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Direito de Família e Crimes contra a Administração Pública

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O Direito de família é o que mais sofre influência da doutrina e da jurisprudência. Também sofre influência dos costumes e das mudanças da sociedade. Tem influência de todos os institutos e dos princípios constitucionais e existe um fenômeno da constitucionalização do direito civil.
Direito de Família: É um conjunto de normas jurídicas de ordem privada, ou do direito social ou misto, que regulam as relações jurídicas (pessoais e patrimoniais), entre as pessoas unidas pelo parentesco, pelo matrimônio, pela união estável, bem como unidos por todos os modos de constituição de família. Regula também os institutos da tutela e da curatela.
(ESAF - 2010 - SMF-RJ) ADEMAR, POLICIAL MILITAR, EXIGE PAGAMENTO DE DINHEIRO PARA RELAXAR A PRISÃO DE INDIVÍDUO IMPLICADO NO TRÁFICO DE MACONHA, CONSTRANGENDO A LIBERDADE DO INDIVÍDUO PARA QUE CONCEDA AO POLICIAL A VANTAGEM INDEVIDA. À LUZ DO PREVISTO DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA, JULGUE OS ITENS ABAIXO ASSINALANDO O CORRETO ENQUADRAMENTO DA SITUAÇÃO FÁTICA DESCRITA.
a) Crime de Concussão.
b) Crime de Prevaricação.
c) Crime de Condescendência Criminosa.
d) Crime de Corrupção Ativa.
e) Crime de Excesso de Exação.
Gabarito:
Letra “A”
Comentário:
A questão em tela nos traz o delito de concussão, previsto no art. 316 do CP. No tipo penal em tela, o agente exige, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida.
(FCC- 2010 - TCE-AP) NÃO CONSTITUEM CRIMES PRATICADOS POR PARTICULAR CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM GERAL:
a) o desacato e a fraude de concorrência.
b) a condescendência criminosa e a advocacia administrativa.
c) a corrupção ativa e a sonegação de contribuição previdenciária.
d) o tráfico de influência e a resistência.
e) a desobediência e o contrabando.
Gabarito:
Letra “B”
Comentário:
Os delitos referendados na alternativa B enunciam condutas que estão previstas no Capítulo I do Título XI, onde temos os crimes praticados por funcionário público contra a Administração Pública.
(VUNESP - 2009 – CETESB) INVESTIGADOR DA POLÍCIA CIVIL, LEGALMENTE, EFETUA PRISÃO DE ACUSADO DA PRÁTICA DE DIVERSOS CRIMES DE FURTO E ENCONTRA COM O DETIDO DIVERSAS JOIAS, QUE SABIDAMENTE SÃO PRODUTO DE CRIME. O INVESTIGADOR, ENTÃO, TOMA ALGUMAS DAS JOIAS PARA SI, DELAS SE APODERANDO DEFINITIVAMENTE, E AS DEIXA DE APRESENTAR À APREENSÃO DA AUTORIDADE POLICIAL. A CONDUTA DESCRITA AMOLDA-SE AO TIPO PENAL QUE DESCREVE O CRIME DE:
a) peculato. Parte inferior do formulário
b) receptação.
c) apropriação indébita.
d) prevaricação.
e) furto.
Gabarito:
Letra “A”
Comentário:
A conduta da autoridade policial deve ser capitulada no art. 312 do CP, posto trata-se de crime de peculato, na medida em que o agente acabou por apropriar-se de valor de que teve a posse em razão do cargo.
(FCC - 2006 - PGE-RR) ASSINALE A ALTERNATIVA QUE CONTÉM DOIS CRIMES PRATICADOS POR FUNCIONÁRIO PÚBLICO CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM GERAL E UM CRIME PRATICADO POR PARTICULAR CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM GERAL.
a) Prevaricação, corrupção passiva e tráfico de influência.
b) Desobediência, corrupção ativa e inutilização de edital ou sinal.
c) Inserção de dados falsos em sistema de informações, excesso de exação e condescendência criminosa.
d) Desacato, resistência e advocacia administrativa.
e) Concussão, advocacia administrativa e facilitação de contrabando ou descaminho.
Gabarito:
Letra “A”
Comentário: São delitos praticados por funcionário público contra a Administração Pública a corrupção passiva e a prevaricação, previstos, respectivamente, nos artigos 317 e 319 do CP. Já o tráfico de influência, a seu turno, é compreendido como um delito praticado por particular contra Administração Pública, tendo sua base no art. 332 do CP.
(CESPE - 2010 - TRE-BA) QUANTO AOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E À AÇÃO PENAL, JULGUE O ITEM ABAIXO.
Caso um analista judiciário praticasse crime de prevaricação na zona eleitoral de Barreiras - BA, a ação penal seria pública condicionada, pois dependeria da representação da autoridade prevaricada para seu prosseguimento.
Gabarito:
ERRADA.
Comentário: Trata-se de questão errada, na medida em que os crimes contra a Administração Pública são crimes de ação penal pública incondicionada.
(FCC - 2012 - TRE-CE) RODOLFO, EMPRESÁRIO, PRESIDENTE DE UMA EMPRESA DE ENGENHARIA, ATUA EM PARCERIA COM FELIPE, PREFEITO DE UM DETERMINADO MUNICÍPIO BRASILEIRO, E AMBOS CONSEGUEM DESVIAR EM PROVEITO PRÓPRIO A QUANTIA DE R$ 300.000,00 DA VERBA DESTINADA À CONSTRUÇÃO DE UMA ESCOLA DO REFERIDO MUNICÍPIO. RODOLFO
a) responderá por crime de peculato.
b) não responderá por nenhum delito, pois não é funcionário público.
c) responderá por crime de corrupção ativa.
d) responderá por crime de emprego irregular de verbas públicas.
e) responderá por crime de concussão.
Gabarito:
Letra “A”
Comentário:
No caso, Rodolfo responderá, juntamente com Felipe, pelo crime de peculato, posto que, em face do art. 30 do CP, não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, salvo quando elementares do crime. Perceba que a condição de prefeito é casta sine qua non para que se possa falar em delito funcional na questão sob apreciação.
Trata-se, então, de peculato desvio, previsto no art. 312 do CP, o qual ocorre quando o funcionário público se apropria de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou desvia, em proveito próprio ou alheio.
(FCC - 2011 - TRF - 1ª REGIÃO) JOÃO, FUNCIONÁRIO PÚBLICO NO EXERCÍCIO DE SUAS FUNÇÕES, EM CUMPRIMENTO DE MANDADO DE CITAÇÃO, ABORDOU JOSÉ, O CITANDO, ORDENANDO-LHE QUE AJOELHASSE NO CHÃO PARA OUVIR A LEITURA DO TEOR DO MANDADO. JOSÉ RECUSOU-SE A AJOELHAR- SE, DIZENDO QUE OUVIRIA DE PÉ. NESSE CASO, JOSÉ:
a) cometeu crime de desacato.
b) cometeu crime de desobediência.
c) não cometeu nenhum delito.
d) cometeu crime de resistência simples.
e) cometeu crime de resistência qualificada.
Gabarito:
Letra “C”
Comentário:
O art. 226 do CPC nos diz que incumbe ao oficial de justiça procurar o réu e, onde o encontrar, citá-lo, lendo-lhe o mandado e entregando-lhe a contrafé. Assim, nada há que determine ao citando a obrigação de ajoelhar-se para ser citado. Portanto, trata-se de fato atípico, não havendo de se cogitar a existência de crime por parte de José.
(FCC - 2010 - TRE-RS) CONSTITUI FORMA QUALIFICADA DO CRIME DE VIOLAÇÃO DE SIGILO FUNCIONAL:
a) quebrar o sigilo fiscal ou bancário, fornecendo, ilegalmente, dados referentes a contribuintes, correntistas e investidores.
b) utilizar-se, indevidamente, do acesso restrito a sistema de informações da Administração Pública.
c) permitir, mediante empréstimo de senha, o acesso de pessoas não autorizadas a banco de dados da Administração Pública.
d) revelar o conteúdo de proposta de concorrência pública, ou facilitar-lhe a revelação.
e) revelar fato de que tem ciência em razão do cargo e que deva permanecer em segredo, resultando da ação dano à Administração Pública.
Gabarito:
Letra “E”
Comentário:
O crime de violação de sigilo funcional encontra-se previsto no art. 325 do CP, sendo a sua forma qualificada capitulada no § 2º, ocorrendo quando da violação de sigilo funcional resulta dano à Administração Pública ou a outrem.
(FCC - 2009 - DPE-MT) O FUNCIONÁRIO PÚBLICO, LOTADO EM BILHETERIA DE FERROVIA ESTATAL, QUE FALSIFICA E VENDE BILHETES DE PASSAGEM, APROPRIANDO- SE DO RESPECTIVO VALOR, COMETE CRIME DE:
a) peculato.
b) furto qualificado pela fraude.
c) falsificação de documento público.
d) falsificação de documento particular.
e) apropriação indébita.
Gabarito:
Letra “A”
Comentário:
Trata-se do crime de peculato, consignado no art. 312 do CP, ocorrendo quando o funcionário público apropria-se, em proveito próprio ou alheio, de dinheiro, valor ou qualqueroutro bem móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo.
(FGV - 2008 - TCM-RJ) NÃO PODE SER CONSIDERADO PRÓPRIO DE FUNCIONÁRIO PÚBLICO O CRIME DE:
a) corrupção passiva.
b) corrupção ativa.
c) prevaricação.
d) concussão.
e) advocacia administrativa.
Gabarito:
Letra “B”
Comentário:
O crime de corrupção ativa encontra-se previsto no art. 333 do CP, que, a seu turno, foi consignado no Capítulo II do Título XI, onde temos os crimes praticados por particular contra a Administração Pública.
(FGV - 2008 - TJ-PA) ASSINALE A ALTERNATIVA QUE REÚNE EXCLUSIVAMENTE OS CRIMES PRÓPRIOS DE FUNCIONÁRIO PÚBLICO:
a) prevaricação, concussão, corrupção passiva e usurpação de função pública.
b) peculato, excesso de exação, falsificação de documento público e corrupção ativa. 
c) desacato, peculato culposo, corrupção ativa e prevaricação.
d) facilitação de contrabando ou descaminho, advocacia administrativa, peculato e tráfico de influência.
e) prevaricação, abandono de função, concussão e modificação não autorizada de sistema de informações.
Gabarito:
Letra “E”
Comentário:
Perceba que os crimes de prevaricação, abandono de função, concussão e modificação não autorizada de sistema de informações estão todos previstos no Capítulo I do Título XI, onde temos os crimes praticados por funcionário público contra a Administração Pública.
(FGV - 2010 - SEAD-AP) COM BASE NO CÓDIGO PENAL, CONSIDERE AS SEGUINTES ASSERTIVAS:
I. EM RELAÇÃO AOS CRIMES CHAMADOS FUNCIONAIS, EQUIPARA-SE A FUNCIONÁRIO PÚBLICO QUEM EXERCE CARGO, EMPREGO OU FUNÇÃO EM EMPRESAS PÚBLICAS, AUTARQUIAS E SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA.
II. OS JURADOS E MESÁRIOS ELEITORAIS FORAM ALCANÇADOS PELA CONCEITUAÇÃO DE FUNCIONÁRIO PÚBLICO PARA FINS PENAIS.
III. QUANDO O FUNCIONÁRIO PÚBLICO DETENTOR DE FUNÇÃO DE DIREÇÃO DE ÓRGÃO DA ADMINISTRAÇÃO DIRETA PRATICA O CRIME DE PREVARICAÇÃO, A PENA É AUMENTADA DA TERÇA PARTE.
ASSINALE:
a) se somente a afirmativa I estiver correta.
b) se somente a afirmativa II estiver correta.
c) se somente a afirmativa III estiver correta.
d) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.
e) se todas as afirmativas estiverem corretas.
Gabarito:
Letra “E”
Comentário:
As assertivas I e II, corretas, são encontradas no § 1º do art. 327 do CP, onde temos o conceito legal de funcionário público, para fins penais, por equiparação, in verbis, equipara-se a funcionário público quem exerce cargo, emprego ou função em entidade paraestatal, e quem trabalha para empresa prestadora de serviço contratada ou conveniada para a execução de atividade típica da Administração Pública.
A assertiva III, também correta, tem seu fundamento no § 2º do art. 327 do CP, onde a pena será aumentada da terça parte quando os autores dos crimes previstos neste capítulo forem ocupantes de cargos em comissão ou de função de direção ou assessoramento de órgão da administração direta, sociedade de economia mista, empresa pública ou fundação instituída pelo poder público.
(FCC - 2011 - TCE-PR) NA CORRUPÇÃO PASSIVA, CRIME COMETIDO CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA, O AGENTE:
a) patrocina interesse privado perante a administração pública, valendo-se da qualidade de funcionário.
b) exige vantagem indevida, ainda que fora da função, mas em razão dela.
c) apropria-se, com violência, de dinheiro ou valor, público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo.
d) retarda, ou deixa de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou o pratica contra disposição expressa da lei.
e) solicita ou recebe vantagem indevida, ainda que fora da função, mas em razão dela.
Gabarito:
Letra “E”
Comentário:
O crime de corrupção passiva dá-se quando, nos termos do art. 317 do CP, o agente solicita, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceita promessa de tal vantagem.
(FCC - 2011 - TRE-PE) A CONDUTA DE ILUDIR, NO TODO OU EM PARTE, O PAGAMENTO DE DIREITO OU IMPOSTO DEVIDO PELA ENTRADA, PELA SAÍDA OU PELO CONSUMO DE MERCADORIA TIPIFICA O CRIME DE:
a) contrabando.
b) descaminho.
c) peculato.
d) prevaricação.
e) excesso de exação.
Gabarito:
Letra “B”
Comentário:
O crime de descaminho encontra-se previsto na segunda parte do art. 334 do CP, onde o agente ilude, no todo ou em parte, o pagamento de direito ou imposto devido pela entrada, pela saída ou pelo consumo de mercadoria.
(FUNCAB - 2009 - PC-RO) A CONDUTA DE SOLICITAR OU RECEBER, PARA SI OU PARA OUTREM, DIRETA OU INDIRETAMENTE, AINDA QUE FORA DA FUNÇÃO OU ANTES DE ASSUMI-LA, MAS EM RAZÃO DELA, VANTAGEM INDEVIDA, CONFIGURA O CRIME DE:
a) prevaricação.
b) peculato.
c) concussão.
d) corrupção ativa.
e) corrupção passiva.
Gabarito:
Letra “E”
Comentário:
O crime de corrupção passiva dá-se quando, nos termos do art. 317 do CP, o agente solicita, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceita promessa de tal vantagem.
(FCC - 2009 - TCE-GO) JOÃO, FUNCIONÁRIO PÚBLICO, EXIGIU DE PAULO A QUANTIA DE R$ 10.000,00 PARA DAR ANDAMENTO A PROCESSO ADMINISTRATIVO DE SEU INTERESSE. PAULO RECUSOU-SE A PAGAR A REFERIDA QUANTIA E COMUNICOU O OCORRIDO AO SUPERIOR HIERÁRQUICO DE JOÃO. NESSE CASO, JOÃO COMETEU
a) crime de corrupção passiva consumada.
b) apenas ilícito administrativo.
c) crime de tentativa de concussão.
d) crime de concussão consumado.
e) crime de tentativa de corrupção passiva.
Gabarito:
Letra “D”
Comentário:
O crime de concussão encontra-se previsto no art. 316 do CP e ocorre quando o funcionário público exige, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida.
Trata-se de delito formal, vale dizer, prescinde a modificação do mundo exterior, ou seja, o tipo penal contém em seu bojo uma conduta e um resultado naturalístico, mas este último é desnecessário para a sua consumação[1].
(FCC - 2008 - TCE-AL) O PARTICULAR QUE, EM CONCURSO COM FUNCIONÁRIO PÚBLICO E EM RAZÃO DA FUNÇÃO POR ESTE EXERCIDA, EXIGE VANTAGEM INDEVIDA PARA AMBOS PRATICA O CRIME DE:
a) exploração de prestígio.
b) tráfico de influência.
c) corrupção ativa.
d) advocacia administrativa.
e) concussão.
 Gabarito:
Letra “E”
Comentário:
No caso, o particular responderá, juntamente com o funcionário público, pelo crime de concussão, posto que, em face do art. 30 do CP, não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, salvo quando elementares do crime. Perceba que a condição de o funcionário público é fundamental para que se possa falar em delito funcional na questão sob apreciação.
Trata-se, então, de crime de concussão, previsto no art. 316 do CP e ocorre quando o funcionário público exige, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função, ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida.
(CESPE - 2009 - SEAD-SE/FPH) É APLICÁVEL, NA PRÁTICA DE DESCAMINHO, O PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA QUANDO O VALOR DO TRIBUTO SUPRIMIDO É INFERIOR A R$ 10.000,00. 
Gabarito:
“CERTA”
Comentário:
No tema, deve-se estar atento ao posicionamento do STJ, exarado na apelação Crime Nº 70042258103, vejamos:
APELAÇÃO. CRIME CONTRA A ORDEM TRIBUTÁRIA. ART. 1º, INCISO IV, C/C ART. 11, DA LEI Nº 8.137/90. SUPRESSÃO DE TRIBUTO MUNICIPAL DE ISSQN. PRINCÍPIO DA INSIGNIFICANCIA. VALOR INFERIOR AR$ 10.000,00 (DEZ MIL REAIS). Verificado que o valor do tributo suprimido é INFERIOR a R$ 10.000 (dez mil reais), quantum mínimo para o ajuizamento de execução fiscal, segundo art. 20 da Lei nº 10.522/02, é hipótese de aplicação do princípio da insignificância. Precedentes do STJ. Apelações da defesa, providas. (Apelação Crime Nº 70042258103, Quarta Câmara Criminal, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Gaspar MarquesBatista, Julgado em 21/07/2011).
(CESPE - 2009 - IBRAM-DF) O AGENTE PÚBLICO QUE, DESCUMPRINDO DEVER FUNCIONAL, PRATICAR ATO DE OFÍCIO APENAS POR CEDER À INFLUÊNCIA DE OUTREM COMETE O CRIME DE PREVARICAÇÃO.
Gabarito:
“ERRADA”
Comentário:
No crime de prevaricação, previsto no art. 319 do CP, o agente retarda ou deixa de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou pratica contra disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal, e não de outrem, como se refere a questão.
Trata-se, na verdade, do crime de corrupção passiva privilegiada, previsto no art. 317, § 2º, do CP, onde o funcionário pratica, deixa de praticar ou retarda ato de ofício, com infração de dever funcional, cedendo a pedido ou influência de outrem.
(VUNESP - 2010 - FUNDAÇÃO CASA) ADMITE MODALIDADE CULPOSA O CRIME DE:
a) desacato.
b) peculato.
c) prevaricação.
d) desobediência.
e) corrupção passiva.
Gabarito:
Letra “B”
Comentário:
O crime de peculato culposo encontra-se previsto no § 2º do art. 312 do CP, em face do qual o funcionário concorre culposamente para o crime de outrem.
(EJEF - 2009 - TJ-MG) MARQUE A ASSERTIVA CORRETA. CONSIDERA-SE FUNCIONÁRIO PÚBLICO, PARA EFEITOS PENAIS,
a) quem exerce cargo, emprego ou função pública, ainda que transitoriamente ou sem remuneração.
b) somente quem ocupe cargo efetivo e possua estabilidade.
c) o funcionário concursado, exceto o comissionado.
d) apenas quem exerce cargo, emprego ou função em entidade estatal, sob remuneração.
Gabarito:
Letra “A”
Comentário:
O art. 327 do CP nos ensina que se considera funcionário público, para os efeitos penais, quem, embora transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública.
(CESPE - 2005 - TRT-16R) QUANDO O DESVIO DE VERBA PÚBLICA SE VERIFICA EM FAVOR DO PRÓPRIO ENTE PÚBLICO, COM UTILIZAÇÃO DIVERSA DA PREVISTA NA SUA DESTINAÇÃO, EM DESACORDO COM AS DENOMINAÇÕES LEGAIS, O QUE OCORRE É O DELITO DE PECULATO CULPOSO.
Gabarito:
“ERRADA”
Comentário:
Trata-se, na verdade, do crime de emprego irregular de verbas ou rendas públicas, previsto no art. 315 do CP – dar às verbas ou rendas públicas aplicação diversa da estabelecida em lei.
(OAB – SP) PAULO, FUNCIONÁRIO PÚBLICO, CONCORRE CULPOSAMENTE PARA A APROPRIAÇÃO DE DINHEIRO PROVENIENTE DOS COFRES PÚBLICOS, MAS RESTITUI ANTES DA SENTENÇA PENAL IRRECORRÍVEL. DIANTE DE TAL FATO, TERÁ,
(a) extinta a punibilidade.
(b) praticado crime de corrupção, sem diminuição de pena.
(c) a pena reduzida de um a dois terços.
(d) a pena reduzida de metade.
Gabarito:
Letra “A”
Comentário:
A questão versa acerca da hipótese do art. 312, § 3º, do CP, em face do qual, no peculato culposo, a reparação do dano, se precede à sentença irrecorrível, extingue a punibilidade.
(OAB – SP) DOS CRIMES PRATICADOS POR FUNCIONÁRIO PÚBLICO CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM GERAL, COMO SE TIPIFICA O CRIME DE PREVARICAÇÃO?
(a) solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem.
(b) apropriar-se o funcionário publico de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio ou alheio.
(c) exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida.
(d) retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo contra disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal.
Gabarito:
Letra “D”
Comentário:
O crime de prevaricação, muito cobrado nos certames, dá-se quando o agente retarda ou deixa de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou pratica contra disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal – art. 319 do CP.
(OAB – SP) PARA A OCORRÊNCIA DO CRIME DE PREVARICAÇÃO, É NECESSÁRIO QUE O AGENTE
(a) aja para satisfazer interesse ou sentimento pessoal.
(b) deixe de praticar ato de ofício.
(c) pratique o ato contra disposição expressa de lei.
(d) obtenha vantagem moral ou econômica.
Gabarito:
Letra “A”
Comentário:
Conforme visto acima, o crime de prevaricação dá-se quando o agente retarda ou deixa de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou pratica contra disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal – art. 319 do CP.
(OAB – SP) O CONCEITO DE FUNCIONÁRIO PÚBLICO NO CÓDIGO PENAL:
(a) abrange quem, embora transitoriamente, mas com remuneração exerça cargo, emprego ou função pública.
(b) abrange quem, embora sem remuneração, mas de forma não transitória, exerça cargo, emprego ou função pública.
(c) abrange quem, embora transitoriamente ou sem remuneração, exerça cargo, emprego ou função pública.
(d) abrange quem, com remuneração e de forma não transitória, exerça cargo, emprego ou função pública.
Gabarito:
Letra “C”
Comentário:
O conceito de funcionário público para fins penais é dado pelo art. 327 do CP, o qual nos ensina que se considera funcionário público, para os efeitos penais, quem, embora transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública.
(OAB – SP) SEGUNDO O CÓDIGO PENAL (CP), AQUELE QUE PATROCINA, DIRETA OU INDIRETAMENTE, INTERESSE PRIVADO PERANTE A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA, VALENDO-SE QUALIDADE DE FUNCIONÁRIO PÚBLICO, PRATICA O CRIME DE
(a) prevaricação.
(b) condescendência criminosa.
(c) tráfico de influência.
(d) advocacia administrativa.
Gabarito:
Letra “D”
Comentário:
No caso, temos o crime de advocacia administrativa, previsto no art. 321 do CP – patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a administração pública, valendo-se da qualidade de funcionário.
(OAB – SP) ASSINALE A ALTERNATIVA CORRETA:
a) Configura o crime de prevaricação a conduta do agente público que deixa de praticar o ato de ofício para satisfazer um desejo de vingança.
b) O chamado furto de uso constitui crime.
c) No furto praticado, à noite, em estabelecimento comercial incide o aumento de pena previsto no art. 155, § 1º, do CP.
d) Quando da execução da pena, ocorrendo o concurso de infrações, a pena menos grave será cumprida primeiramente.
Gabarito:
Letra “A”
Comentário:
Conforme já visto, no crime de prevaricação, o agente retarda ou deixa de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou pratica contra disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal – art. 319 do CP – o que, sem dúvida, pode ser visualizado no desejo de vingança. 
(OAB – SP) KADJIA, GERENTE DE UMA EMPRESA PÚBLICA, APROPRIA-­SE DE DETERMINADA QUANTIA EM DINHEIRO QUE LHE HAVIA SIDO ENTREGUE PARA O PAGAMENTO DOS EMPREGADOS. ANTE TAL FATO, PODE-SE AFIRMAR QUE KADJIA INCORREU NO TIPO PENAL DENOMINADO:
a) prevaricação.
b) peculato.
c) apropriação indébita.
d) concussão.
Gabarito:
Letra “B”
Comentário:
Estamos diante da figura típica do peculato, prevista no caput do art. 312 do CP – apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio ou alheio.
(OAB – SP) SÃO CRIMES PRATICADOS POR FUNCIONÁRIO CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM GERAL: 
(a) peculato, concussão e condescendência criminosa.
(b) peculato, concussão e corrupção ativa.
(c) concussão, corrupção ativa e favorecimento real.
(d) abandono de função, advocacia administrativa e desacato.
Gabarito:
Letra “A”
Comentário:
Os crimes de peculato, concussão e condescendência criminosa são reputados crimes praticados por funcionário público contra a administração em geral.
[1] MASSON, Cleber. Direito Penal Parte Ge
Direito de Família – Civil V – Resumo para Provas
Princípios constitucionais norteadores do Direito de Família:1º) Princípio da dignidade da pessoa humana – art. 1º, III CR/88: esse princípio é uma cláusula geral, serve para tudo. Dignidade é o que a pessoa humana tem de ter para viver e exercer sua cidadania. Abrange afeto, bem estar, respeito, saúde, desenvolvimento, patrimônio.
 
2º) Princípio da solidariedade familiar – art. 227 e 230 CR/88: estabelece um dever da família, da sociedade e do Estado. Estabelece uma solidariedade entre os parentes.
 
3º) Princípio da pluralidade das entidades familiares – art. 226 CR/88: O Estado tem de proteger a família em todas as suas modalidades por meio de normas.
As principais instituições sociais são: 1) Família; 2) Instituições de ensino; 3) Instituição religiosa; 4) Instituição jurídica;
5) Instituição econômica; 6) Instituição política;
A Família faz parte do primeiro grupo social que pertencemos, é o tipo de grupo social que tem a composição em variados aspectos que se variam de acordo com o tempo e o espaço. Estas variações podem estar relacionadas quanto ao tipo de família e autoridade ou quanto à forma de casamento, por exemplo. 
3.1 Família matrimonial – originada pelo casamento civil. É o mais solene, deve observar os requisitos do art. 1514 CC. Na CR/88 está no art. 226, p. 1º e 2º. Vide t/b art. 1535 CC. O casamento tem de ser realizado com portas abertas. Os impedimentos são de ordem pública.
3.2. Família informal – formada por meio da união estável, prevista nos artigos 1723 CC e seguintes e no art. 226, p. 3º CR/88.
Para construir a união estável a lei exige diversidade de sexo (está superado). A união estável é caracterizada pela convivência pública, porém não carece de coabitação e nem de filhos. É formada com o objetivo de um assistir o outro (ajuda moral, material). Não carece de contrato e nem de prazo. Não precisa de formalidade. “Provando”, surgem todos os direitos e deveres.
Existe contrato de namoro, para ratificar que se trata apenas de namoro para não gerar efeitos de união estável. Namoro é um fato social, que é diferente de união estável. 
 
3.3. Família monoparental – p. 4º do art. 226 CR/88. É a mãe solteira ou pai solteiro + filhos. Ou seja: genitor + prole.
3.4 Família homoafetiva – reconhecida pelo STJ por analogia em 2007. Reconhecida pelo STF em 2012. Há jurisprudência. As pessoas não querem ficar à margem da lei.
3.5. Família socioafetiva – ainda não há legislação. Se justifica pelo elemento afeto. Exemplo, entre padrasto e enteado.
4º) Princípio da isonomia entre cônjuges (para qualquer entidade familiar) – art. 5º, caput, inciso I e art. 226 CR/88.
5º) Princípio da isonomia entre filhos – art. 227, p. 6º CR/88. Antes da CR/88 havia diferenças entre filhos legítimos, filhos adotados e filhos fora do casamento. A partir da CR/88 todos os filhos tem os mesmos direitos e qualificações. Art. 1596 e 1799, CC e p. 4º do art. 1800 CC).
6º) Princípio do melhor interesse da criança e do adolescente – art. 227 CR/88. É uma cláusula geral de proteção da criança e do adolescente. Se aplica em razão do caso concreto.
7º) Princípio da paternidade responsável e do livre planejamento familiar – art. 226, p. 7º CR/88. Junto com o livre planejamento, vem o dever da paternidade responsável.
8º) Princípio da monogamia – há controvérsia se a monogamia é ou não um princípio – art. 1521, VI CC trás um rol de impedimentos para o casamento e Art 1723, p. 1º CC
Separação de fato = não convive mais com o cônjuge, mas não se separou oficialmente. A lei permite união estável em paralelo a um casamento. 
 
Direito de Família – Civil V – Resumo para Provas
Evolução do Conceito de Família:
Histórica e juridicamente, a sociedade alicerçou-se na tríade sexo, casamento e família, moralizando o comportamento humano, como se, por meio de ficção legal, houvesse a possibilidade de somente reconhecer a entidade familiar concebida sob tais cânones, independentemente da ordem dos desejos.
´Porém, é possível substituir a palavra casamento (pelo menos o casamento civil tradicional de matriz exclusivamente heterossexual), pela palavra afeto, que representa muito mais do que uma finalidade, pois representa uma verdade de novos núcleos familiares.
 
A família como base da sociedade:
A família constitui o núcleo da sociedade, devendo reconhecer o direito, as relações estruturadas em seu bojo e determinantes para a sua formação, em observância à dignidade da pessoa humana.
 
Constituem direitos inerentes à família:
O reconhecimento jurídico e a proteção patrimonial 2. A concessão de alimentos 3. Os efeitos sucessórios
A competência da Vara de Família 5. A condição de dependente do parceiro perante o Regime de Previdência Social
 
A família na CF/88:
A Constituição da República de 1988 trouxe significativas transformações ao paradigma individualista e patrimonial da família, admitindo outras formas para sua estruturação, que não apenas pelo casamento, em decorrência da necessidade de adequação do arcabouço constitucional às novas demandas sociais, sob pena de seu esvaziamento prematuro e ineficácia de seus comandos.
 
Espécies de família no ordenamento jurídico brasileiro: Matrimonializadas; Monoparentais; ´Uniões estáveis hetero e homoafetivas; Outras possibilidades de formação da entidade familiar
 
Família no C.C. de 1916	Família na C.F/88
Matrimonializada	Pluralizada
Patriarcal	Democrática
Hierarquizada	Substancialmente igualitária
Heteroparental	Hetero ou homoparental
Biológica	Biológica ou socioafetiva
Unidade de produção e reprodução	Unidade socioafetiva
Caráter institucional	Caráter instrumental
 
Princípios de Direito de Família: Da Dignidade da Pessoa Humana; Da Solidariedade Familiar; Da Pluralidade das Entidades Familiares; Da Isonomia entre os cônjuges e da Isonomia entre os filhos; Do Melhor Interesse da Criança e do Adolescente; Da Paternidade Responsável e do Livre Planejamento Familiar; Da Monogamia
 
Princípio da Dignidade da Pessoa Humana:
A dignidade como autonomia envolve, em primeiro lugar, a capacidade de autodeterminação, o direito do indivíduo de decidir os rumos da própria vida e de desenvolver livremente sua personalidade. Significa o poder de fazer escolhas morais e escolhas existenciais sem imposições externas indevidas. Decisões sobre religião, vida afetiva, trabalho, ideologia e outras opções personalíssimas não podem ser subtraídas do indivíduo sem violar sua dignidade.
 
Princípio da Solidariedade Familiar: Art. 1.566, CC: São deveres de ambos os cônjuges: (I – fidelidade recíproca; II – vida em comum, no domicílio conjugal; III – mútua assistência; IV – sustento, guarda e educação dos filhos; V – respeito e consideração mútuos
 
Princípio da Pluralidade das Entidades Familiares: As famílias podem ser recompostas, reconstituídas, monoparentais, formadas por casais com filhos de casamentos anteriores e seus novos filhos, por casais homossexuais, através de uniões estáveis.
A lista de pluralidade de arranjos familiares é vasta, sendo apenas fundamental verificar se os indivíduos uniram-se através de laços afetivos e se constituíram em entidade familiar, que está além de um convívio superficial, merecendo a tutela do Estado.
 
Princípio da Isonomia entre os cônjuges e da Isonomia entre os filhos: 1. O ordenamento jurídico deixou de ser androgênico e, desta forma, promove a igualdade substancial entre os cônjuges, o que reflete no exercício do poder familiar.
O direito das famílias, ao receber o influxo do direito constitucional, foi alvo de uma profunda transformação. O princípio da igualdade ocasionou uma verdadeira revolução ao banir as discriminações que existiam no campo das relações familiares. Num único dispositivo, o constituinte espancou séculos de hipocrisia e preconceito. Além de alargar o conceito de família para além do casamento, foi derrogada toda a legislação que hierarquizava homens e mulheres, bem como a que estabelecia diferenciações entre os filhos pelo vínculo existenteentre os pais. A Constituição Federal, ao outorgar a proteção à família, independentemente da celebração do casamento, vincou um novo conceito, o de entidade familiar, albergando vínculos afetivos outros (art. 227, § 6º, CRFB).
 
Princípio do Melhor Interesse da Criança e do Adolescente: Art. 227, CRFB: É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.
 
Princípio da Paternidade Responsável e do Livre Planejamento Familiar: Art. 226, CRFB: A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado. § 7º – Fundado nos princípios da dignidade da pessoa humana e da paternidade responsável, o planejamento familiar é livre decisão do casal, competindo ao Estado propiciar recursos educacionais e científicos para o exercício desse direito, vedada qualquer forma coercitiva por parte de instituições oficiais ou privadas.
 
Conceito de Direito das Famílias e sua Importância: Modernamente, é conceituado como o um conjunto de normas que regulam as relações decorrentes do vínculo afetivo, mesmo sem casamento, tendentes à promoção da personalidade humana, através de efeitos pessoais, patrimoniais e assistenciais.
 
A importância do Direito das Famílias encontra-se na sua influência em relação aos outros ramos jurídicos:
No direito obrigacional, diante da necessidade de outorga do cônjuge no caso de alienação de bens imóveis
No direito real de habitação do cônjuge sobrevivente
 
Relações de Parentesco Conceito e Espécies: (consanguíneo, por afinidade e civil)
Parentesco: é a relação existente não só entre pessoas que descendem umas das outras ou de um mesmo tronco comum (consanguíneo ou natural), mas também entre um cônjuge ou companheiro e os parentes do outro (afinidade ou civil), entre adotante e adotado (civil) e entre pai institucional e filho sociafetivo (civil). Art. 1.593, CC.
 
Linhas e Graus – sua contagem
 
Linha Reta: Art. 1.591, CC: São parentes em linha reta as pessoas que estão umas para com as outras na relação de ascendentes e descendentes. Na linha reta inexiste qualquer limitação para o parentesco, sendo infinito.
Os parentes em linha reta devem alimentos uns aos outros, além de gozarem do direito à herança, prevalecendo a forma subsidiária, na qual o parente mais próximo, exclui o mais remoto.
 
Linha Colateral ou Transversal
Art. 1.592, CC: São parentes em linha colateral ou transversal, até o quarto grau, as pessoas provenientes de um só tronco, sem descenderem uma da outra.
Art. 1.594, CC: Contam-se, na linha reta, os graus de parentesco pelo número de gerações, e, na colateral, também pelo número delas, subindo de um dos parentes até ao ascendente comum, e descendo até encontrar o outro parente.
Limitações: 1. Os alimentos somente podem ser cobrados, entre colaterais, até o segundo grau (irmão)
Os impedimentos matrimoniais alcançam até o terceiro grau (tio e sobrinha – primos podem casar)
O direito sucessório é reconhecido aos parentes até o quarto grau, de forma subsidiária (primos – tio-avó e sobrinho-neto)
 
Contagem de graus para Parentes Colaterais:
Para contar o parentesco entre A e seu tio B, sobe-se a seu pai W; a seguir a seu avó X; e depois, desce-se a B. Três graus ao todo, pois a cada geração corresponde um grau. Dessa forma, é de segundo grau o parentesco colateral entre irmãos, de terceiro grau entre tio e sobrinho; e, de quarto grau entre primos e entre tio-avó e sobrinho-neto.
 
Efeitos Jurídicos: A partir das relações de parentesco resultam direitos, obrigações e restrições.
No direito de família: 1. Determinam impedimentos matrimoniais; 2. Instauram o poder familiar; 3. Impõem a obrigação alimentar
Determinam a regulamentação de guarda e visita
No direito contratual: é anulável a venda realizada entre ascendente e descendente, sem a autorização dos demais descendentes e do cônjuge do alienante.
No direito processual: Determinadas relações de parentesco determinam a suspeição do juiz, do membro do MP, dos serventuários da Justiça e peritos. Além dos parentes não poderem servir como testemunha, a favor ou contra um outro parente.
No direito administrativo: A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de função gratificada na administração pública direta e indireta em qualquer dos poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, compreendido o ajuste mediante designações recíprocas, viola a Constituição Federal.
No direito penal: 1. São circunstâncias que sempre agravam a pena, quando não constituem ou qualificam o crime: ter o agente cometido o crime contra ascendente, descendente, irmão ou cônjuge.
É isento de pena quem comete qualquer dos crimes patrimoniais, em prejuízo: do cônjuge, na constância da sociedade conjugal e de ascendente ou descendente, seja o parentesco legítimo ou ilegítimo, seja civil ou natural.
No direito do trabalho: o empregado poderá deixar de comparecer ao serviço sem prejuízo do salário até 2 (dois) dias consecutivos, em caso de falecimento do cônjuge, ascendente, descendente, irmão ou pessoa que, declarada em sua carteira de trabalho e previdência social, viva sob sua dependência econômica.
 
CASAMENTO: é uma entidade familiar estabelecida entre pessoas, merecedora de especial proteção estatal, constituída formal e solenemente, formando uma comunhão de afetos (comunhão de vida) e produzindo efeitos no âmbito pessoal, social e patrimonial.
 
NATUREZA JURÍDICA: 1. Negócio Jurídico: Ato que decorre da vontade das partes, a partir do consentimento, aproximando-se do contrato. 2. Instituto Jurídico: Situação jurídica que possui parâmetros preestabelecidos pelo legislador e constituindo um conjunto de regras impostas pelo Estado. 3. Natureza Mista ou Eclética: Ato jurídico complexo constituído por características negociais e institucionais.
 
CARACTERÍSTICAS: De acordo com a lei, doutrina e jurisprudência 1. Caráter personalíssimo. 2. Liberdade na escolha dos parceiros, que podem, inclusive, ser do mesmo sexo. 3. Disciplina por meio de normas cogentes de ordem pública. 4. Solenidade na celebração. 5. Inadmissibilidade de termo ou condição. 6. Estabelecimento de uma comunhão de vida, devendo ser monogâmico e passível de dissolução.
 
FINALIDADES: 1. Procriação dos filhos, como consequência lógico natural e não essencial. 2. Legalização das relações sexuais, uma vez que dentro da satisfação sexual, que é normal e inerente à natureza humana, apazigua a concupiscência. 3. Educação da prole. 4. Atribuição do nome ao cônjuge. 5. Reparação de erros do passado.
 
FINALIDADES: Visão Civil-Constitucional: A procriação de filhos não é requisito para o casamento, uma vez que o planejamento familiar faz parte da autonomia do casal. Assim, casais que não querem ou não podem conceber filhos também devem ser considerados uma família. As relações sexuais não devem ser legitimadas pelo direito, pois não há nada de ilícito em realiza-las fora do casamento, pelo contrário, encontram-se vinculadas à ordem dos desejos e estabelecidas entre sujeitos maiores e capazes. A educação da prole pode ser efetuada em arranjos familiares dos mais diversos, sendo o casamento apenas mais um deles. Não há imposição legal para a utilização do patronímico do cônjuge (art. 1.565, § 1º, CC), além do direito à utilização ser estendido ao companheiro em união estável (art. 57, § 2º, L. 6.015/73). A conduta sexual fora do casamentonão ser considerada um “erro”, nem, tampouco, uma vida livre e alheia das convenções herméticas sociais, desde que não haja prejuízo ao direito de terceiros.
Na verdade, as finalidades do casamento estão na comunhão de vida, a partir do amor, gratificação sexual e organização de vida.
 
Direito de Família – Civil V – Resumo para Provas
Casamento Civil e Casamento Religioso:
Art. 1.512, CC: O casamento é civil e gratuita a sua celebração.
Assim, o ordenamento brasileiro não confere validade ao casamento religioso. Mas, nada obsta que a cerimônia de casamento civil, com efeitos civis, seja realizada pela autoridade eclesiástica.
 
Esponsais: Constitui o instituto conhecido como noivado, ou seja, os noivos tornam pública sua intenção de casar.
Não segue nenhuma formalidade, não pode ser considerado um contrato preliminar, nem existe prazo para a realização do casamento.
Seu rompimento não gera, judicialmente, execução específica, nem tutela indenizatória.
 
O casamento gera: 1. Dever de fidelidade. 2. Dever de coabitação. 3. Em regra, presunção de esforço comum na aquisição do patrimônio do casal. 4. Presunção de paternidade. 5. Parentesco por afinidade.
 
Formalidades Preliminares do Casamento:
Habilitação: Art. 1.525, CC: O requerimento de habilitação para o casamento será firmado por ambos os nubentes, de próprio punho, ou, a seu pedido, por procurador.
Art. 1.527, CC: Estando em ordem a documentação, o oficial extrairá o edital, que se afixará durante quinze dias nas circunscrições do Registro Civil de ambos os nubentes, e, obrigatoriamente, se publicará na imprensa local, se houver.
 
Fases do procedimento de habilitação: 1. Fase de requerimento e apresentação de documentos. 2. Fase dos editais de proclamas.
Registro. 4. Expedição da certidão.
 
Formalidades preliminares do casamento:
Pressupostos de existência do casamento (condições mínimas para que o casamento seja considerado relevante para o direito):
Existência de consentimento entre os nubentes (livre manifestação de vontade).
Celebração do matrimônio com a presença da autoridade.
 
VALIDADE DO CASAMENTO:
 
PLANO DA EXISTÊNCIA:
EXISTÊNCIA DO CONSENTIMENTO DOS NUBENTES (MANIFESTAÇÃO DE VONTADE)
CELEBRAÇÃO DO CASAMENTO COM A PRESENÇA DE AUTORIDADE
 
PLANO DA VALIDADE:
NULIDADES (ART. 1.548, CC): CASAMENTO CONTRAÍDO POR PESSOA SEM O NECESSÁRIO DISCERNIMENTO PARA OS ATOS DA VIDA CIVIL ou QUANDO UM DOS IMPEDIMENTOS MATRIMONIAIS FOR VIOLADO
 
IMPEDIMENTOS MATRIMONIAIS: Art. 1.521, CC. Não podem casar:
I – os ascendentes com os descendentes, seja o parentesco natural ou civil; II – os afins em linha reta;
III – o adotante com quem foi cônjuge do adotado e o adotado com quem o foi do adotante;
IV – os irmãos, unilaterais ou bilaterais, e demais colaterais, até o terceiro grau inclusive;
V – o adotado com o filho do adotante; VI – as pessoas casadas;
VII – o cônjuge sobrevivente com o condenado por homicídio ou tentativa de homicídio contra o seu consorte.
 
Anulabilidades: Art. 1.550, CC. É anulável o casamento:
I – de quem não completou a idade mínima para casar;
II – do menor em idade núbil, quando não autorizado por seu representante legal;
III – por vício da vontade (coação ou erro essencial);
IV – do incapaz de consentir ou manifestar, de modo inequívoco, o consentimento;
V – realizado pelo mandatário, sem que ele ou o outro contraente soubesse da revogação do mandato, e não sobrevindo coabitação entre os cônjuges;
VI – por incompetência da autoridade celebrante.
 
PRAZOS DECADENCIAIS DAS ANULABILIDADES:
Defeito de idade: 180 dias, a partir do momento em que o menor atingir a idade núbil
Falta de consentimento: 180 dias, a partir do momento em que o menor atingir a maioridade
Erro essencial: 3 anos
Coação: 4 anos
Incapacidade relativa por causa psíquica: 180 dias
Revogação do mandato: 180 dias, a partir da ciência do mandante
Incapacidade da autoridade celebrante: 2 anos
 
ERRO ESSENCIAL: Art. 1.557, CC. Considera-se erro essencial sobre a pessoa do outro cônjuge:
I – o que diz respeito à sua identidade, sua honra e boa fama, sendo esse erro tal que o seu conhecimento ulterior torne insuportável a vida em comum ao cônjuge enganado;
II – a ignorância de crime, anterior ao casamento, que, por sua natureza, torne insuportável a vida conjugal;
III – a ignorância, anterior ao casamento, de defeito físico irremediável, ou de moléstia grave e transmissível, pelo contágio ou herança, capaz de pôr em risco a saúde do outro cônjuge ou de sua descendência;
IV – a ignorância, anterior ao casamento, de doença mental grave que, por sua natureza, torne insuportável a vida em comum ao cônjuge enganado
 
NULIDADE X ANULABILIDADE:
CASAMENTO NULO	CASAMENTO ANULÁVEL
Razões de ordem pública	Razões de ordem privada
Conhecido de ofício pelo juiz, requerimento do MP 
ou de qualquer interessado	Requerimento do interessado
Não é suscetível de confirmação	É suscetível de confirmação
Não convalesce com o decurso do tempo	Submete-se a prazos decadenciais
Não produz efeitos, em regra, pois se ambos os cônjuges
estavam de má-fé ao celebrar o casamento, os seus efeitos
civis aos filhos aproveitarão	Produz efeitos
Ação meramente declaratória	Ação desconstitutiva
Admite conversão substancial	Admite convalidação pelas partes
 
CASAMENTO PUTATIVO: (ART. 1.561, CC)
INVALIDADE DO CASAMENTO; 2. BOA-FÉ DOS NUBENTES, OU APENAS DE UM DELES
ERRO DESCULPÁVEL; 4. DECLARAÇÃO JUDICIAL
Efeitos jurídicos são: manutenção do nome do cônjuge, fixação de alimentos, presunção de colaboração na aquisição patrimonial etc.
 
CAUSAS SUSPENSIVAS: Art. 1.523, CC. Não devem casar:
I – o viúvo ou a viúva que tiver filho do cônjuge falecido, enquanto não fizer inventário dos bens do casal e der partilha aos herdeiros;
II – a viúva, ou a mulher cujo casamento se desfez por ser nulo ou ter sido anulado, até dez meses depois do começo da viuvez, ou da dissolução da sociedade conjugal;
III – o divorciado, enquanto não houver sido homologada ou decidida a partilha dos bens do casal;
IV – o tutor ou o curador e os seus descendentes, ascendentes, irmãos, cunhados ou sobrinhos, com a pessoa tutelada ou curatelada, enquanto não cessar a tutela ou curatela, e não estiverem saldadas as respectivas contas.
 
Celebração, Prova e Efeitos do Casamento
 
Celebração do Casamento:
 
Formalidades – Habilitação: O casamento é um negócio jurídico formal e solene, possuindo um procedimento de habilitação prévio, seus requisitos encontram-se dispostos no art. 1.525, CC e seguintes.
Pelo art. 1.526, CC apenas será necessária a homologação do juiz nas habilitações para o casamento que forem impugnadas.
Depois da habilitação, devem ser publicados os proclamas do casamento (art. 1.527, CC).
Caso cumpridas as formalidades dispostas em lei e verificada a inexistência de fato obstativo, o oficial de registro extrairá o certificado de habilitação (art. 1.531, CC).
Formalidades – Celebração do Ato:
O casamento é um ato solene, que deve ser realizado na sede do cartório, de forma pública, com, pelo menos, duas testemunhas.
O ato poderá ser realizado em outro local, com a autorização da autoridade celebrante, com, pelo menos, quatro testemunhas.
Assim, estando presentes os nubentes, pessoalmente ou por procurador especial, juntamente com as testemunhas e o oficial do registro, o presidente do ato, após ouvir dos nubentes a afirmação de que pretendem casar por livre e espontânea vontade, declarará efetuado o casamento.
 
Momento a partir do qual o casamento passa a produzir efeitos:
Conforme art. 1.514, CC, o casamento se realiza no momento em que os nubentes manifestam, perante a autoridade competente, a sua vontade de estabelecer vínculo conjugal, e a autoridade os declara casados. Manifestação de vontade dos nubentes + declaração da autoridade. O registro encontra-seno plano da eficácia.
 
CASAMENTO EM CASO DE MOLÉTIA GRAVE: Art. 1.539, CC: No caso de moléstia grave de um dos nubentes, o presidente do ato irá celebrá-lo onde se encontrar o impedido, sendo urgente, ainda que à noite, perante duas testemunhas que saibam ler e escrever. Pela jurisprudência, dispensa-se o processo de habilitação anterior.
1o A falta ou impedimento da autoridade competente para presidir o casamento suprir-se-á por qualquer dos seus substitutos legais, e a do oficial do Registro Civil por outro ad hoc, nomeado pelo presidente do ato.
2o O termo avulso, lavrado pelo oficial ad hoc, será registrado no respectivo registro dentro em cinco dias, perante duas testemunhas, ficando arquivado.
 
CASAMENTO NUNCUPATIVO: Art. 1.540, CC: Quando algum dos contraentes estiver em iminente risco de vida, não obtendo a presença da autoridade à qual incumba presidir o ato, nem a de seu substituto, poderá o casamento ser celebrado na presença de seis testemunhas, que com os nubentes não tenham parentesco em linha reta, ou, na colateral, até segundo grau.
Verificada a idoneidade dos cônjuges para o casamento, assim o decidirá a autoridade competente, com recurso voluntário às partes, o juiz mandará registrá-la no livro do Registro dos Casamentos, tal assento assim lavrado retrotrairá os efeitos do casamento, quanto ao estado dos cônjuges, à data da celebração.
Importante observar, que serão dispensadas as formalidades legais, se o enfermo convalescer e puder ratificar o casamento na presença da autoridade competente e do oficial do registro.
 
CASAMENTO POR PROCURAÇÃO: Art. 1.542, CC: O casamento pode celebrar-se mediante procuração, por instrumento público, com poderes especiais.
1o A revogação do mandato não necessita chegar ao conhecimento do mandatário; mas, celebrado o casamento sem que o mandatário ou o outro contraente tivessem ciência da revogação, responderá o mandante por perdas e danos.
 
Prova do Casamento:
Prova direta (art. 1.543, CC): O casamento celebrado no Brasil prova-se pela certidão do registro.
Pelo art. 1.544, CC o casamento de brasileiro, celebrado no estrangeiro, perante as respectivas autoridades ou os cônsules brasileiros, deverá ser registrado em cento e oitenta dias, a contar da volta de um ou de ambos os cônjuges ao Brasil, no cartório do respectivo domicílio, ou, em sua falta, no 1o Ofício da Capital do Estado em que passarem a residir.
Prova direta complementar ou supletória: Justificada a falta ou perda do registro civil, é admissível qualquer outra espécie de prova (§ único, art. 1.543, CC).
Prova indireta (art. 1.545, CC): O casamento de pessoas que, na posse do estado de casadas, não possam manifestar vontade, ou tenham falecido, não se pode contestar em prejuízo da prole comum, salvo mediante certidão do Registro Civil que prove que já era casada alguma delas, quando contraiu o casamento impugnado.
 
EFEITOS DO CASAMENTO:
 
EFEITOS SOCIAIS: 1. Emancipação do cônjuge incapaz (art. 5º, II, CC). 2. Estabelecimento do vínculo de parentesco por afinidade (art. 1.595, CC). 3. Atribuição do estado civil de casado. 4. Presunção de paternidade (art. 1.597, CC).
 
EFEITOS PESSOAIS: 1. Comunhão de vida, com base na igualdade de direitos e deveres dos cônjuges. 2. Possibilidade de acréscimo do patronímico do outro cônjuge. 3. Fixação do domicílio conjugal. 4. Estabelecimento de direitos e deveres recíprocos.
 
 
DEVERES DO CASAMENTO: Art. 1.566, CC: São deveres de ambos os cônjuges:
I – fidelidade recíproca. II – vida em comum, no domicílio conjugal. III – mútua assistência. IV – sustento, guarda e educação dos filhos. V – respeito e consideração mútu
I – fidelidade recíproca e V – respeito e consideração mútuos: Segundo o STJ, o dever de fidelidade recíproca dos cônjuges é atributo básico do casamento e não se estende ao cúmplice de traição a quem não pode ser imputado o fracasso da sociedade conjugal por falta de previsão legal.
O crime de adultério foi abolido do art. 240, CP. Assim, defende-se que a fidelidade não deve ser considerada um dever jurídico, mas como uma opção decorrente da autonomia existente entre os cônjuges.
II – vida em comum, no domicílio conjugal: Interpretando o dever de coabitação, afirma ter um cônjuge o direito sobre o corpo do outro e vice-versa, daí os correspondentes deveres de ambos, de cederem seu corpo ao normal atendimento dessas relações íntimas, não podendo, portanto, inexistir o exercício sexual, sob pena de restar inatendida essa necessidade fisiológica primária, comprometendo seriamente a estabilidade da família. Analisar os limites do débito conjugal.
Crítica: E o direito de dispor do próprio corpo como direito da personalidade e do princípio da dignidade da pessoa humana?
 
Introdução aos Regimes de Introdução aos Regimes de Bens:
 
Bens: EFEITOS PATRIMONIAIS DO CASAMENTO
PODE SER CONCEITUADO COMO SENDO O CONJUNTO DE REGRAS DE ORDEM PRIVADA RELACIONADAS COM INTERESSES PATRIMONIAIS OU ECONÔMICOS RESULTANTES DA ENTIDADE FAMILIAR. O CÓDIGO CIVIL TRAZ, ENTRE OS SEUS ARTS. 1.639 A 1.688, REGRAS RELACIONADAS AO CASAMENTO, MAS QUE TAMBÉM PODEM SER APLICADAS ÀS UNIÕES ESTÁVEIS.
 
Princípios aplicáveis aos regimes de bens: Princípio da Autonomia Privada (art. 1.639, CC). Princípio da Indivisibilidade do Regime de Bens. Princípio da Variedade do Regime de Bens. Princípio da Mutabilidade Justificada (art. 1.639, § 2º, CC). Autorização judicial. Justo motivo. Ausência de prejuízo a terceiros. Questão de direito intertemporal.
 
Princípio da Variedade do Regime de Bens:
Comunhão parcial (arts. 1.658 a 1.666, CC).
Comunhão universal (arts. 1.667 a 1.671, CC).
Separação convencional de bens (arts. 1.687 a 1.688, CC).
Participação final nos aquestos (arts. 1.672 a 1.686, CC).
 
REGIME DA SEPARAÇÃO LEGAL OU OBRIGATÓRIA: Art. 1.641. É obrigatório o regime da separação de bens no casamento:
I – das pessoas que o contraírem com inobservância das causas suspensivas da celebração do casamento (art. 1.523, CC);
II – da pessoa maior de 70 (setenta) anos; (Redação dada pela Lei nº 12.344, de 2010)
III – de todos os que dependerem, para casar, de suprimento judicial.
 
Art. 1.641, II, CC: Na separação obrigatória comunicam-se bens havidos pelo esforço comum (Súmula 377, STF).
Se a súmula for cancelada a separação obrigatória será igual a separação absoluta. Enunciado 125, I Jornada de Direito Civil: “A norma que torna obrigatório o regime da separação absoluta de bens em razão da idade dos nubentes não leva em consideração a alteração da expectativa de vida com qualidade, que se tem alterado drasticamente nos últimos anos. Também mantém um preconceito quanto às pessoas idosas que, somente pelo fato de ultrapassarem determinado patamar etário, passam a gozar da presunção absoluta de incapacidade para alguns atos, como contrair matrimônio pelo regime de bens que melhor consultar seus interesses”.
 
NECESSIDADE DE OUTORGA PARA DETERMINADOS ATOS CIVIS: Art. 1.647, CC: Ressalvado o disposto no art. 1.648, nenhum dos cônjuges pode, sem autorização do outro, exceto no regime da separação absoluta: I – alienar ou gravar de ônus real os bens imóveis; II – pleitear, como autor ou réu, acerca desses bens ou direitos; III – prestar fiança ou aval; IV – fazer doação, não sendo remuneratória, de bens comuns, ou dos que possam integrar futura meação.
Parágrafo único. São válidas as doações nupciais feitas aos filhos quando casarem ou estabelecerem economia separada.
 
ADMINISTRAÇÃO DOS BENS: Art. 1.651, CC: Quando um dos cônjuges não puder exercer a administração dos bens que lhe incumbe, segundo o regime de bens, caberá ao outro: I – gerir os bens comuns e os do consorte; II – alienar os bens móveis comuns; III – alienar os imóveis comuns e os móveis ou imóveis do consorte, mediante autorização judicial.
 
Pacto Antenupcial: Trata-se de um contrato formal e solene, pelo qual os nubentes regulamentam as questõespatrimoniais relativas ao casamento (arts. 1.653 a 1.657, CC). Art. 1.653, CC: É nulo o pacto antenupcial se não for feito por escritura pública, e ineficaz se não lhe seguir o casamento. Art. 1.655, CC: É nula a convenção ou cláusula dela que contravenha disposição absoluta de lei.
Art. 1.657, CC: As convenções antenupciais não terão efeito perante terceiros senão depois de registradas, em livro especial, pelo oficial do Registro de Imóveis do domicílio dos cônjuges.
 
REGIME DE BENS Resumo:
No divórcio as regras de partilha dos bens variam de acordo com o regime de bens adotado no casamento. O regime legal, que é o da comunhão parcial, prevê como regra geral a comunicabilidade de todos os bens adquiridos onerosamente durante o casamento, excluindo os bens adquiridos por doação ou sucessão e aqueles que já eram do cônjuge antes do casamento. Já na comunhão universal, há em regra a comunicabilidade de todos os bens, adquiridos antes e durante o casamento. No regime da separação convencional ou obrigatória, que é aquela imposta por lei, por exemplo, aos maiores de setenta anos, não há comunicabilidade de bens, possuindo cada cônjuge seu patrimônio particular.
 
 Comunhão parcial: conceito e alcance (arts. 1.658 a 1.666, CC)
Trata-se do regime supletivo de vontade, dispensando a necessidade de pacto antenupcial e prevalecendo no silêncio das partes e na hipótese de invalidade do pacto. Comunicam-se os bens adquiridos a título oneroso durante o casamento (presunção absoluta de esforço comum), excluindo-se os bens adquiridos antes das núpcias e os adquiridos durante o casamento a título gratuito (doação e herança).
Regime aplicável à união estável (art. 1.725, CC).
 
Art. 1.659, CC: Excluem-se da comunhão: I – os bens que cada cônjuge possuir ao casar, e os que lhe sobrevierem, na constância do casamento, por doação ou sucessão, e os sub-rogados em seu lugar; II – os bens adquiridos com valores exclusivamente pertencentes a um dos cônjuges em sub-rogação dos bens particulares; III – as obrigações anteriores ao casamento (aprestos); IV – as obrigações provenientes de atos ilícitos, salvo reversão em proveito do casal; V – os bens de uso pessoal, os livros e instrumentos de profissão; VI – os proventos do trabalho pessoal de cada cônjuge; VII – as pensões, meios-soldos, montepios e outras rendas semelhantes.
 
IV – as obrigações provenientes de atos ilícitos, salvo reversão em proveito do casal: Súmula 251 do Superior Tribunal de Justiça: A meação só responde pelo ato ilícito quando o credor, na execução fiscal, provar que o enriquecimento dele resultante aproveitou ao casal. Exemplos: sonegação fiscal, desvio de finalidade empresarial (art. 50 ,CC) etc.
Caso a meação não responda pela dívida, é cabível a utilização de embargos de terceiros (art. 1.046, CPC e Súmula 134 do STJ).
 
Bens Comuns (art. 1.660, CC): Aquisição durante o casamento – São considerados bens comuns do casal: 1. Os bens adquiridos onerosamente. 2. Os bens adquiridos por fato eventual. 3. Os frutos adquiridos de bens particulares. 4. As benfeitorias realizadas em bens particulares. 5. Os bens adquiridos gratuitamente por ambos os cônjuges.
 
Outros bens que se comunicam por força de entendimento jurisprudencial: o (STJ) decidiu que o direito ao recebimento de proventos como o salário (incluindo FGTS e verbas trabalhistas), a aposentadoria e honorários não se comunica no fim do casamento. No entanto, quando essas verbas são recebidas durante o matrimônio, as mesmas se tornam bem comum, seja em dinheiro ou os bens adquiridos com ele.
Imóvel financiado em contrato anterior ao casamento. Neste caso os valores deverão ser apurados.
 
Efeitos Sucessórios: Segundo o STJ: O cônjuge somente terá direito sucessório sobre os bens adquiridos onerosamente na constância do casamento, em sentido contrário ao art. 1.829, I, CC.
Assim, no regime da comunhão parcial, os bens exclusivos de um cônjuge NÃO são partilhados com o outro no divórcio e, pela mesma razão, não o devem ser após a sua morte, sob pena de infringir o que ficou acordado entre os nubentes no momento em que decidiram se unir em matrimônio. Acaso a vontade deles seja a de compartilhar todo o seu patrimônio, a partir do casamento, assim devem instituir em pacto antenupcial.
Além disso, não remanesce, para o cônjuge casado mediante separação de bens (convencional ou obrigatória), direito à meação, tampouco à concorrência sucessória, respeitando-se o regime de bens estipulado, que obriga as partes na vida e na morte. Desta forma, o cônjuge sobrevivente NÃO é herdeiro necessário.
 
 Comunhão universal: (Arts. 1.667 a 1.671, CC): Forma-se uma massa patrimonial única para o casal, estabelecendo uma unicidade de bens, atingindo créditos (passados e futuros) e débitos (futuros). As dívidas provenientes de atos ilícitos entram na comunhão universal, independentemente do proveito obtido pelo casal. Forma-se um condomínio, tendo cada cônjuge direito à meação a todos os bens componentes da universalidade, independentemente de terem sido adquiridos antes ou depois da núpcias, a título oneroso ou gratuito. Depende de celebração de pacto antenupcial.
 
Art. 1.668,CC, São excluídos da comunhão:
I – os bens doados ou herdados com a cláusula de incomunicabilidade e os sub-rogados em seu lugar;
II – os bens gravados de fideicomisso e o direito do herdeiro fideicomissário, antes de realizada a condição suspensiva;
III – as dívidas anteriores ao casamento, salvo se provierem de despesas com seus aprestos, ou reverterem em proveito comum;
IV – as doações antenupciais feitas por um dos cônjuges ao outro com a cláusula de incomunicabilidade;
V – Os bens referidos nos incisos V a VII do art. 1.659. V – os bens de uso pessoal, os livros e instrumentos de profissão;
VI – os proventos do trabalho pessoal de cada cônjuge; VII – as pensões, meios-soldos, montepios e outras rendas semelhantes.
 
Entendimento Jurisprudencial: O STJ afirma que os bens indivisíveis de propriedade comum decorrente da comunhão no casamento, na execução podem ser levados à hasta pública por inteiro, reservando ao cônjuge a metade do preço alcançado. Tem-se entendido na Corte que a exclusão da meação deve ser considerada em cada bem do casal e não na indiscriminada totalidade do patrimônio.
 
 Separação convencional de bens: conceito e alcance (arts. 1.687 a 1.688, CC): É o regime que promove um absoluto afastamento patrimonial, obstando a comunhão de todo e qualquer bem adquirido por cada cônjuge, antes ou depois do casamento, seja a título oneroso ou gratuito.
Existe, pois, independência absoluta quanto aos bens e obrigações, com apenas uma exceção. Art. 1.688, CC: Ambos os cônjuges são obrigados a contribuir para as despesas do casal na proporção dos rendimentos de seu trabalho e de seus bens, salvo estipulação em contrário no pacto antenupcial.
 
Características: A administração dos bens caberá ao cônjuge titular, bem como a percepção dos frutos. Liberdade de disposição patrimonial. Responsabilidade individual pelas dívidas e obrigações assumidas.
 Participação final nos aquestos: conceito e alcance (arts. 1.672 a 1.686, CC): Trata-se de um regime híbrido, pois durante a convivência conjugal o casamento fica submetido às regras da separação convencional de bens, porém no instante da dissolução (morte ou divórcio), incidem as normas atinentes à comunhão parcial de bens, comunicando-se os bens adquiridos onerosamente por cada um durante a constância do matrimônio.Importante esclarecer, que aquestos são bens adquiridos onerosamente durante a sociedade conjugal.
 Características: O direito de cada cônjuge não é sobre o acervo patrimonial do outro, mas sim sobre o saldo eventualmente apurado, após a compensação dos acréscimos de bens a título oneroso na constância do casamento.
Depende de celebração de pacto antenupcial. Art. 1.656, CC: No pacto antenupcial, que adotar o regime de participação final nos aquestos, poder-se-áconvencionar a livre disposição dos bens imóveis, desde que particulares.

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