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ATENÇÃO: MERO ROTEIRO RESUMIDO, QUE DEVE SER COMPLEMENTADO COM AS INFORMAÇÕES PRESTADAS EM SALA DE AULA E COM A LEITURA DA DOUTRINA. FACULDADE ESTÁCIO DE SÁ DE VILA VELHA CURSO DE DIREITO DISCIPLINA DIREITO CONSTITUCIONAL I PROFESSORA FERNANDA BRASILEIRO DE ALMEIDA PERÍODO LETIVO 2017 02 ROTEIRO AULA TEMA: DIREITOS SOCIAIS PLANO DE AULA ESTÁCIO Nº10 e 11 ÍNDICE 1) Introdução 2) Contextualização histórica 3) Classificação dos direitos sociais previstos nos artigos 6º ao 11 da Constituição Federal de 1988 3.1) Direitos sociais genéricos 3.2) Direitos sociais individuais do trabalhador 3.3) Direitos sociais coletivos do trabalhador 4) Direitos sociais e o princípio da proibição do retrocesso social 5) Concretização dos direitos sociais 6) Bibliografia ATENÇÃO: MERO ROTEIRO RESUMIDO, QUE DEVE SER COMPLEMENTADO COM AS INFORMAÇÕES PRESTADAS EM SALA DE AULA E COM A LEITURA DA DOUTRINA. DIREITOS FUNDAMENTAIS: CATEGORIA DIREITOS SOCIAIS 1) INTRODUÇÃO a) Conceito: “São prestações positivas proporcionadas pelo Estado direta ou indiretamente, enunciados em normas constitucionais, que possibilitam melhores condições de vida aos mais fracos, direitos que tendem a realizar a igualização de situações sociais desiguais.” José Afonso da Silva b) Geração de direitos fundamentais: segunda geração - igualdade material - prestações positivas estatais - direitos de promoção ou prestacionais - Estado de Direito Social. c) Previsão na CF/88: artigo 6º ao artigo 11 da CF/88 e, também, ao longo da CF/88. d) Natureza jurídica: cláusulas pétreas – interpretação extensiva artigo 60, §4º, IV da CF/88. e) Enumeração direitos sociais – artigo 6º da CF/88: “São direitos sociais a educação, a saúde, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição.” f) Finalidade: melhorar as condições de vida dos hipossuficientes, visando a concretização da igualdade social. Igualdade material x igualdade formal. g) Obrigados à satisfação: Estado e particulares. h) Direitos sociais no âmbito internacional: Pacto internacional de Direitos Econômicos, Sociais e culturais, da ONU - 1966 - desdobramento da Declaração Universal dos Direitos Humanos. i) Implementação: via políticas públicas do Poder Executivo. 2) CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA ➢Revolução industrial (início Inglaterra em 1760 depois expansão) – conflitos sociais – teorias sociais (liberalismo e socialismo) – “Manifesto Comunista” em 1848 – “Encíclica Rerum Novarum” em 1891 - Primeira Guerra Mundial (1914 – 1918) - Revolução Russa em 1917. ➢ Institucionalização constitucional dos direitos sociais no mundo – situações extremadas causadas pela Primeira Guerra Mundial: a) 1ª constituição: mexicana de 1917 b) 2ª constituição: alemã de Weimar de 1919. ➢ Institucionalização constitucional dos direitos sociais no Brasil: a) Constituição brasileira de 1934: primeira constituição brasileira a tratar especificamente do Direito do Trabalho. b) Decreto-lei nº 5.452 de 01/05/1943 - Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). c) Constituição brasileira de 1988: primeira a incluir os direitos sociais em capítulo próprio. 3) CLASSIFICAÇÃO DOS DIREITOS SOCIAIS PREVISTOS NOS ARTIGOS 6º AO 11 DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 ATENÇÃO: MERO ROTEIRO RESUMIDO, QUE DEVE SER COMPLEMENTADO COM AS INFORMAÇÕES PRESTADAS EM SALA DE AULA E COM A LEITURA DA DOUTRINA. 3.1) DIREITOS SOCIAIS GENÉRICOS ➢ Previsão artigo 6º da CF/88. ➢ Enumeração: educação, saúde, trabalho, moradia, lazer, segurança, previdência social, proteção à maternidade e à infância, assistência aos desamparados. ➢ Direito à educação: igualdade material - Ações afirmativas - Teoria da Justiça como equidade de John Rawls. 3.2) DIREITOS SOCIAIS INDIVIDUAIS DO TRABALHADOR ➢ Direitos de proteção - “direito individual do trabalho”. ➢ Destinatários: trabalhadores urbanos, rurais e avulsos. ➢ Servidores públicos: regime jurídico próprio (estatutário). Aplicam-se alguns direitos previstos no artigo 7º da CF/88 - artigo 39, §3º da CF/88. ➢ Enumeração não exaustiva - normas infraconstitucionais. ➢ Abrangem os seguintes direitos: a) direitos de proteção, relacionados à extinção da relação de emprego: artigo 7º, I, II, III, XXI e artigo10 do ADCT da CF/88. b) direitos relacionados à remuneração: artigo 7º, IV, V, VI, VII, VIII, IX, X, XI, XII, XVI e XXIII da CF/88. c) direitos relacionados à duração do trabalho: artigo 7º, XIII, XIV, XV, XVI e XVII da CF/88. d) direitos relacionados à não-discriminação e à proteção, nas relações de trabalho, da mulher e do menor: artigo 7º, XVIII, XIX, XXV, XXX, XXXI, XXXII, XXXIII e artigo 10 do ADCT da CF/88. e) direitos relacionados à segurança e medicina do trabalho: artigo 7º, XXII e XXVIII da CF/88. 3.3) DIREITOS SOCIAIS COLETIVOS DO TRABALHADOR Abrangem os seguintes direitos: a) liberdade de associação profissional ou sindical: artigo 8º, II, V, VII da CF/88. b) garantia de autonomia dos sindicatos: artigo 8º, I, IV, VIII da CF/88. c) direito a defesa dos interesses dos trabalhadores em negociações coletivas e órgãos públicos: artigo 8º, III, VI e artigo 10 e artigo 11 da CF/88. d) direito de greve: artigo 9º da CF/88. 4) DIREITOS SOCIAIS E O PRINCÍPIO DA PROBIÇÃO DO RETROCESSO SOCIAL ➢“Núcleo essencial” = ao regulamentar os direitos sociais, o legislador infraconstitucional não pode estabelecer regras que dificultem o exercício do direito, sob pena de inconstitucionalidade. ➢Princípio da proibição do retrocesso social - não pode: a) legislador infraconstitucional revogar lei anterior que regulamente um direito social, sem que outra a substitua; b) legislador constituinte derivado excluir algum direito social. ➢ Retrocesso: decisão ARE Nº654432, j. 05/04/2017, STF - vedação greve do policial civil. 5) CONCRETIZAÇÃO DOS DIREITOS SOCIAIS ➢Concretização de direitos sociais – Estado de Direito Democrático – Vinculação dos Poderes Constituídos – Neoconstitucionalismo - Teoria da Separação de Poderes. ➢Concretização direito social à educação: igualdade material - ações afirmativas - Teoria da Justiça como equidade de John Rawls (vide Disciplina História do Pensamento Contemporâneo). ➢Judicialização dos direitos sociais: cláusula de reserva do financeiramente possível ou reserva do possível X mínimo existencial. ATENÇÃO: MERO ROTEIRO RESUMIDO, QUE DEVE SER COMPLEMENTADO COM AS INFORMAÇÕES PRESTADAS EM SALA DE AULA E COM A LEITURA DA DOUTRINA. ➢Judicialização dos direitos sociais x processos estruturais (justiça distributiva) – III DCFP Curitiba. ➢Judicialização dos direitos sociais e posição do STF: adota a teoria do mínimo existencial e o sentido material da igualdade. ➢ Judicialização de direitos sociais – decisões STF: • STAs nº175, rel. Min. Gilmar Mendes, j. 17/03/2010 – direito à saúde. • ARE nº639337, rel. Min. Celso de Mello, j. 23/08/2011 – direito à educação – matrícula em creche. • ADPF nº186, julgada em 26/04/2012, considerou constitucional a política de cotas étnico-raciais para seleção de estudantes da Universidade de Brasília (UnB). • ADI nº3.330, julgada em 03/05/2012, considerou constitucional a Lei nº 11.096/2005 que instituiu o PROUNI – Programa Universidade para Todos. O STF entendeu que o programa constituiu importante fator de inserção social e está alinhado ao cumprimento do artigo 205 da CF/88 que estatui que a educação é direito de todos e dever do Estado e da família. Sustentou ainda que o programa está em sintonia com os diversos dispositivos da constituiçãoque estabelecem a redução de desigualdades sociais. ➢Argumentos sustentados pelo STF ao condenar o Estado a satisfazer os direitos sociais: a) modalidades de inconstitucionalidade: é inconstitucional a conduta estatal que não adota medidas concretas à realização/concretização dos direitos fundamentais; b) as normas programáticas não devem ser vistas como mera promessa constitucional; c) ADPF como instrumento apto a viabilizar a concretização de direitos fundamentais; d) a reserva do possível não pode ser alegada de maneira desarrazoada; e) o Poder Judiciário poderá, excepcionalmente, implementar políticas públicas quando o Estado não o fizer. Não há que se falar em medida antidemocrática do poder judiciário e violadora do princípio da separação de poderes. JURISPRUDÊNCIA STF EMENTA - A educação infantil representa prerrogativa constitucional indisponível, que, deferida às crianças, a estas assegura, para efeito de seu desenvolvimento integral, e como primeira etapa do processo de educação básica, o atendimento em creche e o acesso à pré-escola (CF, art. 208, IV). - Essa prerrogativa jurídica, em conseqüência, impõe, ao Estado, por efeito da alta significação social de que se reveste a educação infantil, a obrigação constitucional de criar condições objetivas que possibilitem, de maneira concreta, em favor das “crianças até 5 (cinco) anos de idade” (CF, art. 208, IV), o efetivo acesso e atendimento em creches e unidades de pré-escola, sob pena de configurar-se inaceitável omissão governamental, apta a frustrar, injustamente, por inércia, o integral adimplemento, pelo Poder Público, de prestação estatal que lhe impôs o próprio texto da Constituição Federal. - A educação infantil, por qualificar-se como direito fundamental de toda criança, não se expõe, em seu processo de concretização, a avaliações meramente discricionárias da Administração Pública nem se subordina a razões de puro pragmatismo governamental. - Os Municípios - que atuarão, prioritariamente, no ensino fundamental e na educação infantil (CF, art. 211, § 2º) - não poderão demitir-se do mandato constitucional, juridicamente vinculante, que lhes foi outorgado pelo art. 208, IV, da Lei Fundamental da República, e que representa fator de limitação da discricionariedade político-administrativa dos entes municipais, cujas opções, tratando-se do atendimento das crianças em creche (CF, art. 208, IV), não podem ser exercidas de modo a comprometer, com apoio em juízo de simples conveniência ou de mera oportunidade, a eficácia desse direito básico de índole social. - Embora inquestionável que resida, primariamente, nos Poderes Legislativo e ATENÇÃO: MERO ROTEIRO RESUMIDO, QUE DEVE SER COMPLEMENTADO COM AS INFORMAÇÕES PRESTADAS EM SALA DE AULA E COM A LEITURA DA DOUTRINA. Executivo, a prerrogativa de formular e executar políticas públicas, revela-se possível, no entanto, ao Poder Judiciário, ainda que em bases excepcionais, determinar, especialmente nas hipóteses de políticas públicas definidas pela própria Constituição, sejam estas implementadas, sempre que os órgãos estatais competentes, por descumprirem os encargos político- -jurídicos que sobre eles incidem em caráter impositivo, vierem a comprometer, com a sua omissão, a eficácia e a integridade de direitos sociais e culturais impregnados de estatura constitucional. DESCUMPRIMENTO DE POLÍTICAS PÚBLICAS DEFINIDAS EM SEDE CONSTITUCIONAL: HIPÓTESE LEGITIMADORA DE INTERVENÇÃO JURISDICIONAL. - O Poder Público - quando se abstém de cumprir, total ou parcialmente, o dever de implementar políticas públicas definidas no próprio texto constitucional - transgride, com esse comportamento negativo, a própria integridade da Lei Fundamental, estimulando, no âmbito do Estado, o preocupante fenômeno da erosão da consciência constitucional. Precedentes: ADI 1.484/DF, Rel. Min. CELSO DE MELLO, v.g.. - A inércia estatal em adimplir as imposições constitucionais traduz inaceitável gesto de desprezo pela autoridade da Constituição e configura, por isso mesmo, comportamento que deve ser evitado. É que nada se revela mais nocivo, perigoso e ilegítimo do que elaborar uma Constituição, sem a vontade de fazê-la cumprir integralmente, ou, então, de apenas executá-la com o propósito subalterno de torná-la aplicável somente nos pontos que se mostrarem ajustados à conveniência e aos desígnios dos governantes, em detrimento dos interesses maiores dos cidadãos. - A intervenção do Poder Judiciário, em tema de implementação de políticas governamentais previstas e determinadas no texto constitucional, notadamente na área da educação infantil (RTJ 199/1219-1220), objetiva neutralizar os efeitos lesivos e perversos, que, provocados pela omissão estatal, nada mais traduzem senão inaceitável insulto a direitos básicos que a própria Constituição da República assegura à generalidade das pessoas. Precedentes. A CONTROVÉRSIA PERTINENTE À “RESERVA DO POSSÍVEL” E A INTANGIBILIDADE DO MÍNIMO EXISTENCIAL: A QUESTÃO DAS “ESCOLHAS TRÁGICAS”. ”. - A destinação de recursos públicos, sempre tão dramaticamente escassos, faz instaurar situações de conflito, quer com a execução de políticas públicas definidas no texto constitucional, quer, também, com a própria implementação de direitos sociais assegurados pela Constituição da República, daí resultando contextos de antagonismo que impõem, ao Estado, o encargo de superá-los mediante opções por determinados valores, em detrimento de outros igualmente relevantes, compelindo, o Poder Público, em face dessa relação dilemática, causada pela insuficiência de disponibilidade financeira e orçamentária, a proceder a verdadeiras “escolhas trágicas”, em decisão governamental cujo parâmetro, fundado na dignidade da pessoa humana, deverá ter em perspectiva a intangibilidade do mínimo existencial, em ordem a conferir real efetividade às normas programáticas positivadas na própria Lei Fundamental. Magistério da doutrina. - A cláusula da reserva do possível - que não pode ser invocada, pelo Poder Público, com o propósito de fraudar, de frustrar e de inviabilizar a implementação de políticas públicas definidas na própria Constituição - encontra insuperável limitação na garantia constitucional do mínimo existencial, que representa, no contexto de nosso ordenamento positivo, emanação direta do postulado da essencial dignidade da pessoa humana. Doutrina. Precedentes. - A noção de “mínimo existencial”, que resulta, por implicitude, de determinados preceitos constitucionais (CF, art. 1º, III, e art. 3º, III), compreende um complexo de prerrogativas cuja concretização revela-se capaz de garantir condições adequadas de existência digna, em ordem a assegurar, à pessoa, acesso efetivo ao direito geral de liberdade e, também, a prestações positivas originárias do Estado, viabilizadoras da plena fruição de direitos sociais básicos, tais como o direito à educação, o direito à proteção integral da criança e do adolescente, o direito à saúde, o direito à assistência social, o direito à moradia, o direito à alimentação e o direito à segurança. Declaração Universal dos Direitos da Pessoa Humana, de 1948 (Artigo XXV). A PROIBIÇÃO DO RETROCESSO SOCIAL COMO OBSTÁCULO CONSTITUCIONAL À FRUSTRAÇÃO E AO INADIMPLEMENTO, PELO PODER PÚBLICO, DE DIREITOS PRESTACIONAIS. - ATENÇÃO: MERO ROTEIRO RESUMIDO, QUE DEVE SER COMPLEMENTADO COM AS INFORMAÇÕES PRESTADAS EM SALA DE AULA E COM A LEITURA DA DOUTRINA. CASO CONCRETO PLANO DE AULA ANTIGO Soldado do Exército Brasileiro indignado por ter uma remuneração inferior ao salário mínimo, fato que contrariaria o art. 7º, IV da CRFB/88, lhe procura para saber da constitucionalidade dessa remuneração inferior ao salário mínimo. Fundamente a sua resposta na doutrina e na jurisprudência. CASO CONCRETO PLANO DE AULA ANTIGO Mulher grávida que trabalha sob aregime de contratação temporária lhe consulta como advogado trabalhista para saber se tem direito à licença maternidade. Fundamente a sua resposta na doutrina e na jurisprudência. 6) BIBLIOGRAFIA ➢ BONAVIDES, Paulo. Do estado liberal ao estado social. São Paulo: Malheiros, 2011. ➢ COTRIM, Gilberto. História global Brasil e geral. São Paulo: Saraiva, 2002. ➢ HORTA, José Luiz Borges. História do Estado de Direito. São Paulo: Alameda, 2011. ➢ PAULO, Vicente; ALEXANDRINO, Marcelo. Direito constitucional descomplicado. São Paulo: Forense, 2009. FIM PRÓXIMA AULA PLANO DE AULA ESTÁCIO Nº12 DIREITOS DE NACIONALIDADE
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