defender o meio ambiente só para um indivíduo, por exemplo.
Esses direitos da coletividade são todos focados no valor da fraternidade. Somos um grupo e devemos nos tratar como irmãos.
É nesse momento que há o nascimento do processo coletivo para os constitucionalistas. Portanto, para os constitucionalistas, o processo coletivo nasce na 3ª geração dos direitos fundamentais.
(na prova, se perguntar quando nasceu o processo coletivo, deve-se verificar o foco do examinador, a resposta deverá ser depende. Se for uma visão processual do fenômeno, ele nasceu na fase instrumentalista, na 2ª onda renovatória – renovatória do acesso à justiça – que é a Teoria do Brian e Cappelletti. Agora, numa visão constitucionalista, o processo coletivo nasceu na 3ª geração dos direitos fundamentais, que são os direitos da coletividade).
Evolução do Processo Coletivo no Brasil
O processo coletivo que surgiu no Brasil foi a Ação Popular (origem real, proforma, histórica), existindo desde as Ordenações do Reino (Ordenações Manuelinas), apesar de nessa época ser uma previsão extremamente precária. A previsão era tão precária a ponto de ser ignorada por vários autores. 
O grande problema da Ação Popular é que ela tem um objeto muito limitado. Na origem, só cabia contra atos do poder público. Só podia Ação Popular se o Poder Público fosse réu. Isso queria dizer que se uma empresa poluísse o meio ambiente ou desrespeitasse o consumidor, não se podia defender por meio da Ação Popular. Esse é o motivo pelo qual os historiadores e estudiosos dizem que origem efetiva do processo coletivo brasileiro nasceu por meio da Ação Civil Pública. Esta ação tem previsão no artigo 14 da Lei 6.938/81 (Lei da Política Nacional do Meio-ambiente) com previsão de que o MP pudesse ajuizar uma Ação Civil Pública para tutela do meio ambiente.
A Ação Civil Pública foi regulamentadapela Lei 7.347/85 (LACP).
Fase de potencialização do processo coletivo no Brasil 
CF/88: A partir da CF/88 houve o que se pode chamar de Consolidação do processo coletivo no Brasil. 
CDC: Em 1990 surgiu um diploma bastante importante que é o CDC – Código de Defesa do Consumidor. Nessa era, pode-se dizer que ocorreu a Potencialização do Processo Coletivo no Brasil. Tem muitas disposições sobre o processo coletivo.
O quadro atual ainda é esse, apesar da existência de outras normas. Tem-se, pois, o nascimento, a consolidação e a potencialização da tutela dos direitos coletivos.
Futuro do processo coletivo
Houve 2 tentativas, frustradas, de se criar Códigos Brasileiro de Processo Coletivo. 
No ano de 2000 houve tentativa perpetrada pela USP (Ada Pelegrini Grinover) e IBDP para a elaboração de um Código Brasileiro de Processo Coletivo. Eles fizeram um anteprojeto.
Paralelamente a este anteprojeto, tivemos outro código feito pela UERJ e pela UNESA (Rio de Janeiro), sob a coordenação de Des. Aloísio Mendes.
A ideia de ambas as universidades é de que a tutela coletiva tivesse uma lei própria. 
Esses 2 anteprojetos foram frustrados, visto que no Brasil é muito difícil de se aprovar Códigos.
Com a reunião de vários juristas (Ada Grinover, Aloísio, Luiz Manoel Gomes Júnior, Gregório Assagra e Fernando Gajardoni), no ano de 2009, foi abandonada a ideia desse Código de Processo Coletivo, buscando-se a aprovação de uma nova Lei de Ação Civil Pública (PL 5139). Esse PL é a nova lei de ACP está no Congresso com muita dificuldade de ser aprovada, visto que ela dá poder para o MP (e tudo o que dá poder para MP e Judiciário, o Congresso não aprova), apesar de ser um projeto proposto pelo Governo Federal. 
NATUREZA DOS INTERESSES METAINDIVIDUAIS
A expressão metaindividuais é sinônima de coletivos. Nesse tópico temos 2 ideias que devem ser trabalhadas.
Ideia da summa divisio
Representa a divisão clássica do estudo do direito. A summa divisio sempre foi dividida em 02 categorias:
Direito Público: disciplina relação de Estado X Indivíduo e Estado X Estado
Summa divisio
				Direito Privado: disciplina a relação indivíduo X indivíduo
Essa divisão é extremamente superficial, pois assim como o direito público tem influência do indivíduo, o direito privado tem influência do Estado. Ex.: Poder público alugando um imóvel para um particular. Os direitos metaindividuais ainda não se encaixam na clássica classificação Direito Público e Direito Privado. Modernamente, sustenta-se que essa summo divisio está superada, visto que a correta summo divisio é:
Direitos Metaindividuais
Summa divisio				Público
Direito Individuais
Privado
Se quiser, nos direitos individuais, pode dividi-lo em público e privado, contudo essa divisão entre público e privado não pode ser feito nos direitos metaindividuais. De modo que a natureza dos interesses metaindividuais é própria, ou seja, eles têm natureza de direitos metaindividuais. Os direitos metaindividuais são uma categoria própria que não podem ser inseridos nem no direito público e nem no direito privado.
Ideia de processo coletivo como um processo de interesse público primário
Deve-se atentar que, o processo coletivo deve ser visto como um processo de interesse público. Contudo deve-se atentar que não é em relação a qualquer interesse público, mas sim o interesse público primário, ou seja, todo processo coletivo tem interesse social como regra. A partir dessa premissa, podemos afirmar que qualquer tipo de interesse coletivo interessa à coletividade/sociedade. É importante entender isso uma vez que ao se pensar na expressão interesse público temos sua divisão entre interesse público primário e interesse público secundário.
Primário - é o interesse da coletividade (bem geral).
Interesse Público
Secundário - é o interesse do Estado (aquilo que o Estado acredita que é o bem geral)
Em condições normais, esses interesses deveriam se coincidir, ou seja, o interesse público Estatal deveria ser sempre aquele correspondente ao interesse buscado pela coletividade, mas na prática isso não ocorre.
Ex.: a possibilidade de o judiciário interferir nas políticas públicas se justifica por essa ideia de interesse social do processo coletivo.
CLASSIFICAÇÃO DO PROCESSO COLETIVO
Existem duas classificações uniformes, apesar das várias classificações existentes na doutrina, e são essas as estudadas:
Quanto aos sujeitos
Ativa
Ação Coletiva
(ou Processo Coletivo) 		Passiva
			
Processo Coletivo Ativo (Ação Coletiva Ativa)
É aquele em que a coletividade é autora. 
Toda ação coletiva necessariamente é ativa. Não existe nenhum processo coletivo que a coletividade não seja interessada como autor, atentando-se que a coletividade deve ser representada por um legitimado. Portanto, é uma classificação que não tem uma utilidade prática. A importância dessa classificação está no Processo coletivo passivo. 
Processo Coletivo Passivo (Ação Coletiva Passiva)
Seria o processo coletivo em que a coletividade é ré/demandada, ou seja, ao mesmo tempo a coletividade seria autora e ré (o interesse coletivo estaria no polo passivo também).
Na doutrina, existem duas posições diametralmente opostas acerca da possibilidade da ação coletiva passiva:
1ª C: Dinamarco. Não existe, no direito brasileiro, Ação Coletiva Passiva. Fundamento: sustentam que a além de não haver previsão legal (a lei só fala em legitimado ativo, conforme artigo 5º da LACP), não haveria quem pudesse representar a coletividade ré; não há um legitimado passivo fixado para representação da coletividade. Tal argumento é rebatido pela primeira corrente afirmando que, deve haver representação por meio de associações e sindicatos, pesar de não negar a inexistência de previsão legal.
2ª C: (ADA, Gajardoni). Existe sim Ação Coletiva Passiva e que ela é inspirada na defendant class action, do direito norte-americano. De acordo com ADA, não é o fato de não te previsão legal que impede o reconhecimento do instituto no sistema, visto que a sua admissão decorre da interpretação de todo o sistema. (ex.: o instituto da pré-executividade não tem previsão legal, mas ele existe). Acontece que, de fato, a grande dificuldade de se admitir a Ação Coletiva Passiva está em se identificar quem representaria a coletividade ré. Esta representação deve ser analisada casuisticamente e deve recair preferencialmente sobre os sindicatos e associações de classes. A prática tem demonstrado que existe ação coletiva passiva, visto que há situações que a coletividade deve ser acionada e a única maneira de se acionar a coletividade é por meio da ação coletiva passiva. 
Ex. Ação para impedir greve de Metrô em SP - é necessária, segundo a lei da greve, a manutenção de padrão mínimo dos serviços e nessa hipótese, deve ser ajuizada ação em face dos metroviários que são uma coletividade, caso não sejam mantidos os serviços mínimos. Outro exemplo é a Ação do MPF para impedir greve de Policiais Federais (essa ação é uma ação coletiva ativa, mas é passiva também, visto que é contra uma coletividade demandada que é a coletividade da PF, que será representada pelos sindicatos dos PFs).
Obs.: se o juiz entender que o sindicato não representa adequadamente a categoria (sindicato pequeno), ele não permite a Ação Coletiva contra o sindicato. Ele vai procurar alguém que represente aquela categoria, que pode ser outro sindicato, uma associação de Classe. (é casuístico).
Quanto ao objeto
Especial
Ação Coletiva
(ou Processo Coletivo) 		Comum
			
Processo coletivo especial
São as ações dedicadas ao controle abstrato de constitucionalidade das leis e atos normativos em geral, ou seja, ADI, ADC e ADPF. Não se pode negar que essas ações são processos coletivos, inclusive são as maiores ações coletivas diante dos efeitos erga omnes por elas produzidos. Essas ações promovem o controle abstrato do direito coletivo, visto que o pronunciamento da (in)constitucionalidade se dá em tese, ou seja, abstratamente.
Essas Ações Coletivas Especiaissão estudadas no Direito Constitucional.
Processo coletivo comum
É o enfoque da matéria.
O processo coletivo comum é composto por todas as ações para a tutela dos direitos difusos, coletivos e individuais homogêneos não relacionadas ao controle abstrato de constitucionalidade. Portanto será qualquer ação para a tutela dos interesses metaindividuais, excluídas ADI, ADC e ADPF, visto que estas são Processo Coletivo Especial.
Principais exemplos (representantes) do processo coletivo comum:
Ação Civil Pública – Lei 7.347/85;
O principal representante do processo coletivo comum é a ACP. Ninguém nega que ela sempre será a principal representante.
Alguns autores dizem que existe outro tipo de Ação chamada Ação Coletiva (Hugro Nigro Mazzili e ADA). 
Ação Coletiva – é a ACP para a tutela dos direitos individuais homogêneos do CDC. Quando for para tutelar esses direitos do CDC a ACP mudaria de nome para se chamar Ação Coletiva. Mas essa é uma questão apenas de nomenclatura. Seria uma ação civil pública cuja previsão se encontra no CDC. 
Para o professor não tem sentido fazer essa diferenciação só porque a lei chama a ACP de Ação Coletiva quando tutela direitos individuais homogêneos. Para o professor essa ‘espécie’ é inútil. Na prova se a banca falar apenas em ACP, quer dizer que segue a linha doutrinária que entende que Ação Coletiva = ACP. Contudo, se falar em Ações Coletivas, quer dizer que segue o outro entendimento doutrinário, que faz a distinção entre ACP (gênero) e Ações Coletivas (espécie, ou seja, Ação do CDC para tutela dos interesses individuais homogêneos). 
Ação popular – Lei 4.717/65;
Ação Civil de Improbidade Administrativa – Lei 8.429/92. 
1ª C: Para alguns autores e inclusive para o STJ, é uma ACP. Eles falam que é uma Ação Civil Pública de Improbidade Administrativa.
2ª C: Para outros doutrinadores, ACP é uma coisa e Ação Civil de improbidade administrativa é outra coisa completamente diferente, pois nesta última muda objeto, coisa julgada, legitimidade, procedimento. Como que algo que tem essas diferenças pode ser a mesma coisa que a ACP? Ademais, na ação de improbidade há possibilidade de sanções não possíveis na ação civil pública. 
Mandado de Segurança Coletivo – Lei 12.016/2009
Mandado de Injunção Coletivo
Quanto a este, ainda há divergência acerca de seu cabimento.
Ainda há outras ações coletivas. Mas no curso nos vamos trabalhar só com as 04 primeiras.
Outras Ações (que podem ser coletivizadas)
Todo tipo de ação pode ser coletivizada com base no princípio da não taxatividade (princípio da máxima amplitude). Art. 83 CDC:
Art. 83. Para a defesa dos direitos e interesses protegidos por este código são admissíveis todas as espécies de ações capazes de propiciar sua adequada e efetiva tutela.
PRINCÍPIOS DE DIREITO PROCESSUAL COLETIVO (COMUM)
Serão trabalhados 10 princípios. Existem princípios expressos e implícitos na legislação.
O processo coletivo integra a estrutura de processo do ordenamento jurídico Brasileiro. É por isso que esses princípios são estudados sem prejuízo dos princípios constitucionais do processo.
Ex.: Juiz natural, contraditório, ampla defesa, devido processo legal, acesso à justiça etc. Estes tem plena aplicação no processo coletivo.
Devemos lembrar as normas-princípios servem de duplo vetor:
Vetor legislativo – o legislador é obrigado a criar leis de acordo com esses princípios.
Normas-princípios
Vetor interpretativo – o interprete (aplicador do direito – juiz, defensor, promotor) são obrigados a interpretar as normas de acordo com as normas-princípios.
Princípio da Indisponibilidade Mitigada da Ação Coletiva
Esse princípio é expresso no sistema. Tem previsão no art. 5º, §3º da Lei de Ação Civil Pública - LACP e no art. 9º da Lei de Ação Popular - LAP:
Art. 5º § 3°, LACP: Em caso de desistência infundada ou abandono da ação por associação legitimada, o Ministério Público ou outro legitimado assumirá a titularidade ativa. (Redação dada pela Lei nº 8.078, de 1990)
Art. 9º, LAP: Se o autor desistir da ação ou der motiva à absolvição da instância, serão publicados editais nos prazos e condições previstos no art. 7º, inciso II, ficando assegurado a qualquer cidadão, bem como ao representante do Ministério Público, dentro do prazo de 90 (noventa) dias da última publicação feita, promover o prosseguimento da ação.
Esse princípio estabelece que é vedado ao autor da Ação Coletiva dispor sobre o objeto do processo coletivo. Isto significa que não pode o autor desistir ou abandonar a ação. Essa é a ideia do dispositivo. Caso, eventualmente, o autor desista ou abandone a ação coletiva, a LACP é clara a respeito de que o MP ou outro legitimado assumirá a titularidade ativa, de modo que podemos chegar a seguinte conclusão:
A desistência ou o abandono imotivados geram a sucessão processual e não a extinção do processo. Diferente do processo individual, que no caso de desistência ou abandono vai ocorrer a extinção do processo.
Atenção: esse princípio leva a expressão “mitigada”, porque há uma exceção: se a desistência for fundada pode haver a extinção. Se o legitimado ativo tiver motivo ele pode pedir a extinção do processo, mas é o juiz que vai decidir se extingue ou não o processo. Ex.: MP ingressou com uma ACP ambiental contra o templo de uma igreja (igreja faz muito barulho em área residencial). A igreja não tinha isolamento acústico. Ocorre que na metade da ação a igreja mudou o templo de local (foi para um local mais afastado). Ou seja, parou de perturbar o sossego público. Neste caso o MP desistiu da ACP e o juiz, em sua decisão de extinção do processo sem resolução do mérito, fundamentou no sentido de que apesar de existir o princípio da indisponibilidade, esta era mitigada quando se tem motivos para a desistência da ação.
Princípio da Indisponibilidade da Execução Coletiva
É um princípio expresso. Tem previsão no art. 16 da LAP e no art. 15 da LACP. 
Art. 16, LAP: Caso decorridos 60 (sessenta) dias da publicação da sentença condenatória de segunda instância, sem que o autor ou terceiro promova a respectiva execução, o representante do Ministério Público a promoverá nos 30 (trinta) dias seguintes, sob pena de falta grave.
Art. 15, LACP. Decorridos sessenta dias do trânsito em julgado da sentença condenatória, sem que a associação autora lhe promova a execução, deverá fazê-lo o Ministério Público, facultada igual iniciativa aos demais legitimados. (Redação dada pela Lei nº 8.078, de 1990)
Por esse princípio, o autor da ação coletiva, não pode deixar de executar a sentença coletiva. Isso significa que se o juiz condenou, por exemplo, a empresa em reparar o meio ambiente, ou indenizar os consumidores prejudicados, ou o Estado a prestar medicamentos a um determinado grupo de pessoas com doença, não pode o autor deixar de executar.
Fundamento da existência desse princípio: evitar a corrupção. Ex.: a empresa é condenada a pagar 2 milhões de indenização aos consumidores, mas ela oferece ao autor 500 mil para ele não executar. (é para evitar ‘mala preta’)
Atente-se que, diferentemente do primeiro princípio que possuía a palavra mitigada, aqui não há exceção. Não existe aqui abandono ou desistência motivada. Se ganhar, tem que executar. 
Princípio do interesse jurisdicional no conhecimento do mérito
Esse princípio é implícito, ou seja, não tem previsão legal.
Por esse princípio se apregoa que deve haver uma maior flexibilização das regras sobre a admissibilidade da ação (flexibilidade dos requisitos de admissibilidade) de modo a ser evitada a extinção do processo sem julgamento do mérito. (deve-se adentrar na análise do mérito do pedido).
O processo coletivo é um processo de interesse público primário, ou seja, tem muita gente (a sociedade) que está interessada no resultado. Por isso o juiz tem um importante papel social de evitar que o processo coletivo acabe ‘na praia’, flexibilizando as regras de admissibilidade de forma que o processo chegue ao final pelo mérito.
Ex.: intimaçãode outros legitimados para ação coletiva toda vez que o juiz entender que o autor é parte ilegítima. 
Ex.2: Ação Popular em que o autor era inimigo político do prefeito e ingressou com a referida ação contra este alegando desvio de patrimônio público. Na metade do processo, o autor foi condenado pela prática de crime e transitou em julgado. Um dos efeitos da condenação criminal é a suspensão dos direitos políticos; se foi suspenso os direitos políticos do autor, este não tem mais legitimidade para Ação Popular. Se fosse um processo individual, o juiz iria extinguir o processo por falta de legitimidade, mas não é o que deve ocorrer no Processo Coletivo. Deve-se, neste caso, intimar outros cidadãos por edital para assumir a titularidade ativa tendo em vista que o autor popular não tem mais legitimidade, ou seja, nas Ações coletivas deve-se chamar os demais legitimados para se evitar a extinção da ação com base no princípio do interesse jurisdicional no conhecimento do mérito.
Princípio da Prioridade na tramitação
Também se trata de princípio implícito. 
De acordo com esse princípio, no âmbito do processo coletivo, o juiz deve preferir o julgamento do processo coletivo às ações individuais. Fundamento: a decisão em um processo coletivo pode solucionar muitos conflitos ao mesmo tempo, enquanto que 1 decisão em um processo individual soluciona apenas 1 conflito.
É óbvio que se respeita as preferencias legais (julgar primeiro MS, HC, processo de idosos). Saindo das preferências legais, a lógica é que se julguem as ações coletivas antes das ações individuais que não tenham as preferências legais. Portanto, processos individuais cuja previsão legal expressa determina prioridade, essas previsões expressas prevalecem sobre o processo coletivo.
Princípio do máximo benefício da tutela jurisdicional coletiva
Há previsão legal no art. 103, §§3º e 4º e 104 do CDC. 
Art. 103. (...)  § 3° Os efeitos da coisa julgada de que cuida o art. 16, combinado com o art. 13 da Lei n° 7.347, de 24 de julho de 1985, não prejudicarão as ações de indenização por danos pessoalmente sofridos, propostas individualmente ou na forma prevista neste código, mas, se procedente o pedido, beneficiarão as vítimas e seus sucessores, que poderão proceder à liquidação e à execução, nos termos dos arts. 96 a 99.
§ 4º Aplica-se o disposto no parágrafo anterior à sentença penal condenatória.
Art. 104. As ações coletivas, previstas nos incisos I e II e do parágrafo único do art. 81, não induzem litispendência para as ações individuais, mas os efeitos da coisa julgada erga omnes ou ultra partes a que aludem os incisos II e III do artigo anterior não beneficiarão os autores das ações individuais, se não for requerida sua suspensão no prazo de trinta dias, a contar da ciência nos autos do ajuizamento da ação coletiva.
Por esse princípio, a coisa julgada coletiva, desde que benéfica, pode ser aproveitada pelos titulares das pretensões individuais decorrentes ou correspondentes.
No sistema coletivo brasileiro a coisa julgada coletiva só beneficia o particular/indivíduo (nunca o prejudica).
A ideia, portanto, é de que todos que estejam na mesma situação sejam beneficiados, mas nunca prejudicados. É chamado de Transporte in utilibus da coisa julgada coletiva para o plano individual, que impõe que seja transportado, no que for útil a tutela coletiva (a sentença coletiva pode ser aproveitada pelo indivíduo naquilo que lhe for útil).
Se a decisão da sentença coletiva for prejudicial, cada um dos legitimados pode aviar ação autônoma buscando o seu direito, de forma específica. Isso porque, cada um dos indivíduos não foi parte no processo coletivo e nele não pôde exercer o contraditório, pelo que não pode ser prejudicado.
Lado positivo do princípio: imagine um autor da ação coletiva em que sua atuação foi ruim. Imagine que ele perca a ação coletiva. O indivíduo não será prejudicado por essa má atuação do autor, visto que ele pode ingressar de forma individual pleiteando o seu direito.
Lado negativo do princípio: é graças a este dispositivo 103, §§ 3º e 4º do CDC que o Judiciário brasileiro é abarrotado de processos, pois se julgou improcedente (mesmo que seja julgamento pelos Tribunais Superiores), como a ação coletiva não prejudica, cada indivíduo poderá ingressar com o seu processo. É o que está acontecendo no caso do plano Collor, Verão etc.
Deve-se estudar uma maneira de equilibrar esses 2 interesses. Contudo, hoje ainda só beneficia (não prejudica).
A parte a seguir o professor não falou na aula de 2012: *Exceção: há uma hipótese em que a pessoa possa ser prejudicada na ação coletiva é no caso em que decide se habilitar na ação coletiva. Nessa hipótese, considerando que foi parte no processo, será atingido pela coisa julgada, sempre.
Princípio da Máxima efetividade do processo coletivo (ou Princípio do Ativismo Judicial)
É também chamado de princípio do Ativismo Judicial. Trata-se de princípio implícito.
Por esse princípio do ativismo judicial, reconhece-se ao juiz do processo coletivo uma maior gama de poderes de decisão e condução do processo.
Esse princípio é inspirado no direito norte-americano. Lá o juiz é dotado de defining function, por estar em jogo interesses coletivos. Como nos EUA o juiz tem esses poderes aumentados, a ideia é que no Brasil se adote esse mesmo padrão da defining function e da máxima efetividade.
A razão para se falar que no processo coletivo o juiz tem poderes aumentados advém do fato de que o processo coletivo é de interesse público primário. Por de traz da decisão do juiz há uma gama de interesses sociais (interesses da coletividade). Para que o juiz possa tutelar esse interesse público primário adequadamente é indispensável que ele tenha os poderes, de decisão e condução do processo, aumentados.
Decorrências práticas do princípio da máxima efetividade do processo coletivo.
Essa ideia de ampliação dos poderes do juiz tem várias decorrências práticas. Vamos falar apenas de 2: uma relacionada ao maior poder de condução e a outra relacionada ao maior de decisão. 
Controle Judicial das Políticas Públicas (maior poder de decisão)
É uma decorrência prática relacionada ao maior poder de decisão.
Ler acórdão do STJ Resp. 577.836/SC. Esse julgado traz bem as balizas de tudo o que será falado.
Tem se admitido hoje com tranquilidade tanto no STF quanto no STJ que o Judiciário pode determinar à Administração a implementação de uma política pública, inclusive com ordem de realocação de verbas, toda vez que a omissão patológica da administração comprometer o atendimento a uma promessa constitucional (saúde, creche, segurança pública etc.). Entende-se que não há violação da tripartição de poderes porque o Judiciário nada mais faz do que determinar à Administração o cumprimento da lei maior (CF/88), até porque a implementação de políticas públicas garantidas pela CF/88 é atividade vinculada do administrador, e não discricionária. Mesmo quando não haja verbas suficientes (Teoria da Reserva do Possível que é sempre alegada pelo Poder Público – “eu não faço porque eu não tenho verba”), deverá o Judiciário preservar o núcleo mínimo existencial do direito fundamental, de modo a garantir, ainda que por via anômala, o seu exercício. (se não se pode construir uma creche, que se garanta à criança acesso à creche de município vizinho – determinar que a prefeitura faça convênio com o município vizinho e disponibilize ônibus para levar e buscar as crianças). O Poder Judiciário só não pode se imiscuir (intrometer) na Administração quanto às questões relacionadas à conveniência e oportunidade do administrator, como a de determinar, por exemplo, o local de funcionamento do serviço público ou afins (ex.: não pode determinar quando vai inaugurar a creche ou em que local construirá, mas pode determinar que se construa a creche em “x dias” .
Essa é a prova cabal do princípio da máxima efetividade, pois o Judiciário controla políticas públicas. O grande problema é como fazer o administrador cumprir essa determinação.Não existe coisa mais difícil hoje no processo coletivo do que fazer com que o administrador cumpra, já que o judiciário não tem poderes além da multa para compelir os administradores a cumprir a obrigação (pois que paga a multa não são os administradores e sim a administração). Não há mecanismos eficientes para a execução.
REsp 577836 SC 2003 Relator(a): Ministro LUIZ FUX Julgamento: 20/10/2004 Órgão Julgador: T1 - PRIMEIRA TURMA Publicação: DJ 28.02.2005 p. 200 RDDP vol. 26 p. 189
DIREITO CONSTITUCIONAL À ABSOLUTA PRIORIDADE NA EFETIVAÇÃO DO DIREITO À SAÚDE DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE. NORMA CONSTITUCIONAL REPRODUZIDA NOS ARTS. 7º E 11 DO ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE. NORMAS DEFINIDORAS DE DIREITOS NÃO PROGRAMÁTICAS. EXIGIBILIDADE EM JUÍZO. INTERESSE TRANSINDIVIDUAL ATINENTE ÀS CRIANÇAS SITUADAS NESSA FAIXA ETÁRIA. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. CABIMENTO E PROCEDÊNCIA. 1. Ação civil pública de preceito cominatório de obrigação de fazer, ajuizada pelo Ministério Público do Estado de Santa Catarina tendo vista a violação do direito à saúde de mais de 6.000 (seis mil) crianças e adolescentes, sujeitas a tratamento médico-cirúrgico de forma irregular e deficiente em hospital infantil daquele Estado. 2. O direito constitucional à absoluta prioridade na efetivação do direito à saúde da criança e do adolescente é consagrado em norma constitucional reproduzida nos arts. 7º e 11 do Estatuto da Criança e do Adolescente: "Art. 7º A criança e o adolescente têm direito a proteção à vida e à saúde, mediante a efetivação de políticas sociais públicas que permitam o nascimento e o desenvolvimento sadio e harmonioso, em condições dignas de existência." "Art. 11. É assegurado atendimento médico à criança e ao adolescente, através do Sistema Único de Saúde, garantido o acesso universal e igualitário às ações e serviços para promoção, proteção e recuperação da saúde." 3. Violação de lei federal. 4. Releva notar que uma Constituição Federal é fruto da vontade política nacional, erigida mediante consulta das expectativas e das possibilidades do que se vai consagrar, por isso que cogentes e eficazes suas promessas, sob pena de restarem vãs e frias enquanto letras mortas no papel. Ressoa inconcebível que direitos consagrados em normas menores como Circulares, Portarias, Medidas Provisórias, Leis Ordinárias tenham eficácia imediata e os direitos consagrados constitucionalmente, inspirados nos mais altos valores éticos e morais da nação sejam relegados a segundo plano. Prometendo o Estado o direito à saúde, cumpre adimpli-lo, porquanto a vontade política e constitucional, para utilizarmos a expressão de Konrad Hesse, foi no sentido da erradicação da miséria que assola o país. O direito à saúde da criança e do adolescente é consagrado em regra com normatividade mais do que suficiente, porquanto se define pelo dever, indicando o sujeito passivo, in casu, o Estado. 5. Consagrado por um lado o dever do Estado, revela-se, pelo outro ângulo, o direito subjetivo da criança. Consectariamente, em função do princípio da inafastabilidade da jurisdição consagrado constitucionalmente, a todo direito corresponde uma ação que o assegura, sendo certo que todas as crianças nas condições estipuladas pela lei encartam-se na esfera desse direito e podem exigi-lo em juízo. A homogeneidade e transindividualidade do direito em foco enseja a propositura da ação civil pública. 6. A determinação judicial desse dever pelo Estado, não encerra suposta ingerência do judiciário na esfera da administração. Deveras, não há discricionariedade do administrador frente aos direitos consagrados, quiçá constitucionalmente. Nesse campo a atividade é vinculada sem admissão de qualquer exegese que vise afastar a garantia pétrea. 7. Um país cujo preâmbulo constitucional promete a disseminação das desigualdades e a proteção à dignidade humana, alçadas ao mesmo patamar da defesa da Federação e da República, não pode relegar o direito à saúde das crianças a um plano diverso daquele que o coloca, como uma das mais belas e justas garantias constitucionais. 8. Afastada a tese descabida da discricionariedade, a única dúvida que se poderia suscitar resvalaria na natureza da norma ora sob enfoque, se programática ou definidora de direitos. Muito embora a matéria seja, somente nesse particular, constitucional, porém sem importância revela-se essa categorização, tendo em vista a explicitude do ECA, inequívoca se revela a normatividade suficiente à promessa constitucional, a ensejar a acionabilidade do direito consagrado no preceito educacional. 9. As meras diretrizes traçadas pelas políticas públicas não são ainda direitos senão promessas de lege ferenda, encartando-se na esfera insindicável pelo Poder Judiciário, qual a da oportunidade de sua implementação. 10. Diversa é a hipótese segundo a qual a Constituição Federal consagra um direito e a norma infraconstitucional o explicita, impondo-se ao judiciário torná-lo realidade, ainda que para isso, resulte obrigação de fazer, com repercussão na esfera orçamentária. 11. Ressoa evidente que toda imposição jurisdicional à Fazenda Pública implica em dispêndio e atuar, sem que isso infrinja a harmonia dos poderes, porquanto no regime democrático e no estado de direito o Estado soberano submete-se à própria justiça que instituiu. Afastada, assim, a ingerência entre os poderes, o judiciário, alegado o malferimento da lei, nada mais fez do que cumpri-la ao determinar a realização prática da promessa constitucional. 12. O direito do menor à absoluta prioridade na garantia de sua saúde, insta o Estado a desincumbir-se do mesmo através da sua rede própria. Deveras, colocar um menor na fila de espera e atender a outros, é o mesmo que tentar legalizar a mais violenta afronta ao princípio da isonomia, pilar não só da sociedade democrática anunciada pela Carta Magna, mercê de ferir de morte a cláusula de defesa da dignidade humana. 13. Recurso especial provido para, reconhecida a legitimidade do Ministério Público, prosseguir-se no processo até o julgamento do mérito.
Flexibilização procedimental
É a tese de doutorado do Gajardoni de 2008.
É uma decorrência prática relacionada ao maior poder de condução.
Graças a esses poderes potencializados do juiz, tem se admitido que ele tenha maior poder na condução do processo (no procedimento; no rito). O que se diz é que o juiz tem poder de flexibilizar a regra procedimental. O juiz poderia criar etapas úteis ou tirar etapas inúteis ao andamento do processo. O juiz é mais ativo na condução considerando que, de acordo com a doutrina, pode flexibilizar as regras processuais e procedimentais a bem da tutela coletiva. 
Ex.: não tem previsão legal para a intervenção do amicus curiae no processo coletivo, mas nada impede que o juiz, para melhor se inteirar sobre o assunto, flexibilize o procedimento e convide pessoas para intervir no processo.
Ex.2: poder do juiz de ampliar prazos previamente fixados pelo legislador, ou seja, pode dilatar prazo para defesa. O prazo da defesa no processo coletivo é de 15 dias, mas pode ser que uma ação seja tão complexa que precisa de mais dias para a resposta. (ex.: promotor demorou 3 anos no Inquérito Civil, fez 3 perícias, ouviu muitas pessoas, sendo que a ACP começou com 18 volumes de documentos). Graças a esses poderes é que nesses casos o juiz pode ampliar o prazo da defesa, de forma que se respeite o contraditório e ampla defesa (coisa que não se pode fazer no processo individual). 
Princípio da máxima amplitude (Princípio da não taxatividade / Princípio da atipicidade das ações coletivas)
Tal princípio tem previsão no art. 83 do CDC. Ele é repetido no art. 212 do ECA e no art. 82 do Estatuto do Idoso.
Art. 83. Para a defesa dos direitos e interesses protegidos por este código são admissíveis todas as espécies de ações capazes de propiciar sua adequada e efetiva tutela.
Pela atipicidade das ações coletivas, qualquer ação pode ser coletivizada, ou seja, qualquer tipo de meio pode ser utilizado para a defesa dos interesses difusos e coletivos.Ex.1: invasão de área de reserva ambiental – pode-se aviar uma reintegração de posse para retirada das pessoas e proteção do meio ambiente; nada impede que o MP, que nem é o possuidor, de ingressar com uma Ação Possessória Coletiva para proteger o meio ambiente. Será uma possessória coletivizada, já que visa a tutela dos interesses difusos e coletivos.
Ex.2: Ação Monitória Coletiva. A pessoa fez um TAC com o MP, mas este não colheu a assinatura da pessoa. Se não tem assinatura, o TAC não vale (não vai ser título executivo, visto que não tem assinatura do devedor). Contudo, no TAC tem a intimação da pessoa; demonstra que ele compareceu, ou seja, há prova escrita (sem eficácia de título executivo) de que a pessoa assumiu a obrigação, embora não tenha assinado o termo.
Ex.3: ação de repetição do indébito de valores indevidamente cobrados; 
	
Princípio da Ampla divulgação da demanda coletiva
Tem previsão no art. 94 do CDC.
Art. 94. Proposta a ação, será publicado edital no órgão oficial, a fim de que os interessados possam intervir no processo como litisconsortes, sem prejuízo de ampla divulgação pelos meios de comunicação social por parte dos órgãos de defesa do consumidor.
Toda vez que se tem um processo coletivo e que tenha particulares interessados, o referido artigo estabelece que, proposta a ação, os interessados serão intimados para, querendo, intervir no processo como litisconsortes. A ideia desse princípio é que se dê ciência ao maior número possível de pessoas do processo coletivo, de forma que os interessados tomem ciência e possam tomar todas as medidas necessárias ou ingressar na ação como litisconsorte (o que não é interessante para o particular visto que, como ele vai ser parte, se perder a coletiva ele perderá junto e não poderá ingressar com uma ação individual). 
A ideia é de dar maior eficácia social para o processo coletivo.
Tal princípio foi copiado do sistema norte-americano.
Críticas acerca do artigo 94 CDC
Entende-se que este dispositivo tem uma falha enorme, visto que ele fala da necessidade de dar ciência a todos quando ingressa com a ação, mas ele se esquece de prever que deve ser dada ciência a todos quando a ação coletiva é julgada procedente. É muito mais importante dar ciência da procedência da ação para a sociedade do que dar ciência de que está em trâmite um processo coletivo.
Publicação por edital não tem tanta eficácia.
Aula 2 – 04.04.2012
Princípio do microssistema processual coletivo (Princípio da integratividade do sistema processual coletivo)
Diferentemente do processo individual, que tem um CPC só para tratar do processo, no Processo Coletivo não existe nenhuma lei que trata só de processo coletivo; não há um código de processos coletivos, sendo, portanto, necessário que sejam analisadas várias leis que são consideradas um microssistema.
Toda a doutrina é uniforme em apontar que existem 02 leis centrais que compõe o núcleo do sistema processual coletivo. 
 
Leis vetores do microssistema
Há duas leis que são vetores desse microssistema: LACP e CDC.
Esses 2 diplomas juntos (LACP e CDC) compõe um núcleo bastante interessante, visto que de acordo com o art. 21 da LACP, todas as normas do CDC se aplicam à LACP e de acordo com o artigo 90 do CDC, todas as normas da LACP se aplicam ao CDC. É o que parte da doutrina chama de norma de reenvio. Temos aqui o núcleo central do sistema processual coletivo.
Art. 21. Aplicam-se à defesa dos direitos e interesses difusos, coletivos e individuais, no que for cabível, os dispositivos do Título III da lei que instituiu o Código de Defesa do Consumidor.  (Incluído Lei nº 8.078, de 1990)
Art. 90. Aplicam-se às ações previstas neste título as normas do Código de Processo Civil e da Lei n° 7.347, de 24 de julho de 1985, inclusive no que respeita ao inquérito civil, naquilo que não contrariar suas disposições.
Ocorre que mesmo aplicando as 02 leis, há lacunas; o LACP e o CDC não são capazes, sozinhas, de disciplinar todo o processo coletivo. Vem então a construção da doutrina, com amparo da jurisprudência, para dizer que o sistema processual coletivo ainda é composto por todas as leis que possuem vocação coletiva. Então temos a Lei de Ação Popular – LAP, Lei do MS (coletivo), Lei de Improbidade Administrativa - LIA, Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA, Estatuto dos Idosos, Lei 7.853/89 – Lei que trata da tutela do deficiente físico e mental etc. (visto que têm várias outras leis que tratam do processo coletivo).
	
	SISTEMA INTEGRADO NORMATIVO
(Teoria do Diálogo das Fontes Normativas)
 
 LAP
			
Lei Def. Físico e Mental			LACP		 		LMS
					
Estatuto do Idoso e etc.			CDC				LIA
						
						
 ECA
 CPC (subsidiariamente)
Toda vez que não tiver norma no núcleo (LACP e CDC), devemos nos socorrer às normas do microssistema. E como é um sistema integrativo, as normas do microssistema também podem se valer das normas constantes no núcleo. Temos, portanto, todas as normas se comunicando com o núcleo e o núcleo se comunicando com todas as outras normas de vocação coletiva.
Com o passar do tempo, aconteceu que a doutrina evoluiu e passou a dizer que isso tudo é um sistema só de modo que essas normas começaram a se comunicar em paralelo, fechando, portanto, aquilo que se chama de microssistema processual coletivo.
Chama-se de Sistema Integrado Normativo, visto que essas normas se interpenetram (se completam).
Obs.: Na teoria geral do direito é usada a expressão Teoria do Diálogo das Fontes normativas, para falar do Sistema Integrado Normativo (essa última expressão é utilizada pelos doutrinadores de difusos e coletivos).
Só não se aplicam as regras do microssistema quando, o caso concreto, revelar a incompatibilidade de 2 normas de vocação coletiva. É raro, mas pode ser que 02 normas do microssistema entrem em conflito. Neste caso devem ser respeitadas as especificidades normativas.
Ex.: não se pode querer aplicar o procedimento do art. 17 da LIA, que é um procedimento próprio moldado para a improbidade, nas ACP. O procedimento da LIA é diferenciado porque nele tem sanção (suspensão dos direitos políticos; perda do cargo). Já na ACP não tem sanção; há apenas reparação de dano, que é diferente de sanção. Há uma incompatibilidade lógica entre os 2 dispositivos.
O CPC não compõe o microssistema coletivo, vez que tem vocação individual, de modo que a sua aplicação não é integrativa e sim subsidiária. Portanto só se aplica o CPC quando se busca regulamentação pelo microssistema, mas não se encontra nada. Ex.: prazo para apelação.
Implicações práticas da aplicação do microssistema na jurisprudência
São alguns exemplos de aplicação pratica do microssistema processual coletivo:
Aplicação do CDC em toda espécie de ACP
É pacífico o entendimento que o CDC pode ser aplicado nas ACPs ambientais, ACP de urbanismos, ACP de segurança pública, ACP de saúde etc.
Ex.: Se LACP que trata de meio ambiente, urbanismo, saúde pública e segurança pública tiver alguma lacuna, a primeira norma que devemos buscar a integração será o CDC. Não importa que o CDC tenha sido feito para as relações de consumo, visto que a aplicação é integrativa entre tais normas.
Ampliação do rol de legitimados para propor ACP do ECA.
O art. 210 do ECA, ao listar o rol de pessoas que podem propor ACP, ele fala de MP, associações, contudo ele não fala da Administração Direita (União, Estado, Município e DF), mas a Administração Direta pode propor ACP, tendo em vista que o ECA pode se integrar com todas as normas do Sistema Integrado Normativo, sendo que se deve buscar 1º no núcleo, para depois, caso não encontre amparo no núcleo, se valer das leis ‘orbitais’. No exemplo, o ECA vai encontrar no rol de legitimados ativos da LACP a Administração Direta e Indireta.
Portanto, apesar da omissão do art. 210 do ECA, a Administração Direta; Defensoria Pública, podem propor ACP para tutelar a criança e o adolescente, visto que tem previsão no núcleo normativo(aplica-se integrativamente).
Reexame necessário
O Reexame necessário é a favor do Poder Público (art. 475 CPC)
Art. 475. Está sujeita ao duplo grau de jurisdição, não produzindo efeito senão depois de confirmada pelo tribunal, a sentença: (Redação dada pela Lei nº 10.352, de 2001)
I – proferida contra a União, o Estado, o Distrito Federal, o Município, e as respectivas autarquias e fundações de direito público; (Redação dada pela Lei nº 10.352, de 2001)
II – que julgar procedentes, no todo ou em parte, os embargos à execução de dívida ativa da Fazenda Pública (art. 585, VI). (Redação dada pela Lei nº 10.352, de 2001)
§ 1o Nos casos previstos neste artigo, o juiz ordenará a remessa dos autos ao tribunal, haja ou não apelação; não o fazendo, deverá o presidente do tribunal avocá-los. (Incluído pela Lei nº 10.352, de 2001)
§ 2o Não se aplica o disposto neste artigo sempre que a condenação, ou o direito controvertido, for de valor certo não excedente a 60 (sessenta) salários mínimos, bem como no caso de procedência dos embargos do devedor na execução de dívida ativa do mesmo valor. (Incluído pela Lei nº 10.352, de 2001)
§ 3o Também não se aplica o disposto neste artigo quando a sentença estiver fundada em jurisprudência do plenário do Supremo Tribunal Federal ou em súmula deste Tribunal ou do tribunal superior competente. (Incluído pela Lei nº 10.352, de 2001)
Quando o Poder Público perde um processo e a condenação é em valor superior a 60 salários mínimos, o juiz deve submeter a sentença a uma nova análise pelo Tribunal. A doutrina diz que o reexame necessário é uma condição de eficácia da sentença, isto é, enquanto não for confirmada a sentença em instância superior, a decisão não tem eficácia.
Diante de uma ACP, na LACP não tem regra sobre reexame necessário. Como não tem regra de reexame necessário, devemos primeiro buscar no CDC. Contudo, no CDC também não tem regra de reexame necessário. Neste caso, devemos procurar a regulamentação do instituto nas normas que compõe o microssistema. Encontramos na LAP o art. 19 que trata da matéria. Com mérito
Sem mérito
Art. 19. A sentença que concluir pela carência ou pela improcedência da ação está sujeita ao duplo grau de jurisdição, não produzindo efeito senão depois de confirmada pelo tribunal; da que julgar a ação procedente caberá apelação, com efeito suspensivo
§ 1º Das decisões interlocutórias cabe agravo de instrumento. (Redação dada pela Lei nº 6.014, de 1973)
§ 2º Das sentenças e decisões proferidas contra o autor da ação e suscetíveis de recurso, poderá recorrer qualquer cidadão e também o Ministério Público. (Redação dada pela Lei nº 6.014, de 1973)
O reexame necessário na Ação Popular é invertido, ou seja, terá reexame quando o autor perder; ele não é a favor do poder público, mas sim é a favor da coletividade. Se for conclusão sem mérito, ou improcedência, a decisão não terá eficácia enquanto não for confirmada pela instância superior.
Se na Ação Popular tem reexame necessário invertido, pode-se concluir que, por aplicação microssistêmica integrada, a ACP segue a mesma regra da Ação Popular, ou seja, toda vez que a sentença da ACP for pela carência da ação ou pela improcedência do pedido, a decisão necessariamente deverá ser submetida ao duplo grau de jurisdição (encaminhada ao tribunal de 2º grau para reapreciação da matéria).
STJ, REsp. 1108542 SC - PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. REPARAÇÃO DE DANOS AO ERÁRIO. SENTENÇA DE IMPROCEDÊNCIA. REMESSA NECESSÁRIA. ART. 19 DA LEI Nº 4.717/64. APLICAÇÃO. 1. Por aplicação analógica da primeira parte do art. 19 da Lei nº 4.717/65, as sentenças de improcedência de ação civil pública sujeitam-se indistintamente ao reexame necessário. Doutrina. 2. Recurso especial provido. 
Obs.: o MS coletivo que tem disciplina própria sobre o assunto, não se aplicando a integração a ele.
Inversão do ônus da prova
A inversão do ônus da prova tem previsão no art. 6º, VIII do CDC.
Art. 6º São direitos básicos do consumidor:
VIII - a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do ônus da prova, a seu favor, no processo civil, quando, a critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando for ele hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de experiências;
Imagine que se tenha uma ACP ambiental. Como a ACP integra um sistema que tem no núcleo a LACP e o CDC. O STJ, a luz da integratividade, decidiu que apesar de não ter previsão de inversão do ônus da prova na LACP, tem no CDC. Como tem no CDC pode-se aplicar integrativamente. Portanto, o juiz em uma ACP ambiental, por exemplo, pode determinar que o poluidor prove que não causou o dano ambiental com base no CDC, invertendo, assim, o ônus da prova. 
STJ: Resp. 972902 RS Relator(a): Ministra ELIANA CALMON Julgamento:25/08/2009 Órgão Julgador: T2 - SEGUNDA TURMA Publicação: DJe 14/09/2009 - PROCESSUAL CIVIL E AMBIENTAL -AÇÃO CIVIL PÚBLICA -DANO AMBIENTAL -ADIANTAMENTO DE HONORÁRIOS PERICIAIS PELO PARQUET -MATÉRIA PREJUDICADA -INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA -ART. 6º, VIII, DA LEI 8.078/1990 C/C O ART. 21 DA LEI 7.347/1985 -PRINCÍPIO DA PRECAUÇÃO. 1. Fica prejudicada o recurso especial fundado na violação do art. 18 da Lei 7.347/1985 (adiantamento de honorários periciais), em razão de o juízo de 1º grau ter tornado sem efeito a decisão que determinou a perícia. 2. O ônus probatório não se confunde com o dever de o Ministério Público arcar com os honorários periciais nas provas por ele requeridas, em ação civil pública. São questões distintas e juridicamente independentes. 3. Justifica-se a inversão do ônus da prova, transferindo para o empreendedor da atividade potencialmente perigosa o ônus de demonstrar a segurança do empreendimento, a partir da interpretação do art. 6º, VIII, da Lei 8.078/1990 c/c o art. 21 da Lei 7.347/1985, conjugado ao Princípio Ambiental da Precaução. 4. Recurso especial parcialmente provido.
Princípio da adequada representação (Princípio do controle judicial da legitimação coletiva)
Muita coisa do processo coletivo brasileiro foi copiado do sistema norte-americano. Contudo não foi uma cópia autêntica, tendo em vista que no direito norte-americano qualquer pessoa pode ajuizar uma ação coletiva (class action for damages norte-americana). Ex.: qualquer indivíduo nos EUA pode ingressar com uma ACP, mas no Brasil não pode (só são legitimado aqueles que a lei determina). A cass action lembra muito a Ação Popular brasileira, em que qualquer cidadão pode figurar o polo ativo, mas muda completamente, visto que a Ação Popular só tutela 04 direitos (meio ambiente, moralidade, patrimônio histórico e patrimônio público). Mas é exatamente porque qualquer pessoa pode ingressar com Ações Coletivas nos EUA, para poder evitar que pessoas mal intencionadas prejudiquem milhares de pessoas, o sistema norte-americano exige que a pessoa, para ingressar com a ação coletiva, demonstre representar adequadamente os interesses daquela coletividade. Para o direito norte-americano, individuo representará adequadamente a coletividade quando ele prova: 1) que ele tem um histórico na defesa de coisas coletivas (pessoa que tenha uma vida proba); 2) que o advogado da pessoa seja especializado no assunto; 3) tem que provar que tem dinheiro, visto que processo coletivo é caro. Justiça gratuita é coisa de país subdesenvolvido. Lá se a pessoa não tem dinheiro para bancar, ele tem que encontrar alguém que pague por ele; 4) provar que é parte da coletividade lesada ou que ela tem a confiança da coletividade lesada.[2: Equivale-se à ação para tutelar os direitos individuais homogêneos. Segue abaixo um texto sobre o assunto: A regra 23 do Federal Rules of Civil Procedure estabelece três espécies de class action. São situações fáticas e jurídicas diferentes que são denominadas pressupostos de desenvolvimento. Para desenvolver-se como uma class action é indispensável, além de preencher os requisitos já explicitados, que a demanda se encaixe em uma das três hipóteses a seguir: 1 – a demanda pode ser processada como class

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