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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ 
DISCIPLINA: MERCADO FINANCEIRO 
Prof. Marcelo P. Leite 
 
1 
SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL (SFN) 
 
O nosso atual “Sistema Financeiro Nacional” (SFN) começou a ter sua estrutura básica organizada a 
partir de 31/12/1964, com a promulgação da Lei nº 4.595, que tinha por objetivo construir no país um 
sistema financeiro nos moldes dos principais sistemas financeiros internacionais, principalmente com base 
no modelo Norte-Americano, que era composto por diversas instituições que executavam cada uma, 
diferentes atividades de forma especializada. Sendo, para isso, necessário reformular totalmente o sistema 
que até então existia, assim, a estrutura hoje em funcionamento é o resultado de um processo contínuo de 
correção, adequação e aprimoramento das instituições que o compõem, o qual pode ser observado pela 
seqüência de regulamentações que se sucederam a partir da Lei 4.595. Iniciando-se com a Lei nº 4.728, de 
14/07/1965, que realizou uma série de reformas que resultariam na constituição da estrutura básica do que 
são hoje tanto as Instituições, os Intermediários e os Auxiliares Financeiros (públicas ou privadas, com sede 
ou autorizadas a funcionarem no país), quanto do Mercado de Capitais
1
, e que se seguiu pelo surgimento dos 
bancos múltiplos (regulamentados a partir de 1988)
2
 e pela constante regulamentação das atividades do setor 
financeiro pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) e o Banco Central do Brasil (BCB). 
 
Nesta nova estrutura que se começava a construir, o sistema financeiro deveria ser dotado de 
instituições capazes de regulamentar e supervisionar as atividades desenvolvidas por seus integrantes sem se 
envolver nas transações realizadas no mercado financeiro. Assim, esta estrutura foi dividida inicialmente em 
três subsistemas que teriam composições e atribuições próprias: 
i. Subsistema Normativo – composto pelas Autoridades Monetárias e pelas Autoridades de Apoio 
que eram as responsáveis pela regulamentação, regulação e supervisão das atividades desenvolvidas 
pelos integrantes do sistema e pela formulação, desenvolvimento e realização da política monetária 
do país; 
 
ii. Subsistema Operativo – composto pelas “Instituições Financeiras Monetárias” e pelas 
“Instituições Financeiras Não-Monetárias”, onde as primeiras eram as responsáveis pela realização 
da captação dos recursos monetários junto ao público em geral (depósitos à vista), enquanto as 
demais tinham por atribuição a realização das operações financeiras ativas e passivas negociadas a 
juros na economia (depósitos a prazo); e 
 
1 Uma regulamentação posterior, ainda no Governo Militar, a Lei nº 6.385, de 07/12/1976, tratou especificamente da 
estrutura do Mercado de Valores Mobiliários e criou a Comissão de Valores Mobiliários – CVM. 
2 A configuração do Sistema Financeiro Nacional (SFN), desenhada a partir de 1964, sofreu uma mudança de enfoque 
a partir da edição de Resolução 1524, de 21.09.88. De um enfoque assentado na visão de um sistema financeiro 
formado por instituições especializadas, condicionadas pela regulamentação a praticarem uma faixa restrita de 
operações, tomou-se o rumo para outro tipo, mais próximo do sistema constituído pelas chamadas "instituições 
universais". Neste, as instituições, embora diferenciadas entre si na organização funcional e administrativa, na 
condução dos negócios e na escala de operações, apresentam em comum o fato de, independentemente dessas 
diferenças, poderem oferecer todos os serviços financeiros. (http://www.bcb.gov.br/htms/deorf/e88-
2000/texto.asp?idpai=RELSFN19882000) 
UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ 
DISCIPLINA: MERCADO FINANCEIRO 
Prof. Marcelo P. Leite 
 
2 
iii. Subsistema Distribuidor de Títulos e Valores Mobiliários – tinha na sua composição as 
instituições que atuam como auxiliares financeiros executando as operações que envolvem a 
intermediação dos títulos de valores mobiliários, que possuem uma natureza distinta dos títulos 
financeiros a juros, negociados pelas instituições financeiras. Pois, estes são títulos emitidos por S.A. 
e tem seu rendimento relacionado aos resultados operacionais obtidos pelas empresas que os emitiu, 
ou de acordo com a variação no valor de seus ativos, ou, ainda, de acordo com uma taxa de 
rendimento pactuada. 
 
→ Em conjunto com estes “Subsistemas”, outros “agentes” passaram, também, a fazer parte da “Estrutura do 
SFN”: 
 
– Instituições Não Financeiras Integrantes do SFN: composto por um conjunto de instituições que fazem 
parte do SFN, por possuírem obrigações de manter depósitos (em dinheiro e/ou títulos financeiros públicos e 
privados) dos seus clientes ou membros junto às instituições financeiras e terem as suas atividades 
relacionadas às atividades desenvolvidas por estes agentes financeiros, são componentes que não são 
instituições financeiras, mas que passaram a integrá-lo. 
 
Divisão Atual da Estrutura do Sistema Financeiro Nacional (BCB_2016) 
 
– “Órgãos Normativos”: são os órgãos colegiados que determinam as regras gerais para o 
funcionamento do Sistema Financeiro Nacional (SFN) – Conselho Monetário Nacional (CMN); 
Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP) e Conselho Nacional de Previdência Complementar 
(CNPC). 
– “Entidades Supervisoras”: são entidades governamentais autônomas (Autarquias) que tem por 
atribuição zelar para que os integrantes do sistema financeiro sigam as regras definidas pelos órgãos 
normativos – Banco Central do Brasil (BCB); Comissão de valores Mobiliários (CVM); 
Superintendência de Seguros Privados (SUSEP) e Superintendência Nacional de Previdência 
Complementar (PREVIC). 
– “Operadores”: são todos os participantes do sistema financeiro, agentes financeiros ou não, que lidam 
diretamente com o público, realizando as operações de intermediação de moeda e crédito, de capitais e de 
câmbio, além, do conjunto de agentes que são responsáveis pelas operações nos mercados de seguros 
privados e de previdência fechada. Estes são os agentes que possuem a prerrogativa exclusiva de realizarem 
as diferentes operações que constituem o Mercado Financeiro junto ao público em geral. sendo constituídos 
pelos “Bancos e Caixas Econômicas”, “Cooperativas de Crédito”, “Administradoras de Consórcios”, 
“Corretoras e Distribuidoras”, “Demais Instituições não bancárias”, “Bolsas de Valores” e “Bolsas de 
Mercadorias e Futuros”, “Seguradoras e Resseguradores”, “Entidades Abertas de Previdência” e “Entidades 
Fechadas de Previdência Complementar”, “Sociedades de Capitalização” e, mesmo não compondo a 
estrutura do SFN, as “Instituições de pagamento”. 
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DISCIPLINA: MERCADO FINANCEIRO 
Prof. Marcelo P. Leite 
 
3 
Como estes operadores podem ser constituídos a partir de diferentes formas organizacionais, podemos 
apresentá-los da seguinte forma: 
I. Instituições Financeiras Captadoras de depósitos à vista: instituições que possuem “carteira comercial”, 
ou seja, a capacidade de captarem recursos monetários na forma corrente (conta corrente) junto ao público 
em geral (não financeiro), livremente movimentável, sem a fixação de uma remuneração a juros e/ou um 
determinado prazo de vencimento. Ficando estes recursos monetários sob sua guarda, em nome do 
correntista ou cooperado (titular da conta corrente). 
– Bancos Múltiplos com carteira comercial; 
– Bancos Comerciais; 
– Caixa Econômica Federal; 
– Cooperativas de Crédito. 
II. Demais Instituições Financeiras: são as instituições que por não possuírem “carteira comercial” não 
podem captar depósitos à vista, realizando suas captações de recursos através de depósitos de poupança, 
depósitos a prazo e demais títulos financeiros
3
. Estes instrumentosde captação são títulos financeiros 
emitidos por estas instituições em troca de recursos monetários junto ao público, a partir de um compromisso 
de rendimento na forma de uma taxa de juros, fixada de acordo com o valor da captação e o prazo de 
vencimento. 
– Bancos Múltiplos sem carteira comercial; 
– Bancos de Investimento; 
– Bancos de Desenvolvimento; 
– Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES); 
– Bancos de Câmbio; 
– Sociedades de Crédito, de Financiamento e de Investimento (Financeiras); 
– Sociedades de Crédito Imobiliário4; 
– Companhias Hipotecárias; 
– Agência de fomento. 
 
III. Intermediários Financeiros: são agentes financeiros que atuam no mercado financeiro intermediando 
a negociação de títulos e valores mobiliários entre investidores e tomadores de recursos, e operações 
entre clientes e bancos, comprando e vendendo moedas estrangeiras para seus clientes. 
– Sociedades (ou Companhias) corretoras de Títulos e Valores Mobiliários (CTVM ou CCVM) e 
Sociedades distribuidoras de Títulos e Valores Mobiliários (DTVM); 
– Sociedades corretoras de câmbio. 
 
3 Além dos tradicionais depósitos a prazo, CDB e RDB, são, também, títulos financeiros emitidos com taxa de juros e 
prazo de vencimento, as letras de câmbio, as letras imobiliárias, as letras hipotecárias, as letras de crédito imobiliário 
(LCI) e as letras de crédito do agronegócio (LCA). 
4 Não captam recursos do público e atuam somente na condição de repassadoras. 
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DISCIPLINA: MERCADO FINANCEIRO 
Prof. Marcelo P. Leite 
 
4 
IV. Instituições não financeiras: são pessoas jurídicas (empresas), prestadoras de serviços, que mesmo não 
sendo “instituições financeiras” possuem suas atividades regulamentadas e supervisionadas pelas Entidades 
Supervisoras do SFN, pois reúnem, guardam, movimentam e controlam recursos monetários. 
– Instituições de pagamento5; 
– Associações de Poupança e Empréstimo; 
– Administradoras de consórcio; 
– Bolsas de valores e Bolsas de mercadorias e futuros; 
– Seguradoras e Ressegoradores; 
– Sociedades de capitalização; 
– Entidades abertas de previdência complementar; 
– Entidades fechadas de previdência complementar (Fundos de pensão); 
– Sociedade de arrendamento mercantil; 
– Sociedade de crédito ao microempreendedor. 
 
 
AUTORIDADES MONETÁRIAS: 
→ são instituições que possuem a capacidade de estabelecer e executar as normas de formulação da política 
monetária e da política de crédito do país, controlando o volume de moeda em circulação – a oferta 
monetária – M (os meios de pagamento em poder dos agentes econômicos), bem como as condições de 
crédito e de financiamento na economia. 
 
CONSELHO MONETÁRIO NACIONAL (CMN) 
BANCO CENTRAL DO BRASIL (BCB) 
 
Conselho Monetário Nacional (CMN) 
 
O Conselho Monetário Nacional (CMN) – órgão colegiado ao Ministério da Fazenda - é o órgão 
deliberativo máximo do Sistema Financeiro Nacional. Ao CMN compete: estabelecer as diretrizes gerais das 
políticas monetária, cambial e creditícia; regular as condições de constituição, funcionamento e fiscalização 
das instituições financeiras e disciplinar os instrumentos de política monetária e cambial. 
O CMN é constituído pelo Ministro da Fazenda (como seu Presidente), Ministro do Planejamento, 
Orçamento e Gestão e pelo Presidente do Banco Central do Brasil (Bacen). Os serviços de secretaria do 
CMN são exercidos pelo Bacen
6
. 
 
5 As Instituições de Pagamento não compõem a estrutura do SFN, mas são reguladas e fiscalizadas pelo BCB, 
conforme diretrizes estabelecidas pelo CMN. 
6 Os membros do CMN reúnem-se uma vez por mês para deliberarem sobre assuntos relacionados as suas 
competências. Em casos extraordinários pode acontecer mais de uma reunião por mês. As matérias aprovadas são 
regulamentadas por meio de Resoluções, normativo de caráter público, sempre divulgado no Diário Oficial da União e 
na página de normativos do Banco Central do Brasil. 
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DISCIPLINA: MERCADO FINANCEIRO 
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5 
Junto ao CMN funciona a Comissão Técnica da Moeda e do Crédito (Comoc), composta pelo 
Presidente do Bacen, na qualidade de Coordenador, pelo Presidente da Comissão de Valores Mobiliários 
(CVM), pelo Secretário Executivo do Ministério do Planejamento e Orçamento, pelo Secretário Executivo 
do Ministério da Fazenda, pelo Secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, pelo Secretário 
do Tesouro Nacional do Ministério da Fazenda e por quatro diretores do Bacen, indicados por seu 
Presidente. 
Está previsto o funcionamento também junto ao CMN de comissões consultivas de Normas e 
Organização do Sistema Financeiro, de Mercado de Valores Mobiliários e de Futuros, de Crédito Rural, de 
Crédito Industrial, de Crédito Habitacional e para Saneamento e Infra-Estrutura Urbana, de Endividamento 
Público e de Política Monetária e Cambial. 
 Sendo, portanto, o órgão máximo de todo o sistema financeiro nacional. Dentre as suas atribuições 
destacamos: 
 adaptar o volume dos meios de pagamento às reais necessidades da economia (autorização de 
emissão de papel moeda – de acordo com Art. 112 do Decreto nº 93.872, de 23/12/1986), 
aprovando o orçamento monetário elaborado pelo Banco Central; 
 regular o valor interno e externo da moeda e o equilíbrio do balanço de pagamentos; 
 orientar a aplicação dos recursos das instituições financeiras, propiciar o aperfeiçoamento destas 
instituições e dos instrumentos financeiros, regulando suas condições de constituição, 
funcionamento e fiscalização; 
 zelar pela liquidez e solvência das instituições financeiras, fixando os coeficientes dos encaixes 
obrigatórios (Depósitos Compulsórios) dos Depósitos à Vista e Depósitos a Prazo, regulando as 
Operações de Redesconto; 
 coordenar as políticas monetária, creditícia, orçamentária e da dívida pública interna e externa, 
estabelecendo as diretrizes do Banco Central para operações com títulos públicos (Decreto nº 
93.872, de 23/12/1986). 
 
 
Banco Central do Brasil (BCB ou Bacen) 
 
O Banco Central do Brasil, autarquia federal integrante do Sistema Financeiro Nacional, foi criado 
em 31.12.64, com a promulgação da Lei nº 4.595
7
. 
Antes da criação do Banco Central, o papel de autoridade monetária era desempenhado pela 
Superintendência da Moeda e do Crédito - SUMOC, pelo Banco do Brasil - BB e pelo Tesouro Nacional. 
A SUMOC, criada em 1945 com a finalidade de exercer o controle monetário e preparar a 
organização de um banco central, tinha a responsabilidade de fixar os percentuais de reservas obrigatórias 
dos bancos comerciais, as taxas do redesconto e da assistência financeira de liquidez, bem como os juros 
 
7 Criado originalmente como “Banco Central da República do Brasil”, teve sua denominação alterada conforme o 
Decreto-Lei nº 278, de 28/02/1967. 
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6 
sobre depósitos bancários. Além disso, supervisionava a atuação dos bancos comerciais, orientava a política 
cambial e representava o País junto a organismos internacionais. 
 O Banco do Brasil desempenhava as funções de banco do governo, mediante o controle das 
operações de comércio exterior, o recebimento dos depósitos compulsórios e voluntários dos bancos 
comerciais e a execução de operações de câmbio em nome de empresas públicas e do Tesouro Nacional, de 
acordo com as normas estabelecidas pela SUMOC e pelo Banco de Crédito Agrícola, Comercial e Industrial. 
O Tesouro Nacional era, até então, o órgão responsável pela emissão de papel-moeda.Após a criação do Banco Central buscou-se dotar a instituição de mecanismos voltados para o 
desempenho do papel de "bancos dos bancos". Em 1985 foi promovido o reordenamento financeiro 
governamental com a separação das contas e das funções do Banco Central, Banco do Brasil e Tesouro 
Nacional. Em 1986 foi extinta a conta movimento e o fornecimento de recursos do Banco Central ao Banco 
do Brasil passou a ser claramente identificado nos orçamentos das duas instituições, eliminando-se os 
suprimentos automáticos que prejudicavam a atuação do Banco Central. 
O processo de reordenamento financeiro governamental se estendeu até 1988, quando as funções de 
autoridade monetária foram transferidas progressivamente do Banco do Brasil para o Banco Central, 
enquanto as atividades atípicas exercidas por esse último, como as relacionadas ao fomento e à 
administração da dívida pública federal, foram transferidas para o Tesouro Nacional. 
A Constituição Federal de 1988 estabeleceu dispositivos importantes para a atuação do Banco 
Central, dentre os quais se destacam o exercício exclusivo da competência da União para emitir moeda e a 
exigência de aprovação prévia pelo Senado Federal, em votação secreta, após argüição pública, dos nomes 
indicados pelo Presidente da República para os cargos de presidente e diretores da instituição. Além disso, 
vedou ao Banco Central a concessão direta ou indireta de empréstimos ao Tesouro Nacional. 
A Constituição de 1988 prevê ainda, em seu artigo 192, a elaboração de Lei Complementar do 
Sistema Financeiro Nacional, que deverá substituir a Lei 4.595/64 e redefinir as atribuições e estrutura do 
Banco Central do Brasil. 
Sendo, portanto, o principal executor das orientações do Conselho Monetário Nacional e responsável 
por garantir o poder de compra da moeda nacional, tendo por objetivos: 
 zelar pela adequada liquidez da economia; 
 manter as reservas internacionais em nível adequado; 
 estimular a formação de poupança; 
 zelar pela estabilidade e promover o permanente aperfeiçoamento do sistema financeiro. 
 
Dentre suas atribuições estão: 
 emitir papel-moeda e moeda metálica; 
 executar os serviços do meio circulante; 
 receber recolhimentos compulsórios e voluntários das instituições financeiras e bancárias; 
 realizar operações de redesconto e empréstimo às instituições financeiras; 
 regular a execução dos serviços de compensação de cheques e outros papéis; 
 efetuar operações de compra e venda de títulos públicos federais; 
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7 
 exercer o controle de crédito; 
 exercer a fiscalização das instituições financeiras; 
 autorizar o funcionamento das instituições financeiras; 
 estabelecer as condições para o exercício de quaisquer cargos de direção nas instituições 
financeiras; 
 vigiar a interferência de outras empresas nos mercados financeiros e de capitais e 
 controlar o fluxo de capitais estrangeiros no país. 
Com sede em Brasília, capital do País, tem representações nas capitais dos Estados do Rio Grande do 
Sul, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Ceará e Pará. 
 
 
Fonte: http://www.bcb.gov.br/?SFNCOMP em 22/02/2016. 
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8 
ORGÃOS NORMATIVOS: 
– Representados pelo CMN, o Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP), instituído pelo Decreto-Lei 
nº 73/66, e o Conselho Nacional de Previdência Complementar (CNPC), instituído pela Lei nº 12.154, de 23 
de dezembro de 2009. 
ENTIDADES SUPERVISORAS: 
– Representadas pelo BCB, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a Superintendência de Seguros 
Privados (Susep) e a Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc). 
Comissão de Valores Mobiliários (CVM) 
 
A CVM, autarquia federal vinculada ao Ministério da Fazenda, possui caráter normativo e têm 
poderes para disciplinar, normatizar e fiscalizar a atuação dos diversos integrantes do mercado de capitais. 
As Leis que criaram a CVM (6385 de 07/12/76) e as “Sociedades por Ações” (6404 de 15/12/76) objetivam 
disciplinar o funcionamento do mercado de valores mobiliários, principalmente ações e debêntures, e a 
atuação de seus protagonistas, classificados em: – companhias abertas, – intermediários financeiros, – Bolsas 
de Valores e – investidores; além de outros agentes cuja suas atividades giram em torno desses negócios. O 
seu poder normatizador abrange todas as matérias referentes ao mercado de valores mobiliários. 
A CVM não exerce julgamento de valor em relação a qualquer informação divulgada pelas 
companhias de capital aberto, incluindo as suas demonstrações contábeis. Zela, entretanto, pela sua 
regularidade e confiabilidade e, para tanto, normatiza e exige a sua padronização. A Lei atribui a CVM 
competência para apurar, julgar e punir irregularidades eventualmente cometidas no mercado. Diante de 
qualquer suspeita a CVM pode iniciar um inquérito administrativo, através do qual, recolhe informações, 
toma depoimentos e reúne provas com vistas a identificar claramente o responsável por práticas ilegais, 
oferecendo-lhe, a partir da acusação, amplo direito de defesa. 
Cabe a CVM, entre outras, disciplinar as seguintes matérias: 
 registro de companhias abertas; 
 registro de distribuições de valores mobiliários; 
 credenciamento de auditores independentes e administradores de carteiras de valores mobiliários; 
 organização, funcionamento e operações das bolsas de valores; 
 negociação e intermediação no mercado de valores mobiliários; 
 administração de carteiras e a custódia de valores mobiliários; 
 suspensão ou cancelamento de registros, credenciamentos ou autorizações; 
 suspensão de emissão, distribuição ou negociação de determinado valor mobiliário ou decretar recesso 
de bolsa de valores. 
 
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9 
Superintendência de Seguros Privados (Susep) 
A SUSEP é o órgão responsável pelo controle e fiscalização dos mercados de seguro, previdência 
privada aberta, capitalização e resseguro. Autarquia vinculada ao Ministério da Fazenda foi criada pelo 
Decreto-lei nº 73, de 21 de novembro de 1966, que também instituiu o Sistema Nacional de Seguros 
Privados, do qual fazem parte o Conselho Nacional de Seguros Privados - CNSP
8
, o IRB Brasil 
Resseguros S.A. (IRB Brasil Re), as sociedades autorizadas a operar em seguros privados e capitalização, as 
entidades de previdência privada aberta e os corretores habilitados. Com a edição da Medida Provisória nº 
1940-17, de 06.01.2000, o CNSP teve sua composição alterada. 
Composição Atual do CNSP: 
MINISTRO DA FAZENDA – Presidente; SUPERINTENDENTE DA SUSEP – Vice-Presidente 
Substituto; Representante do Ministério da Justiça; Representante do Ministério da Previdência e Assistência 
Social; Representante do Banco Central do Brasil; Representante da Comissão de Valores Mobiliários. 
Atribuições da SUSEP: 
 - Fiscalizar a constituição, organização, funcionamento e operação das Sociedades Seguradoras, de 
Capitalização, Entidades de Previdência Privada Aberta e Resseguradores (que são entidades constituídas 
sob a forma de sociedades anônimas, que têm por objeto exclusivo a realização de operações de resseguro e 
retrocessão), na qualidade de executora da política traçada pelo CNSP; 
 - Atuar no sentido de proteger a captação de poupança popular que se efetua através das operações de 
seguro, previdência privada aberta, de capitalização e resseguro; 
 - Zelar pela defesa dos interesses dos consumidores dos mercados supervisionados; 
 - Promover o aperfeiçoamentodas instituições e dos instrumentos operacionais a eles vinculados, com vistas 
à maior eficiência do Sistema Nacional de Seguros Privados e do Sistema Nacional de Capitalização; 
 - Promover a estabilidade dos mercados sob sua jurisdição, assegurando sua expansão e o funcionamento 
das entidades que neles operem; 
 - Zelar pela liquidez e solvência das sociedades que integram o mercado; 
 - Disciplinar e acompanhar os investimentos daquelas entidades, em especial os efetuados em bens 
garantidores de provisões técnicas; 
 - Cumprir e fazer cumprir as deliberações do CNSP e exercer as atividades que por este forem delegadas; 
 - Prover os serviços de Secretaria Executiva do CNSP. 
Atribuições do CNSP: 
 - Fixar diretrizes e normas da política de seguros privados; 
 - Regular a constituição, organização, funcionamento e fiscalização dos que exercem atividades 
subordinadas ao Sistema Nacional de Seguros Privados, bem como a aplicação das penalidades previstas; 
 
8
 O Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP) é o órgão normativo das atividades securitícias do país, foi criado 
pelo Decreto-Lei nº 73, de 21 de novembro de 1966, que também institucionalizou o Sistema Nacional de Seguros 
Privados, do qual o CNSP é o órgão de cúpula. Constituem-se atribuições do CNSP, fixar as diretrizes e normas da 
política governamental para os segmentos de Seguros Privados e Capitalização, e, com o advento da Lei nº 6.435, de 
15 de julho de 1977, dos agentes de Previdência Privada, no âmbito das entidades abertas. 
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DISCIPLINA: MERCADO FINANCEIRO 
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10 
 - Fixar as características gerais dos contratos de seguro, previdência privada aberta, capitalização e 
resseguro; 
 - Estabelecer as diretrizes gerais das operações de resseguro; 
 - Conhecer dos recursos de decisão da SUSEP e do IRB
9
; 
 - Prescrever os critérios de constituição das Sociedades Seguradoras, de Capitalização, Entidades de 
Previdência Privada Aberta e Resseguradores, com fixação dos limites legais e técnicos das respectivas 
operações; 
 - Disciplinar a corretagem do mercado e a profissão de corretor. 
 
Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc) 
Superintendência Nacional de Previdência Complementar – PREVIC foi criada, inicialmente, pelo 
Governo Federal através da Medida Provisória nº 233, de 30/12/2004, para substituir a Secretaria de 
Previdência Complementar (SPC), um órgão do Ministério da Previdência Social, que possuía a 
responsabilidade de fiscalizar as atividades das Entidades Fechadas de Previdência Complementar (fundos 
de pensão)
10
, para, com isso, aumentar a estabilidade jurídica do órgão responsável por fiscalizar e 
supervisionar a constituição e as atividades dos fundos de pensão – previdência fechada – e fortalecer o 
setor. Tendo, assim, a atribuição de aprovar seus estatutos e convênios, observando, inclusive, as diretrizes 
estabelecidas pelo Conselho Monetário Nacional e pelo Conselho Nacional de Previdência Complementar 
(CNPC) – que é um órgão colegiado que integra a estrutura do Ministério da Previdência Social e cuja 
competência é regular o regime de previdência complementar operado pelas entidades fechadas de 
previdência complementar (EFPC), os fundos de pensão. 
O CNPC é presidido pelo Ministro da Previdência Social e composto por representantes da 
Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc), da Secretaria de Políticas de Previdência 
Complementar (SPPC), da Casa Civil da Presidência da República, dos Ministérios da Fazenda e do 
Planejamento, Orçamento e Gestão, das entidades fechadas de previdência complementar, dos 
patrocinadores e instituidores de planos de benefícios das entidades fechadas de previdência complementar e 
dos participantes e assistidos de planos de benefícios das referidas entidades. 
 
9
 O IRB foi criado em 1939 como uma sociedade de economia mista, jurisdicionada ao Ministério do Trabalho, da 
Indústria e do Comércio, com o objetivo de regular o cosseguro, o resseguro e a retrocessão, além de promover o 
desenvolvimento das operações de seguros no País. Até 1948, as operações do IRB com o exterior se limitavam à 
cessão de responsabilidades. Em agosto de 1996, o Congresso Nacional aprovou a quebra de monopólio para a 
atividade de resseguro no Brasil, delegada, até então, exclusivamente ao IRB. Um ano depois, o Instituto de 
Resseguros do Brasil foi transformado em IRB-Brasil Resseguros S.A (IRB-Brasil Re), sob a forma de sociedade 
anônima de economia mista, com controle acionário da União (total das ações ordinárias). Ao lado da União, fazem 
parte da sua composição acionária, com a maioria das ações preferenciais, a BB Seguros Participações S.A., a 
Bradesco Auto Re Companhia de Seguros, a Itaú Seguros S.A., a Itaú Vida e Previdência S.A. e o Fundo de 
Investimento em Participações Caixa Barcelona. Juntos, tais acionistas detêm mais de 90% do capital social da 
empresa. A Lei Complementar nº 126, de 15 de janeiro de 2007, estabeleceu as diretrizes para a abertura do mercado 
de resseguros. 
10 As entidades fechadas de previdência complementar (EFPC), os fundos de pensão, são organizadas sob a forma de 
fundação ou sociedade civil, sem fins lucrativos e são acessíveis, exclusivamente, aos empregados de uma empresa ou 
grupo de empresas ou aos servidores da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, entes denominados 
patrocinadores ou aos associados ou membros de pessoas jurídicas de caráter profissional, classista ou setorial, 
denominados instituidores. As entidades de previdência fechada são regidas pela Lei Complementar 109, de 29 de maio 
de 2001. 
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11 
A PREVIC foi constituída como uma autarquia de natureza especial, tendo autonomia administrativa 
e financeira, patrimônio próprio, e sendo vinculada ao Ministério da Previdência Social. Em 2004, esta 
autarquia chegou a operar por cinco meses, mas foi derrubada em 2005 quando o Senado não votou a 
Medida Provisória 233 que a criou, o que obrigou o Governo a retornar estas atribuições para a SPC, até que 
em 2009, com a Lei nº 12.154, de 23 de dezembro de 2009, a PREVIC foi “criada” novamente, retomando 
todas as suas funções. 
 
OPERADORES 
(Sistema de Intermediação Financeira) 
 
O Sistema de Intermediação Financeira, representado pelos “operadores” apontados na atual estrutura do 
SFN do BCB, é composto pelos agentes, financeiros ou não, que têm por função processar a intermediação 
dos recursos monetários, de capitais, seguros privados e de previdência, aberta ou fechada, disponíveis no 
sistema econômico. Desta forma, são os agentes econômicos que lidam diretamente com o público, 
supervisionadas pelas “entidades” correspondentes a cada segmento. 
 
1) Bancos e caixas econômicas: estão divididos entre as Instituições Financeiras captadoras de depósito à 
vista (também chamadas de Instituições Bancárias ou Monetárias) e as Demais Instituições Financeiras (não 
captadoras de depósito à vista). 
 
1.a) Instituições Financeiras
11
 captadoras de depósito à vista (também chamadas de Instituições Bancárias ou 
Monetárias): são as Instituições Financeiras que possuem “carteira comercial” e que, por isso, são 
captadoras dos recursos na forma de moeda em poder do público, livremente movimentáveis, sem 
remuneração e prazo de resgate (vencimento), ou seja, “depósitos à vista”. Com isso, estas Instituições 
possuem a capacidade de criar/multiplicar moeda escritural, por trabalharem com um sistema de reservas 
fracionárias, que lhes permite manter em caixa apenasparte dos depósitos que recebem do público. São elas: 
 - Bancos Múltiplos com carteira comercial; 
 - Bancos Comerciais; 
 - Caixa Econômica Federal; 
 
 - Bancos Múltiplos com carteira comercial: os bancos múltiplos são instituições financeiras privadas ou 
públicas que realizam as operações ativas, passivas e acessórias das diversas instituições financeiras, por 
intermédio das seguintes carteiras: comercial (abertura de contas correntes), de investimento e/ou de 
desenvolvimento, de crédito imobiliário, de arrendamento mercantil e de crédito, financiamento e 
investimento. Essas operações estão sujeitas às mesmas normas legais e regulamentares aplicáveis às 
instituições singulares correspondentes às suas carteiras. A carteira de desenvolvimento somente poderá ser 
operada por banco público. O banco múltiplo deve ser constituído com, no mínimo, duas carteiras, sendo 
uma delas, obrigatoriamente, comercial ou de investimento, e ser organizado sob a forma de sociedade 
anônima. As instituições com carteira comercial podem captar depósitos à vista. Na sua denominação social 
deve constar a expressão "Banco" (Resolução CMN 2.099, de 1994). 
 
11 De acordo com o Art. 25 da Lei 4.595, de 31/12/1964, as instituições financeiras privadas, exceto as cooperativas 
de crédito, devem ser constituídas unicamente sob a forma de sociedade anônima. 
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12 
 - Bancos Comerciais: os bancos comerciais são instituições financeiras privadas ou públicas que têm como 
objetivo principal proporcionar suprimento de recursos necessários para financiar, a curto e a médio prazos, 
o comércio, a indústria, as empresas prestadoras de serviços, as pessoas físicas e terceiros em geral. A 
captação de depósitos à vista, realizada através de sua “carteira comercial”, que são recursos monetários 
livremente movimentáveis, é atividade típica do banco comercial, o qual pode também captar depósitos a 
prazo. Deve ser constituído sob a forma de sociedade anônima e na sua denominação social deve constar a 
expressão "Banco" (Resolução CMN 2.099, de 1994). 
 - Caixa Econômica Federal: a Caixa Econômica Federal, criada em 1861, está regulada pelo Decreto-Lei 
759, de 12 de agosto de 1969, como empresa pública vinculada ao Ministério da Fazenda. Trata-se de 
instituição assemelhada aos bancos comerciais, podendo captar depósitos à vista, realizar operações ativas 
e efetuar prestação de serviços. Uma característica distintiva da Caixa é que ela prioriza a concessão de 
empréstimos e financiamentos a programas e projetos nas áreas de assistência social, saúde, educação, 
trabalho, transportes urbanos e esporte. Pode operar com crédito direto ao consumidor, financiando bens de 
consumo duráveis, emprestar sob garantia de penhor industrial e caução de títulos, bem como tem o 
monopólio do empréstimo sob penhor de bens pessoais e sob consignação e tem o monopólio da venda de 
bilhetes de loteria federal. Além de centralizar o recolhimento e posterior aplicação de todos os recursos 
oriundos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), integra o Sistema Brasileiro de Poupança e 
Empréstimo (SBPE) e o Sistema Financeiro da Habitação (SFH). Atualmente, não há no Brasil caixas 
econômicas estaduais, existindo, apenas a CEF. 
 
1.b) Demais Instituições Financeiras - Instituições Financeiras Não Bancárias ou Não Monetária: são as 
“demais” instituições financeiras que não podem recolher depósitos à vista junto ao público em geral, 
obtendo seus recursos através da venda de títulos e, que por isso, não tem a capacidade de criar/multiplicar 
moeda escritural, realizando apenas a intermediação de moeda entre os agentes. Representadas por: 
 
– Bancos Múltiplos sem carteira comercial; 
– Bancos de Investimento; 
– Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES); 
– Bancos de Desenvolvimento; 
– Bancos de Câmbio. 
 
 - Bancos Múltiplos sem carteira comercial: são os bancos múltiplos, instituições financeiras, que não 
possuem na sua composição Bancos Comerciais e, logo, carteira comercial, podendo ser composto pelas 
seguintes carteiras: de investimento e/ou de desenvolvimento, de crédito imobiliário, de arrendamento 
mercantil e de crédito, financiamento e investimento. Tendo também que ser constituído com, no mínimo, 
duas carteiras, sendo uma delas, obrigatoriamente, de investimento, e ser organizado sob a forma de 
sociedade anônima. Como não possuem carteira comercial não podem captar depósitos à vista. Na sua 
denominação social deve constar a expressão "Banco" (Resolução CMN 2.099, de 1994). 
 
 - Bancos de Investimento: os bancos de investimento são instituições financeiras privadas especializadas 
em operações de participação societária de caráter temporário, de financiamento da atividade produtiva para 
suprimento de capital fixo e de giro e de administração de recursos de terceiros. Devem ser constituídos sob 
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13 
a forma de sociedade anônima e adotar, obrigatoriamente, em sua denominação social, a expressão "Banco 
de Investimento". Não possuem contas correntes (carteira comercial) e captam recursos via depósitos a 
prazo, repasses de recursos externos, internos e venda de cotas de fundos de investimento por eles 
administrados. As principais operações ativas são financiamento de capital de giro e capital fixo, subscrição 
ou aquisição de títulos e valores mobiliários, depósitos interfinanceiros e repasses de empréstimos externos 
(Resolução CMN 2.624, de 1999). 
 - Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES): O BNDES, criado em 1952 como 
autarquia federal, foi enquadrado como uma empresa pública federal, com personalidade jurídica de direito 
privado e patrimônio próprio, pela Lei 5.662, de 21 de junho de 1971. O BNDES é o banco de 
desenvolvimento que cumpre o papel de ser o principal instrumento do Governo Federal, que é o seu 
Controlador e Regulador
12
, para o financiamento de longo prazo e investimento em todos os segmentos da 
economia brasileira. Sendo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) 
diretamente responsável pela supervisão de suas atividades. O BNDES tem como objetivo apoiar 
empreendimentos que contribuam para o desenvolvimento do país. Suas linhas de apoio contemplam 
financiamentos de longo prazo e custos competitivos, para o desenvolvimento de projetos de investimentos e 
para a comercialização de máquinas e equipamentos novos, fabricados no país, bem como para o incremento 
das exportações brasileiras. Contribui, também, para o fortalecimento da estrutura de capital das empresas 
privadas e desenvolvimento do mercado de capitais. A BNDESPAR, subsidiária integral, investe em 
empresas nacionais através da subscrição de ações e debêntures conversíveis. O BNDES considera ser de 
fundamental importância, na execução de sua política de apoio, a observância de princípios ético-ambientais 
e assume o compromisso com os princípios do desenvolvimento sustentável. As linhas de apoio financeiro e 
os programas do BNDES atendem às necessidades de investimentos das empresas de qualquer porte e setor, 
estabelecidas no país. A parceria com instituições financeiras, com agências estabelecidas em todo o país, 
permite a disseminação do crédito, possibilitando um maior acesso aos recursos do BNDES. 
 
 - Bancos de Desenvolvimento: são instituições financeiras controladas pelos governos estaduais, e têm 
como objetivo precípuo proporcionar o suprimento oportuno e adequado dos recursos necessários ao 
financiamento, a médio e a longo prazos, de programas e projetos que visem apromover o desenvolvimento 
econômico e social do respectivo Estado. A carteira de desenvolvimento somente poderá ser operada por 
banco público. As operações passivas são depósitos a prazo, empréstimos externos, emissão ou endosso de 
cédulas hipotecárias, emissão de cédulas pignoratícias de debêntures e de Títulos de Desenvolvimento 
Econômico. As operações ativas são empréstimos e financiamentos, dirigidos prioritariamente ao setor 
privado. Devem ser constituídos sob a forma de sociedade anônima, com sede na capital do Estado que 
detiver seu controle acionário, devendo adotar, obrigatória e privativamente, em sua denominação social, a 
expressão "Banco de Desenvolvimento", seguida do nome do Estado em que tenha sede (Resolução CMN 
394, de 1976). 
 
12 As atividades de Controle e Regulação são realizadas através do Ministério da Fazenda (via, Comissão de Valores 
Mobiliários, Conselho Monetário Nacional, Secretaria do Tesouro Nacional, Superintendência de Seguros Privados e 
Secretaria da Receita Federal), do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior e do Ministério do 
Planejamento e Gestão (via Departamento de Coordenação e Governança das Empresas Estatais - DEST). 
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14 
 - Bancos de Câmbio: os bancos de câmbio são instituições financeiras autorizadas a realizar, sem 
restrições, operações de câmbio e operações de crédito vinculadas às de câmbio, como financiamentos à 
exportação e importação e adiantamentos sobre contratos de câmbio, e ainda a receber depósitos em contas 
sem remuneração, não movimentáveis por cheque ou por meio eletrônico pelo titular, cujos recursos sejam 
destinados à realização das operações acima citadas. Devem ser constituídos sob a forma de sociedade 
anônima e na sua denominação deve constar a expressão "Banco de Câmbio" (Res. CMN 3.426, de 2006). 
 
2) Cooperativas de Crédito: as cooperativas de crédito são instituições financeiras formadas pela associação 
de pessoas para prestar serviços financeiros exclusivamente aos seus associados. Os cooperados são ao 
mesmo tempo donos e usuários da cooperativa, participando de sua gestão e usufruindo de seus produtos e 
serviços. Nas cooperativas de crédito, os associados encontram os principais serviços disponíveis nos 
bancos, como conta-corrente, aplicações financeiras, cartão de crédito, empréstimos e financiamentos. Desta 
forma, por possuírem carteira comercial, estas instituições podem captar depósitos à vista, equiparando-se 
as “Instituições Financeiras captadoras de depósito à vista”. As cooperativas de crédito devem adotar, 
obrigatoriamente, em sua denominação social, a expressão "Cooperativa", vedada a utilização da palavra 
"Banco". As cooperativas de crédito
13
, assim como os Bancos cooperativos
14
, são autorizadas e 
supervisionadas pelo Banco Central do Brasil (BCB). De acordo com sua regulamentação, cada associado 
têm poder igual de voto independentemente da sua cota de participação no capital social da cooperativa, os 
direitos e deveres de todos são iguais e a adesão é livre e voluntária. Além disso, estas instituições não visam 
lucros, sendo o resultado positivo da cooperativa, chamado de “sobra”, repartido entre os cooperados em 
proporção com as operações que cada associado realiza com a cooperativa. Assim, os ganhos voltam para a 
comunidade dos cooperados. No entanto, assim como partilha das sobras, o cooperado está sujeito a 
participar do rateio de eventuais perdas, em ambos os casos na proporção dos serviços usufruídos
15
. 
 
3) Demais instituições não bancárias: 
 
– Agências de Fomento; 
– Associações de Poupança e Empréstimo; 
 
13 A Resolução do CMN nº 4.434, de 05/08/2015, consolida as normas relativas à constituição e ao funcionamento de 
cooperativas de crédito. 
14 As instituições financeiras cooperativas podem ser encontradas em forma de Cooperativas de Crédito ou de Bancos 
Cooperativos. A constituição de Bancos cooperativos foi autorizada pela Resolução do CMN n° 2.788/2000, mediante 
o controle acionário de cooperativas centrais (as quais devem deter no mínimo 51% das ações com direito a voto), com 
objetivo de possibilitar o acesso aos produtos e serviços bancários não disponíveis às cooperativas de crédito, tais 
como acesso à câmara de compensação de cheques, aos créditos oficiais, à reserva bancária e ao mercado 
interfinanceiro. Sendo instituições distintas das cooperativas de crédito, pois, oferecem produtos e serviços financeiros 
tanto para não sócios, quanto para seus associados, e, são constituídas sob a forma de sociedades anônimas (SA), 
podendo ter ações negociações no mercado de capitais. Contudo, no Brasil, estas Instituições Financeiras são 
constituídas como sociedades anônimas de capital fechado (não negociadas em bolsa de valores). São dois os bancos 
cooperativos existentes: BANCOOB – Banco Cooperativo do Brasil S.A. e BANCO SICREDI – Banco Cooperativo 
Sicredi S.A. 
15 Os depósitos em cooperativas de crédito têm a proteção do Fundo Garantidor do Cooperativismo de Crédito 
(FGCoop). Esse fundo, regulamentado pela Resolução do CMN nº 4.150, de 30/10/2012, garante os depósitos e os 
créditos mantidos nas cooperativas singulares de crédito e nos bancos cooperativos em caso de intervenção ou 
liquidação extrajudicial dessas instituições. Atualmente, o valor limite dessa proteção é o mesmo em vigor para os 
depositantes dos bancos no Fundo Garantidor de Crédito (FGC). 
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15 
– Companhias Hipotecárias; 
– Sociedades de Crédito Imobiliário; 
– Sociedades de Crédito, de Financiamento e de Investimento (Financeiras); 
– Sociedades de arrendamento mercantil (Leasing); 
– Sociedades de Crédito ao Microempreendedor. 
 
 - Agências de Fomento: têm como objeto social a concessão de financiamento de capital fixo e de giro 
associado a projetos na Unidade da Federação onde tenham sede. Entre os potenciais beneficiários do 
financiamento (operações ativas) estão projetos de infraestrutura, profissionais liberais e micro e pequenas 
empresas. A agência de fomento pode inclusive abrir linhas de crédito para municípios de seu estado, 
voltadas para projetos de interesse da população. Excepcionalmente, quando o empreendimento visar 
benefícios de interesse comum, as agências de fomento podem prestar assistência a programas e projetos 
desenvolvidos em estado limítrofe à sua área de atuação. Devendo ser constituídas sob a forma de sociedade 
anônima de capital fechado e estar sob o controle de Unidade da Federação, sendo que cada Unidade só 
pode constituir uma agência. Tais entidades têm status de instituição financeira, mas não podem captar 
recursos junto ao público, recorrer ao redesconto, ter conta de reserva no Banco Central, contratar depósitos 
interfinanceiros na qualidade de depositante ou de depositária e nem ter participação societária em outras 
instituições financeiras. De sua denominação social deve constar a expressão "Agência de Fomento" 
acrescida da indicação da Unidade da Federação controladora. É vedada a sua transformação em qualquer 
outro tipo de instituição integrante do Sistema Financeiro Nacional. As agências de fomento devem 
constituir e manter, permanentemente, fundo de liquidez equivalente, no mínimo, a 10% do valor de suas 
obrigações, a ser integralmente aplicado em títulos públicos federais. (Resolução CMN nº 2.828, de 
30/03/2001). 
 
 - Associações de Poupança e Empréstimo: as associações de poupança e empréstimo são constituídas sob a 
forma de sociedade civil, sendo de propriedade comum de seus associados. Suasoperações ativas são, 
basicamente, direcionadas ao mercado imobiliário e ao Sistema Financeiro da Habitação (SFH). As suas 
operações passivas são constituídas, além dos depósitos de poupança, nas formas de: letras hipotecárias 
(LH), repasses e refinanciamentos contraídos no País, empréstimos e financiamentos contraídos no exterior, 
letras de crédito imobiliário (LCI), letra financeira e depósitos interfinanceiros (LFDI). Os depositantes 
dessas entidades são considerados acionistas da associação e, por isso, não recebem rendimentos, mas 
dividendos. (Resolução CMN nº 52, de 4/5/1967)
16
. 
 
 - Companhias Hipotecárias: as companhias hipotecárias (CH) tem por objetivo a concessão de 
financiamentos imobiliários residenciais ou comerciais, empréstimos garantidos por hipotecas ou alienação 
fiduciária de imóveis e repasses de recursos relacionados a programas imobiliários, além da administração de 
fundos de investimento imobiliário. Criadas para fomentar o financiamento imobiliário além dos limites do 
Sistema Financeiro de Habitação – SFH (Resolução CMN nº 2.122, de 30/11/1994), com a publicação da Lei 
nº 11.977, de 07/07/2009, que instituiu o programa “Minha Casa, Minha Vida”, as Companhias Hipotecárias 
 
16 A única APE em pleno funcionamento no Brasil hoje, a Poupex, tem a particularidade de atuar em âmbito nacional. 
Ela é gerida pela Fundação Habitacional do Exército (FHE). 
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16 
passaram a fazer parte do SFH. Como as CH não recebem depósitos de poupança, seus recursos provêm, 
entre outros, de letras hipotecárias, debêntures, empréstimos, financiamentos no País e no Exterior e letras de 
crédito imobiliário (LCI). Considerada instituição financeira, a CH é autorizada e supervisionada pelo 
Banco Central e regulada não só por esta autarquia, como também pelo Conselho Monetário Nacional. Deve 
ser constituída sob a forma de sociedade anônima e a expressão “Companhia Hipotecária” deve constar de 
sua denominação social. 
 
 - Sociedades de Crédito Imobiliário: as sociedades de crédito imobiliário são instituições financeiras 
criadas pela Lei 4.380, de 21 de agosto de 1964, para atuar no financiamento habitacional, integrante do 
Sistema Financeiro da Habitação (SFH). Constituem operações passivas dessas instituições os depósitos de 
poupança, a emissão de letras hipotecárias (LH) e de Letras de Crédito Imobiliário (LCI). O foco da SCI 
consiste no financiamento para construção de habitações, na abertura de crédito para compra ou construção 
de casa própria e no financiamento de capital de giro a empresas incorporadoras, produtoras e distribuidoras 
de material de construção. Atualmente, em decorrência da sua condição de repassadora, as SCIs têm atuado 
de forma mais limitada (Lei nº 11.977, de 07/07/2009), voltando-se para operações específicas, como o 
programa “Minha Casa, Minha Vida”. A SCI é constituída na forma de sociedade anônima e é 
supervisionada pelo Banco Central. Deve constar de sua denominação social a expressão "Crédito 
Imobiliário". (Resolução CMN 2.735, de 28/06/2000) 
 
 
Fonte: http://www.bcb.gov.br/pre/composicao/comp_hipotecaria.asp em 27/02/2016. 
 
 - Sociedades Crédito, Financiamento e Investimento (Financeiras): as sociedades de crédito, financiamento 
e investimento, também conhecidas por financeiras, foram instituídas pela Portaria do Ministério da Fazenda 
nº 309, de 30/11/1959. São instituições financeiras privadas que têm como objetivo básico a realização de 
financiamento para a aquisição de bens, serviços e capital de giro
17
. Devem ser constituídas sob a forma de 
sociedade anônima e na sua denominação social deve constar a expressão "Crédito, Financiamento e 
Investimento". Estas Instituições podem captar recursos por meio de aceite e colocação de Letras de Câmbio 
 
17 Muitas financeiras, que não são ligadas a bancos, fazem parte de conglomerados econômicos e operam como braço 
financeiro de grupos comerciais ou industriais. É o caso, por exemplo, de algumas lojas de departamento e montadoras 
de veículos que possuem suas próprias financeiras, concentrando suas operações no financiamento de seus próprios 
produtos. 
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17 
(LC), Recibos de Depósitos Bancários (RDB), Depósitos Interfinanceiros (DI), operações de cessão de 
créditos, e, mais recentemente, Depósitos a Prazo com Garantia Especial do Fundo Garantidor de Créditos 
(DPGE). Sendo, as letras de câmbio (LC) e os Recibos de Depósitos Bancários (RDB), garantidos pelo 
Fundo Garantidor de Créditos (FGC), até o valor estabelecido na regulamentação vigente. 
 
 - Sociedades de Arrendamento Mercantil (Leasing): as sociedades de arrendamento mercantil são 
constituídas sob a forma de sociedade anônima, devendo constar obrigatoriamente na sua denominação 
social a expressão "Arrendamento Mercantil". Embora sejam fiscalizadas pelo Banco Central do Brasil e 
realizem operações com características de um financiamento, as “sociedades de arrecadamento mercantil”18 
não são consideradas instituições financeiras, mas sim entidades equiparadas a instituições financeiras. 
Suas operações passivas, captações, podem ser realizadas através de empréstimos contraídos no exterior, 
empréstimos e financiamentos de instituições financeiras nacionais, inclusive de repasses de recursos 
externos, colocação de debêntures de emissão pública ou particular e de notas promissórias destinadas à 
oferta pública, cessão de contratos de arrendamento mercantil, bem como dos direitos creditórios deles 
decorrentes e depósitos interfinanceiros (DI). Podendo, também, receber recursos de instituições financeiras 
oficiais, destinados a repasses de programas específicos. Suas operações ativas são constituídas por títulos da 
dívida pública, cessão de direitos creditórios e, principalmente, por operações de arrendamento mercantil de 
bens móveis, de produção nacional ou estrangeira, e bens imóveis adquiridos pela entidade arrendadora para 
fins de uso próprio do arrendatário. As operações de arrendamento mercantil podem ser divididas em duas 
modalidades: leasing financeiro e leasing operacional. A diferença básica é que no leasing financeiro o prazo 
é usualmente maior e o arrendatário tem a possibilidade de adquirir o bem por um valor pré-estabelecido. 
Enquanto no leasing operacional, o prazo contratual deve ser inferior a 75% (setenta e cinco por cento) do 
prazo de vida útil econômica do bem. São supervisionadas pelo Banco Central do Brasil (Resolução CMN 
2.309, de 28/08/1996). 
 
Fonte: http://www.bcb.gov.br/pre/composicao/soc_arrend_merc.asp em 27/02/2016. 
 
18 Estas entidades não devem ser confundidas com “Sociedades de Fomento Mercantil ou Comercial” ou Factoring. 
Pois, o fomento mercantil é uma atividade comercial mista atípica na qual se realiza a prestação de serviços 
conjugada com a aquisição de direitos creditórios ou créditos mercantis. Estas empresas não são instituições 
financeiras e, portanto, não necessitam de autorização para funcionar pelo Banco Central do Brasil. Sendo, contudo, 
permitido às instituições financeiras a realização de operações de crédito com empresas de fomento mercantil (Circular 
- 1.359 de 30.09.1988, do Banco Central do Brasil; Resolução - 2.144 de 22.02.1995, do Conselho Monetário Nacional e 
Circular - 2715 de 28.08.1996, do Banco Central do Brasil). 
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18 
 
 - Sociedade de crédito ao microempreendedor e à empresa de pequeno porte (SCMEPP):foram criadas pela 
Lei 10.194, de 14 de fevereiro de 2001, como entidades que têm por objeto social exclusivo a concessão de 
financiamentos e a prestação de garantias a pessoas físicas, no desempenho das atividades relativas ao seu 
objeto social, bem como a pessoas jurídicas de pequeno porte, classificadas como microempresas ou 
empresas de pequeno porte, conforme definidas no Capítulo II - Da Definição de Microempresa e de 
Empresa de Pequeno Porte, da Lei Complementar nº 123, de 14/12/2006. São impedidas de captar, sob 
qualquer forma, recursos junto ao público, bem como emitir títulos e valores mobiliários destinados à 
colocação e oferta públicas, podendo receber repasses e empréstimos originários de instituições financeiras, 
de entidades voltadas para ações de fomento e desenvolvimento, inclusive de Organizações da Sociedade 
Civil de Interesse Público - OSCIP, e de fundos oficiais. Podem, ainda, captar recursos junto aos bancos por 
meio de depósito interfinanceiro vinculado a operações de microfinanças (DIM). Devendo ser constituída 
sob a forma de companhia fechada ou de sociedade limitada, adotando obrigatoriamente em sua 
denominação social a expressão “Sociedade de Crédito ao Microempreendedor e à Empresa de Pequeno 
Porte", sendo vedada a utilização da palavra "Banco" (Resolução CMN 3.567, de 29/05/2008). 
 
4) Administradoras de Consórcio: as administradoras de consórcio são pessoas jurídicas prestadoras de 
serviços relativos à formação, organização e administração de grupos de consórcio, constituída sob a forma 
de sociedade limitada ou sociedade anônima. Os grupos de consórcio caracterizam-se como sociedade não 
personificada com patrimônio próprio, o qual não deve ser confundido com o patrimônio dos demais grupos 
nem com o da administradora, cujas operações estão estabelecidas na Lei 11.795, de 08/10/2008. O Banco 
Central do Brasil (BCB) é o responsável pela normatização, autorização, supervisão e controle das atividades 
do sistema de consórcios, cabendo autorizar a constituição de grupos de consórcio, a pedido de 
administradoras previamente constituídas, sem interferência expressa da referida Autarquia, mas que 
atendam a requisitos estabelecidos, particularmente quanto à capacidade financeira, econômica e gerencial da 
empresa. Também cumpre ao BCB fiscalizar as operações da espécie e aplicar as penalidades cabíveis, 
podendo intervir nas empresas de consórcio e decretar sua liquidação extrajudicial na forma e condições 
previstas na legislação especial aplicável às instituições financeiras
19
. O grupo é uma sociedade não 
personificada, constituída com a realização da primeira assembleia, que será designada pela administradora 
de consórcio quando houver adesões em número e condições suficientes para assegurar a viabilidade 
econômico-financeira do empreendimento, que coleta poupança com vistas à aquisição de bens ou conjunto 
de bens móveis, bens imóveis
20
 e serviços ou conjunto de serviços, por meio de autofinanciamento (Circular 
BCB nº 3.432, de 03/02/2009). 
 
5) Corretoras e distribuidoras: estas instituições representam os “intermediários financeiros”, pois, cumprem 
a função de colocar em contato poupadores com investidores, afim de que realizem operações de 
transferências de recursos em moeda nacional e, em alguns casos, em moedas estrangeiras, incluídas aí, as 
operações realizadas nos mercados de bolsa (Bolsa de Valores e Bolsas de Mercadorias e de Futuros). 
 
19 As questões inerentes às relações de consumo entre clientes e usuários das instituições financeiras e das 
administradoras de consórcio estão sujeitas ao Código de Defesa do Consumidor, cabendo aos órgãos integrantes do 
Sistema Nacional de Defesa do Consumidor (SNDC) fazer a mediação dessas questões. 
20 Para aquisição de bens novos e, somente, para os seguintes bens usados: imóveis, veículo automotor, aeronave, 
embarcação, máquinas e equipamentos. 
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– Corretora de câmbio; 
– Sociedade corretora (CTVM) e sociedade distribuidora (DTVM) de títulos e valores mobiliários21. 
 
 - Corretora de câmbio: as “sociedades corretoras de câmbio” são constituídas sob a forma de sociedade 
anônima ou por quotas de responsabilidade limitada, devendo constar na sua denominação social a 
expressão "Corretora de Câmbio". As corretoras de câmbio (popularmente conhecidas como casas de 
câmbio) atuam, exclusivamente, no mercado de câmbio, intermediando operações entre clientes e bancos ou 
comprando e vendendo moedas estrangeiras, em espécie, de/para seus clientes. As corretoras de câmbio 
também realizam operações financeiras de ingresso e remessa de valores do/para o exterior e operações 
vinculadas a importação e exportação, desde que limitadas ao valor de US$ 100.000,00 ou o seu equivalente 
em outras moedas. São supervisionadas pelo Banco Central do Brasil (Resolução CMN 1.770, de 
28/11/1990). 
 
 - Sociedade corretora (CTVM) e sociedade distribuidora (DTVM) de títulos e valores mobiliários: A 
corretoras de títulos e valores mobiliários (CTVM) e a distribuidora de títulos e valores mobiliários (DTVM) 
atuam nos mercados financeiro e de capitais e no mercado cambial intermediando a negociação de “títulos e 
valores mobiliários”22 entre investidores e tomadores de recursos. As corretoras e as distribuidoras devem ser 
constituídas sob a forma de sociedade anônima ou por quotas de responsabilidade limitada. São 
supervisionadas tanto pelo Banco Central quanto pela Comissão de Valores Mobiliários. As corretoras e 
distribuidoras, na atividade de intermediação, oferecem serviços como plataformas de investimento pela 
internet (home broker), consultoria financeira, clubes de investimentos, financiamento para compra de ações 
(conta margem) e administração e custódia de títulos e valores mobiliários dos clientes. Na remuneração 
pelos serviços, essas instituições podem cobrar comissões e taxas. 
 
6) Bolsas de valores e Bolsas de mercadorias e futuros: estes agentes são os “auxiliares financeiros”, que 
cumprem a função de manter um local adequado onde poupadores e investidores, possam realizar suas 
operações de transferências de recursos. 
 
 - Bolsas de valores: são sociedades anônimas ou associações civis, com o objetivo de manter local ou 
sistema adequado ao encontro de seus membros e à realização entre eles de transações de compra e venda de 
títulos e valores mobiliários, em mercado livre e aberto, especialmente organizado e fiscalizado por seus 
membros e pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Possuem autonomia financeira, patrimonial e 
administrativa (Resolução CMN 2.690, de 28/01/2000). 
 
21 Com a Decisão Conjunta 17, de 02/03/2009, do BCB e da CVM, que autorizou as distribuidoras a operar diretamente 
nos ambientes e sistemas de negociação dos mercados organizados de bolsa de valores, eliminou-se a principal 
diferença entre as corretoras e as distribuidoras de títulos e valores mobiliários, que hoje podem realizar praticamente 
as mesmas operações. 
22 Dentre estes se destacam: ações, debêntures e bônus de subscrição, além de seus cupons, direitos, recibos de 
subscrição e certificados de desdobramento; os certificados de depósito de valores mobiliários; as cédulas de 
debêntures; as cotas de fundos de investimento em valores mobiliários ou de clubes de investimento em quaisquer 
ativos; as notas comerciais (commercial papers); os contratos futuros, de opções e outros derivativos, cujos ativos 
subjacentes sejam valores mobiliários; outros contratos derivativos, independentemente dos ativos subjacentes; e, 
quando ofertados publicamente, quaisquer outros títulos ou contratosde investimento coletivo, que gerem direito de 
participação, de parceria ou de remuneração, inclusive resultante de prestação de serviços, cujos rendimentos advêm 
do esforço do empreendedor ou de terceiros. 
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- Bolsas de mercadorias e futuros: são associações privadas civis, com objetivo de efetuar o registro, a 
compensação e a liquidação, física e financeira, das operações realizadas em pregão ou em sistema 
eletrônico. Para tanto, devem desenvolver, organizar e operacionalizar um mercado de derivativos livre e 
transparente, que proporcione aos agentes econômicos a oportunidade de efetuarem operações de hedging 
(proteção) ante flutuações de preço de commodities agropecuárias, índices, taxas de juro, moedas e metais, 
bem como de todo e qualquer instrumento ou variável macroeconômica cuja incerteza de preço no futuro 
possa influenciar negativamente suas atividades. Possuem autonomia financeira, patrimonial e administrativa 
e são fiscalizadas pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM). 
Instituições do mercado de Seguros privados e Previdência: são empresas que mesmo não sendo “instituições 
financeiras” possuem suas atividades regulamentadas e supervisionadas pelas Entidades Supervisoras do 
SFN, pois reúnem, guardam e controlam recursos monetários. 
 
7) Seguradoras e Resseguradores: 
 - Seguradoras (Sociedades seguradoras): são entidades, constituídas sob a forma de sociedades anônimas, 
especializadas em pactuar contrato, por meio do qual assumem a obrigação de pagar ao contratante 
(segurado), ou a quem este designar, uma indenização, no caso em que advenha o risco indicado e temido, 
recebendo, para isso, o prêmio estabelecido. 
 
 - Resseguradores: são as entidades, constituídas sob a forma de sociedades anônimas, que têm por objeto 
exclusivo a realização de operações de resseguro e retrocessão
23
. As operações de “resseguro” têm por 
finalidade transferir, quando na totalidade, ou dividir, o que é mais comum, as responsabilidades quanto ao 
valor do sinistro contratado pela seguradora (cedente), por esta considerar o risco excessivo em relação sua 
capacidade financeira (limite operacional), e, com isso, aumentando a capacidade de retenção de risco por 
parte do mercado segurador. Já as operações de “retrocessão” são operações de transferência, parcial ou 
integral, de riscos de resseguro de resseguradores, com vistas a sua própria proteção, para resseguradores ou 
para sociedades seguradoras locais, através de contratos automáticos ou facultativos, também com objetivo 
de proteger seu patrimônio. (Resolução Susep nº 168, de 17/12/2007) 
 
8) Entidades abertas de previdência complementar: são entidades constituídas unicamente sob a forma de 
sociedades anônimas e têm por objetivo instituir e operar planos de benefícios de caráter previdenciário 
concedidos em forma de renda continuada ou pagamento único, acessíveis a quaisquer pessoas físicas. São 
regidas pelo Decreto-Lei 73, de 21 de novembro de 1966, e pela Lei Complementar 109, de 29 de maio de 
2001. As funções do órgão regulador e do órgão fiscalizador são exercidas pelo Ministério da Fazenda, por 
intermédio do Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP) e da Superintendência de Seguros Privados 
(SUSEP). 
 
23 Estas operações não devem ser confundidas com Cosseguro (ou co-seguro), que é uma operação em que mais de 
uma companhia de seguros participa diretamente, em uma mesma apólice, de um mesmo risco. Desta forma, cada 
companhia de seguros é responsável por uma quota ou parte do montante total do seguro, e o prêmio é dividido na 
proporção da participação de cada companhia de seguros. Contudo, uma destas deve ser indicada na apólice como 
“Seguradora Líder”, assumindo a responsabilidade de administrar o contrato, e representar todas as demais no 
relacionamento com o segurado, inclusive em caso de sinistro. (Circular Susep nº 291, de 13/05/2005) 
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21 
9) Sociedades de capitalização: são entidades, constituídas sob a forma de sociedades anônimas, que 
negociam contratos (títulos de capitalização) que têm por objeto o depósito periódico de prestações 
pecuniárias pelo contratante, o qual terá, depois de cumprido o prazo contratado, o direito de resgatar parte 
dos valores depositados corrigidos por uma taxa de juros estabelecida contratualmente; conferindo, ainda, 
quando previsto, o direito de concorrer a sorteios de prêmios em dinheiro. (Resolução CNSP nº 015, de 
12/05/92, e, Circular SUSEP nº 130, de 18/05/ 2000) 
 
10) Entidades fechadas de previdência complementar (EFPC), os “Fundos de pensão”: são organizadas sob a 
forma de fundação ou sociedade civil, estruturadas na forma do art. 35 da Lei Complementar nº 109, de 
29/05/2001, sem fins lucrativos, que tenha por objeto operar plano de benefício de caráter previdenciário 
acessíveis, exclusivamente, aos empregados de uma empresa ou grupo de empresas ou aos servidores da 
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, entes denominados patrocinadores ou aos 
associados ou membros de pessoas jurídicas de caráter profissional, classista ou setorial, denominadas 
instituidores. Em 2003, trabalhadores vinculados a entidades representativas, como sindicatos, cooperativas e 
órgãos de classe passaram a ter direito à previdência complementar fechada, numa modalidade denominada 
previdência associativa. Assim, EFPC é uma instituição criada para o fim exclusivo de administrar planos de 
benefícios de natureza previdenciária, patrocinados e/ ou instituídos. Podendo ser, assim, qualificadas: I. de 
acordo “com os planos de benefícios que administram” (comum ou multiplano) e II. de acordo “com seus 
patrocinadores ou instituidores” (singulares ou multipatrocinadas)24. As entidades de previdência fechada são 
regidas pela Lei Complementar 109, de 29/05/2001, e devem seguir as diretrizes estabelecidas pelo Conselho 
Monetário Nacional, por meio da Resolução 3.792, de 24/09/2009, no que tange à aplicação dos recursos dos 
planos de benefícios. 
 
Instituições não pertencentes a estrutura do SFN: são empresas que não são instituições financeiras e não 
fazem parte da estrutura do SFN. Mas, por realizarem atividades que estão relacionadas as atividades de 
intermediação de recursos monetários, realizadas pelas Instituições Financeiras, passaram a ser objeto da 
supervisão do BCB. 
 
8) Instituições de Pagamento: são Instituições não financeiras que executam serviços de pagamento em 
nome de terceiros. Desta forma, uma “Instituição de pagamento” (IP) é a pessoa jurídica que viabiliza 
serviços de compra e venda e de movimentação de recursos, no âmbito de um arranjo de pagamento, sem a 
possibilidade de conceder empréstimos e financiamentos a seus clientes
25
. As instituições de pagamento 
possibilitam ao cidadão realizar pagamentos independentemente de relacionamentos com bancos e outras 
instituições financeiras. Com o recurso financeiro movimentável, por exemplo, por meio de um cartão pré-
 
24 I. a) de plano comum, quando administram plano ou conjunto de planos acessíveis ao universo de participantes; e b) 
de multiplano, quando administram plano ou conjunto de planos para diversos grupos de participantes, com 
independência patrimonial; e II. a) singulares, quando estiverem vinculadas a apenas um patrocinador ou instituidor; e b) 
multipatrocinadas, quando congregarem mais de um patrocinador ou instituidor. 
25 Entre os serviços de pagamento prestados, estão: aporte ou saque de recursos mantidos em conta de pagamento; 
gerir conta de pagamento;executar ou facilitar instrução de pagamento; emitir e credenciar a aceitação de instrumento 
de pagamento; executar remessa de fundos; converter moeda física ou escritural em moeda eletrônica, ou vice-versa; e 
credenciar a aceitação ou gerir o uso de moeda eletrônica. 
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pago, de crédito ou de um telefone celular, o usuário pode portar valores e efetuar transações sem estar com 
moeda em espécie. Graças à interoperabilidade, o usuário pode, ainda, receber e enviar dinheiro para 
bancos e outras instituições de pagamento. Importante lembrar que serviços de pagamento são prestados 
não só por IP’s, mas também por instituições financeiras, especialmente bancos, financeiras e 
cooperativas de crédito. Instituições de pagamento não são instituições financeiras, portanto não podem 
realizar atividades privativas destas instituições, como empréstimos e financiamentos. Ainda assim, estão 
sujeitas à supervisão do Banco Central. Devem constituir-se como sociedade empresária limitada ou 
anônima. Nesse tipo de transação, é necessário haver: 
a) uma instituição de pagamento ou uma instituição financeira que tenham aderido a um arranjo de 
pagamento; 
b) o instrumento de pagamento, que é o dispositivo utilizado para comprar produtos/serviços ou para 
transferir recursos, como o cartão de débito ou de crédito, o boleto ou o telefone celular; 
c) o instituidor do arranjo de pagamento, que é a pessoa jurídica responsável pela criação e organização do 
arranjo, como as bandeiras de cartão de crédito; 
d) os arranjos de pagamento criados pelo instituidor, que são as regras e procedimentos que disciplinam 
a prestação de serviços de pagamento ao público; entre estas regras estão: 
- os prazos de liquidação; 
- as condições para uma instituição de pagamento ou financeira aderir ao arranjo; 
- as regras de segurança para proteger consumidores e lojistas de riscos, fraudes, clonagem de cartões etc. 
Todos os envolvidos no pagamento devem aderir e aceitar as regras do arranjo (emissores dos instrumentos 
de pagamento e credenciadores desses instrumentos). A participação em um arranjo une todos os integrantes 
da cadeia de pagamento, permitindo que, por meio de suas instituições, o pagador e o recebedor consigam 
realizar e aceitar pagamentos; 
e) a conta de pagamento, que é o registro individualizado das transações (transferências, pagamento de 
contas e de compras, saques e aportes). 
 
Fonte: http://www.bcb.gov.br/pre/composicao/instpagamento.asp em 27/02/2016. 
As Instituições de Pagamento (IP) passaram a integrar o Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB) a partir da Lei nº 12.865, de 
09/10/2013. Contudo, a regulamentação final de suas atividades foram concluídas com as Circulares nº 3.705, de 24/04/2014, 
e nº 3.727, de 06/11/2014, do BCB. 
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23 
→ Órgão responsável pelo julgamento dos recursos relativos às penalidades administrativas 
aplicadas pelas Entidades Supervisoras: 
 
CONSELHO DE RECURSOS DO SISTEMA FINANCEIRO (CRSFN) 
 
O CRSFN é um órgão colegiado, de segundo grau, que foi criado pelo Decreto nº 91.152, de 
15/03/1985, integrante da estrutura do Ministério da Fazenda, conforme disposto na Lei nº 9.069, de 
29/06/95, e cuja Secretaria-Executiva funciona em Brasília-DF. Constituindo-se como suas atribuições 
julgar, em segunda e última instância administrativa, os recursos interpostos das decisões relativas às 
penalidades administrativas aplicadas pelo Banco Central do Brasil, pela Comissão de Valores Mobiliários e 
pela Secretaria de Comércio Exterior. 
A partir de 1995, com a Lei nº 9.069, em seu artigo 81 e parágrafo único, suas competências foram 
ampliadas e recebeu a responsabilidade de julgar os recursos interpostos contra as decisões do Banco Central 
do Brasil relativas à aplicação de penalidades por infração à legislação cambial, de capitais estrangeiros, de 
crédito rural e industrial, que era originalmente do CMN (permanecendo com o CMN a competência residual 
para julgar os demais casos). 
O Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional - CRSFN é constituído por oito 
Conselheiros, possuidores de conhecimentos especializados em assuntos relativos aos mercados financeiro, 
de câmbio, de capitais, de consórcios e de crédito rural e industrial, sendo nomeados pelo Ministro da 
Fazenda, com mandatos de três anos, permitindo-se até duas reconduções consecutivas, observada a seguinte 
composição: 
I - dois representante do Ministério da Fazenda (Minifaz); 
II - um representante do Banco Central do Brasil (Bacen); 
III - um representante da Comissão de Valores Mobiliários (CVM); 
IV - quatro representantes das entidades de classe dos mercados afins, por essas indicados em 
lista tríplice. 
As entidades de classe que integram o CRFSN são as seguintes: ABRASCA (Associação Brasileira 
das Companhias Abertas), ANBIMA (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de 
Capitais) – em substituição a ANBID (Associação Nacional dos Bancos de Investimento)26; CNB (Comissão 
Nacional de Bolsas), FEBRABAN (Federação Brasileira das Associações de Bancos), ABECIP (Associação 
Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança); ANCORD (Associação Nacional das 
Corretoras e Distribuidoras de Títulos e Valores Mobiliários, Câmbio e Mercadorias); OCB/CECO 
(Conselho Consultivo do Ramo Crédito da Organização das Cooperativas Brasileiras); IBRACON (Instituto 
dos Auditores Independentes do Brasil); os representantes das quatro primeiras entidades têm assento no 
Conselho como membros-titulares e os demais, como suplentes. 
 
26 Por decisão soberana de seus Associados, em Assembleia realizada no dia 21/10/2009, a ANBID integrou suas 
atividades às da ANDIMA, passando ambas a constituir a ANBIMA – Associação Brasileira das Entidades dos Mercados 
Financeiro e de Capitais. 
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24 
Fazem ainda parte do Conselho de Recursos três Procuradores da Fazenda Nacional, designados pelo 
Procurador-Geral da Fazenda Nacional, com a atribuição de zelar pela fiel observância da legislação 
aplicável, e um Secretário-Executivo, nomeado pelo Ministério da Fazenda, responsável pela execução e 
coordenação dos trabalhos administrativos. Para tanto, o Banco Central do Brasil e, subsidiariamente, a 
Comissão de Valores Mobiliários proporcionam o respectivo apoio técnico e administrativo. 
Um dos representantes do Ministério da Fazenda é o presidente do Conselho e o vice- 
presidente é o representante designado pelo Ministério da Fazenda dentre os quatro representantes das 
entidades de classe que integram o Conselho. 
 
 Evolução da Estrutura do SFN: 
 
 
 Fonte: página do Banco Central do Brasil (www.bcb.gov.br) na internet, até 2004. 
 
* Atualmente: PREVIC - Superintendência Nacional de Previdência Complementar. 
 
 
* 
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25 
Estrutura atual do Sistema Financeiro Nacional apresentada pelo Bacen (2011 até 2015): 
Órgãos normativos 
Entidades 
supervisoras 
Operadores 
Conselho Monetário 
Nacional - CMN 
Banco Central do Brasil - 
Bacen 
Instituições financeiras 
captadoras de 
depósitos à vista 
Demais 
instituições 
financeiras 
 
Bancos de 
Câmbio 
Outros intermediários financeiros e 
administradores de recursos de 
terceiros 
Comissão de Valores 
Mobiliários - CVM 
Bolsas de mercadorias 
e futuros 
Bolsas de 
valores

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