Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 TEXTOS DE CÁLCULO – 2004 - INTEGRAIS IMPRÓPRIAS Adelmo R. de Jesus / Ilka R. Freire / Maria Lucia B. Gomes Quando estudamos integral definida ∫ b a f(x)dx trabalhamos com uma função y = f(x) definida em um intervalo limitado [a,b] e supomos que esta é contínua por partes, sendo que os pontos de descontinuidade são “do tipo finito”, ou seja, os limites laterais nestes pontos existem. Em outras palavras, a função y=f(x) é limitada em [a, b ] Por exemplo, podemos calcular a integral, onde a função é dada pelas sentenças 7 x 2 se , 2 5 x 2 se , 1-x 2 x 1 se , x 1 )x(f ≤< ≤≤ <≤ = Neste caso, basta dividir a integral em 3 outras integrais, ou seja, ∫∫∫∫ ++= 7 5 5 2 2 1 7 1 dx)x(fdx)x(fdx)x(fdx)x(f Vamos agora estender o conceito de integral definida para dois outros casos: 1º Caso: O intervalo de definição da função é infinito , tipo [-∞ , b] , [a , +∞] , ou mesmo [-∞ , +∞ ] Neste caso, teremos as integrais ∫ +∞ a dx )x(f ; ∫ ∞ b - dx )x(f ; ∫ +∞ ∞- dx )x(f 2) A função f tem uma “descontinuidade infinita” em [a,b] . -1 1 2 3 4 5 6 7 -1 1 2 3 4 5 6 x y 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 1 x y 1111 −1−1−1−1 1111 2222 3333 4444 5555 1-t x =1 2 Em ambos os casos, chamamos as integral ∫ b a dx )x(f de Integral Imprópria. 1º Caso: Definição de integral imprópria em intervalos infinitos: a) Se ∫ t a f(x)dx existe para cada número t > a, então definimos ∫ ∞ a f(x)dx= ∫ ∞+→ t a t f(x)dx lim , desde que o limite exista ( seja um número real) b) Se ∫ b t f(x)dx existe para cada número t < b, então definimos ∫∫ ∞→ ∞ = b t- t b - f(x)dx limf(x)dx , desde que o limite exista (seja um número real) As integrais impróprias ∫ ∞ a f(x)dx e ∫ ∞ b - f(x)dx são chamadas convergentes se os limites correspondentes existem, e divergentes se os limites não existem. c) Se ∫ ∞ a - f(x)dx e ∫ ∞ a f(x)dx e são convergentes, então definimos ∫ ∫+=∫ ∞− ∞∞ ∞ a a- f(x)dxf(x)dxf(x)dx No item c) qualquer número real a pode ser usado. Exemplos: 1) ∫ +∞ − 0 xdxe ∫ +∞ − 0 xdxe = 1]1e[lim]e[limdxelim t t t 0 x t t 0 x t =+−=−=∫ − +∞→ − +∞→ − +∞→ Logo, a integral converge a 1. Geometricamente temos que a área da região limitada pelas curvas xey −= ; y = 0 e x = 0 tem 1 unidade de área 2) ∫ +∞ 1 xdxln +∞=+−=+−=−==∫ +∞→+∞→+∞→+∞→ 1)1t(lntlim]1ttlnt[lim]xxlnx[lim (*) xdxlnlim tt t 1 t t 1t Neste caso temos que a integral diverge 3 6 9 12 15 1 x 3 (*) Lembremos que ∫ +−= Cxxlnxxdxln é resolvida usando-se partes ( u= lnx; dv = dx.....) 2º Caso: Definição de integral imprópria em funções ilimitadas a) Se f é contínua em [a , b ) e ∞= → )x(flim b x então ∫=∫ −→ t abt b a f(x)dxlimf(x)dx desde que o limite exista. A figura ao lado → mostra uma função f: [0, 4) R ilimitada Neste caso temos ∫∫ → = t 0 4 t 4 0 f(x)dx m i l dx)x(f - , desde que o limite exista. b) Analogamente ao caso a), se f é contínua em (a, b] e ∞= → )x(flim a x , então ∫∫ +→ = b ta t b a f(x)dx m i lf(x)dx A integral imprópria ∫ b a f(x)dx é chamada convergente se o limite ∫ → t ab t f(x)dxlim - correspondente existir, e divergente se este limite não existir. c) Se f tiver uma descontinuidade em a < c < b , e ambas ∫ c a f(x)dx e ∫ b c f(x)dx ,forem convergentes, então definimos f(x)dxf(x)dx f(x)dx c a b c b a ∫ ∫+=∫ Exemplos: 1) Determine a área determinada pela curva x1 1y − = , 0 ≤ x ≤1 , e o eixo Ox. Solução: Precisamos calcular a integral ∫ − 1 0 x1 dx Observemos que a função não está definida em x = 1 -1 1 2 3 4 5 6 -1 1 2 3 4 5 6 7 reta x = 4 1 2 3 2 4 6 8 10 12 14 x y reta x =2 t 1111 −1−1−1−1 1111 2222 3333 4444 5555 1-t x =1 4 Vamos portanto integrar no intervalo [0, 1 − t] e depois fazer t tender a zero, pela direita. ∫ − 1 0 x1 dx = 2]2t2[ lim]x12[ lim x1 dx lim 0t t1 0 0t t1 00t =+−=−−=∫ − +→ − +→ − +→ . Logo, a integral é convergente e a área é igual a 2. 2) Verifique se a integral ∫ 1 0 x dx é convergente. A função não está definida para x = 0. Vamos integrar no intervalo [t,1] e depois fazer tender a zero pela direita ∫ 1 0 x dx = +∞=−==∫ +→+→+→ ]tln0[lim]x[lnlim x dx lim 0t 1 t 0t 1 t0t . A integral é divergente 3) Verifique se a integral ∫ − 1 1 3 x dx é convergente Solução: Observemos que a função não está definida para x = 0 que é um ponto do interior do intervalo de integração [ −1, 1]. Devemos, neste caso, separar em duas integrais. Uma no intervalo [ −1, 0) e outra em (0, 1]. ∫ − 1 1 3 x dx = ∫+∫ − 1 0 3 0 1 3 x dx x dx Analisando, separadamente: 2 3] 2 3 t 2 3[lim]x2 3[limdxxlim x dx 3/2 0t t 1 3/2 0t t 1 3/1 0t 0 1 3 −=−==∫=∫ +→ − +→− − +→− ( 1 ) y 1t −2−2−2−2 −1−1−1−1 1111 2222 −3−3−3−3 −2−2−2−2 −1−1−1−1 1111 2222 3333 1111t 5 2 3]t 2 3 2 3[lim]x2 3[limdxxlim x dx 3/2 0t 1 t 3/2 0t 1 t 3/1 0t 1 0 3 =−==∫=∫ +→+→ − +→ ( 2 ) De ( 1 ) e ( 2 ) concluímos que a integral ∫ − 1 1 3 x dx é convergente. Exercícios propostos: 1) Explique porque cada uma das integrais a seguir é imprópria a) ∫ ∞ − 1 x4 dxex 2 b) ∫ π/2 0 dxsecx c) dx 65xx x2 0 2 ∫ +− d) ∫ + ∞ ∞− 5x 1 2 dx 2)Determine se cada integral é convergente ou divergente. Calcule as que são convergentes a) ( )∫ + ∞ 1 213x dx b) ∫ ∞ 1 dx x lnx c) dx x lnx 1 2 ∫ ∞ d) ∫ + ∞ ∞- 2x1 xdx e) ∫ ++ ∞ 0 3)2)(x(x dx f) ∫ +∞ ∞- 3dx x g) ∫ − 9 1 3 9 dx x h) ∫ − ∞ 1 - 2t- dte i) ∫ ∞ ∞- 3dx x j) ∫ − 5 2 dx 2x 1 3) Esboce a região e encontre a área (se a área for finita) a) S = { }xey0 1, xy);(x, ≤≤≤ b) S = { }-x/2ey0 -2, xy);(x, ≤≤≥ c) S = { }2(lnx)/xy0 1,xy);(x, ≤≤≥ 4) Determine os valores de p para os quais a integral dx x 1 1 p∫ ∞ converge, para os quais diverge e avalie a integral quando ela convergir . 5) a) Mostre que ∫ +∞ ∞− xdx é divergente b) Mostre que ∫ = − ∞→ t tt 0xdx Lim , Isso mostra que não podemos definir ∫=∫ − ∞→ +∞ ∞− t tt f(x)dx Limf(x)dx Respostas: 1a) intervalo infinito 1b) descontinuidade infinita 1c) descontinuidade infinita 1d) intervalo infinito 2a) 1/12; 2b) diverge; 2c) 1; 2d) diverge; 2e) 3 2ln−; 2f) diverge; 2g) 6− ; 2h) diverge; 2i) diverge; 2j) 2 3 ; 3a) e; 3b) 2e; 3c) 1 4) converge se p 1> e 1p 1dx x 1 1 p − =∫ ∞ , diverge se p 1≤
Compartilhar