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Administração Financeira, Segunda Edição MMAANNUUAALL DDOO PPRROOFFEESSSSOORR CCAAPPÍÍTTUULLOO 11 –– AA DDEECCIISSÃÃOO FFIINNAANNCCEEIIRRAA EE AA EEMMPPRREESSAA O Manual do professor deste Capítulo é formado de quatro partes; Parte 1. Correções de eventuais erros da edição, primeira impressão. Parte 2. Respostas das questões apresentadas no final do Capítulo. Arquivo: MANUAL DO PROFESSOR QUESTÕES CAP 1.pdf Parte 3. Resolução dos exercícios de final de Capítulo. Arquivo: MANUAL DO PROFESSOR EXERCÍCIOS CAP 1.pdf Parte 4. Arquivo em separado de slides de apresentação do Capítulo (em power point). Arquivo: MANUAL DO PROFESSOR CAP 1.ppt Parte 2. Respostas das questões apresentadas no final do Capítulo 1. Conceitue administração financeira e finanças corporativas. Comente como as empresas obtêm seus recursos financeiros. Qual o objetivo normativo da administração financeira? Por que a maximização de lucro não é um bom objetivo para a administração financeira? Quais as principais funções da administração financeira? Resposta: Administração financeira é a arte e a ciência de administrar recursos financeiros, para maximizar a riqueza dos acionistas. Finanças corporativas são as finanças aplicadas às empresas. O objetivo normativo da administração financeira é maximizar a riqueza dos acionistas. A maximização do lucro é um objetivo impreciso, pois ações tomadas para maximizar os lucros atuais podem diminuir os lucros futuros e vice-versa. A maximização da riqueza é mais precisa porque envolve o conceito de valor presente líquido da empresa, incorporando conceitos de risco e de custo de capital. As principais funções da administração financeira são a tesouraria e a controladoria. O quadro a seguir ilustra estas funções. TESOURARIA Administração do caixa Administração de crédito e cobrança Administração de risco Administração de câmbio Decisão de investimento Decisão de financiamento Planejamento e controle financeiro Proteção de ativos Relações com acionistas e investidores Relações com bancos CONTROLADORIA • Administração de custos e preços • Auditoria interna • Contabilidade • Orçamento • Patrimônio • Planejamento tributário • Relatórios gerenciais • Desenvolvimento e acompanhamento de sistemas de informação financeira 1 Administração Financeira, Segunda Edição 2. Quais as principais decisões financeiras? Como podem ser identificadas nas demonstrações financeiras? Comente detalhadamente a decisão de investimento e a decisão de financiamento. Dê exemplos. Resposta: As principais decisões financeiras são as decisões de investimento e de financiamento. A decisão de investimento está identificada nas demonstrações financeira como Ativo. E a decisão de financiamento como Passivo. O quadro a seguir ilustra como o Ativo informa sobre os investimentos são realizados na empresa e evidencia algumas perguntas relevantes na tomada de decisão de investimento. ATIVO ATIVO CIRCULANTE Caixa e bancos Contas a receber Estoques Outros REALIZÁVEL DE LONGO PRAZO Contas a receber Adiantamento a coligadas ATIVO PERMANENTE Imobilizado Investimentos Diferido TOTAL Questões a serem respondidas: • Onde estão aplicados os recursos financeiros? • Quanto em ativos circulantes? Quanto em ativos permanentes? Em quais? • Qual a melhor composição dos ativos? • Qual o risco do investimento? • Qual o retorno do investimento? • Quais as novas alternativas de investimentos • Como decidir em quais ativos investir? • Como maximizar a rentabilidade dos investimentos existentes? • O que deve ser descartado, reduzido ou eliminado, por não acrescentar valor? Exemplos: construção de uma nova fábrica; compra de um novo sistema de software; aquisição de máquinas e equipamentos; construção de um escritório. A decisão de financiamento abrange a definição da necessidade de recursos financeiros, a forma de financiá-la, a composição das fontes, o custo de capital, de forma a viabilizar as decisões de investimento. O quadro a seguir ilustra como o Passivo informa sobre como os financiamentos são realizados na empresa e evidencia algumas perguntas relevantes na tomada de decisão de financiamento. PASSIVO PASSIVO CIRCULANTE Fornecedores Empréstimos e financiamentos Debêntures Outros EXIGÍVEL DE LONGO PRAZO Financiamentos PATRIMÔNIO LÍQUIDO Capital Social Reservas Lucros ou prejuízos acumulados TOTAL Questões a serem respondidas: • Qual a estrutura de capital? • De onde vêm os recursos? • Qual a participação de capital próprio? • Qual a participação de capital de terceiros? • Qual o perfil do endividamento? • Qual o custo de capital? Como reduzi-lo? • Quais as fontes de financiamento utilizadas e seus respectivos custos? • Quais deveriam ser substituídas ou eliminadas? • Qual o risco financeiro? • Qual o sincronismo entre os vencimentos das dívidas e a geração de meios de pagamentos? 2 Administração Financeira, Segunda Edição Exemplos: Captação de recurso no mercado de capitais; tomada de financiamento junto ao BNDES: desconto de títulos. 3. Como o administrador financeiro atua na busca de melhores resultados operacionais? Baseie-se na Demonstração de Resultados. Resposta: O administrador financeiro ao buscar melhores resultados operacionais faz uma série de perguntas que o ajudam no dia-a-dia. Podemos citar: quais os resultados obtidos? Como mantê-los? Como melhorá-los? Qual o crescimento das vendas? E dos custos? E das despesas? Qual a margem líquida de vendas? Os lucros têm atingido as metas estabelecidas. Ao responder estas perguntas, o administrador financeiro descobre causas e efeitos de desempenhos empresariais que influenciam toda sua tomada de decisão. A demonstração de resultados evidencia as respostas a estas questões, revelando quantitativamente as receitas, custos, despesas, impostos e lucros. Cabe ao administrador financeiro assegurar que os resultados sejam perseguidos o tempo todo. Para isto ele trabalha com os outros administradores da empresa tais como o comercial, o industrial ou o de logística, por exemplo. 4. Conceitue valor de uso e valor de troca. Como se aumenta o valor da empresa? Quais as várias formas utilizadas para expressar o valor da empresa? Resposta: Valor de uso é o valor atribuído à capacidade dos bens e serviços de satisfazerem as necessidades daqueles que os possuem. Valor de troca é a quantia de recursos que, de comum acordo entre as partes, permite a troca de um bem ou serviço. O valor da empresa pode ser expresso de várias formas, cabendo destacar: a) valor patrimonial contábil. É o valor dos recursos da empresa registrados na sua contabilidade do qual é subtraído o valor das dívidas da empresa, ou seja, o valor expresso como Patrimônio Líquido; b) Valor patrimonial real. É o valor dos ativos e passivos – prédios, máquinas e equipamentos, veículos, estoques, contas a receber, dentre outros, e contas a pagar, empréstimos, outras obrigações – computados quer ao valor de reposição correspondente ao estado em que se encontram, quer ao seu valor atualizado; c) Valor presente líquido. É o valor obtido em função do fluxo de caixa livre descontado. Para isto é utilizada uma taxa de desconto, chamada de custo de capital. d) Valor de mercado. É o somatório do valor das ações da empresa ao preço em que estão sendo comercializadas no mercado, nas bolsas de valores. Em empresas que não operam em bolsas, o valor de mercado é definido pelo valor que o mercado está disposto a pagar. e) Valor de liquidação. É o valor obtido pela empresa numa situação de encerramento do negócio.Normalmente costuma ser muito baixo. 3 Administração Financeira, Segunda Edição 5. Por que ocorrem conflitos entre administradores e proprietários? Quais objetivos devem prevalecer? Por que é tão importante zelar pelos grupos de relacionamento? Resposta: Os conflitos ocorrem devido aos objetivos específicos de cada um. Os administradores têm objetivos como manter emprego, obter status, assegurar progressão funcional, obter mordomias, etc. Os proprietários objetivam maximizar sua riqueza, perenizar a empresa, consolidar suas empresas. É importante zelar pelos grupos de relacionamento porque eles são importantes para que a empresa atinja seus objetivos em sua comunidade. Os empregados, clientes, fornecedores, bancos são importantes para que a empresa realize suas vendas e consiga resultados. 6. Quais as ciências com as quais a administração financeira mais se relaciona? Mostre a importância de cada uma delas para as finanças. Em sua opinião, qual a que mais contribui para a área financeira? Resposta: A Administração financeira é interdisciplinar e se relaciona com várias ciências que lhe ajudam a dar forma e substância, cabendo citar Economia, Contabilidade, Matemática, Estatística, Computação e Direito. Relaciona-se com a Economia, usando conceitos de microeconomia como as Teorias da Firma e da Preferência pela Liquidez; e de macroeconomia, usando conceitos do Sistema Econômico e da Economia Internacional, por exemplo. Com a Contabilidade, adotando os conceitos de Regime de Competência e dos Princípios contábeis, além, é claro, do uso das Demonstrações Financeiras como instrumento de gestão. Da Matemática e Estatística usa todo o ferramental quantitativo, cabendo destacar, a matemática financeira, conceitos como média, desvio-padrão, variância, co- variância, análise fatorial, análise de conglomerados, técnicas de regressão, e tantos outros. A Computação auxilia as finanças por meio de softwares específicos para planejamento e controles, para geração de sistemas de informações gerenciais, para tomada de decisão. O Direito normatiza as relações sociais , nas quais as relações empresariais estão incluídas, e, portanto é fundamental para a atuação da Administração Financeira. É fundamental o conhecimento das exigências legais, particularmente as societárias, tributárias e trabalhistas, por exemplo. 7. Conceitue mercado financeiro e comente sobre seus vários agentes. Como eles interagem? Dê exemplos. Resposta: Mercado financeiro é a reunião das instituições financeiras, capazes de intermediar recursos. As empresas operam em um ambiente econômico onde existem agentes superavitários, com recursos financeiros excedentes e agentes deficitários, com falta de recursos. 4 Administração Financeira, Segunda Edição Quando o hiato de recebimentos e pagamentos ocorre em um determinado espaço de tempo, especialmente na situação de falta de dinheiro, os Intermediários Financeiros procuram canalizar os recursos dos agentes superavitários para os agentes deficitários. Exemplos: Os intermediários financeiros captam recurso dos agentes superavitários por meio de cadernetas de poupanças, depósitos bancários, letras imobiliárias, fundos de investimentos e aplicam recursos sob a forma de empréstimos para capital de giro ou investimentos de longo prazo. Com há diferentes graus de risco por parte dos tomadores, os bancos cobram taxas de juros diferentes. Quanto maior o risco, maior a taxa de juros cobrada. O quadro a seguir lista alguns dos principais produtos de investimento e de financiamento. Quadro 1.6 – Produtos negociados nos mercados financeiros Produtos de investimento (Captação de recursos) Título Característica CDI: Certificado de depósito interbancário Lastro para as operações entre os bancos no mercado monetário CDB: Certificado de depósito bancário Captação de recursos dos investidores para os bancos. Export Notes Contratos de cessão de crédito de exportação Cadernetas de poupança Aplicação de pequenos poupadores. Títulos Públicos Captação para o governo Letras e Notas do Tesouro Nacional Cobertura de déficits orçamentários Letras e Bônus do Banco Central Fins de política monetária Produtos de financiamento (Aplicação de recursos) Desconto de duplicatas e Notas promissórias Recursos de curto prazo para as empresas. Hot money Empréstimo de curtíssimo prazo para financiamento de capital de giro. Leasing financeiro – arrendamento mercantil Financiamento de médio e longo prazo. CDC- crédito direto ao consumidor Concessão de crédito ao consumidor final, por sociedades de crédito, financiamento e investimento. Contas garantidas cheque especial Contrato de crédito rotativo Vendor finance Financiamento de vendas baseado no principio de cessão de créditos Operação 63 Instituição capta recursos no exterior em dólares 8. Faça uma pesquisa teórica e empírica sobre a importância da ética na condução dos negócios. Resposta: Aqui recomenda-se que o professor oriente os alunos para pesquisar sites, bibliografias, e entrevistar empresários e gerentes. (Aprofundando o texto apresentado nas págs. 13 e 14). 9. Como as empresas podem ser organizadas? Comente as empresas individuais e as sociedades limitadas. Conceitue sociedade anônima e faça uma pesquisa sobre as vantagens e desvantagens de uma sociedade anônima brasileira, à luz da nova Lei das Sociedades Anônimas. 5 Administração Financeira, Segunda Edição Resposta: Do ponto de vista legal, as empresas podem ser organizadas sob a forma como empresas individuais, sociedades por cotas de responsabilidade limitada e sociedades por ações. As empresas individuais são empresas pequenas, normalmente registradas como microempresas, de simples constituição, quase sempre de único dono que também é o gerente. No Brasil, essas empresas emergem da informalidade, quando os negócios começam aumentar. São pequenos estabelecimentos industriais, comerciais, prestadores de serviços, profissionais liberais e autônomos. A responsabilidade do proprietário da empresa individual é ilimitada; ou seja, seus bens pessoais respondem por todas as dívidas da empresa, no caso de inadimplência. As sociedades por cotas de responsabilidade limitada são aquelas nas quais os sócios estabelecem um Contrato Social, definindo a participação de cada um dos sócios: aporte de capital de cada um deles, responsabilidade das partes; e a natureza da atividade a ser desenvolvida. No caso de inadimplência as dívidas da empresa poderão ser pagas com os bens dos sócios limitados, correspondentes a sua participação no capital da empresa. As sociedades por ações, normalmente, são grandes empresas com capital diluído entre milhares e até milhões de acionistas, que possuem participações no capital da empresa, por meio de ações. Cada interessado na empresa adquire essas ações, no mercado de capitais, que por sua vez, se constitui numa das grandes fontes de captação de recursos nos países desenvolvidos. As sociedades anônimas podem ser de capital fechado ou aberto. As de capital fechado são aquelas cujas ações estão nas mãos de pessoas físicas e jurídicas determinadas e não são comercializadas em bolsas de valores. No Brasil, normalmente são grandes empresas de origem familiar. As de capital aberto são aquelas cujas ações são comercializadas em bolsas de valores, estando, portanto acessíveis a qualquer interessado. Aqui, recomenda-se que o professor oriente os alunos para a pesquisa sobre as vantagens e desvantagens de uma sociedade anônima brasileira, à luz da nova Lei das Sociedades Anônimas. Pode-se consultar jornais comoValor Econômico, Gazeta Mercantil, sites da Bovespa e de Sociedades Anônimas, além de entrevistas nas empresas. 10. A empresa Irmãos Coringa Ltda. Iniciou suas atividades há cinco anos atrás no ramo de transportes. Hoje a empresa conta com frota própria de 10 carretas, utiliza com freqüência caminhões contratados e ainda assim não consegue atender a demanda de fretes a partir da região Sul do país, em direção à região Nordeste. O principal problema da empresa é a reduzida quantidade de fretes de retorno, pois o volume de cargas da região Nordeste para a região Sul é bem menor. Os donos da empresa estão pensando em diversificar suas atividades e investir na produção de frutas na região Nordeste, atividade esta já existente na região e dessa forma aumentar o volume de cargas de retorno. Considerando que a empresa disponha do capital necessário para iniciar esta nova atividade, procure relacionar: a) as implicações financeiras da decisão; b) Como essa decisão está relacionada com o 6 Administração Financeira, Segunda Edição marketing e c) Como esta empresa deve ser constituída, sob o ponto de vista legal? Resposta: Aqui, recomenda-se que o professor oriente os alunos para trabalhos em grupo, explorando os conceitos de empresas individuais e de responsabilidade limitada; o inter-relacionamento da administração financeira com o marketing e as decisões de investimento e de financiamento. 7 Administração Financeira, Segunda Edição MMAANNUUAALL DDOO PPRROOFFEESSSSOORR CCAAPPÍÍTTUULLOO 22 –– OO AAMMBBIIEENNTTEE EECCOONNÔÔMMIICCOO EE FFIINNAANNCCEEIIRROO DDAASS EEMMPPRREESSAASS O Manual do professor deste Capítulo é formado de quatro partes; Parte 1. Correções de eventuais erros da edição, primeira impressão. Parte 2. Respostas das questões apresentadas no final do Capítulo. Arquivo: MANUAL DO PROFESSOR QUESTÕES CAP 2.pdf Parte 3. Resolução dos exercícios de final de Capítulo. Arquivo: MANUAL DO PROFESSOR EXERCÍCIOS CAP 2.pdf Parte 4. Arquivo em separado de slides de apresentação do Capítulo (em power point). Arquivo: MANUAL DO PROFESSOR CAP 2.ppt Parte 2. Respostas das questões apresentadas no final do Capítulo 1. Por que é importante para o administrador financeiro conhecer a estrutura de mercado em que atua? Resposta: O administrador financeiro necessita conhecer a estrutura de mercado em que sua empresa está inserida para atuar melhor em negociações comerciais. Quanto mais conhecer da estrutura e funcionamento do mercado, teoricamente melhor o administrador financeiro poderá explorar as potencialidades de sua empresa, em termos financeiros. 2. Quais são os instrumentos de política econômica? Para que servem? Cite alguns aspectos importantes da política monetária, para os administradores financeiros. Resposta: As políticas econômicas referem-se às ações do governo no sentido de controlar e regular a atividade econômica. Mesmo os países com governos liberais, interferem na atividade econômica para fomentar o crescimento e a estabilidade econômicos e garantir a eqüitatividade. São estabelecidos princípios político-administrativos, com base na ideologia dominante e então especificadas as metas a serem atingidas. É chamado de instrumentos de política econômica o conjunto de ações e medidas a disposição do governo, para a regulação da atividade econômica. Esses instrumentos estão divididos em quatro tipos: Política Monetária, Política Fiscal, Política Cambial e Política de Rendas. 1 Administração Financeira, Segunda Edição Estas políticas servem para disciplinar o funcionamento dos agentes (governo, empresas e pessoas físicas) e proporcionar condições para o desenvolvimento auto- sustentado do país. Política Monetária são as ações do governo, decididas pelo Conselho Monetário Nacional e operacionalizadas pelo Banco Central, para controlar o volume de moeda em circulação e o montante de crédito disponível. Os instrumentos clássicos de política monetária são as operações de mercado aberto, os depósitos compulsórios e as taxa de redesconto. Ao atuar no mercado aberto, o governo vende ou compra papéis, diminuindo ou aumentando a liquidez do sistema. Ele pratica estas operações aumentando ou diminuindo as taxas de juros, que acabam afetando a vidas das empresas. Alguns aspectos importantes da política monetária, para os administradores financeiros, são: • Quanto maior a dificuldade de o governo captar recursos, maiores as taxas de juros exigidas pelos investidores para emprestar dinheiro. Como o governo paga taxas mais elevadas, o custo do dinheiro sobe para todos os agentes da economia. • Quanto menor a liquidez do sistema, mais difícil e mais caro contrair empréstimos. Diminui os recursos disponíveis para os bancos emprestarem e aumentam as taxas de juros cobradas. • Quanto mais elevadas forem as taxas de juros, mais interessante aplicar recursos no mercado financeiro e mais caro tomar recursos emprestados. 3. Como o mercado entende uma redução na taxa de juros básica da economia? Resposta: Quando o governo reduz a taxa de juros básica da economia o mercado entende que ele está querendo aumentar a liquidez do sistema, aumentando a circulação de dinheiro na economia. A menor taxa de juros sinaliza para os investidores uma maior credibilidade na manutenção do equilíbrio e mesmo no crescimento econômico do país. 4. Qual a importância do controle das taxas de câmbio para a economia? Resposta: A importância do controle das taxas de câmbio está na manutenção de: • paridade de compra da moeda nacional em relação à moeda estrangeira, • competitividade em preço do produto nacional a ser exportado, • controle de custos dos produtos importados, • equilíbrio da balança comercial (exportações menos importações), • equilíbrio do balanço de pagamentos (todos os recebimentos do exterior menos todos os pagamentos ao exterior), • controle das taxas de juros pagas aos investidores estrangeiros e aos credores internacionais. • É importante também que o administrador financeiro acompanhe o comportamento da política cambial, para no curto prazo: 2 Administração Financeira, Segunda Edição • avaliar o preço de suas exportações, na moeda nacional, • acompanhar o custo efetivo das suas importações, • controlar suas dívidas em moeda estrangeira. 5. Qual a diferença entre o mercado monetário e o mercado de capitais? Resposta: Mercado monetário é o mercado do dinheiro. É o local da interação dos agentes econômicos superavitários e deficitários, intermediados pelos agentes financeiros regulados e fiscalizados pelo governo e outros organismos e com as operações realizadas por organismos públicos e privados. O mercado monetário não está em local físico específico, mas é representado por transações que podem ocorrer fisicamente nas instituições ou virtualmente, por meio eletrônico, via processamento de dados, ligações telefônicas e troca eletrônica de dados (EDI- Eletronic data interchange). Mercado de capitais é um mercado de valores mobiliários (ações e debêntures), que tem o propósito de proporcionar liquidez aos títulos de emissão de empresas e viabilizar o processo de capitalização. É constituído pelas bolsas de valores, sociedades corretoras e outras instituições financeiras autorizadas. 6. Como está estruturado o sistema financeiro nacional no Brasil? Resposta: O Sistema Financeiro Nacional está estruturado da seguinte forma: A. Subsistema de Regulação e Fiscalização • C M N: Conselho Monetário Nacional • BACEN: Banco Central do Brasil • C V M: Comissão de Valores Mobiliários• SUSEP: Superintendência de Seguros Privados • SPC: Secretaria de Previdência Complementar B. Subsistema de Intermediação: a) Instituições Financeiras Captadoras de Depósitos à Vista • Bancos Múltiplos com Carteira Comercial • Bancos Comerciais • Caixas Econômicas • Cooperativas de Crédito b) Demais Instituições Financeiras • Bancos Múltiplos sem Carteira Comercial • Bancos de Investimento • Bancos de Desenvolvimento • Sociedades de Crédito, Financiamento e Investimento • Sociedades de Crédito Imobiliário • Companhias Hipotecárias • Associações de Poupança e Empréstimo 3 Administração Financeira, Segunda Edição • Agências de Fomento • Sociedades de Crédito ao Microempreendedor • Correspondentes bancários. c) Outros intermediários ou Auxiliares Financeiros • Bolsas de Mercadorias e de Futuros • Bolsas de Valores • Sociedades Corretoras de Títulos e Valores Mobiliários • Sociedades Distribuidoras de Títulos e Valores Mobiliários • Sociedades de Arrendamento Mercantil • Sociedades Corretoras de Câmbio • Representações de Instituições Financeiras Estrangeiras • Agentes Autônomos de Investimento d) Entidades Ligadas aos Sistemas de Previdência e Seguros • Entidades Fechadas de Previdência Privada • Entidades Abertas de Previdência Privada • Sociedades Seguradoras • Sociedades de Capitalização • Sociedades Administradoras de Seguro-Saúde e) Entidades Administradoras de Recursos de Terceiros • Fundos Mútuos • Clubes de Investimentos • Carteiras de Investidores Estrangeiros • Administradoras de Consórcio f) Sistemas de Liquidação e Custódia • Sistema Especial de Liquidação e de Custódia – SELIC (títulos públicos) • Central de Custódia e de Liquidação Financeira de Títulos – CETIP (títulos privados) • Caixas de Liquidação e Custódia 7. O que se entende por taxa de juros? O que deve ser remunerado por uma taxa de juros? Resposta: Taxa de juros é o índice, ou o percentual de um montante emprestado, pago a título de remuneração pela operação. Vários aspectos da operação devem ser remunerados, formando a equação a seguir: k = klr + pi + pri + pl + prv onde: Símbolo Significado k Taxa de juros nominal klr Taxa de juros livre de risco pi Prêmio de inflação pri Prêmio de risco inadimplência pl Prêmio de liquidez prv Prêmio de risco de vencimento 4 Administração Financeira, Segunda Edição 8. Qual é a taxa de juros básica da economia, no Brasil? Como ela é arbitrada? Resposta: A Taxa de juros básica no Brasil é a SELIC . Esta taxa é a única taxa arbitrada pela autoridade monetária, o Comitê de Política Monetária – COPOM, que considera fatores externos e internos da economia. Serve como parâmetro para as negociações interbancárias, ou seja, para os empréstimos de um dia entre os bancos. Apesar do nome, a taxa não é resultado das operações realizadas por meio do SELIC. As demais taxas praticadas pelas instituições financeiras tomam a taxa SELIC por base e a ela agregam os fatores de risco mencionados no quadro. Como curiosidade, a SELIC é um nome originado do Sistema Especial de Liquidação e Custódia, criado pelo Banco Central para administrar títulos da dívida pública. Que acabou sendo adotado para determinação da taxa básica de juros. 9. Quais as perspectivas para o administrador financeiro captar recursos de longo prazo no mercado? Resposta: No Brasil, praticamente não existem recursos de longo prazo para a s empresa, a não ser as linhas de financiamento do BNDES, ofertadas diretamente, para grandes valores, ou repassadas por bancos comerciais. As grandes empresas podem tomar recurso no mercado internacional. A partir da década de 90, com abertura dos mercados, estabilização inflacionária, maior fiscalização do sistema financeiro e a reforma da Lei das Sociedades Anônimas, o mercado de capitais se fortaleceu e se tornou opção para captação de recursos para as empresas e alternativa de aplicação de investimentos para investidores. Outras fontes de financiamento para novos empreendimentos são as empresas de capital de risco (venture capital) as quais investem em empresas novas, com projetos inovadores, especialmente nas áreas de telemática e biotecnologia. 10. As lojas de produtos veterinários possuem alguns fornecedores que lhes impõe linhas de produtos inteiras, mesmo sabendo que alguns dos produtos que fazem parte dessa linha, não tem a mínima aceitação na área de atuação dessas lojas. Em qual estrutura de mercado estão provavelmente inseridos as lojas, por um lado, e os fornecedores por outro? Resposta: Ambos estão inseridos numa estrutura de mercado de oligopólio. Oligopólio é a prática de mercado em que a oferta de um produto ou serviço, que tem vários compradores, é controlada por pequeno grupo de vendedores. Neste caso, as empresas tornam-se interdependentes e guiam suas políticas de produção de acordo com a política das demais empresas por saberem que, em setores de pouca concorrência, a alteração de preço ou qualidade de um afeta diretamente os demais. O oligopólio força uma batalha diplomática ou uma competição em estratégia. O objetivo é antecipar-se ao movimento do adversário para combatê-lo de forma mais eficaz. O 5 Administração Financeira, Segunda Edição preço tende a variar no nível mais alto. Podem ser citados como exemplos de setores oligopolizados no Brasil o automobilístico e o de fumo. Observação para os professores: Esta questão pode ser bem respondida por meio de pesquisas na Internet. Cabe ao professor estimular os alunos. 6 Administração Financeira, Segunda Edição MMAANNUUAALL DDOO PPRROOFFEESSSSOORR CCAAPPÍÍTTUULLOO 33 –– AASS DDEEMMOONNSSTTRRAAÇÇÕÕEESS FFIINNAANNCCEEIIRRAASS CCOOMMOO IINNSSTTRRUUMMEENNTTOO CCOOMMPPLLEEMMEENNTTAARR DDEE GGEESSTTÃÃOO O Manual do professor deste Capítulo é formado de quatro partes; Parte 1. Correções de eventuais erros da edição, primeira impressão. Parte 2. Respostas das questões apresentadas no final do Capítulo. Arquivo: MANUAL DO PROFESSOR QUESTÕES CAP 3.pdf Parte 3. Resolução dos exercícios de final de Capítulo. Arquivo: MANUAL DO PROFESSOR EXERCÍCIOS CAP 3.pdf Parte 4. Arquivo em separado de slides de apresentação do Capítulo (em power point). Arquivo: MANUAL DO PROFESSOR CAP 3.ppt Parte 2. Respostas das questões apresentadas no final do Capítulo 1. Explique e exemplifique os regimes de competência e de caixa utilizados, respectivamente, pela contabilidade e pela administração financeira. Demonstre como se podem ajustar os dados contábeis para financeiros. Resposta: Pelo regime de competência (utilizado pela Contabilidade), as receitas e as despesas são contabilizadas e reconhecidas quando ocorre o fato gerador e não quando há a efetiva entrada ou saída de caixa (regime de caixa). Exemplo: a Empreendimentos Bocaiúva Ltda., num determinado período, realizou vendas no valor de R$ 35.000, cujo custo foi de R$ 25.000. Das vendas, parte recebeu à vista R$ 8.000,00 e o restante será recebido num prazo superior ao da data do relatório. Das mercadorias utilizadas a empresa pagou R$ 12.000,00, ficando o restante para o período seguinte. Os resultados em termos de regime de competência e de caixa são os seguintes: Quadro Comparativo entre os regimes de competência (contábil) e de caixa (financeiro). Regime de competência (DRE) R$ Regime de Caixa R$ Vendas no período 35.000 Valores recebidos 8.000 Custos das mercadorias (25.000) Pagamento de insumos (12.000) LUCRO DO PERÍODO 10.000 SALDO DE CAIXA (4.000) 2. Como está dividida a função financeira nas grandesempresas? Resposta: Prejudicada. 1 Administração Financeira, Segunda Edição 3. Cite as características principais das demonstrações financeiras. Resposta: Principais características das demonstrações financeiras: 1) São relatórios anuais obrigatórios, elaborados com base na escrituração mercantil da empresa, e abrangem o exercício social da empresa, exceto quando da constituição ou liquidação da empresa, se as datas não forem coincidentes com o início ou o final do exercício. Deverão exprimir com clareza a situação do patrimônio da companhia e as mutações ocorridas no exercício social a que se referem. 2) Baseiam-se em Princípios Contábeis geralmente aceitos, definidos no Brasil por IBRACON – Instituto Brasileiro de Contabilidade, CVM – Comissão de Valores Mobiliários – paras as empresas de capital aberto, e COSIF - Plano de Contas das Instituições Financeiras. E nos EUA pelo FASB - Financial Accounting Standards Board. 3) Constituem-se em forma de mostrar aos acionistas a percepção da empresa no ponto de vista dos executivos e proprietários. 4. Cite os relatórios e as demonstrações financeiras do Balanço Geral de acordo com a legislação brasileira e dê exemplos de relatórios contemporâneos que auxiliam a divulgação dos resultados da empresa. Resposta: De acordo com a legislação brasileira, o Balanço Geral é apresentado por três relatórios e três ou quatro demonstrações financeiras, como segue: • Relatório do Conselho de Administração ou da Diretoria; • Balanço Patrimonial; • Demonstração do Resultado do Exercício; • Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos; • Demonstração de Lucros ou Prejuízos acumulados; • Notas explicativas; • Parecer do Conselho Fiscal; e • Parecer dos Auditores Independentes, se o Balanço Geral for de empresa de capital aberto. Além desses, existem dois relatórios contemporâneos: o demonstrativo do fluxo de caixa e o balanço social. 5. Qual a composição básica do Relatório do Conselho de Administração ou da Diretoria? Resposta: O Relatório do Conselho de Administração é a mensagem descritiva que apresenta a companhia. Pode ser uma simples frase de apresentação das Demonstrações Financeiras, ou de maior conteúdo, destacando os eventos de maior impacto ocorridos durante o exercício social. Normalmente é assinado pelo Presidente da empresa ou do Conselho de Administração e os mais completos contêm: a) filosofia 2 Administração Financeira, Segunda Edição da administração; b) estratégia organizacional, c) resultados obtidos, e d) planos futuros. 6. Explique como as variações nas contas ativas e passivas podem resultar em aplicação ou geração de recursos. Resposta: Como as contas ativas representam os investimentos da empresa e as contas passivas representam seus financiamentos, qualquer modificação nessas contas resultará em saídas ou entradas de recursos. Exemplos: Uma redução de contas a receber resultará em aumento de caixa e bancos; uma redução de caixa e bancos poderá resultar num aumento de estoques ou de ativos permanentes, e assim por diante. 7. Por que os valores do ativo circulante são considerados de maior liquidez? Resposta: Os grupo de contas e as contas do ativo são apresentadas em ordem de liquidez decrescente, ou seja, primeiro o caixa, depois aquelas que rapidamente se convertem em caixa, e assim por diante. Ativo Circulante é onde estão registrados os bens e direitos que poderão ser convertidos em dinheiro ou realizados no prazo de um ano, contado da data do balanço patrimonial. Portanto, os valores do ativo circulante são mais líquidos que os dos demais grupos de contas do ativo. 8. Diferencie os três grupos de contas que compõem o ativo permanente. Resposta: O ativo permanente é formado por três grupos de contas: a) Imobilizado, b) Investimentos e c) Diferido. a) Ativo Imobilizado é composto pelo valor de bens e direitos que são utilizados na atividade operacional da empresa. Exemplos: Terrenos, edificações, máquinas, equipamentos, instalações, móveis e utensílios, marcas e patentes, obras em andamento, veículos. b) Investimentos são as participações permanentes em outras empresas e outros direitos de longo prazo que não se destinam à atividade operacional da empresa. Exemplos: as ações que uma empresa controladora possui de uma subsidiária. c) Diferido registra gastos de ações que irão proporcionar benefícios em exercícios sociais futuros. Exemplos: gastos com desenvolvimento de produtos, gastos com pesquisas, despesas de reorganização e gastos pré-operacionais. 9. Do ponto de vista do ativo permanente explique os conceitos de amortização e exaustão. 3 Administração Financeira, Segunda Edição Resposta: Amortização é o gasto correspondente à perda do valor do capital aplicado na aquisição de direitos da propriedade industrial ou comercial e quaisquer outros com existência ou exercício de duração limitada, ou cujo objeto sejam bens de utilização por prazo legal ou contratualmente limitado. Exemplo: Gastos realizados por uma montadora de veículos, pré-operacionais, tais como, estruturação de um escritório de planejamento, despesas de viagens, telefonemas, representação, dentre outras, necessárias à instalação da fábrica. Exaustão é o gasto correspondente à perda do valor, decorrente da sua exploração, de direitos cujo objeto sejam recursos minerais ou florestais, ou bens aplicados nessa exploração. Exemplos: diminuição das reservas petrolíferas; redução das reservas de minério de ferro, pela exploração. 10. O que diferencia o ativo imobilizado bruto do líquido. Por que esses bens sofrem o processo de depreciação? Resposta: O Ativo Imobilizado Bruto, ou apenas Imobilizado é composto pelo valor de bens e direitos que são utilizados na atividade operacional da empresa. Terrenos, edificações, máquinas, equipamentos, instalações, móveis e utensílios, marcas e patentes, obras em andamento, veículos, são alguns dos itens que compõem o ativo imobilizado. Os gastos incorridos para a colocação em operação do bem imobilizado, como fretes e despesas de instalação, por exemplo, são incorporados ao seu valor. O Ativo Imobilizado Líquido é o resultado do valor contábil, descontada a depreciação, ou a amortização ou a exaustão, que representam a apropriação de uma despesa ou um custo, correspondente aos gastos de aquisição de bens, distribuídos ao longo de sua vida útil. Esses bens sofrem o processo de depreciação, pela perda decorrente de desgaste ou de utilidade por uso, ação da natureza ou obsolescência. Além de permitir a correta expressão do valor contábil, propicia a redução de imposto de renda. 11. O que representam os valores do Patrimônio Líquido? Resposta: Os valores do Patrimônio Líquido representam os direitos dos acionistas na empresa. São expressos como capital social, reservas, ações em tesouraria e lucros ou prejuízos acumulados. 12. Por que as empresas constituem reservas? Resposta: As empresas constituem reservas para reforçar o capital próprio e para propiciar oportunidades de desenvolvimento da empresa. 13. Demonstre como é o conceito da equação do balanço. 4 Administração Financeira, Segunda Edição Resposta: O Balanço Patrimonial representa os direitos, no Ativo e as obrigações e o patrimônio líquido, no Passivo. A diferença, que compõe o Patrimônio Líquido, é a soma dos aportes de recursos dos sócios, as reservas constituídas e os lucros gerados nas atividades da empresa e não distribuídos aos sócios. Assim temos: Equação do Balanço: Ativo = Passivo + Patrimônio Líquido14. O que significa, do ponto de vista contábil, o total de passivos ser maior do que o total de ativos? Resposta: Do ponto de vista contábil, o Passivo ser maior que o Ativo significa que a empresa deve a terceiros mais do que tem no seu patrimônio total. Significa ter um patrimônio líquido negativo, ou seja, a empresa não tem recursos suficientes para cobrir suas dívidas. 15. Qual a diferença temporal das informações constantes do Demonstrativo de resultado do Exercício e do Balanço Patrimonial, referentes ao mesmo ano fiscal? Resposta: O demonstrativo de resultados mostra como surge o lucro ou prejuízo da empresa em um período específico, normalmente um ano. Ao longo do ano as empresas elaboram as Demonstrações de Resultados mensais, com o auxílio dos meios eletrônicos de processamento de dados. O Balanço Patrimonial registra os direitos e obrigações da empresa numa determinada data. Portanto, a diferença é que o demonstrativo de resultados refere-se a um período de tempo e o balanço patrimonial é a fotografia de um momento determinado, normalmente fim do mês, fim do ano. 16. Por que as despesas financeiras devem ser consideradas após o resultado operacional? Resposta: As despesas financeiras, da mesma forma que as receitas financeiras, devem ser consideradas após o resultado operacional para permitir a análise das efetivas causas e efeitos. Em outras palavras, para se medir se uma empresa é lucrativa ou não em termos do negócio, devemos isolar os efeitos da forma como ela é financiada. Exemplo: podemos ter uma empresa com resultados operacionais muito bons e com prejuízos para os acionistas. Isto pode ocorrer se ela tiver um endividamento muito alto. É comum uma empresa comprar outra, com prejuízo, injetar capital e a adquirida passar a dar lucro. 17. Qual a utilidade da DOAR? 5 Administração Financeira, Segunda Edição Resposta: A Demonstração de Origens e Aplicações de Recursos (DOAR) procura estabelecer de onde vieram os recursos financeiros utilizados na empresa e onde foram aplicados. A DOAR tem grande utilidade para identificar a movimentação de recursos financeiros na empresa. A variação positiva ou negativa nas contas reflete onde estão sendo aplicados os recursos e de onde esses recursos estão vindo. Portanto, a DOAR é útil para a análise de políticas e estratégias da de investimento e de financiamento da empresa num determinado período. 18. Qual a principal diferença dos conceitos de lucro por ação entre a legislação brasileira e a dos EUA? Resposta: É o lucro líquido depois do IR e da CSL dele subtraído o montante destinado na forma de dividendos aos acionistas preferenciais. Sobre esse valor a Assembléia de Acionistas vai deliberar quanto distribuir como dividendos aos acionistas ordinários e quanto será retido na empresa, desde que respeitados os preceitos legais. Em tese, a legislação brasileira não permite dividendos aos acionistas ordinários maiores dos que os atribuídos aos acionistas preferenciais. 19. Qual a principal razão para que as empresas apresentem as Notas Explicativas nas demonstrações financeiras? Resposta: A principal razão para que as sociedades anônimas apresentem Notas Explicativas é dar transparência (integridade, autenticidade, precisão, sinceridade e relevância) aos acionistas e mercado da realidade empresarial. As notas explicativas fazem parte das demonstrações contábeis e as informações nelas contidas devem ser relevantes, complementares e/ou suplementares àquelas não suficientemente evidenciadas ou não constantes nas demonstrações contábeis propriamente ditas. Segundo a Comissão de Valores Mobiliários as notas explicativas vigentes compreendem dentre outras: ações em tesouraria, ágio/deságio, ajustes de exercícios anteriores, alteração de método ou critério contábil, arrendamento mercantil (leasing), ativo contingente, ativo diferido, benefícios a empregados, capacidade ociosa. 20. Apresente a Demonstração do Fluxo de Caixa de uma empresa qualquer. 6 Administração Financeira, Segunda Edição Resposta: Apresentamos abaixo: Quadro 3.12. Demonstração do Fluxo de Caixa 31/12/2003 Valores em $ 1.000 Descrição + Disponibilidades 1.082 Caixa 50 Depósitos à vista 400 Títulos Negociáveis 632 + Atividades Operacionais 865 Recebimentos operacionais de: 14.357 Vendas à vista 9.000 Vendas a prazo 5.357 Adiantamentos de clientes - Rendimentos de aplicações financeiras - Dividendos recebidos - Pagamentos operacionais a: (13.492) Fornecedores de matérias primas 4.200 Fornecedores de mercadorias 1.500 Adiantamentos a fornecedores - Salários e encargos 1.600 Tributos 1.440 Encargos financeiros 500 Outros pagamentos 4.252 - Atividades de investimento (2.150) Aplicações financeiras de médio e longo prazo - Ativos imobilizados ao custo 2.150 + Atividades de financiamento 1.285 Empréstimos bancários 687 Financiamentos e leasing - Recursos próprios 3.060 (-) dividendos pagos (2.462) = Fluxo de caixa líquido 1.082 21. Qual importância da publicação do Balanço Social? Resposta: A publicação do Balanço Social é muito importante para os grupos de relacionamento da empresa (stakeholders) - pessoas, outras empresas, organizações não governamentais – ONGs - instituições financeiras, governos, clientes e fornecedores, credores e devedores, acionistas e outros titulares de dívida, funcionários e vizinhos, governantes e ambientalistas – pois, baseados nas informações ali divulgadas, eles tomam suas decisões em relação à empresa. 22. Explique os conceitos dos Pontos de Equilíbrio Operacional, de Caixa e em moeda. Como o uso dos gráficos pode auxiliar na análise? Resposta: O ponto de equilíbrio operacional determina a quantidade de produção e venda de bens ou serviços, cujos custos totais e receitas operacionais totais provindas dessa quantidade são iguais, não havendo nem lucro nem prejuízo operacional. 7 Administração Financeira, Segunda Edição O Ponto de Equilíbrio de Caixa dará informação ao analista sobre a quantidade de produção e venda necessária para ocorra o equilíbrio entre as entradas e saídas de caixa. Os custos fixos são apropriados observando-se o regime de competência, que desconsidera a realização das respectivas saídas de caixa e têm incorporado os valores referentes à depreciação que não origina saída de caixa. Assim, se excluirmos dos custos os valores referentes à depreciação e outros custos que não representam saídas de caixa, teremos os valores referentes ao caixa necessário para a produção. Da mesma forma como se calcula o ponto de equilíbrio operacional em quantidades produzidas e vendidas, é possível calculá-lo em moeda (reais, dólares, etc.). Para isto basta-se utilizar o conceito de margem de contribuição, como na fórmula a seguir: F ROT CVT1PLO −⎟⎟⎠ ⎞⎜⎜⎝ ⎛ −= O uso dos gráficos facilita a visualização do que do comportamento dos custos fixos, variáveis e totais; das receitas e de onde cruzam as linhas das receitas totais e dos custos totais, determinando o ponto de equilíbrio. Embora os gráficos não permitam encontrar o PE com exatidão, eles nos dão uma boa idéia do que ocorre. 23. Conceitue alavancagem, alavancagem operacional, alavancagem financeira e alavancagem total ou combinada. Resposta: Alavancagem é o uso de ativos operacionais e/ou de recursos financeiros, com custos e despesas fixas, visando aumentar o retorno dos acionistas. Alavancagem operacional é o uso de ativosoperacionais, com custos e despesas fixas, com o objetivo de aumentar os lucros antes de juros e do imposto de renda. Alavancagem financeira é o resultado da existência de encargos financeiros fixos, para aumentar os efeitos de variações nos lucros antes de juros e imposto de renda (LAJIR) sobre os lucros por ações (LPA). Alavancagem total potencial de custos fixos, operacionais e financeiros, para aumentar o efeito das variações nas vendas sobre o lucro por ação. 24. Como são comparados os índices obtidos na análise das demonstrações financeiras? Resposta: Os índices podem ser comparados por padrões históricos e setoriais. As análises por padrões históricos envolvem: 9 Análises históricas que comparam a evolução dos índices de períodos anteriores com o período em análise; 9 Análises prospectivas que comparam os resultados projetados em função de objetivos e hipóteses de trabalho, com os resultados atuais e, até mesmo, anteriormente obtidos, indicando evoluções passíveis de serem aceitas ou não. As análises por padrões setoriais envolvem a comparação dos índices financeiros da empresa com a média do seu setor de atividade. A análise indica se a 8 Administração Financeira, Segunda Edição empresa apresenta resultados compatíveis com os obtidos pelas empresas que atuam no mesmo setor de atividade. Além da comparação histórica e setorial, os índices financeiros permitem a realização de análises horizontal e vertical. 9 Análise Horizontal - compara, em períodos de tempos consecutivos, a evolução dos valores das contas que compõem as demonstrações financeiras em análise como, por exemplo, a evolução dos valores em estoque nos últimos cinco anos em valores constantes. 9 Análise Vertical – compara, em períodos de tempos consecutivos, a evolução da composição percentual dos principais conjuntos de contas das demonstrações financeiras em análise, como, por exemplo, os índices de liquidez. 25. Escolha as demonstrações financeiras de uma Sociedade Anônima industrial, publicadas em jornal, para analisar a sua estrutura: a) Separe os grupos de contas da equação do Balanço. b) Separe as contas de ativo circulante, ativo permanente, passivo circulante, exigível de longo prazo e patrimônio líquido. Procure entender o significado de cada grupo de contas. Mostre as contas do Demonstrativo de Resultados do Exercício que se referem às atividades operacionais da empresa, à gestão financeira de curto prazo, ao resultado concreto aos acionistas. Resposta: Esta questão deve ser respondida por meio de trabalho em grupos. As equipes devem ter um tempo para buscar as demonstrações financeiras, preferencialmente de empresas que seja auditada. E o professor deve orientar o encaminhamento da solução. 26. Repita o exercício 25. só que agora escolha uma Sociedade Anônima que atue no comércio. Resposta: A resposta da questão 25 aplica-se aqui também. 27. Repita o exercício 26. para uma Sociedade Anônima prestadora de serviços. Resposta: A resposta da questão 25 aplica-se aqui também. 28. Conceitue e dê um exemplo do Sistema Du Pont. Resposta: Pelo Sistema Du Pont procura-se identificar, nas Demonstrações Financeiras, as áreas-chave do desempenho financeiro: a) Taxa de retorno sobre o ativo total (TRAT) ou Taxa de retorno sobre o patrimônio líquido (TRPL); e b) a margem líquida. TRAT = Margem líquida x Giro do ativo total 9 Administração Financeira, Segunda Edição totalativo IRapóslíquidolucro totalativo vendasx vendas IRapóslíquidolucroTRAT == Esta fórmula detalhada permite que se evidencie a relevância de cada um dos dois fatores. Se fizéssemos a simplificação da fórmula, perderíamos esta informação preciosa. Exemplo: 10% x 2,5 vezes = 25% O cálculo para se obter a Taxa de Retorno sobre o Patrimônio Líquido (TRPL) utiliza a relação líquidopatrimônio IRapóslíquidolucro líquidopatrimônio totalpassivox totalativo IRapóslíquidolucroTRPL == Exemplo: 9% x 3,0 vezes = 27%. A grande contribuição trazida pelo sistema Du Pont foi a possibilidade de se visualizar de modo claro qual dos fatores afeta mais a rentabilidade da empresa, a margem ou o giro. Os supermercados, por exemplo, optaram por margens baixas e giros altos. 29. Conceitue e demonstre a importância do EVA. Resposta: O Economic Value Added (EVA) mede o desempenho financeiro da empresa ou de um investimento que está sendo avaliado. O objetivo é saber se os resultados da empresa ou os previstos no investimento estarão contribuindo para aumentar a riqueza dos proprietários. Para se calcular o EVA é preciso conhecer o Lucro operacional após os impostos, o valor total do capital empregado ou o investimento – capitais aplicados em ativos permanentes e nos ativos circulantes - e os custos dos capitais utilizados, calculados através da média ponderada. O exemplo a seguir demonstra a importância de se obter o EVA: 1) Calcula-se o Custo Médio de Capital O cálculo do Custo Médio e Ponderado de Capital utiliza os valores dos capitais empregados, próprios e de terceiros e os respectivos custos, sendo os custos dos capitais de terceiros após o IR, como no exemplo a seguir: Quadro 3.17. Cálculo do Custo Médio e Ponderado de Capital Origem Tipo de capital Valor Participação Custo Custo ponderado Próprio Ações Ordinárias $ 400.000 50% 16% 8,0% Terceiros Debêntures $ 200.000 25% 12% 3,0% Terceiros Financiamento $ 200.000 25% 17% 4,5% Totais $ 800.000 100% 15,5% 2) Abate-se do LAJIR a remuneração do capital, no caso, 15,5%. 10 Administração Financeira, Segunda Edição Lucro operacional após os impostos 200.000 (-) Custo total de capital (15,5% x $ 800.000) 124.000 (=) Valor Econômico Adicionado (EVA) 76.000 O exemplo utiliza o Custo Médio e Ponderado de Capital, anteriormente calculado, de 15,5% e investimento de $800.000. O professor deve comentar com os alunos que a importância da adoção do conceito de EVA é que ele permite aos acionistas verificarem que, na verdade, a empresa criou um valor de $76.000 e não de R$ 200.000, como se poderia pensar usando outro método. Isto ocorre, porque ele desconta o custo de oportunidade do investimento, do LAJIR. Outro comentário importante a ser feito é sobre os ajustes que se fazem necessários pra se determinar o investimento efetivamente realizado na empresa, os quais não trataremos aqui. 30. Conceitue e demonstre a importância do LAJIDA. Resposta: O LAJIDA é um indicador de desempenho que mede a capacidade da empresa gerar recursos provenientes de suas atividades operacionais. Além disso, demonstra o resultado operacional livre de encargos decorrentes de despesas financeiras, imposto de renda e contribuição social, e depreciação e/ou outros encargos escriturais, tais como amortização e exaustão. O Quadro a seguir ilustra a diferença entre o Lucro líquido após o imposto de renda: Quadro Comparativo entre a DRE e o LAJIDA da Vinhedo S.A. – Resultados de 2003. Valores em $ 1.000 DRE LAJIDA Receita Operacional Bruta 26.000 26.000 Deduções da Receita Bruta (5.143) (5.143) Receita Operacional Líquida 20.857 20.857 Custo dos Produtos Vendidos (11.000) (11.000) Lucro Bruto 9.857 9.857 Despesas Operacionais (4.857) (1.070) - Despesas com Vendas (280) (280) - Despesas Gerais e Administrativas (790) (790) - Depreciação (3.787) 3.787 Lucro Operacional 5.000 12.574 Despesas Financeiras (500) Lucro Antes do Imposto de Renda 4.500 11 Administração Financeira, Segunda Edição Imposto de Renda (1.440) Lucro Líquido após IR 3.060 LAJIDA 12.574 A importânciade se ter o cálculo do LAJIDA é poder visualizar a geração de caixa operacional da empresa. Em outras palavras, quanto a empresa gera de caixa, antes de pagar juros e imposto de renda. Para muitas empresas, particularmente multinacionais de capital intensivo, com muita tecnologia e grandes endividamentos, o LAJIDA permite a comparação de resultados operacionais das diferentes plantas. 12 Administração Financeira, Segunda Edição MMAANNUUAALL DDOO PPRROOFFEESSSSOORR CCAAPPÍÍTTUULLOO 44 –– OO VVAALLOORR DDOO DDIINNHHEEIIRROO NNOO TTEEMMPPOO O Manual do professor deste Capítulo é formado de quatro partes; Parte 1. Correções de eventuais erros da edição, primeira impressão. Parte 2. Respostas das questões apresentadas no final do Capítulo. Arquivo: MANUAL DO PROFESSOR QUESTÕES CAP 4.pdf Parte 3. Resolução dos exercícios de final de Capítulo. Arquivo: MANUAL DO PROFESSOR EXERCÍCIOS CAP 4.pdf Parte 4. Arquivo em separado de slides de apresentação do Capítulo (em power point). Arquivo: MANUAL DO PROFESSOR CAP 4.ppt Parte 2. Respostas das questões apresentadas no final do Capítulo 1. Qual a principal diferença entre capitalização simples e capitalização composta? Resposta: A capitalização composta cobra juros sobre os juros incorporados na dívida e a capitalização simples não. A capitalização simples calcula os juros sobre o montante inicial emprestado e a capitalização composta calcula o juro sobre o saldo devedor a cada período. 2. Qual a utilidade de se desenhar a linha do tempo na resolução de um problema de Valor do Dinheiro no Tempo? Resposta: Representar graficamente o problema e identificar todos os elementos fornecidos e os que devem ser calculados. 3. O que são taxas equivalentes? Resposta: São taxas de juros que se referem a períodos diferentes, mas remuneram o capital da mesma forma. 4. Em que situações é preciso calcular as taxas equivalentes? 1 Administração Financeira, Segunda Edição Resposta: Quando o período em que a taxa de juros é fornecida não coincide com o período de capitalização solicitado. 5. Por que não existem tabelas financeiras para séries de pagamentos não uniformes? Resposta: Porque os fatores de cálculo dos juros mudam a cada período. 6. Por que as tabelas financeiras estão caindo em desuso? Resposta: Porque os recursos tecnológicos para cálculo estão ficando mais sofisticados. 7. Por que as planilhas eletrônicas e softwares financeiros ajudam nos cálculos financeiros? Resposta: Calculadoras financeiras, planilhas eletrônicas e softwares específicos substituem os cálculos algébricos necessários à mensuração do Valor do Dinheiro no Tempo. 8. Por que todas as situações e cálculos desse capítulo são considerados condições de certeza? Resposta: Porque não existem dúvidas quanto à certeza dos valores e dos retornos. Em outras palavras, não se considera a possibilidade de variabilidade nos retornos. 2 Administração Financeira, Segunda Edição MMAANNUUAALL DDOO PPRROOFFEESSSSOORR CCAAPPÍÍTTUULLOO 55 –– RRIISSCCOO EE RREETTOORRNNOO O Manual do professor deste Capítulo é formado de quatro partes; Parte 1. Correções de eventuais erros da edição, primeira impressão. Parte 2. Respostas das questões apresentadas no final do Capítulo. Arquivo: MANUAL DO PROFESSOR QUESTÕES CAP 5.pdf Parte 3. Resolução dos exercícios de final de Capítulo. Arquivo: MANUAL DO PROFESSOR EXERCÍCIOS CAP 5.pdf Parte 4. Arquivo em separado de slides de apresentação do Capítulo (em power point). Arquivo: MANUAL DO PROFESSOR CAP 5.ppt Parte 2. Respostas das questões apresentadas no final do Capítulo 1. Qual a diferença entre risco e incerteza na avaliação de um projeto de investimento? Resposta: Risco é a possibilidade de prejuízo financeiro ou, mais formalmente, a variabilidade de retorno associado a determinado ativo. Incerteza é a situação de dúvida ou insegurança de se obter um resultado, sem forma de quantificar as possibilidades de ocorrência das situações positivas ou negativas. No caso de risco pode-se estabelecer uma probabilidade de ocorrer ou não determinado resultado e com isto pondera-se a melhor decisão. No caso de incerteza, é impossível estabelecer qualquer probabilidade. Se existe 80% de probabilidade de se obter um resultado de R$ 100.000, pode- se multiplicar este valor pela probabilidade e encontrar um resultado esperado de R$ 80.000. E, tomar uma decisão. No caso da incerteza, não. 2. Cite e explique os tipos de risco, conforme sua origem. Resposta: Há três tipos de riscos num investimento: risco do empreendimento; risco do negócio e risco país. 1 Administração Financeira, Segunda Edição Risco do empreendimento é o risco de associado à condução do empreendimento. Estão relacionados a escolhas administrativas da gerência da empresa, conforme ilustrado no quadro abaixo. Área da empresa Tipo de escolha Administração da produção Fornecedores, matérias primas, processos produtivos, equipamentos utilizados. Marketing Estratégias de Mercado, posicionamento de produto, escolhas de canal de distribuição. Recursos Humanos Escolha da gerência e do pessoal operacional, treinamento de funcionários, nível salarial. Logística Localização da indústria e dos pontos de venda, política de estoques. Finanças Políticas de preço, crédito e cobrança, endividamento e investimento. Risco do negócio está relacionado às atividades da empresa, mas afeta a todas as empresas do ramo, concorrentes diretos e próximos. Alguns exemplos são mostrados no quadro abaixo. Risco Exemplo Retração da demanda do produto Produtos de moda Escassez de matéria prima Trigo: quebra de safra Concorrência de produtos importados Automóveis de luxo Obsolescência tecnológica Transmissão de mensagens por Pagers Impacto das ondas de fusões e aquisições Supermercados Risco país está associado às decisões de política econômica; às leis do país; às condições de estabilidade econômica e inflacionária; à balança de pagamentos, e uma série enorme de aspectos econômicos, políticos e sociais. 3. Qual a relação entre o risco e o retorno? Resposta: Ao realizar um investimento o gestor financeiro está assumindo riscos. Por assumir maior ou menor risco, este investidor estabelece o prêmio que deve cobrar. Portanto, o quanto de risco ele vai assumir depende do retorno esperado. É natural esperar que quanto maior o risco assumido, maior seja o retorno esperado do investimento. Essa relação risco-retorno está representada graficamente a seguir. risco/retorno 0% 5% 10% 15% 0% 10% 20% 30% 40% 50% risco re to rn o 2 Administração Financeira, Segunda Edição 4. Como se classifica o retorno? Resposta: Pode-se classificar o retorno de três formas: • Retorno Esperado: (ex-ante) remuneração que os investidores solicitam para manter suas aplicações no ativo considerado. • Retorno Exigido: em um mercado eficiente, corresponde ao retorno esperado. • Retorno Real: (ex-post) é o retorno efetivo do investimento ou da aplicação. O retorno do investimento, tanto em ativos físicos como em títulos, tem duas origens: o valor do ativo e o fluxo de caixa esperado. Pode-se calcular esses retornos aplicando-se a seguinte expressão algébrica: k = ( Pt - Pt-1 + Ct ) / Pt-1 k retorno esperado Pt preço do ativo no tempo t Pt-1 preço do ativo no tempo t-1 Ct caixa ou fluxo recebido do ativono período t 5. O que é o desvio padrão, como ele se relaciona com a variância? Resposta: Desvio padrão é a média dos desvios observada numa série de eventos. Caso somássemos, porém, todos os desvios encontrados, para mais e para menos, encontraríamos um desvio muito próximo de zero, se não zero. Para fugir dessa situação, os matemáticos criaram a variância, que procura observar quanto os valores efetivamente praticados fogem da média. Para tanto utiliza- se a fórmula: σ2 = ∑ ( xi - μ)2 . P(xi) onde: σ2 variância ( xi - μ)2 Quadrado da distância entre o valor verificado e a média obtida P(xi) Freqüência de ocorrência do valor xi ∑ Somatório Como o resultado da variância é dado na segunda potência, ou na forma quadrática, é necessário extrair a raiz quadrada desse número para se ter um valor na mesma unidade de medida da média. E assim, portanto, encontra-se o desvio-padrão. Em outras palavras, o desvio-padrão é a raiz quadrada da variância. ______________ σ = √ ∑ ( xi - μ)2. P(xi) O desvio-padrão é utilizado em finanças como sendo o valor do risco, quando as decisões são tomadas a partir das médias. Ou seja, quando uma decisão é tomada porque a média esperada do retorno é satisfatória, o risco envolvido é o desvio-padrão dessa série de retornos. Quanto maior o desvio padrão, maior o risco. 3 Administração Financeira, Segunda Edição 6. O que é volatilidade? Qual sua importância para os cálculos de retorno? Resposta: Volatilidade representa as flutuações dos eventos em torno de um denominador comum. Estatisticamente a média é o denominador comum e o desvio-padrão é a medida da flutuação. Quanto mais as observações fogem da média, maior o desvio- padrão e maior a volatilidade. Citando o exemplo do capítulo, podemos dizer que as taxas cobradas pelos 96 bancos são menos voláteis, dp= 0,12% do que as taxas cobradas pelos seis bancos, dp = 0,27%. 7. O que é probabilidade? Como é utilizada na criação de cenários? Resposta: Probabilidade é a expressão percentual de o evento ocorrer. É a forma de se medir as chances de que o evento esperado ocorra. Normalmente o administrador financeiro cria cenários dos prováveis acontecimentos que interferem na decisão financeira e lhes atribui probabilidades de ocorrência. Em decisões em condição de certeza existe 100% de probabilidade de que o resultado esperado corresponda ao resultado verificado. Nesses casos o risco inexiste, pois o retorno esperado é igual ao retorno verificado. Em decisões em condições de incerteza, o estabelecimento de cenários é importante, pois não se sabe com certeza qual é o retorno esperado. Desta forma, os principais fatores que influenciam o resultado esperado podem ser reunidos em cenários, aos quais são atribuídas probabilidades de ocorrência. Normalmente os cenários são elaborados para situações de: 8. Como se elaboram cenários? Resposta: Em decisões em condições de incerteza, o estabelecimento de cenários é importante, para se tentar projetar o retorno esperado. Desta forma, os principais fatores que influenciam o resultado esperado podem ser reunidos em cenários, aos quais são atribuídas probabilidades de ocorrência. Normalmente os cenários são elaborados para situações de: • Períodos de normalidade econômica, recessão e crescimento. • Perspectivas otimistas, pessimistas e normais. • Situações de “se-então”: 9 se o político A vencer as eleições, então o resultado esperado é X, se o B vencer, o resultado é Y. 9 se a lei C for aprovada, o resultado esperado é W, se não for aprovada, o resultado é Z. 9 se chover até K milímetros, o resultado esperado é M, se chover mais de K milímetros, o resultado esperado é N. ( A medida de chuvas é 4 Administração Financeira, Segunda Edição importante para usinas hidrelétricas, empreendimentos turísticos e atividades agrícolas). Aos cenários elaborados são relacionados resultados esperados. O resultado final esperado, em condição de incerteza, é a multiplicação da probabilidade de ocorrência do cenário esperado pelo resultado a ele relacionado. A tabela a seguir mostra um exemplo para um hotel de lazer: Cenário Hóspedes Probabilidade resultado muita chuva 130 0,4 52 pouca chuva 190 0,6 114 Num médio de hóspedes esperados 166 O hotel de lazer sabe que historicamente em férias com muita chuva registram- se, em média 130 hóspedes por dia, e em férias com pouca chuva, 190. Para as próximas férias existe 40% de possibilidade de chover muito e 60% de possibilidade de chover pouco. μ= 0,4 x 130 +0,6 x 190 = 166 Portanto, o número médio ponderado de hóspedes esperados é de 166. Se o valor da diária é de $100,00 por dia, espera-se um faturamento diário médio de $ 16.000. Se chover muito o faturamento médio diário deve cair para $ 5.200 e se “São Pedro ajudar” o faturamento diário sobe para $ 19.000. 9. O que é covariância? Como é utilizada no cálculo de retorno de uma carteira? Resposta: Covariância é uma medida do grau de relação entre duas variáveis. Representar como as variáveis estão relacionadas significa saber como uma varia, quando a outra varia. O cálculo da covariância é feito multiplicando-se as diferenças em relação aos retornos esperados de cada uma das variáveis consideradas. Cov ( A, B ) = (Am– A) x ( Bm – B) Onde A = retorno esperado da ação A. Am = retorno médio da Ação A B = retorno esperado da Ação B. Bm = retorno médio da Ação B No exemplo dos cenários da carteira de ações, as covariâncias verificadas são: 5 Administração Financeira, Segunda Edição Covariância: diferença em relação ao retorno esperado produto das Ponderação das A e B ação A Ação B diferenças diferenças (0,10- 0,08)= 2% 2% 0,040% 0,010% (0,08- 0,08)= 0% 0% 0,000% 0,000% (0,06-0,08)= - 2% -2% 0,040% 0,010% cov(Ra,Rb) 0,020% covariância: diferença em relação ao retorno esperado produto das Ponderação das A e C ação A ação C diferenças diferenças 2% -2% -0,040% -0,010% 0% 0% 0,000% 0,000% -2% 2% -0,040% -0,010% cov(Ra,Rc) −0,020% covariância: diferença em relação ao retorno esperado produto das Ponderação das B e C ação B ação C diferenças diferenças 2% -2% -0,040% -0,010% 0% 0% 0,000% 0,000% -2% 2% -0,040% -0,010% cov(Rb,Rc) −0,020% As ações A e B apresentam covariância positiva de 0,02%, e as ações A e C e B e C apresentam covariância negativa de -0,02%. Isto significa dizer que as ações a e B variam da mesma forma, enquanto a ação C varia deforma inversa. Essa carteira está relativamente diversificada. 10. O que são os modelos CAPM e APT? 6 Administração Financeira, Segunda Edição Resposta: Ambos são modelos para otimização dos retornos dos investimentos em títulos e operações do mercado financeiro. O MODELO CAPM O modelo CAPM é a associação dos riscos não diversificáveis ao retorno de todos os ativos. O coeficiente Beta É o índice do grau da variação do retorno em função das flutuações no retorno de mercado. É a medida da volatilidade da ação em relação à de uma ação média. O coeficiente beta considerado para o mercado é igual a 1. Coeficientes beta positivos representam ativos que se movimentam na mesma direção do mercado. Coeficientes negativos indicam movimentação oposta. a bc a) Beta igual a 1: o título tem seus retornos variando junto com os retornos do mercado. b) Beta menor do que 1: os retornos do título variam menos do que os retornos do mercado. c) Beta maior do que 1: os retornos do título oscilam mais do que os retornos do mercado. O gráfico: SML a linha do mercado de títulos É a ilustração gráfica dos retornos exigidos de um ativo a cada nível de risco. É uma reta que em um plano XY tem: • O eixo das ordenadas representando o retorno exigido e o eixo das abscissas representando o risco não diversificável. • O gráfico abaixo assemelha-se ao apresentado anteriormente par a relação risco retorno, as diferenças são: • Retorno livre de risco: o ponto onde a linha de mercado corta o eixo y representa o mínimo retorno exigido, o seja, o retorno livre de risco. • O retorno que importa é o retorno não diversificável. 7 Administração Financeira, Segunda Edição SML bm Risco não diversificável bz Prêmio pelo risco de mercado Rf km kz R e t o r n o Prêmio pelo risco do ativo Z A equação k1 = Rf + [ bj x (km - Rf)] onde: k1 retorno exigido sobre o ativo j Rf taxa de retorno livre de risco. Comparada ao retorno de um título do Tesouro bj coeficiente beta, variabilidade do retorno da ação em relação ao mercado km retorno de mercado; retorno sobre a carteira de ativos de mercado Exemplo de aplicação Vamos calcular o retorno exigido de uma ação, utilizando o modelo do CAPM. As premissas do modelo são respeitadas; o retorno livre de risco é de 6% ao ano; o retorno de mercado é 12% ao ano e o beta da ação é 0,8. k1 = Rf + [ bj x (km - Rf)] k1 = 0,06 + [ 0,8*( 0,12-0,06)] :. k1 = 10,8 O retorno esperado da ação é de 10,8 % ao ano. A decisão deve ser baseada nas oportunidades existentes no mercado. Supondo que a melhor oportunidade disponível no mercado seja de 10% ao ano, esta ação deve ser adquirida. 8 Administração Financeira, Segunda Edição O MODELO APT O modelo é construído baseado nos fatores que podem influenciar os retornos das ações e da carteira. Por exemplo, o fator taxa de câmbio impacta no mercado como um todo, mas impacta diferentemente em cada ação. Empresas muito dependentes de importação são mais afetadas por elevações na taxa de câmbio do que empresas supridas pelo mercado interno. O modelo é dito modelo fatorial, porque os riscos que impactam nos retornos são divididos em fatores. Um modelo de um único fator é aquele em que apenas um fator de risco é considerado, por exemplo, inflação. A equação k = k1 + β1 F1 + β2 F2 + βn F n onde: k Taxa observada de retorno no mês k1 Taxa de retorno esperada do ativo β1 Índice da variação da ação ou da carteira ao fator 1. F1 Fator de risco 1 β2 Índice da variação da ação ou da carteira ao fator 2. F2 Fator de risco 2 βn Índice da variação da ação ou da carteira ao fator n. F n Fator de risco n O número de fatores pode variar de acordo com a sofisticação do modelo. Para facilitar os cálculos, considera-se o modelo com um único fator. Exemplo: Imagine uma ação cujos retornos foram estudados durante uma série de 20 anos e modelos econométricos estabeleceram que os principais fatores de influência nos retornos da ação são o nível de atividade da economia e o nível de emprego. Os índices de variação estão indicados no quadro abaixo: 0,75 Índice da variação da ação em relação ao nível de atividade da economia 0,85 Índice de variação da ação em relação ao nível de emprego Represente essas informações no modelo APT. k = k1 + 0,75 F1 + 0,85 F2 Para utilizar esse modelo no cálculo do retorno do ativo, em determinado ano, considere que os fatores se comportam conforme o próximo quadro, e então calcule o retorno esperado: 0,05 Taxa de retorno esperada do ativo, retorno médio do setor 0,02 Aumento no índice de atividade da economia 0,01 Aumento no índice do nível de emprego k = 0,05 + 0,75 x 0,02 + 0,85 x 0,01 :. k = 0,0735 :. k = 7,35% O retorno esperado dessa ação é de 7,35%. 11. Como os riscos são considerados no modelo CAPM e no APT? 9 Administração Financeira, Segunda Edição Resposta: O modelo CAPM considera dois tipos de risco: a) Risco sistemático (não diversificável), inerente à economia como um todo. b) Risco não sistemático (diversificável), relativo ao risco de cada um dos papéis da carteira; O modelo APT considera também considera dois tipos de risco: a) Risco sistemático: é a reação de todos os retornos do mercado a um determinado fator. b) Risco não sistemático: é a reação do retorno de determinada empresa ao comportamento de determinado fator. A peculiaridade do risco nos modelo de arbitragem é que o risco não é o de mercado como um todo, mas o risco é composto por uma série de fatores que interferem no retorno do mercado e dos ativos. 10 Administração Financeira, Segunda Edição MMAANNUUAALL DDOO PPRROOFFEESSSSOORR CCAAPPÍÍTTUULLOO 77 –– CCUUSSTTOO DDEE CCAAPPIITTAALL EE EESSTTRRUUTTUURRAA DDEE CCAAPPIITTAALL O Manual do professor deste Capítulo é formado de quatro partes; Parte 1. Correções de eventuais erros da edição, primeira impressão. Parte 2. Respostas das questões apresentadas no final do Capítulo. Arquivo: MANUAL DO PROFESSOR QUESTÕES CAP 7.pdf Parte 3. Resolução dos exercícios de final de Capítulo. Arquivo: MANUAL DO PROFESSOR EXERCÍCIOS CAP 7.pdf Parte 4. Arquivo em separado de slides de apresentação do Capítulo (em power point). Arquivo: MANUAL DO PROFESSOR CAP 7.ppt Parte 2. Respostas das questões apresentadas no final do Capítulo 1. Conceitue custo de capital e explique como cada um dos fatores utilizados na fórmula utilizada para calculá-lo afetam a sua determinação. Em sua opinião, quais são as diferenças fundamentais do cálculo do custo de capital numa grande, média ou pequena empresa? O que ocorrerá se a empresa subestimar ou sub-avaliar o custo de capital em suas decisões de investimentos? Resposta: Custo de capital é o retorno que os acionistas ou financiadores exigem por investirem capital na empresa. Pela fórmula o custo de capital é dado pelos juros acrescidos dos dividendos, dividido pelo valor de mercado da empresa, ou seja, é igual ao retorno sobre o capital investido. Os juros, se muito altos, aumentam o custo de capital, assim como os dividendos. O contrário também é verdadeiro, quanto menores os juros e dividendos, menor o custo de capital. O valor de mercado da empresa mantém-se praticamente constante, já que é baseado nos seus bens tangíveis e, principalmente, nos intangíveis. As diferenças fundamentais entre o custo de capital de empresas grandes e pequenas é que as empresas grandes oferecem menor risco aos seus investidores; oferecendo garantias mais eficientes, com isso estarão pagando menores juros. As empresas pequenas, por terem estatisticamente maior risco, terão um maior custo de capital. Se subestimar o custo de capital, uma empresa poderá decepcionar seus acionistas, pois os dividendos pagos serão menores. E se a mesma superavalia-lo, bons projetos serão abandonados devido aos altos custos com os juros. 1 Administração Financeira, Segunda Edição 2. Por que o capital próprio precisa ser remunerado? Que importância tem o capital próprio na avaliação do risco financeiro de uma empresa? Comente a relação risco versus retorno no custo de capital da empresa. Resposta:
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