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DIREITO PROCESSUAL CIVIL

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O que é o direito: O direito é uma ordenação heterônoma, segundo fatos à luz de valores. A heteronímia da norma significa cogente e sua imperatividade. Ao contrário da moral que é autônoma e disciplinadora de condutas subjetivas. Nesse sentido a máxima jurídica de que nem tudo que é lícito é moral.
A ética é a positivação de condutas morais como de regra intimamente ligada ao exercício de uma profissão, dai se falar que o direito é uma ciência deontológica, ou ciência do dever ser, a arte do bom e do justo. Na lição do filósofo Cícero, é o caminho sinuoso no caminho reto, o que é correto.
 
Fatos: O direito analise os fatos segundo presunções, o direito processual não está comprometido com verdade real e sim com a formal, nos termos do Art. 469 CPC. As presunções têm natureza legal chamadas “iure et iure” (o direito pelo direito) e advindas de fatos não disciplinados no código “iuris tantum” (fatos da vida).
 
Presunção de fato: Poderá ser por.
a) Boletim de ocorrência: O ofendido narra a autoridade a lesão ou ofensa ao seu direito;
b) Contraditório: É a ciência bilateral dos atos e termos do processo com a possibilidade de ampla defesa. Não havendo contestação, presunção com inconteste os fatos.
 
Valoração do direito: A valoração do direito diz respeito ao conteúdo cultural, filosófico e teológico da lei, mas especificamente a tendência das disposições legais que deve atribuir à vida em sociedade, o bem estar do ser humano, nos termos do Art. 5º da LICC.
 
Norma jurídica: A norma é sinônimo de direito positivo, o Brasil adotou o legalismo como fonte da lei. Ao contrário de outros países em que a tradição é prestigiada em direito não escrito, ou seja, o direito consuetudinário.
 
Processo: O processo é o instrumento da jurisdição e o meio pelo qual o Estado oferta à prestação jurisdicional. O processo tem natureza abstrata e disciplina a oferta da jurisdição, que se inicia com o processo de conhecimento, execução, cautelar, procedimentos especiais e todos os procedimentos que compõem a legislação extravagante.
 
Procedimento: O procedimento é a exteriorização do processo e é o modo pelo qual o processo caminha, respeitando os termos e prazos.
 
Processo de Conhecimento: O processo de conhecimento, no rito ordinário, inicia-se com a petição inicial, subscrita por advogado, em que o autor indicará a sua pretensão e os fundamentos jurídicos do pedido. O juiz poderá indeferir a petição inicial se entender que não está formulada de modo adequado. Poderá ordenar também que o autor a corrija ou complete.
No processo de conhecimento o juiz entra no mérito da questão, para verificar se o autor tem ou não o direito que alega ter. O procedimento comum ordinário desenvolve-se mediante a citação do réu para se defender. Após a resposta do réu, vêm as providências preliminares para sanar eventuais irregularidades.
Terminadas as providências preliminares, o juiz fará uma avaliação geral chamada “julgamento conforme o estado do processo”, em que se dá a extinção do processo, o julgamento antecipado da lide ou a designação da audiência preliminar ou de conciliação.
Seguem-se as perícias e diligências determinadas, bem como a audiência de instrução e julgamento, se necessário, com a prolação da sentença, nesta audiência, ou depois, no prazo de 10 dias.
 
Ação: Tem índole constitucional de buscar do Estado uma sentença de mérito, sendo considerado autônomo e abstrato em relação ao direito material. O direito de ação não é possível de perda ou ganho, mas sim o pedido.
 
Conceito de Ação: A ação é o direito subjetivo de índole constitucional público e abstrato de exigir do poder judiciário uma sentença de mérito. O direito de ação não é passível de perda ou ganho, mas tem conteúdo abstrato. O direito de ação nas suas origens está atrelado ao direito civil. Assim fala-se que o direito de ação existe de presente do direito civil, não há ação sem direito e não há direito sem ação.
O direito de ação avança no tempo e vai encontrar na doutrina alemã, no caso Muttler x Windschied, para dizer que a ação é o poder contra o Estado.
Continuando atrelada ao direito civil com as idéias de Adolph Wach, desenvolvidas por Chiovenda, o direito de ação vai tomando contornos de direito concreto, para dizer que o direito de ação está unido com as condições presentes da ação (possibilidades jurídicas do pedido, interesse de agir e legitimidade das partes).
Mas é com Carnellutti que a atual teoria sobre o direito de ação nasce, ou seja, a teoria abstrata de ação, para dizer que o direito de ação existe, independentemente das condições da ação.
 
Elementos da Ação: Os elementos da ação são:
Partes: As partes são as pessoas que pedem ou em face das quais se pede, em nome próprio, a tutela jurisdicional. Quem pede denomina-se autor e o que sofre o pedido é o réu.
Objeto: É a providência jurisdicional solicitada quanto a um bem, que tem que ser sempre lícito e moralmente possível.
Causa de pedir: As razões que suscitam a pretensão e a providência. O direito processual é norma de direito público, por conseqüência, de aplicação impositiva ou cogente, ao contrário do direito civil que faz parte do direito privado, e por isso, é norma facultativa ou supletiva.
A causa de pedir são os fatos da vida que geram conseqüência jurídica, pos o fato que gera conseqüência jurídica são chamados fato jurídico que pode ou não ser relevante para a esfera do direito.
Assim, ato jurídico é aquele que se reveste dos predicativos da capacidade dos agentes, da licitude do objeto e da forma prescrita e não proibida em lei (art. 166 do NCC).
Exemplo: O acender e apagar de um semáforo é um fato jurídico que disciplina regras de trânsito e a desobediência desta sinalização que gerar conseqüência danosa é um ato jurídico.
 
Pedido: O pedido contém a pretensão e é apresentado na forma do Art. 282 (petição inicial). O juiz ao julgar o pedido, não julga a defesa. O processo não se confunde com o procedimento, este é a exteriorização do processo e a forma pelo qual o processo caminha, isto é, o modus operandi do processo. Exemplo: Procedimento sumário de indenização por acidente automobilístico.
 
Procedência e Improcedência: Procedência quer significar que os requisitos da petição inicial (Art. 282) e os pressupostos positivos de existência e validade do processo, bem como as condições de ação.
O Juiz irá receber a inicial ordenando o seu encaminhamento para percorrer o procedimento de estilo até final sentença, que se reconhecer à presença da pretensão a favor dos autos, julgará procedente o pedido.
Caso não reconheça a pertinência do pedido, ou seja, o direito pleiteado não está conferido àquele que pede, julgará improcedente o pedido. Conceito este que diz respeito a presença do mérito.
Exemplo de Procedência: Ajuizada a separação litigiosa (lei 6515/77, Art. 5º) os fatos desonrosos que se encontrarem provados, o feito será julgado procedente, decretando-se a separação.
Exemplo de Improcedência: Colisão de automóvel com culpa recíproca. Ambos os condutores na contra mão.
Quando não presente os requisitos da inicial, bem como os pressupostos das condições da ação, o juiz extinguirá o feito sem apreciar o mérito (Art. 267).
A parte vencida vai recorrer e o recurso ao chegar no tribunal irá receber análise dos pressupostos de existência e validade recursais, para o relator declarar que conhece do recurso, querendo significar presença dos requisitos de admissibilidade recursais. Exemplo: Presença de reparo/custas.
Não conhecer de um recurso é admitir a falta de pressupostos, que analogicamente está para a petição inicial o Art. 295, § único. Presente os pressupostos, o recurso será julgado de forma colegiado.
Se a sentença for confirmada, diz-se que foi dado provimento ao recurso. A contrário censo, será negado provimento e a nova decisão vai se substituir a sentença. OBS.: Na votação colegiada no tribunal não se emite uma segunda sentença, mas sim voto.
 
Princípios Constitucionais Formadores do Processo Civil: Os princípiosformadores do devido processo legal apontam que o processo legal (Art. 5º), objetivam a proteção do direito material, o direito de fundo (à liberdade, à vida e à propriedade), bem como a proteção às regras do processo, encontrando como fundamento doutrinário o direito inglês, mais especificamente as ementas 5 e 14 da CF dos EUA.
 
Contraditório: Entendido como a ciência bilateral dos atos e termos do processo, abrindo a possibilidade de ampla defesa.
Dispositivo: Anuência que o juiz não pode desencadear o processo por conta própria — Art. 262, cominado com o — Art. 2º. Exemplo: Inventário — Art. 989 do CPC, herança jaz sem.
 
Tipos de Processos: São os seguintes os tipos de processos.
a) Processo de Conhecimento: O processo por definição é o instrumento da jurisdição, pode ter uma finalidade de conhecimento, quando a questão posta está incerta e aguarda declaração judicial da sua certeza;
b) Processo de Execução: Quando a finalidade partir da determinação do direito que já foi declarado — Art. 585 do CPC;
c) Processo Cautelar: Quando houver perigo de lesão que será sofrida no processo de conhecimento, a parte poderá se valer do processo cautelar, para se garantir de antecipação de prova.
 
Finalidade e Natureza Jurídica: Não se pode confundir finalidade e natureza jurídica da ação, que pode ser:
Declaratória: Ex.: Declaro o réu devedor;
Constitutiva: Ex.: Constituo o réu pai;
Condenatória: Impor uma sanção penal.
 
Jurisdição: A jurisdição diz respeito ao poder dever conferida ao Estado de dizer o direito em última instância. O IUS para o processo só existe quando instrumentalizado na IUDICIUM, na mesma forma que o pensamento só existe concretizado na palavra.
 
Jurisdição Contenciosa: Quando no processo houver resistência, diz que há conflito na lide (litígio, demanda, pleito judicial etc.). A pretensão está para o direito Processual Civil inserida no pedido.
Refere-se à atividade do juiz na composição de litígios entre partes. Caracteriza-se pelo contraditório ou possibilidade de contraditório. Pressupõe sempre um litígio e produz coisa O procedimento é a exteriorização do processo e é o modo pelo qual o processo caminha.
 
Jurisdição Voluntária: No dizer de João Mendes Jr., é a administração no interesse privado e caracteriza-se quando não há presença de lide, ou seja, o conflito de interesse. Na jurisdição voluntária, também chamada graciosa ou administrativa, o juiz não é obrigado a observar critério de legalidade escrita (Art. 1109 CPC), podendo adotar em cada caso a solução que julgar mais oportuna.
Somente na jurisdição voluntária que se aplica a exceção ao princípio da legalidade estrita contida no artigo acima.
 
Preclusão: O procedimento caminha respeitando termos e prazos, a perda de um prazo implica na impossibilidade de repetição, ou seja, o ato está precluso — Art. 473. A preclusão é a perda de uma faculdade processual pelo não exercício do direito no tempo oportuno.
 
Juiz: O juiz é parte imparcial no processo. Na dialética processual o juiz ocupa a posição imparcial do Estado, independente do interesse das partes e vinculado somente a sua consciência e a legalidade.
O juiz dirige o processo, competindo-lhe assegurar às partes igualdade de tratamento, velar pela rápida solução do litígio e prevenir ou reprimir qualquer ato contrário à dignidade da Justiça — Art. 125 do CPC.
O desempenho do exercício da função do juiz fica garantido constitucionalmente, nos termos do art. 95 da CF.
Ao ingressar na magistratura ele o faz em 1ª instância, ou juízo “A quo”. Dentro da 1ª instância o juiz caminha a carreira percorrendo entrâncias, e ao chegar ao Tribunal, atingirá a 2ª instância, o juízo “Ad quem”.
 
Atividade Jurisdicional: O juiz no exercício da sua atividade jurisdicional profere sentença, que é o ato pelo qual ele extingue o processo, com mérito — Art. 269, ou sem mérito — Art. 267. Pode ainda proferir decisões interlocutórias, isto é, decide questão no curso do processo sem necessariamente extingui-lo. Por exemplo: O indeferimento de uma perícia. Da sentença exarada cabe apelações, como regra, e da decisão interlocutória, cabe agravo, nas formas de instrumento retida ou oral. O juiz realiza ainda despachos de mero expediente, sem maiores importâncias – Art. 162.
 
Recorribilidade: Ninguém é obrigado a se conformar com uma só decisão, possibilitando assim, por este princípio, que à parte recorra através dos recursos próprios.
 
Prerrogativas da Magistratura: As prerrogativas da magistratura são:
Vitaliciedade: O juiz somente será retirado do seu cargo por sentença transitada em julgado, e ainda, após o estágio probatório;
Inamovibilidade: Os juízes não serão removidos, salvo interesse público e por decisão de ordem do colegiado competente do Ministério Público, por voto de 2/3 de seus membros;
Irredutibilidade de Vencimentos: Seus vencimentos não poderão ser reduzidos, porém estão sujeitos aos impostos gerais.
 
Decisões Judiciais — Sentenças: As decisões judiciais tem que respeitar parâmetros legais, de modo a não ser questionada pela parte contrária, ou mesmo demonstrar que houve interesse do juiz, conforme segue:
Ultra Petita: O juiz deve decidir nos extremos limites do pedido, não podendo ir além;
Citra/Infra Petita: O juiz não pode decidir aquém do pedido;
Extra Petita: O juiz não pode decidir fora da questão proposta na inicial.
 
Responsabilidade Civil do Juiz: O juiz responde civilmente pelos atos praticados. À uma escola (Professor Rui Stocco), que coleciona acórdão, para dizer que a responsabilidade contra atos lesivos contra as partes (sempre por dolo) é do juiz e não o Estado — Art. 37, §6º da CF. A responsabilidade civil do juiz está expressa no artigo 133 do CPC.
 
Ministério Público: Não fazem parte do poder judiciário. Podem exercer no processo tríplice função, atuando como autor. — Ex.: homicídio (ação penal pública, onde atua como senhor da ação penal pública incondicionada - dominus Lites). Pode também o Ministério Público, conhecido como “parquet”, atuar como fiscal da lei (custus liges).
Pode excepcionalmente o MP atuar em favor, como autor em casos excepcionais propondo demanda. — Ex.: Art. 68 do CPP. Ação civil em razão do crime. A não intervenção do MP nos processos onde tem atribuição gera nulidade insanável. Cabe a seguinte observação, os promotores não têm competência para dizer o Direito, possuem apenas atribuição.
 
Competência do Ministério Público: Competência é a medida da jurisdição própria dos meios da magistratura, portanto, os membros do MP possuem atribuições. — Ex.: Ação direta de inconstitucionalidade – art. 82, II.
Ações de Estado dizem respeito aos direitos da personalidade, separação divórcio, honra, etc. e litígios relativos a terra.
A atuação do MP dá-se acobertada pelas prerrogativas constitucionais da vitaliciedade, irredutibilidade de vencimentos e da inamovibilidade e respondem civilmente pelos atos que cometerem com dolo — Art. 85 do CPC, da mesma forma que o juiz — Art. 133 do CPC.
Nos processos em que atua, o MP possui prazos especiais para contestar e recorrer — Art. 188 do CPC, sendo:
Contestar: Quádruplo dos prazos;
Recorrer: Dobro dos prazos;
Exceções: Deve-se observar que nos casos das exceções de suspensões e impedimentos (excepcionar), o prazo será comum do artigo 297.
 
Atributos do Ministério do Trabalho: São os seguintes atributos do MP, nos termos do artigo 129 da CF.
 
Independência: Que significa que o MP não está subordinado a magistratura;
Indivisibilidade: Os membros do MP poderão indistintamente atuar em qualquer processo, sem que com isso vulnere qualquer ditame processual;
Unicidade: Os membros do MP compõem órgão único, com representação igualitária.
 
Evolução da Carreira no Ministério do Trabalho: A carreira do promotor é semelhante a do juiz, inicia-se em 1ª entrância atuando em 1ª instância, até chegar na Capital, passando a titular de entrância especial.
Ao chegar em 2ª instância, recebe o título de Procurador de Justiça, que não se pode confundircom Procurador de Estado, que são advogados que atuam nas empresas públicas ou prestando assistência judiciária gratuita.
Pode ao MP ingressar na magistratura através do chamado quinto constitucional, destinado a ocupação de vagas na magistratura, de membros do MP e advogados de modo alternado.
 
Alterações - Artigo 14: O legislador procurou inserir no CPC novo disciplinamento do deste artigo, sem contudo alterar a sua numeração seqüencial. Assenta o caput deste artigo que o alcance da expressão “todos aqueles que participam do processo, abrangem não somente as partes, autor e réu, terceiros intervenientes, bem como procuradores, peritos, assistentes, Ministério Público, etc.
Vigora para o CPC o princípio da verdade formal, que vale dizer, considera-se incontroverso os fatos públicos notórios e os fatos não impugnados, ou seja, o princípio da verdade formal. A verdade dos fatos não faz coisa julgada por força do artigo 469, II do CPC., bem como prestigia o princípio da probidade processual.
Que não se deve postular ou resistir deturpando texto de lei, citação doutrinária ou jurisprudencial, quem o faz, além de responder pela sanção de litigância de má-fé, poderá incidir em falta ética disciplinar — Art. 34 da lei 8906/94 (das infrações e sanções disciplinares). Define, ainda este artigo que não se pode procrastinar (delongar) demasiadamente o curso do feito, isto é, não utilizar de expediente protelatório aos provimentos judiciais que são os que trazem conteúdo declaratório, constitutivos ou declaratórios determinados. Não se deve também confundir com provimentos mandamentais com conteúdo misto, chamados executivos Latus Censu. — Ex.: Ações de locação e colocar obstáculos nas decisões antecipatórias — Art. 273 do CPC.
 
Tutela Jurídica Antecipada: A tutela jurídica antecipada dá-se com a antecipação dos efeitos da sentença, que pode se dar, inclusive, sem a oitiva da parte contrária. A TJA não exige caução — Ex.: compromisso de compra e venda quitado nas obrigações de fazer (escritura do imóvel).
 
Capacidade Postulatória: O advogado é titular do IUS POSTULAND, representa a parte nos feitos judiciais e extrajudiciais. A capacidade postulatória adquire-se mediante a provação no exame da OAB. A regra é a capacidade postulatória.
Admite-se, por exceção, que pessoa sem aptidão técnica postule em juízo. Exemplo: nas reclamações trabalhistas, nos feitos relativos a lei 9099/95 (lei do juizado civil — até 20 salários mínimos, sem capacidade e de 20 a 40 salários, com assistência de advogado).
Todos os advogados se sujeitam aos estatutos da OAB, porém, as outras pessoas respondem pelas multas. Os advogados respondem pelas multas e mais a sanção disciplinar.
A multa é de até 20% e o código não esclarece que é o destinatário da mesma.
 
Hábeas Corpus: O hábeas corpus é o direito constitucional que garante ao indivíduo a liberdade de ir, vir e permanecer, impetrado pelo paciente ou terceiro.
 
Habeas Data: Direito constitucional que compõe o rol do art. 5º da CF (direitos e garantias individuais), objetivando conhecer informações. (hábeas data — conhecimento ou retificação de dados).
 
Mandado de Segurança: No mandado de segurança impõe-se a presença de advogado, o instituto se presta para garantir a não violação de direito líquido e certo, não amparado pelo hábeas corpus.
 
Mandato: Mandato tem a conotação de contrato de representação, bem como período de uma legislatura. O mandato é instrumentalizado pela procuração, inserto na procuração existe cláusula específica ou a finalidade para que se presta o mandato.
 
Procuração: Dentro dos poderes recebidos o advogado se chama outorgado, constituído, mandatário, patrônomo. O cliente, por sua vez, é o mandante, outorgante, constituinte.
 
Substabelecimento: Substabelecimento é a cláusula que transfere poderes e pode ser:
a) Sem Reserva de Poderes: Substabelecimento de forma ampla e irrestrita, ou seja, transferem-se todos os poderes da procuração;
b) Com Reserva de Poderes: Significa que o mandatário não se desvincula, em definitivo, do mandato, mas que poderá retornar ao exercício efetivo deste. A reserva de poderes deve constar do próprio termo do substabelecimento, assim: "reservando, para mim, iguais poderes", ou, a critério do substabelecente, esta outra fórmula: "com reserva, para mim, dos mesmos poderes" Específica para a finalidade de negócio de natureza comercial (em sentido amplo).
 
Procuração em Favor de Menores: O menor de 21 anos e maior de 16 anos pode ser mandatário em procuração Ad Negotia e jamais em Ad Juditia.
 
Cláusulas da Procuração: As cláusulas em procuração deve observar:
a) Ad Juditia: Específica para fins judiciais — Art. 38 do CPC;
b) Ad Negotia: Específica para a finalidade de negócio de natureza comercial (em sentido amplo);
c) Et Extra: Autoriza o procurador a praticar todos os atos extrajudiciais de representação e defesa, perante pessoas de direito público, seus órgãos, ministérios, desdobramentos e repartições de qualquer natureza, incluídas as autarquias e as entidades paraestatais, bem como quaisquer pessoas de direito privado, sociedade de economia mista ou pessoas físicas em geral;
d) Ad Rato: Quando definida para ratificação de um ato.
 
Identificação do Advogado: A identificação do advogado dá-se pela apresentação da cédula ou da brochura. É vedado o uso de logotipos em cartão de visita, papel timbrado, automóvel, sendo apenas tolerado o uso da balança ou da deusa da justiça, representada por uma mulher com os olhos vendados.
 
Competência: A lei disciplina critérios de distribuição da justiça, uma vez não ser possível, um único juiz conhecer de todos os ramos do direito e aplicar a jurisdição de forma indiscriminada. A competência é a medida da jurisdição, entendida esta como o poder de dizer o direito.
A competência é própria dos membros da magistratura, e na decisão de Mendes Junior “competência é a medida da jurisdição que toca cada magistrado”.
Juízo Competente: O juízo competente é condição necessária para a manipulação do processo, por definição, a competência é a medida da jurisdição. A jurisdição também pode ser exercida pelos poderes:
Legislativo: De forma anômala pode ofertar a jurisdição na hipótese do artigo 52 da CF. O presidente da República e o Vice, nos processos de impedimento são julgados pelo Congresso Nacional, sob Presidência do Chefe do STF;
Judiciário: Também pode legislar, é o único titular da iniciativa da lei orgânica da magistratura;
Executivo: Também tem caráter jurisdicional quando julga recursos administrativos.
 
Incompetência: Juiz incompetente é aquele que não possui jurisdição própria para o caso concreto.
 
Delegado e Ministério Público: O Delegado e os membros do Ministério Público possuem atribuições e não competência, a qual é determinada no momento em que a ação é proposta, isto é, distribuída onde houver mais de um juízo.
Eventuais mudança de valor ou circunstâncias fáticas após a distribuição, não opera o efeito de mudar a competência, ou seja, a competência se prorroga.
 
Divisões da Competência: A competência se divide de maneira ampla em internacional e nacional. A competência internacional que não exclui, é por conseqüência, concorrente a jurisdição brasileira, está prevista no art. 88.
A competência interna é fixada pelo CPC e pela lei de organização judiciária, bem como pelos regimentos internos dos Tribunais. Observar que o Art. 92 do CPC, ao se referir exclusivamente ao juiz de direito, quer significar ao juiz titular da comarca e não o substituto.
 
Hipóteses: A competência é aplicada conforme se reveste o caso concreto, podendo ser:
a) Independente da nacionalidade da parte, se o seu domicílio for no Brasil, a competência é da justiça brasileira para dirimir eventuais demandas com mais razão “A FORTIORI”. Exemplo: Ações de locação;
b) O local onde a obrigação deva ser cumprida (a praça de pagamento da obrigação). Exemplo: No exterior determina que o Brasil execute convenção de arbitragem;
c) Quando o fato se originano Brasil e aqui deva ser praticada a ação. Exemplo: Acidente automobilístico envolvendo estrangeiro.
 
Competência Internacional Concorrente: O artigo 89 trata da competência exclusiva da justiça brasileira. Na situação de bens e imóveis, o foro da situação da coisa (Foro Rei Sitar). O artigo 58 da lei 8245/91, determina que as ações locatícias correrão no foro da locação da coisa. Nesse sentido, fala-se em competência absoluta imutável.
 
Competência Absoluta: A competência é considerada absoluta, em princípio, quando fixada em razão da matéria, da pessoa ou pelo critério funcional. A competência absoluta é inderrogável e improrrogável, não podendo ser modificada. Por outro lado, a competência poderá ser mutável, prorrogável, em razão do valor e território, nos termos do artigo 111.
O artigo 95 do CPC, na sua 1ª parte, anuncia que as ações reais imobiliárias necessariamente deverão correr no foro da situação da coisa. Ex.: ação reivindicatória.
 
Competência Relativa: Considera-se relativa à competência quando fixada em razão do território ou do valor. Se a ação for real imobiliária e não recair sobre direito de propriedade, vizinhança, servidão, posse, divisão e demarcação de terras e nunciação de obra nova, a competência passa a ser relativa, por conseqüência, pode se escolher o foro.
Os critérios determinativos da competência fixados em leis em absolutas e relativas, progridem no seu alcance para descer as minúcias entre elas competentes ao foro do domicílio do representante do incapaz para as ações em que ele for parte – Art. 5º CC.
 
Separação: O termo separação definido pela lei 6515/77, veio substituir o termo desquite. Os critérios do Art. 100, I do CPC, são de competência relativa. O foro de residência da mulher onde ela habita sem animus definitivo fixa a competência que a medida da jurisdição para o ajuizamento da separação e a conversão desta em divórcio. No Brasil, a separação não é vincular, isto é, o separado mantém com o seu ex-cônjuge, alguns deveres e remanescendo impedimentos para contrair novas núpcias. A separação pode ser:
Separação Consensual: A separação consensual deverá se dar a contração do matrimônio após um ano;
Separação Litigiosa: A separação litigiosa é aquela pela qual imputa-se descumprimento de deveres matrimoniais, coabitação, alimentos e fidelidade recíproca, pode ser alegada a qualquer momento.
 
Separação de Fato: A separação de fato poderá se dar comprovando que os cônjuges estão de fato separados há mais de um ano. Ex.: Contrai matrimônio e após um mês é abandonada. Bastará o decurso de um ano, mediante prova testemunhal para ser decretada a separação de direito.
Uma outra situação, quando a mulher vem sofrendo maus tratos físicos e morais, não mais suportando a situação, deseja romper o compromisso. Deverá contratar advogado para entrar com pedido cautelar de separação de corpo, objetivando não configurar a sua conduta como abandono de lar, e conseqüência, passará de vítima a ré.
Concedida a liminar, mediante alvará, poderá deixar o lar e no prazo improrrogável de 30 dias, protocolar a ação de separação litigiosa.
 
Exclusividade da Autoridade Brasileira: Diz respeito às demandas relativas a inventário de bens e sua partilha, ou seja, o direito das sucessões “Droit Di Saisine”, exceto se a lei internacional onde o “de cujus sucessione agitur” for mais benéfica ao cônjuge sobrevivente.
Nesse sentido, o artigo 10 da LICC, que a sucessão por morte ou ausência obedece à lei do país em que era domiciliado o defunto.
 
Conceito de Jurisdição: Há na jurisprudência, que na antiguidade era o poder de dizer o direito segundo as leis divinas e humanas, e conforme Ulpiano, dava-se pela aplicação da justiça, ou seja, dar a cada um o que é seu.
Já nos dias atuais, Miguel Realle, completa “segundo valores, o direito na antiguidade não era como hoje, que é conhecido como JUS (o direito é a arte do bom e do justo), o IUS e o IURE, como hoje são conhecidos, mas se atribuía ao direito a noção de divindade, o FAZ, querendo significar a vontade divina. Da mesma sorte, determinados atos jurídicos não eram praticados se o FAZ não autorizasse, e eram considerados dias nefastos.
A jurisprudência hoje é necessária à coleção de acórdãos que decide uma situação fática, nas mesmas circunstâncias e formas. Ex.: colisão de veículos.
 
Competência do Foro: Trata do foro competente para ajuizamento de ação de alimento com base na lei 5478/68. Esta lei diz respeito a alimento que são cobrados em razão do parentesco, do matrimônio e em razão de atos ilícitos.
Podem ser entendido alimentos, segundo “Yussef Cahali”, citando o jurista espanhol “Lopes Herreira”, os naturais ou côngruos, isto é, os necessários à sobrevivência humana e os alimentos civis, que são aqueles que pelos quais a vida em sociedade estará inviabilizada sem a sua presença. Ex.: Luz elétrica, habitação, vestuário, etc.
Não existe critério determinativo na lei quando ao percentual, o que existe são critérios para a aferição do quanto, são eles: A necessidade de quem precisa e a possibilidade de quem paga, sem qualquer percentual pré-fixado. Este valor deverá ser compatível com o padrão de vida, de modo a manter o status que usufruía no matrimônio.
 
Lugar da Obrigação: O lugar onde a obrigação deva ser satisfeita. Entende-se por obrigação o vínculo jurídico que liga as pessoas as coisas, numa obrigação de dar coisa certa, incerta, prestar e fazer.
A obrigação nasce da lei e do contrato e da construção moderna das declarações unilaterais de vontade. Ex.: Nota promissória.
O lugar do ato ou fato é o foro competente para reparação do dano material e moral, ou no caso de reparação de acidente automobilístico, o domicílio será do autor, e se for inferior a 40 salários mínimos, tanto no foro do autor como o do réu.
Na gestão de negócios, isto é, a administração de interesse alheio, carece de ratificação, o foro é o lugar do ato ou fato.
A competência entendida como medida da jurisdição pode ser alterada se relativa a valor e território (Art. 111 CPC),mediante o foro de eleição.
A competência por critérios legais pode ser modificada pela conexão (Art. 103 CPC).
Quando for comum o objeto ou a causa de pedir, haverá reunião de processo para julgamento pelo mesmo juízo. A causa de pedir, o porque se pede e a doutrina de Arruda Alvim, fala-se em causa de pedir próxima ao texto da lei, que são os fatos da vida que ensejam a lide. Ex.: prejuízo, conduta desonrosa, etc.
Um outro exemplo é o fato da pessoa ingressar na justiça, alegando inadimplemento de pagamento de aluguéis, em ato contínuo o locatário entra com pedido consignatório, alegando que o aluguel foi excessivamente majorado.
A competência como uma das formas de distribuição da justiça é no dizer de João Mendes Jr “é a medida da jurisdição”, e pode ser impugnada mediante contestação em preliminar competência absoluta (matéria e hierarquia — Art. 301, II do CPC) e pela competência relativa (valores e território) mediante exceção (Art. 305).
 
Exceções: A exceção pode ser a defesa indireta, as chamadas exceções processuais do art. 301, ou como sinônimo de defesa dilatória, o que não objetiva atacar o réu, mas sim o juízo (suspensão e impedimento) — Arts. 134 e 135 CPC. O contrário de defesa dilatória é a defesa peremptória, ou seja, aquela em que há convicção.
Defesa dilatória: São aquelas, quando acolhidas, não provocam, de imediato, a extinção do processo, apenas causam ampliação ou dilatação do curso do procedimento. Sanado o impasse a relação processual retoma sua marcha regular rumo à solução de mérito, objetivo final do processo. Não sendo suprida pela parte a diligência saneadora que lhe for determinada no prazo legal ou naquele que o juiz houver marcado, o juiz terá de decretar a extinção do processo (art. 267, IV).
Defesa peremptória: São aquelas, quando acolhidas, leva a extinção do processo.
 
Conflito de Competência: Os conflitos podem ser:
a) Positivo: Quando dois juizes se sentirem competentes para julgar a mesma causa,em razão da conexão ou continência, instaura-se o conflito positivo de jurisdição, que será solucionado pelo juízo de 2º grau (ad quem), que é o órgão competente para julgar a matéria, ou seja, o colégio sucursal que é composto pelos desembargadores;
b) Negativo: Quando dois juizes não se sentirem competentes, fala-se em conflito negativo de competência, que será dirimido pelo Tribunal competente de acordo com a lei.
c) Controverso: Quando houver controvérsia entre a reunião ou separação de processo, o conflito será dirimido pelo Tribunal;
d) Entre Tribunais: O conflito de competência entre Tribunais é solucionado pelo STJ.
 
Competência horizontal: A doutrina fala em competência horizontal quando diz respeito a declaração de inconstitucionalidade por via de exceção (inconstitucionalidade alegada em defesa).
O recurso chegando ao Tribunal, a câmara decide o incidente para dizer, em tese, se há pertinência ou não para o julgamento. Em caso positivo, paralisa-se o processo e remete-o para o Tribunal pleno, que decidirá o incidente, devolvendo-o para a câmara para que o mérito seja julgado — Art. 485 CPC.
 
Litisconsórcio: O litisconsórcio acontece todas as vezes que houver mais de uma pessoa no pólo ativo ou passivo, ou seja, mais de uma pessoa litigando por seus interesses ocupando um dos pólos da demanda. Sendo:
a) Ativo: Conjunto de autores. Dois ou mais autores;
b) Passivo: Conjunto de réus. Dois ou mais réus;
c) Misto: Conjunto de autores e réus;
d) Necessário: O litisconsórcio é necessário por força de lei, como por exemplo, nas ações reais imobiliárias nas quais os réus são casados. O litisconsórcio necessário é aquele em que a ação só pode ser proposta por duas ou mais pessoas ou contra duas ou mais pessoas, por não ser possível a relação processual sem a pluralidade das partes.
Exemplo pela lei: Citação obrigatória de ambos os cônjuges nas ações reais imobiliárias;
Exemplo pela natureza da relação jurídica: Citação de todos os sócios para dissolução da sociedade empresarial.
e) Facultativo: É o que ser adotado voluntariamente pelas partes, podendo ser unitário e simples. Unitário é aquele em que o juiz tem decidir a questão de modo igual para todos os autores e réus e no Simples à decisão pode ser diferente para cada litisconsorte.
 
Momento do Litisconsórcio: O litisconsórcio pode ser inicial colocado na exordial (pedido da petição inicial) ou na contestação.
a) Ex.: De inicial — Na lei de condomínio (4591/64), um condômino deseja acionar o condomínio que o usurpa. Se outro condômino quiser ocupar o pólo ativo, deverá aditar a inicial;
b) Ex.: De contestação — A dupla polaridade nos atos composse praticado por ambos os cônjuges (Art. 10 do CPC).
 
Litisconsórcio e Assistência: Aplica-se na comunhão de direitos nas obrigações relativas a lide. Exemplo: O filho menor que aciona o pai pleiteando alimento; nas obrigações que derivam do ato ilícito. Exemplo: Acidente automobilístico onde várias vítimas acionam o condutor do veículo e na conexão pelo objeto pelo fato de um credor acionar vários devedores inadimplentes ou em razão da causa de pedir. Exemplo: Uma indenização cobrada em sede de ação pública.
 
Intervenção de terceiros: Em princípio, a sentença só produz resultado entre as partes. Às vezes, porém, ainda que de modo indireto, esse efeito pode recair sobre o interesse de pessoas estranhas ao processo. Por isso, em dadas circunstâncias, a lei permite ou determina o ingresso de terceiros ao processo para ajudar as partes ou para excluí-las.
A intervenção de terceiros pode assumir as formas de Assistência, Oposição, Nomeação à Autoria, Denunciação da Lide e Chamamento ao Processo.
 
Assistência — Arts. 50 a 55: Toda vez que alguém se sentir prejudicado com demanda judicial que tramita, poderá ingressar no pleito objetivando assistir um das partes, é o que se dá na reivindicatória, isto é, alguém que tenha interesse jurídico na vitória de um dos litigantes pode entrar no processo como assistente, colocando-se ao lado do autor, ou lado do réu, para auxiliá-lo.
Assim, se “A” propõe ação reivindicatória em face de “B”, contudo “C” firmou com “B” contrato de locação, caso “B” restar vencido na demanda, vai influenciar na relação jurídica de “C”, pois a locação irá fracassar.
Mas “C” poderá assistir “B” de forma simples, também chamada adesiva, colaborando para o sucesso de “B”, é o que a doutrina de Arruda Alvim e Cândido Dinamarco denomina de Assistência Ad Coadjuvandum Tantum, praticando atos em favor de “B”, e se este for vencido, “C” arcará na proporção de seus atos (Art. 32 CPC) com os ônus processuais e vai se submeter a sentença imposta a “B”.
Entretanto, “C” poderá insurgir da decisão e usar de todos os recursos que caberia à parte (Art. 499 CPC). A assistência poderá ser:
Simples: Quando houver interesse jurídico indireto, ou seja, o interesse do assistente não está diretamente envolvido no processo. Exemplo: Fiador que intervenha em auxílio do devedor;
Litisconsorcial: Quando houver interesse jurídico direto, ou seja, se a sentença tiver de ser uniforme, evolvendo diretamente também o direito do assistente. Exemplo: Condômino em coisa indivisa que intervenha em auxílio de outro condômino. Portanto, toda vez que a sentença disser respeito direito direto a relação jurídica entre “B” e “C”, o assistente será considerado LITISCONSORCIAL, e como tal, praticando atos próprios da parte assistida, mesmo que esta venha a transacionar, confessar ou desistir.
A assistência será LITISCONSORCIAL se a sentença tiver de ser uniforme, envolvendo diretamente também o direito do assistente, como no caso de um condômino em coisa indivisa que intervenha em auxílio de outro condômino – Art. 54 do CPC.
 
Interesse do Assistente: O interesse do assistente terá de ser jurídico, não podendo ser apenas econômico. O assistente pode contestar no lugar do assistido revel, recorrer da sentença, mesmo que não o faça o assistido, bem como purgar a mora do locatário assistido. Não lhe é permitido, porém, postular contra o assistido, portanto o interesse será de acordo com a própria assistência.
a) Assistência simples: Interesse jurídico indireto;
b) Assistência litisconsorcial: Interesse jurídico direto.
 
Juizado de Pequenas Causas: Conforme determina a Lei 9099/95, não cabe assistência ou qualquer espécie de intervenção de terceiros no juizado, tendo em vista o princípio da imediatilidade e oralidade que disciplina este juizado civil.
 
Oposição – Arts. 56 a 61: A oposição consiste na intervenção de um terceiro para excluir uma das partes, ou ambas, e para pleitear para si, no todo ou em parte, a coisa ou o direito discutido no processo.
Exemplos: “A” move uma ação de cobrança contra “B”, “C” intervém como opoente e alega que o crédito é dele e não de “A”;
“A” e “B” litigam sobre uma gleba de terras, “C” intervém como opoente e alega que a gleba não é de nenhum dos dois, mas dele.
O opoente age para fazer valer direito próprio incompatível com o direito das partes ou de uma delas.
 
Nomeação à Autoria – Arts. 62 a 69: Dá-se a nomeação à autoria quando, proposta a demanda sobre uma coisa, o réu alegar que não a possui em nome próprio, mas em nome alheio, indicando o respectivo proprietário ou possuidor, contra quem deveria voltar-se à ação.
Na nomeação à autoria, a demanda não é do nomeante, mas do nomeado.
Aplica-se também a mesma solução no caso de quem causa um prejuízo e alega que agiu por ordem de terceiro. O intuito é trazer para o processo o verdadeiro proprietário, possuidor ou responsável, excluindo ou diminuindo a responsabilidade daquele que possui ou age em nome de outrem.
A nomeação à autoria visa trazer ao processo outra pessoa. É exclusiva do réu, que demandado em um processo, chama à responsabilidade o verdadeiro causador do dano e que deve sofrer os efeitos da sentença, nesse caso o réu pretende ser excluído do processo, alegando não ser responsável pelo dano ou esbulho, sendo sucedido pelo verdadeiro responsável (arts. 62 e 63 CPC), caso contrarioestará adstrito a pagar perdas e danos que sua conduta estiver causado. Vale ressaltar que fica a cargo do autor a aceitação da nomeação, que caso recuse, não pode o juiz impor-lhe sua nomeação, ficando ao autor o risco de ficar demonstrado que o réu, se simples detentor, é parte ilegítima, sendo o autor julgado carecedor de ação (art.65 CPC). Caso o nomeado aceite a nomeação, ficará o nomeante automaticamente excluído do processo (art. 68, II CPC), podendo apenas, facultativamente, permanecer na condição de assistente.
Exemplo: “A”, como inquilino, é acionado pela Prefeitura, para demolir parte da edificação. “A” deve, obrigatoriamente, nomear à autoria o proprietário “B”.
 
Denunciação da lide: Dá-se a denunciação como espécie de intervenção de terceiro, quando houver necessidade daquele que adquiriu o bem, venha a sofrer os efeitos de produzir evicção.Segundo o artigo 70 do CPC, a denunciação da lide é obrigatória em três casos:
a) Na garantia advinda da evicção – Art. 70, I;
b) Na garantia devida pelo possuidor indireto para com o possuidor direto – Art. 70, II;
c) Na garantia daquele que, por via de regresso, deva indenizar o prejuízo de quem perder a demanda – Art. 70, III.
 
Evicção: É a perda de uma coisa ou direito em razão de sentença judicial que reconheça a falta de titularidade do evicto. O mecanismo da evicção dá-se quando o evictor entenda a demanda em face do evicto, objetivando ter o reconhecimento em juízo do bem que lhe foi transferido pelo alienante, para tanto deverá o evicto denunciar à lide o alienante.
A doutrina e a jurisprudência apontam como obrigatória à denunciação à lide na hipótese do artigo 70, I, sob pena de perda do direito de regresso.
Desse modo, resulta dois tipos de ação, do evictor em relação ao evicto e deste em relação ao alienante, ou seja, num corpo de um só processo julga-se as duas ações.
No corpo da sentença o juiz apreciará ambos os pedidos. Se o pedido do evictor for julgado improcedente, a denunciação da lide será arquivada; se o pedido for julgado procedente, a denunciação poderá ou não prosperar.
A segunda hipótese (Art. 70, II), aparece quando o réu é demandado em razão do possuidor de direito real de gozo sobre coisa móvel ou imóvel, credor pignoratício e aquele que possui a coisa em garantia do pagamento da dívida, como os donos de hotéis com relação a bagagem dos hóspedes.
O artigo 280 autoriza a denunciação da lide no procedimento sumário, somente na hipótese do artigo 70, III.
 
Chamamento ao processo: Chamamento ao processo, como ensina José Frederico Marques, é o ato pelo qual o devedor, quando citado como réu, pede também a citação de outro coobrigado, a fim de que se decida, no processo, a responsabilidade de todos. Portanto, somente o réu pode fazer o chamamento ao processo e não cabe na execução.
A sentença que julgar procedente a ação, condenando os devedores, valerá como título executivo, em favor do que satisfazer a dívida, para exigi-la, por inteiro, do devedor principal, ou de cada um dos co-devedores a sua quota, na proporção que lhes tocar – Art. 80 CPC.
 
Petição inicial: A petição inicial subscrita por Advogado, deve conter o pedido do autor e os fundamentos jurídicos do pedido e todos os requisitos mencionados no artigo 282 do CPC, especialmente a indicação das provas.
Em princípio, na exordial devem-se juntar desde logo todos os documentos que serão usados no processo, ou seja, as provas e os meios que pretende provar o seu direito.
A inicial deve ser redigida de maneira lógica e compreensível, de modo que o réu possa entender o pedido e defender-se.
Não é indispensável que o autor cite o artigo de lei em que se baseia, pois o juiz conhece a lei. Narra mihi factum, dabo tibi jus, “narre-me o fato, dar-te-ei o direito”. Por isso, não tem nenhuma importância o engano na indicação do artigo de lei aplicável ou na denominação da ação.
 
Elementos da petição inicial: São componentes da petição inicial:
Causa de pedir próxima: A causa de pedir próxima equivale ao amparo legal que sustenta a pretensão.
Causa de pedir remota: A causa de pedir remota é o fato ou bem da vida que se coloca em discussão. Exemplos: A inadimplência de uma dívida; fato que provoca a separação litigiosa.
 
Fundamentação legal: Fundamentação legal é a indicação expressa do dispositivo legal e é desnecessária em qualquer petição inicial, em face do princípio que o juiz conhece o direito.
Neste aspecto, sofre exceção do artigo 336 CPC, quanto ao direito Municipal, Consuetudinário e Internacional, pois pode o juiz ordenar que a parte prove o teor e a vigência da norma citada.
 
Fundamentação jurídica: É a que reproduz uma das condições da ação, qual seja: a Possibilidade Jurídica do Pedido, Interesse de Agir e Legitimidade de Partes.
 
Possibilidade jurídica do pedido: O pedido deve ser apto, em tese, a poder ser atendido pelo ordenamento jurídico em vigor.
 
Interesse de agir: Que a providência jurisdicional é realmente necessária.
 
Legitimidade de partes: Que significa que a legitimidade pode ser entendida de forma facetada e divide-se em duas.
a) Legitimidade Ad Processum: É a capacidade processual, civil plena e a reduzida (menor de 18 anos) será representado;
b) Legitimidade Ad Causam: É a pertinência subjetiva do pedido, ou seja, somente o titular do direito violado litiga em juízo.
 
Meios de prova: São os requisitos que pelos quais o autor substancia o seu pedido, e são:
Testemunhal: Pessoas que atestam a veracidade de um argumento de um fato ou de um documento para fins judiciais.
Documental: São os decorrentes de “EVA” Exames, Vistorias e Avaliações.
 
Pressupostos judiciais: Os pressupostos judiciais que o juiz também deve observar, quando do recebimento da exordial, se divide em positivos e negativos.
Negativos: Não podem estar presentes na inicial:
1º) Coisa Julgada: Que é o efeito que produz a sentença para tornar imutável e indiscutível o mandamento final que se aprecia. O mérito chama-se coisa julgada material, caso não aprecie, será coisa julgada formal, que vai possibilitar a repetição da ação.
A coisa julgada é terminativa quando o feito é julgado sem mérito – Art. 267, ou, definitiva quando o feito é julgado com mérito.
2º) Litispendência: Que é a repetição do mesmo pedido com as mesmas partes, mesmo objeto e mesma causa de pedir.
3º) Perempção: É a extinção do processo em razão do abandono consecutivo por três vezes, impossibilitando a sua repetição.
Obs.: O instituto da perempção existe na legislação processual penal – Art. 60, e tem incidência na Ação Penal Privada, quando o autor deixa de pedir a condenação nas alegações finais, aparecendo também a hipótese de abandono do feito.
É também pressuposto processual negativo o surgimento na inicial do fenômeno da prescrição de caráter não patrimonial. Exemplo: A cobrança de honorários tem caráter patrimonial e por força do 166 do VCC, não pode ser conhecida de ofício, o artigo enfocado tem o seu correspondente no 219, § 5º do CPC.
 
Prescrição: Por volta de um século antes de Cristo, na evolução do processo, mais precisamente no período formulário, onde os magistrados ditavam casuisticamente o procedimento a ser seguido, inclusive o tempo de duração que o processo devia tramitar e ser julgado, caso não o fosse, perdia o autor o direito de exercitá-lo novamente, porque estava pré-escrito na fórmula o prazo da sua extinção. Assim surgiu o instituto da prescrição.
a) Porque existia uma ação originaria a “actio nata”;
b) O decurso de tempo para o seu exercício;
c) A inércia do titular do direito em promovê-la no prazo legal;
d) A ausência de fato impeditivo, extintivo, modificativo ou interruptível da prescrição – caput do artigo 219, a citação válida interrompe a prescrição.
 
Diferenciações: Os institutos da interrupção e da prescrição guardam diferenças que devem ser observadas, como veremos:
Interrupção: Aniquila por completo o prazo;
Suspensão: Sobresta o prazo.
A prescrição é renunciável e a decadência com ela não se confunde,pois é irrenunciável, a decadência não se interrompe e não se suspende e pode ser conhecida de ofício pelo juiz, traz a morte do direito.
Dizer que o processo foi extinto sem mérito, significa que faltaram as condições da ação, isto é: possibilidade jurídica do pedido, interesse de agir e legitimidade de partes, para o processo e para a causa.
A causa de pedir também pode ser estudada no seu aspecto bifronte – causa de pedir próxima e causa de pedir remota.
Próxima: Corresponde ao texto de lei, por exemplo, o DL 911/69 (lei de alienação fiduciária).
Remota: Os fatos da vida. Exemplo: Vender ou alienar coisa objeto de alienação fiduciária é crime de estelionato – Art. 171 do CP.
 
Petição Inicial Válida: É a que preenche os requisitos do artigo 282 do CPC e é também um pressuposto a ser aferido pelo juiz.
 
Capacidade Postulatória: A capacidade postulatória é exclusiva do bacharel em direito aprovado na OAB, não obstante ter o membro do MP capacidade de postular em feitos específicos (dominus litis que quer dizer senhor da ação penal). Da mesma forma, o Procurador Geral da República – Art. 34 da CF, em titularizar ação de inconstitucionalidade – ADIN, por violação de princípio sensível.
O pressuposto processual de existência de petição inicial apta, querendo significar não inepta – art. 295, § único do CPC, onde se vai constatar a falta dos requisitos da inicial – art. 282, cumulado com o art. 267, VI do CPC.
 
Arbitragem: A lei 9307/96 (lei de arbitragem) instituiu o Juízo Arbitral. Esta Lei, também chamada Lei Marco Maciel, dá às sentenças arbitrais a mesma força e eficácia das Sentenças Estatais e diz que os árbitros são Juízes de fato e de direito. A principal característica da Lei é a estipulação de um prazo máximo de seis meses para a solução dos conflitos.
 
Capacidade Processual: Nada mais é que a aptidão para por si próprio estar em juízo. Caso não tenha maior idade, que se dá aos 18 anos, a parte poderá ser representada se menor de 16 anos e assistida se maior de 16 e menor de 18 anos, para efeito cível – Art. 7 e seguintes do CPC.
Ausente os pressupostos processuais, o juiz vai extinguir sem julgar o mérito – Art. 267. O direito é intransmissível quando for personalíssimo, é o que se dá com as ações do estado da pessoa. Exemplo: morta à ré separada numa ação de separação ou divórcio, o processo está extinto sem mérito.
 
Atos Processuais: O tempo no processo, segundo Platão, é a representação inferior da eternidade, o tempo é uma convenção que só existe em razão de um referencial e não é passível de demonstração pela experiência, também chamada forma empírica, é a sucessão de momento que pode reconstruir o passado, presente e projetar o porvir.
No processo civil os atos processuais serão praticados na forma da lei de organização judiciária, que é estadual e, por conseguinte, é variante. Em São Paulo opera-se das 10 às 19h.
Pode o advogado impulsionar o processo protocolando petições no foro principal onde corre o feito ou no chamado protocolo integrado.
Os atos processuais de regra são praticados em dias úteis, isto é, com expediente forense, não considerando o dia que o expediente se encerrou antecipadamente. Pelo Decreto Legislativo 711, de 2 a 21 de janeiro considera-se feriado forense, de 22 até o final do mês é chamado período de férias forenses, diferente da terminologia, porém o efeito se equipara, tendo em vista a não prática de atos processuais, comportando assim as exceções de atos urgentes e provisórios de natureza cautelar, como a de alimentos provisionais, fixados em processos cautelares incidentais. Não se confunde com os alimentos provisionais fixados em liminares.
 
Citação: Citação é o ato pelo qual que se chama o réu para se defender e é possível a citação ser feita durante as férias.
 
Intimação: É o ato pelo qual que se dá ciência a alguém dos atos e termos do processo, para que faça ou deixe de fazer alguma coisa.
 
Notificação: A notificação não extingue, modifica ou altera direitos, e é ato pelo qual que se comunica alguém a intenção da prática de um ato processual. A notificação premonitória é pressuposto processual para a denúncia vazia.
 
Interpelação: Ao lado do protesto é também pedido cautelar que objetiva preparar o principal, assim como o pedido de explicação em juízo.
 
Prazos Processuais: Dá-se o nome de “DIES A QUO” O início do prazo processual e “DIES AD QUEM” o prazo final. O dia da intimação não se conta e o dia sucessivo necessariamente deve ser dia útil com expediente forense, bem como o dies ad quem (final), se cair em dia não útil, fica prorrogado para o primeiro dia útil. Na omissão da lei, o prazo geral é de 5 (cinco) dias, e nenhuma intimação pode obrigar a prazo inferior a 24h.
Os prazos são cumpridos nos dias úteis e, excepcionalmente, nos dias não úteis – Art. 172, § 2º (domingos e feriados), desde que haja autorização judicial e não fira a CF, isto é: durante a noite não se pratica ato processual, exceto em caso de desastre ou flagrante delito.
Obs.: Não prevalece esta vedação nos juizados especiais (lei 90099/95), que funcionam das 18:30 às 23h.
 
Prazos Especiais: Determinadas pessoas (Art. 188 combinado com o 191 do CPC) possuem prerrogativas em prazos dilatados, como a Fazenda Pública, o Ministério Público e o defensor da ativa.
 
Prazos Legais: São legais quando disciplinados expressamente no texto de lei, prazos judiciais ou impróprios, quando ficam na esfera de deliberação do juiz – Art. 407 do NCC. É regressivo, também, o prazo chamado ex-tunc. Os prazos podem ser:
Peremptórios: Não admitem prorrogação, como é o caso da contestação e da apelação, porém, por exceção, mesmo os prazos chamados peremptórios, nos casos de calamidade pública ou de difícil acesso, permite-se à prorrogação de prazo;
Dilatórios: Admitem prorrogação, como é a citação no artigo 219 do CPC;
Judiciais: São de 10 dias para a prolação de decisões interlocutórias – Art. 162, uma vez perdido, não faz com que o juiz fique impedido de praticar o ato.
 
Preclusão: O juiz; desde que apresente justa causa, pode exercer a qualquer caso e, por conseqüência, não existe preclusão para o juiz. A preclusão pode existir sob três ângulos diversos:
a) Consumativa: Quando a parte pratica o ato;
b) Temporal: Quando a parte não pratica o ato no momento oportuno;
c) Lógica: Quando a parte pratica ato incompatível com o desejo de impugnar.
 
Contagem dos Prazos: Jamais o prazo começa a ser contado em dia não útil, despreza-se o dia de início e computa o dia final, desde que este seja dia útil. Na omissão da lei, o prazo processual deve ser praticado em 5 dias, conforme artigos 192 e 552 do CPC.
Em primeira instância a dilação mínima é de 24 horas, e na fase recursal é de 48 horas. A perda de um prazo processual pode indicar a derrota da causa, como se dá, por exemplo, nos direitos disponíveis ou patrimoniais, nos termos dos artigos 319 e 320 do CPC, dar-se-á o efeito da revelia e a sua decretação. Os prazos processuais são contados de acordo com:
Intimação pessoal: Na intimação pessoal conta-se a partir desta data, desprezando-se o dia do início;
Intimação via imprensa oficial: O prazo se inicia na data certificada pelo escrivão, ou na data de publicação do jornal.
 
Local Onde se Pratica dos Atos: O local onde se pratica os atos processuais é a sede de juízo. Em São Paulo, a Lei de Organização Judiciária, dispõe a divisão da comarca da Capital em foros (Foro Regional de Pinheiros, da Lapa, Central, etc.).
Cada foro compreende mais de um bairro e está dividido pelo número de habitantes. O ato praticado fora da comarca, se dá nos termos do art. 201 do CPC, ou seja, por carta rogatória, quando dirigida à autoridade estrangeira e carta precatória para os demais casos.
 
Carta Rogatória: Conduz à prática da cooperação entre juízes de Estados diferentes (países), quando dado ato processual, em um determinado processo, deva ser realizado em outro Estado, mediante via diplomática.
Carta Precatória: O juiz deprecante (aquele que enviaa carta) não pode invadir a esfera de jurisdição do juiz deprecado (aquele que recebe a carta), pois lhe falece competência em razão do lugar. A carta precatória é enviada somente de juiz para juiz. Para as autoridades administrativas são remetidos, mandados, ofícios e alvarás.
As cartas precatórias apresentam, entre outras espécies, as seguintes: citatória (quando se requer a citação de alguém); executória (destinada à realização de execução de bens); inquisitória (para a oitiva de testemunhas ou demais depoentes).
Carta de Ordem: Enquanto a carta precatória é o meio de comunicação entre juízes do mesmo grau hierárquico. A requisição de ato de juiz de categoria superior (ad quem) a juiz de categoria inferior (a quo) se faz por carta de ordem. Cita, por exemplo, diligências instrutórias do art. 485 do CPC. Obs.: Quando a comarca é muito próxima, chama-se contígua, como se dá com São Paulo e Osasco.
O oficial de justiça avança na comarca contígua para cumprir a diligência, independentemente de carta precatória. Ser contíguo ou não, fica a critério do juiz.
Os prazos são contados na estrita especificação do art. 241 do CPC, e a citação cumprida não se conta da data da sua efetivação, mas sim da juntada do mandado. As cartas da data das suas respectivas juntadas e no caso da citação ficta, do término da dilação.
Ficta: É a citação que não existe uma certeza jurídica, mas à suposição de que a notícia da propositura da ação chegou até o réu. Somente é admissível na hipótese de frustração da citação real ou pessoal – Art. 241 do CPC.
 
Revelia ou Contumácia: É o fenômeno processual pelo qual o réu citado deixa de apresentar defesa, e diz a lei como verdadeiros os atos alegados pelo autor, ocorre que fatos inverídicos não passarão a ser verdadeiros, porque o réu se omitiu, melhor seria dizer, presume-se incontroversos.
O advogado que excede os prazos pode sofrer busca e apreensão dos autos, penalidades pecuniárias e sanções administrativas no tribunal de ética.
Não existe para o juiz preclusão temporal, o que vale dizer que, justificadamente, ele pode exceder a qualquer prazo, 2 dias para despacho de mero expediente e 10 dias para sentenças e decisões interlocutórias.
 
Decisão Interlocutória: Decisão interlocutória é aquela que decide incidentalmente o processo sem extingui-lo. É passível de impugnação, mediante o recurso de agravo, que pode se revestir de três formas.
 
Recurso de Agravo Por Instrumento: Significa retirada de cópias reprográficas que irão instruir os autos e que subirão ao tribunal sem prejuízo do trâmite do processo principal.
 
Recurso de Agravo na Forma Retida: É a impugnação feita no termo dos autos sob condição de ser apreciado previamente ao principal.
 
Recurso de Agravo Oral: É o que é feito em audiência. A decisão final em com ou sem mérito é passível de apelo, quando ao lado dos recursos que serão estudados, embargos infringentes, apelação, recursos especiais, extraordinários, são ajuizados no prazo de 15 dias, de regra, o agravo se dá no prazo de 10 dias, sempre a contar da intimação.
O juiz ao receber estes recursos, faz o primeiro juízo de admissibilidade. A apelação no artigo 520 do CPC e o agravo no 558 têm duplo efeito, suspensivo e devolutivo, querendo significar que toda matéria é devolvida à apreciação do juízo ad quem e a suspensividade significando que o efeito produzido pela sentença estará sobrestado, na hipótese do art. 520.
Já o agravo tem somente efeito devolutivo, exceto na hipótese do art. 550. Obs.: Com o indeferimento da petição inicial, nas hipóteses do art. 295, pode o juiz, por força do art. 296, retratar-se do seu indeferimento e reformar a sua própria decisão, mandando prosseguir os autos, porque agora não mais enxerga a falta de pressupostos das condições da ação – possibilidade jurídica do pedido, interesse de agir e legitimidade de partes.
 
Nulidades: O Processo Civil segue o princípio da instrumentabilidade das formas, querendo significar que o ato processual não pode ser praticado sem critério ou método legal. A forma prescrita no CPC é o iter ou caminho pelo qual o processo tramita.
 
Princípio da Instrumentalidade: Nesse sentido o princípio da instrumentabilidade das formas vale para o magistrado, sob pena de não observância cometer o vício processual “Error in Procedendum”, que é a inversão tumultuária dos atos e termos do processo.
 
Error in Procedendum: É o erro cometido na esfera de invalidação do processo que, quando alcança a fase de recursos, faz com que o Tribunal invalide o processo e o mande de volta a instância “a quo”, pra que o ato seja refeito.
Entretanto, quando o recurso chega ao tribunal e o próprio tribunal constata que o feito padece de extinção sem julgamento do mérito, nos termos do Art. 515, § 3º (Nos casos de extinção do processo sem julgamento do mérito (art. 267), o tribunal pode julgar desde logo a lide, se a causa versar questão exclusivamente de direito e estiver em condições de imediato julgamento), sem que haja violação do duplo grau de jurisdição, faz de próprio punho a extinção.
 
Error in Jundicandum: É o erro na justiça da decisão, que pelo Art. 513, o tribunal reaprecia a matéria na medida da sua impugnação “Tantum Devolutum Quantum Appelatum”, portanto, não pode ser confundido com o “Error in Procedendum”.
 
Pas de Nullitté Sans Grief: Não convencido do princípio da reforma “reformatio in pejus”, nos termos do Art. 301, § 4º, querendo significar que o juiz deve conhecer de ofício a falta de pressupostos judiciais e, não obstante a regra positiva máxima da instrumentabilidade, vigora no CPC a regra que não há nulidade sem prejuízo, remontando a regra processual francesa “Pas De Nullitté Sans Grief”, ou seja, vigora no CPC o aproveitamento dos atos processuais, ainda que irregulares, mas que atingem os seus objetivos.
 
Quadro das Nulidades: As nulidades são as seguintes.
Ato Inexistente: É o que contém um grau de nulidade tão grande e visível, que dispensa declaração judicial para ser invalidado, como por exemplo, um Júri simulado ou uma sentença assinada por uma testemunha. Assim, inexistência ocorre quando falta ao ato um requisito legal de existência e pode existir no mundo fático, porém não no jurídico.
Nulidade Absoluta: Ocorre nos casos expressamente cominados e na violação de dispositivo de ordem pública, como na citação irregular (art. 247 do CPC), ou na incompetência absoluta (art. 113 do CPC). Humberto T. Junior diz que a nulidade absoluta, referente ao pressuposto processual ou condição da ação, leva não Sá à nulidade do ato em si, mas à nulidade do próprio processo.
Nulidade Relativa: Ocorre nas irregularidades sanáveis, em que não há cominação expressa de nulidade, como numa publicação com ligeiro erro gráfico.
Ato Anulável: Caracteriza-se pela infração de norma não impositiva, de mero interesse pessoal da parte, e que não deve ser declarada de ofício pelo juiz, como no caso de penhora de bens que só devem ser penhorados na falta de outros.
 
Regra Geral das Nulidades: A principal regra em matéria de nulidades é que, salvo nos casos de interesse público, não se decretará a nulidade se não houver prejuízo à parte, ou quando o juiz puder decidir do mérito a favor da parte a quem aproveita a declaração da nulidade – Art. 249, §§ 1º e 2º.
 
Conclusões: Os atos processuais são praticados dentro do processo com o fim de integrá-lo na relação processual além de constituí-la, impulsioná-la e extingui-la.
As formas dos atos processuais servem como garantia de justiça e igualdade entre as partes desde quando realizadas sem exagero, tornando-as imprescindíveis ao processo e servindo como meio de exteriorização dos seus atos.
Os princípios formadores dos atos, formas e nulidades processuais servem como pilastras na melhor compreensão da matéria, além de preencher as suas lacunas e atender o objetivo visado pela legislação.
Os vícios ou nulidades processuais são defeitos encontrados nos seus atos e formas que os inquinam de invalidade, a ponto de serem declaradasou decretadas na medida de sua gravidade.
Dentro do método de classificação dos vícios ou nulidades processuais pode-se constatar desde a inexistência até a irregularidade, sem nos esquecermos das nulidades absoluta e relativa e a anulabilidade.
Para se reconhecer algum dos tipos de nulidades, tem-se de recorrer a critérios, análises e métodos de interpretação como forma de melhor avaliação do vício a ser aplicado.
 
Princípios Constitucionais do Processo Civil: Como já dito, o Direito Processual Civil é o ramo do Direito Público, que regula a função soberana do Estado de distribuir justiça, na composição das lides civis. Mas para que haja a distribuição dessa justiça, precisa-se, antes de tudo, observar os princípios fundamentais consagrados na nossa Constituição. Assim os direitos processuais do cidadão quando situado nas órbitas de processos judiciais e administrativos, denominada, agora, como "procedural due process", estão inseridas em nossa Carta Magna (artigo 5º e incisos) e foram diretamente dirigidas ao nosso Código de Processo Civil da seguinte forma:
 
Princípios informativos: Estes princípios compõe-se.
Lógico: O processo se desenvolve de maneira lógica;
Jurídico: O processo obedece normas pré-estabelecidas;
Político: O processo deve atender a necessidade política do Estado em solucionar conflito em prol da paz social;
Econômico: O processo deve ter curso menos gravoso para todos.
 
Princípios fundamentais: Compõe-se de.
Isonomia (artigo 5º, caput);
Inafastabilidade do Poder Judiciário (inciso XXXV);
Juiz e promotor natural e proibição de juízos de exceção (incisos LIII e XXXVII, respectivamente);
Contraditório (inciso LV);
Proibição de provas ilícitas (incisos LVI);
Acesso à justiça (inciso LXXIV);
Direito de ação (inciso XXXV);
Duplo grau de jurisdição;
Publicidade;
Motivação das decisões judiciais.
 
Princípios processuais: Compõe-se de.
Impulso oficial — Artigo 262, § 2º do CPC;
Dispositivo: Congruência – Artigos 262 e 460 do CPC;
Proibição reformatio in pejus;
Oralidade: Identidade física do juiz – Artigo 132 do CPC;
Concentração dos atos processuais – Artigo 125 do CPC;
Imediação.
Economia processual — Artigo 125, II do CPC;
Lealdade processual — Artigo 14, I e II do CPC;
Instrumentalidade das formas — Artigos 249 e 250 do CPC;
Eventualidade — Artigo 300 do CPC;
Ônus de impugnação específico da prova — Artigo 302 do CPC;
Livre convencimento do juiz — Artigos 130 e 131 do CPC;
Verossimilhança (aparência de verdade) — Artigo 273 do CPC;
Aquisição processual (os documentos são incorporados ao processo).
 
Conceituação dos Princípios: Os princípios têm por finalidade direcionar o julgador, para que este ao exarar a sua decisão, o faça em respeito as normas jurídicas, de modo que esta decisão faça a justiça que as partes procuraram. Assim, cada princípio tem os seus preceitos que devem ser devidamente observados pela autoridade judiciária, conforme a conceituação a seguir.
 
Devido Processo Legal: Configura proteção ao envolvido, atuando tanto no âmbito material de proteção ao direito de liberdade, quando no âmbito formal, ao assegurar-lhe validade total de condições com o estado persecutor, além de plenitude de defesa.
Tem como coroários os princípios do contraditório e da ampla defesa, que deverão ser assegurados aos litigantes em processos judiciais ou administrativos.
 
Ampla Defesa: É o asseguramento dado ao réu em condições que lhe possibilite trazer para o processo todos os elementos tendentes a esclarecer a verdade ou mesmo de omitir-se ou calar-se, caso entenda necessário.
 
Contraditório: Constitui-se na manifestação do princípio do estado de direito, tendo íntima ligação com o princípio da igualdade das partes e do direito de ação, pois o direito constitucional ao garantir aos litigantes o princípio do contraditório e da ampla defesa, quer significar tanto direito de defesa como direito de ação.
 
Prova Ilícita: Prova ilícita é toda aquela que ofende o direito material. Há atualmente uma confusão entre prova ilegítima e prova ilícita, mas não devem ser confundidas apesar de ambas não serem aceitas pelo nosso direito processual, pois a prova ilícita fere o direito material enquanto a prova ilegítima o direito processual. Na atualidade com os modernos adventos tecnológicos, novos meios de prova estão sendo introduzidos em nossos litígios, mas esses meios devem obedecer a certas normas e só serão permitidos desde que respeitem a legalidade, licitude e moralidade da prova.
O Código de Processo Civil Brasileiro trata das provas não tipificadas, em seu art. 332, abrindo espaço para as provas legais e moralmente legítimas. Os indícios, presunções e provas consuetudinárias não são citadas no CPC, mas entram nesse espaço aberto desde que colhidas de modo legal e moralmente legítimo.
 
Duplo Grau de Jurisdição: O conceito de duplo grau de jurisdição consolidou-se entre os juristas como a possibilidade de a sentença definitiva ser reapreciada por órgão de jurisdição, normalmente hierarquicamente superior à daquele que a proferiu, o se faz de ordinário pela interposição de recurso.
Nesta linha de raciocínio, o princípio do duplo grau é, por assim dizer, garantia fundamental de boa justiça, razão pela qual está incerto em quase todas as Constituições do mundo ocidental. Esse princípio é, pois, também, garantia do estado de direito e, de conseqüência, pilar do regime democrático.
 
Publicidade: Este princípio está sempre em conflito com o seu oposto, que é o do segredo. De um lado interessa que o público saiba tudo o que ocorre nos tribunais, mas, de outro lado, não deixa de ser prejudicial a curiosidade gratuita. Assim, o Código de Processo Civil fica no meio-termo e adota o princípio da publicidade restrita; a regra é serem os atos judiciais públicos, mas certas causas correm em segredo de justiça, como as referentes a casamento, união estável, filiação, separação judicial, alimentos etc.
 
Motivação da Decisão: A motivação da decisão é exigência de ordem pública e constitui-se de garantia inerente ao próprio Estado de direito. A fundamentação da sentença é, sem dúvida, uma grande garantia de justiça, quando consegue reproduzir exatamente, como um levantamento topográfico, o itinerário lógico que o juiz percorreu para chegar à sua conclusão, pois se está errada pode facilmente encontrar-se, através dos fundamentos, em que altura do caminho o magistrado se desorientou.
 
Impulso Oficial: Princípio processual que confere ao juiz a prerrogativa de levar adiante os atos processuais que independem de requerimento das partes ou interessados. No desenvolvimento do processo.
Tal princípio é disciplinado nos arts. 125, II, e 262, parte final do CPC. Tratando-se de ato que depende da iniciativa das partes, e estas se mantêm, injustificadamente, inertes após intimação, opera-se a extinção do processo.
 
Congruência: Significa limitar a sentença ao pedido da ação (apelação ou embargos).
 
Oralidade: O Código de Processo Civil procura utilizar o mais possível à palavra falada, com o fim de tornar o processo mais célere e claro, mas é evidente que não pode evitar a necessidade da documentação. Dentro da oralidade, destaca-se:
A concentração, isto é, que em uma ou em poucas audiências próximas se realize a produção das provas e o julgamento da causa;
A imediação ou imediatidade, que exige o contato direto com o juiz com as partes e as provas, a fim de que receba, sem intermediários, o material de que se servirá para julgar. Como ponto indispensável da imediação, segue o:
A identidade da pessoa física do juiz, de modo que este dirija o processo desde seu início até o julgamento;
A irrecorribilidade das decisões interlocutórias, evitando a cisão do processo ou a sua interrupção contínua, mediante recursos, que devolvem ao tribunal o julgamento impugnado.
 
Processo e Procedimento: Como já salientado anteriormente, retorno ao tema, para outros esclarecimentos.
 
Processo: Processo é uma seqüência de atos interdependentes, destinadosa solucionar um litígio, com a vinculação do juiz e das partes a uma série de direitos e obrigações, ou seja, é o método de utilização das normas para solucionar litígios que culmina com a entrega da tutela jurisdicional.
O Estado coloca a disposição das partes três tipos de processo para a entrega de tutela jurisdicional. São elas:
 
Procedimento: Procedimento é o modo pelo qual o processo anda, ou a maneira pela qual se encadeiam os atos do processo. É o rito, ou o andamento do processo.
Assim, o processo contém em si o procedimento, a jurisdição e a relação jurídica processual. O procedimento é a parte visível do processo, referente à seqüência organizada dos atos. A jurisdição é a finalidade de solucionar um litígio. A relação jurídica processual corresponde ao envolvimento do juiz e das partes numa progressão de direitos e obrigações.
Em outra definição, o processo corresponde a uma unidade com relação processual em busca da prestação jurisdicional, enquanto o procedimento é a exteriorização dessa relação processual, que corresponde às formas de movimentação do processo.
 
Processo de Cognição: O processo de cognição presta a hipótese em que a lide apresenta pretensão de contestação e a necessidade de definir a vontade da lei para solucioná-la, culminando com a sentença de mérito que contenha definição quanto ao pedido formulado. Encontra-se previsto no livro 1 do CPC.
O procedimento do processo de cognição pode adotar duas formas:
 
Especial: A especial é prevista no livro 4 do CPC e também em legislação extravagante, possui rito próprio para o processamento de determinadas causas solucionadas. Tem como exemplo os juizados especiais cíveis que se ocupam de causas de menor complexidades, predominando os princípios da oralidade, simplicidade, economia processual e cerelidade. Visa principalmente à conciliação. Os procedimentos especiais podem ser divididos como sendo de jurisdição voluntária e contenciosa.
 
Jurisdição Voluntária: É aquela em que o juiz exerce a atividade administrativa visando à formação de negócios jurídicos em que a lei exige a participação da justiça.
Jurisdição Contenciosa: É uma simbiose entre o processo de conhecimento e o de execução, gerando numa só relação processual uma atividade complexa.
 
Processo de Execução: No processo de execução existe uma pretensão que está apenas insatisfeita, pois o direito já é líquido, certo e exigido.
 
Processo Cautelar: O processo cautela incide na hipótese em que há risco de alteração no equilíbrio entre as partes. Ele visa conservar o estado de fato e de direito, provisório e preventivo.
 
Procedimento Comum: O procedimento comum é aplicado a todas as causas que a lei processual não haja instituído um rito próprio ou específico, conforme define o artigo 272 do CPC. Divide-se em ordinário e sumário, dependendo da matéria e do valor da causa.
 
Rito Ordinário: O rito ordinário é aplicado às causas para as quais não seja previsto, nem o procedimento sumário nem qualquer tipo especial. O procedimento ordinário é subordinado a todos os ritos e divide-se nas fases postulatória, saneadora, instrutória e decisória.
 
Postulatória: Ela dura da propositura da ação à resposta do réu. Compreende a petição inicial, a citação do réu e a eventual resposta deste.
 
Resposta ou Defesa do Réu: A resposta do réu pode ser feita na forma de contestação (pode ser argüidas questões preliminares e de mérito), exceção (refere-se à incompetência do juízo, ou o impedimento ou suspeição do juiz, gera incidentes que correm em autos próprios, apensados ao principal, gerando efeito suspensivo) ou reconvenção (é o contra ataque do réu. Este rechaça o pedido do autor e formula contra este pedido diferente, de sentido contrário àquele que provocou a abertura do processo).
 
Saneadora: Nesta fase que perdura da inicial até a instrução do feito, o juiz verificará se o processo contém algum vício e que possa ser sanado. Não tendo vício ou se o vício for sanado, prosseguirá o processo. Ocorrendo vício insanável o juiz extinguirá o processo sem julgamento de mérito (art. 267).
As medidas saneadoras encontram-se previstas no artigo 284 do CPC, em forma de emendas ou complementações. Nos artigos 323 a 328 em forma de providências preliminares e artigo 331 em forma de saneamento.
Após estas contestações o juiz conclui que o processe está em ordem ou, caso contrário, extingue o processo nos termos do artigo 267 ou 269, incisos II a V do CPC.
 
Instrutória: Esta fase busca a coleta do material probatório. Começa na inicial onde deve ser juntadas as provas documentais indispensáveis, conforme artigo 396.
Saneado o feito os atos processuais tornam-se probatórios. Poderá ser realizada perícia ou designar audiência da instrução e julgamento para oitiva de testemunha ou depoimento pessoal das partes.
Verificado o juiz a ocorrência de revelia ou insuficiência de prova, ou ainda, tratar o processo questões eminentemente de direito, o juiz poderá dispensar a produção de provas, julgando antecipadamente a lide.
 
Decisória: Esta fase destina-se a aprovação da sentença de mérito, pode ser iniciada na própria audiência em que foi realizada a prova oral e após as partes produziram alegações finais.
A sentença pode ser dada oralmente ao final da audiência ou elaborada por escrito em dez dias, conforme prevê o artigo 456 do CPC. Assume a feição de ato processual quando publicada.
Entende-se publicada a sentença quando a sua leitura é feita na própria audiência de instrução, em audiência especialmente designada para esta finalidade ou ainda fora da audiência por ato do escrivão ela é publicada em órgão oficial.
 
Rito Sumário: Conforme estabelece o artigo 275 do CPC e redação dada pela lei 9245/95, são causas sujeitas ao rito sumário:
a) Nas causas cujo valor não exceda a 60 (sessenta) vezes o valor do salário mínimo;
b) Nas causas, qualquer que seja o valor;
c) De arrendamento rural e de parceria agrícola;
d) De cobrança ao condômino de quaisquer quantias devidas ao condomínio;
e) De ressarcimento por danos em prédio urbano ou rústico;
f) De ressarcimento por danos causados em acidente de veículo de via terrestre;
g) De cobrança de seguro, relativamente aos danos causados em acidente de veículo, ressalvados os casos de processo de execução;
h) De cobrança de honorários dos profissionais liberais, ressalvado o disposto em legislação especial;
i) Nos demais casos previstos em lei.
 
Casos Especiais: Dentre os demais casos previstos em lei, cabe destacar:
a) Ação revisional de aluguel – Art. 68 da lei 8245/91 (Lei do Inquilinato);
b) Ação acidentária de trabalho – Art. 129 da lei 8213/91 (Planos de Benefícios);
c) Ações discriminatórias – Art. 20 da lei 6.383/76;
d) Adjudicação compulsória – Art. 16 do DL 58/37;
e) Retificação de erro de grafia de registro civil da pessoal natural – Art. 110, § 4º da lei 6.015/73;
f) Danos pessoais decorrentes das embarcações ou suas cargas – Art. 12 da lei 8.374/91;
g) Responsabilidade civil em direito aeronáutico – Art. 255 da lei 7.565/86;
h) Controvérsia entre representante comercial autônomo e o representado – Art. Da lei 4.886/65 e 5º da lei 8.420/92;
i) Usucapião especial – Art. 5º da lei 6.969/81;
j) Desapropriação para reforma agrária – Art. 1º da LC 88/96.
 
Sistemática do Sumário: O rito sumário obedece dois critérios, valor e matéria. Em razão do valor para as causas que não excedam 60 vezes o salário mínimo e em razão da matéria, as causas como a cobrança de condomínio, a cobrança de honorários etc.
No procedimento sumário não se aplica às execuções, nem às ações sujeitas a procedimento especial, nem às ações relativas ao estado e à capacidade das pessoas.
No ordenamento jurídico atual, as hipóteses de cabimento do procedimento sumário, tanto em razão da matéria, tanto pelo valor da causa, constituem em sua maioria, também as hipóteses de adoção do processo dos juizados especiais cíveis.
Nos casos em que ambas vias são cabíveis, o autor é livre para escolher uma ou outra. Nesse

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