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Aulas Microeconomia

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Microeconomia
O desempenho de uma economia de mercado é o resultado das decisões dos agentes econômicos, que por sua vez, foram tomadas para satisfazer o objetivo otimizador de cada um.
Este processo pode ser desmembrado em duas fases: a da tomada de decisão e a dos efeitos das decisões tomadas.
A economia estuda esses processos, respectivamente, na microeconomia e na macroeconomia.
Nesse sentido, a disciplina microeconomia cumpre a etapa pertinente à tomada de decisão dos agentes econômicos. Faz isso através do estudo do comportamento dos produtores e consumidores e das formas como os mercados se organizam. Essa disciplina constrói a lógica do processo de alocação de recursos que por sua vez definirá as potencialidades e tendências da economia.
Tem, portanto, o papel de desenvolver no aluno a competência para compreender e identificar os instrumentos analíticos que explicam o comportamento da economia. E  com isso, prepará-lo para a disciplina de macroeconomia, que é aquela em que se estudará os efeitos das decisões dos agentes transcritos através das variáveis macroeconômicas.
Objetivos da Disciplina 
Objetivos Gerais
 - Conhecer o conceito de economia de mercado e os seus mecanismos de funcionamento.
 - Compreender o processo de tomada de decisão dos agentes econômicos (consumidores e produtores).
Objetivos Específicos
 - Compreender a lógica do processo de alocação de recursos através da análise dos comportamentos dos agentes econômicos (consumidor e produtor).
 - Compreender a definição de mercado e o processo que explica a forma como os mercados se organizam (estrutura de mercado).
 - Conhecer os métodos de tomada de decisão dos agentes econômicos em cenários de informações assimétricas (teoria dos jogos).
Aula 1: A escassez e a curva de possibilidades de produção
Ao final desta aula, você será capaz de:
1- Entender o conceito de escassez na microeconomia.
2- Relacionar o conceito de escassez com a análise de formação de preços.
3- Relacionar escassez com a curva de possibilidade de produção (CPP).
4- Decifrar a analogia que a curva de possibilidade de produção (CPP) tem para demonstrar o processo de alocação de recursos.
5- Explicar o que é custo de oportunidades no contexto da CPP.
Ao analisarmos os vários mercados específicos de milhares de produtos, as alternativas de escolha são inúmeras. Neste sentido, dada a escassez existente de bens, de serviços e de fatores de produção, a curva de possibilidades de produção (CPP) mostra o máximo de combinações de produtos que uma dada organização social pode produzir utilizando todos os recursos existentes.
O problema da escassez
O termo “escassez” em economia, assim como em microeconomia, diz respeito ao que está limitado ou ao que é econômico, em oposição ao limitado ou livre. O problema de toda e qualquer organização econômica está na essência, que pode ser representada por:
Uma sociedade | Uma nação | Uma empresa
Esse conceito (relativo) está relacionado à disparidade que existe entre os desejos existentes dos agentes econômicos e os meios disponíveis para satisfazer a tais desejos.
A escassez é o princípio fundamental da ciência econômica. Provavelmente, os problemas econômicos não existiriam, se os recursos para se produzir bens e serviços não fossem escassos frente às necessidades ilimitadas das pessoas.
Devido a essa condição, as unidades econômicas são forçadas a fazer escolhas entre as diversas alternativas existentes para tentar resolver as seguintes questões:
Quais bens e serviços devem ser produzidos?
Como produzi-los?
Como distribuí-los?
Assim, para ajudar as unidades econômicas a fazer escolhas e para melhor ilustrar o problema da escassez de recursos, os economistas desenvolveram o modelo da curva ou fronteira de possibilidades de produção, conforme veremos a seguir nesta aula.
Definição e análise gráfica
A curva de possibilidades de produção pode ser definida como o conjunto representativo de pontos das quantidades máximas de dois produtos (x e y) que as unidades econômicas podem gerar num determinado período de tempo, admitindo uma disponibilidade constante de fatores de produção, dado certo grau de conhecimento tecnológico. 
A CPP é a fronteira máxima que a organização econômica pode produzir de x e y, dados os recursos produtivos limitados.  Melhor dizendo, mostra as alternativas de produção da sociedade, supondo os recursos plenamente empregados.
Os pontos da CPP representam as possíveis combinações dos fatores de produção na obtenção das quantidades dos bens x e y. A partir daí, observamos que se uma unidade de produção ou empresa tivesse todos os seus recursos aplicados na produção do produto x (ou seja, xmax), não teria produzido nenhuma quantidade de y (y = 0), porém, x estaria em abundância. Por outro lado, se a empresa empregasse todos os recursos na produção de y (isto é, ymax), ela não estaria produzindo nenhuma quantidade do bem x (x = 0).
-Pelo gráfico, observamos que quando dispomos de um ponto (A) abaixo da CPP, significa que ou não estão se empregando todos os recursos produtivos, ou tais recursos não estão sendo usados com eficiência, existindo, neste caso, capacidade ociosa de produção. Conforme veremos no próximo item, neste ponto o custo de oportunidade é zero, pois não é necessário sacrifício de recursos produtivos para aumentar a produção de qualquer um dos dois bens, reduzindo a quantidade produzida do outro.
-Em B e C tem-se a combinação das quantidades dos dois produtos no pleno emprego, ou no nível eficiente de produção. Entretanto, não há como produzir mais de x ou de y, sem reduzir a produção do outro, tendo em vista a disponibilidade limitada dos fatores de produção e o nível de desenvolvimento tecnológico. Nesse contexto, a linha que combina esses pontos é definida como sendo a curva de possibilidades de produção (CPP), porque mostra as combinações máximas que a unidade de produção está apta a produzir.
-Já no ponto D, o nível de produção de x e y é impossível, pois está fora da capacidade de produção da empresa no período imediato com os recursos de que dispõe. Para que a empresa possa alcançar este nível, há necessidade de aumento da utilização dos fatores, bem como da inovação tecnológica.
Custo de oportunidade
O modelo da curva de possibilidade de produção demonstra claramente a principal lição de que a elevação na produção de x somente pode ocorrer com a redução na produção de y e vice-versa, em virtude da limitação dos recursos produtivos e da tecnologia utilizada pela organização social.
A quantidade reduzida na produção de um produto para incorrer no aumento da produção de outro bem ou serviço é chamada de custo de oportunidade. Esse conceito explica o principio de que tudo tem um custo, ou seja, “não existe almoço grátis”. Por essa lógica, podemos dizer que a opção de estudar significa renunciar, durante o tempo de estudo, a outras coisas que poderíamos fazer, como ir a festas. 
O custo de oportunidade é o grau de sacrifício que se faz ao optar pela produção de um bem, em termos da produção alternativa sacrificada. O custo de alguma coisa é o que você desiste para obtê-la (ou seja, é um trade off )
Observando o perfil da curva de possibilidade de produção, podemos dizer que o custo de oportunidade é crescente. Isto porque, ao deixar de produzir um bem para produzir outro, reduz-se a capacidade da unidade de produção. E a ideia é bastante simples: quando a empresa está empenhada em produzir y, ela acaba dominando técnicas de produção deste bem. Ao iniciar a produção de x, a empresa passa a atuar numa classe de produto que não detém conhecimento sobre as melhores formas de produção, as quais serão apreendidas com o passar do tempo.
O comportamento crescente do custo de oportunidade é justamente o elemento que determina que a curva de possibilidade de produção seja côncava em relação à origem.
Deslocamentos da CPP
Vamos imaginar que a empresa KZW, produtora dos bens x e y, inicialmente possuía 50 trabalhadores e 3 máquinas em um determinado períodode tempo t1 e no tempo t2 resolve contratar mais 5 trabalhadores e comprar mais 2 máquinas. A ampliação da dotação desses recursos por essa empresa irá ampliar suas possibilidades de produção.
Por outro lado, no tempo t3, a empresa KZW passou a utilizar também técnicas de produção mais avançadas derivadas, por exemplo, da implantação de um sistema de controle de qualidade computadorizado. Logo, esta incorporação feita pela empresa irá permitir que ela produza uma quantidade maior dos dois bens com a mesma dotação de fatores produtivos de t2.
No desenrolar desses momentos de tempo discriminados, observamos que pela expansão dos fatores de produção disponíveis e pela geração de inovações tecnológicas, a empresa KZW obteve, portanto, um crescimento econômico ou uma maior quantidade de produtos x e y. Tais acontecimentos produzem deslocamentos positivos (para a direita) da CPP.
Mas havendo, por exemplo, redução, sucateamento ou progressiva desqualificação dos fatores de produção disponíveis, haverá deslocamentos negativos (isto é, para a esquerda) da curva de possibilidades de produção.
Aula 02: Demanda, oferta e mercado: princípios da microeconomia
Nesta aula, você irá:
1- Conhecer informações a respeito do que é e como se comporta um determinado mercado.
2- Reconhecer a microeconomia como um dos ramos da ciência econômica que tem como pressuposto básico a análise da formação de preços.
3- Explicar e apresentar o que é demanda, oferta e equilíbrio de mercado, apresentando análises gráficas.
4- Discutir que variáveis podem influenciar no comportamento da demanda e da oferta de mercado.
Na presente aula, discute-se a importância da microeconomia como uma divisão da ciência econômica, que tem como análise principal o estudo dos fenômenos econômicos a respeito da demanda, da oferta e do mercado. Tais fenômenos são tratados como elementos principais da formação de preços em um determinado mercado.
A microeconomia é o ramo da ciência econômica que se preocupa com a análise do comportamento das unidades econômicas, como os consumidores, as famílias e as empresas, por exemplo, na formação dos preços em mercados específicos. Na verdade, o aspecto microeconômico observa, seja no âmbito econômico, mas também da administração, a atuação das diversas unidades econômicas como se fossem unidades individuais nestes mercados.
Teoria de mercado
Um mercado específico caracteriza-se como sendo um lugar qualquer onde grupos de pessoas (físicas e jurídicas) se encontram para tentar comprar e vender alguma “coisa” (algum bem e/ou serviço). 
Com os modernos meios de comunicação, com a internet e com a diversificação do comércio, tais pessoas não precisam estar necessariamente em contato direto. Porém, desde que sejam “conhecedoras” dos preços e das possibilidades de entrega, procede-se o intercâmbio e, a partir daí, caracteriza-se o mercado de trocas.
A teoria de mercado (na microeconomia) nos demonstra, então, que um mercado é compreendido como um local (ou uma unidade econômica), ou mesmo uma convergência, onde são encontrados compradores e vendedores no qual se realizam as forças de oferta e demanda (ou procura) por bens e/ou serviços e onde são formados os preços, conforme veremos adequadamente na aula seguinte.
A lei da demanda
As trocas são realizadas nos mercados (interno e externo). Nestes atuam (conjuntamente) as forças da demanda e da oferta por mercadorias (ou produtos – bens e/ou serviços). Como os recursos são escassos, os compradores e os vendedores tendem a entrar em um acordo sobre os preços dos produtos, de tal forma que sejam feitas as transações das quantidades dessas mercadorias por uma determinada quantidade de dinheiro (ou moeda).
Nesse contexto, os preços dos produtos (ou das mercadorias) podem ser definidos, na verdade, como a quantidade de reais (R$) necessários para poder obter em troca uma determinada quantidade de mercadorias. Fixando preços para todos os produtos (bens e serviços e mesmo para os fatores de produção), o mercado permite a coordenação dos compradores e dos vendedores, assegurando a viabilidade de um sistema capitalista por meio do chamado livre jogo da oferta e demanda, que é uma peça-chave no funcionamento de toda a economia (de mercado) e onde tende-se a se obter o que definimos como sendo o equilíbrio de mercado.
Pela visão microeconômica, o funcionamento de um mercado e a formação de preços ocorre devido às relações entre demanda e oferta. A demanda (ou procura) de uma determinada pessoa ou grupo de pessoas por um determinado produto X indica o quanto esta pessoa ou grupo de pessoas desejam consumir, a dado preço desse produto, num determinado período de tempo.
Lei da oferta
No que diz respeito à oferta (de uma mercadoria em um determinado mercado), esta é a quantidade de um produto X (Qx) que um produtor ou conjunto de produtores está disposto a vender, a determinado preço, em um período de tempo. Pelo gráfico abaixo, podemos observar o comportamento da quantidade ofertada de um produto X (Qx). Com o nível de preço elevado (Px), os produtores tendem a ofertar uma quantidade maior do produto. Se o preço estiver em Px = R$10,00, a quantidade a ser colocada no mercado será de Qx = 15.000 Kg. Mas, se o nível de preço cair para Px = R$4,00, muitos produtores deixarão de ofertar a mercadoria, e a este preço teremos uma oferta de Qx = 8.000 Kg, ocasionando uma queda na quantidade ofertada.
Podemos perceber pela figura acima que há uma relação direta entre a quantidade ofertada do produto X e o seu respectivo preço. Mas, por que isso tende a acontecer? A resposta a esta questão, coeteris paribus, reflete em um procedimento no qual um aumento de Px no mercado irá instigar o aumento das produções das empresas. Devido a isso, novas empresas poderão ser atraídas para a produção deste produto, aumentando, portanto, a quantidade ofertada do produto X.
É claro que além do preço do produto X, outros fatores irão influenciar no nível da oferta deste produto no mercado. E entre eles, destacam-se: os custos com os fatores de produção, as alterações no nível de tecnologia, o aumento da quantidade de empresas no mercado etc. Qualquer modificação do Px gera o que chamamos de mudanças na quantidade ofertada, isto é, mudanças do nível da oferta ao longo da própria curva; e toda e qualquer variação nos custos dos fatores e no nível tecnológico, por exemplo, coeteris paribus, acaba acarretando um deslocamento da curva de oferta (ou modificações na oferta de mercado).
Equilíbrio de mercado
Dadas as curvas de demanda e de oferta já estudadas anteriormente, se fizermos o cruzamento destas curvas irá se determinar o que se chama de equilíbrio de mercado, formando o preço e a quantidade de equilíbrio, como está demonstrado no diagrama a seguir.
No equilíbrio de mercado, demanda = oferta. Entretanto, o enunciado informa que a função Qx = 12 – 2Px é a de demanda de cada consumidor e a função Qx = 20Px é da cada um dos produtores/vendedores.
Como são 10.000 consumidores, temos que multiplicar este valor pela equação de demanda de cada consumidor. Como são 1.000 produtores, devemos multiplicar este valor pela equação de oferta de cada produtor/vendedor.
Exercício: Vamos supor um determinado mercado onde há 10.000 consumidores idênticos que desejam comprar um determinado produto X, sendo que a demanda de cada consumidor está representada pela função Qx = 12 – 2Px. Neste mesmo mercado, há também 1.000 produtores/vendedores idênticos que desejam vender esse produto X, sendo que cada produtor/vendedor possui uma função oferta dada por Qx = 20Px.Sabendo-se que Qx e Px são a quantidade e o preço do produto X, respectivamente, neste sentido, calcule o ponto de equilíbrio desse mercado.
Assim, temos:
10.000 (12 – 2Px) = 1.000 (20Px), multiplicando, obtemos:
120.000 – 20.000Px = 20.000Px, desenvolvendo esta condição:
-20.000Px – 20.000Px = - 120.000, multiplicando por (- 1)
20.000Px + 20.000Px = 120.000 
40.000Px = 120.000, assim, o preço de equilíbrio:
Px = (120.000/40.000) =3,00. Substituindo em ambas as funções de demanda e de oferta, temos:
Qx10.000 = 120.000 – 20.000 (3,00) = 60.000 (unidades)
Qx1.000 = 20.000 (3,00) = 60.000 (unidades)
Portanto, preço de equilíbrio: Px = $ 3,00 e quantidade de equilíbrio: Qx = 60.000
Aula 03: Escassez ou Excedente de Mercado: estabelecimento de preços máximos e mínimos
Nesta aula, você irá:
1- Discutir sobre as interferências na Lei da Oferta e da Demanda;
2- Analisar as ações do governo com o objetivo de proteger os consumidores;
3- Analisar as atuações do governo com a finalidade de proteger os produtores.
4- Conhecer os principais aspectos dos impostos sobre as transações de mercado.
Nesta aula, nos preocupamos com os principais aspectos da atuação do setor público ao nível microeconômico. Tal atuação diz respeito à fixação de preços máximos e mínimos que geram interferências na formação de preços de mercado. Ao mesmo tempo, apresenta os aspectos dos impostos que incidem sobre os preços dos bens (ou das mercadorias).
Introdução aos aspectos da atuação do setor público na esfera microeconômica
Em primeiro lugar, cabe ressaltar que nesta aula iremos nos preocupar com os principais aspectos da atuação do setor público ao nível microeconômico, ou seja, com o controle de preços. Mas antes de entramos nessa discussão, é importante entendermos como a incidência de um imposto modifica o equilíbrio de mercado. 
De uma maneira geral, o imposto pode ser de dois tipos:
De quota fixa, ou imposto específico.
De um percentual sobre as vendas, definido como imposto ad valorem.
Esses dois tipos de impostos são chamados de impostos indiretos. Eles incidem sobre (os atos) de despesas feitas no mercado, afetando tanto os consumidores, quanto os produtores, e com isso, consequentemente, alteram o nível de preços
No primeiro caso, tem-se um valor (em R$) fixo por unidade vendida, independente do preço do bem. Por exemplo, se no caso de um bem X, a quota é de R$ 10,00/kg, esse será o valor fixo cobrado, não importando se o preço original do bem seja de R$ 100,00/kg ou R$ 150,00/kg. 
Com o estabelecimento de um imposto com essa característica, são apresentadas duas curvas de oferta, uma antes da existência do imposto (S0) e outra após a incidência do imposto (S1).
Como podemos perceber, a incidência de um imposto acaba funcionando como um custo adicional para os produtores (ou vendedores), o que tende deslocar a curva de oferta para a esquerda e para cima, igual, verticalmente, ao montante do imposto (I), conforme a figura a seguir. 	
A curva de oferta representa as quantidades do bem X que serão ofertadas pelos produtores (ou vendedores) em relação aos preços praticados no mercado. Nesse sentido, para qualquer nível de preços P de mercado, os produtores diminuem o valor do imposto (I), ficando, então, com a diferença, ou seja, receberá o valor P2 sendo dado por P2 = P1 – I. 
Com o estabelecimento do imposto de quota fixa, a curva de oferta de mercado faz o deslocamento de S0 para S1 e forma-se, por conseguinte, um novo ponto de equilíbrio dado através da interseção entre S1 e a curva de demanda de mercado (D). 
O ponto de equilíbrio anteriormente apresentado revelava que P0 e Q0 eram, respectivamente, o preço e a quantidade de equilíbrio. Mas, com a nova interseção entre S1 e D, o equilíbrio se dá em P1 e Q1. Do preço P1, os produtores receberão apenas P2 (= P1 – I). Como P2 < P0, a oferta do mercado cai para Q1.
Com a instituição de um imposto específico, haverá, portanto:
Aumento do preço pago pelos consumidores em ΔP1 = P1 - P0
Diminuição do valor recebido pelos produtores em ΔP2 = P0 – P2
Redução da quantidade transacionada no mercado de Q0 para Q1.
No caso de um imposto ad valorem, como é o caso do ICMS, o valor do imposto varia com o preço do produto, pois ele incide sobre o valor das vendas. O percentual do imposto também aumenta o preço de mercado e reduz a quantidade de equilíbrio. Os produtores receberão i% menos, não importando o preço de vendas. Ao mesmo tempo, os consumidores pagarão mais pelo produto e receberão menor quantidade do produto X no mercado, conforme o gráfico a seguir.
O controle de preços
Geralmente, o controle de preços é aplicado quando os formuladores de políticas acreditam que o preço de mercado de um bem ou serviço é injusto para o comprador, ou mesmo para o produtor (ou vendedor). Nesse contexto, tal controle é feito por uma fixação de preços realizada pelo governo de duas formas. A primeira delas se dá através da fixação de um teto (ou preço) máximo legal para o preço de venda de um bem. A segunda, pela formação de um piso (ou preço) mínimo legal para o preço de venda desse mesmo bem.
Política de preço (ou de teto) máximo
Esta política de preços tem como objetivo proteger o consumidor através do tabelamento de preços abaixo do preço de equilíbrio. O chamado preço-teto é o preço máximo legal, ou tabelado, que pode ser cobrado por um determinado bem. 
Conforme a figura, o preço-teto tende a criar escassez de oferta (ou um excesso de demanda). Nesse sentido, destaca-se que ao se ter um preço máximo obrigatório (P1), os consumidores estariam disponíveis para consumir maior quantidade (qd), mas os vendedores não irão colocar à venda tanta quantidade assim (qs). 
As consequências desse tipo de política são as de que deixa-se de ter mercadoria disponível. Pode, ainda, haver uma certa degradação da qualidade do produto e surgir um mercado paralelo em que as as relações econômicas acontecem a um preço maior que o valor máximo imposto pelo governo, o chamado mercado negro.
Nas situações de imposição de uma política de preço (ou teto) máximo, o mercado vai ficar fora do “normal”. Se não houvesse o tabelamento, surgiriam pressões para os preços aumentarem até o equilíbrio (p0), fazendo desaparecer o excesso de demanda. Mas com essa imposição, os preços não podem subir, gerando desequilíbrios entre os níveis das quantidades de oferta e de demanda.
Política de preço (ou de um piso) mínimo
A política de preço mínimo objetiva proteger o produtor (ou vendedor), aumentando a sua lucratividade pela imposição de um preço acima do preço de equilíbrio. Ao adotar tal política, o governo estabelece que o preço cobrado por determinado produto não ficará abaixo de um determinado valor.
O estabelecimento de preços mínimos tem sido frequente nos mercados agrícolas, visando assegurar a renda dos agricultores. Antes do período do plantio, o governo divulga um preço mínimo. Com isso, garante a compra da safra após a colheita. Nesse contexto, vamos supor que o preço mínimo (Pm) seja maior do que o preço de mercado. Veja o gráfico a seguir.
Aula 04: Demanda e comportamento do consumidor
Nesta aula 4 de Microeconomia, iremos ampliar a análise a respeito da demanda e examinaremos os princípios básicos das condutas que o consumidor faz para comprar uma determinada cesta de mercadorias.
I) Demandas individuais dos consumidores e demanda de mercado: uma análise explicativa
O resultado das decisões que os consumidores tendem a tomar sobre a alocação do seu dinheiro e tempo que são escassos é o que verdadeiramente está por trás das curvas de demanda. Nesta aula, iremos ampliar a análise a respeito da demanda e examinaremos os princípios básicos das condutas que o consumidor faz para comprar (uma cesta de) bens (mercadorias ou produtos). Destaca-se que a teoria da demanda é derivada de hipóteses sobre a escolha do consumidor entre os diversos bens que o seu orçamento permite adquirir. É claro que um determinado consumidor tende a escolher aqueles produtos que mais valorizam, que os deem maior nível de satisfação, isto é, que lhes tragam maior nível de utilidade . Em outras palavras, estamos supondo nesta aula que todo e qualquer consumidor maximize sua utilidade, escolha da melhor maneira possível, as suas cestas de mercadorias.
Mas, antes de continuarmos a falar a respeito do comportamento do consumidor, é importante explicar a diferença entre demanda individual e demanda de mercado. A demanda de mercadoé a soma de todas as demandas individuais existentes por uma determinada mercadoria (ou produto). Na verdade, a demanda de mercado é explicada como sendo a quantidade demandada a cada preço por cada um dos compradores. Por isso, graficamente, podemos mostrar que a curva de demanda de um mercado é determinada somando-se horizontalmente (no eixo das abscissas) as curvas individuais de demanda, de acordo com a figura:
II) A curva de demanda individual e o excedente do consumidor
Observe bem a figura a seguir que comtempla uma curva de demanda individual (D) formada pela relação entre os preços (P) e as quantidades a serem consumidas (Q) por um consumidor chamado Márcio. Há uma determinada área verde hachurada neste gráfico, que chamamos de excedente do consumidor.
O excedente do consumidor mede, objetivamente, o benefício (ou ganho) que o Márcio tende a receber ao comprar uma mercadoria, de acordo com o seu ponto de vista, ou seja, com o seu bem-estar econômico. Toda essa área hachurada demonstra que Márcio está propenso (está disposto) a comprar o produto acima do preço de mercado (P*), desde que receba certa magnitude de benefício líquido por meio da diferença entre o que ele tem que pagar pelo produto (o preço de mercado – P*) e o que ele estaria disposto a pagar por aquele produto, refletido na curva de demanda individual.
Assim temos:
Excedente do Consumidor = Disposição Para Pagar – Valor Efetivamente de Mercado
III) Comportamento do consumidor
A discussão que empregaremos aqui é de como um consumidor racional distribui os seus recursos entre os diferentes bens de forma que consiga maximizar o seu nível de utilidade (ou satisfação). Sob o ponto de vista histórico, o conceito de utilidade empregado era o de utilidade cardinal, ou seja, o de utilidade como uma magnitude que se podia medir. Neste caso, o argumento era o de que aumenta a satisfação (ou utilidade total) do consumidor conforme aumenta a quantidade a ser consumida de um determinado produto.
Atualmente, os economistas levam mais em consideração, na moderna teoria a respeito do comportamento do consumidor, o princípio da utilidade ordinal. Sob este enfoque, examina-se a ordem de preferências pelas diferentes cestas de mercadorias que o consumidor vai consumir. Neste princípio, examina-se se, por exemplo, se a cesta de bens A é preferida à cesta de bens B, se a B é preferida à cesta C, e assim sucessivamente. A partir desta ordem é possível estabelecer formalmente as prioridades gerais na formação de uma curva de indiferença.
A) Curva de Indiferença
Neste tópico, iremos descrever como o consumidor deve classificar as diferentes opções de consumo segundo as suas preferências, representadas por meio de diferentes cestas de mercadorias. Neste sentido, definimos como curva de indiferença o lugar geométrico de todos os pontos, representados por cestas de mercadorias, que geram o mesmo nível de utilidade ao consumidor. Melhor explicando, a curva de indiferença representa graficamente um conjunto de cestas de consumo que são igualmente desejáveis pelo consumidor, por isso que esta curva é chamada de curva de indiferença. Pois, para este consumidor tanto faz, ou seja, ele é indiferente ao escolher a cesta A, ou B, ou C, por exemplo, todas elas proporcionam o mesmo nível de satisfação, de acordo com o gráfico a seguir.
No espaço-mercadoria do diagrama (X e Y) tem-se duas curvas de indiferença U1 e U2 negativamente inclinadas, convexas em relação à origem dos dois eixos e que não se interceptam. As curvas são negativamente inclinadas porque demonstram que o nível de satisfação do consumidor permanece o mesmo. Por exemplo, tendo-se duas cestas A e B com diferentes quantidades de X e Y sobre a curva U1 se o consumidor substituir a cesta B pela cesta A, estará aumentando o consumo de X e diminuindo uma certa unidade de consumo de Y mantendo o mesmo nível de satisfação (ou de utilidade). A inclinação da curva de indiferença recebe o nome de taxa marginal de substituição (TMgS) e refere-se à taxa de troca da quantidade de um bem pela quantidade de outro, mantendo o mesmo nível de bem-estar ou de satisfação, calculada por meio da expressão TMgS = │(∆Y/∆X)│ .
A convexidade em relação à origem diz respeito à utilidade ser decrescente proporcionada por um bem. Melhor explicando, a inclinação de uma curva de indiferença aumenta à medida que nos movimentamos para baixo ao longo da curva. A taxa marginal de substituição vai diminuindo à medida que aumenta a quantidade de X a ser consumida e reduzimos a quantidade de Y, como podemos perceber pela tabela a seguir.
Cabe destacar que aqui são apresentadas apenas duas curvas de indiferença. Entretanto, entre elas existe um grande número de outras curvas de indiferença, onde cada uma representa determinado nível de utilidade, sendo que a este conjunto dessas curvas chamamos de mapa de indiferença. Quanto mais distante está uma curva de indiferença (ou seja, mais para a direita) da origem dos eixos X e Y, maior a satisfação expressa do consumidor, que contém cestas mais desejadas. E quanto mais perto dessa origem (isto é, mais para a esquerda) apresenta-se uma curva de indiferença com cestas menos desejadas.
B) Restrição Orçamentária
Com um orçamento (ou rendimento) limitado, o consumidor procura normalmente distribuí-lo entre as diversas mercadorias que deseja comprar. Desta forma, ele deseja alcançar a melhor combinação que tende a lhe gerar o maior nível de satisfação racional possível.
Assumindo que um dado consumidor gasta toda a sua renda para comprar diferentes quantidades de dois produtos denominados de bem a e bem b em um dado mercado, a restrição orçamentária pode ser apresentada pela equação:
R = Pa.Qa + Pb.Qb
Onde: 
R = Renda monetária do consumidor. 
Pa = Preço de uma unidade de a. 
Qa = Quantidade de a. 
Pb = Preço de uma unidade de b.
Qb = Quantidade de b.
Tendo-se a hipótese de que o consumidor não compra a prazo, assim, ele aloca a sua renda na compra das quantidades de a e b, tem que:
> Qb = (R/Pb) – [(Pa.Qa)/Pb] e Qa = (R/Pa) – [(Pb.Qb)/Pa]
> Se Qb = 0 → Qa = (R/Pa) 
> Se Qa = 0 → Qb = (R/Pb)
A tabela demonstra as diversas possibilidades de consumo pelas quantidades dos bens a e b. Nela estamos supondo que o consumidor possui uma renda semanal de $ 240,00 para gastar, sendo Pa = $ 2,00 e Pb = $ 1,00. Existem várias combinações (ou cestas) possíveis discriminadas sob as quais o consumidor poderá escolher, como estão expostas a seguir.
A partir destas informações, traçamos uma linha de restrição orçamentária do consumidor descrevendo as combinações possíveis das quantidades dos bens a e b que podem ser adquiridas com um dado nível constante de renda semanal para determinados níveis de preços.
Tendo-se no eixo vertical “a” = Qa e no eixo horizontal “b” = Qb, essa linha indica quais são as diversas combinações dos bens (a e b) que o consumidor poderá adquirir de acordo com a sua renda. Ao mesmo tempo, ela demonstra também graficamente qual é o máximo que o consumidor poderá gastar para obter dos dois bens. Cabe explicar que uma elevação da renda amplia a capacidade de consumo. Isto é representado graficamente por meio de um deslocamento paralelo para a direita da linha da restrição orçamentária (LRO). Já uma redução da renda promove o deslocamento para a esquerda da LRO. Paralelo a isso, a inclinação da LRO é dada pela relação dos preços dos bens. Assim, uma modificação em um destes preços irá promover uma alteração da inclinação desta linha.
C) Equilíbrio do Consumidor
Neste tópico juntamos as informações que aprendemos a respeito da curva de indiferença e da restrição orçamentária, permitindo-nos explicar o equilíbrio do consumidor. 
Do ponto de vista do consumidor, ele sempre prefere estar no nível maior de satisfação com a sua curva de indiferença mais para a direita, ou seja, mais afastada das origens dos eixos. No entanto, este nível não poderá ser alcançado em função do seu orçamento, pois este acaba delimitando o seu poder de compra. De acordo com o gráficoa seguir, esta delimitação é dada pela linha da restrição orçamentária que tangencia uma dada curva de indiferença gerando uma máxima satisfação, ou chamado (ponto de) equilíbrio do consumidor, em função da renda do consumidor e dos preços dos produtos. Neste ponto, o consumidor distribui a sua renda adequadamente na compra entre os bens de forma a alcançar a combinação que lhe dá a maior satisfação (ou utilidade) possível.
D) Efeito Preço, Efeito Renda e Efeito Substituição
Dado o tópico C anteriormente estudado, é importante destacar que há alterações da posição de equilíbrio do consumidor e tais alterações são conhecidas como análise dos efeitos (ou das causas) devidos (as) ao preço, à renda e à substituição dos produtos. Para uma análise mais simples, chamaremos q1 a quantidade do bem 1 e de q2 a quantidade do bem 2.
O gráfico a seguir apresenta o efeito renda. Este efeito retrata uma modificação na posição de equilíbrio do consumidor, em função de uma variação na renda nominal deste consumidor, onde os preços dos bens 1 e 2 são mantidos constantes. Se houver, por exemplo, um aumento de sua renda, o consumidor comprará maiores quantidades dos bens 1 e 2 deslocando o ponto de equilíbrio do consumidor para a direita, gerando novos e diferentes níveis de satisfação alcançáveis, por causa da variação da renda. Ao mesmo tempo, observa-se que ao unirmos todos os pontos de equilíbrio do consumidor, forma-se que denominamos de linha ou curva renda-consumo, mostrando a variação do consumo dos bens 1 e 2, mantidos constantes os preços destes bens.
No caso do efeito preço, este é caracterizado como sendo uma modificação da posição do ponto de equilíbrio do consumidor, em razão da alteração nos preços de um dos bens (supondo, do bem 2, mantida a sua renda nominal constante. Nesse caso, ocorre um deslocamento desse ponto em consequência de um giro das linhas centradas no intercepto do eixo do bem 1, cujo preço p1 não se modificou. Neste sentido, as sucessivas linhas de preços mantêm-se retas, porém, com inclinações diferentes, demonstrando que à medida que p2 diminui, eleva-se o consumo de q2.
A satisfação do consumidor aumenta, tão logo sejam atingidas as curvas que revelam utilidades cada vez maiores do ponto A para B e do B para o ponto C e que ao ligarmos esses pontos de equilíbrio, tem-se uma linha indicadora das modificações da posição de equilíbrio do consumidor, sendo que esta linha é definida como curva de preço-consumo. Cabe destacar que se determinarmos assim a quantidade a ser consumida do bem 2 para cada um de seus possíveis níveis de preços, podemos, portanto, derivar a curva de demanda do consumidor que demonstra uma relação inversa entre as quantidades e os preços.
Por último, o efeito substituição acaba sendo uma complementação do efeito preço. Este efeito demonstra como o consumidor realoca o seu consumo em função de quando se modificam os preços relativos dos bens 1 e 2, independentemente de haver uma modificação direta na sua renda nominal. Portanto, retrata como o consumidor tende a comprar mais do bem cujo preço relativo teve quedas, com o objetivo de substituir o outro bem que ficou relativamente mais caro. O efeito substituição caracteriza-se, na verdade, por mera modificação na posição do ponto de equilíbrio ao longo da mesma curva de indiferença (E para E’), tendo esta curva sofrido uma alteração da sua inclinação de acordo com a figura a seguir.
Aula 05: Elasticidades
Nesta aula 5 de Microeconomia, iremos aprender a calcular e a analisar as reações que possam ocorrer de uma dada variável em função das modificações de outras variáveis quaisquer, constituindo-se em um estímulo (ou não) aos consumidores e ofertantes ao transacionarem um determinado produto em um mercado.
I) Princípios
De acordo com as leis da oferta e da demanda estudadas nas aulas anteriores, indica-se a direção, ou mesmo o sentido, pela mudança dos preços de um produto (seja ele um bem ou um serviço qualquer) em um determinado mercado.
Melhor dizendo, quando o preço deste produto sobe, a demanda tende a diminuir e a oferta (deste mesmo produto) tende a aumentar. Em sentido contrário, o preço caindo, a demanda tende a aumentar e a oferta a cair. Porém, essa lei não informa adequadamente o quantum a mais (ou a menos) os consumidores irão demandar ou os produtores poderão ofertar em função das modificações dos preços do produto em questão. 
Para isso, o conceito de elasticidade é usado com o objetivo de mensurar a sensibilidade que as pessoas possam ter frente a mudanças em variáveis econômicas. E é em função dessas explicações que ao longo desse capítulo iremos nos deter.
II) Tipos de Elasticidades
A) A Elasticidade-Preço da Demanda ou da Procura (Epd)
Define-se como elasticidade-preço da demanda (Epd) ao cálculo relacionado à maneira pela qual são medidas quantitativamente as reações que os consumidores possam ter às mudanças nos preços de determinadas mercadorias por meio da razão entre dois percentuais, isto é, a variação percentual na quantidade demandada (∆%Qd) dividida pela mudança (ou variação) percentual no preço do produto (∆%Pp):
Epd = (∆%Qd)/(∆%Pp) 
Cabe destacar que, conforme Pindyck & Rubinfeld, o resultado da Epd é sempre negativo em função da lei da demanda. Ao mesmo tempo, é importante fazer a classificação da demanda dos produtos em função da Epd. Neste sentido, ao que se refere à reação dos consumidores, o quadro a seguir discorre que a demanda por um determinado produto pode ser classificada como elástica, inelástica ou de elasticidade unitária.
B) Outros Tipos de Elasticidades
b.1) Elasticidade-Preço da Oferta (Epo)
A elasticidade-preço da oferta (Epo) mensura quantitativamente a reação dos vendedores às mudanças no preço do produto. Essa reação é também calculada pela razão entre dois percentuais: a variação percentual na quantidade ofertada (∆%Qo), dividida pela mudança (variação) percentual no preço do produto (∆%Pp), conforme a fórmula a seguir.
Epo = (∆%Qo)/(∆%Pp)
É importante salientar que dos determinantes que afetam a Epo, o tempo é significativamente importante, porque, em geral, a elasticidade de curto prazo será diferente da de longo prazo. Portanto, quanto maior tende a ser o tempo, as firmas têm a possibilidade de reagir mais intensamente às variações de preços, e a curva de oferta tenderá a se tornar cada vez mais elástica.
Podem-se ter as seguintes situações dos resultados da Epo:
Epo > 1: produto de oferta elástica.
Epo = 1: elasticidade-preço da oferta unitária.
Epo < 1: produto de oferta inelástica.
Epo = (∆%Qo)/(∆%Pp)
b.2) Elasticidade-Renda (da Demanda) (Erd)
É utilizada para medir a reação dos consumidores a mudanças na renda. Mais formalmente, mede a variação da demanda dos consumidores (∆%Qd) em função das mudanças da renda dos consumidores (∆%R).
Erd = (∆%Qd)/(∆%R)
Para bens normais, há uma relação positiva entre renda e quantidade demandada, logo a elasticidade renda é positiva (ou seja, Erd > 0). Porém, para bens inferiores, há uma relação negativa entre a quantidade demandada e a renda do consumidor (isto é, Erd < 0). Quando o bem é considerado como sendo de consumo normal, isto que dizer que a demanda aumenta, quando a renda aumenta. Sendo de consumo inferior, ao aumentar a renda, faz com que a demanda pelo bem de consumo inferior tenha uma queda. 
Por outro lado, é importante destacar que se Erd >1, o bem é conceituado com um bem superior (ou um bem de luxo), pois dada uma variação da renda, o consumo acaba variando mais que proporcionalmente. E se a Erd = 0, o bem é chamado de bem de consumo saciado. Isto significa que variações na renda não alteram a demanda por esse bem.
b.3) Elasticidade-Cruzada (da Demanda) (Ecd)
Refere-se à medida da variação percentual na quantidade demandada de um produto X (∆%QX), de acordo com a mudança percentual no preço de outro produto qualquer Y (∆%PY).
Para bens substitutos (ou concorrentes) há uma relação positiva entre quantidade demandada do produto X e variação de preço do substituto Y, logoa elasticidade cruzada (da demanda) dos produtos substitutos tem um resultado positivo. Mas, para bens complementares há uma relação negativa entre quantidade demandada do produto X e a variação do preço do bem complementar Y, logo a elasticidade cruzada (da demanda) dos produtos complementares tem um resultado negativo.
Portanto:
i) Se Ecd > 0: os bens X e Y são substitutos ou concorrentes (havendo, por exemplo, aumento do preço do bem Y, aumenta a demanda pelo bem X, coeteris paribus).
ii) Se Ecd < 0: os bens X e Y são complementares (existindo, por exemplo, aumento do preço de Y, diminui a demanda do bem X, coeteris paribus).
III) Relações entre Elasticidades e as Políticas do Governo na Formação de Preços
Conforme podemos perceber, na medida em que há um aumento de imposto, a curva de oferta se desloca para cima e para a esquerda, de acordo com o gráfico acima. Mas a questão, portanto, que se deve verificar é a de quem irá arcar com a maior parte do imposto, ou seja, o consumidor ou o produtor. E, nesse caso, isso irá depender justamente da elasticidade, nesse caso, da demanda pelo bem. 
Observando-se os gráficos a seguir, há diferenças na inclinação da curva de demanda. Podemos reparar que a primeira curva de demanda tende mais para a horizontal, isso demonstra que ela pertence ao segmento mais elástico da demanda e, nesse sentido, com o aumento do imposto, a maior parcela deste irá ser paga pelos ofertantes ou produtores.
Por outro lado, a segunda curva de demanda tende mais para a vertical, demonstrando que o trecho relevante para análise apresenta demanda inelástica e, nesse sentindo, quem irá absorver a maior parcela a ser paga do aumento do imposto é justamente os consumidores.
Portanto, com uma demanda elástica, os consumidores acabam diminuindo significativamente o consumo pelo bem, dada a elevação dos preços em consequência do aumento do imposto. E com uma demanda inelástica, os consumidores acabam não tendo expressivamente, muitas possibilidades de fugir do aumento de preços provocado pela elevação do imposto.

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