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Origem e Conceito do Direito Administrativo

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DIREITO ADMINISTRATIVO I
ORIGEM DO DIREITO ADMINISTRATIVO
O nascimento do Direito Administrativo relaciona-se diretamente com a consagração dos ideais da Revolução Francesa de 1789 e o surgimento do Estado de Direito. A partir dos ideais liberais revolucionários da burguesia (separação de poderes, princípio da legalidade e Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão), o poder estatal é limitado e o Direito Administrativo é concebido como ramo especial do Direito, ao lado do Direito Privado, regulador das relações envolvendo o Estado e o exercício das atividades administrativas
Não se concebia a existência de Direito Administrativo autônomo, uma vez que não havia limites impostos à atuação estatal, caracterizava-se pela centralização do poder nas mãos do monarca que possuía poderes ilimitados. A vontade do Rei era a própria vontade do Estado, a lei suprema
As limitações ao poder estatal e a proteção dos cidadãos podem ser justificadas por três conquistas revolucionárias:'
a) princípio da legalidade: submissão do Estado à lei (Estado de Direito), deixando de lado a liberdade absoluta e arbitrária do Antigo regime, substituindo-se o governo dos homens pelo governo das leis; 
b) princípio da separação de poderes: mecanismo de limitação do exercício do poder estatal, uma vez que evitava a concentração de poderes nas mãos de um mesmo órgão; 
c) Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão: consagra direitos fundamentais que são oponíveis ao Estado.
A origem do Direito Administrativo remonta ao célebre julgamento do caso Blanco. Nesse caso, datado de 1873, uma criança de cinco anos, Agnès Blanco, havia sido atropelada por uma vagonete pertencente à Companhia Nacional de Manufatura de Fumo. O Tribunal de Conflitos, ao apreciar uma espécie de conflito negativo de competência entre o Conselho de Estado e a Corte de Cassação, responsáveis, respectivamente, pela jurisdição administrativa e pela jurisdição comum, fixou a competência do Conselho de Estado para o julgamento da causa, tendo em vista a presença do serviço público naquele caso e a necessidade de aplicação de regras públicas , diferenciadas daquelas aplicáveis aos particulares.
No campo normativo, a lei do 28 pluviose do ano VIII de 1800 é apontada como a "certidão de nascimento" do Direito Administrativo, pois estabeleceu, de forma pioneira, normas de organização administrativa e de solução de litígios contra a Administração Pública.
CONCEITO DE DIREITO ADMINISTRATIVO
O Direito Administrativo é o ramo do Direito Público responsável pelo estudo dos princípios das regra do Estado enquanto GESTOR DO INTERESSE COLETIVO e na forma da Constituição e das leis.
Há uma íntima relação entre a função administrativa e a atividade administrativa. Enquanto a função administrativa envolve o conjunto de prerrogativas e competências estatais, a atividade administrativa é o exercício concreto, por meio de ações ou omissões estatais, da função administrativa.
Quanto ao fundamento do Direito Administrativo, o tema sofreu mutações ao longo do tempo, especialmente pelas mudanças no perfil do Estado e da sociedade. Inicialmente concebido a partir da noção de serviço público, o Direito Administrativo foi alargado e encontrou fundamento na concepção tradicional do interesse público. Atualmente, influenciado pelo fenômeno da constitucionalizarão do ordenamento jurídico, parece adequado sustentar que o seu principal objetivo é a satisfação dos direitos fundamentais.
A separação de funções entre os três Poderes (Judiciário, Legislativo e Executivo) é realizada a partir do critério da preponderância, e não da exclusividade. Ou seja: cada um dos Poderes exerce, de maneira típica, a função que lhe dá o nome, e, de maneira atípica, as funções que são normalmente desempenhadas pelos outros Poderes.
AUSÊNCIA DE CODIFICAÇÃO DO DIREITO ADMINISTRATIVO E PLURALIDADE DE FONTES
Ao contrário de outros ramos do Direito (exs.: Direito Civil, Direito Processual Civil, Direito Penal, Direito Processual Penal, Direito Tributário, Direito Eleitoral), o Direito Administrativo não é codificado. Em razão da autonomia legislativa reconhecida aos Entes federados, existem normas federais, estaduais, distritais e municipais sobre a matéria, o que demonstra a heterogeneidade e a pluralidade do Direito Administrativo brasileiro.
A codificação parcial do Direito Administrativo por meio das normas sobre processo administrativo que concentram regras e princípios básicos que regem a atuação administrativa (ex.: Lei 9.784/1999, que regula o processo administrativo federal), sem desconsiderar, é claro, o papel agregador da própria Constituição Federal que consagra diversas normas jurídico-administrativas.
TAXINOMIA DO DIREITO ADMINISTRATIVO: RELAÇÕES COM OUTROS RAMOS DO DIREITO
O Direito Administrativo, dotado de especialização e autonomia científica, relaciona-se com outros ramos do Direito, bem como com outras áreas do conhecimento não jurídicas.
No campo do Direito interno, o Direito Administrativo relaciona-se, por exemplo, com as seguintes disciplinas:
 a) Direito Constitucional: a relação de todos os ramos jurídicos com o Direito Constitucional tem sido reforçada pelo fenômeno da constitucionalização do Direito, e, no caso do Direito Administrativo, o texto constitucional é repleto de normas direcionadas à organização administrativa, aos agentes públicos, às atividades administrativas etc.;
 b) Direito Tributário e Direito Financeiro: o lançamento de tributos, a arrecadação de receita, a efetivação da despesa pública, entre outras atividades financeiras ou tributárias, são disciplinadas, em grande medida, pelo Direito Administrativo; 
c) Direito Eleitoral: a efetivação das normas estabelecidas no Código Eleitoral (Lei 4.737/1965) e legislação correlata envolve, necessariamente, o exercício de atividades administrativas, tais como o alistamento eleitoral, a organização da votação, a fiscalização da propaganda partidária etc.; 
d) Direito do Trabalho e Direito Previdenciário: esses dois ramos do Direito guardam estreita relação com o Direito Administrativo, com destaque para os órgãos e autarquias responsáveis pela fiscalização do cumprimento das normas trabalhistas e previdenciárias, na concessão de benefícios, na aplicação de sanções, na utilização do regime celetista para empregados das pessoas jurídicas de Direito Privado da Administração etc.; 
e) Direito Penal: a legislação penal tipifica, por exemplo, crimes contra a Administração (arts. 312 a 359-H do CP), bem como é possível aplicar princípios penais ao Direito Administrativo sancionador (ex.: devido processo legal, ampla defesa, contraditório); 
f) Direito Processual Civil e Penal: a organização dos tribunais, a prática de atos administrativos, no exercício da função atípica dos magistrados, a organização da carreira, a aplicação de sanções disciplinares, dentre outros exemplos, subordinam-se ao Direito Administrativo, sem olvidar a aplicação, no que couber, de determinados princípios do processo judicial ao processo administrativo;
 g) Direito Civil: o diálogo entre o Direito Civil e o Direito Administrativo pode ser exemplificado pela previsão, no Código Civil, de institutos e conceitos importantes que são utilizados, com bastante frequência, pela Administração Pública, naquilo que se convencionou denominar "fuga para o direito privado" (ou publicização do privado e privatização do público), tais como os atos jurídicos, os negócios jurídicos, os bens, as pessoas jurídicas de direito privado etc.;
 h) Direito Empresarial: a celebração de contratos comerciais, a utilização de formas societárias por pessoas instituídas pela Administração são exemplos de relação entre o Direito Empresarial e o Direito Administrativo.
Por fim, o Direito Administrativo, assim como as demais ciências jurídicas, relaciona-se com outras ciências não jurídicas (ex.: Economia, Sociologia), sem que isso signifique a perda de autonomia do sistema jurídico.
A evolução doDireito Administrativo confunde-se com a própria evolução da concepção do Estado. É possível apontar, para fins didáticos, três momentos principais:
a) Estado Liberal de Direito;
b) Estado Social de Direito (Welfare State);
c) Estado Democrático de Direito.
— Novo constitucionalismo (aproximação entre o Direito e a moral).
—Princípios constitucionais (passam a ter posição de destaque na ordem constitucional).
—O fenômeno da constitucionalização do ordenamento jurídico abalou alguns dos mais tradicionais dogmas do Direito Administrativo, a saber:
a redefinição da ideia de supremacia do interesse público sobre o privado e a ascensão do princípio da ponderação de direitos fundamentais;
FONTES DO DIREITO ADMINISTRATIVO
Primárias
Constituição 
Leis
A lei, como fonte do Direito Administrativo, deve ser considerada em seu sentido amplo para abranger as normas constitucionais, a legislação infraconstitucional, os regulamentos administrativos e os tratados internacionais.
Secundários 
Jurisprudência 
Doutrina
Costumes
Taxicomia ou interdisciplinaridade 
Precedentes administrativos
Por fim, os precedentes administrativos também devem ser considerados como fontes do Direito Administrativo.
O precedente administrativo pode ser conceituado como a norma jurídica retirada de decisão administrativa anterior, válida e de acordo com o interesse público, que, após decidir determinado caso concreto, deve ser observada em casos futuros e semelhantes pela mesma entidade da Administração Pública.
REGIME JURÍDICO ADMINISTRATIVO
Aplica se o direito das desigualdades onde de um lado está o interesse público e coletivo e do outro o lado individual.
Características da Administração:
a) compreende os agentes, os órgãos e as entidades que integram a estrutura administrativa;
b) exercício de poderes administrativos (polícia, hierárquico, disciplinar, normativo);
 
 c) estudada pelo Direito Administrativo;
d) todos os "Poderes" exercem função administrativa (função típica do Executivo e funções atípicas do Legislativo e Judiciário).
—Características do Governo'
compreende os agentes, os órgãos e as entidades que integram a estrutura constitucional do Estado (Poder Executivo, preponderantemente, e o Poder Legislativo); constitucional do Estado (Poder Executivo, preponderantemente, e o Poder Legislativo);
b) investido de poder político (diretrizes para a atuação estatal);
c) é matéria do Direito Constitucional;
d) titularidade preponderante do Executivo, mas também do Legislativo.
Administração pública direta e indireta
— Administração Pública Direta: compreende os Entes federativos (União, Estados, DF e Municípios) e seus respectivos órgãos. Nesse caso, o Ente atua por meio de seus órgãos e de maneira centralizada.
— Administração Pública Indireta: compreende as entidades administrativas que exercem funções administrativas, a partir da descentralização legal, e que estão vinculadas ao respectivo Ente federativo. São entidades integrantes:
a) as autarquias;
b) as empresas públicas (e suas subsidiárias);
c) as sociedades de economia mista (e suas subsidiárias); e
d) as fundações públicas (estatais) de direito público e de direito privado.
PRINCÍPIOS DO DIREITO ADMINISTRATIVO
O neoconstitucionalismo, ao aproximar o Direito e a moral, abre caminho para superação da visão positivista e legalista do Direito. Após as práticas autoritárias durante a II Guerra, pretensamente legitimadas pelos textos jurídicos então vigentes, o positivismo jurídico, que supervaloriz a lei e os ideais de segurança, perde força e cede espaço a um novo paradigma jusfilosófico: o "pós-positivismo". O traço característico do Pós-positivismo é o reconhecimento da normatividade primária dos princípios constitucionais. Vale dizer: os princípios são considerados normas jurídicas, ao lado das regras, e podem ser invocados para controlar a juridicidade da atuação do Estado.
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A doutrina tem apresentado diferentes critérios para estabelecer a distinção entre princípios e regras, com destaque para os dois citados, exemplificativamente, a seguir:
a) Critério da abstração: os princípios possuem grau de abstração maior que as regras, pois os princípios admitem uma série indefinida de aplicações e as regras direcionam-se a situações determinadas;
b)Critério da aplicação e do conflito normativo: os princípios são considerados "mandamentos de otimização", que determinam a realização de algo na maior medida possível dentro das possibilidades jurídicas e fáticas existentes, admitindo aplicação gradativa. 3 Enquanto a colisão entre princípios é resolvida pela ponderação de interesses, no caso concreto, o conflito entre regras é resolvido na dimensão da validade ("tudo ou nada"), ou seja, a regra é válida ou inválida, a partir dos critérios da hierarquia, especialidade e cronológica 
a) Princípios fundamentais: são aqueles que representam as decisões políticas estruturais do Estado, servindo de matriz para todas as demais normas constitucionais (ex.: princípios republicano, federativo, da separação de poderes);
b) Princípios gerais: são, em regra, importantes especificações dos princípios fundamentais, possuindo, no entanto, menor grau de abstração e irradiando-se sobre todo o ordenamento jurídico (ex.: princípios da isonomia, princípio da legalidade);
c) Princípios setoriais ou especiais: são aqueles que se aplicam a determinado tema, capítulo ou título da Constituição (ex.: princípios da Administração Pública previstos no art. 37 da CRFB: legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência).
A segunda classificação leva em consideração a menção expressa ou implícita dos princípios nos textos normativos: 
a) Princípios expressos: são aqueles expressamente mencionados no texto da norma (ex.: princípios da Administração Pública, citados no art. 37 da CRFB); e
b) Princípios implícitos: são os princípios reconhecidos pela doutrina e pela jurisprudência a partir da interpretação sistemática do ordenamento jurídico (ex.: princípios da razoabilidade e da proporcionalidade, da segurança jurídica).
PRINCÍPIOS DO DIREITO ADMINISTRATIVO EM ESPÉCIE
Princípio da legalidade (juridicidade)
O princípio da legalidade administrativa, previsto no art. 37 da CRFB, é considerado um produto do Liberalismo, que pregava a superioridade do Poder Legislativo.
A legalidade comporta dois importantes desdobramentos:
a) supremacia da lei: a lei prevalece e tem preferência sobre os atos da Administração; e
b) reserva de lei: o tratamento de certas matérias deve ser formalizado necessariamente pela legislação, excluindo a utilização de outros atos com caráter normativo.
Enquanto na administração particular é lícito fazer tudo o que a lei não proíbe, na Administração Pública só é permitido fazer o que a lei autoriza".
O princípio da supremacia da lei relaciona-se com a doutrina da (vinculação negativa), segundo a qual a lei representaria uma limitação para a atuação do administrador, de modo que, na ausência da lei, poderia ele atuar com maior liberdade para atender ao interesse público. Já o princípio da reserva da lei encontra-se inserido na doutrina da (vinculação positiva), que condiciona a validade da atuação dos agentes 11 públicos à prévia autorização legal.
Princípio da impessoalidade
O princípio da impessoalidade, consagrado expressamente no art. 37 da CRFB, possui duas acepções possíveis:
igualdade (ou isonomia): a Administração Pública deve dispensar tratamento impessoal e isonômico aos particulares, com o objetivo de atender a finalidade pública, sendo vedada a discriminação odiosa ou desproporcional (ex.: art. 37, II, da CRFB: concurso público, art. 37, XXI, da CRFB: licitação, art. 100 da CRFB: precatório), salvo o tratamento diferenciado entre pessoas que estão em posição fática de desigualdade, com o objetivo de efetivar a igualdade material.
proibição de promoção pessoal: asrealizações públicas não são feitos pessoais dos seus respectivos agentes, mas, sim, da respectiva entidade administrativa, razão pela qual a publicidade dos atos do Poder Público deve ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, "dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos"
Princípio da moralidade
O princípio da moralidade, inserido no art. 37 da CRFB, exige que a atuação administrativa, além de respeitar a lei, seja ética, leal e séria. Nesse sentido, o art. 2.°, parágrafo único, IV, da Lei 9.784/1999 impõe ao administrador, mormente nos processos administrativos, a "atuação segundo padrões éticos de probidade, decoro e boa-fé". Ex.: vedação do nepotismo constante da Súmula Vinculante 13 do STF. 
 Ressalte-se, no entanto, que o STF afasta a aplicação da referida súmula para os cargos políticos, o que não nos parece apropriado, uma vez que o princípio da moralidade é um princípio geral aplicável, indistintamente, a toda a Administração Pública, alcançando, inclusive, os cargos de natureza política. 
O ordenamento jurídico prevê diversos instrumentos de controle da moralidade administrativa, tais como: a ação de improbidade (art. 37, § 4.°, da CRFB e Lei 8.429/1992); a ação popular (art. 5. 0 , LXXIII, da CRFB e Lei 4.717/1965); a ação civil pública (art. 129, III, da CRFB e Lei 7.347/1985); as hipóteses de inelegibilidade previstas no art. 1.° da LC 64/1990, alterada pela LC 135/2010 ("Lei da Ficha Limpa"); as sanções administrativas e judiciais previstas na Lei 12.846/2013 (Lei Anticorrupção).
Princípio da publicidade
O princípio da publicidade impõe a divulgação e a exteriorização dos atos do Poder Público (art. 37 da CRFB e art. 2.° da Lei 9.784/1999). A visibilidade (transparência) dos atos administrativos guarda estreita relação com o princípio democrático (art. 1.° da CRFB), possibilitando o exercício do controle social sobre os atos públicos
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No Estado Democrático de Direito, a regra é a publicidade dos atos estatais; o sigilo é exceção. Ex.: a publicidade é requisito para produção dos efeitos dos atos administrativos, necessidade de motivação dos atos administrativos.
Com exceções de casos no qual os atos coloquem em risco a segurança do Estado e da Sociedade e aos atos possam expor a privacidade das pessoas.
Princípio da eficiência
O princípio da eficiência foi inserido no art. 37 da CRFB, por meio da EC 19/1998, com o objetivo de substituir a Administração Pública burocrática pela Administração Pública gerencia1. 25 A ideia de eficiência está intimamente relacionada com a necessidade de efetivação célere das finalidades públicas elencadas no ordenamento jurídico. Ex.: duração razoável dos processos judicial e administrativo (art. 5. 0 , LXXVIII, da CRFB, inserido pela EC 45/2004), contrato de gestão no interior da Administração (art. 37 da CRFB).
INTERNO qualificação do servidor ou seja quanto mais qualificado for o servidor mais eficiente ele deverá ser.
EXTERNO diz a qualidade do serviço prestado.
PRINCÍPIOS RECONHECIDOS
Além dos princípios expressos, a Administração Pública ainda se orienta por outras diretrizes que também se incluem em sua principiologia, e que por isso são da mesma relevância que aqueles. Doutrina e jurisprudência usualmente a elas se referem, o que revela a sua aceitação geral como regras de proceder da Administração. É por esse motivo que os denominamos de princípios reconhecidos, para acentuar exatamente essa aceitação. 
Princípio da Supremacia do Interesse Público
As atividades administrativas são desenvolvidas pelo Estado para benefício da coletividade. Mesmo quando age em vista de algum interesse estatal imediato, o fim último de sua atuação deve ser voltado para o interesse público. E se, como visto, não estiver presente esse objetivo, a atuação estará inquinada de desvio de finalidade.
Desse modo, não é o indivíduo em si o destinatário da atividade administrativa, mas sim o grupo social num todo. Saindo da era do individualismo exacerbado, o Estado passou a caracterizar-se como o Welfare State (Estado/bem-estar), dedicado a atender ao interesse público. Logicamente, as relações sociais vão ensejar, em determinados momentos, um conflito entre o interesse público e o interesse privado, mas, ocorrendo esse conflito, há de prevalecer o interesse público.
PRIMÁRIO o interesse coletivo é prioridade na ação administrativa 
SECUNDÁRIO o interesse da instituição é prioridade, não é protegido pelo princípio da supremacia 
Princípio da Autotutela
A Administração Pública comete equívocos no exercício de sua atividade, o que não é nem um pouco estranhável em vista das múltiplas tarefas a seu cargo. Defrontando-se com esses erros, no entanto, pode ela mesma revê-los para restaurar a situação de regularidade. Não se trata apenas de uma faculdade, mas também de um dever, pois que não se pode admitir que, diante de situações irregulares, permaneça inerte e desinteressada. Na verdade, só restaurando a situação de regularidade é que a Administração observa o princípio da legalidade, do qual a autotutela é um dos mais importantes corolários.
Não precisa, portanto, a Administração ser provocada para o fim de rever seus atos. Pode fazê-lo de ofício. Aliás, não lhe compete apenas sanar as irregularidades; é necessário que também as previna, evitando-se reflexos prejudiciais aos administrados ou ao próprio Estado.
Registre-se, ainda, que a autotutela envolve dois aspectos quanto à atuação administrativa:
aspectos de legalidade, em relação aos quais a Administração, de ofício, procede à revisão de atos ilegais;
aspectos de mérito, em que reexamina atos anteriores quanto à conveniência e oportunidade de sua manutenção ou desfazimento.
A capacidade de autotutela está hoje consagrada, sendo, inclusive, objeto de firme orientação do Supremo Tribunal Federal, que a ela faz referência nas clássicas Súmulas 346 e 473.
ATO DISCRICIONÁRIO opção de escolher o ato dentro da lei PODE conforme oportunidade e conveniência.
ATO VÍNCULADO o que a lei impõe 
Princípio da motivação
Apesar da polêmica em torno da necessidade de motivação dos atos administrativos, a legislação consagrou o princípio da motivação no processo administrativo (arts. 2.°, caput e parágrafo único, VII, e 50 da Lei 9.784/1999). Os agentes públicos devem indicar os pressupostos de fato e de direito que determinarem a decisão administrativa.
Princípio da Indisponibilidade
Os bens e interesses públicos não pertencem à Administração nem a seus agentes. Cabe-lhes apenas geri-los, conservá-los e por eles velar em prol da coletividade, esta sim a verdadeira titular dos direitos e interesses públicos.
A Administração não tem a livre disposição dos bens e interesses públicos, porque atua em nome de terceiros. Por essa razão é que os bens públicos só podem ser alienados na forma em que a lei dispuser.
Da mesma forma, os contratos administrativos reclamam, como regra, que se realize licitação para encontrar quem possa executar obras e serviços de modo mais vantajoso para a Administração.
Princípio da segurança jurídica 
As partes devem atuar com lealdade e os atos praticados no processo administrativo devem respeitar o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada (art. 5.°, XXXVI, da CRFB), bem como o proteger a confiança das pessoas em relação às expectativas geradas por promessas e atos estatais. Em consequência, a Lei 9.784/1999 exige que a atuação das partes seja pautada por padrões éticos de probidade, decoro e boa-fé (art. 2.°, parágrafo único, inciso IV); veda a aplicação retroativa de nova interpretação (art. 2.°, parágrafo único, inciso XIII); e impõe o prazo de cinco anos para o exercício da autotutela administrativa (art. 54).
Aspecto objetivo, se diz onde se deve buscar a norma positivada que dê essa segurança, vedando nova interpretação retroativa.
Aspecto subjetivo(proteçãoa confiança legítima) 
O PRINCÍPIO DA RAZOABILIDADE
Razoabilidade é a qualidade do que é razoável, ou seja, aquilo que se situa dentro de limites aceitáveis, ainda que os juízos de valor que provocaram a conduta possam dispor-se de forma um pouco diversa.
 Ora, o que é totalmente razoável para uns pode não o ser para outros. Mas, mesmo quando não o seja, é de reconhecer-se que a valoração se situou dentro dos standards de aceitabilidade. Dentro desse quadro, não pode o juiz controlar a conduta do administrador sob a mera alegação de que não a entendeu razoável.
Não lhe é lícito substituir o juízo de valor do administrador pelo seu próprio, porque a isso se coloca o óbice da separação de funções, que rege as atividades estatais. Poderá, isto sim, e até mesmo deverá, controlar os aspectos relativos à legalidade da conduta, ou seja, verificar se estão presentes os requisitos que a lei exige para a validade dos atos administrativos. Esse é o sentido que os Tribunais têm emprestado ao controle.
Com esses elementos, desejamos frisar que o princípio da razoabilidade tem que ser observado pela Administração à medida que sua conduta se apresente dentro dos padrões normais de aceitabilidade. Se atuar fora desses padrões, algum vício estará, sem dúvida, contaminando o comportamento estatal. Significa dizer, por fim, que não pode existir violação ao referido princípio quando a conduta administrativa é inteiramente revestida de licitude.
Não custa lembrar, por outro lado, que o princípio da razoabilidade não incide apenas sobre a função administrativa, mas, ao contrário, incide sobre qualquer função pública, inclusive a função legislativa.
Desvio de finalidade 
Teoria dos motivos determinantes.
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DIRETA E INDIRETA
A Administração Pública, em seu sentido subjetivo, conforme já demonstrado, engloba todas as pessoas jurídicas e seus respectivos órgãos que executam atividades administrativas.
O direito positivo consagrou a distinção entre a Administração Pública Direta e Indireta
A Administração Direta compreende os Entes federativos (União, Estados, DF e Municípios) e seus respectivos órgãos. Nesse caso, o Ente atua por meio de seus órgãos e de maneira centralizada. Os órgãos estatais, fruto da desconcentração interna de funções administrativas, serão os instrumentos dessa atuação.
Por outro lado, a Administração Pública Indireta compreende as entidades administrativas que exercem funções administrativas, a partir da descentralização legal, e que estão vinculadas ao respectivo Ente federativo. Na forma do art. 37, XIX, da CRFB e do art. 4.°, II, do DL 200/1967, são entidades integrantes da Administração Pública Indireta:
a) as autarquias;
b) as empresas públicas (e suas subsidiárias);
c) as sociedades de economia mista (e suas subsidiárias); e
d) as fundações públicas (estatais) de direito público e de direito privado
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
A expressão administração pública, como já vimos, admite mais de um sentido. No sentido objetivo, exprime a ideia de atividade, tarefa, ação, enfim a própria função administrativa, constituindo-se como o alvo que o governo quer alcançar. No sentido subjetivo, ao contrário, a expressão indica o universo de órgãos e pessoas que desempenham a mesma função
ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA: CENTRALIZAÇÃO E DESCENTRALIZAÇÃO
A organização administrativa resulta de um conjunto de normas jurídicas que regem a competência, as relações hierárquicas, a situação jurídica, as formas de atuação e controle dos órgãos e pessoas, no exercício da função administrativa. Como o Estado atua por meio de órgãos, agentes e pessoas jurídicas, sua organização se calca em três situações fundamentais: a centralização, a descentralização e a desconcentração.
A centralização é a situação em que o Estado executa suas tarefas diretamente, ou seja, por intermédio dos inúmeros órgãos e agentes administrativos que compõem sua estrutura funcional.
 Pela descentralização, ele o faz indiretamente, isto é, delega a atividade a outras entidades. Na desconcentração, desmembra órgãos para propiciar melhoria na sua organização estrutural
Descentralização Geográfica ou territorial no Brasil não existe pois não temos territórios, somos uma república federativa 
Descentralização por serviços/ técnica/legal/outorga funciona quando o ente federado cria através de lei uma pessoa para que essa possa executar o serviço público em seu lugar.
Descentralização por Colaboração entrega de um serviço público não privativo para um particular executar esse serviço.
Administração Direta
1. CONCEITO
Administração Direta é o conjunto de órgãos que integram as pessoas federativas, aos quais foi atribuída a competência para o exercício, de forma centralizada, das atividades administrativas do Estado. Em outras palavras, significa que “a Administração Pública é, ao mesmo tempo, a titular e a executora do serviço público”. 9
A noção envolve alguns aspectos importantes. O primeiro consiste em considerarmos, nesse caso, o Estado como pessoa administrativa.
Administração Indireta
CONCEITO
Administração Pública Indireta compreende as entidades administrativas que exercem funções administrativas, a partir da descentralização legal, e que estão vinculadas ao respectivo Ente federativo. Na forma do art. 37, XIX, da CRFB e do art. 4.°, II, do DL 200/1967, são entidades integrantes da Administração Pública Indireta:
a) as autarquias;
b) as empresas públicas (e suas subsidiárias);
c) as sociedades de economia mista (e suas subsidiárias); e
d) as fundações públicas (estatais) de direito público e de direito privado.
Administração Indireta do Estado é o conjunto de pessoas administrativas que, vinculadas à respectiva Administração Direta, têm o objetivo de desempenhar as atividades administrativas de forma descentralizada.
O grande e fundamental objetivo da Administração Indireta do Estado é a execução de algumas tarefas de seu interesse por outras pessoas jurídicas. 
 Quando não pretende executar determinada atividade através de seus próprios órgãos, o Poder Público transfere a sua titularidade ou a mera execução a outras entidades, surgindo, então, o fenômeno da delegação.
Não existe hierarquia entre às administração Direta e Indiretas, existe apenas o controle.
O controle exercido em relação às entidades administrativas pode ser dividido, resumidamente, em três espécies: 32
a) controle politico: os dirigentes das entidades administrativas são escolhidos e nomeados, livremente, pela autoridade competente da Administração Direta. Por outro lado, a exoneração desses dirigentes é ad nutum, ou seja, não depende de motivação. É claro que existem casos em que a legislação exige procedimento diferenciado para nomeação e para a exoneração de dirigentes, diminuindo a interferência política sobre a entidade, como ocorre, por exemplo, nas agências reguladoras;
b) controle administrativo e finalistico: as entidades administrativas devem atender as finalidades que justificaram a sua instituição e que constam da respectiva legislação. Esse controle leva em consideração o atendimento correto das finalidades contempladas na legislação e não deve se referir às atividades rotineiras das entidades. Normalmente, esse controle é exercido por meio do recurso hierárquico impróprio, na forma da lei;
c) controle financeiro: as contas das entidades administrativas serão controladas pelos
COMPOSIÇÃO
Enquanto a Administração Direta é composta de órgãos internos do Estado, a Administração Indireta se compõe de pessoas jurídicas, também denominadas de entidades.
De acordo com o art. 4 o , II, do Decreto-lei n o 200/1967, a Administração Indireta compreende as seguintes categorias de entidades, dotadas, como faz questão de consignar a lei, de personalidade jurídica própria:
Fundações públicas. Decreto lei 200/67
Auta; Decreto lei 200/67
sociedades de economia mista; e 13303/16 DIREITO PRIVADOempresas públicas; 13303/16 DIREITO PRIVADO 
ÓRGÃO PÚBLICO 
Unidade de competência sem personalidade jurídica integrada por agentes públicos que quando se manifestam expressão a vontade da pessoa que integram.
Os órgãos públicos são as repartições internas do Estado, criadas a partir da desconcentração administrativa e necessárias à sua organização.
A principal característica do órgão público é a ausência de personalidade jurídica própria.
CRIAÇÃO E EXTINÇÃO
A criação e a extinção dos órgãos públicos dependem de lei, conforme se extrai da leitura conjugada dos arts. 48, XI, e 84, VI, "a", da CRFB, alterados pela EC 32/2001. 
Em regra, a iniciativa para o projeto de lei de criação dos órgãos públicos é do Chefe do Executivo, na forma do art. 61, § 1.°, II, "e", da CRFB. 5 Todavia, em alguns casos, a iniciativa legislativa é atribuída, pelo texto constitucional, a outros agentes públicos, como ocorre, por exemplo, em relação aos órgãos do Poder Judiciário (art. 96, II, "c" e "d", da CRFB) e do Ministério Público (art. 127, § 2.°), cuja iniciativa pertence aos representantes daquelas instituições.
Excepcionalmente, a criação de órgãos públicos poderá ser instrumentalizada por ato administrativo, tal como ocorre na instituição de órgãos no Poder Legislativo, na forma dos arts. 51, IV, e 52, XIII, da CRFB. 6
TEORIAS DOS ÓRGÃOS PÚBLICOS
O Estado, como se sabe, é uma criação do Direito e não dispõe de vontade própria. Por essa razão, o Estado deve atuar por meio dos agentes públicos para satisfazer as necessidades coletivas.
Diversas teorias procuraram explicar a relação entre o Estado e os agentes públicos que compõem os centros internos de competência. As três teorias mais citadas são as seguintes:'
a) teoria do mandato: o agente público seria considerado mandatário do Estado. A principal crítica apontada para essa teoria é o fato de o Estado não dispor de vontade própria para constituir mandatário;
b) teoria da representação: o agente público seria representante do Estado. Essa teoria não prevaleceu por duas razões: equiparou o Estado ao incapaz, que precisa de representação, e, caso houvesse, realmente, uma representação, os atos do representante, que exorbitassem dos poderes de representação, não poderiam ser imputados ao Estado (representado); 2 e
teoria do órgão: a partir da analogia entre o Estado e o corpo humano, entende-se que o Estado também atua por meio de órgãos. Os órgãos públicos seriam verdadeiros "braços" estatais. Com isso, a ideia de representação é substituída pela noção de imputação volitiva: a atuação dos agentes públicos, que compõem os órgãos públicos, é imputada à respectiva pessoa estatal.
CAPACIDADE PROCESSUAL OU JUDICIÁRIA
A principal característica do órgão público, como mencionado, é a ausência de personalidade jurídica própria.
Em razão disso, o órgão público não possui, em regra, capacidade processual (ou judiciária) para demandar ou ser demandado em Juízo, pois o art. 70 do CPC/2015, que corresponde ao art. 7.° do CPC/1973, só atribui capacidade processual à "pessoa que se encontre no exercício de seus direitos".
Portanto, caso a atuação do agente público, ocupante de determinado órgão público, cause dano a alguém, a respectiva ação indenizatória deverá ser direcionada à pessoa jurídica da qual aquele órgão é parte integrante (princípio da imputação volitiva). Ex.: se um veículo do Ministério da Saúde, utilizado para a distribuição de vacinas a hospitais públicos, dirigido por agente público federal, em alta velocidade, atropela uma pessoa, a respectiva ação indenizatória deve ser proposta em face da União, uma vez que o Ministério é órgão público, despido de personalidade judiciária
Algumas exceções têm sido apontadas pela lei e pela jurisprudência, sendo lícito reconhecer, ao menos, duas situações excepcionais nas quais se admite a capacidade judiciária de determinados órgãos públicos:
Primeira exceção: a legislação pode atribuir capacidade processual para certos órgãos públicos. Ex.: órgãos públicos que atuam na defesa dos consumidores, cuja capacidade processual é reconhecida pelo art. 82, III, do CDC. 8
Segunda exceção: independentemente de lei expressa, a doutrina e a jurisprudência têm reconhecido a capacidade processual aos órgãos públicos que preenchem dois requisitos cumulativos para defesa de competência institucional violada
a) órgão da cúpula da hierarquia administrativa e
b) defesa de suas prerrogativas institucionais.
Os requisitos exigidos na segunda exceção são justificáveis, pois, normalmente, as divergências entre órgãos são resolvidas a partir da hierarquia administrativa
Ex.: conflito (positivo ou negativo) instaurado entre a Prefeitura e a Câmara de Vereadores, órgãos de cúpula, respectivamente, do Executivo e do Legislativo do Município. Quanto à necessidade de defesa das prerrogativas institucionais, este requisito serve para afastar a capacidade processual para os órgãos que pretendem discutir em Juízo questões que não coloquem em risco a sua dignidade constitucional.
PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO INDIRETA
Todos os princípios administrativos de caráter genérico que vimos estudando incidem sobre a administração indireta. Sem dúvida, hão de aplicar-se os princípios fundamentais da legalidade, da moralidade, da impessoalidade e da publicidade, porque o texto do art. 37, caput, da Constituição Federal, faz expressa referência àquela modalidade de administração.
Princípio da Reserva Legal
Cria ou autoriza por lei.
Este princípio tem por objetivo a indicação de que todas as pessoas integrantes da Administração Indireta de qualquer dos Poderes, seja qual for a esfera federativa a que estejam vinculadas, só podem ser instituídas por lei.
Nesse exato sentido, o disposto no art. 37, XIX, da CF, com a redação dada pela Emenda Constitucional n o 19/1998: “Somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação.”
PRINCÍPIO DA ESPECIALIDADE.
A lei só pode ser criada para aquela finalidade 
O princípio da especialidade aponta para a absoluta necessidade de ser expressamente consignada na lei a atividade a ser exercida, descentralizadamente, pela entidade da Administração Indireta. Em outras palavras, nenhuma dessas entidades pode ser instituída com finalidades genéricas, vale dizer, sem que se defina na lei o objeto preciso de sua atuação.
PRINCÍPIO DO CONTROLE.
Controle por vinculação sem hierarquia 
O controle funda-se no fato normalmente conhecido como relação de vinculação, através do qual se pode averbar que toda pessoa da administração indireta é vinculada a determinado órgão da respectiva administração direta.
Diante disso, pode afirmar-se que toda pessoa integrante da Administração Indireta é submetida a controle pela Administração Direta da pessoa política a que é vinculada. E nem poderia ser de outra maneira. Se é a pessoa política que enseja a criação daquelas entidades, é lógico que tenha que se reservar o poder de controlá-las. Por esse motivo é que tais entidades figuram como se fossem satélites das pessoas da federação.
O princípio do controle, também denominado de tutela administrativa, se distribui sobre quatro aspectos:
1. controle político, pelo qual são os dirigentes das entidades da Administração Indireta escolhidos e nomeados pela autoridade competente da Administração Direta, razão por que exercem eles função de confiança (relação intuitu personae);
2. controle institucional, que obriga a entidade a caminhar sempre no sentido dos fins para os quais foi criada;
3. controle administrativo, que permite a fiscalização dos agentes e das rotinas administrativas da entidade; e
controle financeiro, pelo qual são fiscalizados os setores financeiro e contábil da entidade.
AUTARQUIA 
 
A expressão autarquiasignifica autogoverno. 
A autarquia é uma pessoa jurídica de direito público, criada por lei e integrante da Administração Pública Indireta, que desempenha atividade típica de Estado. Ex.: INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), INCRA (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária).
. CRIAÇÃO
A autarquia é instituída diretamente pela lei, de iniciativa do chefe do Executivo (art. 37, XIX, c/c art. 61, § 1.°, II, "b" e "e", da CRFB).
A sua personalidade jurídica começa com a vigência da lei criadora, não sendo necessária a inscrição dos atos constitutivos no Registro competente. A extinção da entidade, em razão do princípio da simetria das formas jurídicas, depende de lei.
Para a extinção de autarquias, é também a lei o instrumento jurídico adequado. As mesmas razões que inspiraram o princípio da legalidade, no tocante à criação de pessoas administrativas, estão presentes no processo de extinção.
PATRIMÔNIO
O patrimônio das autarquias é constituído por bens próprios e públicos, na forma do art. 98 do CC. Em consequência, os bens autárquicos estão submetidos ao regime jurídico diferenciado dos bens públicos em geral e possuem as seguintes características:
a) alienabilidade condicionada pela lei ou inalienabilidade relativa (arts. 100 e 101 do CC; art. 17 da Lei 8.666/1993): a alienação de bens públicos depende dos seguintes requisitos: desafetação, justificativa (motivação), avaliação prévia, licitação (concorrência para os bens imóveis, salvo as hipóteses do art. 19 da Lei 8.666/1993, e leilão para os bens móveis) e, para os bens públicos imóveis, autorização legislativa;
d) não onerabilidade (art. 1.420 do CC): 1° os bens públicos não podem ser onerados com garantia real, tendo em vista os requisitos legais para sua alienação, bem como o regime dos precatórios e do RPV que impossibilitam a alienação judicial do bem, eventualmente gravado.
REGIME DE PESSOAL
O regime de pessoal das autarquias é estatutário (Regime Jurídico Único — RJU).
Registre-se, contudo, que o regime de pessoal das pessoas de direito público sofreu alterações constitucionais ao longo do tempo.
CLASSIFICAÇÕES
As autarquias podem ser classificadas segundo diversos critérios, merecendo destaque os mencionados a seguir.
Quanto ao nível federativa das autarquias, elas podem ser divididas em:
a) monofederativas: quando integrantes da Administração Indireta de um Ente federado determinado (ex.: autarquias federais, estaduais, distritais ou municipais); e
b) plurifederativas (plurifederativas ou interfederativas): quando a autarquia integrar, ao mesmo tempo, a Administração Pública Indireta de dois ou mais Entes federados (ex.: associação pública, instituída no âmbito dos consórcios públicos, na forma do art. 6.°, § 1.°, da Lei 11.107/2005).
Em relação ao campo de atuação ou ao objeto, as autarquias podem ser classificadas, exemplificativamente, em:
a) autarquias assistenciais ou previdenciárias (ex.: INSS — Instituto Nacional do Seguro Social);
b) autarquias de fomento (ex.: SUDENE — Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste);
c) autarquias profissionais ou corporativas (ex.: CRM — Conselho Regional de
Medicina)
d) autarquias culturais ou de ensino (ex.: UFRJ — Universidade Federal do Rio de Janeiro);
e) autarquias de controle ou de regulação (ex.: ANP — Agência Nacional do Petróleo e outras agências reguladoras).
f) autarquias ADMINISTRATIVO residual, BACEN
Por fim, quanto ao regime jurídico, é possível destacar duas espécies de autarquias:
a) autarquias comuns ou ordinárias: são as autarquias em geral, responsáveis pela execução de atividades administrativas tradicionais e típicas de Estado; 14 e
autarquias especiais: são as agências reguladoras, dotadas de autonomia administrativa e fmanceira, com a incumbência de exercer a atividade regulatória, que envolve atividades administrativas tradicionais (ex.: poder de polícia), poderes normativos ampliados (ex.: expedição de normas técnicas para o setor regulado) e poderes judicantes (ex.: resolução de lides administrativas).
PRERROGATIVAS AUTÁRQUICAS 
as autarquias são detentoras de prerrogativas tributárias e processuais importantes, que podem ser assim resumidas:
imunidade tributária (art. 150, § 2.°, da CRFB): vedação de instituição de impostos sobre o patrimônio, a renda e os serviços das autarquias, desde que "vinculados a suas finalidades essenciais ou às delas decorrentes". A imunidade só existe em relação aos impostos sobre o patrimônio, a renda e os serviços das autarquias, desde que "vinculados a suas finalidades essenciais ou às delas decorrentes
impenhorabilidade (art. 100 da CRFB e art. 534 do CPC/2015): os bens autárquicos não são passíveis de constrição judicial, pois a alienação, conforme já assinalado, depende do cumprimento das exigências legais, e o pagamento decorrente de decisão judicial, transitada em julgado, deve seguir a ordem do precatório ou, excepcionalmente da Requisição de Pequeno Valor (RPV). 8 Na execução contra a Fazenda Pública, o que inclui a autarquia, não se prevê a possibilidade de penhora de bens nos ritos previstos nos arts. 534 e 535 do CPC/2015 (execução por título judicial) e 910 do CPC/2015 (execução por título extrajudicial).
 imprescritibilidade (arts. 183, § 3.°, e 191, parágrafo único, da CRFB, art. 102 do CC e Súmula 340 do STF): 9 o ordenamento jurídico veda o usucapião (prescrição aquisitiva) de bens públicos sem fazer qualquer distinção em relação à categoria do bem; e
Créditos sujeitos a execução fiscal.
 No mesmo foro fazendário 
prerrogativas processuais: a autarquia é enquadrada no conceito de Fazenda Pública e goza das prerrogativas processuais respectivas, tais como: prazo em dobro para todas as suas manifestações processuais (art. 183 do CPC/2015, não subsistindo a previsão de prazo quadruplicado para contestação ); duplo grau de jurisdição, salvo as exceções legais (art. 496 do CPC/2015 
AGÊNCIAS REGULADORAS
São espécies de autarquias de controlesubmetidas a regime especial com atribuição de fiscalizar,controlar e regulamentar serviços públicos desestatizados ou meramente transferidos à iniciativa privada
(ex.: ANEEL — Agência Nacional de Energia Elétrica, instituída pela Lei 9.427/1996, ANATEL — Agência Nacional de Telecomunicações, instituída pela Lei 9.472/1997, ANP Agência Nacional do Petróleo, instituída pela Lei 9.478/1997). São duas as características principais das agências reguladoras:
a) a concessão do rótulo "agência reguladora" é efetivada pela lei que cria a autarquia; e
a agência exerce função regulatória que envolve atividades executivas tradicionais, mas, também, poderes normativos e poderes judicantes.
CLASSIFICAÇÕES DAS AGÊNCIAS REGULADORAS
A instituição das agências reguladoras é justificada não apenas pela necessidade de regulação dos serviços públicos concedidos aos particulares, mas também pela necessidade de controle de determinadas atividades privadas relevantes, destacadas pela lei. Portanto, a partir do tipo de atividade regulada, as agências reguladoras podem ser divididas em duas espécies:
a) agências reguladoras de serviços públicos concedidos (ex.: ANEEL, ANATEL, ANTT); e
b) agências reguladoras de atividades econômicas em sentido estrito (ex.: ANP, ANCINE).
Por outro lado, a partir da quantidade de setores regulados, as agências podem ser classificadas em:
a) agências reguladoras monossetoriais: regulam, especificamente, uma atividade econômica ou um serviço público. É a regra geral (ex.: ANEEL, ANATEL, ANP);
b) agências reguladoras plurissetoriais: regulam, ao mesmo tempo, diversas atividades econômicas e/ou serviços públicos (ex.: Agência Estadual de Regulação dos Serviços Públicos Delegados do Rio Grande do Sul — AGERGS; Agência Reguladora de Serviços Públicos de Santa Catarina — AGESC).
Em nossa opinião, o ideal é a instituiçãode agências monossetoriais, dotadas de maior especialização, o que permite maior eficiência na regulação do setor.
Quanto à titularidade federativa, as agências reguladoras podem ser:
a) agências reguladoras federais (ex.: ANEEL, ANATEL, ANP);
b) agências reguladoras estaduais (ex.: Agência Reguladora de Serviços Públicos Concedidos de Transportes Aquaviários, Ferroviários e Metroviários e de Rodovias do Estado do Rio de Janeiro — AGETRANSP, Agência Reguladora de Energia e Saneamento Básico do Estado do Rio de Janeiro — AGENERSA, Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados de Transporte do Estado de São Paulo .
REGIME ESPECIAL.
As agências reguladoras são autarquias submetidas a regime jurídico especial que compreende a forte autonomia normativa, administrativa e financeira.
Poder normativo e deslegalização
A legislação confere autonomia às agências reguladoras para editar atos administrativos normativos, dotados de conteúdo técnico e respeitados os parâmetros (standards) legais, no âmbito do setor regulado. A intenção é despolitizar o respectivo setor, retirando do âmbito político e transferindo ao corpo técnico da agência a atribuição para normatizar a atividade regulada.
Mandado fixo
Autonomia financeira
Independência administrativa mitigada
Ausência de subordinação hierárquica 
Poder normativo técnico 
AGÊNCIAS REGULADORAS
A Lei n o 9.491, de 9.9.1997 (que revogou a Lei n o 8.031, de 12.4.1990), instituiu o Plano Nacional de Desestatização PND, com o objetivo estratégico de, entre outros fins, reduzir o deficit público e sanear as finanças governamentais, para tanto transferindo à iniciativa privada atividades que o Estado exercia de forma dispendiosa e indevida. Todos os parâmetros foram traçados na lei para cumprimento pela Administração Pública, sem a possibilidade de desviar-se dos objetivos nela fixados.
Uma das formas de implementar a referida transferência consistiu no processo de privatização, pelo qual se antevia a alienação, a pessoas da iniciativa privada, de direitos pertencentes ao Governo Federal
REGIME JURÍDICO ESPECIAL
As agências reguladoras são autarquias submetidas a regime jurídico especial que compreende a forte autonomia normativa, administrativa e financeira.
Estabilidade reforçada dos dirigentes
Em primeiro lugar, a autonomia administrativa das agências reguladoras pode ser demonstrada pela estabilidade dos seus dirigentes que são brasileiros, de reputação ilibada, formação universitária e elevado conceito no campo do setor regulado, nomeados pelo Presidente da República, após aprovação do Senado (art. 5.° da Lei 9.986/2000). 16
Trata-se de estabilidade diferenciada, caracterizada pelo exercício de mandato a termo, MANDATO FIXO, não coincidente com o mandato do agente político, bem como pela impossibilidade de exoneração ad nutum. Em regra, os dirigentes só perdem os seus cargos em três situações:
a) renúncia;
b) sentença judicial transitada em julgado; ou
C)processo administrativo, com observância da ampla defesa e do contraditório (art. 9.° da Lei 9.986/2000). 
INDEPENDÊNCIA ADMINISTRATIVA 
A legislação confere autonomia às agências reguladoras para editar atos administrativos normativos, dotados de conteúdo técnico e respeitados os parâmetros (standards) legais, no âmbito do setor regulado. A intenção é despolitizar o respectivo setor, retirando do âmbito político e transferindo ao corpo técnico da agência a atribuição para normatizar a atividade regulada.
podem exercer poder normativo, com caráter técnico, no âmbito de suas atribuições, respeitado o princípio da juridicidade. As normas editadas pelas agências não podem ser classificadas como "autônomas" fruto de delegação legislativa inominada, pois encontram fundamento na lei instituidora da entidade regulatória que estabelece os parâmetros que deverão ser observados pelo regulador. A prerrogativa normativa das agências funda-se na releitura do princípio da legalidade.
AUTONOMIA FINANCEIRA 
O regime jurídico especial da agência reguladora é marcado por sua autonomia fmanceira reforçada, especialmente pela possibilidade de instituição das chamadas "taxas regulatórias" (v.g.: art. 47 da Lei 9.472/1997) e pelo envio de proposta orçamentária ao Ministério ao qual estão vinculadas (v.g.: art. 49 da Lei 9.472/1997).
Não se submete ao contingenciamento orçamentário.
a "taxa" cobrada por agência reguladora de serviços públicos não possui natureza tributária, mas sim contratual (preço público), pois não há exercício do poder de polícia propriamente dito por parte das agências, mas, sim, poder disciplinar no âmbito de relação de supremacia especial (fiscalização do contrato de concessão, e não poder de autoridade em relação aos particulares em geral)
AUSÊNCIA DE SUBORDINAÇÃO HIERÁRQUICA 
A autonomia administrativa das agências reguladoras também pode ser caracterizada pela impossibilidade do chamado "recurso hierárquico impróprio", interposto perante pessoa jurídica diversa daquela que proferiu a decisão recorrida. O objetivo é assegurar que a decisão final na esfera administrativa seja da autarquia regulatória.
PODER NORMATIVO
A legislação confere autonomia às agências reguladoras para editar atos administrativos normativos, dotados de conteúdo técnico e respeitados os parâmetros (standards) legais, no âmbito do setor regulado. A intenção é despolitizar o respectivo setor, retirando do âmbito político e transferindo ao corpo técnico da agência a atribuição para normatizar a atividade regulada.
Entendemos que as agências reguladoras podem exercer poder normativo, com caráter técnico, no âmbito de suas atribuições, respeitado o princípio da juridicidade. As normas editadas pelas agências não podem ser classificadas como "autônomas" fruto de delegação legislativa inominada, pois encontram fundamento na lei instituidora da entidade regulatória que estabelece os parâmetros que deverão ser observados pelo regulador. A prerrogativa normativa das agências funda-se na releitura do princípio da legalidade.
O fundamento do poder normativo das agências reguladoras seria a técnica da deslegalização (ou delegificação), que significa "a retirada, pelo próprio legislador, de certas matérias do domínio da lei (domaine de la loi), passando-as ao domínio do regulamento (domaine de l'ordonnance)
AGÊNCIAS EXECUTIVAS
É uma qualificação, somente as Autarquias e Empresas PÚBLICAS podem ser qualificadas como AGÊNCIA EXECUTIVA através de decreto.
Agências executivas (arts. 51 e 52 da Lei 9.649/1998 e Decreto 2.487/1998): a qualificação "agência executiva" será atribuída à autarquia ou à fundação que cumprir dois requisitos:
a) possuir um plano estratégico de reestruturação e de desenvolvimento institucional em andamento com metas de redução de custos e ampliar a eficácia de suas atividades.
b) tiver celebrado contrato de gestão com o respectivo Ministério supervisor (ex.: INMETRO — Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade industrial). 
As agências executivas possuem duas características básicas:
a) a formalização da qualificação da autarquia ou da fundação como agência executiva será feita por decreto do Presidente da República; e
b) a entidade, qualificada como agência executiva, deverá implementar as metas definidas no contrato de gestão, de acordo com os prazos e critérios de desempenho definidos no ajuste, e, em contrapartida, receberá maior autonomia de gestão gerencial, orçamentária e financeira.
agências executivas se distinguem das agências reguladoras pela circunstância de não terem, como função precípua, a de exercer controle sobre particulares prestadores de serviços públicos. Tais entidades, ao revés, destinam-se a exercer atividade estatal que, para melhor desenvoltura, deve ser descentralizada e, por conseguinte, afastada da burocracia administrativa central.
 A base de sua atuação, desse modo, é a operacionalidade, ou seja, visam à efetiva execução e implementaçãoda atividade descentralizada, diversamente da função de controle, esta o alvo primordial das agências reguladoras. Com isso, não se quer dizer que não possam ter, entre suas funções, a de fiscalização de pessoas e atividades, mas sim que tal função não constituirá decerto o ponto fundamental de seus objetivos.
A tais agências a lei assegura autonomia de gestão e a disponibilidade de recursos orçamentários e financeiros para que possam cumprir suas metas e seus objetivos institucionais. Observe-se, por fim, que as agências executivas não se configuram como categoria nova de pessoas administrativas; a expressão corresponde apenas a uma qualificação (ou título) atribuída a autarquias ou fundações governamentais.
Fundações Públicas
As fundações, em geral, são pessoas jurídicas, sem fms lucrativos, cujo elemento essencial é a utilização do patrimônio para satisfação de objetivos sociais, definidos pelo instituidor.
As fundações estatais, independentemente da personalidade jurídica, assim como as fundações privadas, não possuem finalidade lucrativa e desenvolvem atividades socialmente relevantes.
As fundações podem ser instituídas por particulares ou pelo Estado. No primeiro caso, temos a fundação privada, regida pelo Código Civil (art. 44, III, e arts. 62 a 69 do CC). No segundo caso, a hipótese é de fundação estatal (também denominada de governamental ou pública), integrante da Administração Pública Indireta (art. 37, XIX, da CRFB e art. 4.°, II, "d", do DL 200/1967).
Em relação ao objeto das fundações estatais, o tema depende da interpretação conferida ao art. 37, XIX, da CRFB, que exige lei específica para instituir autarquia e autorizar "a instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso, defmir as áreas de sua atuação"
As fundações estatais de direito público possuem as mesmas características das autarquias. Por essa razão, essas fundações são criadas por lei específica, de iniciativa do chefe do Executivo (art. 37, XIX, c/c o art. 61, § 1.°, II, "e", da CRFB)
A primeira, hoje dominante, defende a existência de dois tipos de fundações públicas: as fundações de direito público e as de direito privado, aquelas ostentando personalidade jurídica de direito público e estas sendo dotadas de personalidade jurídica de direito privado. Por esse entendimento, as fundações de direito público são caracterizadas como verdadeiras autarquias, razão por que são denominadas, algumas vezes, de fundações autárquicas ou autarquias fundacionais. Seriam elas uma espécie do gênero autarquias
O STF optou por esse entendimento, quando deixou assentado que “nem toda fundação instituída pelo Poder Público é fundação de direito privado. As fundações, instituídas pelo Poder Público, que assumem a gestão de serviço estatal e se submetem a regime administrativo previsto, nos Estados-membros, por leis estaduais, são fundações de direito público, e, portanto, pessoas jurídicas de direito público. Tais fundações são espécie do gênero autarquia, aplicando-se a elas a vedação a que alude o § 2 o do art. 99 da Constituição Federal”. 177 Noutro giro, há autores que sustentam tratar-se de entidades de distintas categorias.
A segunda corrente advoga a tese de que, mesmo instituídas pelo Poder Público, as fundações públicas têm sempre personalidade jurídica de direito privado, inerente a esse tipo de pessoas jurídicas. O fato de ser o Estado o instituidor não desmente a caracterização dessas entidades, até porque é o Estado quem dá criação a sociedades de economia mista e a empresas públicas, e essas entidades, como já visto, têm personalidade jurídica de direito privado.
REGIME DE PESSOAL
Em razão da personalidade pública das fundações estatais de direito público, o regime de pessoal é o estatutário, tendo em vista a exigência de regime jurídico único, contida no art. 39 CF
Quanto às fundações estatais de direito privado, o regime de pessoal é o celetista. 
CONTROLE
As fundações estatais encontram-se submetidas ao controle estatal, assim como ocorre em relação às demais entidades administrativas, públicas ou privadas. Além do controle administrativo, exercido pelo respectivo Ente federado (ou Ministério), as fundações estatais são controladas pelo Tribunal de Contas, na forma do art. 71, II, da CRFB.
Registre-se, no entanto, que as fundações estatais não se submetem ao controle pelo Ministério Público previsto no art. 66 do CC, tendo em vista três argumentos:
a) o art. 66 do CC refere-se, exclusivamente, às fundações privadas, instituídas por particulares;
b) o § 3.° do art. 5.° do DL 200/1967, acrescentado pela Lei 7.596/1987, afasta, em sua parte fmal, a aplicação das normas do Código Civil, relativas às fundações privadas, às fundações estatais; e
c) as fundações estatais já estão submetidas ao controle do Executivo e do Legislativo, não sendo necessária a instituição de outras formas de controle estata

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