Buscar

RESUMO PROCESSO PENAL I

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 8 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 8 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

RESUMO PROCESSO PENAL I
Inquérito Policial
- Conceito: é o conjunto de diligências realizada pela polícia judiciária para a apuração de uma infração penal e de sua autoria, a fim de que o titular da ação penal possa ingressar em juízo (art. 4º, CPP). 
Trata-se de procedimento persecutório (persecutio criminis) de caráter administrativo instaurado pela autoridade policial – polícia civil. Tem como destinatários imediatos o MP, titular exclusivo da ação penal pública (art. 129, I, CF/88), e o ofendido, titular da ação pena privada (art. 30, CPP).
OBS: A atividade investigatória é atribuída, no âmbito estadual, às polícias civis, dirigidas por delegados de polícia; no âmbito federal, à polícia federal. (Artigo 144, §1º, IV, CF).
OBS: A investigação criminal não é realizada apenas através do inquérito policial. Há outras formas de investigação, como a realizada pelas Comissões Parlamentares de Inquérito (CPI), a executada pelas autoridades militares, pelo Ministério Público etc.
- Finalidade: apuração de fato que configure infração penal e a respectiva autoria para servir de base à ação penal ou às providências cautelares. 
- Características do Inquérito Policial: 
Oficialidade: se o crime for da competência da Justiça Estadual, ele será conduzido pela polícia civil. Se o crime for da competência da Justiça Federal, será a polícia federal.
Autoritariedade: é sempre presidido por uma autoridade policial. Delegado de polícia ou Delegado federal.
Oficiosidade: havendo crime de ação penal pública incondicionada a autoridade policial deve atuar de ofício, instaurando o IP e apurando os fatos (art. 5º, I, CPP). Nos de ação penal pública condicionada à representação e nos de ação privada, a autoridade depende da permissão da vítima (art. 5º, §§ 4º e 5º, CPP).
Indisponibilidade: uma vez iniciado o inquérito, não pode a autoridade policial dele dispor, devendo levá-lo até o fim, não podendo arquivá-lo por vedação expressa (art. 17, CPP).
Inquisitivo: as atividades persecutórias ficam nas mãos de uma única autoridade e não há espaço para o exercício do contraditório ou ampla defesa, razão pela qual, em regra, todas as provas colhidas na fase do inquérito devem ser reproduzidas em juízo, para que o juiz possa valorá-las no momento da sentença. 
Escrito: por exigência legal, os atos orais serão reduzidos a termo (art. 9º, CPP).
Sigiloso: não comporta publicidade como no processo. O sigilo não se estende ao juiz, ao MP e à defesa do acusado, conforme art. 7º, XIII a XV e §1º do Estatuto da OAB e Súmula vinculante 14*.
*É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos elementos de prova que, já documentados em procedimento investigatório realizado por órgão com competência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito de defesa.
OBS: de acordo com os arts. 69 e 77, §1º, da Lei n. 9.099/95, o IP é substituído por um simples boletim de ocorrência circunstanciado, lavrado pela autoridade policial (delegado de polícia), chamado de “termo circunstanciado”, no qual constará uma narração sucinta dos fatos, bem como a indicação da vítima, do autor do fato e das testemunhas, em número máximo de três, seguindo em anexo um boletim médico ou prova equivalente, quando necessário para comprovar a materialidade delitiva. 
Notitia Criminis: consiste no conhecimento por parte da autoridade policial, espontâneo ou provocado, de que um fato aparentemente criminoso ocorreu. É facultativa aos cidadãos, já que não possuem a obrigatoriedade de denunciar uma prática criminosa de que tenham conhecimento. Entretanto, é obrigatória em relação ao agente público que ao tomar conhecimento de fatos delituosos está obrigado a comunicar o fato a autoridade competente. Pode ser:
Espontânea ou imediata: a que se dá de maneira direta, por meios não formais, através da atividade própria da polícia.
Provocada ou mediata: a que decorre de um ato jurídico forma previsto na lei processual, como a representação ou a requisição, ou seja, é o conhecimento da infração pela autoridade mediante provocação de terceiros. 
Coercitiva: a decorrente da prisão em flagrante; se dá com a apresentação do autor. Art. 5º, §§ 4º e 5º, CPP. 
Abertura do IP
- Crime de ação penal pública incondicionada: 
a) Art. 5º, I, CPP: a autoridade policial tem o dever de instaurar o inquérito policial, independente de provocação. 
b) Mediante requisição de autoridade judiciária ou MP, art. 5º, II, primeira parte: o MP, tomando conhecimento da ocorrência de um fato criminoso, se entender que não possui todos os elementos necessários para a propositura da ação penal, deve requerer a abertura do IP, solicitando as diligências que entender necessárias. 
OBS: a ação penal pública é exclusiva do MP (art. 129, I, CF). Não cabe ao juiz, em nenhuma hipótese requisitar a abertura do IP, pois não se coaduna com o sistema acusatório. Na hipótese de chegar ao conhecimento do magistrado as informações, este deve encaminhá-las ao MP para que este avalie sobre a necessidade de instauração do IP.
c) Requerimento do ofendido ou de quem tiver qualidade para representá-lo, art. 5º, II, in fine, CPP: trata-se de notícia de crime em que o ofendido, ou seu representante legal, além de comunicar a ocorrência de um fato possivelmente punível, requer a abertura de IP para que o fato possa ser apurado. Chamado de DELATIO CRIMINIS.
OBS: delatio criminis é a comunicação de um crime feito pela vítima ou qualquer do povo. A delação anônima (notitia criminis inqualificada) requer cautela por parte da autoridade policial, a qual deverá, antes de tudo, investigar a verossimilhança das informações. Há entendimento minoritário sustentando a inconstitucionalidade do inquérito instaurado a partir de comunicação apócrifa, uma vez que o art. 5º, IV, CF/88 veda o anonimato. 
- Crime de ação penal pública condicionada: art. 5º, §4º, CPP
a) Para instauração do IP é necessário o requerimento escrito ou verbal, que será reduzido a termo, do ofendido ou seu representante legal. O MP só poderá requisitar a instauração do IP se encaminhar juntamente com a requisição a representação do ofendido.
OBS: o prazo para o oferecimento da representação é de 6 meses a contar do conhecimento da autoria. Por tratar-se de prazo decadencial, não será suspenso, nem interrompido.
- Crime de ação penal privada: art. art. 5º, §5º, CPP
a) Caso o ofendido não possua os elementos de prova para a propositura da ação penal, poderá requerer ao delegado que instaure o IP para investigação. O requerimento deve ser escrito, dirigido à autoridade competente e assinado pelo ofendido, se representante legal ou por procurador investido com poderes especiais. 
OBS: caso haja indeferimento do pedido, caberá recurso ao Chefe de Polícia ou impetrar mandado de segurança. 
- Instalação do IP: a portaria, que é um ato formal em que o delegado declara a abertura do procedimento e expede determinações especiais aos seus subordinados para promoverem diligências investigatórias ou o auto de prisão em flagrante (APF), que é a redução a termo da prisão captura, com a formalização da prisão, oitiva do condutor e das testemunhas, dentre outros atos.
a) portaria: quando instaurado ex officio (ação penal pública incondicionada);
b) auto de prisão em flagrante: qualquer espécie de infração penal;
c) requerimento do ofendido ou de seu representante: (AP privada e AP pública incondicionada);
d) requisição do MP ou da autoridade judiciária: (AP pública condicionada – quando acompanhada da representação);
e) representação do ofendido ou de seu representante legal, ou requisição do ministro da justiça: ação penal pública condicionada.
Arquivamento e desarquivamento do IP
- É ato do juiz, que determinará o arquivamento de forma motivada somente se houver pedido do MP que é o titular da ação penal pública (Art. 129, I, CF/88).
Natureza jurídica: trata-se de um ato administrativo complexo, pois o arquivamento depende de forma sucessiva da manifestação de vontade do membro do MP depois do juiz.Havendo discordância quanto a arquivamento do IP, o juiz remeterá os autos ao Procurador-Geral, nos termos do art. 28, CPP. O Procurador-Geral poderá: a) pessoalmente oferecer a denúncia; b) indicar outro órgão do MP para oferecer a denúncia; c) insistir no pedido de arquivamento, neste caso, o juiz fica obrigado a arquivar os autos do IP.
OBS – Arquivamento implícito do IP*: tanto na jurisprudência quanto na doutrina há o entendimento que não há o arquivamento implícito no ordenamento jurídico, já que não previsão legal para tanto e o art. 28 do CPP exige que o arquivamento do IP seja expresso e fundamentado. No entanto, há doutrinadores que entendem que se deve buscar um mecanismo para se estabilizar a situação do indiciado, sendo assim tecem três espécies de ocorrência de arquivamento implícito:
Subjetivo: ocorre quando duas pessoas são indiciadas; uma delas é denunciada e o MP se omite com relação a outra; o juiz recebe a denúncia e também se omite com relação a outra.
Objetivo: quando alguém é indiciado por dois crimes; o MP oferece denúncia com relação a um dos crimes e se omite ao outro; o juiz recebe a denúncia com relação a um dos crimes e também se omite ao outro.
De tipo derivado: quando alguém é indiciado por um tipo derivado (ex: homicídio qualificado); o MP oferece a denúncia com relação ao tipo simples (ex: homicídio simples), omitindo-se com relação a qualificadora; o juiz recebe a denúncia e também se omite em relação à qualificadora.
*Súmula 524 do STF: embora se refira a ação penal, determina que “Arquivado o inquérito policial por despacho do juiz, a requerimento do promotor de justiça, não pode a ação penal ser iniciada sem novas provas”, o que leva a entender que não há arquivamento implícito.
- A atribuição para desarquivar o IP é do MP. Surgindo fatos novos, deve a autoridade policial representar neste sentido, mostrando-lhes que existem fatos novos que podem dar ensejo a nova investigação.
Resumo mnemônico: SEIO DOIDO
Sigiloso (documentado) – S. Vinculante 14 do STF.
Escrito 
Inquisitivo – procedimento administrativo; não há o contraditório e ampla defesa.
Oficialidade – só pode ser realizado por órgão oficial.
Discricionariedade 
Obrigatório – obrigatoriedade dos órgãos responsáveis pela realização do IP.
Indisponível – autoridade policial não pode arquivar o IP.
Dispensabilidade 
Oficiosidade – o IP pode ser instaurado de ofício.
TEORIA DA AÇÃO PENAL
- Conceito: é o direito de pedir ao Estado-Juiz a aplicação do direito penal objetivo a um caso concreto. É também o direito público subjetivo do Estado-Administração, único titular do poder-dever de punir, de pleitear ao Estado-Juiz a aplicação do penal objetivo, com a consequente satisfação da pretensão punitiva. 
- Características: autônomo, abstrato, subjetivo e público. 
- Condições da Ação Penal:
Legitimidade: a pertinência subjetiva é necessária para o exercício da ação. A legitimidade ativa está ligada à titularidade para a propositura da ação (Ministério Público – na ação penal de iniciativa pública e querelante – na ação penal de iniciativa privada). A legitimidade passiva é decorrente da autoria do fato, quando o acusado/réu figura no polo passivo, contra quem é exercida a pretensão punitiva.
Interesse de agira: para o autor o interesse de agir, no processo penal, se configura na prática de um fato aparentemente criminoso (fumus commissi delicti), resultando na necessidade do processo para o exercício do ius puniendi do Estado. 
Possibilidade jurídica do pedido: o pedido, na ação penal, é sempre de condenação. Assim, há possibilidade de punibilidade concreta, ou seja, é a possibilidade de se poder aplicar a pena, caso haja condenação. 
Justa causa: é a existência de indícios mínimos de autoria e materialidade, ou seja, é o suporte probatório mínimo, sem o qual ninguém pode ser processado criminalmente. 
ESPÉCIES DE AÇÃO PENAL
OBS: Toda ação penal é pública. A classificação em pública ou privada é dada pela titularidade da iniciativa. Será pública quando a titularidade for do Ministério Público; privada quando a titularidade for do ofendido ou de quem tenha qualidade para representá-lo, chamado querelante. 
Ação penal de iniciativa pública
Titularidade: art. 129, I, CF/88, será do MP, com exclusividade, seja ela condicionada ou incondicionada.
Exceção: art. 5º, LIX, CF/88 e art. 29, CPP, caso o MP não ofereça denúncia no prazo legal, é admitida a ação penal privada subsidiária da pública, proposta pelo ofendido ou por seu representante legal. 
AÇÃO PENAL PÚBLICA INCONDICIONADA – é aquela em que não há nenhuma condição especial para o seu ajuizamento.
AÇÃO PENAL PÚBLICA CONDICIONADA – é aquela cujo exercício exige uma condição especial que pode ser tanto a representação quanto a requisição do Ministro da Justiça.*
*Representação: o MP somente poderá dar início à ação se a vontade da vítima ou de seu representante legal o autorizarem, por meio da representação. O não exercício da representação legal acarreta a extinção da punibilidade, conforme o art. 107, IV, CP. A titularidade do direito de representação é do ofendido ou seu representante legal, caso seja menor ou incapaz. Pode também ser exercido por procurador com poderes especiais (art. 39, caput, CPP). O prazo para exercer a representação é o prazo decadencial de 6 meses, contado do dia em que saber quem é o autor do crime. O prazo decadencial não se submete a suspensão nem prorrogação. 
*Requisição do Ministro da Justiça: requisita a ação nas hipóteses de crime cometido por estrangeiro contra brasileiro, fora do Brasil; crimes contra a honra cometidos contra chefe estrangeiro; crimes contra a honra praticados contra o Presidente da República. Pode o Ministro da Justiça oferecer a requisição a qualquer tempo, desde que não esteja prescrito o delito. 
Ação penal privada
Legitimidade: a legitimidade para a propositura da ação é do ofendido ou de seu representante legal. 
Prazo: art. 38, CPP. Prazo decadencial de seis meses, contado do dia em que vier saber quem é o autor do crime. 
OBS: em caso de morte, ou declaração de ausência, o direito de queixa, ou de prosseguir com a acusação, passará para o cônjuge, ascendente, descendente ou irmão (art. 31, CPP). 
Princípios que regem a Ação penal privada
OPORTUNIDADE OU CONVENIÊNCIA: o ofendido tem a faculdade de propor a ação penal, podendo fazê-lo ou não; 
DISPONIBILIDADE: a parte pode dispor do conteúdo do processo até o momento do trânsito em julgado da sentença condenatória, por meio do perdão ou perempção (art. 51 e 60 do CPP). 
INDIVISIBILIDADE: previsto no art. 48 do CPP, significa que o ofendido pode propor ou não a ação penal, porém não pode optar dentre os ofensores que irá processar. 
 
 
- Ocorrendo um suposto fato delituoso, cabe ao Estado iniciar a chamada persecutio criminis* para apurar, processar e enfim fazer valer o direito de punir, solucionando os casos postos para apreciação, aplicando o direito ao caso concreto.
*

Outros materiais