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CNEC RIO DAS OSTRAS Aluno: Sâmila Figueiredo Bellas 1° período Direito Ciência Política e Teoria do Estado Prof: Fábio Henrique Sales Com a globalização, a identidade se torna um assunto acalorado. Todos os marcos divisórios são cancelados, as biografias se tornam quebra-cabeças de soluções difíceis e mutáveis. Entretanto o problema não são as peças individuais desse mosaico, mas como elas se encaixam umas nas outras. Qual é a sua opinião? Nessa entrevista que concedeu ao jornalista italiano Benedetto Vecchi, Bauman mostra como a identidade se tornou um conceito-chave para o entendimento da vida social na era da "modernidade líquida" – termo que ele cunhou para falar do esgarçamento das relações na atualidade. Segundo Bauman, à medida que nos deparamos com as incertezas e as inseguranças da "modernidade líquida", nossas identidades sociais, culturais, profissionais, religiosas e sexuais sofrem um processo de transformação contínua. Isso nos leva a buscar relações transitórias e fugazes e faz com que soframos as angústias inerentes a essa situação. A confusão atinge os valores, mas também as relações afetivas: "Estar em movimento não é mais uma escolha: agora se tornou um requisito indispensável", afirma Bauman. Identidade é um retrato da vida na contemporaneidade. Nesse livro percebi que todas as palavras mencionadas são para confrontar o senso comum e causar uma derrapagem na nossa caminhada e paramos para refletir sobre nossas relações. O tema principal gira em torno do que é Identidade e suas mudanças na Sociedade Moderna a qual estamos situados. Identidade traz à superfície da sociedade os dilemas que se tornaram "monstros" da sociedade atual, como o desconhecimento de sua identidade pessoal e a imposição de uma identidade nacional. Se paramos para pensar, podemos perceber que os relacionamentos humanos se tornam descartáveis e superficiais, como Bauman faz uma comparação com nosso hábito de consumir e de querer usufruir dos benefícios no presente momento e não querendo esperar resultados que virão com um longo processo. A leitura é altamente produtiva, principalmente com a profundidade com o que o autor trabalha. Ele não fica "em cima do muro". Ele enfrenta a ambivalência da nossa sociedade. Optar em ir ao cerne do problema e enfatizar que medidas paliativas e temporárias não funcionam para nossos atuais problemas de se relacionar e socializar. Em uma sociedade consumista, os relacionamentos tornaram-se mercadorias com datas de validades. Validades cada vez mais curta. Trocadas como se acompanhassem a velocidade do avanço da tecnologia. A superficialidade marca nossa geração e libera o medo como determinante do envolvimento das pessoas com seus semelhantes. Parece que o ser humano se distanciou da proximidade e possui fobia do contato social e abomina relacionamentos duráveis. Acreditamos cegamente que tudo que é duradouro é monótono. Não tem novidades. Exige demais de nós. Necessita de cuidado constante, por isso optamos pela quantidade e não pela qualidade. Outro ponto crucial que Bauman toca é sobre os valores morais e éticos que se perderam crédito na sociedade moderna. As pessoas direcionaram seus dilemas para o esquecimento ou a omissão e isso é refletido no afastamento das pessoas das figuras divinas, gerando crises existenciais nas maiores religiões do planeta - Cristianismo, Islamismo e Judaísmo - que trazem a torna a necessidade de pertencimento, à procura de uma causa "MAIOR". Algo que agregue o eterno. Isso é desconsiderado pela sociedade ocidental, que não entende porque os fundamentalistas religiosos morrem. Onde essas pessoas "excluídas" veem o fundamentalismo religioso como uma saída que trará acolhimento social e um sentido para sua existência.
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