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revelia no processo civil

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Quando ocorre a revelia no processo penal? Quais são os seus efeitos? A revelia ocorre quando o acusado, citado pessoalmente ou por hora certa, deixar de apresentar a resposta à acusação ou de comparecer a ato processual para o qual tenha sido intimado (não comparece e nem constitui advogado). A revelia no processo penal está ligada ou à citação ou intimação pessoal ou por hora certa.
Art. 367, do CPP - O processo seguirá sem a presença do acusado que, citado ou intimado pessoalmente para qualquer ato, deixar de comparecer sem motivo justificado, ou, no caso de mudança de residência, não comunicar o novo endereço ao juízo.
Quais são as consequências decorrentes da revelia? O processo prosseguirá sem a presença do acusado, assegurada, porém, a assistência da defesa técnica. (Não se pode admitir a continuação do processo sem um advogado de defesa).
Art. 362, do CPP - Verificando que o réu se oculta para não ser citado, o oficial de justiça certificará a ocorrência e procederá à citação com hora certa, na forma estabelecida nos arts. 227 a 229 do CPC. Parágrafo único. Completada a citação com hora certa, se o acusado não comparecer, ser-lhe-á nomeado defensor dativo.
Cuidado! Não se pode confundir a revelia no processo civil com a revelia no processo penal! No processo penal vigora o princípio da presunção de inocência. Então, não serão presumidos com verdadeiros os fatos alegados na denúncia ou queixa. No processo penal, por conta da regra probatória que deriva do princípio da presunção de inocência, a revelia não acarreta a veracidade dos fatos contidos na peça acusatória. Então, por mais que acusado seja revel, continua recaindo sobre a acusação o ônus de provar os fatos descritos na inicial.
Nem mesmo a confissão real tem valor absoluto no processo penal, devendo ser confrontada com outros elementos de prova. Logo, ainda mais a confissão presumida não pode existir no processo penal (e de fato não existe).
Art. 197, do CPP - O valor da confissão se aferirá pelos critérios adotados para os outros elementos de prova, e para a sua apreciação o juiz deverá confrontá-la com as demais provas do processo, verificando se entre ela e estas existe compatibilidade ou concordância.
Na prática, qual é o efeito da revelia no processo penal? O único efeito da revelia no processo penal é a desnecessidade da intimação do acusado para os demais atos processuais (já que não existe confissão ficta no processo penal).
Atenção! Há desnecessidade de intimação é “DO ACUSADO”. A defesa (advogado, defensor) deve continuar sendo intimada.
Ademais, existem hipóteses em que mesmo o acusado revel deve continuar sendo intimado: são os casos de sentença condenatória e de sentença absolutória imprópria.
Nesses 2 casos, o acusado deve continuar sendo intimado, mesmo sendo revel. Isto porque, em tais situações, o acusado tem capacidade postulatória autônoma para recorrer. Tanto o acusado quanto o seu defensor possuem capacidades postulatórias distintas para interpor os seus recursos. Então, se o acusado pode recorrer, mesmo sendo revel, ele deve ser intimado da sentença condenatória ou absolutória imprópria. Haverá intimação do acusado revel só nessas duas sentenças, porque nelas, há imposição de pena ou de medida de segurança.
A revelia decretada pelo juiz só cessará caso o acusado compareça posteriormente no processo. Evidentemente, o acusado receberá o processo no estado em que este se encontrar.
LFG 2012 – Intensivo I – Direito Processual Penal – Prof. Renato Brasileiro Pág. 41
9) Reação Defensiva à peça acusatória:
Hoje, há uma grande confusão quanto aos termos a serem utilizados sobre a defesa: defesa prévia, resposta preliminar, reação defensiva, resposta à acusação, etc. Essa falta de técnica quanto às expressões gera uma confusão, pois essas peças são completamente diferentes.
9.1) A extinta Defesa Prévia:
A extinta defesa prévia estava prevista na antiga redação do art. 395, do CPP, antes da reforma processual penal de 2008. Antigamente, o acusado era citado para o seu interrogatório. A defesa prévia era apresentada depois deste interrogatório, no prazo de 3 dias.
Art. 395,do CPP - O réu ou seu defensor poderá, logo após o interrogatório ou no prazo de três dias, oferecer alegações escritas e arrolar testemunhas.
Hoje, o art. 395, do CPP nem fala mais disso. A defesa prévia não existe mais. Ainda sobre essa defesa prévia, o prazo para a sua apresentação era de até 3 dias, após o interrogatório. O momento de sua apresentação era após o interrogatório.
Segundo a doutrina e a jurisprudência, a extinta defesa prévia poderia ser apresentada tanto pelo acusado quanto por seu defensor.
A principal finalidade dessa peça era a especificação de provas pretendidas (pois o acusado já havia sido interrogado). Por isso mesmo, o acusado poderia apresentá-la. Na prática, essa peça servia mais para apresentar rol de testemunhas.
As consequências decorrentes da inobservância da extinta defesa prévia (se não houvesse defesa prévia) era a mera irregularidade, desde que houvesse intimação do acusado. A ausência da defesa prévia não era causa de nulidade.Se o acusado, por exemplo, não tivesse testemunha, essa peça não era nem apresentada.
9.2) Defesa Preliminar:
Essa defesa preliminar não está prevista em todos os procedimentos. Ela só é prevista em alguns procedimentos especiais, quais sejam: a)Lei de Drogas; b)Procedimento Originário dos Tribunais; c)Juizados Especiais Criminais (em que essa defesa pode ser apresentada oralmente); d)Crimes funcionais afiançáveis (art. 514, do CPP);
Art. 514, do CPP - Nos crimes afiançáveis, estando a denúncia ou queixa em devida forma, o juiz mandará autuá-la e ordenará a notificação do acusado, para responder por escrito, dentro do prazo de quinze dias.
Atenção! Lembrar que, com a Lei 12.403/1, todos os crimes funcionais passaram a ser afiançáveis.
Obs: Há previsão de defesa preliminar também na Lei de Improbidade Administrativa. Mas, atenção! Essa lei não tem natureza criminal!!! É matéria de direito administrativo.
Defesa Preliminar do art. 514, do CPP:
Doutrina e jurisprudência entendem que essa defesa preliminar só se aplica aos crimes funcionais típicos. O simples fato de se ser funcionário público não acarreta, por si só, essa defesa preliminar. É necessário que haja um crime do art. 312, do CP ao art. 326, do CP. Neste sentido, STJ, RHC 2.118.
EMENTA RHC 2.118: RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS . CRIME CONTRA A ORDEM TRIBUTÁRIA PRATICADO POR FUNCIONÁRIO PÚBLICO (ARTIGO 1º, INCISO I, COMBINADO COM OS ARTIGOS 1 E 12 DA LEI 8.137/1990, NA FORMA DO ARTIGO 71 DO CÓDIGO PENAL). ALEGAÇÃO DE VIOLAÇÃO AO ARTIGO 514 DO CÓDIGO DE PROCESSO PENAL. RECEBIMENTO DA DENÚNCIA SEM NOTIFICAÇÃO PARA APRESENTAÇÃO DE DEFESA PRELIMINAR. DELITO QUE NÃO SE QUALIFICA COMO FUNCIONAL. DESNECESSIDADE. RECURSO IMPROVIDO. 1. O procedimento especial previsto nos artigos 513 a 518 do Código de Processo Penal só se aplica aos delitos funcionais típicos, descritos nos artigos 312 a 326 do Código Penal. Precedentes.
LFG 2012 – Intensivo I – Direito Processual Penal – Prof. Renato Brasileiro Pág. 42
O prazo para a apresentação da defesa preliminar varia entre 10 e 15 dias, a depender do procedimento.
O momento da defesa preliminar é entre o oferecimento e o recebimento da peça acusatória (essa é a principal característica para se identificar a defesa preliminar). Isso é muito favorável para o acusado, pois é uma oportunidade de ele se pronunciar antes do juiz receber a acusação.
Quanto à capacidade postulatória, a defesa preliminar só pode ser apresentada por profissional da advocacia. Logo é indispensável a existência de capacidade postulatória, pois o acusado, sozinho, não pode apresentar essa peça (até mesmo porque o objetivo da defesa preliminar é convencer o juiz a não receber a denúncia, e o acusado não tem conhecimento técnico suficiente para isso).
A finalidade de tal reação defensiva (pensar no momento em que a peça é colocada)é convencer o juiz quanto à presença de causa de rejeição da peça acusatória, evitando-se, consequentemente, a instauração de processo temerário.
A inobservância desse procedimento tem consequências polêmicas. Sobre o assunto, é importante o teor da súmula 330 do STJ, que fala sobre o procedimento especial do art. 514, do CPP:
Súmula 330, do STJ - É desnecessária a resposta preliminar de que trata o artigo 514 do Código de Processo Penal, na ação penal instruída por inquérito policial.
Para o STJ, o procedimento do art. 514, do CPP não precisa observar a defesa preliminar quando a ação penal estiver instruída por inquérito policial.
Atenção! Na prova, se cair a posição do STJ, deve-se colocar essa súmula. Contudo, a lei prevê a defesa preliminar nada dizendo a respeito da desnecessidade da defesa quando houver inquérito policial. Essa súmula viola o devido processo legal e é incompatível com o princípio da isonomia, pois ela dispensa a defesa preliminar somente quanto ao procedimento do art. 514, do CPP, não dispensando as demais defesas preliminares (para outros casos).
Essa súmula representa a orientação do STJ. Mas, em obter dictum no HC 85.779, o STF se posicionou contrariamente a ela.
EMENTA STF, HC 85.779: HABEAS CORPUS. CONSTITUCIONAL. PROCESSUAL PENAL. DEFESA PRÉVIA. CRIME DE CONCUSSÃO COMETIDO COM GRAVE AMEAÇA: INAFIANÇABILIDADE. NÃO-APLICAÇÃO DO ART. 514 DO CÓDIGO DE PROCESSO PENAL. AMPLA DEFESA EXERCIDA PLENAMENTE. INOCORRÊNCIA DA ALEGADA VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO DA DIGNIDADE DA PESSOA
2. No caso dos autos, o recorrente, na qualidade de funcionário público, teria concorrido para a prática de crime fiscal, consistente em fraudar a fiscalização tributária, inserindo elementos inexatos, ou omitindo operação de qualquer natureza, em documento ou livro exigido pela lei fiscal. 3. Hipótese que não se enquadra no conceito de "crimes de responsabilidade dos funcionários públicos", para fins de notificação para apresentação de resposta preliminar, nos termos do artigo 514 da Lei Processual Penal. 4. Recurso improvido.
A necessidade dessa defesa preliminar não se aplica aos corréus particulares. Ademais, a defesa preliminar do art. 514, do CPP só é necessária enquanto o agente estiver no exercício da função pública, já que ela existe para proteger o cargo. Atenção para o art. 514, parágrafo único do CPP:
Art. 514, parágrafo único, do CPP - Se não for conhecida a residência do acusado, ou este se achar fora da jurisdição do juiz, ser-lhe-á nomeado defensor, a quem caberá apresentar a resposta preliminar.
Esse artigo está dizendo que se o acusado estiver fora da jurisdição, ser-lhe-á nomeado defensor, sem mencionar a necessidade de sua intimação através de carta precatória.
Contudo, apesar da literalidade do dispositivo, a doutrina entende que mesmo o acusado morando em comerca diversa, ele deve ser intimado por carta precatória, pois um dos desdobramentos da ampla defesa é a possibilidade de o próprio acusado nomear o seu defensor. Então, mesmo morando em outra comarca, o acusado deve ser intimado para ter o direito de nomear seu defensor para apresentar a defesa preliminar.
LFG 2012 – Intensivo I – Direito Processual Penal – Prof. Renato Brasileiro Pág. 43
HUMANA. HABEAS CORPUS DENEGADO. 1. A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal põe-se no sentido de não violar o princípio do contraditório e ampla defesa a não-apresentação de defesa prévia (art. 514 do Código de Processo Penal) quando o crime praticado por servidor público é exercido com violência e grave ameaça, por ser inafiançável. 2. Não se comprovou afronta ao princípio da dignidade da pessoa humana na espécie. 3. Habeas corpus denegado.

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