Buscar

Orçamento Empresarial... (1)

Prévia do material em texto

ORÇAMENTO EMPRESARIAL
Caderno de Estudos
Prof. Valdecir Knuth
Editora UNIASSELVI
2012
NEAD
Educação a Distância
GRUPO
Copyright  Editora UNIASSELVI 2012
Elaboração:
Prof. Valdecir Knuth
Revisão, Diagramação e Produção:
Centro Universitário Leonardo da Vinci - UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri
Grupo UNIASSELVI – Indaial.
658.154
K748o Knuth, Valdecir
 Orçamento empresarial / Valdecir Knuth. Indaial : Uniasselvi, 
2012.
 345 p. : il 
 ISBN 978-85-7830- 609-0
1.	 Orçamento empresarial.
 I. Centro Universitário Leonardo da Vinci.
ORÇAMENTO EMPRESARIAL
APRESENTAÇÃO
Com o desenvolvimento socioeconômico e tecnológico, as empresas aumentaram a 
complexidade no desenvolvimento de suas atividades, tornando-se necessário aumentar o 
volume de informações com qualidade, para possibilitar aos gestores o controle do processo 
de produção e tomar decisões estratégicas, podendo prever o seu futuro. 
Neste contexto atual, os gestores têm necessidade de planejar as ações e buscar o 
controle da empresa, e o processo orçamentário torna-se cada vez mais indispensável para a 
administração de qualquer negócio.
Por isso, na disciplina de Orçamento Empresarial vamos estudar sobre a elaboração 
e utilização do orçamento financeiro e da demonstração financeira. O objetivo é proporcionar 
a você o conhecimento e a prática na aplicação do orçamento, abrangendo diversas áreas 
de uma empresa, de forma que possa contribuir com a melhoria dos resultados econômicos 
e financeiros. 
Na primeira unidade estudaremos três tópicos: no Tópico 1 abordaremos sobre sistema 
empresa, sua definição e importância na elaboração e consecução do orçamento, pois suas 
técnicas e aplicações estão relacionadas de acordo com um conjunto de atividades que 
envolvem vários profissionais, sendo que os setores devem estar integrados. Além disso, 
existem fatores externos à empresa, como as mudanças constantes do mercado, que também 
influenciam direta ou indiretamente no seu funcionamento. No Tópico 2 analisaremos conceitos 
de orçamentos, seus objetivos e os tipos existentes. Também estudaremos o funcionamento 
do sistema orçamentário, seus reflexos e efeitos causados no processo de gestão do negócio 
e nos próprios profissionais envolvidos. O Tópico 3 abordará os aspectos que envolvem a 
implantação do orçamento, como planejamento, execução, controle, avaliação das áreas de 
responsabilidades e a motivação dos envolvidos no processo. 
Na segunda unidade trataremos dos principais aspectos ligados à implantação do 
orçamento empresarial. No Tópico 1 estudaremos a importância do controle orçamentário, 
seus limites, a comunicação, a criação de cenários e o perfil do profissional designado pela 
empresa para fazer o orçamento. No Tópico 2 vamos identificar em um orçamento os custos 
industriais diretos e indiretos. O Tópico 3 terá como enfoque o planejamento da produção, 
que envolve a apuração da depreciação dos bens industriais e a identificação dos centros de 
custos em que são alocados os gastos de produção. E no Tópico 4 vamos identificar o que é 
uma ficha de produção e apontar os custos dos produtos que conhecemos no terceiro tópico 
desta unidade. Com todos os custos apurados, poderemos apurar o preço de venda e conhecer 
quais os principais impactos que existem em relação aos gastos variáveis na sua formação. 
Por fim, na terceira unidade estudaremos três tópicos: o Tópico 1 apresentará os modelos 
conceituais de orçamento. No Tópico 2 analisaremos o impacto dos efeitos inflacionários nas 
projeções orçamentárias. Identificaremos uma demonstração do resultado projetado e também 
um balanço patrimonial projetado, permitindo, dessa forma, visualizar os comportamentos 
futuros da empresa em relação aos seus aspectos econômicos e financeiros. Finalizando a 
iii
ORÇAMENTO EMPRESARIAL iv
UNI
Oi!! Eu sou o UNI, você já me conhece das outras disciplinas. 
Estarei com você ao longo deste caderno. Acompanharei os seus 
estudos e, sempre que precisar, farei algumas observações. 
Desejo a você excelentes estudos! 
 UNI
última unidade deste caderno, no Tópico 3 vamos aprender a elaborar e analisar um fluxo de 
caixa. 
Este Caderno de Estudos pretende levar a você a compreensão da teoria, além de 
incentivá-lo(a) a pôr em prática os ensinamentos sobre o orçamento financeiro e demonstração 
financeira, contribuindo para a sua atuação profissional.
Bons estudos e sucesso na sua vida profissional!
Professor Valdecir Knuth
APRESENTAÇÃO DO CONTEUDISTA
Olá! Sou o professor Valdecir Knuth, Mestre em Ciências Contábeis pela Fundação 
Universidade Regional de Blumenau, com área de concentração em Controladoria. Sou 
professor no Centro Universitário Leonardo da Vinci em cursos de graduação.
Tenho atuação em cursos de graduação desde 1996, na área de Contabilidade, com 
ênfase em Contabilidade Geral, Custos, Controladoria e Auditoria, principalmente nos seguintes 
temas: Gestão Econômica de Negócios, Gestão de Custos e Resultados, Resultado Econômico, 
Ética Profissional, Responsabilidade Profissional, Sistemas de Custeio, Método de Custeio e 
Orçamentos.
Atuo na pós-graduação, em cursos de Especialização/lato-sensu, desde 2001, na área 
de Contabilidade, com ênfase em Controladoria, Gestão Econômica, Finanças Internacionais 
e Auditoria (Controles Internos/Sarbanes Oxley).
Sou autor de cadernos de estudos de ensino a distância (EAD) nas áreas de Auditoria, 
Custos Industriais, Engenharia Econômica, Controladoria, e coautor no Caderno de Estudos 
de Empreendedorismo.
Minha experiência profissional foi adquirida nos mais de 18 anos atuando na área 
contábil em empresas multinacional e nacional, onde ocupei diversos cargos.
Meu e-mail de contato é valdecir.knuth@tpa.com.br. 
ORÇAMENTO EMPRESARIAL v
SUMÁRIO
UNIDADE 1: PROCESSO ORÇAMENTÁRIO E SUA IMPLANTAÇÃO ........................... 1
TÓPICO 1: SISTEMA EMPRESA NO ORÇAMENTO EMPRESARIAL ........................... 3
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 3
2 A EMPRESA COMO UM SISTEMA ............................................................................... 3
2.1 CONCEITO DE EMPRESA ......................................................................................... 3
2.2 CONCEITOS DE SISTEMA EMPRESA ...................................................................... 4
2.3 CARACTERÍSTICAS DO SISTEMA ORGANIZACIONAL DE UMA EMPRESA ......... 8
2.4 MISSÃO DA EMPRESA ............................................................................................ 10
2.5 A EMPRESA COMO SISTEMA ABERTO ................................................................... 11
2.6 A EMPRESA COMO SISTEMA DINâMICO .............................................................. 14
2.7 MODELO CONCEITUAL DE SISTEMA EMPRESA .................................................. 17
RESUMO DO TÓPICO 1 ................................................................................................. 20
AUTOATIVIDADE ........................................................................................................... 21
TÓPICO 2: TIPOS DE ORÇAMENTOS E SUAS APLICAÇÕES ................................... 23
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 23
2 ASPECTOS CONCEITUAIS ........................................................................................ 23
3 OBJETIVOS DOS ORÇAMENTOS ............................................................................. 26
4 TIPOS DE ORÇAMENTOS .......................................................................................... 31
5 SISTEMA DE ORÇAMENTOS..................................................................................... 36
6 O QUE REFLETEM OS ORÇAMENTOS .................................................................... 37
7 POR QUE PREVER? ................................................................................................... 38
8 COMO PREVER? ........................................................................................................ 39
9 OS EFEITOS DO ORÇAMENTO NAS PESSOAS ...................................................... 40
10 VANTAGENS E LIMITAÇÕES DO ORÇAMENTO .................................................... 43
RESUMO DO TÓPICO 2 ................................................................................................. 46
AUTOATIVIDADE ........................................................................................................... 47
TÓPICO 3: IMPLANTAÇÃO DO ORÇAMENTO EMPRESARIAL ................................. 49
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 49
2 PLANO ORÇAMENTÁRIO .......................................................................................... 49
2.1 ORçAMENTO E PROCESSO DE GESTÃO ............................................................ 50
2.2 PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DO SISTEMA DE ORçAMENTOS ......................... 54
2.3 CRIAçÃO DE NOVAS MENTALIDADES .................................................................. 57
2.4 ADEqUAçÃO DO SISTEMA DE ORçAMENTOS à ESTRUTURA 
 ORGANIZACIONAL .................................................................................................. 59
LEITURA COMPLEMENTAR .......................................................................................... 60
RESUMO DO TÓPICO 3 ................................................................................................. 69
AUTOATIVIDADE ........................................................................................................... 70
ORÇAMENTO EMPRESARIAL vi
AVALIAÇÃO .................................................................................................................... 71
UNIDADE 2: CUSTOS INDUSTRIAIS NA UTILIZAÇÃO DO ORÇAMENTO ................ 73
TÓPICO 1: UTILIZAÇÃO DO ORÇAMENTO EMPRESARIAL ...................................... 75
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 75
2 IMPORTâNCIA E VANTAGENS DO CONTROLE ORÇAMENTÁRIO ....................... 75
3 OS LIMITES PARA A ELABORAÇÃO DOS ORÇAMENTOS .................................... 76
4 QUEM FAZ OS ORÇAMENTOS .................................................................................. 80
5 COMUNICAÇÃO PARA A ELABORAÇÃO DOS ORÇAMENTOS ............................. 81
6 CRIAÇÃO DE CENÁRIOS ........................................................................................... 83
7 PREMISSAS PARA A ELABORAÇÃO DE ORÇAMENTOS ...................................... 84
RESUMO DO TÓPICO 1 ................................................................................................. 89
AUTOATIVIDADE ........................................................................................................... 90
TÓPICO 2: IDENTIFICAÇÃO DOS CUSTOS DIRETOS E INDIRETOS 
 INDUSTRIAIS .............................................................................................. 91
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 91
2 CUSTOS VARIÁVEIS OU DIRETOS E CUSTOS FIXOS OU INDIRETOS ................. 91
2.1 CUSTOS VARIÁVEIS OU DIRETOS ......................................................................... 91
2.2 CUSTOS FIXOS OU INDIRETOS ............................................................................. 93
2.2.1 PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DOS CUSTOS FIXOS OU INDIRETOS ......... 95
2.3 EMBALAGEM E ETIqUETAS DE IDENTIFICAçÃO ................................................ 96
2.4 MÃO DE OBRA DIRETA E INDIRETA ....................................................................... 98
2.5 HORAS DE PRODUçÃO DISPONÍVEIS ................................................................ 104
2.6 VALOR DO CUSTO/HORA ..................................................................................... 105
RESUMO DO TÓPICO 2 ............................................................................................... 107
AUTOATIVIDADE ......................................................................................................... 108
TÓPICO 3: IDENTIFICAÇÃO DOS GASTOS DE PRODUÇÃO .................................. 109
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 109
2 PLANEJAMENTO DA PRODUÇÃO .......................................................................... 109
3 DEPRECIAÇÃO .......................................................................................................... 112
3.1 MÉTODOS DE DEPRECIAçÃO .............................................................................. 114
3.2 CÁLCULO DA DEPRECIAçÃO ................................................................................ 115
4 NATUREZA E AVALIAÇÃO DOS CENTROS DE RESPONSABILIDADES .............. 117
4.1 CENTRO DE CUSTO ............................................................................................... 117
4.2 CENTRO DE VENDAS ............................................................................................. 117
4.3 CENTRO DE DESPESAS ........................................................................................ 118
4.4 CENTRO DE INVESTIMENTOS .............................................................................. 118
4.5 CENTRO DE LUCRO ............................................................................................... 119
RESUMO DO TÓPICO 3 ............................................................................................... 121
AUTOATIVIDADE ......................................................................................................... 122
ORÇAMENTO EMPRESARIAL vii
TÓPICO 4: APURAÇÃO DOS CUSTOS E FORMAÇÃO DO PREÇO DE VENDA ..... 125
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 125
2 FICHA TÉCNICA OU DE PRODUÇÃO ..................................................................... 125
3 FORMAÇÃO DO PREÇO DE VENDA ....................................................................... 135
3.1 POLÍTICA DE PREçOS .......................................................................................... 137
3.1.1 Formação do preço de venda ............................................................................... 137
3.1.2 Erros na formação do preço de venda ................................................................. 142
3.1.3 A equação do preço de venda .............................................................................. 143
3.2 TIPOS DE PREçOS ................................................................................................ 144
3.2.1 Estratégias de preços distintos ............................................................................. 144
3.2.2 Estratégias de preços competitivos ...................................................................... 144
3.3 ANÁLISE DO COMPOSTO COMPETITIVO ........................................................... 145
3.3.1 Estrutura de custos ............................................................................................... 145
3.3.2 Estratégia e política de mercado .......................................................................... 146
3.3.2.1 Produtos ............................................................................................................146
3.3.2.2 Fatores ambientais ............................................................................................ 147
LEITURA COMPLEMENTAR ........................................................................................ 147
RESUMO DO TÓPICO 4 ............................................................................................... 154
AUTOATIVIDADE ......................................................................................................... 155
AVALIAÇÃO .................................................................................................................. 157
UNIDADE 3: ORÇAMENTOS, PROJEÇÕES E FLUXO DE CAIXA ............................ 159
TÓPICO 1: ORÇAMENTOS E PROJEÇÕES (MODELO CONCEITUAL) ................... 161
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 161
2 MODELO CONCEITUAL DE ORÇAMENTO ............................................................. 161
2.1 PROCESSOS DE ELABORAçÃO .......................................................................... 161
2.2 ORçAMENTO OPERACIONAL .............................................................................. 163
2.3 ORçAMENTO DE VENDAS ................................................................................... 165
2.4 ORçAMENTO DE INVESTIMENTOS ..................................................................... 178
2.5 IDENTIFICAçÃO DOS PERÍODOS DE ESTOCAGEM DE PRODUTOS ............... 179
2.6 ORçAMENTO DE MÃO DE OBRA DIRETA ........................................................... 180
2.7 ORçAMENTO DE UNIDADES FÍSICAS DE ESTOqUE ........................................ 181
2.8 ORçAMENTO DE COMPRAS, CONSUMO E ESTOqUE DE MATERIAIS ........... 192
RESUMO DO TÓPICO 1 ............................................................................................... 273
AUTOATIVIDADE ......................................................................................................... 275
TÓPICO 2: PROJEÇÕES ORÇAMENTÁRIAS ............................................................ 277
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 277
2 OS EFEITOS INFLACIONÁRIOS NAS PROJEÇÕES ORÇAMENTÁRIAS ............. 277
2.1 ESTIMATIVAS DE INFLAçÕES FUTURAS ............................................................ 281
2.2 DEMONSTRATIVO DE CUSTOS E DESPESAS PROJETADOS ........................... 282
2.2.1 Orçamento de despesas operacionais ................................................................. 282
2.2.2 Orçamento de despesas administrativas ............................................................. 284
ORÇAMENTO EMPRESARIAL viii
2.2.3 Orçamento de despesas com vendas .................................................................. 284
2.2.4 Orçamento de despesas financeiras .................................................................... 284
2.3 DEMONSTRAçÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO PROJETADO ................... 294
2.3.1 Orçamento de despesas tributárias ...................................................................... 296
2.4 DEMONSTRAçÃO DO FLUXO DE CAIXA PROJETADO ...................................... 297
2.5 BALANçO PATRIMONIAL PROJETADO ................................................................ 299
2.6 ANÁLISE DAS VARIAçÕES ................................................................................... 300
RESUMO DO TÓPICO 2 ............................................................................................... 303
AUTOATIVIDADE ......................................................................................................... 304
TÓPICO 3: ELABORAÇÃO E ANÁLISE DO FLUXO DE CAIXA ................................ 307
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 307
2 MÉTODOS PARA ELABORAÇÃO DA DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS 
 DE CAIXA .................................................................................................................. 308
2.1 MÉTODO DIRETO .................................................................................................. 308
2.1.1 Vantagens e desvantagens do método direto ...................................................... 310
2.2 MÉTODO INDIRETO ............................................................................................... 310
2.2.1 Vantagens e desvantagens do método indireto ................................................... 313
2.3 VISÃO GERAL DA DEMONSTRAçÃO DO FLUXO DE CAIXA .............................. 313
3 BALANÇO PATRIMONIAL ........................................................................................ 314
3.1 MOVIMENTAçÕES CONTÁBEIS DO ATIVO ......................................................... 315
3.2 MOVIMENTAçÕES CONTÁBEIS DO PASSIVO .................................................... 319
3.3 MOVIMENTAçÕES CONTÁBEIS DO PATRIMÔNIO LÍqUIDO .............................. 322
4 ANÁLISE DO FLUXO DE CAIXA PELO MÉTODO INDIRETO ................................. 324
LEITURA COMPLEMENTAR ........................................................................................ 332
RESUMO DO TÓPICO 3 ............................................................................................... 338
AUTOATIVIDADE ......................................................................................................... 340
AVALIAÇÃO .................................................................................................................. 341
REFERÊNCIAS ............................................................................................................. 343
O
R
Ç
A
M
E
N
T
O
E
M
P
R
E
S
A
R
I
A
L
UNIDADE 1
PROCESSO ORÇAMENTÁRIO E SUA 
IMPLANTAÇÃO
ObjETIvOS DE APRENDIzAgEM
 A partir do estudo desta unidade você estará apto(a) a:
	conhecer de que maneira a empresa é percebida como um 
sistema;
	compreender as características do sistema organizacional de uma 
empresa;
	aprender de que forma uma empresa pode ser vista como um 
sistema aberto e dinâmico;
	compreender o que é um orçamento e quais são seus objetivos;
	conhecer por que se deve realizar um orçamento e qual é a sua 
função para o administrador;
	identificar qual a contribuição do orçamento para o trabalho do 
gestor da empresa;
	conhecer os principais tipos de orçamentos existentes;
	compreender a maneira como o orçamento exerce influência 
nos administradores da empresa quanto ao seu aspecto 
comportamental;
	avaliar a importância da gestão para a implantação de um processo 
orçamentário.
TÓPICO 1 – SISTEMA EMPRESA NO ORÇAMENTO 
EMPRESARIAL
TÓPICO 2 – TIPOS DE ORÇAMENTOS E SUAS 
APLICAÇÕES 
TÓPICO 3 – IMPLANTAÇÃO DO ORÇAMENTO 
EMPRESARIAL
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No final de cada 
um deles você encontrará atividades que o(a) ajudarão a consolidar 
o seu aprendizado.
O
R
Ç
A
M
E
N
T
O
E
M
P
R
E
S
A
R
I
A
L
O
R
Ç
A
M
E
N
T
O
E
M
P
R
E
S
A
R
I
A
L
SISTEMA EMPRESA NO ORÇAMENTO 
EMPRESARIAL
1 INTRODUÇÃO
2 A EMPRESA COMO UM SISTEMA
2.1 CONCEITO DE EMPRESA
TÓPICO 1
UNIDADE 1
Sistema empresa é a área onde estudamos orçamentos, para a identificação e 
compreensão das atividades e departamentos que interagem entre si. Para uma empresa ter 
um bom funcionamento, precisa que todos os seus departamentos estejam em franca harmonia 
e funcionamento. O sistema empresa esclarece esses mecanismos, considerando que além 
do seu ambiente interno, a empresa interage num ambiente externo, o qual deve adequar-
se constantemente para manter-se no mercado. Por isso, para que o processo orçamentárioseja elaborado de acordo com a realidade de mercado em que a empresa está inserida, é 
fundamental conhecermos a empresa como um sistema.
Veremos isso no decorrer deste tópico. Vamos lá!
Na sociedade atual, a maioria da população em idade produtiva tem ou teve algum 
tipo de envolvimento com alguma empresa, como funcionário, socioacionista, prestador de 
serviços, dentre outros vínculos. 
Mas, você sabe dizer o que é uma empresa? 
UNIDADE 1TÓPICO 14
O
R
Ç
A
M
E
N
T
O
E
M
P
R
E
S
A
R
I
A
L
Podemos dizer que uma empresa é definida como uma união de esforços financeiros, 
físicos e intelectuais, com a finalidade de criar e, consequentemente, transacionar produtos e 
serviços no mercado interno e/ou externo, resultando na formação e circulação de capital que 
possa trazer benefícios econômicos e utilidade social. 
Em outras palavras, é uma entidade constituída juridicamente, ou não, que exerce 
atividade econômica de produção, transformação, comércio ou prestação de serviços, podendo 
ter fins lucrativos, filantrópicos ou sociais. 
Conforme Padoveze (2009a, p. 13), “a empresa é um sistema em que há recursos 
introduzidos, que são processados, e há a saída de produtos ou serviços”. Na mesma linha 
de raciocínio, Figueiredo e Caggiano (2008, p. 8) mencionam que “a empresa é uma unidade 
produtora que visa criar riquezas, transacionando em dois mercados, um fornecedor, outro 
consumidor”.
2.2 CONCEITOS DE SISTEMA EMPRESA
Para facilitar a compreensão do sistema organizacional de uma empresa deve haver, 
primeiramente, um reconhecimento do conjunto de departamentos que integram a organização, 
bem como das atividades desempenhadas pelos mesmos, haja vista que tais funções têm por 
finalidade propiciar a sustentabilidade da empresa no mercado.
Antes de continuarmos, vamos conhecer o que é um sistema.
Beer (1969, p. 25) define que “qualquer coisa que consiste em partes unidas entre si 
pode ser chamada de sistema, pode ser apontada como agregados de pedaços e peças [...]”. 
Para Bio (1985, p. 18), o sistema é “[...] um conjunto de elementos interdependentes, ou um 
todo organizado, ou partes que interagem formando um todo unitário e complexo”.
Em uma empresa, sempre ouvimos dizer que as “coisas” no seu ambiente funcionam 
corretamente quando existe a harmonia das atividades relacionadas entre si.
E como podemos identificar isso?
Tomemos como exemplo um conjunto de funções relacionadas ao setor de projetos de 
uma empresa, onde os funcionários têm a função de elaborar o desenho de um determinado 
tipo de produto. A área de projetos, com base nas dimensões estruturadas, identificará os tipos 
de materiais necessários à produção desse produto. O setor de administração da produção 
necessita dessas informações para elaborar as planilhas de cálculo do tempo estimado da 
UNIDADE 1 TÓPICO 1 5
O
R
Ç
A
M
E
N
T
O
E
M
P
R
E
S
A
R
I
A
L
produção e saber quais os tipos de matérias que serão utilizados. Prosseguindo nessa cadeia 
de atividades, o departamento de compras realizará as cotações de preços e pesquisará os 
fornecedores com melhores preços, prazos e qualidade, para ter uma noção de quanto se 
gastaria na aquisição de insumos e matéria-prima necessários à fabricação do produto. Por 
sua vez, a área de custos apurará os valores necessários para a sua produção e identificará 
a margem de lucratividade ideal para manter a perenidade (a sobrevivência) da empresa no 
mercado.
Para compreender essa interatividade na organização, Bertalanffy (1977, p. 53) salienta 
que “[...] é necessário estudar não somente as partes e processos isoladamente, mas também 
resolver os decisivos problemas encontrados na organização e na ordem que os unifica, 
resultante da interação dinâmica das partes [...]”. 
IMP
OR
TAN
TE! �
Então quer dizer que a empresa é “dividida” em partes e essas 
interagem entre si? Sim, cada departamento tem a incumbência 
de realizar uma atividade ou tarefa e o resultado é a interação de 
forma harmoniosa até chegar ao produto final. Por isso dizemos 
que a empresa é um sistema, ou seja, um sistema empresa. 
Para a empresa funcionar bem, ela precisa que todos os seus departamentos estejam 
em franca harmonia e funcionamento. Sem as informações de determinado departamento, o 
gestor de outro departamento poderá tomar decisões equivocadas.
UNI
A empresa precisa ser observada como um organismo vivo?
Sim, um organismo que depende de diversos outros órgãos para 
o seu excelente funcionamento.
Portanto, a empresa não é um sistema fechado, mas um sistema aberto em que implicam 
diversos fatores, como recursos financeiros, gestão de pessoas, de capital e de produção, além 
dos fatores econômicos e sociais.
De modo geral, as empresas possuem as mesmas características de interatividade de 
funções, porque elas também fazem parte de um macrossistema que fornece seus serviços 
para um conjunto de empresas que agregam seus bens ao produto final. 
UNIDADE 1TÓPICO 16
O
R
Ç
A
M
E
N
T
O
E
M
P
R
E
S
A
R
I
A
L
ATEN
ÇÃO
!
As empresas devem estar preparadas para se adequarem às 
constantes mudanças que acontecem no mercado, pois isso é 
fundamental para a sua manutenção e sobrevivência. Em outras 
palavras, ADEQUAR-SE E MELHORAR SEMPRE.
Kochanski (2000, p. 54) afirma que:
Quando uma organização passa a oferecer valor agregado a seus produtos e/
ou serviços, o mercado reage naturalmente, exigindo que as demais organiza-
ções também passem a oferecer valor agregado a seus produtos e serviços, 
levando-as a se tornarem mais competitivas. 
Em relação aos fatores macroeconômicos, Tung (1974, p. 29) demonstra que:
Nenhuma empresa pode, hoje, permitir-se o luxo de ignorar os acontecimentos 
do mundo exterior. A interdependência das empresas entre si e destas com o 
Estado em particular, é patente. A sobrevivência dos negócios depende, em 
grande parte, do conhecimento, dos fatos atuais e da previsão dos aconteci-
mentos futuros, tanto no plano nacional, quanto no internacional. 
Respondendo aos estímulos do mercado, as empresas procuram se adequar à nova 
realidade econômica e, nas constantes reestruturações, buscam a competitividade. 
Cruz (1998) aborda que existem dois tipos de comportamentos: o operacional e o 
estratégico, por meio dos quais a empresa interage com o ambiente que o cerca e que se 
complementam entre si, dando um caráter holístico que toda organização deve ter. 
IMP
OR
TAN
TE! �
Devemos tomar cuidado e observar que, com esse mercado 
dinâmico, muitas empresas também poderão desaparecer.
Contudo, apenas o cuidado não garante a sustentação da empresa no mercado. 
Podemos entender que não apenas os fatores internos, mas todas as atividades externas 
repercutem no funcionamento da empresa. Tung (1974, p. 29) afirma que:
[...] em princípio é uma fase de constantes ajustes e reajustes, pois qualquer 
trabalho atual constitui apenas um teste para o futuro, cujo alvo é a meta do 
desenvolvimento global. O cenário financeiro-econômico nacional repercute 
sempre, direta ou indiretamente, sobre as atividades da empresa.
UNIDADE 1 TÓPICO 1 7
O
R
Ç
A
M
E
N
T
O
E
M
P
R
E
S
A
R
I
A
L
Para entendermos como uma empresa transforma recursos materiais, humanos, 
financeiros, tecnológicos, dentre outros, em produtos e serviços que são destinados ao mercado, 
observemos a figura a seguir:
FIGURA 1 – VISÃO SISTÊMICA DA EMPRESA
FONTE: Adaptado de: Catelli (1999, p. 39)
Na figura anterior você pôde visualizar, de forma bastante simplificada, que a empresa 
é percebida como um sistema.
Então quer dizer que a empresa pode ser vista de forma sistêmica?
Sim.
Naturalmente, diversos fatores externos à empresa, como o governo, as políticas 
econômicas, a relação entre fornecedorese clientes, podem frequentemente alterar a sua 
dinâmica. Isto significa que ao mesmo tempo em que a empresa precisa interagir no seu 
ambiente interno, também sofre a influência do ambiente externo, conforme podemos observar 
na figura a seguir:
UNIDADE 1TÓPICO 18
O
R
Ç
A
M
E
N
T
O
E
M
P
R
E
S
A
R
I
A
L
FIGURA 2 − A INFLUÊNCIA DO AMBIENTE INTERNO E EXTERNO NA EMPRESA 
(MACROSSISTEMA)
FONTE: Disponível em: <http://www.juliobattisti.com.br/tutoriais/lucineiagomes//som001_clip_
image011.jpg>. Acesso em: 21 nov. 2011.
As empresas recebem do mercado fornecedor os diversos tipos de matérias-primas e 
insumos que, nas atividades internas, serão processados, gerando novos produtos, que serão 
disponibilizados ao mercado consumidor.
Todos esses fatores podem se constituir em oportunidades e ameaças à sobrevivência 
da empresa no mercado. Para garantir a sua continuidade, é necessário que a empresa 
mantenha sua capacidade de mudanças e adaptações aos diversos fatores que a influenciam 
tanto internamente quanto externamente.
2.3 CARACTERÍSTICAS DO SISTEMA ORGANIZACIONAL DE UMA EMPRESA
A partir das considerações do item anterior, entendemos que a união dos departamentos 
integrantes de uma empresa resulta em um sistema organizacional, dentro do qual existe uma 
ordem hierárquica a ser respeitada em decorrência do agrupamento humano integrante da 
organização. 
Para que o sistema empresa tenha um bom funcionamento, é dividido em vários 
subsistemas, que são os seguintes:
UNIDADE 1 TÓPICO 1 9
O
R
Ç
A
M
E
N
T
O
E
M
P
R
E
S
A
R
I
A
L
a) institucional: também denominado de matriz, responsável pelos demais subsistemas, 
compreende a missão, assim como crenças e valores da organização;
b) gestão: é o responsável pelo processo de tomada de decisões, pois abrange as atividades 
de planejamento, gerenciamento e mecanismo de controle interno;
c) organização: é como a empresa está organizada, o tipo de estrutura empregada (vertical ou 
horizontal), o grau de autoridade e atribuição de responsabilidade. O objetivo é assegurar que 
todas as atividades da organização sejam desenvolvidas de forma ética, sendo influenciadas 
pelo subsistema institucional;
d) social: abrange o quadro funcional da empresa, incluindo-se nessa esfera a cultura e demais 
características inerentes ao capital intelectual da organização. Guerreiro (1996, p. 171) 
destaca os seguintes fatores que envolvem este subsistema: “necessidades dos indivíduos; 
criatividade; objetivos individuais; motivação; liderança; treinamento etc.”;
e) informação: tendo em vista a atual dinâmica dos mercados como um todo, este subsistema 
aparece com uma considerável importância, pois consiste no conjunto de dados necessários 
para uma melhor tomada de decisão dos gestores da empresa. Guerreiro (1996, p. 172) 
enfatiza que: 
[...] dentre as inúmeras atividades executadas no âmbito da empresa, existem 
aquelas que objetivam basicamente a manipulação de informações. Elas ge-
ram essas informações através da manipulação (processamento) de dados 
derivados da execução das diversas atividades necessárias ao desenvolvi-
mento das funções empresariais básicas. Essas atividades se caracterizam 
por três aspectos básicos: recebimento de dados, processamento e geração 
de informações.
Os dados gerados nesta categoria buscam um elevado grau de excelência, eliminando a 
criação de atividades desnecessárias, o que resulta em um melhor procedimento de gestão. 
f) físico-operacional: compreende as instalações físicas e equipamentos necessários para 
a realização das atividades inerentes à produção de bens e serviços desenvolvidos pela 
empresa. Nesse contexto ficam excluídos os funcionários, pois estão vinculados ao modus 
operandi do know-how. Como exemplos, citam-se os procedimentos de compras, produção, 
vendas, finanças, manutenção, entre outros.
Veja agora a figura esquemática de uma empresa que inclui os subsistemas 
descritos até aqui:
UNIDADE 1TÓPICO 110
O
R
Ç
A
M
E
N
T
O
E
M
P
R
E
S
A
R
I
A
L
FIGURA 3 – VISÃO SISTÊMICA DA EMPRESA, SUBSISTEMAS E EFICIÊNCIA
FONTE: Adaptado de Padoveze (2009a)
Um dos pontos fundamentais do funcionamento dos subsistemas com sinergia e 
eficácia é a existência de um objetivo a ser alcançado para onde convergem todas as 
ações. Veremos este assunto no próximo item.
2.4 MISSÃO DA EMPRESA
A missão de cada empresa encontra-se ligada ao seu respectivo motivo básico de 
existência, notadamente correlacionado aos produtos e serviços oferecidos por ela junto ao 
mercado, visando à satisfação de seu público-alvo. 
O próprio conceito de sistema envolve a ideia [sic] de partes que interagem 
para alcançar um objetivo em comum. Assim, os diversos componentes do 
sistema empresa interagem, para que esta atinja seus objetivos. Por objetivo 
entende-se o alvo ou desígnio a que se quer atingir. São vários os objetivos de 
uma empresa, que poderiam ser classificados por hierarquia de importância e 
temporaneidade. O objetivo fundamental, isto é, o mais importante e perma-
nente, é a sua missão. (MOSIMANN; ALVES; FISCH, 1993, p. 19).
De acordo com Padoveze (2009a), a missão constitui o propósito da empresa e do 
seu negócio, portanto deve comunicar interna e externamente. Ela deve ser escrita de forma 
objetiva e breve, compreendendo as atividades da empresa, o mercado de atuação, os produtos 
UNIDADE 1 TÓPICO 1 11
O
R
Ç
A
M
E
N
T
O
E
M
P
R
E
S
A
R
I
A
L
2.5 A EMPRESA COMO SISTEMA ABERTO
e serviços oferecidos, a sua diferenciação e o seu papel em relação a seus concorrentes e às 
principais conquistas que se quer atingir.
Como exemplo, veja a transcrição da missão da empresa Petrobras:
Atuar de forma segura e rentável, com responsabilidade social e ambiental, 
nos mercados nacional e internacional, fornecendo produtos e serviços ade-
quados às necessidades dos clientes e contribuindo para o desenvolvimento 
do Brasil e dos países onde atua. 
FONTE: Disponível em: <http://www.petrobras.com.br/pt/quem-somos/estra-
tegia-corporativa/>. Acesso em: 20 nov. 2011.
Veja também a missão da empresa de cosméticos Avon: 
Nossa Missão
- Ser líder global em beleza.
- Ser a marca de escolha das mulheres.
- Ser líder em vendas diretas.
- Ser o melhor lugar para se trabalhar.
- Ser a maior Fundação para as mulheres.
- Ser a empresa mais admirada.
FONTE: Disponível em: <http://www.avonculturadevida.com.br/premioavon/
visao.html>. Acesso em: 20 nov. 2011.
É importante que a missão seja definida com muita clareza, uma vez que para ela 
convergirá o sistema organizacional da empresa por meio dos seus subsistemas. 
Em algumas empresas, a missão não é explicitada. No momento em que a entidade opta 
por explicitar a sua respectiva missão, deve considerá-la como diretriz permanente, a fim de 
direcionar as finalidades socioeconômicas de tais instituições. Caso a missão seja evidenciada 
de maneira errônea, poderá ser desvirtuada de seus reais propósitos, não permitindo aos 
gestores o conhecimento das necessidades imediatas da empresa.
Agora que você já sabe o que é um sistema organizacional e compreende a 
importância de uma empresa ter a missão definida claramente, podemos passar para o 
próximo assunto: os fatores que influenciam o desenvolvimento da empresa, como os 
financeiros, o mercado concorrente, a política econômica e social, entre outros. 
Em todos os setores empresariais, as empresas apresentam as concepções de um 
sistema aberto. Os fatores externos influenciam de forma relevante nas empresas, segundo 
Tung, que diz o seguinte: 
No regime de livre comércio, o alvo da empresa é o maior lucro possível, 
UNIDADE 1TÓPICO 112
O
R
Ç
A
M
E
N
T
O
E
M
P
R
E
S
A
R
I
A
L
conciliável com o seu crescimento a longo prazo e também como bem-estar 
da coletividade, mediante o atendimento das suas necessidades. Para atingir 
esse objetivo, a tarefa da empresa seria a de determinar quais as necessida-
des ou desejos desta mesma coletividade, para depois organizar-se do ponto 
de vista da produção e da comercialização. Essa tarefa é contínua, pois as 
necessidades e os desejos dos homens sofrem alterações permanentes. Para 
que a empresa consiga maior lucro, cada setor de atividade deverá procurar 
aplicar métodos eficientes, a partir de uma análise acuradamente elaborada. 
(TUNG, 1974, p. 27).
Então, o que acontece fora da empresa pode influenciar nas decisões tomadas pelos 
gestores de cada departamento dentro da empresa.
Para reforçar essa concepção, Bio (1985, p. 18) ressalta que:
Uma das implicações críticas dos conceitos de sistemas na Administração é 
justamente a concepção da empresa como um sistema aberto, pois tal visão 
ressalta que o ambiente em que vive a empresa é essencialmente dinâmi-
co, fazendo com que um sistema organizacional, para sobreviver, tenha de 
responder eficazmente às pressões exercidas pelas mudanças contínuas e 
rápidas do ambiente.
EST
UD
OS
FUT
UR
OS
! �
Na Unidade 3 serão elaborados os orçamentos por várias áreas 
ou departamentos da empresa. No modelo que será estudado, 
você aprenderá que o orçamento da área de produção exerce 
influência sobre o orçamento de compras e o orçamento da área 
financeira deve prever quanto será necessário para manutenção 
da continuidade da empresa. Veremos isso na prática.
É importante ressaltar que cada decisão tomada, inclusive por dirigentes políticos, pode 
afetar o andamento das empresas e implicar a necessidade de tomadas de decisões, mudando 
estratégias e ações já previstas. Por exemplo, se determinadas empresas exportam alguns 
tipos de produtos e na política econômica daquele país foi aplicada alguma lei protecionista 
referente a esses produtos, essas empresas deverão rever seus planos de expansão, pois 
assim não terão condições de buscar esses mercados. Por isso, é importante simular diversos 
cenários e analisar como a empresa reagiria a determinados acontecimentos no mercado. Isso 
pode prever diversos problemas futuros. 
Chiavenato (2000, p. 552) afirma que:
[...] é perfeitamente aplicável à organização empresarial. A organização é um 
sistema criado pelo homem e mantém uma dinâmica interação com seu meio 
ambiente, sejam clientes, fornecedores, concorrentes, entidades sindicais, 
órgãos governamentais e outros agentes externos.
UNIDADE 1 TÓPICO 1 13
O
R
Ç
A
M
E
N
T
O
E
M
P
R
E
S
A
R
I
A
L
As empresas que atuam no mercado nacional e internacional têm a necessidade 
de sempre estarem atualizadas e preparadas para as constantes e inevitáveis mudanças 
de mercado, que estão relacionadas à aspectos financeiros, políticos, econômicos 
e fatores macroeconômicos, entre muitos outros aspectos e fatores que influenciam 
diretamente no seu desenvolvimento.
Enfim, pode-se afirmar que são as constantes mutações internas e externas das 
organizações, decorrentes do ambiente em que estão inseridas, o motivo que as levam 
à sobrevivência no mercado competitivo. 
A amplitude de acontecimentos nacionais e internacionais implica ações 
diretamente na empresa, o que a leva a realizar intercâmbios com o meio, por intermédio 
dos quais angaria pontos importantes necessários à viabilidade da entidade, capacidade 
reprodutiva e adaptativa, resultando em sua continuidade.
O mercado mundial é dinâmico e, diante disso, Kochanski (2000, p. 54) afirma 
categoricamente que: “aquelas que ainda não se adequaram ou ainda não estão se 
adequando a este novo contexto mercadológico, irão sentir-se forçadas a adaptarem-se 
ou irão desaparecer do mercado rapidamente [...]”.
Schein (1987 apud NAKAGAWA, 1994, p. 23-24) também estabelece a sua 
concepção de empresa a partir do sistema aberto da seguinte forma: 
a) a empresa deve ser concebida como um sistema aberto, o que significa 
que ela se encontra em constante interação com todos os seus ambientes, 
absorvendo matérias-primas, recursos humanos, energia e informações, 
transformando-se em produtos e serviços, que são exportados para esses 
ambientes;
b) a empresa deve ser concebida como um sistema de múltiplas finalidades 
ou funções, que envolvem múltiplas interações entre ela e seus diversos 
ambientes. Muitas atividades dos subsistemas existentes na empresa não 
podem ser compreendidas sem que se considerem essas múltiplas interações 
e funções;
c) a empresa é constituída de muitos subsistemas que estão em interação 
dinâmica uns com os outros. Em vez de se analisarem os fenômenos orga-
nizacionais em termos de comportamento individual, cada vez se torna mais 
importante analisar o comportamento desses subsistemas, que sejam con-
siderados em termos de coalizões, grupos, funções ou de outros elementos 
conceituais;
d) devido ao fato de que os subsistemas, em graus variáveis, são interdepen-
dentes, as modificações ocorridas em um sistema, provavelmente, afetam o 
comportamento dos outros subsistemas;
e) a empresa existe dentro de um conjunto de ambientes, alguns maiores, ou-
tros menores do que ela. Os ambientes, de diversos modos, fazem exigências 
e oferecem restrições à empresa e a seus subsistemas. O funcionamento total 
da empresa não pode ser compreendido, portanto, sem explícita referência a 
UNIDADE 1TÓPICO 114
O
R
Ç
A
M
E
N
T
O
E
M
P
R
E
S
A
R
I
A
L
essas exigências e restrições e a maneira como ela os enfrenta a curto, médio 
e longo prazos;
f) as numerosas vinculações entre empresa e seus ambientes tornam difícil 
especificar claramente seus limites.
Brito (2003, p. 31) aborda que o relacionamento entre os cenários poderá implicar a 
continuidade da empresa, pois ele entende que “[...] o processo de montagem de cenários 
deve ser visto como processo evolutivo, no qual frequência e disciplina são muito importantes 
[...]”.
EST
UD
OS
FUT
UR
OS
! �
Na Unidade 2, no item 2.9, iremos estudar de que forma os 
cenários podem influenciar e até interagir nas atividades das 
empresas e, por conseguinte, afetar ou não a elaboração do 
processo orçamentário.
2.6 A EMPRESA COMO SISTEMA DINâMICO
Para entendermos o chamado “movimento sistêmico” que mantém a empresa em 
constante formação ou transformação, é importante estudar o que é empresa como um sistema 
dinâmico. A palavra “DINâMICA” significa que todas as coisas se transformam com a influência 
de outros fatores ou mecanismos existentes. A empresa processa, executa e operacionaliza 
as suas atividades a partir do momento em que os gestores utilizam a força decisória para a 
tomada de decisões.
Isso quer dizer que as coisas somente acontecem quando alguma pessoa do comando 
da empresa “FAZ ACONTECER”.
Catelli (1999, p. 39) corrobora que “[...] a empresa se encontra permanentemente 
interagindo com seu ambiente. Como um sistema dinâmico, realiza uma atividade, ou um 
conjunto de atividades, que a mantém em constante mutação e requer que seja constantemente 
orientada ou reorientada para a sua finalidade principal”.
UNIDADE 1 TÓPICO 1 15
O
R
Ç
A
M
E
N
T
O
E
M
P
R
E
S
A
R
I
A
L
EST
UD
OS
FUT
UR
OS
! �
No Tópico 2 (desta unidade), no item 4 - Tipos de orçamento, 
faremos o estudo do Orçamento Flexível. Você poderá verificar, 
estudar e entender que o orçamento deve permitir os ajustes 
necessários para adequar-se à realidade de mercado. 
O sistema externo e interno de uma empresa pode ser identificado conforme a figura 
a seguir:
FIGURA 4 – CONTEXTO DAS ATIVIDADES NO SISTEMA EMPRESA
FONTE: O autor 
Observe a figura anterior. Para compreender, vamos utilizar o seguinte exemplo: uma 
empresa do ramo industrial, conforme o conceito de sistema empresa, estáinserida na produção 
em escala. Essa empresa interage desde o recebimento dos pedidos até a entrega do produto 
final aos seus clientes. Ela adquire a matéria-prima que se encontra disponível no mercado e 
transforma essa mesma matéria-prima em outros produtos que retornarão ao mercado sob a 
UNIDADE 1TÓPICO 116
O
R
Ç
A
M
E
N
T
O
E
M
P
R
E
S
A
R
I
A
L
forma de produto pronto ou acabado.
A empresa exerce um papel fundamental no funcionamento da cadeia de relacionamentos. 
Já vimos anteriormente que existem diversos fatores externos, como o mercado, a política 
econômica, o governo, a concorrência e a sazonalidade. Esses fatores influenciam tanto as 
corporações contratantes de produtos ou serviços como as empresas de produção em escala. 
A primeira poderá fornecer insumos para a segunda, que produz em escala somente se houver 
harmonia com os fatores externos. Qualquer anormalidade poderá colocar em risco as suas 
atividades e, como resultado, poderão faltar ou sobrar produtos no mercado.
As grandes corporações industriais fornecem os insumos necessários para empresas 
de menor porte, que transformarão os insumos em produtos acabados ou prestarão serviços 
às grandes corporações. Em ambos os casos, essas empresas também necessitam de outros 
serviços, como energia elétrica, mão de obra, água, telefone, material de expediente, dentre 
outros, movimentando a economia. 
Ao encerrar a produção ou a prestação de determinado serviço, a empresa de 
menor porte retorna os produtos elaborados para o seu contratante de serviços (as grandes 
corporações) e, através da entrega, conclui-se o processo produtivo. 
As grandes corporações disponibilizam seus produtos ao mercado consumidor. Por 
sua vez, o mercado consumidor poderá ou não consumir esses produtos, dependendo dos 
estímulos provocados pelos fatores externos, como mercado, política econômica, governo, 
concorrência, sazonalidade, tendências da moda, dentre outros.
Esse processo se transforma em um ciclo, portanto, para a continuidade dos 
empreendimentos, faz-se necessário que todos os segmentos empresariais estejam 
em consonância com os estímulos externos e internos, formando uma cadeia de 
relacionamentos.
ATEN
ÇÃO
!
Se há consumo, há produção. O inverso poderá paralisar a 
economia.
Para reforçarmos esse pensamento, também buscamos a contribuição de Chiavenato 
(2000, p. 553), que diz o seguinte:
Como todos os sistemas sociais, as organizações são sistemas abertos, afe-
tados por mudanças em seus ambientes, denominados variáveis externas. O 
UNIDADE 1 TÓPICO 1 17
O
R
Ç
A
M
E
N
T
O
E
M
P
R
E
S
A
R
I
A
L
ambiente não tem fronteiras e inclui variáveis desconhecidas e incontroladas. 
Por essa razão, as consequências dos sistemas sociais são probabilísticas 
e não determinísticas e o seu comportamento nunca é totalmente previsível. 
As organizações são complexas e respondem a muitas variáveis que não são 
totalmente previsíveis. 
IMP
OR
TAN
TE! �
As empresas existem de acordo com as respostas aos estímulos 
externos ou internos.
De certa forma, podemos afirmar que as empresas estão inseridas em sistemas abertos, 
que trocam produtos e serviços no ambiente em que atuam e que formam um elo entre o próprio 
mercado fornecedor de insumos e o mercado consumidor.
Podemos dizer que existe uma interface nesse mercado?
Com certeza podemos afirmar isso. O que ocorre através da inter-relação entre um 
sistema e o ambiente em que está estruturado é chamado de interface. 
Essa interface propõe respostas aos estímulos do mercado onde a empresa está 
inserida, reconhecendo-se essas interações entre todos esses elementos.
Para muitos estudiosos da economia, a empresa responde aos estímulos do mercado 
exterior. Esses estímulos estão relacionados com a sua produção (compra de insumos), 
controles internos, venda de produtos, contratação de mão de obra (aspectos sociais), dentre 
outras, com o objetivo da maximização dos seus resultados (em busca do lucro).
Entende-se que a interação de sistemas é complexa e a busca para a harmonização 
dos seus elementos acontece de acordo com o estilo de administrar de cada empresa.
2.7 MODELO CONCEITUAL DE SISTEMA EMPRESA
Vimos até agora que as empresas estão inseridas em um ambiente que podemos chamar 
de organismo vivo, pois todo o mercado, a produção, o consumo, as finanças, o planejamento, 
dentre outras coisas estão em constantes mutações. Para exemplificar o que vem a ser esse 
ambiente de inter-relações, apresentamos a figura a seguir como sendo um modelo conceitual 
de sistema empresa.
UNIDADE 1TÓPICO 118
O
R
Ç
A
M
E
N
T
O
E
M
P
R
E
S
A
R
I
A
L
FIGURA 5 – VISÃO SISTÊMICA DA EMPRESA
FONTE: Adaptado de Coronado (2001, p. 69)
O Resultado Econômico - em destaque na figura - é o resultado da interação dos fatores 
oriundos das entidades remotas (econômica, social, política, tecnológica, dentre outras) com as 
variáveis ambientais (ambientes onde se desenvolvem as entidades remotas, como compras, vendas, 
transportes, dentre outros). Esses interagem com o ambiente interno da empresa, que, de acordo 
com as principais funções e atividades (como produzir, vender, dentre outras), geram o resultado 
almejado.
ATEN
ÇÃO
!
Esse RESULTADO ECONÔMICO pode ser o Lucro ou o 
Prejuízo.
qual a influência que a concorrência exerce no sistema empresa? A concorrência exerce 
um papel fundamental no sistema empresa, ela faz parte dos fatores externos da empresa que 
podem afetar o resultado econômico.
De que forma? De diversas formas. As decisões que os gestores das empresas concorrentes 
tomam afetam positivamente ou negativamente. Se o gestor da empresa concorrente decidir 
UNIDADE 1 TÓPICO 1 19
O
R
Ç
A
M
E
N
T
O
E
M
P
R
E
S
A
R
I
A
L
baixar o preço e, por conseguinte, diminuir a qualidade dos seus produtos, corre o risco de afetar 
a manutenção da perenidade dos seus negócios no mercado. Contudo, se o gestor da empresa 
concorrente decidir melhorar a qualidade dos produtos sem elevar demais seus preços, isso poderá 
afetar a perenidade dos negócios das outras empresas do mesmo ramo de atividades.
Portanto, uma empresa exerce, diretamente ou indiretamente, influência na outra.
De certa maneira, o resultado econômico é alcançado com a utilização de todos esses 
recursos, que são transformados em produtos ou serviços oferecidos ao mercado, que remuneram 
as suas atividades. Por sua vez, os consumidores, em geral, são aqueles que se utilizam desses 
produtos ou serviços das empresas. Contudo, essa cadeia produtiva se encontra alicerçada em 
uma série de decisões tomadas pelos seus gestores. Coronado (2001, p. 97) explica que:
Decisões dizem respeito à identificação de eventos futuros. Eventos, por sua vez, 
referem-se à classe de transações, por exemplo, um conjunto homogêneo de 
transações de vendas forma o evento vendas. Logo, um evento econômico re-
presenta um acontecimento que modifica a estrutura patrimonial da empresa. 
Ressalta-se que esses resultados são reflexos das movimentações financeiras geradas 
pelas decisões tomadas, pois, com a escassez dos recursos financeiros no mercado, é preciso 
tomar decisões convenientes para não comprometer os resultados da companhia. Essas 
decisões podem estar relacionadas ao tipo de recurso que a empresa necessita (a forma de 
financiamento), às habilidades desenvolvidas pelos profissionais e aos recursos tecnológicos 
disponíveis. Isso impacta nos resultados da empresa e essas decisões estão fundamentadas 
nas ferramentas dos ORÇAMENTOS, que são suficientemente capazes de fornecer informações 
para gerar os melhores resultados.
UNI
Lembre-se! Ferramentas de ORÇAMENTOS são suficientemente 
capazes de fornecer informações para gerar os melhores 
resultados.Já é possível compreender que as empresas podem ser determinadas como organismos 
vivos que interagem no ambiente social, econômico e outros. Esse dinamismo (ambiente 
dinâmico) é gerado pelo esforço da tomada de decisões dos seus gestores. Essas decisões 
podem afetar a continuidade (perenidade) dos negócios da empresa e, portanto, podem e devem 
ser determinadas com base nas ferramentas de orçamentos, que são elaborados a partir dos 
estímulos dos gestores em resposta ao mercado no seu ambiente de atuação.
No próximo tópico estudaremos os orçamentos e suas aplicações.
UNIDADE 1TÓPICO 120
O
R
Ç
A
M
E
N
T
O
E
M
P
R
E
S
A
R
I
A
L
RESUMO DO TÓPICO 1
Chegamos ao final do Tópico 1. Vamos fazer uma revisão do que estudamos até 
agora.
● Com a teoria dos sistemas pode-se entender que as empresas interagem como organismos 
vivos e sofrem a influência do ambiente interno e externo da empresa para a manutenção 
da sua sobrevivência.
● Na organização empresarial, os departamentos são dependentes entre si, na busca da 
realização dos seus objetivos.
● Diversos fatores externos à empresa, como o governo, as políticas econômicas, a relação 
entre fornecedores e clientes, podem frequentemente alterar a sua dinâmica. 
● O sistema organizacional de uma empresa é dividido em vários subsistemas, que são: 
institucional, gestão, organização, social, informação e físico-operacional.
● A missão deve ser escrita de forma objetiva e breve, compreendendo as atividades da 
empresa, o mercado de atuação, os produtos e serviços oferecidos, a sua diferenciação e o 
seu papel em relação a seus concorrentes e as principais conquistas que se quer atingir.
● A empresa é uma organização compreendida como um sistema aberto, pois diversos fatores 
externos influenciam na tomada de decisões de seus gestores. 
● A empresa é uma organização compreendida como um sistema dinâmico, pois realiza uma 
atividade, ou um conjunto de atividades, que a mantém em constante mutação e requer que 
seja constantemente orientada ou reorientada para a sua finalidade. 
UNIDADE 1 TÓPICO 1 21
O
R
Ç
A
M
E
N
T
O
E
M
P
R
E
S
A
R
I
A
L
1 Como se processam, na cadeia de atividades, as premissas que foram abordadas 
em teoria de sistemas?
2 Para que o sistema empresa tenha um bom funcionamento, é dividido em vários 
subsistemas. Um dos itens que abordam esse assunto está relacionado com a 
seguinte definição: “É o responsável pelo processo de tomada de decisões, pois 
abrange as atividades de planejamento, gerenciamento e mecanismo de controle 
interno”. que item é esse?
Assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) Institucional.
b) ( ) Gestão.
c) ( ) Organização.
d) ( ) Social.
3 Conforme os conceitos e características do sistema empresa, explique o funcionamento 
da interatividade das funções.
4 Como funciona um sistema aberto para todos os setores empresariais?
5 No estudo da empresa como um sistema dinâmico, o que significa a palavra 
DINâMICA?
6 No modelo conceitual de sistema empresa, a que as mudanças ou mutações estão 
condicionadas?
7 Explique o que são entidades remotas no modelo conceitual do sistema empresa.
8 Explique o que são variáveis ambientais no modelo conceitual do sistema 
empresa.
9 Explique o que é o ambiente interno da empresa no modelo conceitual do sistema 
empresa.
UNIDADE 1TÓPICO 122
O
R
Ç
A
M
E
N
T
O
E
M
P
R
E
S
A
R
I
A
L
10 Explique o que significa resultado econômico.
11 Assinale a alternativa que corresponde a “resultado econômico”:
a) ( ) É o resultado da interação dos fatores oriundos das entidades remotas 
(econômica, social, política, tecnológica, entre outras) com as variáveis ambientais 
(ambientes onde se desenvolvem as entidades remotas, como compras, vendas, 
transportes, entre outros) que interagem com o ambiente interno da empresa, que, de 
acordo com as principais funções e atividades (como produzir, vender, entre outras), 
geram o resultado almejado.
b) ( ) É o “movimento sistêmico” que mantém a empresa em constante formação ou 
transformação. É importante estudar o que é empresa como um sistema dinâmico.
c) ( ) Compreende as instalações físicas e equipamentos necessários para a 
realização das atividades inerentes à produção de bens e serviços desenvolvidos 
pela empresa.
d) ( ) Compreende as mesmas características de interatividade de funções, porque 
elas também fazem parte de um macrossistema que fornece seus serviços para um 
conjunto de empresas que agregam seus bens ao produto final.
O
R
Ç
A
M
E
N
T
O
E
M
P
R
E
S
A
R
I
A
L
TIPOS DE ORÇAMENTOS E 
SUAS APLICAÇÕES
1 INTRODUÇÃO
2 ASPECTOS CONCEITUAIS
TÓPICO 2
UNIDADE 1
Neste tópico estudaremos os conceitos de orçamentos, seus objetivos e os tipos 
existentes, dentre eles os orçamentos: estático, flexível, tendência e base zero.
Também estudaremos o sistema de orçamentos, que se refere à integração das 
informações dos diversos departamentos, lembrando sempre que o sistema de orçamentos 
está em concordância com o sistema empresa. 
quando tratamos de resultados financeiros, estamos cobrando esses resultados dos 
gestores, ou seja, a empresa deverá atingir os resultados da maneira mais eficaz possível. Desta 
forma, estudaremos o que refletem os orçamentos e os seus efeitos nas pessoas envolvidas 
no processo.
Nos tempos atuais, os empresários (os gestores) têm necessidade de planejar as 
ações e buscar o controle da empresa, e o processo orçamentário torna-se indispensável na 
administração de qualquer negócio.
Com as mudanças na sociedade, o desenvolvimento tecnológico e do mercado, as 
empresas aumentaram a sua complexidade no desenvolvimento de suas atividades e tornou-se 
necessário aumentar o volume de informações com qualidade, para possibilitar aos gestores 
o controle do processo de produção e tomar decisões estratégicas, podendo prever o seu 
futuro. 
UNIDADE 1TÓPICO 224
O
R
Ç
A
M
E
N
T
O
E
M
P
R
E
S
A
R
I
A
L
O processo orçamentário envolve a elaboração de planos detalhados de operações a 
serem cumpridas na empresa com o objetivo de lucro. Esses planos envolvem a previsão dos 
custos e despesas dentro da estrutura das políticas existentes, além de fixar padrões para a 
atuação dos gestores com responsabilidades no negócio.
UNI
De que forma pode-se conceituar um orçamento?
O orçamento pode ser conceituado como um planejamento de 
operações detalhado em todas as suas fases para um período 
futuro, buscando retratar formalmente as políticas, planos e 
metas estabelecidas pelos administradores, expressos em forma 
quantitativa.
Portanto, orçar significa processar todos os dados constantes do sistema de informação 
e apresentá-los em forma de relatórios gerenciais, permitindo aos gestores terem uma visão 
do futuro da organização (de forma quantitativa) e poderem acompanhar de forma sistemática 
o cumprimento ou não do que foi orçado.
Para Atkinson et al. (2000, p. 465), os orçamentos representam o seguinte: 
Um papel semelhante no planejamento e no controle para gerentes que estão 
dentro de unidades empresariais e que são parte central no projeto e na ope-
ração de sistema de contabilidade gerencial. [...] Os orçamentos nas empresas 
refletem as condições quantitativas de como alocar recursos financeiros para 
cada subunidade organizacional, com base em suas atividades e nos objeti-
vos de curto prazo. [...] Assim, um orçamento é uma expressão quantitativa 
das entradas de dinheiro para determinar se um plano financeiro atingirá os 
objetivos organizacionais. Orçamentação é o processo de preparação dos 
orçamentos.
Em síntese, o orçamento é o instrumento que descreve o plano geral das operações, 
orientado por objetivos e metas propostos pela alta cúpuladiretiva da empresa para um 
determinado período.
Também podemos entender que o orçamento é o método de planejamento e controle 
financeiro, vinculado aos planos operacionais e/ou de investimentos, com a finalidade 
de aperfeiçoar o rendimento de recursos físicos e monetários da empresa. Isto significa 
compreender de forma quantitativa o que “pode acontecer” com os recursos e resultados da 
empresa, em períodos futuros. 
UNIDADE 1 TÓPICO 2 25
O
R
Ç
A
M
E
N
T
O
E
M
P
R
E
S
A
R
I
A
L
UNI
De certa forma, podemos tirar como conclusão que:
Orçamento nada mais é do que colocar à frente aquilo que está 
acontecendo hoje, processando todos os dados constantes do 
sistema de informação contábil de hoje e introduzindo os dados 
previstos para o próximo período, de acordo com as ferramentas 
para projeção que os gestores utilizam.
O orçamento não deixa de ser uma pura repetição dos relatórios gerenciais atuais, só 
que com os dados previstos. Vejamos o que Lunkes (2003, p. 37) diz sobre o orçamento, seu 
desenvolvimento e importância nas empresas:
- Na primeira fase predominou o orçamento empresarial, que teve como ênfa-
se a projeção dos resultados e posterior controle. É um plano projetado para 
atender a um nível de atividade do próximo período.
- A segunda fase privilegiou o orçamento contínuo, que tem como ênfase a 
revisão contínua, removendo-se os dados do mês recém-concluído e acres-
centando-se dados orçados para o mesmo mês do ano seguinte. A aplicação 
desse método está se tornando bastante frequente nas empresas.
- O passo seguinte foi o surgimento do orçamento de base zero (OBZ), com a 
projeção dos dados como se as operações estivessem começando da estaca 
zero e tivessem necessidade de justificar os gastos. No orçamento de base 
zero os gestores estimam e justificam os valores orçados como se a empresa 
estivesse iniciando suas operações.
- A quarta etapa apresenta o orçamento flexível em destaque com a projeção 
dos dados das peças orçamentárias em vários níveis de atividade. O orçamento 
flexível é projetado para cobrir uma gama de atividades, portanto, pode ser 
usado para estimar custos em qualquer nível de atividade.
- Posteriormente, surgiu o orçamento por atividades como uma extensão do 
custeio baseado em atividades, com projeção dos recursos nas atividades e 
o uso de direcionadores para estimar e controlar resultados. O orçamento por 
atividades usa a informação sobre os direcionadores no planejamento e no 
processo de avaliação.
- Finalmente, o orçamento perpétuo, que prevê o uso dos recursos fundamen-
tado na relação causa-efeito. 
- Pode-se ainda considerar outros métodos, como o orçamento padrão, orça-
mento de tendência e orçamento incremental. 
A importância do sistema orçamentário está basicamente no modo de conduzir de forma 
ordenada as ideias e progredir, passo a passo, nas ações.
Salienta-se que o sistema orçamentário está ligado às constantes mudanças que 
ocorrem no mundo globalizado, especificamente na área tecnológica. Dentro deste contexto, é 
importante que as empresas planejem os seus objetivos e suas atividades sempre considerando 
a necessidade de se adaptar às novas realidades. 
No Brasil, o orçamento passou a ser foco de estudo a partir de 1940, mas apenas a 
partir de 1970 as empresas o adotaram com mais frequência em suas atividades.
UNIDADE 1TÓPICO 226
O
R
Ç
A
M
E
N
T
O
E
M
P
R
E
S
A
R
I
A
L
De modo geral, o processo orçamentário foi sendo adaptado às tendências das modernas 
teorias de gestão e atualmente deve apresentar as seguintes características:
- projeta o futuro da empresa no seu mercado de atuação;
- flexibiliza sua aplicação de modo a facilitar sua operacionalização e compreensão dos 
resultados; 
- deve ter a participação direta dos responsáveis na sua elaboração, acompanhamento e 
análise; 
- precisa ter um grau de acerto aceitável dentro da realidade da empresa e do mercado; 
- é adaptado ao ciclo operacional, o que possibilita verificar o custo X benefício dos 
investimentos;
- demonstra capacidade para apresentar com rapidez possíveis problemas na relação entre 
gastos e retornos financeiros;
- permite o seu imediato ajuste operacional com encaminhamentos corretivos.
A partir da década de 80, com o acentuado processo de globalização, as distâncias 
desapareceram e as fronteiras deixaram de ser um obstáculo para o mundo dos negócios. 
Isso permitiu que as empresas começassem a buscar matérias-primas e montar suas fábricas 
onde os custos são menores e com a possibilidade de oferecer seus produtos e serviços em 
qualquer parte do mundo. Como consequência, os padrões de consumo foram massificados e 
o capital financeiro passou a buscar uma melhor rentabilidade global. Contudo, a competição 
nunca foi tão acirrada. O mercado recebe constantemente novos produtos importados ou de 
concorrentes locais com preços mais baixos, e, com isso, a necessidade de maior produtividade 
e redução dos custos é cada vez maior. Figueiredo e Caggiano (2008) abordam que todo este 
processo impacta no contexto externo das relações contratuais das empresas e também no 
seu ambiente interno, criando a demanda por melhores práticas de gestão.
Pode-se dizer que a empresa é uma instituição econômica que tem o objetivo de prover 
a sociedade dos produtos e serviços necessários ou desejados pelas pessoas de acordo com a 
sociedade onde elas vivem. No entanto, esses objetivos somente serão viabilizados se o lucro 
for alcançado. Assim, as atividades das empresas devem estar sintonizadas com as metas 
fixadas ao invés de serem realizadas de forma aleatória, isto é, necessitam ser planejadas e 
controladas. 
3 OBJETIVOS DOS ORÇAMENTOS
Os orçamentos possuem objetivos direcionados para o bom funcionamento das 
empresas. Para entendermos melhor o que significam esses objetivos e sua aplicabilidade, 
buscamos as citações de alguns autores.
UNIDADE 1 TÓPICO 2 27
O
R
Ç
A
M
E
N
T
O
E
M
P
R
E
S
A
R
I
A
L
Segundo Padoveze (1997, p. 354), o objetivo do plano orçamentário:
[...] não é apenas prever o que vai acontecer e seu posterior controle. Ponto 
básico e, entendemos, fundamental, é o processo de estabelecer e coordenar 
objetivos para todas as áreas da empresa, de forma tal que todos trabalhem 
sinergicamente em busca dos planos de lucros. [...] No estabelecimento de 
objetivos haverá o envolvimento de todos, numa gestão participativa, ao mes-
mo tempo em que se delegará responsabilidades. Com isso, será possível a 
etapa final, que é o controle do orçamento e a análise do desempenho e de 
suas variações. 
Esse autor afirma que deve existir o envolvimento de todos os setores e todos os 
responsáveis de cada departamento, e as atividades deverão “estar alinhadas” de forma 
congruente. Warren, Reeve & Fess (2001, p. 179) abordam que “o orçamento envolve (1) o 
estabelecimento de metas específicas, (2) a execução de planos para atingir suas metas e (3) 
a comparação periódica dos resultados efetivos com as metas”.
O orçamento é constituído de planos específicos em datas e unidades monetárias 
que visam atingir objetivos programados. É o plano financeiro para implantar a estratégia da 
empresa em determinado exercício e, portanto, é uma ferramenta básica de gestão que pode 
ser de curto prazo ou de longo prazo.
O orçamento de curto prazo (geralmente um ano) é bastante detalhado e subdividido 
de acordo com as áreas da empresa. Sua função é quantificar os planos e estabelecer as metas 
operacionais que determinam o que fazer, quando fazer, como fazer e quais recursos utilizar. 
O orçamento de longo prazo orienta a realização dos objetivos estratégicos.
Com o sistema orçamentário podem-se emitir diversos tipos de relatórios que contêm 
informações gerenciais importantes para a gestão de uma empresa,como os seguintes: 
- relatórios de análise de desempenho por áreas de responsabilidade; 
- relatórios de análise de resultados, como a margem de contribuição por produto; 
- relatórios de investimentos em imobilizado, que possibilitam a identificação do pay-back;
- relatórios de performance econômica e financeira da empresa, como o ROAL - Retorno 
Operacional sobre os Ativos Líquidos -, que é o resultado gerado em relação aos investimentos 
dos ativos descontando-se os impostos recuperáveis conforme sua aquisição; 
- demonstrações financeiras, como o balanço patrimonial, a demonstração de resultado de 
exercício e a demonstração do fluxo de caixa projetado.
Quando se trata de metas, na verdade estamos falando em estabelecê-las para o 
resultado da empresa de forma global, mas sempre buscando “conectar” as atividades de cada 
departamento, uma vez que cada setor da empresa também possui suas metas individuais a 
serem atingidas. 
UNIDADE 1TÓPICO 228
O
R
Ç
A
M
E
N
T
O
E
M
P
R
E
S
A
R
I
A
L
IMP
OR
TAN
TE! �
Em gestão, podemos compreender as metas como uma função 
administrativa de planejamento, a execução dos planos e das 
ações, de acordo com o processo orçamentário, como uma função 
administrativa de direção, e a comparação dos resultados como 
uma função administrativa de controle.
Em outras palavras, o orçamento envolve: 
PLANEJAMENTO  DIREÇÃO  CONTROLE.
a) Planejamento
O planejamento é um conjunto de metas estabelecidas de acordo com as ações 
individuais e coletivas. 
Segundo Figueiredo e Caggiano (2008), ele é definido como o processo de reflexão 
precedido da ação dirigido para a tomada de decisões com vistas no futuro. Para os autores, 
o processo de planejamento pode ser dividido em cinco etapas:
1 Estabelecer os objetivos da empresa.
2 Avaliar os possíveis cenários relacionando os fatores internos e externos que poderão afetar 
as operações da empresa.
3 Avaliar os recursos existentes para o uso eficiente (mão de obra, máquinas, investimentos, 
tecnologia, estoque, capital etc.).
4 Definir a estratégia para alcançar os objetivos estabelecidos.
5 Delinear um programa de ação e discriminar os recursos necessários.
Em síntese, o processo de planejamento deve responder às seguintes perguntas: O 
que deve ser feito? quando deve ser feito? Como deve ser feito? quem deve fazê-lo?
Para Sanvicente e Santos (1983), planejar é estabelecer com antecedência as ações 
a serem executadas para que sejam alcançados satisfatoriamente os objetivos porventura 
fixados para uma empresa e suas diversas unidades.
O processo de planejamento pode ser dividido em três atividades:
- Planejamento estratégico: avalia os riscos e oportunidades que o setor produtivo oferece 
e os pontos fortes e fracos da organização, com vistas a definir as diretrizes políticas, os 
objetivos e os princípios da empresa.
- Planejamento programa: é um planejamento de longo prazo, normalmente de três a dez anos.
- Planejamento orçamentário: é elaborado com um nível de detalhes superior às necessidades 
mais imediatas. Normalmente é o primeiro ano do planejamento de longo prazo, previsto e 
UNIDADE 1 TÓPICO 2 29
O
R
Ç
A
M
E
N
T
O
E
M
P
R
E
S
A
R
I
A
L
acompanhado mensalmente. 
O orçamento é uma ferramenta que demonstra uma ampla visão financeira da empresa 
e o seu acompanhamento possibilita identificar possíveis resultados fora do planejado. Nesse 
caso, providenciam-se os acertos necessários, evitando, assim, possíveis problemas futuros.
b) Direção
A direção pode ser compreendida como o “tomar cuidado” para que as ações individuais 
e grupais sejam coordenadas da melhor forma possível. E essa direção deve ser bem orientada 
através das reuniões dos comitês de avaliação.
c) Controle
O controle é um sistema de verificação do desempenho obtido com os objetivos traçados, 
de forma que ações corretivas possam ser implementadas. Sua existência é fundamental tanto 
para a execução de planejamento de curto como de longo prazo. Embora a maior ênfase esteja 
nas atividades de controle das operações de curto prazo, nas situações de planejamento de longo 
prazo ele permite verificar os avanços realizados e a necessidade de rever suas metas.
Para Welsch (1983, p. 29), “controle é exercer continuamente um controle dinâmico, agressivo 
e flexível das operações, para assegurar conformidade realista com os planos e objetivos”. 
Desta forma, o controle tem a função de assegurar que as atividades sejam executadas em 
conformidade com os planos traçados. A figura a seguir demonstra a relação entre os elementos 
no processo de planejamento e, posteriormente, o controle durante a sua execução.
FIGURA 6 – RELACIONAMENTO ENTRE OS ELEMENTOS NO PROCESSO DE PLANEJAMENTO 
DE UMA EMPRESA
FONTE: Frezatti (2009, p. 15) 
UNIDADE 1TÓPICO 230
O
R
Ç
A
M
E
N
T
O
E
M
P
R
E
S
A
R
I
A
L
O controle é uma fiscalização exercida sobre as atividades a fim de evitar que elas se 
desviem das normas e metas preestabelecidas. O ideal é fazer o controle à medida que as 
atividades vão se realizando, mas isso depende da implantação de um sistema de controle 
que envolve custos de implantação e operação.
Para termos uma ideia sobre a necessidade dos controles das operações por meio dos 
processos orçamentários e dos cuidados com a qualidade e o tipo de controle ideal para exercer em 
uma empresa, vamos observar o que Semler (2002) descreve a partir da sua experiência sobre a 
emissão de relatórios, análise e decisões tomadas com base nas informações deles extraídos. Semler 
(2002, p. 73) narra sua experiência como administrador da empresa que herdou da família. 
Em 1982 fomos visitados pelo presidente de uma poderosa empresa, uma das 
maiores dos EUA, que ao cabo de uma visita pela fábrica folheou nossos sistemas 
de relatórios mensais e orçamento. 
Naquela época tínhamos os números no quinto dia útil do mês em pastinhas 
organizadíssimas. Se você quisesse saber quanto tinha sido o consumo de café 
na subseção de Usinagem Leve III, era só procurar na página 67, quadro 112.6. 
O homem ficou impressionadíssimo e disse que não esperava encontrar tanta 
eficiência numa empresa brasileira, que era muitas vezes maior que nós, que 
gostaria de ver este mesmo sistema instalado na empresa deles.
A partir deste dia andávamos como pavões, declarando a quem quisesse ouvir que 
o nosso sistema de orçamento era estado-da-arte, que o presidente de um grande 
grupo norte-americano... Vocês com certeza conseguem imaginar a cena.
Com o passar dos anos fomos percebendo que esses relatórios eram tão comple-
tos e sofisticados que aconteciam dois fenômenos: um, descobrimos que nossas 
despesas eram altas demais e nunca abaixavam porque tava lotado de neguinho 
na contabilidade que só fazia isto; dois, que tinha tanto número dentro da pasta 
que quase nenhum gerente lia – uma reunião para discutir um só departamento 
levava a tarde toda, e ninguém admitia que não tinha lido ou estudado os números 
(o que, por sinal, era humanamente impossível).
Para encurtar uma longa história, o período em que menos soubemos o que 
realmente acontecia na empresa foi aquele. Alguns anos depois, essa po-
derosa empresa norte-americana, sofrendo graves dificuldades financeiras, 
foi perdendo participação no mercado e dinheiro, e atualmente está sendo 
dissolvida e vendida em pedaços. 
Moral da história: hoje temos um sistema simples, com poucas, mas relevantes 
informações, e somos capazes de agir sobre elas. Cortamos de quatrocentos 
para cinquenta centros de custo, decapitamos centenas de classificações contá-
beis, dezenas de linhas de demonstrativos, e agora está finalmente dando para 
enxergar a empresa.
Poucos e grandes números, e disposição para agir sobre eles – o resto é 
estética. 
Observa-se que, para um bom controle, é essencial a emissão

Outros materiais

Materiais relacionados

Perguntas relacionadas

Perguntas Recentes