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CASO CONCRETO 6 PRÁTICA SIMULADA

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AO EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO PERTENCENTE À VARA CÍVEL Nº____ DA COMARCA DE ARAÇATUBA/SP
MARIA, viúva e representa do Sr. Marcos, brasileira, residente e domiciliada na Rua Bérgamo, n. 123, apt. 205, Araçatuba-SP, inscrito no registro geral sob o nº: _________ e no CPF de nº: ______________, email: maria_205@gmail.com, vem, respeitosamente, através de seu advogado constituído e qualificado em procuração acostada aos autos, PROPOR
AÇÃO DE RESPONSABILIDADE CIVIL C/C REPARAÇÃO DE DANOS MORAIS CUMULADO COM PENSÃO POR MORTE
Pelo procedimento COMUM, em face de PAULO, comerciante, brasileiro, residente e domiciliado na cidade de Recife – PE, de email paulo_pao@hotmail.com, cujo cadastro nos registros gerais de pessoas físicas é ignorado, pelos fatos e fundamentos jurídicos que passa a expor:
I – GRATUIDADE DE JUSTIÇA
Nos termos da Lei nº 1.060/50 e do artigo 98 e seguintes do CPC, requer a Autora que lhe seja deferida os benefícios da gratuidade da Justiça, tendo em vista que a mesma não pode arcar com as custas processuais e honorários advocatícios sem prejuízo do próprio sustento.
 
II – DA COMPETÊNCIA DO JUÍZO
É competente o presente foro para a propositura da ação em tela, tendo em vista as circunstâncias originárias da ação, a saber, o homicídio culposo já reconhecido em sentença judicial. Em vista disso, conforme preceitua o artigo 53, inciso IV, do CPC/2015 é cabível ao autor a possibilidade de optar pela propositura da ação de reparação de responsabilidade civil c/c danos morais e cumulado pensão por morte, tanto em seu domicílio quanto no local onde ocorrera o fato. Nesses termos:
Art. 53.  É competente o foro:
IV - do lugar do ato ou fato para a ação:
a) de reparação de dano;
III – DOS FATOS
O caso em tela tem como origem o fato de que o Sr. Marcos, consorte da Senhora Maria, ora Autora, ao caminhar por uma rua em Recife - PE, foi atingido por um aparelho de ar-acondicionado que estava sendo manejado pelo Sr. Paulo, ora Réu, este comerciante e proprietário de uma padaria localizada no local citado. Ainda vivo, o Sr. Marcos, gravemente ferido, foi encaminhado para um hospital particular. No entanto, em decorrência da gravidade dos ferimentos, após ficar internado por um dia, o Sr. Marcos faleceu.
A Autora, Senhora Maria, cônjuge do falecido, se deslocou até a cidade de Recife – PE, para transladar o corpo de volta para seu domicílio, localizado na cidade de Araçatuba – SP. O falecido possuía 50 anos, não deixou filhos e era o único responsável pela sua subsistência e de sua esposa, obtendo uma renda nunca superior a um salário mínimo, através dos serviços ardorosos que prestava como pedreiro.
Nesse ínterim, os gastos hospitalares resultaram na soma de um total de R$ 3.000,00 reais (três mil reais), em conjunto aos gastos com o transporte do corpo e funeral cujo valor foi de R$ 3.000,00 (três mil reais). Vale ressaltar que o laudo da perícia médica, na conclusão do inquérito policial instaurado por ocasião do fato, apresentou como causa da morte o traumatismo craniano decorrente da queda do aparelho de ar-condicionado. O réu foi indiciado, posteriormente sendo denunciado e condenado em primeira instância como autor de homicídio culposo. É o resumo dos fatos, passa-se agora a expor os fundamentos do direito material. 
IV – DOS FUNDAMENTOS
IV.1 – DA OBRIGAÇÃO DE INDENIZAR
Excelência, como será demonstrada no feito, há uma inequívoca responsabilidade do Sr. Paulo sobre o fato ocorrido ao deixar de manusear com prudência o aparelho de ar-condicionado. Sendo por certo que o objeto é pesado, e a depender da altura em que caia, pode ferir gravemente a quem atingir. Este foi o fato trágico que ocorreu. Pela exclusiva culpa do Réu, o referido objeto caiu de uma altura relativamente considerável, atingindo diretamente o Sr. Marcos, que por um infeliz e lamentável acaso estava passando no momento exato. Demonstra-se então o ato ilícito que incorreu o Réu, pelos termos do artigo 186 do Código Civil Brasileiro, consoante o teor disposto nos artigos 927 e 938 do mesmo ordenamento, vejamos:
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.
Art. 927. Aquele que por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.
Art. 938. Aquele que habitar prédio, ou parte dele, responde pelo dano proveniente das coisas que dele caírem ou forem lançadas em lugar indevido.
O fato toma proporções mais lamentáveis quando a vítima, um senhor de 50 anos, era o único provedor de sua consorte, a Sra. Maria. O escasso dinheiro que obtinha, jamais ultrapassando o valor de um salário mínimo, fruto do labor do trabalho como pedreiro, não trouxe qualquer luxo ou conforto ao casal. Ademais, a Sra. Maria, depois da perda repentina de seu marido, torna-se devedora de um valor de R$ 6.000,00, somados os gastos com o translado do corpo e o funeral. 
Convém lembrar que o caso em tela foi objeto de ação penal, restando na sentença o reconhecimento da responsabilidade culposa do Réu no ocorrido, ou seja, este fora condenado como autor de homicídio culposo. Em vista disso, o código civil traz os reflexos que a condenação penal tem em uma eventual indenização em ação civil reparatória. Ao nitidamente expressar sobre o que consiste indenização, o Código Civil Brasileiro dispõe no artigo 948 o seguinte:
Art. 948. No caso de homicídio, a indenização consiste, sem excluir outras reparações.
I – no pagamento das despesas com o tratamento da vítima, seu funeral e o luto da família;
II – na prestação de alimentos às pessoas a quem o morto os devia, levando-se em conta a duração provável da vida da vítima.
Deste modo, insigne Julgador, nota-se que o caso é passível de indenização a fim de que amenize as despesas que a senhora Maria sofrera, sendo que a mesma não é capaz de quitar. Não obstante serem devidos os valores dos gastos referentes ao translado do corpo do falecido e o funeral, na ordem de seis mil reais, também resta oportuno uma reparação contínua, do luto e das dificuldades que a Autora certamente virá a sofrer em decorrência da ausência de seu cônjuge. Isto posto requer-se, por ocasião de todos os danos sofridos e vindouros, a concessão de pensão de caráter alimentício à viúva por período proporcional a duração de vida que a vítima teria, sendo por certo a média de vida no Brasil de 74 anos, segundo dados do IBGE, em prestação de valor equivalente ao salário mínimo ou, como Vossa Excelência assim julgar, mostre-se adequado para sustentar a senhora Maria, a fim de que tenha uma vida digna.
 
V – DOS PEDIDOS
Por todo o exposto, juntamente com a efetiva condenação do Réu, desde logo, a Autora requer:
O deferimento da gratuidade de Justiça, tendo em vista a hipossuficiência do autor no sentido jurídico do termo;
O ressarcimento das despesas sofridas no valor de R$ 6.000,00 (seis mil reais), nos termos do artigo 948 do CC, devidamente corrigidos com juros e correção monetária, acrescidos com o estabelecimento de obrigação de indenizá-la pelas perdas e danos materiais suportados;
A concessão de pensão alimentícia equivalente ao valor do salário mínimo ou conforme o Magistrado julgar adequado, desde que este não chegue a ser menor; que a pensão permaneça até a data que o falecido completaria 74 anos de idade, qual seja no dia de seu aniversário no ano de 2041;
Protestar em provar o alegado por todos os meios de provas em direito admitidos;
Condenação ao pagamento dos honorários advocatícios em 20% sobre o valor da causa (art. 85 do CPC/15), bem como nas custas processuais a serem fixadas. 
VI – DO VALOR DA CAUSA
Dar-se-á o valor da causa em dez R$ 6.000,00 (seis mil reais). 
Nestes termos, pede deferimento.
Araçatuba/SP, 14 de setembro de 2017. 
Victor Faria
OAB/XX.XXX-X

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