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Ciência Política e Teoria Geral do Estado

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RESUMO CPTGE
República (forma de governo) Federativa (forma de Estado) do Brasil.
3 tipos de poder:
Nível nacional: União
Nível regional: Estados membros (UF)
Nível local: Município (UF)
COMARCA: onde o poder judiciário atua
Poder Legislativo: câmara do senado e câmara dos deputados
Poder Executivo: presidência da república (presidente e ministros)
Poder Judiciário: juízes
Política: negociação para a tomada de decisões. 
Poder: relação entre mando e obediência.
Sociedade: um espaço de interações.
Toda interação interfere nos comportamentos. 
A Política não é ciência, é ação que se inventa.
CIVILIZAÇÃO OCIDENTAL
Cultura Ocidental: construção ideológica que os europeus (ocidentais) foram construindo para se distinguirem dos outros povos (orientais).
3 Pilares
FÉ = Judaico-cristã RAZÃO = Grega LEI = Romana
Judaísmo: primeira religião, fundada por Moisés, seu livro sagrado é “Torah” (moseísmo).
Cristianismo: separa do judaísmo
Islamismo: é uma mistura dos dois.
As religiões têm em comum a crença em um só Deus. Deus de Abraão (monoteístas).
Paul Valéry, filósofo e historiador francês, afirma que a Cultura Ocidental foi forjada por três tradições:
Tradição Cristã
Moral universal: os princípios do cristianismo constituem o fundamento que orientam os valores do agir humano com base na ideia maniqueísta – filosofia religiosa propagada por Maniqueu, que divide o mundo entre Bom ou Deus, e Mau ou Diabo – de certo ou errado, bem ou mal, justo ou injusto, céu ou inferno.
Conceito de pessoa humana: a pessoa humana é única, não se repete no tempo e no espaço, possui liberdade para escolher entre o bem e o mal e, por isso mesmo, assume por inteiro a responsabilidade pelos seus atos.
Concepção do tempo linear e irreversível: deixa de haver lugar para o tempo cíclico, o “eterno retorno” (o mundo se extinguiria, arderia no fogo para voltar a criar-se) dos orientais, em favor de um tempo linear e irreversível, cujo movimento decorre de uma sucessão de causas e consequências.
Tradição Grega
A civilização grega fundava-se nos ideais de liberdade, otimismo, secularismo, racionalismo, glorificação do corpo e do espírito, respeito pelo indivíduo. A religião era terrena e prática, servindo aos interesses dos mortais.
O Pensamento Racional: tudo pode e deve ser explicado, de maneira fundamentada, após rigoroso exame crítico, pois, de acordo com Aristóteles, devemos sempre buscar a causa primeira dos fenômenos a serem estudados. O uso dos sentidos critério adequado para alcançar o conhecimento da realidade.
A Dessacralização da Natureza: abandona-se a personificação e divinização das forças da natureza, ela está apta a ser explorada e manipulada pelo homem segundo os seus próprios interesses.
A Filosofia e a Ciência: aprendemos, assim, o amor a sabedoria, bem como desenvolvemos a inquietação diante dos fenômenos naturais e humanos e o desejo de compreendê-los.
Tradição Romana
Fundamentação do Direito com base no estatuto jurídico dos homens e das coisas: procuravam aproximar as leis escritas ditadas pela razão, das leis que governam a própria natureza (Direito Natural = jus-naturalismo). A lei cria as estaturas através de coisas naturais.
A organização política e administrativa do Estado: as ações militares eram discutidas e aprovadas pelas autoridades constituídas para serem ou não realizadas. Nas assembleias os cidadãos defendiam opiniões e interesses, deliberavam em conjunto e decidiam por meio do voto (aprovando ou revogando). Conferiram a uma instância impessoal e coletiva, o Estado, o direito de uso legítimo da força para punir crimes, reprimir revoltas e matar para vingar, em nome da coletividade, delitos julgados socialmente intoleráveis.
A Ideia de Império como comunidade de povos com origens e culturas muito diversas com governo centralizado e uma complexa organização política, administrativa e militar centralizada: um povo exerce poder sobre outro.
SOCIEDADE
O homem procura de boa vontade juntar-se em sociedade para a mútua conservação da vida, da liberdade e dos bens a que chamo de propriedade. (John Locke)
Quanto ao mais, os homens não sentem o menor prazer de estarem juntos onde não há poder capaz de impor respeito a todos eles. (Thomas Hobbes)
- Viver em sociedade é um imperativo (imposto)
- Precisamos viver em sociedade, mas não gostamos
- A sociedade que nos viabiliza pode nos desviabilizar
- Negociar é a melhor forma de resolver conflitos (política)
Mediador: se ele tem que ser impessoal e imparcial, 
não pode ser uma pessoa, então, deve ser um ente (Estado).
O que dá impessoalidade e imparcialidade é a lei.
A natureza nos iguala.
A sociedade nos diferencia.
Perante a natureza todos nós, seres humanos, somos iguais. É a sociedade que nos diferencia, nos rotula. Esses conceitos variam de lugar para lugar.
POLÍTICA
- A política foi inventada pelos humanos como o modo 
pelo qual pudessem expressar suas diferenças e conflitos 
sem transformá-los em guerra total.
- A guerra é o fracasso da política, pois significa que a técnica social falhou.
- Tarefa e objetivo da política é a garantia da vida no sentido mais amplo. (Hannah Arendt)
PODER
O poder é a relação de mando e obediência, é o que permite ao indivíduo obter de outro um comportamento que seja de seu interesse.
Estratégia de mando: persuasão
Tipo de convencimento: argumentação ou força
Poder é o conjunto de recursos, de natureza psicológica (convencimento), material ou econômica, existentes na sociedade, que os indivíduos põem a serviço de uma autoridade suprema, para manter a ordem pública.
JUSTIÇA 
Justiça sem força é impotente.
Justiça diz respeito à igualdade de todos os cidadãos. É o princípio básico de um acordo que objetiva manter a ordem social por meio da preservação dos direitos em sua forma legal ou na sua aplicação a casos específicos da sociedade.
Segundo Aristóteles, o termo justiça denota, ao mesmo tempo, legalidade e igualdade. Assim, justo é tanto aquele que cumpre a lei (justiça em sentido estrito) quanto àquele que realiza a igualdade (justiça em sentido universal).
A justiça não se faz por meio de vingança nem da retaliação (revide com dando igual ao sofrido).
Uma sociedade justa é uma sociedade onde a questão da justiça permanece constantemente aberta. Uma lei que é legal e legítima, por exemplo, pode não ser assim para sempre, pois a sociedade muda constantemente. 
Justiça comunitária
Comunidade: é o lugar que está mais perto da gente.
Contato direto/relação direta
O que regula a vida em comunidade são os valores morais
Informal/norma moral (não necessariamente está na lei)
Justiça societária
Sociedade: ao todo
Relações indiretas
A lei regula a vida em sociedade
Formal/norma da lei
DIREITO
 O direito restabelece a igualdade perdida na sociedade, ou seja, instaura a justiça.
ESTADO
“Se é ruim com ele, é muito pior sem ele”.
Finalidade: libertar cada um do medo (de perder a liberdade, a vida, a propriedade...) para que, na medida do possível, vivam com segurança, isto é, para que conservem o direito natural à existência, sem dano próprio nem alheio. 
Deixamos o Estado nos governar, desde que o Estado dê segurança aos nossos direitos naturais. Se o Estado deixa de nos garantir segurança, nós que deixamos ele nos governar, podemos lhe tirar o poder.
O Estado cria as leis, e por meio delas, transforma a mera posse.
GRÉCIA ANTIGA
As polis (cidade-estado) eram autônomas; modo de produção: escravismo
Podia se tornar escravo por:
 Guerra: O vencedor matava os soldados ou os escravizava (inteligentes eram escravizados como professores);
 Orfandade: A cidade ou Estado adota órfãos;
 Dívida
As primeiras lutas pelos direitos civis foram pelo fim do escravismo por dívida, pois estes, conheciam a liberdade antes.
Isonomia: direito de igualdade
Isegoria: direito de liberdade
ARISTÓTELES 
“A polis (o Estado) é o ambiente
adequado ao desenvolvimento das aptidões humanas. Como o homem é, por natureza, um animal social, a associação é natural e não convencional. Na busca do bem, o homem forma a comunidade, que se organiza pela distribuição das tarefas especializadas. Um indivíduo completa o outro, cada um com funções diferentes que favorecem à todos”.
O Estado (a polis) é superior ao indivíduo, porquanto a coletividade é superior as pessoas em particular, o bem comum é superior ao bem particular. A coletividade que nos dá segurança.
Aristóteles era da elite, então, para ele era ótimo que haviam escravos, pois assim, ele poderia pensar, ao invés de plantar, colher, trabalhar.
IDADE MÉDIA – ROMA
Estado medieval ou feudal
Teológico cristão
O Imperador Romano coordenava outras regiões do mundo (províncias), e estas eram administradas por um governador. Nessas províncias haviam cidades, que eram governadas por prefeitos.
Germanos, vizinhos, “invadiram” o Império Romano, criando então os reinos bárbaros.
O lugar do imperador foi ocupado pelo Papa;
O lugar do governador foi ocupado pelo Bispo;
O lugar do prefeito foi ocupado pelo Páraco (padre).
A Igreja começa a tomar poder.
No Feudalismo, a atividade de produção é a terra.
Se há guerra, há fome, há peste, há morte. (cavaleiros do apocalipse)
A Igreja começa a “organizar a guerra”. A guerra era a paz de Deus ou a trégua de Deus.
Diminui-se as guerras, aumenta-se a produção, diminui-se as mortes. É onde há grande número de pessoas. A terra é escassa para suprir a necessidade de todos, então, busca-se recursos fora.
O Rei adquire terras férteis e é atacado por isso, não havia exército para se defender, pede ajuda à quem se torna senhor feudal. O Rei dá poder aos senhores feudais caso mantenha sua terra.
O excesso de poderes diferentes começa a atrapalhar os comerciantes.
Os famosos comerciantes eram os alemães. Na Alemanha, a praça era chamada de Burg. Foi daí que surgiu a palavra “burguês”.
Burguesia + Rei = absolutismo (mercantilismo)
SANTO AGOSTINHO
“O Estado, embora tenha um papel importante para a sociedade, é relativo, pois a atividade política é notável, porém não é absoluta. Ela (a política) pode, quando bem exercida, tornar a vida dos cidadãos da “pátria celeste” confortável e serena. Porém, de forma parcial, pois seu campo de atuação se esgota nos estreitos limites da “cidade terrena”.”
Ou seja, dentro do Estado pode estar tudo certo, até o momento que alguém de fora invada-a.
IDADE MODERNA
Estado Medieval – dividido em feudos.
A burguesia se alia ao rei. Financia para o rei o exército. Em troca, o rei faz regras e leis que beneficiam a burguesia.
O Rei centraliza o poder.
Estado Nacional Moderno (absolutista) – XV ao XVIII
Estado legal – regido por leis, não mais por crenças, costumes...
Emana pelo Rei, ou seja, as leis são feitas pelo Rei
Se a lei não é do rei, então ele está acima dela, o rei pode descumpri-la
Não era um Estado de Direito.
Enquanto a economia era nacional, tudo bem. O problema surge quando a economia amplia para internacional (séc. XVIII). É onde acontece as revoluções liberais, onde a burguesia, questiona o poder do rei (iluminismo – movimento contra o absolutismo).
Iluminismo: antiabsolutista e antimercantilista
Antiabsolutista
Constitucionalismo: criação de uma constituição que rege a vida em sociedade
Divisão de poderes: 
1- Legislativo: cria-se as leis
2- Executivo: somente esse era do rei
3- Jurídico
Antimercantilista
Liberalismo: o Estado interfere minimamente na economia
Algumas revoluções liberais: Revolução Inglesa, Revolução Americana e a Revolução Francesa.
JOHN LOCKE
“É em nome dos direitos naturais do homem que o contrato social entre os indivíduos, que cria a sociedade e o Estado, é realizado. O governo deve, portanto, comprometer-se com a preservação destes direitos. O poder é, então, delegado a uma assembleia ou a um soberano para exercer essa função em nome da união voluntária e consentida pelos indivíduos. A legitimidade reside, em sua origem, no consentimento dos indivíduos que os constituíram, e que podem, portanto, retira-lo daqueles que não governam no interessa da maioria ou que ameaçam a liberdade e os direitos dos indivíduos”. 
ADAM SMITH
“O Estado deve desempenhar três funções: Manutenção da Segurança Militar; Administração da Justiça; erguer e manter certas instituições públicas (aquelas que vão nos dar bem-estar: instituições de saúde, educação...). A intervenção do Estado noutros domínios para além de ser inútil é também prejudicial”.
ESTADO DE DIREITO
A partir do século 18, nasce o Estado de Direito
1ª geração: Liberal
2ª geração: Social
3ª e 4ª geração: Democrático
KARL MARX
“O Estado é uma superestrutura. O Estado capitalista assegura o predomínio das relações capitalistas de produção, protege-as, garante a reprodução ampliada do capital, a acumulação capitalista. Portanto, o Estado é parte integrante das próprias relações de produção capitalistas e é determinado por elas”.
Infraestrutura: relações sociais de produção (relação necessária para o capitalismo)
Se não houver patrão ou funcionário, não há capitalismo.
Essa relação se dá entre:
Meios de produção – tema, MP, tecnologia, conhecimento, capital...
Forças produtivas – pessoas que vendem ou alugam suas forças produtivas
Superestrutura: como evitar a luta de classes.
A superestrutura se dá pelo meio jurídico/político e pela ideologia.
Jurídico: leis
Político: governo
Com esses, cria-se o Estado, que utiliza da ideologia para evitar a luta de classes. No caso, se mantem a diferença de classes.
As forças produtivas (empregados) votam nos proprietários dos meios de produção (empregadores), e estes criam leis que os beneficiam. As forças produtivas não votam neles mesmos devido a ideologia.
Ideologia (discurso de convencimento): conjunto de representações da realidade elaborado pelas classes sociais.
Ambos fazem e constroem ideologias, porém, a ideologia dos proprietários dos meios de produção tem maior alcance popular, pois eles possuem maior acesso aos meios que propagam informação.
A finalidade da ideologia é conquistar, manter ou ampliar os seus espaços de poder na sociedade.
ANTONIO GRAMSCI
“O Estado é um instrumento de hegemonia ou da ditadura da classe dominante. No primeiro caso, a classe dominante mantém o controle da sociedade através da difusão da sua ideologia entre os dominados. Os conflitos de classes são apaziguados porque a ideologia do dominador é aceita como legítima pelos dominados. No segundo caso, a sociedade é mantida coesa pelo recurso à violência, situação perigosa e indesejável para a classe dominante porque a verdadeira natureza do sistema é desnudada”.
Hegemonia: todos concordam que tal maneira é o correto e o que deve ser feito para tal coisa; criada pelos aparelhos ideológicos.
Ditadura: criada pelos aparelhos de repressão; elimina os opositores.
Exemplo de hegemonia: Dinheiro não traz felicidade.
Discurso vazio, pois a “felicidade” é relativa.
Discurso de hegemonia: Eu quero ser feliz e, para isso, não preciso de dinheiro.
Ideologia: Se eu não quero ter dinheiro, não apresento ameaça para aquele que tem.
As revoluções sempre acontecem da quebra de uma hegemonia.
MAX WEBER
“O Estado é um aparato administrativo e política que detém o monopólio da violência legítima dentro de um determinado território, a partir da crença dos indivíduos em sua legitimidade e, assim, evitar que indivíduos e organizações civis eventualmente se utilizem da violência física em benefício próprio. Por isso, apenas o Estado é autorizado pela sociedade (legitimidade) ao uso da força como poder coercitivo”.
JOHN MAYNARD KEYNES
“O Estado deve assegurar o bem-estar social e assumir o papel regulador da vida econômica, promovendo o equilíbrio necessário entre a demanda e a satisfação”.
FRIEDRICH HAYEK
“O Estado (Mínimo), deve apenas zelar pelo bom funcionamento do mercado: garantindo a ordem, elaborando leis
de proteção à propriedade privada, a manutenção dos cárceres e a defesa das fronteiras. Propunha um governo formado por um conselho superior, constituído por cidadãos do sexo masculino, todos com mais de 40 anos. Tal conselho salvaguardaria os princípios de proteção do livre mercado. Seria eleito de 15 em 15 anos. Assim, seria protegido de pressões políticas”.
ZYGMUNT BAUMANN
“A sociedade deixou de ser tolerante e de se preocupar com o “próximo”; o Estado se preocupa com o fluxo econômico financeiro e não com as pessoas e seus dramas. Como consequência da globalização, o número dos sem teto e sem Estado aumenta; a desregulamentação das guerras provoca miséria, cria milhões de pessoas desesperadas, desabrigas em fuga, com medo, fugindo para um lugar “seguro”, em busca de segurança que dificilmente encontram. Num planeta negativamente globalizado, todos os principais problemas – os meta-problemas que condicionam o enfrentamento de todos os outros – são globais e, sendo assim, não admitem soluções locais”.
O ESTADO COMO INSTITUIÇÃO POLÍTICA E SOCIAL – DADOS DE HISTORICIDADE
Entre 1914 e 1918 ocorre um choque de Imperialismo (disputam a hegemonia).
Império Britânico X Império Germânico – nasce a 1ª Guerra Mundial.
Império Britânico alia-se a França e a Rússia (Império Germânico alia-se ao Austro-húngaro, Alemanha e Turquia (Tríplice aliança)
ESTADOS UNIDOS
Partido Republicano: liberalismo ortodoxo
Partido Democrata: liberalismo heterodoxo
Surge o Liberalismo: estado mínimo
Em tempo de fartura: Partido Republicano ganha eleição
Em tempo de crise: Partido Democrata ganha eleição
O capitalismo está sujeito a crise cíclicas.
TEORIAS SOBRE A ORIGEM DO ESTADO ENQUANTO FORMA DE ORGANIZAÇÃO SOCIAL
A teoria da origem familial – matriarcal ou patriarcal – parte do princípio de que o Estado é uma extensão da família. As relações de endogamia*, responsáveis pela expansão do núcleo familiar, teriam ampliado o poder do líder (mãe ou pai) dando origem às primeiras áreas de ocupação, que, aglomerando-se umas às outras, originaram os primeiros povoamentos.
A teoria da origem violenta do Estado – parte da premissa de que as guerras de conquista forjaram toda a evolução da humanidade e estão no cerne da criação e consolidação das primeiras formas de Estado.
*é o nome dado ao ato da relação entre dois indivíduos que tenham parentesco, ou seja, possuem genes relacionados.
A teoria da formação natural – o Estado surge quando os homens atingem o estágio da civilização, ou seja, quando o homem abandona o nomadismo e se estabelece definitivamente em dado território.
A teoria contratual – o Estado surge de um acordo de vontades entre os membros da sociedade, por meio de um contrato subjetivo.
Hobbes: o contrato não resultou da aquiescência (consentimento) dos indivíduos, mas da necessidade de manter-se vivo; o homem, ao viver em estado de natureza, precisava criar condições mínimas para o convívio em sociedade.
Rosseau: o contrato é um acordo de vontades, é um acordo livre; cada indivíduo decide ceder parte de sua autonomia em prol do bem comum.
TEORIAS SOBRE A ORIGEM DO ESTADO ENQUANTO FORMA DE ORGANIZAÇÃO POLÍTICA
A teoria da formação histórica
Formação originária: quando um Estado surge sem derivar de outro; quando uma comunidade se torna uma polis.
Formação secundária: união de vários Estados (Estados Unidos) ou na divisão de um Estado anterior (Brasil).
Formação derivada: quando forças exteriores atuam na constituição de um novo Estado (Israel).
A teoria da formação jurídica: os doutrinadores se dividem entre
 Identificam o Estado a partir do momento em que ele é dotado de constituição
Brasil: 1924
 Identificam o Estado através do seu reconhecimento na comunidade internacional
Brasil: 1922
EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO ESTADO
Na antiguidade, o Estado foi forjado dentro da religião e a religião forjada dentro do Estado.
O monarca se apresentava como a personificação do Estado, dotado de prerrogativas temporais e espirituais, tornando-se o representante direto da divindade na Terra, quando não o próprio Deus.
ESTADO ANTIGO, TEOCRÁTICO E ABSOLUTO
Produz o trabalhador escravo
Vínculo com a divindade
Polis ou cidades-estado – Grécia
As cidades eram como centros econômicos, comunitário.
Isonomia: igualdade entre todos os cidadãos perante a lei;
Isotimia: ausência de títulos e funções hereditárias, possibilitando o livre acesso dos cidadãos às funções públicas;
Isegoria: direito à livre expressão, à palavra, à argumentação pública.
Civitas ou cidades-estado – Roma 
Só tinham direito à cidadania aqueles que possuíam as melhores terras.
O ESTADO MEDIEVAL – descentralização do poder
Inexistência de coesão do poder estatal
Concepção patrimonialista e fragmentária do poder
Autonomia dos senhores feudais
O cristianismo como poder ideológico
O ESTADO MODERNO – centralização do poder
Absolutista (séc. XV a XVIII): o monarca passou a exercer autoridade suprema nos seus domínios territoriais (se colocava, inclusive, acima do ordenamento jurídico)
Mercantilismo (séc. XVIII): concessão de monopólio sobre as atividades econômicas à iniciativa da burguesia
O ESTADO MODERNO E SUAS MUTAÇÕES
ESTADO ABSOLUTISTA: presença da monarquia absoluta e as regras sociais pautadas pelo Direito Natural;
A superação do Estado Absolutista aconteceu devido a um conjunto de modificações políticas, econômicas e sociais ocorridas ao longo dos séculos XVII e XVIII. A reação antiabsolutista, desencadeada pelas Revoluções Liberais, que desestabilizaram o antigo regime, deixou marcas profundas na sociedade ocidental. Nesse contexto foi criado o Estado Liberal.
ESTADO DE DIREITO: nasce a ideia de soberania popular e as constituições escritas, com o reconhecimento dos direitos fundamentais e da separação dos poderes.
1ª GERAÇÃO – ESTADO LIBERAL DE DIREITO:
Limitação do poder pessoal do rei, por meio de uma Constituição, expressão da vontade geral representada no Parlamento, bem como o estabelecimento de garantias individuais frente ao poder estatal, a criação de mecanismos econômicos assentados na liberdade contratual e no livre desenvolvimento do mercado. Princípio da legalidade do povo no poder.
Observa-se no início do século XX, o surgimento de vários projetos alternativos e antagônicos (contrário) ao modelo liberal: o socialismo e o totalitário. 
Liberal: Ideias de individualismo, autonomia e livre iniciativa.
Socialismo: Construção do bem comum, pela via do poder estatal, visando mitigar as desigualdades existentes no mundo real. Lembrando que, o Estado socialista não é necessariamente anticapitalista.
*Governar para aqueles que não possuíam direito, mas para isso, quem possuía deixaria de possuir alguns.*
Regimes Totalitários: Constituem regimes autocráticos, que se apresentam sobre as mais variadas formas, ideologia de direita (capitalista) e de esquerda (usam o Estado para defender o proletariado), porém, ambos utilizam da violência. Possuem como característica comum a elevação do Estado à condição de protagonista na vida da sociedade.
O cidadão deixa de ser servido pelo Estado, passando a servi-lo. Tudo pelo Estado, por meio do Estado e para o Estado. Podem ser de base capitalista (Nazismo, na Alemanha e Fascismo na Itália) ou socialista (Stalinismo, na URSS e Maoísmo na China). 
No cenário caracterizado pela crise do regime liberal-democrático, surge o Estado Social de Direito.
2ª GERAÇÃO – ESTADO SOCIAL DE DIREITO: Objetiva a promoção do bem-estar social, sem, contudo, comprometer as liberdades individuais ou contestar as bases do sistema liberal. Tomou para si a obrigação de atender às pressões sociais, prestar serviços de toda ordem, interferir na realidade social a fim de distribuir ou atingir a justiça social. A lei passa a ser utilizada não mais, apenas, como ordem geral e abstrata, mas como instrumento de ação com caráter, muitas vezes, específico e concreto de intervenção na questão social.
Tira dos ricos para dar aos pobres, mas se mantém
a riqueza. Portanto, a base é o capitalismo e não o socialismo.
Na segunda metade do século XX, no pós II Guerra Mundial, aconteceu a Guerra Fria (divisão do mundo entre capitalistas e socialistas). De um lado, o Estado liberal burguês, representado pelos Estados Unidos da América (EUA), e de outro, o modelo estatal socialista capitalista capitaneado pela União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS).
EUA – propugnava o Estado mínimo, com base na propriedade privada sobre os meios da produção e na livre iniciativa (capitalismo).
URSS – pregava a intervenção do Estado na economia, por meio de um projeto desenvolvimentista, que tinha como eixo o intervencionismo estatal com vistas a planificação da economia.
Com a expansão da globalização, a desagregação da União Soviética, a reunificação da Alemanha, a falência do socialismo real no leste europeu e o predomínio no mundo da ideologia liberal capitalista, houve uma tendência de acreditar na configuração de um mundo multipolar.
A elevação dos Estados Unidos a categoria de única superpotência mundial (“one best way”) e o avanço tecnológico advindo da revolução telemática contribuíram para a mundialização da economia e das finanças mundiais.
Frente a crise do Estado Social de Direito setores progressistas da sociedade articulam a criação do Estado Democrático de Direito.
ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO: conjuga o ideal democrático ao do Direito e incorpora elementos do Estado Liberal
Nasce o Estado Nacional Moderno – século 15 ao 18 (absolutista)
Estado Nacional Liberal – século 18 a crise de 1929
Estado Nacional Social – século 20 (liberal e socialista)
Estado Nacional Democrático – século 21
ORGANIZAÇÃO DO PODER NO ESTADO
FORMAS DE ESTADO: É o modo como se reparte, territorialmente, o poder político.
Estado Unitário: É formado por 1 só Estado. Caracteriza-se pela unidade do sistema jurídico e da autoridade política: um só direito, uma só lei, um só governo. A ideia força é a centralização.
A centralização do poder pode ser:
Concentrada: quando há um só centro de decisão e um instrumento único de execução.
Desconcentrada: quando, em nível regional, os agentes do Estado possuem alguma parcela de competência para tomar e fazer executar decisões de interesse local; revogáveis, porém, pela autoridade superior.
Os agentes do poder local atuam como meros instrumentos de execução e controle, em obediência estrita às ordens recebidas do poder central. Porém, por conveniência administrativa facultam-se às autoridades secundárias decisões e execuções por delegação e não por autonomia.
Estado Federativo: Indica a união política de Estados autônomos. 
A União tem, com exclusividade, o direito à soberania. As Unidades Federativas possuem autonomia, mas não a soberania. 
O poder político é compartilhado pela União e pelas Unidades Federativas, por meio de distintas instâncias de poder político-administrativo. 
FORMAS DE GOVERNO: Indica a maneira como, numa sociedade política, é institucionalmente designado o Chefe de Estado.
Monarquia: O Chefe de Estado é o monarca. Há os princípios básicos da hereditariedade – o monarca governa até a sua morte e em seguida seu sucessor assume – e vitaliciedade – quando o monarca abdica do poder ou possui alguma incapacidade, seja ela física ou mental.
Liderança absoluta.
O Monarca aparece como garantia de unidade do Estado, assegurando a estabilidade das instituições, pois está acima das disputas políticas e pode intervir nos momentos de crise.
Os críticos da Monarquia consideram perigoso atrelar o destino do povo e do Estado à vontade pessoal.
República: O Chefe de Estado é o Presidente. Um representante é escolhido pelo povo para ser Chefe de Estado, podendo ou não acumular com a função de Chefe de Governo.
A eleição é normalmente realizada por voto livre e secreto, (direta ou indireta) em intervalos regulares, variando conforme o país. Os cargos políticos da administração são eletivos e temporários. Estimula a participação (direta ou indireta) do povo no poder do Estado.
Disputas políticas provocam, muitas vezes, descontinuidades e reforçam interesses individuais de grupos e fragilizam as instituições. Há risco de manipulação da opinião pública.
SISTEMAS DE GOVERNO: É o modo como se divide, funcionalmente, os poderes por meios dos quais o Estado exerce a soberania.
Parlamentarismo: Caracteriza-se pela distinção entre o ocupante da função de Chefe de Estado (estável) e do de Chefe de Governo (instável). Ou seja, o poder é exercido por duas pessoas.
Chefe de Estado – exerce função político-diplomática: representa o Estado, vende a imagem.
Chefe de Governo – exerce função político-administrativa: administra o Estado, fecha os negócios.
O Chefe de Estado possui poder estável no período em que foi eleito, porém, o Chefe de Governo possui poder instável pois o Parlamento o indica ao cargo e o partido elabora um Programa de Governo que, se caso, ele não o cumpra, os parlamentares lhe dão voto de desconfiança que, por regra, deve renunciar. E assim, o Parlamento indicará outro para o ocupar o seu lugar.
Presidencialismo: Os poderes de chefia de Estado e de Governo se concentram no Presidente da República. O Presidente governa auxiliado por seus ministros. O seu programa de governo pode ser completamente diferente das concepções compartilhadas pela maioria parlamentar.
O Presidente tem a possibilidade de intervir no processo legislativo por meio do poder de veto.
 O fato de ter sido o próprio povo que o escolheu torna-o mais habilitado a tomar decisões polêmicas. Portanto, o presidencialismo seria um sistema mais aberto a permitir transformações profundas na sociedade. Além disso, garantiria maior estabilidade administrativa, por conta de os mandatos serem exercidos durante um período pré-determinado. O povo pode tomar a decisão de alterar os rumos da vida nacional. No entanto, a centralização do poder numa só figura pode potencializar o risco de autoritarismo.
REGIMES POLÍTICOS: Indica como se define as relações de poder entre o Estado e a sociedade.
Democracia: É o povo quem detém o poder soberano sobre os poderes Legislativo e o Executivo. O Estado está a serviço da sociedade.
É um regime político no qual o poder e a responsabilidade cívica são exercidos por todos os cidadãos, diretamente ou por meio dos seus representantes livremente eleitos. 
Respeita a vontade da maioria e protege escrupulosamente os direitos fundamentais dos indivíduos e das minorias. A democracia sujeita os governos ao Estado de Direito e assegura que todos os cidadãos recebam a mesma proteção legal, ou seja, que os seus direitos sejam protegidos pelo sistema jurídico.
Os cidadãos democráticos reconhecem que não possuem apenas direitos, mas também deveres.
A soberania popular se dá por meio de:
Plebiscito: é uma consulta popular que visa decidir previamente uma questão política ou institucional, antes de sua formulação legislativa.
Acontece uma eleição, há propaganda e campanha política, há votação.
Referendum: são projetos de lei ou emenda constitucional, aprovados pelo legislativo, anterior à sanção do executivo, devem ser submetidos à vontade popular, desde que atendidas certas exigências.
O projeto de lei ou emenda já está tramitado e os parlamentares para não criar “contrários”, “joga” a decisão à população. 
Iniciativa Legislativa: o povo apresenta projetos de lei ao legislativo, desde que subscritos por certo número de eleitores (1% do eleitorado nacional, no caso brasileiro, distribuídos em pelo menos 5 Estados, com não menos de 0,3% dos eleitores de cada um deles. 
É realizado por abaixo-assinado. Pode ser projeto de lei, emenda, alteração em lei já existente.
Ação Popular: qualquer cidadão pode propor ação popular que vise anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural.
Processo Eleitoral: através do voto direto e secreto
Autocracia: o Estado manda e a sociedade
obedece.
Pode manifestar-se por meio do Totalitarismo ou da Ditadura.
Regime Totalitário: elimina os seus opositores, usam a violência.
Nascem de um forte apoio social, geralmente, chegam por meio de um projeto social, de uma ideologia. Apresentam-se como se fossem a solução para os problemas, e assim, a sociedade abraça esse projeto.
De direita: capitalista
De esquerda: usam o Estado para defender o proletariado (socialista)
Regime Ditatorial: não há projeto social e nem apoio da sociedade, não há ideologia, simplesmente um grupo toma conta do poder. Há repressão, fazem uso da violência. 
Nascem de golpes de Estado.
SISTEMAS SOCIOECONÔMICOS
Capitalismo: visa o lucro.
- Propriedade privada sobre os meios de produção;
- Dinheiro e similares como meio de troca;
- Iniciativa privada nas atividades econômicas;
- Oferta e procura;
- Trabalho assalariado; e
- Divisão da sociedade em classes.
Socialismo: visa o bem comum.
- Propriedade pública (estatal) dos meios de produção;
- Responsabilidade do Estado pelas infraestruturas;
- Igualdade social; e
- Universalização do acesso à satisfação das necessidades humanas básicas.
PODERES CONSTITUÍDOS DO ESTADO OU DIVISÃO DE PODERES
Deve existir em cada Estado três sortes de poderes: o poder legislativo (faz leis), o poder executivo das coisas que dependem do direito das gentes (saúde, educação, lazer...) e o poder judiciário das coisas que dependem do direito civil (direito de propriedade, de proteger as pessoas, de dar igualdade...).
Esse modelo consiste num sistema de freios e contrapesos (checks and balances): o poder deve limitar o poder para efetivar a liberdade. Esta é a condição para o respeito às leis e à segurança dos cidadãos: nenhum poder pode ser ilimitado, todo poder deve ter limite.
Poder Legislativo: possui função de legislar, de criar leis.
É constituído por um congresso, parlamento, assembleias ou câmaras.
O objetivo é elaborar normas de direito de abrangência geral que são estabelecidas aos cidadãos ou às instituições públicas nas suas relações recíprocas. 
Fiscalizam o Poder Executivo, votam leis orçamentárias e, em situações específicas, julgam determinadas pessoas, como o Presidente da República ou os próprios membros do legislativo.
Poder Executivo: sua função é 
de administrar o Estado; refere-se ao gerenciamento da coisa pública, inclui atribuições políticas e engloba a capacidade legislativa do Poder Executivo (função atípica).
Poder Judiciário: possui a função de solucionar os conflitos surgidos na sociedade através da aplicação da lei.
É a capacidade de julgar, de acordo com as leis criadas pelo Poder Legislativo e de acordo com as regras constitucionais em determinado País. Verifica se a lei é aplicada para o “espírito” dela, ou seja, se ela cumpre a sua finalidade.
Ministros, Desembargadores e Juízes formam os magistrados. Há ainda, nos Estados com justiça privada, o Tribunal Arbitral composto por Juízes Arbitrais, Conciliadores e Mediadores.
OS TRÊS PODERES NO ESTADO BRASILEIRO – CONSTITUIÇÃO DE 1988
Poder Legislativo na União: É exercido pelo Congresso Nacional, que se compõe da Câmara dos Deputados e do Senado Federal.
Cada legislatura tem a duração de 4 anos.
Deputados: eleitos pelo sistema proporcional (voto de legenda); o número total de Deputados, bem como a representação por Estado e pelo Distrito Federal, é estabelecido por lei complementar, proporcionalmente à população; não pode haver menos de 8 ou mais de 70.
Senadores: eleitos pelo sistema majoritário (o mais votado); cada Estado e o DF elegem 3 Senadores, com mandato do partido de 8 anos; a representação será renovada de 4 em 4 anos; alternadamente, por um e dois terços; cada Senador é eleito com 2 suplentes.
Poder Legislativo nos Estados-membros ou federados: O número de Deputados Estaduais corresponderá ao triplo dos Deputados Federais e, atingindo o número de 36, será acrescido de tantos quantos forem os Deputados Federais acima de 12.
O mandato é de 4 anos.
Poder Legislativo nos Municípios: O número de vereadores é proporcional com o número de habitantes do município.
Até 15 mil hab – 9 vereadores
Mais de 15 mil hab – 11 vereadores
Mais de 30 mil hab – 13 vereadores
Mais de 50 mil hab – 15 vereadores
Mais de 80 mil hab – 17 vereadores
[...]
Mais de 8 milhões hab – 55 vereadores 
A eleição é junto para Prefeito.
Poder Executivo na União: É exercido pelo presidente da República, auxiliado pelos Ministros de Estado.
A eleição para Presidente e Vice-Presidente são simultâneas, no primeiro domingo de outubro em primeiro turno, e no último domingo de outubro em segundo turno do ano anterior ao do término do mandado presidencial vigente.
São por maioria absoluta: 50% + 1
Em caso de impedimento do Presidente e do Vice-Presidente, ou vacância dos respectivos cargos, serão sucessivamente chamados ao exercício da Presidência o Presidente da Câmara dos Deputados, o do Senado Federal e o do Supremo Tribunal Federal. Após 90 dias será realizada nova eleição.
Mandato de 4 anos, tendo início em 1 de janeiro do ano seguinte ao da sua eleição.
O Presidente e o Vice-Presidente não poderão, sem licença do Congresso Nacional, ausentar-se do País por período superior a quinze dias, sob pena de perda do cargo.
Poder Executivo nos Estados-Membros ou Federados: A eleição do Governador e Vice-Governador de Estado para mandato de 4 anos realiza-se junto com a de Presidente e Vice-Presidente.
Poder Executivo nos Municípios: Eleição de Prefeito e Vice-Prefeito para mandato de 4 anos.
Poder Judiciário
- o Supremo Tribunal Federal; esses possuem
- o Conselho Nacional de Justiça; sede na Capital Federal
- o Superior Tribunal de Justiça;
- os Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais;
- os Tribunais e Juízes do Trabalho;
- os Tribunais e Juízes Eleitorais;
- os Tribunais e Juízes Militares;
- os Tribunais e Juízes dos Estados e do DF e Territórios.
CIDADANIA
A cidadania para os gregos antigos, era entendida como o direito dos cidadãos em participar das decisões referentes aos destinos da cidade por meio da Assembleia Popular, na praça pública onde se reuniam para deliberar sobre decisões de comum acordo. Atualmente, nós votamos e deliberamos pessoas que fazem isso por nós.
Para Hannah Arendt, cidadania é o direito de ter direitos. Ou seja, o princípio da isonomia, todos devem ter os mesmos direitos e deveres.
Distinção da cidadania e os direitos inerentes:
Direitos Civis: são os direitos fundamentais à vida, à liberdade, à propriedade, à igualdade perante a lei, a garantia de ir e vir...
[liberdade individual]
Direitos Políticos: referem-se à participação do cidadão no governo da sociedade, como a capacidade de se organizar em partidos, de votar e ser votado.
Direitos Sociais: garantem a participação na riqueza coletiva. Incluem direito à saúde, à educação, ao trabalho, ao salário justo, à aposentadoria...
Esses são os direitos fundamentais, segundo a CF 1988.
IDEOLOGIA
Ideologia é um conjunto de representações da realidade elaboradas pelas classes sociais. Ou seja, é um discurso de convencimento.
Ideologias de direita: defendem o capital e os interesses dos capitalistas.
Ideologia de esquerda: defendem o trabalho e os interesses dos trabalhadores.
A dinâmica da sociedade capitalista deu origem a diferentes classes com diferentes propósitos. Por isso, percebe-se as ocorrências:
IDEOLOGIAS DE DIREITA:
De direita: conservadora
De centro-direita: liberais (economia de livre mercado/comércio)
De extrema-direita: fascistas (tudo que atrapalha o capitalismo deve ser eliminado)
IDEOLOGIAS DE ESQUERDA:
De esquerda: socialista (o capital deve ser melhor distribuído pelo Estado; não é contra o capitalismo)
De centro-esquerda: social democrata (sou a favor que o capitalismo favoreça a todos, não só aos proprietários)
De extrema-esquerda: comunista (acabar com quem quer manter o capitalismo)
Os partidos políticos podem ser identificados pelo conteúdo
ideológico (o que acreditam e defendem) e pelo conteúdo teleológico (o que fazem no poder com o que acreditam e defendem).
O partido é considerado de situação quando está no poder e, quando não estiver será considerado de oposição.
PARTIDOS POLÍTICOS
São instituições ou coletividades que se colocam entre o indivíduo isolado e o poder público. São inerentes à representação política e sua inexistência afeta a sobrevivência do projeto democrático de sociedade.
São pessoas livres reunidas em razão de um conjunto de ideias compartilhadas, disposto a participar do jogo eleitoral com vistas à conquista do poder político para a implantação de políticas próprias.
SISTEMA PARTIDÁRIO NO ÂMBITO DO ESTADO
Monopartidarismo: existência de um só partido no Estado.
Bipartidarismo: existência de dois grandes partidos que se alternam no poder do Estado. Podem haver outros partidos, porém, esses são inexpressivos pela vontade do povo.
Pluripartidarismo: existência de vários partidos igualmente dotados da possibilidade de predominar sobre os demais, através do processo eleitoral.
SISTEMAS ELEITORAIS
Majoritário: maioria simples (50% + 1)
Proporcional: proporção entre o número de votos recebidos pelo partido político e o número de vagas eleitorais que obtém, sendo eleitos os candidatos mais votados pertencentes aos seus quadros.
OS PARTIDOS POLÍTICOS NA CONSTITUIÇÃO BRASILEIRA
Art. 17 – É livre a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos políticos, resguardados a soberania nacional, o regime democrático, o pluripartidarismo, os direitos fundamentais da pessoa humana e observados os seguintes preceitos:
I – Caráter nacional;
II – Proibição de recebimento de recursos financeiros de entidade ou governo estrangeiros ou de subordinação a estes;
III – Prestação de contas à Justiça Eleitoral;
IV – Funcionamento parlamentar de acordo com a lei.
Os partidos possuem autonomia para definir sua estrutura interna, organização e funcionamento e para adotar critérios de escolha e o regime de suas coligações eleitorais.
Quem paga as propagandas eleitorais é o Estado.
É vedada a organização pelos partidos políticos de organização paramilitar.
ARGUMENTOS CONTRA OS PARTIDOS POLÍTICOS
Raramente a atuação de seus membros condiz fielmente com os ideais enunciados no programa partidário.
Ao invés de orientarem o povo, tiram-lhe a capacidade de seleção, pois os eleitores não escolhem os candidatos, quem escolhe é o partido.
ARGUMENTOS A FAVOR DOS PARTIDOS POLÍTICOS
Os partidos como força grupal capaz de superar obstáculos e conquistar o poder político, fazendo prevalecer no Estado à vontade social preponderante.
Facilitam a identificação das correntes da opinião pública, podendo assim, orientar os governantes para melhor atender a sociedade.
Nação: comunidade de base histórico-cultural
Povo: conjunto de pessoas que se unem para constituir um Estado, criando um vínculo jurídico-político permanente com o mesmo.
Nacionalidade: vínculo jurídico-político que une um indivíduo a um Estado.
Naturalidade: vínculo material-geográfico; definida pelo local do nascimento.
Cidadania: refere-se ao exercício efetivo dos direitos e deveres de determinado povo.
2 critérios usados para determinar a nacionalidade:
Jus Soli: considera o lugar de nascimento como determinante.
Jus Sanguinis: considera a nacionalidade do país como determinante.
Estado de Imigração: acolhem o jus soli, pelo qual os descendentes dos imigrantes passam a integrar sua nacionalidade.
Estado de Emigração: adotam o jus sanguinis, pelo qual a evasão não implicará na redução dos integrantes de sua nacionalidade.
Território: é o limite espacial dentro do qual o Estado exerce de modo efetivo e exclusivo o poder de império sobre pessoas e bens.
Podem ser: 
Íntegro, Compacto ou Contínuo
Desmembrado, Dividido ou Descontínuo
Encravado (de enclave)
Streck e Morais 
Os navios e os aviões marcantes em alto mar e os navios e os aviões público de guerra em qualquer ponto ficam sujeitos à jurisdição do Estado de sua bandeira. As embaixadas e representações diplomáticas, em geral, também estão sobre a jurisdição dos Estados que apresentam, respeitando o estabelecido na Convenção de Viena (1961).
Território: aquisição e perda.
Os estados adquirem território por descoberta, seguida de ocupação de terra nullius (terra de ninguém); por ocupação terra derelicta (abandonada); por conquista mediante o emprego da força unilateral ou como o resultado do triunfo em guerra; por cessão onerosa (compra e venda); ou por cessão gratuita (tratado de paz).
Delimitação: é o estabelecimento das linhas limítrofes fronteiras entre os territórios de dois ou mais Estados. Normalmente resulta de tratados bilaterais. Pode, eventualmente, resultar de uma decisão arbitral ou judiciária.
As linhas limítrofes do território do Estado podem ser: artificiais, cordilheiras, naturais ou rios.
Domínio fluvial: 
Rios Nacionais: O leito corre inteiramente dentro do território de determinado Estado, que exerce soberania plena, sem obrigação de conceder direito de passagem inocente (concessão obrigatória a embarcações estrangeiras, a passagem deve ser contínua e rápida).
Rios Internacionais: Cruzam diversos estados. Podem ser contínuos: corre pela fronteira entre estados; divisão feita pelo talvegue ou meio, ou sucessivos: seu leito atravessa o território de diversos Estados sucessivamente; soberania plena dentro de cada território.
Domínio Lacustre e Mares Interno:
Num lago ou mar interior situado na fronteira entre dois países, se o diâmetro for superior a seis milhas, cada estado exerce sua soberania até três milhas da margem, o restante será domínio comum; se inferior a seis milhas, a divisão se dará pelo ponto médio entre as duas margens.
Domínio Aéreo: No espaço aéreo, que é a massa de ar atmosférico, situada acima do território do Estado até o limite da estratosfera, não há norma que estabeleça a obrigatoriedade de concessão de direito de passagem inocente, estas são determinadas por acordos bilaterais ou permissões avulsas. Na aviação comercial deve ser concedida prévia autorização estatal para que se possa trafegar em seu espaço aéreo. Aviões particulares recebem permissão avulsa. Para aviões militares, não há tratados internacionais que prevejam a possibilidade de tráfego permanente; se ocorrer, por necessidade premente, deverá haver autorização prévia.
Mar Territorial: definido pela Lei número 8.617, de 4 de janeiro de 1993 (lei do mar). Inclui as águas, subsolo e espaço aéreo sobrejacente, na faixa de 12 milhas marítimas contados a partir da linha de base da costa, que corresponde a noção de onde termina a terra e onde começa o mar, na maré baixa. Nestas milhas há direitos soberanos, sendo única restrição o "direito de passagem inocente".
1 milha náutica = 1852m
Arquipélago situados fora do mar territorial possuem mar territorial em sua volta. Distância entre dois estados menor que 12 milhas o critério adotado é o da equidistância. Submarino estrangeiros, nesse território, só podem navegar na superfície.
Os Direitos Estados Nacionais ao mar territorial pode incluir, das 12 milhas: a zona contígua que é a faixa adjacente ao mar territorial de igual largura, se estende de 12 a 24 milhas, sobre ela o estado exerce soberania no que tange a fiscalização sanitária, alfandegárias e de imigração. Pode ser também zona econômica exclusiva, onde é a faixa adjacente ao mar territorial de 12 a 200 milhas, na qual há soberania para exploração, conservação, aproveitamento e gestão de recursos naturais.
É reconhecida os navios de todas as nacionalidades o direito de passagem inocente no mar territorial brasileiro. A passagem será considerada inocente desde que não seja prejudicial à paz, à boa ordem ou à segurança do Brasil, devendo ser contínua e rápida. Os navios estrangeiros no mar territorial brasileiro estarão sujeitos aos regulamentos estabelecidos pelo Governo brasileiro.
Alto mar: é de direito público internacional, não se sujeitando
ao domínio exclusivo de nenhum estado.
Polo Norte: recebe o mesmo tratamento conferido ao alto-mar. Está aberto à exploração. Serve de corredor aéreo alternativo para as linhas europeias em direção ao Extremo Oriente.
Antártida: Tratado da Antártida (1959) - não militarização da Antártida; reuniões periódicas para intercâmbio de informações científicas. O Brasil aderiu em 1975. Primeira expedição em 1982-1983. Convenção de Camberra (1980) - conservação de recursos naturais vivos dos mares adjacentes. Protocolo de Madrid (1991) - preservar de qualquer exploração de recursos minerais por 50 anos (até 2041).
Compete ao Conselho de Defesa Nacional: propor os critérios e condições de utilização de áreas indispensáveis à segurança do território nacional e opinar sobre seu efetivo uso, especialmente na faixa de fronteira e nas relacionadas com a preservação e a exploração dos recursos naturais de qualquer tipo.

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