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CASO CONCRETO 5
ALUNO: VICTOR MATHEUS FARIA DOS SANTOS
MATRÍCULA: 201502227721
AO EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO PERTENCENTE À VARA CÍVEL Nº____ DA COMARCA DE ARAÇATUBA/SP
MARIA, viúva e representa do Sr. Marcos, brasileira, residente e domiciliada na Rua Bérgamo, n. 123, apt. 205, Araçatuba-SP, inscrito no registro geral sob o nº: _________ e no CPF de nº: ______________, email: maria_205@gmail.com, vem, respeitosamente, através de seu advogado constituído e qualificado em procuração acostada aos autos, PROPOR
AÇÃO DE RESPONSABILIDADE CIVIL C/C REPARAÇÃO DE DANOS MORAIS CUMULADO COM PENSÃO POR MORTE
Pelo procedimento COMUM, em face de PAULO, comerciante, brasileiro, residente e domiciliado na cidade de Recife – PE, cujo cadastro nos registros gerais de pessoas físicas é ignorado, pelos fatos e fundamentos jurídicos que passa a expor:
I – DA REALIZAÇÃO OU NÃO DE AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO
A parte, ora autor, não tem interesse pela realização de Audiência de Conciliação.
II – GRATUIDADE DE JUSTIÇA
Nos termos da Lei nº 1.060/50 e do artigo 98 e seguintes do CPC, requer a Autora que lhe seja deferida os benefícios da gratuidade da Justiça, tendo em vista que a mesma não pode arcar com as custas processuais e honorários advocatícios sem prejuízo do próprio sustento.
III – DOS FATOS
O caso em tela tem como origem o fato de que o Sr. Marcos, consorte da Senhora Maria, ora Autora, ao caminhar por uma rua em Recife - PE, foi atingido por um aparelho de ar-acondicionado que estava sendo manejado pelo Sr. Paulo, ora Réu, este comerciante e proprietário de uma padaria localizada no local citado. Ainda vivo, o Sr. Marcos, gravemente ferido, foi encaminhado para um hospital particular. No entanto, em decorrência da gravidade dos ferimentos, após ficar internado por um dia, o Sr. Marcos faleceu.
A Autora, Senhora Maria, cônjuge do falecido, se deslocou até a cidade de Recife – PE, para transladar o corpo de volta para seu domicílio, localizado na cidade de Araçatuba – SP. O falecido possuía 50 anos, não deixou filhos e era o único responsável pela sua subsistência e de sua esposa, obtendo uma renda nunca superior a um salário mínimo, através dos serviços ardorosos que prestava como pedreiro.
Nesse ínterim, os gastos hospitalares resultaram na soma de um total de R$ 3.000,00 reais (três mil reais), em conjunto aos gastos com o transporte do corpo e funeral cujo valor foi de R$ 3.000,00 (três mil reais). Vale ressaltar que o laudo da perícia médica, na conclusão do inquérito policial instaurado por ocasião do fato, apresentou como causa da morte o traumatismo craniano decorrente da queda do aparelho de ar-condicionado. O réu foi indiciado, posteriormente sendo denunciado e condenado em primeira instância como autor de homicídio culposo. É o resumo dos fatos, passa-se agora a expor os fundamentos do direito material. 
IV – DOS FUNDAMENTOS
IV.I – DA COMPETÊNCIA DO JUÍZO
É competente o presente foro para a propositura da ação em tela, tendo em vista as circunstâncias originárias da ação, a saber, o homicídio culposo já reconhecido em sentença judicial. Em vista disso, conforme preceitua o artigo 53, inciso IV, do CPC/2015 é cabível ao autor a possibilidade de optar pela propositura da ação de reparação de responsabilidade civil c/c danos morais e cumulado pensão por morte, tanto em seu domicílio quanto no local onde ocorrera o fato. Nesses termos:
Art. 53.  É competente o foro:
IV - do lugar do ato ou fato para a ação:
a) de reparação de dano;
IV.II – DA OBRIGAÇÃO DE INDENIZAR
Excelência, como será demonstrada no feito, há uma inequívoca responsabilidade do Sr. Paulo sobre o fato ocorrido ao deixar de manusear com prudência o aparelho de ar-condicionado. Sendo por certo que o objeto é pesado, e a depender da altura em que caia, pode ferir gravemente a quem atingir. Este foi o fato trágico que ocorreu. Pela exclusiva culpa do Réu, o referido objeto caiu de uma altura relativamente considerável, atingindo diretamente o Sr. Marcos, que por um infeliz e lamentável acaso estava passando no momento exato. Demonstra-se então o ato ilícito que incorreu o Réu, pelos termos do artigo 186 do Código Civil Brasileiro, consoante o teor disposto nos artigos 927 e 938 do mesmo ordenamento, vejamos:
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.
Art. 927. Aquele que por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.
Art. 938. Aquele que habitar prédio, ou parte dele, responde pelo dano proveniente das coisas que dele caírem ou forem lançadas em lugar indevido.
O fato toma proporções mais lamentáveis quando a vítima, um senhor de 50 anos, era o único provedor de sua consorte, a Sra. Maria. O escasso dinheiro que obtinha, jamais ultrapassando o valor de um salário mínimo, fruto do labor do trabalho como pedreiro, não trouxe qualquer luxo ou conforto ao casal. Ademais, a Sra. Maria, depois da perda repentina de seu marido, torna-se devedora de um valor de R$ 6.000,00, somados os gastos com o translado do corpo e o funeral. 
Convém lembrar que o caso em tela foi objeto de ação penal, restando na sentença o reconhecimento da responsabilidade culposa do Réu no ocorrido, ou seja, este fora condenado como autor de homicídio culposo. Em vista disso, o código civil traz os reflexos que a condenação penal tem em uma eventual indenização em ação civil reparatória. Ao nitidamente expressar sobre o que consiste indenização, o Código Civil Brasileiro dispõe no artigo 948 o seguinte:
Art. 948. No caso de homicídio, a indenização consiste, sem excluir outras reparações.
I – no pagamento das despesas com o tratamento da vítima, seu funeral e o luto da família;
II – na prestação de alimentos às pessoas a quem o morto os devia, levando-se em conta a duração provável da vida da vítima.
Deste modo, insigne Julgador, nota-se que o caso é passível de indenização a fim de que amenize as despesas que a senhora Maria sofrera, sendo que a mesma não é capaz de quitar. Não obstante serem devidos os valores dos gastos referentes ao translado do corpo do falecido e o funeral, na ordem de seis mil reais, também resta oportuno uma reparação contínua, do luto e das dificuldades que a Autora certamente virá a sofrer em decorrência da ausência de seu cônjuge. Isto posto requer-se, por ocasião de todos os danos sofridos e vindouros, a concessão de pensão de caráter alimentício à viúva por período proporcional a duração de vida que a vítima teria, sendo por certo a média de vida no Brasil de 74 anos, segundo dados do IBGE, em prestação de valor equivalente ao salário mínimo ou, como Vossa Excelência assim julgar, mostre-se adequado para sustentar a senhora Maria, a fim de que tenha uma vida digna.
Nesses termos, segue também o entendimento dos ilustres tribunais, versando sobre ações assemelhadas. Nesse sentido:
TJ-RN - Apelação Cível AC 87412 RN 2010.008741-2 (TJ-RN)
Data de publicação: 01/03/2011
Ementa: CONSTITUCIONAL. APELAÇÕES CÍVEIS. AÇÃO DE RESPONSABILIDADE CIVIL C/C DANOS MORAIS E MATERIAIS. ATROPELAMENTO PROVOCADO POR AÇÕES IMPRUDENTES DE CONDUTORES DE DOIS VEÍCULOS. DANO MORAL CONFIGURADO. PRÁTICA DO ATO ILÍCITO POR PARTE DOS RÉUS/APELANTES, NA MEDIDA EM QUE O ACIDENTE FOI PROVOCADO PELA INVASÃO DA FAIXA PELO PRIMEIRO CONDUTOR EM SOMATÓRIO À ALTA VELOCIDADE IMPRIMIDA PELO CONDUTOR DO OUTRO VEÍCULO. NEXO CAUSAL ENTRE AS CONDUTAS DOS MOTORISTAS E O DANO PROVOCADO GERANDO O REFERENCIAL PARA A OCORRÊNCIA DO ATROPELAMENTO. COMPROVAÇÃO NOS AUTOS DA CULPA CONCORRENTE DOS RÉUS/APELANTES. SOLIDARIEDADE DAS SEGURADORAS DENUNCIADAS À LIDE COM OS CONDUTORES DOS AUTOMÓVEIS ENVOLVIDOS NO ACIDENTE DE TRÂNSITO QUE PROVOCOU SEQUELAS PERMANENTES NA APELADA. INDENIZAÇÃO APLICADA COM RAZOABILIDADE E DENTRO DOS PARÂMETROS LEGAIS. DANO MATERIALCONFIGURADO. PENSIONAMENTO DEVIDO. INABILITAÇÃO PERMANENTE DA APELADA. ACIDENTE QUE TROUXE MARCAS PROFUNDASNO MEMBRO ESQUERDO DA VÍTIMA. CONDENAÇÃO APLICADA DE FORMA PROPORCIONAL E APTA A REPARAR O DANO. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. ART. 11 , § ÚNICO , DA LEI Nº 1.060 /50. REVOGAÇÃO. CONHECIMENTO E DESPROVIMENTO DAS APELAÇÕES CÍVEIS INTERPOSTAS PELOS RÉUS/APELANTES. EXTINÇÃO DO FEITO EM RELAÇÃO À ITAÚ SEGUROS S/A EM RAZÃO DO CUMPRIMENTO INTEGRAL DA OBRIGAÇÃO DETERMINADA NA SENTENÇA DE 1º GRAU, PARA OS DEVIDOS  FINS DE DIREITO, CONFORME DEPÓSITO JUDICIAL ACOSTADO AOS AUTOS.
TJ-RS - Apelação Cível AC 70064743644 RS (TJ-RS)
Data de publicação: 03/03/2016
Ementa: APELAÇÃO CÍVEL. RESPONSABILIDADE CIVIL EM ACIDENTE DE TRÂNSITO. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS E MORAIS C/CPEDIDO DE PENSÃO. PENSÃO POR MORTE. RENDIMENTOS DO DE CUJUS À ÉPOCA DO ACIDENTE QUE O VITIMOU. COMPROVAÇÃO. CÁLCULO DA PENSÃO. 1. O documento em que se louvam as apelantes - declaração do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Santo Cristo, entidade de classe da qual a vítima do acidente era filiada - não foi impugnado pelos réus, que, na sua contestação, apenas alegaram não possuírem condições de suportarem o pagamento de pensão tão expressiva. Nesse documento, cuja inidoneidade, como dito, não foi suscitada, foi declarado pela Presidente do referido Sindicato que, no período de março de 2010 a fevereiro de 2011, a vítima atingira uma renda bruta no valor de R$ 74.209,02, equivalente a um salário bruto mensal de R$ 6.184,08 Ademais, o referido documento, ainda, faz referência aos comprovantes de renda (recibos) apresentados pelo de cujus ao respectivo Sindicato (Bloco de Produtor Rural 1161038083, talão P 118 397671 a 397673, P 120 348761 a 348769, P 122 195721 a 195730, P 112 038601 a 038610, P 126 121191 a 121200 - provenientes da produção de 15,50 hectares de terra arrendada), pelos quais se podem verificar os rendimentos da vítima, morto no sinistro que deu causa ao ajuizamento da presente ação. Dessa forma, estando devidamente comprovada nos autos a renda do de cujus, em período imediatamente anterior ao acidente que o vitimou, o valor da pensão... por mortedevido às requerentes deverá observar tais parâmetros, não havendo motivo para desautorizar-se a prova apresentada pelas recorrentes. 2. CÁLCULO DA PENSÃO. Do valor recebido pelo de cujus, mensalmente, bruto (R$ 6.184,08), devem ser descontados 20%, como postularam as apelantes, relativos aos custos de produção do agricultor, percentual não rebatido pela parte ré, do que resultam R$ 4.947,27 (R$ 6.184,08 menos R$ 1.236,81, equivalentes a 20%), do que, ainda, se subtrai 1/3 (um terço).
V – DOS PEDIDOS
Por todo o exposto, juntamente com a efetiva condenação do Réu, desde logo, a Autora requer:
O deferimento da gratuidade de Justiça, tendo em vista a hipossuficiência do autor no sentido jurídico do termo;
O ressarcimento das despesas sofridas no valor de R$ 6.000,00 (seis mil reais), nos termos do artigo 948 do CC, devidamente corrigidos com juros e correção monetária, acrescidos com o estabelecimento de obrigação de indenizá-la pelas perdas e danos materiais suportados;
A concessão de pensão alimentícia equivalente ao valor do salário mínimo ou conforme o Magistrado julgar adequado, desde que este não chegue a ser menor; que a pensão permaneça até a data que o falecido completaria 74 anos de idade, qual seja no dia de seu aniversário no ano de 2041;
Protestar em provar o alegado por todos os meios de provas em direito admitidos;
Condenação ao pagamento dos honorários advocatícios em 20% sobre o valor da causa (art. 85 do CPC/15), bem como nas custas processuais a serem fixadas. 
VI – DAS PROVAS
Requer a produção de todas as provas em direito admitidas, conforme os termos do artigo 369 e seguintes do CPC, em especial a testemunhal e depoimento pessoal do réu. 
VII – DO VALOR DA CAUSA
Dar-se-á o valor da causa em R$ 6.000,00 (seis mil reais), pensão em caráter alimentício no valor do salário mínimo vigente (R$ 930,00) até o ano de 2041. 
Nestes termos, pede deferimento.
Araçatuba/SP, 3 de setembro de 2017.
Victor Faria
OAB/XX.XXX-X

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