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CASO CONCRETO 2 PRÁTICA SIMULADA I

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CASO CONCRETO 2
ALUNO: VICTOR MATHEUS FARIA DOS SANTOS
MATRÍCULA: 201502227721
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA CÍVEL DA COMARCA DE MACAÉ-RJ
GERSON, brasileiro, solteiro, médico, residente e domiciliado em Vitória/ES, portador da carteira de identidade de nº:__________, expedida pelo _______, inscrito no CPF/MF sob o nº:__________, de endereço eletrônico: gerson_vitoria@hotmail.com, vem, através de seu advogado devidamente qualificado, propor:
AÇÃO PAULIANA/REVOCATÓRIA PARA ANULAÇÃO DE NEGÓCIO JURÍDICO
Pelo rito comum, em face de BERNARDO, viúvo, residente em Salvador-BA, da qual os cadastros no registros gerais de pessoas físicas são ignorados, pelos fatos e fundamentos que passa a expor.
I – DA REALIZAÇÃO OU NÃO DE AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO
Conforme artigo 319 do CPC/15, a parte autora informa não ter interesse pela realização de Audiência de Conciliação.
II – DOS FATOS
O Autor é legítimo credor quirografário de Bernardo, conforme se extrai da nota promissória emitida em favor do mesmo no valor de R$ 80.000,00 (oitenta mi reais), que fora vencida em 10 de outubro de 2016. A ação invoca o fato de que Bernardo, dias após o vencimento da dívida e o não pagamento da mesma, doou seus dois imóveis para sua filha Janaína, sendo um localizado na cidade de Aracruz e o outro na em Linhares, ambos no estado do Espírito Santo, no valor de R$ 300.000,00 (trezentos mil reais). A doação feita a sua filha, menor impúbere, que reside em Macaé/RJ juntamente com sua genitora, contém cláusula de usufruto vitalício em favor de Bernardo, além da cláusula de incomunicabilidade, de acordo com a Certidão de Ônus Reais. Ressalta-se que as dívidas de Bernardo superam o valor de R$ 400.000,00 (quatrocentos mil reais), e o imóvel doado para sua filha, por certo está alugado para terceiros.
III – DOS FUNDAMENTOS
O negócio jurídico não deixa dúvidas de caracterizar-se viciado, visto se tratar de um meio ilícito utilizado pelo devedor a fim de resguardar os imóveis de uma possível execução judicial, em função das dívidas que o Réu possui. As doações se deram, de maneira descarada, após o vencimento da dívida contraída, tornando-se insolvente. Restando tal atitude em fraude contra credores, instituto do direito material que implica em ato de alienação ou oneração de patrimônio, visando fraudar o cumprimento de obrigação pecuniária, mas em momento anterior ao início da discussão judicial da dívida. Assim, as transações sujeitam-se a serem anuladas, por força do previsto no artigo 158 do Código Civil Brasileiro. Nesse sentido:
Art. 158. Os negócios de transmissão gratuita de bens ou remissão de dívida, se o praticar o devedor já insolvente, ou por eles reduzido à insolvência, ainda quando o ignore, poderão ser anulados pelos credores quirografários, como lesivos dos seus direitos. (CC)
Ressalte-se também que o negócio jurídico está maculado do vício de nulidade, tendo em vista a flagrante situação simulada da doação a menor impúbere, com o estabelecimento da cláusula de usufruto vitalício para o Réu, mantendo, assim, o domínio de fato sobre os bens. Não tendo outro objetivo tal atitude a não ser ludibriar a justiça e os direitos dos credores, numa ação executiva judicial. Neste sentido expressa o artigo 167 do Código Civil Brasileiro:
Art. 167. Art. 167. É nulo o negócio jurídico simulado, mas subsistirá o que se dissimulou, se válido for na substância e na forma.
§ 1o Haverá simulação nos negócios jurídicos quando:
I - aparentarem conferir ou transmitir direitos a pessoas diversas daquelas às quais realmente se conferem, ou transmitem;
Assim também, a doutrina tem vasto entendimento quanto ao aspecto dos negócios jurídicos que implicam em fraude contra credores. Vejamos:
“A fraude contra credores implica ato de alienação ou oneração de patrimônio, visando fraudar o cumprimento de obrigação pecuniária, mas em momento anterior ao início da discussão judicial da dívida. É instituo do direito material, com previsão legal no Código Civil, arts. 158 e 171, II, sendo considerado vício do negócio jurídico, tornando anulável. Cio Mário preleciona que constitui fraude contra credores toda diminuição maliciosa levad a efeito pelo devedor, com o propósito de desfalcar a garantia do credor (patrimônio do devedor), em detrimento dos diretos creditórios alheios, considerando como fraude tanto a manobra unilateral (caso em que macula o negócio ainda que dela não participe outra pessoa), como ato bilateral (caso em que a maquinação é concertada entre as partes). J. M. Carvalho Santos define a figura que ainda não ingressou em juízo, pois a obrigação pode estar em curso, sem poder exigir seu cumprimento. Segundo Maria Helena Diniz, constitui fraude contra credores a prática maliciosa, pelo devedor, de atos que desfalcam o seu patrimônio, com escopo de colocá-lo a salvo de uma execução por dívidas em detrimento de direitos creditórios alheios. Wambier a define como ato de disposição de bens orientado pela vontade e consciência de prejudicar credores, na medida em que provoca a insolvência do disponente, diminuindo seu patrimônio de forma a impedir a satisfação do crédito.
Em função da matéria, os tribunais bem como as cortes superiores mostram-se equilibrados, decidindo especificadamente sobre a questão, pacificando referidas jurisprudências. Veja-se:
STJ - RECURSO ESPECIAL REsp 1195615 TO 2010/0093083-7 (STJ)
Data de publicação: 29/10/2014
Ementa: RECURSO ESPECIAL. DIREITO DE FAMÍLIA. NEGATIVA DE PRESTAÇÃO JURISDICIONAL. ART. 535 DO CPC . NÃO OCORRÊNCIA. SIMULAÇÃO. MANIFESTA FRAUDE À LEI IMPERATIVA. VIOLAÇÃO DO DIREITO À MEAÇÃO. PARTILHA DISSIMULADA. ALIENAÇÃO FICTÍCIA DO PATRIMÔNIO. PREÇO VIL. AÇÃO PAULIANA. VIA PRÓPRIA. ADEQUAÇÃO. 1. Cuida-se de ação ordinária proposta contra o ex-marido da autora e seus respectivos irmãos com a finalidade de obter declaração de nulidade de compra e venda de bens que deveriam ter sido partilhados ante o direito à meação em virtude do fim do casamento submetido ao regime de comunhão parcial de bens. 2. Há simulação quando, com intuito de ludibriar terceiros, o negócio jurídico é celebrado para garantir direitos a pessoas diversas daquelas às quais realmente se conferem ou transmitem. 3. O patrimônio do casal beligerante foi transferido pelo varão a seus irmãos, por preço fictício, pouco antes da separação de corpos do ex-casal, tendo retornado ao então titular logo após a sentença de separação judicial e do julgamento do recurso de apelação pelo tribunal de origem. 4. A alienação forjada é, sobretudo, uma violação da ordem pública, podendo ser reconhecida em ação pauliana. 5. Recurso especial provido.
TJ-RS - Agravo de Instrumento AI 70063341937 RS (TJ-RS)
Data de publicação: 29/01/2015
Ementa: AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO PAULIANA. TUTELA ANTECIPADA. A concessão da medida em antecipação de tutela exige que os requerentes comprovem a verossimilhança do direito alegado, por meio de prova inequívoca, assim como o risco de dano irreparável ou de difícil reparação, com base no art. 273 , inciso I , do CPC . In casu, está ausente a verossimilhança do direito do recorrente. Pedido de levantamento de estoque de mercadorias em empresa, com a finalidade de que esta não se desfaça do seu patrimônio, bem como que seja oficiada a Junta Comercial para vedar qualquer alteração no seu contrato social. Alegação da parte autora que o primeiro réu, devedor, é o verdadeiro proprietário da empresa referida, embora ela esteja em nome dos demais requeridos. Todavia, dita empresa tem personalidade jurídica própria e não faz parte desta lide. Anotação na matrícula de imóveis da existência desta ação. Os bens já foram transferidos em 2011 e a presente ação ajuizada em 2015. Não verificada a urgência deste provimento. Necessidade que se proceda a angularização da relação processual. Interlocutória confirmada. NEGADO SEGUIMENTO ao recurso, por decisão monocrática. (Agravo de Instrumento Nº 70063341937, Décima Oitava Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator:Nelson José Gonzaga, Julgado em 28/01/2015)
IV – DOS PEDIDOS
Por todo o exposto, uma vez constatado a efetiva nulidade do negócio jurídico celebrado, o Autor, desde logo, requer:
1 - A citação do réu para Audiência de Conciliação, nos termos do artigo 334 do CPC/15;
2 – A intimação ao Ministério Público para que intervenha como fiscal da ordem jurídica, conforme preceito do artigo 178, II do CPC/15;
3 – Seja julgado procedente o pedido para fim de decretar a anulação do negócio jurídico;
4 - Que seja expedido ofícios ao RGI de Aracruz, bem como para o de Linhares, ambos no Estado do Espírito Santo, onde se encontram matriculados o imóveis, para que realize a pré-notação da existência de litígio sobre os mesmos;
5 - Seja julgado procedente o pedido na presente Ação Pauliana, desconstituindo o negócio jurídico, com o retorno do bem ao patrimônio do devedor fraudador;
6 – Condenação dos réus nas custas de honorários advocatícios. 
V – DAS PROVAS
Requer a produção de todas as provas em direito admitidas, conforme os termos do artigo 369 e seguintes do CPC, em especial a testemunhal e depoimento pessoal do réu. 
VI – DO VALOR DA CAUSA
Dá-se a causa o valor de R$ 300.000,00 (trezentos mil reais).
Nestes termos, Pede deferimento.
Macaé, 10 de agosto de 2017.
Victor Faria 
OAB/RJ Nº XX.XXX-X

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