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14- Da organização dos poderes do Poder Legislativo resumido.pdf

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Prévia do material em texto

Marcos Soares da Mota e Silva
Pós-graduado em Direito Tributário pelo Ins-
tituto Brasileiro de Estudos Tributários (IBET) e 
em Direito Processual Tributário pela Universi-
dade de Brasília (UnB). Graduado em Engenha-
ria Mecânica pela Universidade Federal do Rio 
de Janeiro (UFRJ) e em Direito pela Universida-
de do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Profes-
sor de Direito Tributário e Direito Constitucional 
no Centro de Estudos Alexandre Vasconcellos 
(CEAV), Universidade Estácio de Sá, Faculdade 
da Academia Brasileira de Educação e Cultu-
ra (Fabec) e em preparatórios para concursos 
públicos. Atua como auditor fiscal da Receita 
Federal.
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Da organização dos Poderes: 
do Poder Legislativo 
Princípio da separação dos poderes 
O princípio da separação dos poderes está consignado na CF, no seu 
artigo 2.º, que prescreve:
Art. 2.º São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o 
Executivo e o Judiciário.
Além disso, o legislador constituinte elevou esse princípio à condição de cláu-
sula pétrea, ao dizer que não será objeto de deliberação a proposta de emenda 
tendente a abolir a separação dos Poderes (CF, art. 60, §4.º, III).
A separação dos poderes consiste em atribuir cada uma das funções de 
governo (legislativa, executiva e jurisdicional) a órgãos diferentes.
Ela se opõe à ideia de concentração de poderes, quando as funções são 
exercidas por um único órgão.
Segundo o professor José Afonso da Silva (2003, p. 109) a divisão dos po-
deres fundamenta-se em dois elementos:
especialização funcional, significando que cada órgão é especializado �
no exercício de uma função; assim, às assembleias (Congresso, Câma-
ras, Parlamento) se atribui a função legislativa; ao Executivo, a função 
executiva; ao Judiciário, a função jurisdicional;
independência orgânica, significando que, além da especialização �
funcional, é necessário que cada órgão seja efetivamente indepen-
dente dos outros, o que postula ausência de meios de subordinação. 
Trata-se, pois, como se vê, de uma forma de organização jurídica das 
manifestações do Poder.
Esse princípio, idealizado por Montesquieu e considerado um dogma na 
época da Revolução Francesa, tem sido cada vez mais flexibilizado no Direito 
Constitucional contemporâneo.
Sendo assim, aquela separação rígida, defendida no passado, é conside-
rada inadequada atualmente. O esquema rígido inicial foi substituído por 
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Da organização dos Poderes: do Poder Legislativo 
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outro, no qual cada poder exercita as três funções jurídicas do Estado: uma 
em caráter primordial e as outras duas em caráter subsidiário.
Atualmente, por exemplo, o Judiciário e o Legislativo exercem funções 
administrativas, quando, por exemplo, contratam servidores, realizam obras, 
executam serviços etc. Por outro lado, o Executivo realiza tarefas típicas do 
Legislativo, como a edição de medidas provisórias e de leis delegadas. Há 
também a hipótese em que o Poder Legislativo realiza julgamento (julga-
mento do presidente e do vice-presidente da República nos crimes de res-
ponsabilidade – CF, art. 52, I).
Sistema de freios e contrapesos 
O chamado sistema de freios e contrapesos é um mecanismo garantidor 
do equilíbrio e da harmonia entre os Poderes. Por meio dele objetiva-se o es-
tabelecimento de um sistema de controles recíprocos entre os três Poderes.
O Professor José Afonso da Silva (2003, p. 110-111) apresenta alguns 
exemplos de aplicação do sistema de freios e contrapesos, ele disse:
Se ao Legislativo cabe a edição de normas gerais e impessoais, estabelece-se um processo 
para sua formação em que o Executivo tem participação importante, quer pela iniciativa 
das leis, quer pela sanção e pelo veto.
[...]
Se os Tribunais não podem influir no Legislativo, são autorizados a declarar a incons-
titucionalidade das leis, não as aplicando neste caso.
O Presidente da República não interfere na função jurisdicional, em compensação os 
ministros dos tribunais superiores são por ele nomeados, sob controle do Senado Federal, 
a quem cabe aprovar o nome escolhido (art. 52, III, “a”).
Estrutura do Poder Legislativo 
O Poder Legislativo Federal é exercido pelo Congresso Nacional, que se 
compõe da Câmara dos Deputados e do Senado Federal.
No âmbito Federal é um sistema bicameral.
A Câmara dos Deputados compõe-se de representantes do povo, eleitos, 
pelo sistema proporcional, em cada Estado, em cada Território e no Distri-
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to Federal. O número total de Deputados, bem como a representação por 
Estado e pelo Distrito Federal, será estabelecido por lei complementar (LC 
78, de 30/12/93), proporcionalmente à população (CF, art. 45, §1.º). Mas essa 
proporcionalidade em relação à população não é exata, possuindo limi-
tes mínimo e máximo: nenhum Estado, nem o Distrito Federal, poderá ter 
menos de oito ou mais de setenta representantes. Cada Território elegerá 
quatro deputados.
O Senado Federal compõe-se de representantes dos Estados e do Distrito 
Federal, eleitos segundo o princípio majoritário. O número total de senado-
res, atualmente, é de 81. Cada Estado e o Distrito Federal elegem o número 
fixo de três senadores com mandato de oito anos.
Diferentemente do que acontece na Câmara dos Deputados, onde há re-
novação integral dos parlamentares a cada quatro anos, no Senado Federal 
a representação de cada Estado e do Distrito Federal é sempre renovada par-
cialmente, de quatro em quatro anos, alternadamente, por um e dois terços 
(CF, art. 46, §2.º). Cada senador é eleito juntamente com dois suplentes (CF, 
art. 46, §3.º).
Atribuições do Congresso Nacional, da Câmara 
dos Deputados e do Senado Federal 
Normalmente, as deliberações de competência do Congresso Nacional 
são tomadas com a participação de ambas as Casas (CF, arts. 48 e 49), que 
atuam, via de regra, em sessões separadas.
Há algumas competências, listadas nos artigos 51 e 52 e em outros lugares 
do texto constitucional, que não são do Congresso Nacional, mas são compe-
tências privativas da Câmara dos Deputados ou privativas do Senado Federal.
Além das deliberações do Congresso Nacional tomadas em sessões sepa-
radas, e daquelas que são privativas de uma única Casa, há reuniões do Con-
gresso Nacional que ocorrem em sessão conjunta. Nessas sessões, ambas as 
Casas, o Senado e a Câmara se reúnem no recinto do Plenário da Câmara e 
participam juntos da deliberação.
Cabe ao Congresso Nacional dispor sobre todas as matérias de competên-
cia da União, conforme determina o caput do artigo 48 da CF, que estabelece, 
ainda, três exceções em que o Congresso Nacional deverá dispor sobre deter-
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minadas matérias (de competência da União) diretamente, por espécies nor-
mativas próprias, que não possuem participação do presidente da República.
Essas matérias não deverão ser veiculadas por leis, mas sim por decretos le-
gislativos ou por resoluções. O caput do artigo 48 estabelece que não é exigida a 
sanção do presidente da República para o especificado nos artigos 49, 51 e 52.
O artigo 49 traz as matérias de competência exclusiva do Congresso Na-
cional, que serão veiculadas por decretos legislativos ou por resoluções.
Os artigos 51 e 52, por sua vez, arrolam as matérias de competência priva-
tiva da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, que são veiculadas por 
resoluções.Estatuto dos congressistas 
Os artigos 53 ao 56 compõem o chamado “Estatuto dos congressistas”.
Esse Estatuto prevê um conjunto de prerrogativas e incompatibilidades 
relativas ao exercício dos mandatos. Esse conjunto objetiva garantir o livre e 
independente funcionamento do Congresso Nacional.
Prerrogativa de foro 
Desde a expedição do diploma, os deputados e senadores serão subme-
tidos a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal.
Essa prerrogativa de foro abrange apenas o processamento e o julga-
mento de crimes comuns, incluindo os crimes eleitorais e os crimes dolosos 
contra a vida. Não há prerrogativa de foro para as matérias não penais.
Imunidades 
A imunidade material, também conhecida por inviolabilidade, afasta o ca-
ráter ilícito da conduta praticada. Isso quer dizer que quem está amparado pela 
inviolabilidade não cometeu ilícito algum ao praticar determinada conduta.
Sendo a conduta lícita, dela não decorre qualquer responsabilidade penal, 
civil, administrativa ou disciplinar.
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Em relação à imunidade formal, esta não afasta a ilicitude da conduta, 
apenas impede que a pessoa protegida seja:
processada; �
presa em razão do ato ilícito que cometeu. �
Imunidade material 
O caput do artigo 53 estabelece a imunidade material dos congressistas 
nos seguintes termos:
Art. 53. Os Deputados e Senadores são invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de 
suas opiniões, palavras e votos.
A inviolabilidade dos parlamentares é por opiniões, palavras e votos que 
possam ser imputados ao exercício do mandato.
Não são apenas os atos praticados dentro do Congresso Nacional que 
estão protegidos pela inviolabilidade, mas também os atos ocorridos fora do 
parlamento, desde que relacionados ao exercício do mandato.
Logo, embora um Deputado Federal ou um Senador, ao comentar um 
projeto de lei, possa praticar as condutas que, em princípio, seriam tipifi-
cadas no Código Penal como calúnia, difamação ou injúria (crimes contra 
a honra), não terá cometido crime algum, já que suas palavras foram profe-
ridas no exercício do mandato, o que não permite a configuração de crime. 
Se outra pessoa proferisse exatamente as mesmas palavras do parlamentar, 
estaria cometendo um crime.
Imunidade formal à prisão 
Desde a expedição do diploma, os membros do Congresso Nacional não 
poderão ser presos, salvo em flagrante de crime inafiançável.
Após a diplomação, os parlamentares estão protegidos por uma imunida-
de formal. Eles não poderão ser presos, salvo em caso de flagrante de crime 
inafiançável ou de condenação definitiva (com trânsito em julgado).
Essa imunidade à prisão abrange qualquer modalidade de prisão proces-
sual e até mesmo a civil.
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Na hipótese de flagrante de crime inafiançável, os autos serão remetidos 
dentro de 24 horas à Casa respectiva, para que, pelo voto da maioria de seus 
membros, resolva sobre a prisão.
Neste caso, a Casa decidirá politicamente a conveniência da manutenção 
ou não da prisão pelo voto ostensivo e nominal da maioria de seus membros.
Liberdade para processar os parlamentares 
Os parlamentares podem ser livremente processados e julgados pelos 
crimes comuns que cometeram durante o seu mandato.
A ação penal em face de um Deputado Federal ou Senador deverá ser 
protocolada diretamente no STF, que poderá iniciar o processamento e pros-
seguir até o julgamento final dos acusados, normalmente, independente-
mente de licença da Casa a qual pertence o parlamentar.
Essa foi uma grande mudança causada pela Emenda Constitucional 35, 
de 20 de dezembro de 2001, que deixou de exigir a concessão de licença da 
Casa como requisito de admissibilidade do processo contra parlamentar. Foi 
extinta aquela imunidade formal ao processo.
Sustação do andamento do processo 
Apesar de não haver mais empecilho à instauração do processo, a EC 
35/2001 trouxe outra imunidade formal ao processo.
A Casa à qual pertencer o congressista poderá determinar a sustação do 
andamento do processo já iniciado no STF. Tal sustação poderá ser determina-
da enquanto o Supremo não tiver proferido a sua decisão final no julgamento, 
impedindo que o parlamentar seja responsabilizado durante o seu mandato.
Concurso de agentes 
Havendo concurso de agentes, isto é, caso não parlamentares estejam 
respondendo ao processo em conjunto com o parlamentar, a sustação da 
ação fará com que o processo seja desmembrado e os autos remetidos à 
instância devida, para prosseguimento em relação aos acusados não prote-
gidos pela imunidade formal, enquanto se aguarda o final do mandato para 
que possa ter prosseguimento o julgamento do parlamentar, uma vez que a 
prescrição foi suspensa.
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Manutenção das imunidades durante o estado de sítio 
Mesmo durante o estado de sítio as imunidades dos parlamentares sub-
sistirão, somente podendo ser suspensas mediante o voto de dois terços dos 
membros da Casa respectiva, nos casos de atos praticados fora do recinto do 
Congresso Nacional que sejam incompatíveis com a execução da medida.
Desobrigação de testemunhar 
Os parlamentares não serão obrigados a testemunhar sobre informações re-
cebidas ou prestadas em razão do exercício do mandato, nem em relação às pes-
soas que lhes confiaram ou deles receberam informações da mesma natureza.
Incorporação às forças armadas 
Os deputados federais e senadores que forem militares só poderão se in-
corporar às Forças Armadas – mesmo em tempo de guerra – após prévia 
licença da Casa respectiva.
Incompatibilidades 
As incompatibilidades impostas pelo artigo 54 são limitações à autonomia 
dos parlamentares que objetivam garantir a independência da sua atuação.
Perda do mandato 
O artigo 55 enumera hipóteses de perda do mandato do deputado e do 
senador. Mas não significa que caso o congressista pratique uma das condu-
tas ali listadas ele irá perder o cargo automaticamente.
A perda depende:
de deliberação da Casa respectiva; ou �
de declaração pela Mesa da Casa respectiva. �
Depende de deliberação da Casa respectiva a perda do mandato do 
parlamentar:
que infringir qualquer das proibições estabelecidas no � artigo 54, ou 
seja, que desobedecer às incompatibilidades;
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cujo procedimento for declarado incompatível como decoro parla- �
mentar;
que sofrer condenação criminal em sentença transitada em julgado. �
Nesses casos, a perda irá depender de deliberação da Casa à que per-
tencer o parlamentar, que decidirá pelo voto secreto da maioria absoluta de 
seus membros, mediante provocação da respectiva Mesa ou de partido polí-
tico representado no Congresso Nacional, assegurada ampla defesa.
Nessas hipóteses, haverá uma decisão política da Casa Legislativa.
Como regra, em relação às demais autoridades, o trânsito em julgado da 
condenação criminal implica automaticamente a perda da função pública.
Entretanto, os Deputados Federais e Senadores estão protegidos pela 
regra contida no §2.o do artigo 55, que determina que, nas três hipóteses 
vistas acima, inclusive a de condenação criminal transitada em julgado, a 
perda não é automática, mas dependente de decisão política da Casa.
Nos casos previstos nos incisos III a V do artigo 55 da Constituição, a perdaserá declarada pela Mesa da Casa respectiva, de ofício ou mediante provoca-
ção de qualquer de seus membros, ou de partido político representado no 
Congresso Nacional, assegurada ampla defesa (CF, art. 55, §3.o).
Quebra de decoro por parlamentar licenciado 
O parlamentar que se licencia das funções para assumir um outro cargo 
permitido pelo artigo 56, inciso I, deverá manter sua conduta em conformi-
dade com o decoro parlamentar, sob pena de se sujeitar à perda do mandato 
eletivo pela quebra do decoro.
Essa foi a decisão do STF nos autos de mandado de segurança1 impetrado 
pelo ex-ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu.
Renúncia ao mandato 
Se o parlamentar renunciar ao mandato antes de iniciado o processo 
contra ele, este não poderá se iniciar, sendo a renúncia válida. Por outro lado, 
após o início do processo a renúncia do parlamentar ficará submetida a uma 
condição suspensiva.
1 STF-MS 25579/DF. Rel. 
Min. Sepúlveda Pertence, 
Ac. Rel. Min. Joaquim Bar-
bosa, TP, j. 19/10/2005.
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Se ele for absolvido no processo a renúncia opera seus efeitos e o parlamen-
tar perderá o mandato em virtude da renúncia. Se no âmbito do processo for 
decidido pela perda do mandato, a renúncia não produzirá qualquer efeito.
Manutenção do mandato 
O artigo 56 apresenta hipóteses que autorizam os parlamentares a as-
sumir outras funções públicas ou a solicitar certas licenças sem a perda do 
mandato.
Das comissões 
Comissões são órgãos colegiados pertencentes às Casas Legislativas, 
compostas por grupos de parlamentares, de acordo com o disposto no res-
pectivo Regimento Interno.
Na formação das comissões é garantida, na medida do possível, a repre-
sentação proporcional dos partidos ou dos blocos parlamentares que parti-
cipam da respectiva Casa.
As comissões podem ser compostas por deputados ou senadores, ou por de-
putados e senadores, nas chamadas Comissões Mistas do Congresso Nacional.
As comissões podem ser:
permanentes – têm caráter técnico-legislativo ou especializado; �
temporárias – criadas para apreciar determinado assunto, que se ex- �
tinguem ao concluírem sua tarefa ou ao final do respectivo prazo de 
existência ou, ainda, ao término da legislatura.
Comissões Parlamentares de Inquérito 
As Comissões Parlamentares de Inquérito (CPI) são comissões temporá-
rias que têm a função de fiscalizar os atos relacionados ao Poder Público. Elas 
estão previstas no artigo 58 da Constituição.
As CPI não julgam nem processam ninguém e nem mesmo acusam nin-
guém. Elas se limitam a investigar. Sua atuação é semelhante e paralela à 
exercida no âmbito de um inquérito policial e à investigação feita pelo Mi-
nistério Público.
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Ao fim dos trabalhos da CPI suas conclusões serão encaminhadas ao Mi-
nistério Público para que este, promova, se for o caso, a responsabilização 
penal e civil dos infratores junto ao Poder Judiciário.
O Ministério Público não está vinculado às conclusões da CPI.
Durante a investigação da CPI não há acusados, apenas indiciados, não 
havendo que se falar em direito ao contraditório.
Do processo legislativo 
De acordo com o artigo 59 da CF, o processo legislativo compreende a 
elaboração de emendas à Constituição, leis complementares, leis ordinárias, 
leis delegadas, medidas provisórias, decretos legislativos e resoluções.
Embora a Constituição tenha listado como objeto do processo legislativo 
a elaboração de decretos legislativos e resoluções, nada disse sobre o pro-
cesso de sua formação. Em função disso coube aos regimentos internos da 
Câmara do Deputados, do Senado Federal e do Congresso Nacional o esta-
belecimento do processo de formação destas espécies normativas.
Das leis 
Iniciativa legislativa 
Ter iniciativa legislativa é poder apresentar projetos de lei ao Poder Legis-
lativo. Na Constituição, essa faculdade foi atribuída a qualquer membro ou 
comissão da Câmara dos Deputados, do Senado Federal ou do Congresso Na-
cional, ao presidente da República, ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais 
Superiores, ao procurador-geral da República e aos cidadãos (CF, art. 61).
Via de regra, a iniciativa é conferida concorrentemente a mais de uma pessoa ou 
órgão, mas há hipóteses em que a iniciativa é exclusiva de uma pessoa ou órgão.
Por exemplo, o artigo 61, §1.º da CF diz que é de iniciativa privativa 
do presidente da República as leis que disponham sobre as matérias nele 
arroladas.
O artigo 93, por sua vez, prevê a iniciativa privativa do Supremo Tribunal Fe-
deral para a lei complementar que disporá sobre o estatuto da magistratura etc.
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Da organização dos Poderes: do Poder Legislativo 
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Iniciativa popular 
A iniciativa popular é uma das formas de participação direta do cidadão 
nas decisões políticas do Estado. Além da iniciativa popular, a soberania po-
pular poderá ser exercida também pelo voto direto e secreto, pelo plebiscito, 
pelo referendo (CF, art. 14) etc.
Porém, não é qualquer cidadão, individualmente, que pode apresentar 
um projeto de lei à Câmara dos Deputados, pois a Constituição exige que o 
projeto seja subscrito por, no mínimo, um por cento do eleitorado nacional, 
distribuído pelo menos por cinco Estados, com não menos de três décimos 
por cento dos eleitores de cada um deles (CF, art. 61, §2.o).
Quanto à iniciativa popular no processo legislativo estadual, a Constitui-
ção Federal somente disse que caberá à lei dispor a respeito (CF, art. 27, §4.o).
Sobre o processo legislativo municipal, a Constituição Federal estabele-
ceu a possibilidade de iniciativa popular de projetos de lei de interesse es-
pecífico do Município, da cidade ou de bairros, através de manifestação de, 
pelo menos, cinco por cento do eleitorado (CF, art. 29, XIII).
Casa iniciadora 
A Constituição não estabelece, para cada caso, em qual Casa Legislativa 
deve ser apresentado o projeto de lei.
Somente em relação aos projetos de iniciativa do presidente da Repúbli-
ca, do STF, dos Tribunais Superiores e de iniciativa popular, a Constituição 
exige que sua discussão e votação tenham início na Câmara dos Deputados 
(CF, art. 61, §2.º, e art. 64).
Iniciativa privativa do presidente X possibilidade de 
Emenda Parlamentar 
Os projetos de lei encaminhados pelo presidente da República, no 
âmbito de sua competência privativa, podem ser alterados por emendas dos 
parlamentares.
Essa possibilidade, entretanto, não é ilimitada. Há duas restrições, uma 
decorrente do texto expresso da Constituição Federal e outra em razão de 
orientação firmada pela jurisprudência do STF.
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Será possível a apresentação de emendas pelos parlamentares aos proje-
tos de lei enviados pelo presidente da República, no uso de sua competência 
privativa, desde que:
não impliquem aumento de despesa prevista no projeto apresentado �
pelo presidente da República (CF, art. 63, I);
tenham pertinência com a matéria tratada no projeto apresentado �
pelo presidente da República.
As mesmas regras e limitações valem para os projetos de lei de iniciativa 
privativa do chefe do Executivo Estadual e Municipal e, ainda, em relação aos 
projetos de lei de iniciativa privativa do Poder Judiciário.
Vício de iniciativa X sanção 
A jurisprudência do STF consolidou-se no sentido da impossibilidade de 
convalidaçãodo vício de iniciativa na apresentação do projeto de lei.
Lei sobre a organização do Ministério Público (iniciativa) 
No art. 61, §1.º, II, “d” da CF vemos ser de iniciativa privativa do presiden-
te da República as leis que disponham sobre a organização do Ministério 
Público.
Entretanto, no artigo 128, §5.º da CF faculta-se ao procurador-geral da 
República a iniciativa de lei sobre a organização do Ministério Público da 
União.
Pode-se, em princípio, ter a impressão de ocorrência de uma antinomia 
entre estes dispositivos.
Mas a jurisprudência do STF interpretando os dois dispositivos, firmou 
orientação no sentido de que a iniciativa para a lei complementar de orga-
nização do Ministério Público da União é concorrente entre o presidente da 
República e o procurador-geral da República.
Medidas provisórias 
Desde a sua instituição pela atual Constituição, a medida provisória tem 
sido objeto de controvérsia. A questão polêmica diz respeito à competência 
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para aferição dos pressupostos constitucionais de urgência e relevância, que 
justificam a edição de medida provisória.
Seria essa competência discricionária do presidente da República, ou 
os Poderes Legislativo e Judiciário poderiam fiscalizar a presença de tais 
pressupostos?
Essa questão chegou ao Supremo, que firmou o entendimento de que 
a aferição dos pressupostos de relevância e urgência tem caráter político, 
ficando sua apreciação, em princípio, por conta do chefe do Executivo e do 
Congresso Nacional.
Todavia, se uma ou outra, relevância ou urgência, evidenciar-se improce-
dente, no controle judicial, o Poder Judiciário deverá decidir pela ilegitimida-
de constitucional da medida provisória (medida cautelar em ação direta de 
inconstitucionalidade 162/DF).
Desse modo, os conceitos de relevância e de urgência a que se refere o 
artigo 62 da Constituição, como pressupostos para a edição de medidas pro-
visórias, decorrem, em princípio, dos juízos de discricionariedade, de opor-
tunidade e de valor do presidente da República, mas admitem o excepcional 
controle judiciário quando há excesso do poder de legislar (Ação Direta de 
Inconstitucionalidade 1.417/DF).
Cabe ressaltar que a EC 32/2001 tornou obrigatória a apreciação pelas 
Casas Legislativas da presença dos citados pressupostos constitucionais, ao 
dispor que
Art. 62. [...]
§5.º A deliberação de cada uma das Casas do Congresso Nacional sobre o mérito das 
medidas provisórias dependerá de juízo prévio sobre o atendimento de seus pressupostos 
constitucionais.
Limitações expressas 
Pode se dizer que, nos termos em que a medida provisória foi origina-
riamente disciplinada na Constituição, qualquer matéria de natureza legal 
poderia, em tese, ser veiculada por meio de medida provisória, desde que 
atendidos os pressupostos de relevância e urgência.
Atualmente não é mais assim, o §1.º do artigo 62 traz uma série de veda-
ções nesse aspecto.
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Instituição ou majoração de impostos 
por medida provisória 
A EC 32/2001 trouxe uma regra específica sobre a produção de efeitos de 
medida provisória que institua ou majore impostos, nos seguintes termos 
(CF, art. 62, §2.º):
Art. 62. [...]
§2.º Medida provisória que implique instituição ou majoração de impostos, exceto os 
previstos nos artigos 153, I, II, III, IV e V e 154, II, só produzirá efeitos no exercício financeiro 
seguinte se houver sido convertida em lei até o último dia daquele em que foi editada.
Sendo assim:
na instituição dos impostos sobre importação de produtos estrangei- �
ros (II), sobre exportação, para o exterior, de produtos nacionais e na-
cionalizados (IE), sobre produtos industrializados (IPI), sobre operações 
de crédito, câmbio e seguro, ou relativos a títulos e valores mobiliários 
(IOF) e sobre impostos extraordinários de guerra (IEG), a medida provi-
sória produzirá efeitos desde a sua edição;
na instituição dos demais impostos, a medida provisória só produzirá �
efeitos no exercício financeiro seguinte se houver sido convertida em 
lei até o último dia daquele em que foi editada.
Eficácia das medidas provisórias 
As medidas provisórias têm eficácia pelo prazo de 60 (sessenta) dias a 
partir de sua publicação, suspendendo-se a contagem durante os períodos 
de recesso do Congresso Nacional (CF, art. 62, §4.º).
Se não forem convertidas em lei nesse período, prorrogável uma única 
vez por igual período, perderão sua eficácia, devendo o Congresso Nacional 
disciplinar, por decreto legislativo, as relações jurídicas delas decorrentes (CF, 
art. 62, §3.º).
Prorrogação da eficácia da medida provisória 
Art. 62. [...]
§7.º Prorrogar-se-á uma única vez por igual período a vigência de medida provisória 
que, no prazo de 60 (sessenta) dias, contado de sua publicação, não tiver a sua votação 
encerrada nas duas Casas do Congresso Nacional.
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Impossibilidade de reedição 
Art. 62. [...]
§10. É vedada a reedição, na mesma sessão legislativa, de medida provisória que tenha 
sido rejeitada ou que tenha perdido sua eficácia por decurso de prazo.
Casa iniciadora 
Dispõe o §8.º do artigo 62 da CF que as medidas provisórias terão sua 
votação iniciada na Câmara dos Deputados.
Da fiscalização contábil, financeira 
e orçamentária 
Tribunal de Contas da União 
Com a Constituição de 1988, o Tribunal de Contas da União teve a sua 
jurisdição e competência bastante ampliadas.
Recebeu poderes para, no auxílio ao Congresso Nacional, exercer a fiscali-
zação contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da União 
e das entidades da administração direta e indireta, quanto à legalidade, legi-
timidade, economicidade, aplicação das subvenções e renúncia de receitas 
(CF, art. 70).
Qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou privada, que utilize, arre-
cade, guarde, gerencie ou administre dinheiro, bens e valores públicos ou 
pelos quais a União responda, ou que, em nome desta, assuma obrigações 
de natureza pecuniária tem o dever de prestar contas ao Tribunal de Contas 
da União.
O Tribunal de Contas da União é um tribunal administrativo. Ele julga as 
contas de administradores públicos e demais responsáveis por dinheiro, bens 
e valores públicos federais, bem como as contas de qualquer pessoa que der 
causa a perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte prejuízo ao 
erário (CF, art. 71).
As funções básicas do Tribunal de Contas da União estão dispostas nos 
incisos do artigos 71 da CF e podem ser agrupadas da seguinte maneira: 
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fiscalizadora, consultiva, informativa, judicante, sancionadora, corretiva, nor-
mativa e de ouvidoria. Algumas de suas atuações assumem ainda o caráter 
educativo.
De acordo com a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, o Tribunal 
de Contas da União e os Tribunais de Contas dos Estados podem, no exercí-
cio de suas atribuições, apreciar a constitucionalidade das leis e dos atos do 
poder público.
O artigos 73 da CF, entre outros aspectos, trata da composição do TCU, 
dos requisitos exigidos dos seus ministros e das garantias, prerrogativas e 
impedimentos de seus membros, in verbis:
Art. 73. O Tribunal de Contas da União, integrado por nove Ministros, tem sede no Distrito 
Federal, quadro própriode pessoal e jurisdição em todo o território nacional, exercendo, 
no que couber, as atribuições previstas no art. 96.
§1.º Os Ministros do Tribunal de Contas da União serão nomeados dentre brasileiros que 
satisfaçam os seguintes requisitos:
I - mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos de idade;
II - idoneidade moral e reputação ilibada;
III - notórios conhecimentos jurídicos, contábeis, econômicos e financeiros ou de 
Administração Pública;
IV - mais de dez anos de exercício de função ou de efetiva atividade profissional que exija 
os conhecimentos mencionados no inciso anterior.
§2.º Os Ministros do Tribunal de Contas da União serão escolhidos:
I - um terço pelo Presidente da República, com aprovação do Senado Federal, sendo 
dois alternadamente dentre auditores e membros do Ministério Público junto ao 
Tribunal, indicados em lista tríplice pelo Tribunal, segundo os critérios de antiguidade e 
merecimento;
II - dois terços pelo Congresso Nacional.
§3.° Os Ministros do Tribunal de Contas da União terão as mesmas garantias, prerrogativas, 
impedimentos, vencimentos e vantagens dos Ministros do Superior Tribunal de Justiça, 
aplicando-se-lhes, quanto à aposentadoria e pensão, as normas constantes do art. 40.
§4.º O auditor, quando em substituição a Ministro, terá as mesmas garantias e 
impedimentos do titular e, quando no exercício das demais atribuições da judicatura, as 
de juiz de Tribunal Regional Federal.
O §2.º do artigo 74 da Constituição dispõe que qualquer cidadão, parti-
do político, associação ou sindicato é parte legítima para, na forma da lei, 
denunciar irregularidades ou ilegalidades perante o Tribunal de Contas da 
União.
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Por fim é importante destacar que as normas estabelecidas para o Tribu-
nal de Contas da União aplicam-se, no que couber, à organização, composi-
ção e fiscalização dos Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito Federal, 
bem como dos Tribunais e Conselhos de Contas dos Municípios.
Atividades de aplicação
Julgue os itens a seguir como certo ou errado.
 1. (Cespe) A Câmara dos Deputados é composta de representantes do povo, 
eleitos, pelo sistema proporcional, em cada Estado, em cada Território e 
no DF, não podendo nenhuma unidade da Federação possuir menos de 
dez ou mais de sessenta deputados.
 2. (Cespe) O Senado Federal possui 81 senadores, eleitos segundo o princí-
pio majoritário para um mandato de oito anos, com renovação obrigató-
ria de quatro em quatro anos, alternadamente, por um e dois terços.
 3. (Cespe) O Poder Legislativo, no exercício de sua função fiscalizadora, pode 
constituir Comissões Parlamentares de Inquérito, as quais têm poder para 
quebrar o sigilo bancário, fiscal e de dados e determinar a indisponibilida-
de de bens da pessoa investigada.
 4. (Cespe) Os membros do Congresso Nacional não têm direito ao recebimen-
to de parcela indenizatória em decorrência de convocação extraordinária.
 5. (Cespe) Compete privativamente à Câmara dos Deputados autorizar, por 
dois terços de seus membros, a instauração de processo contra o presi-
dente e o vice-presidente da República e contra os ministros de Estado.
 6. (Cespe) A CF prevê a hipótese de iniciativa popular, que pode ser exercida 
pela apresentação, à Câmara dos Deputados, de projeto de lei subscrito 
por, no mínimo, 10% dos eleitores de qualquer Estado da Federação.
 7. (Cespe) As medidas provisórias perderão a eficácia, desde a edição, se não 
forem convertidas em lei no prazo de trinta dias a contar de sua publica-
ção, devendo o Congresso Nacional disciplinar as relações jurídicas dela 
decorrentes.
 8. (Cespe) A reedição, na mesma sessão legislativa, de medida provisória 
que tenha sido rejeitada ou que tenha perdido sua eficácia por decurso 
de prazo será permitida apenas uma vez, por igual período.
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 9. (Cespe) A CF atribui ao presidente da República iniciativa reservada no 
que concerne a leis sobre matéria tributária.
10. (Cespe) O STF reconhece a constitucionalidade de medida provisória edi-
tada por governador de Estado, desde que seja admitida na Constituição 
Estadual e observe os princípios e limitações impostos na CF.
11. (Cespe) O presidente da República tem iniciativa privativa para apresen-
tação de projeto de lei que vise à concessão de isenção tributária de taxa 
judicial.
12. (Cespe) Medida provisória não constitui instrumento adequado a ser edi-
tado em janeiro de 2008 para criar tributo que só será cobrado em 2009.
13. (Cespe) É constitucional lei de iniciativa de deputado estadual criadora de 
gratificação na secretaria de saúde do estado.
14. (Cespe) Considere que um projeto de lei de iniciativa parlamentar tenha 
por objeto autorizar o parcelamento de débitos tributários federais em 
60 meses, especificando o seu alcance e requisitos. Nessa situação hipo-
tética, a sanção presidencial elimina a inconstitucionalidade formal do 
referido projeto de lei, visto que a matéria é de competência privativa do 
presidente da República.
15. (Cespe) O TCU, ao apreciar a legalidade do ato de concessão inicial de 
aposentadoria, deve assegurar ao servidor o exercício do contraditório e 
da ampla defesa, sob pena de nulidade do procedimento.
16. (Cespe) Compete ao TCU examinar, previamente, a validade de contratos 
administrativos celebrados pelo Poder Público.
17. (Cespe) A CF conferiu ao TCU a competência para julgar as contas dos ad-
ministradores e demais responsáveis por dinheiro, bens e valores públi-
cos da Administração direta e indireta, porém não atribuiu a esse Tribunal 
competência para aplicar sanções aos responsáveis quando constatada a 
ocorrência de ilegalidade de despesa ou de irregularidade de contas, por 
se tratar de competência exclusiva do Congresso Nacional.
18. (Cespe) Apesar de ser órgão que auxilia o Poder Legislativo no controle ex-
terno, o TCU pode realizar, por iniciativa própria, inspeções e auditorias de 
natureza contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial, nas 
unidades administrativas dos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário.
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19. (Cespe) No exercício de suas competências constitucionais, o TCU deve 
observar, em todo e qualquer procedimento, o princípio constitucional 
do contraditório e da ampla defesa.
20. (Cespe) As funções exercidas pelo TCU situam-se no âmbito do controle 
externo, como um dos aspectos da fiscalização da Administração Pública, 
prerrogativa constitucional do Poder Legislativo.
21. (Cespe) A função corretiva exercida pelo controle externo manifesta-se 
por meio de atos tais como a sustação imediata de contratos considera-
dos irregulares, que deve ser comunicada ao Congresso Nacional, para 
que este determine as medidas cabíveis.
Dica de estudo
Livro Curso de Direito Constitucional, de Guilherme Peña de Moraes, editora 
Niterói.
Referências
MORAES, Alexandre de. Direito Constitucional. 24. ed. São Paulo: Atlas, 2009.
MORAES, Guilherme Peña de. Curso de Direito Constitucional. 2. ed. Niterói: 
Impetus, 2008.
MOTTA FILHO, Sylvio Clemente; BARCHET, Gustavo. Curso de Direito Constitu-
cional. 2. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009.
PAULO, Vicente; ALEXANDRINO, Marcelo. Direito Constitucional Descomplica-
do. 4. ed. São Paulo: Método, 2009.
SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo. 22. ed. São 
Paulo: Malheiros, 2003.
Gabarito
1. Errado. Conforme o disposto noartigo 45 da CF, a Câmara dos Deputa-
dos compõe-se realmente de representantes do povo, e eles são eleitos 
pelo sistema proporcional, em cada Estado, em cada Território e no Distri-
to Federal. Entretanto, de acordo com o §1.o do artigo 45, o número total 
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de deputados e a representação por Estado e pelo Distrito Federal será 
estabelecido por lei complementar, proporcionalmente à população, pro-
cedendo-se aos ajustes necessários, no ano anterior às eleições, para que 
nenhuma daquelas unidades da Federação tenha menos de 8 ou mais de 
70 deputados. Logo o mínimo é de 8 e não 10 deputados.
2. Certo. O caput do artigo 46 da Constituição, combinado com seus §§ 1.o 
e 2.o, dispõe que o Senado Federal compõe-se de representantes dos 
Estados e do Distrito Federal, eleitos segundo o princípio majoritário. 
Cada Estado e o Distrito Federal elegerão 3 senadores, com mandato de 
8 anos. A representação de cada Estado e do Distrito Federal será renova-
da de 4 em 4 anos, alternadamente, por 1 e 2 terços. Como há 26 Estados 
e 1 Distrito Federal, temos 27 entes da Federação que elegem 3 senadores 
cada, totalizando, assim, os 81 senadores.
3. Errado. A Constituição determina que as CPIs têm os mesmos poderes de 
investigação dos juízes, mas não são todos os atos que podem ser prati-
cados pelas CPIs. De acordo com a jurisprudência:
as CPIs podem: �
determinar quebra de sigilo bancário, telefônico ou fiscal; �
convocar ministro de Estado para depor; �
determinar a condução coercitiva de testemunha que se recuse a �
comparecer.
as CPIs não podem: �
determinar indisponibilidade de bens do investigado; �
decretar a prisão preventiva; �
determinar interceptação/escuta telefônica; �
determinar o afastamento de cargo ou função pública durante a �
investigação;
decretar busca e apreensão domiciliar de documentos. �
4. Certo (CF, art. 57, §7.o).
5. Certo (CF, art. 51, I).
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6. Errado. O projeto de lei de iniciativa popular (CF, art. 61, §2.o) deverá ob-
servar o seguinte: será proposto na Câmara dos Deputados e subscrito 
por, no mínimo, 1% do eleitorado nacional, de pelo menos 5 Estados, 
e com no mínimo 0,3% dos eleitores de cada um deles.
7. Errado. Conforme o disposto no artigo 62, §3.o, o prazo será de 60 dias, 
prorrogável uma vez por igual período.
8. Errado. De acordo com o disposto no artigo 63, §10: “É vedada a reedição, 
na mesma sessão legislativa, de medida provisória que tenha sido rejeita-
da ou que tenha perdido sua eficácia por decurso de prazo”.
9. Errado. As matérias de iniciativa reservada ao presidente estão dispostas 
no artigo 61, §1.o da CF, que não traz a matéria tributária entre elas.
10. Certo. De acordo com o STF, tanto os governadores quanto os prefeitos 
podem adotar medidas provisórias desde que autorizados pelas respecti-
vas constituições ou leis orgânicas.
11. Errado. As matérias de iniciativa privativa do presidente da República es-
tão previstas no artigo 61, §1.o, da Constituição. Neste parágrafo não foi 
inserida tal previsão.
12. Certo. Para edição da medida provisória deverão ser preenchidos os re-
quisitos de relevância e urgência. Não se verificando o requisito da urgên-
cia, como no caso em questão, não poderá a norma jurídica ser veiculada 
por meio de medida provisória.
13. Errado. De acordo com o disposto no artigo 61, §1.o, II, “a”, da CF e a ju-
risprudência do STF, a iniciativa de projetos de lei que disponham sobre 
vantagem pessoal concedida a servidores públicos cabe privativamente 
ao chefe do Poder Executivo.
14. Errado. De acordo com o STF a sanção presidencial não supre o vício de 
iniciativa.
15. Errado. A Súmula vinculante 3, diz que: 
[...] nos processos perante o TCU asseguram-se o contraditório e a ampla defesa quando 
da decisão puder resultar anulação ou revogação de ato administrativo que beneficie 
o interessado, excetuada a apreciação da legalidade do ato de concessão inicial de 
aposentadoria, reforma e pensão.
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16. Errado. O controle exercido pelo TCU é repressivo e não preventivo. De 
acordo com o STF, o artigo 71 da CF não insere na competência do TCU a 
aptidão para examinar, previamente, a validade de contratos administra-
tivos celebrados pelo Poder Público.
17. Errado. O artigo 71, inciso VIII, da CF diz que cabe ao TCU aplicar aos res-
ponsáveis, em caso de ilegalidade de despesa ou irregularidade de con-
tas, as sanções previstas em lei, que estabelecerá, entre outras comina-
ções, multa proporcional ao dano causado ao erário.
18. Certo. O artigo 71, inciso IV, da CF diz que compete ao TCU “realizar, por 
iniciativa própria, da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, de Co-
missão técnica ou de inquérito, inspeções e auditorias de natureza con-
tábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial, nas unidades 
administrativas dos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, e demais 
entidades referidas no inciso II”.
19. Errado. A súmula vinculante 3 diz que nos processos perante o TCU as-
seguram-se o contraditório e a ampla defesa, mas essa garantia deve ser 
observada quando da decisão puder resultar anulação ou revogação de 
ato administrativo que beneficie o interessado, excetuada a apreciação 
da legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma e 
pensão.
20. Certo (CF, arts. 70 e 71).
21. Errado. A sustação de atos é feita diretamente pelo TCU, mas a de contra-
tos é feita pelo Congresso Nacional (CF, art. 71, X e §1.o).
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