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Aula 18 Teoria Geral dos Recursos atualizado

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Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro
 
PROCESSO PENAL
 
TEMA: TEORIA GERAL DOS RECURSOS
GARANTIAS PROCESSUAIS NOS RECURSOS CRIMINAIS
Prof.: ANTONIO CARLOS PONTES
Email: processoacp@gmail.com
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CP IV – TEMA 03 – Teoria geral dos recursos. Conceito. Fundamento. Classificação dos recursos. Efeitos dos Recursos. Incidência dos princípios no sistema recursal (jurisdicionalidade, princípio acusatório, presunção de inocência, contraditório e direito de defesa, motivação dos recursos). Recurso de ofício. Regras específicas do sistema recursal (taxatividade, fungibilidade, unirrecorribilidade, complementaridade, (in) disponibilidade. Extensão subjetiva dos efeitos do recurso.
TEMA 04 - Teoria geral dos recursos (continuação): Juízo de mérito e de admissibilidade. Requisitos recursais objetivos e subjetivos (pressupostos recursais). Sistemática dos recursos. Procedimento recursal. O artigo 932, IV do CPC e os recursos no processo penal. Jurisprudência.
Fundamentos dos recursos: Falibilidade humana e inconformidade do prejudicado. Assegurar a justa prestação jurisdicional (ser e parecer ser). Controle e revisão, e não um novo julgamento. Vedação, em países como EUA e Inglaterra (common law), de recurso contra sentença absolutória (2ª persecução contra o Réu – oralidade e Júri).
Conceito: Meio endoprocessual através do qual o prejudicado solicita a modificação ou a anulação de uma decisão judicial. NJ – Desdobramento do direito de ação. Voluntariedade. STJ – HC 105.845 + HC 111.393. Não há nulidade se não recorrer. Não há nulidade se na intimação da sentença não for apresentado termo de recurso ou renúncia. STJ – RHC 61.365.
 Recurso Ex Officio (art. 574 + 746) – Aury – Inconstitucional, por falta de legitimidade do juiz. STJ – Constitucional – (REsp 767.535). Nucci – Constitucional, mas sem aplicabilidade (STJ – HC 278.124 – abs. sumária no Júri). Súmula 423 do STF (qualidade obstativa da sentença).
Favor Rei – Maior garantia ao status libertatis do Réu – Exs.: ROHC e no caso de empate, prevalece o melhor ao Réu.
Classificação dos Recursos: Ordinários x Extraordinários (ou excepcionais); Fundamentação Livre x Vinculada; Horizontais x Verticais;
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HC 105845 / SC
HABEAS CORPUS
2008/0097845-8
Relator(a)
Ministro OG FERNANDES (1139)
Órgão Julgador
T6 - SEXTA TURMA
Data do Julgamento
10/03/2009
Ementa
PROCESSUAL PENAL. HABEAS CORPUS. ESTUPRO. SENTENÇA CONDENATÓRIA. INTIMAÇÃO PESSOAL. RÉU E ADVOGADA DATIVA. AUSÊNCIA DE MANIFESTAÇÃO DE RECURSO. APELO INTERPOSTO. ADVOGADO SEM PROCURAÇÃO. INTIMAÇÃO. INSTÂNCIA RECURSAL. NÃO-APRESENTAÇÃO DO MANDATO. APELAÇÃO NÃO-CONHECIDA. NULIDADE. INEXISTÊNCIA. 1 -Se a defensora dativa e o réu foram intimados pessoalmente da sentença condenatória e não manifestaram a pretensão de recorrer, aplicável, à espécie, a regra processual da voluntariedade dos recursos, insculpida no art. 574, caput, do Código de Processo Penal, segundo a qual não está obrigado o defensor público ou dativo, devidamente intimado, a recorrer.2 - É cediço que o acusado tem o direito de constituir advogado de sua confiança para atuar no processo-crime a que responde, no entanto o causídico tem o dever de comprovar a outorga de poderes, juntando aos autos o competente instrumento de mandato. 3 - Não há de se falar em nulidade do acórdão impugnado que não conheceu da apelação, se o advogado subscritor do recurso, mesmo após a intimação específica para a prática do ato, não apresentou procuração, notadamente se o réu foi defendido, até então, por advogado dativo que não manifestou desejo de apelar. 4 - Ordem denegada.
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HC 111393 / RS Ministra ALDERITA RAMOS DE OLIVEIRA (DESEMBARGADORA CONVOCADA DO TJ/PE) SEXTA TURMA DJe 08/10/2012
HABEAS CORPUS. PROCESSUAL PENAL. AUSÊNCIA DE INTIMAÇÃO DO RÉU PRESO DO ACÓRDÃO CONDENATÓRIO. DESNECESSIDADE EM SEGUNDO GRAU. NÃO-OBRIGATORIEDADE DE INTERPOSIÇÃO DE RECURSO PELO DEFENSOR. CERCEAMENTO DE DEFESA NÃO CONFIGURADO. ORDEM DENEGADA. 1. Na linha da iterativa jurisprudência desta Corte e do Supremo Tribunal Federal, a intimação pessoal a que se refere o art. 392 do Código de Processo Penal só é exigível quando se tratar de condenação proferida em primeiro grau de jurisdição. Tratando-se de decisão proferida pelo Tribunal, a intimação do réu se aperfeiçoa com a publicação do acórdão no órgão oficial de imprensa. Precedentes. 2. Em face do princípio da voluntariedade dos recursos, previsto no art. 574, caput, do Código de Processo Penal, o defensor, seja ele constituído ou dativo, devidamente intimado, não está obrigado a recorrer. 3. Ordem denegada.
REsp 767535 / PA
RECURSO ESPECIAL
2005/0117352-6
Relator(a)
Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA (1131)
Órgão Julgador
T6 - SEXTA TURMA
Data da Publicação/Fonte
DJe 01/02/2010
Ementa
RESP. ABSOLVIÇÃO. INIMPUTABILIDADE. REEXAME NECESSÁRIO. ACÓRDÃO QUE NÃO CONHECE DO RECURSO DE OFÍCIO. PROCEDIMENTO QUE NÃO FOI REVOGADO PELA CONSTITUIÇÃO DE 1988.O denominado recurso de ofício previsto no art. 574 do Código de Processo Penal, por ser mero procedimento para conferir o efeito da coisa julgada, e não recurso propriamente dito, não restou revogado pela nova ordem constitucional, que confere ao ministério público a titularidade exclusiva da ação penal pública. Recurso provido para cassar o acórdão recorrido e determinar o julgamento do mérito do recurso encaminhado ex officio.
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HC 278124 / PI Ministro FELIX FISCHER QUINTA TURMA DJe 30/11/2015
PROCESSUAL PENAL. HABEAS CORPUS. HOMICÍDIO QUALIFICADO TENTADO. ABSOLVIÇÃO SUMÁRIA. RECURSO DE OFÍCIO PROVIDO. JULGAMENTO POSTERIOR À REFORMA DO PROCEDIMENTO DO TRIBUNAL DO JÚRI PELA LEI N. 11.689/08. IMPOSSIBILIDADE. INCIDÊNCIA DO PRINCÍPIO TEMPUS REGIT ACTUM. NATUREZA JURÍDICA DE CONDIÇÃO DE EFICÁCIA DA SENTENÇA DE ABSOLVIÇÃO SUMÁRIA, NÃO SE CONFUNDINDO COM UM RECURSO PROPRIAMENTE DITO. WRIT CONCEDIDO. I - O impetrante afirma a existência de 2 (dois) acórdãos em recursos de ofício contra a mesma decisão. O primeiro reformou a sentença absolutória e pronunciou o réu. Em razão do foro por prerrogativa de função, uma vez que foi eleito Prefeito Municipal, o paciente foi julgado e condenado pelo eg. Tribunal a quo nas sanções do art. 121, § 2º, incisos II e IV c/c art. 14, inciso II, CP. Por fim, o segundo recurso de ofício manteve a sentença absolutória de 1º Grau em todos os seus termos. II - O primeiro recurso de ofício, provido para reformar a sentença de absolvição sumária, foi remetido ao eg. Tribunal em 22 de maio de 2000, autuado apenas em 6 de março de 2007 e julgado em 29 de setembro de 2008, com publicação no Diário da Justiça no dia 16 de outubro de 2008. III - Com o advento da Lei n. 11.689/08, ampliou-se o rol de hipóteses de absolvição sumária e dela se excluiu a obrigatoriedade do reexame necessário. Assim, tanto a doutrina majoritária quanto a jurisprudência entendem que a mencionada lei revogou tacitamente o art. 574, inciso II, do Código de Processo Penal (Precedente).
Princípio do Duplo Grau de Jurisdição: Está na CRFB? Nucci e Schietti – Está implicitamente na CRFB. Aury – Não, mas está na CADH. Mitigações: Não há quando o Réu tem foro privilegiado (súm. 704 STF), condenado apenas em 2º grau, Júri. Haverá se o juiz julga o mérito de apelação contra sentença de absolvição sumária – STJ – HC 260.188 (supressão de instância).
Inconvenientes: Prejudica a celeridade, a oralidade (Pseudo-oralidade – Rogério Schietti – debates entre os desembargadores) e desprestigia a 1ª instância.
Divergência – precisar ser para órgão superior ou não (DA).
TJGO – 2015 – FCC – NÃO se trata de garantia processual expressa na Constituição da República:
(a) a liberdade provisória. 
(b) a identificação do responsável pelo interrogatório policial. 
(c) a publicidade restrita. 
(d) o cumprimento da pena em estabelecimento distinto em razão da natureza do delito. 
(e) o duplo grau de jurisdição. 
HC 260188 / AC Ministro NEFI CORDEIRO SEXTA TURMA DJe 15/03/2016
PROCESSUAL PENAL E PENAL. HABEAS CORPUS SUBSTITUTIVO. NÃO CABIMENTO.
CRIME DE TRÂNSITO. PERIGO ABSTRATO. SENTENÇA DE ABSOLVIÇÃO SUMÁRIA. CONDENAÇÃO PELO TRIBUNAL EM SEDE DE APELAÇÃO. SUPRESSÃO DE INSTÂNCIA CONFIGURADA. CONSTRANGIMENTO ILEGAL. NULIDADE RECONHECIDA DE OFÍCIO. 1. Ressalvada pessoal compreensão diversa, uniformizou o Superior Tribunal de Justiça ser inadequado o writ em substituição a recurso especial e ordinário, ou de revisão criminal, admitindo-se, de ofício, a concessão da ordem ante a constatação de ilegalidade flagrante, abuso de poder ou teratologia. 2. Viola os princípios do juiz natural, devido processo legal, ampla defesa e duplo grau de jurisdição a decisão do Tribunal que condena, analisando o mérito da ação penal em apelação ministerial interposta ante sentença de absolvição sumária. 3. Habeas corpus não conhecido, mas, de ofício, concedida a ordem para reconhecer a nulidade do acórdão proferido em segunda instância na parte que analisou o mérito da causa, para determinar o prosseguimento da ação penal.
Efeitos dos Recursos: Devolutivo – Tantum devolutum quantum apellatum. As razões recursais que definem a transferência do conhecimento da matéria, e não a peça de interposição do MP (STJ – HC 263.087). NULIDADE de julgamento de recurso sem as razoes e sem intimação (STJ – HC 137.100). Se intimar e não apresentar, não há nulidade (STJ – HC 246.062). Igualmente, não há nulidade se a defesa não apresentar contrarrazões. STF – RHC 133.121. 
Dimensão horizontal ou extensão (a matéria – recurso total ou parcial) x Dimensão vertical ou profundidade (os fundamentos da matéria). 
Nos recursos de fundamentação livre, este efeito é amplo (Efeito translativo – possibilidade de cognição de matérias de ofício – divergência se possível nos recursos excepcionais. Não – STF + STJ – AI 657.656 – não foi prequestionado x Sim. Doutrina + art. 1.034, § único, do NCPC – restrição da súmula 160 do STF – reconhecimento de nulidade contra o Réu). Nos de fundamentação vinculada, o efeito é limitado. Apelação no Júri – Súmula 713 do STF. 
Possibilidade de aplicação analógica da “teoria da causa madura” do artigo 1.013, § 3º e 4º do NCPC. STJ – Edcl no AgRg no AREsp 42.537.
Regressivo ou Iterativo – Reexame feito pelo próprio juiz que proferiu a decisão. Pode ser único (embargos declaratórios) ou prévio ao Tribunal ad quem (RESE). Se não fizer, é mera irregularidade – STJ – HC 216.944
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DIREITO PROCESSUAL PENAL. EFEITO DEVOLUTIVO DA APELAÇÃO CRIMINAL INTERPOSTA PELO MINISTÉRIO PÚBLICO.
A matéria suscitada em apelação criminal interposta pelo Ministério Público deve ser apreciada quando, embora não tenha sido especificada na petição de interposição, fora explicitamente delimitada e debatida nas razões recursais. De fato, já firmou a jurisprudência do STF e do STJ entendimento no sentido de que a extensão da apelação se mede pela petição de sua interposição e não pelas razões de recurso. No entanto, nas hipóteses em que o referido entendimento foi consignado, tratava-se de situação contrária à presente, na qual o MP havia impugnado toda a sentença e, nas razões recursais, estabeleceu restrições, o que não se admite, porquanto acarretaria ofensa ao art. 576 do CPP, segundo o qual ao MP não se permite desistir de recurso que haja interposto (HC 70.037-RJ, Primeira Turma do STF, DJ 6/8/1993 e EDcl no HC 109.096-RS, Quinta Turma do STJ, DJe 29/3/2012). Na espécie, embora no momento da interposição do recurso de apelação o Órgão Ministerial não tenha especificado a matéria, ela foi explicitamente debatida nas razões de recurso, merecendo, por conseguinte, conforme entendimento do STJ, ser analisada pelo Tribunal de origem por força do aspecto da profundidade do efeito devolutivo. Em outros termos, são as razões recursais que corporificam e delimitam o inconformismo, e não a petição de interposição do recurso, considerando a função precípua de esta cumprir o requisito formal de apresentação da insurgência recursal. Precedentes citados: HC 139.335-DF, Quinta Turma, DJe 3/11/2011; e REsp 503.128-SP, Quinta Turma, DJ 22/9/2003. HC 263.087-SP, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em 17/3/2016, DJe 5/4/2016.
HC 137100 / SE Ministro OG FERNANDES SEXTA TURMA DJe 10/10/2012
HABEAS CORPUS. TENTATIVA DE HOMICÍDIO. WRIT SUBSTITUTIVO DE RECURSO PRÓPRIO. IMPOSSIBILIDADE. NULIDADE DO JULGAMENTO DO RECURSO DE APELAÇÃO. INEXISTÊNCIA DE RAZÕES RECURSAIS. AUSÊNCIA DE INTIMAÇÃO DO RÉU PARA CONSTITUIR NOVO DEFENSOR. IMPETRAÇÃO NÃO-CONHECIDA. ORDEM CONCEDIDA DE OFÍCIO.. 4. No caso, constata-se que o acórdão da apelação transitou em julgado em 24/7/2008, sem que fosse interposto recurso ordinariamente previsto no ordenamento jurídico, preferindo a defesa na via do habeas corpus, impetrado em 25/5/2009, para apontar a nulidade do julgamento do recurso de apelação criminal do ora paciente. 5. Verificada hipótese de dedução de habeas corpus em lugar do recurso especial, impõe-se o seu não conhecimento, nada impedindo, contudo, que se corrija de ofício eventual ilegalidade flagrante como forma de coarctar o constrangimento ilegal, tal como ocorre na espécie. 6. Afigura-se patente a nulidade perpetrada pelo Tribunal de origem, ao julgar o recurso de apelação manifestado por termo, sem a juntada das razões recursais, e sem a necessária intimação do sentenciado para que constituísse novo patrono para apresentar as razões do recurso. 7. Habeas corpus não conhecido. Ordem de habeas corpus concedida, de ofício, para anular o julgamento da Apelação Criminal nº 349/2007 do Tribunal de Justiça do Estado de Sergipe, com a restituição do prazo para a apresentação das razões recursais, devendo aquela Corte providenciar a intimação pessoal do paciente para que constitua novo patrono para o exercício de sua defesa.
Suspensivo ou Obstativo – Obstáculo ao trânsito em julgado e de certas medidas. Não há nas sentenças absolutórias. Art. 596. Há, em tese, nas sentenças condenatórias. Art. 597. RESE – Art. 584 – 2 hipóteses: perda da fiança e denegação da apelação. Não cabe MS para obter efeito suspensivo no RESE e em Agravo (STJ – HC 296.848 + HC 272.811) Div. TJRJ – Cabe MS no Agravo - 0067896 14.2007.8.19.0001.
Substitutivo – O acórdão sempre substituirá a decisão recorrida.
Regras Recursais: 
Taxatividade – São cabíveis apenas os recursos previstos em lei. Div. Min. Giacomolli – havendo lesão à direito deve haver uma forma de recorrer. Problemática da correição parcial da LODJ e RITJRJ (art. 6º, I, da Lei 5.010/66 + art. 32, I, da Lei 8.625/93). 
Unirrecorribilidade (singularidade ou unicidade)– Para cada decisão caberá um recurso. Exemplos: pronúncia parcial (STJ - HC 17.617), art. 593, § 4º do CPP. Exceção: REsp e Rext (ordem constitucional).
HC 6466 / SP
HABEAS CORPUS
1997/0076061-8
Relator(a)
Ministro LUIZ VICENTE CERNICCHIARO (1084)
Órgão Julgador
T6 - SEXTA TURMA
Data da Publicação/Fonte
DJ 25/02/1998 p. 123
RSTJ vol. 104 p. 461
Ementa
HC - CONSTITUCIONAL - PROCESSUAL PENAL - MANDADO DE SEGURANÇA -O CODIGO DE PROCESSO PENAL E LEIS ESPECIAIS ENCERRAM AS HIPOTESES NORMATIVAS DE SUSPENSÃO DE EFEITOS DE DECISÃO JUDICIAL. OS PRINCIPIOS DO DIREITO PROCESSUAL PENAL, NA ESPECIE, NÃO ENSEJAM INTERPRETAÇÃO AMPLIATIVA. O MINISTERIO PUBLICO E CARECEDOR DA AÇÃO DE SEGURANÇA PARA OBTER RESTRIÇÃO AO EXERCICIO DO DIREITO DE LIBERDADE NÃO CONTEMPLADA NA LEI.
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DIREITO PROCESSUAL PENAL. MANDADO DE SEGURANÇA PARA ATRIBUIÇÃO DE EFEITO SUSPENSIVO A RECURSO EM SENTIDO ESTRITO. 
Não cabe, na análise de pedido liminar de mandado de segurança, atribuir efeito suspensivo ativo a recurso em sentido estrito interposto contra a rejeição de denúncia, sobretudo sem a prévia oitiva do réu. Destaca-se que, em situações teratológicas, abusivas e que possam gerar dano irreparável à parte, admite-se, excepcionalmente, a impetração demandado de segurança contra ato judicial para atribuir-lhe efeito suspensivo. No entanto, tratando-se de não recebimento de denúncia, nem sequer em hipóteses de teratologia seria permitida a realização do ato em outra relação processual. Com efeito, em homenagem
ao princípio do devido processo legal, o recebimento da denúncia deve ocorrer, necessariamente, nos autos da ação penal instaurada para apurar a prática do suposto ato criminoso. Ademais, há de ressaltar que o não recebimento da denúncia gera para o réu uma presunção de que não se instaurará, contra ele, a ação penal. Essa presunção, contudo, não é absoluta, pois contra a rejeição da denúncia pode ser interposto recurso em sentido estrito. No entanto, permitir-se-á ao réu a apresentação de contrarrazões e a sustentação oral antes de seu julgamento do recurso pelo colegiado. Desse modo, observa-se que, por certo, viola o contraditório e a ampla defesa decisão liminar proferida na análise de mandado de segurança que determine o recebimento da denúncia sem permitir qualquer manifestação da parte contrária. Ressalte-se, ainda, que o recebimento da denúncia, nessas circunstâncias, causa um tumulto processual inaceitável, porque, ao mesmo tempo em que nos autos da ação principal há uma decisão de rejeição da denúncia (pendente de julgamento do recurso cabível), em razão de liminar concedida em outra relação processual, qual seja, um mandado de segurança, há o recebimento da inicial acusatória. O tumulto processual é tão grande que a parte ré, beneficiada pela rejeição da denúncia (em decisão ainda não modificada dentro da própria ação penal), por meio de uma liminar proferida em mandado de segurança, se vê obrigada a, nos autos da ação principal, apresentar resposta à acusação, em primeira instância, e contrarrazões ao recurso em sentido estrito, em segunda instância, além de ter de se manifestar no mandado de segurança, que é uma relação processual autônoma. HC 296.848-SP, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 16/9/2014.
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0067896 14.2007.8.19.0001 AGRAVO DE EXECUCAO PENAL 0005515 26.2014.8.19.0000
SEGUNDA CAMARA CRIMINAL Des(a). JOSE MUINOS PINEIRO FILHO Julg: 06/06/2014
EMENTA PENAL. PROCESSO PENAL. AGRAVO EM EXECUÇÃO PENAL. RECURSO MINISTERIAL. PLEITO DE LIMINAR NÃO CONHECIDO. IMPOSSIBILIDADE JURÍDICA DO PEDIDO. RECURSO DESPROVIDO DE EFEITO SUSPENSIVO. VIA PROCESSUAL INADEQUADA PARA CONFERÊNCIA DO EFEITO SUSPENSIVO PRETENDIDO. POSSIBILIDADE DE MANEJO DE MANDADO DE SEGURANÇA. 1. Inicialmente, deve esta relatoria manifestar se sobre o pleito de concessão de liminar para a suspensão dos efeitos da decisão impugnada até o julgamento do presente recurso, e o faz nesta oportunidade porque, em verdade, impossível se mostra o pleito. 2. O recurso em análise é desprovido de efeito suspensivo, sendo, por este motivo, incabível postulá lo, em sede de antecipação de tutela. Para tais situações, mostra se adequada a utilização do mandado de segurança, se preenchidos os seus requisitos legais, ou, até mesmo, de cautelar inominada, como já admitiu esta Corte. A questão é controvertida na doutrina e na jurisprudência. Contudo, realizando se uma interpretação a contrario sensu do que dispõe o artigo 5º, II da Lei nº 12.016/2009, o que se conclui é que, se o recurso não tem efeito suspensivo, cabível é o mandado de segurança para suspender os efeitos da decisão recorrida que possam resultar em ofensa ao direito líquido e certo do impetrante. Interpretar se de forma diversa resulta em tornar letra morta o mencionado dispositivo legal. Obviamente, não se está aqui afirmando a possibilidade do uso irrestrito do mandado de segurança, para a impugnação de decisões judiciais. Sua utilização encontra limites, justamente, no princípio da unirrecorribilidade das decisões, na taxatividade dos recursos, e na configuração dos pressupostos da impetração, previstos na legislação específica. Por este motivo, deixo de conhecer do pedido de liminar, face à sua impossibilidade jurídica.
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HC 17617 / SP Ministro JOSÉ ARNALDO DA FONSECA QUINTA TURMA DJ 25/03/2002 p. 299
"HC. RECURSO EM SENTIDO ESTRITO. LEGITIMIDADE RECURSAL DO ASSISTENTE DE ACUSAÇÃO. PRONÚNCIA. ANTECIPAÇÃO DO MÉRITO. PRONÚNCIA PARCIAL. A sentença no ponto em que se refere ao paciente é terminativa da acusação. Deste modo, em que pese o fato da sentença ter pronunciado outro co-réu, a legitimação do assistente de acusação é ampla no ponto em que o decisum deixou de pronunciar o paciente, cabendo, pois, contra essa decisão o recurso em sentido estrito. É cediço na doutrina que à sentença de pronúncia é vetado tão-só a antecipação do juízo condenatório, sendo-lhe, não só permitido, como imprescindível, o exame das provas para motivar o seu convencimento de indícios de autoria e materialidade do delito (RT 713/334)." Ordem denegada.
Proibição da Reformatio in Pejus Ex.: súmula 160 do STF. – Permissão da Reformatio in Mellius (div. Min. Nucci). RIP Indireta – Div. Aury + STF – Impossível x Rangel – Possível. No Júri. – STF – HC 89.544 (Técnica da ponderação de valores) e STJ – HC 205.616. Div. no tocante à soberania dos vereditos. Aury – garantia do acusado e não do jurado x Ada – Júri como cláusula pétrea.
REFORMA QUALITATIVA E QUANTITATIVA (Ada) – Não pode piorar nada na pena, podendo, apenas, alterar o fundamento. STJ – HC 302.488 + STF – RHC 126.763 + TJRJ – AC 0003572-97.2015.819.0077 + HC 123.251 (crime contra a Adm. Pública piora) + STJ – HC 251.417 (se alterar a pena base, necessariamente a pena final deve diminuir).
Cabível Emendatio Libelli em segunda instância, desde que não piore a pena (STF – HC 121.089). Mutatio Libelli não cabe (sum 453 do STF) – supressão de instância. Não cabe, mesmo que para corrigir mero erro de cálculo. STJ – HC 250.455.
Div. – Aplicação de medida de segurança: Nucci – Pode, porque é melhor que pena x STF (HC 74.042 e súmula 525) – Não pode, pois há RIP.
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TRF2 – JUIZ FEDERAL – 2014 – Em processo penal:
 
A “emendatio libelli” exige que seja assegurada ao réu vista sobre a possível modificação da classificação jurídica do fato.
B) É admissível, em princípio, a “emendatio libelli” em segundo grau de jurisdição.
C) É admissível a “mutatio libelli” em ações penais exclusivamente privadas.
D) É admissível a “mutatio libelli” em segundo grau de jurisdição.
E) Todas as afirmações anteriores estão erradas.
HC 89544 / RN - RIO GRANDE DO NORTE 
HABEAS CORPUS
Relator(a):  Min. CEZAR PELUSO
Julgamento:  14/04/2009           Órgão Julgador:  Segunda Turma
EMENTA: AÇÃO PENAL. Homicídio doloso. Tribunal do Júri. Três julgamentos da mesma causa. Reconhecimento da legítima defesa, com excesso, no segundo julgamento. Condenação do réu à pena de 6 (seis) anos de reclusão, em regime semi-aberto. Interposição de recurso exclusivo da defesa. Provimento para cassar a decisão anterior. Condenação do réu, por homicídio qualificado, à pena de 12 (doze) anos de reclusão, em regime integralmente fechado, no terceiro julgamento. Aplicação de pena mais grave. Inadmissibilidade. Reformatio in peius indireta. Caracterização. Reconhecimento de outros fatos ou circunstâncias não ventilados no julgamento anterior. Irrelevância. Violação conseqüente do justo processo da lei (due process of law), nas cláusulas do contraditório e da ampla defesa. Proibição compatível com a regra constitucional da soberania relativa dos veredictos. HC concedido para restabelecer a pena menor. Ofensa ao art. 5º, incs. LIV, LV e LVII, da CF. Inteligência dos arts. 617 e 626 do CPP. Anulados o julgamento pelo tribunal do júri e a correspondente sentença condenatória, transitada em julgado para a acusação, não pode o acusado, na renovação do julgamento, vir a ser condenado a pena maior do que a imposta na sentença anulada, ainda que com base em circunstância não ventilada no julgamento anterior.
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HC 205616 / SP
HABEAS CORPUS
2011/0100292-2
Relator(a)
Ministro OG FERNANDES (1139)
Órgão Julgador
T6 - SEXTA TURMA
Data do Julgamento
12/06/2012
Ementa
HABEAS CORPUS. HOMICÍDIO QUALIFICADO. CONDENAÇÃO NO JÚRI POPULAR. APELAÇÃO. REDUÇÃO DA REPRIMENDA. NOVO JULGAMENTO. IMPOSIÇÃO DE SANÇÃO CORPORAL SUPERIOR. IMPOSSIBILIDADE. PRINCÍPIO QUE VEDA A REFORMATIO IN PEJUS INDIRETA. 1.Os princípios da plenitude de defesa e da soberania dos veredictos devem
ser compatibilizados de modo que, em segundo julgamento, os jurados tenham liberdade de decidir a causa conforme suas convicções, sem que isso venha a agravar a situação do acusado, quando apenas este recorra. 2. Nesse contexto, ao proceder à dosimetria da pena, o Magistrado fica impedido de aplicar sanção superior ao primeiro julgamento, se o segundo foi provocado exclusivamente pela defesa. 3. No caso, em decorrência de protesto por novo júri (recurso à época existente), o Juiz presidente aplicou pena superior àquela alcançada no primeiro julgamento, o que contraria o princípio que veda a reformatio in pejus indireta. 4. Ordem concedida, com o intuito de determinar ao Juízo das execuções que proceda a novo cálculo de pena, considerando a sanção de 33 (trinta e três) anos, 7 (sete) meses e 6 (seis) dias de reclusão, a ser cumprida inicialmente no regime fechado.
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DIREITO PROCESSUAL PENAL. EFEITO DEVOLUTIVO DA APELAÇÃO E PROIBIÇÃO DA REFORMATIO IN PEJUS.O Tribunal, na análise de apelação exclusiva da defesa, não está impedido de manter a sentença condenatória recorrida com base em fundamentação distinta da utilizada em primeira instância, desde que respeitados a imputação deduzida pelo órgão de acusação, a extensão cognitiva da sentença impugnada e os limites da pena imposta no juízo de origem. De fato, o princípio do ne reformatio in pejus tem por objetivo impedir que, em recurso exclusivo da defesa, o réu tenha agravada a sua situação, no que diz respeito à pena que lhe foi impingida no primeiro grau de jurisdição. Não se proíbe, entretanto, que, em impugnação contra sentença condenatória, possa o órgão de jurisdição superior, no exercício de sua competência funcional, agregar fundamentos à sentença recorrida, quer para aclarar-lhe a compreensão, quer para conferir-lhe melhor justificação. E nem seria razoável sustentar essa proibição. Nesse sentido grassam diversos julgados dos Tribunais Superiores, notadamente em tema de individualização da pena, nos quais, não raro, o Tribunal, em recurso exclusivo da defesa, de fundamentação livre e de efeito devolutivo amplo, encontra outros fundamentos em relação à sentença impugnada, não para prejudicar o recorrente, mas para manter-lhe a reprimenda imposta no juízo singular, sob mais qualificada motivação.  HC 302.488-SP, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 20/11/2014, DJe 11/12/2014.
RHC 126763 / MS - MATO GROSSO DO SUL 
RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS
Relator(a) p/ Acórdão:  Min. GILMAR MENDES
Julgamento:  01/09/2015           Órgão Julgador:  Segunda Turma
Recurso ordinário em habeas corpus. 2. Apelação exclusiva da defesa. Dosimetria da pena. Configuração de reformatio in pejus, nos termos do art. 617, CPP. A pena fixada não é o único efeito que baliza a condenação, devendo ser consideradas outras circunstâncias, além da quantidade final de pena imposta, para verificação de existência de reformatio in pejus. Exame qualitativo. 3. O aumento da pena-base mediante reconhecimento de circunstâncias desfavoráveis não previstas na sentença monocrática gera reformatio in pejus, ainda que a pena definitiva seja igual ou inferior à anteriormente fixada. Interpretação sistemática do art. 617 do CPP. 4. Recurso provido para que seja refeita a dosimetria da pena em segunda instância.
HC 121089 / AP - AMAPÁ 
HABEAS CORPUS
Relator(a):  Min. GILMAR MENDES
Julgamento:  16/12/2014           Órgão Julgador:  Segunda Turma
Habeas Corpus. 2. Cabimento. Proteção judicial efetiva. As medidas cautelares criminais diversas da prisão são onerosas ao implicado e podem ser convertidas em prisão se descumpridas. É cabível a ação de habeas corpus contra coação ilegal decorrente da aplicação ou da execução de tais medidas. 3. Afastamento cautelar de funcionário público. Conselheiro de Tribunal de Contas. Excesso de prazo da medida. Ausência de admissão da acusação. Há excesso de prazo no afastamento cautelar de Conselheiro de Tribunal de Contas, por mais de dois anos, sem que a denúncia tenha sido admitida. 4. Ação conhecida por maioria. Ordem concedida.
HC 251417 / MG Ministro ROGERIO SCHIETTI CRUZ SEXTA TURMA DJe 19/11/2015
HABEAS CORPUS. WRIT SUBSTITUTIVO. LATROCÍNIO. PRIMEIRA FASE DA DOSIMETRIA. CULPABILIDADE E CIRCUNSTÂNCIAS DO CRIME. FUNDAMENTAÇÃO SUFICIENTE. REFORMATIO IN PEJUS. OCORRÊNCIA. ACÓRDÃO QUE, EM APELAÇÃO DA DEFESA, AFASTOU A ANÁLISE NEGATIVA DA PERSONALIDADE DO RÉU, MAS MANTEVE A PENA INALTERADA. ORDEM CONCEDIDA, DE OFÍCIO.. 2. As vetoriais culpabilidade e circunstâncias do crime devem ser mantidas, pois o Tribunal a quo registrou a crueldade e a frieza na prática do latrocínio, além de o crime haver sido cometido em concurso de pessoas e com restrição da liberdade da vítima, a qual foi levada a local ermo para ser executada. 3. A proibição de reforma para pior garante ao réu o direito de não ver sua situação agravada, direta ou indiretamente, em recurso exclusivo da defesa, mas não obsta que o Tribunal, para dizer o direito - exercendo, portanto, sua soberana função de juris dictio -, encontre fundamentos e motivação própria para manter a condenação, respeitadas, à evidência, a imputação deduzida pelo órgão de acusação e as questões debatidas na sentença condenatória. 4. Para o exame das fronteiras que delimitam a proibição de reforma para pior deve ser analisado cada item do dispositivo da pena e não apenas a quantidade total da reprimenda. Assim, se o Tribunal exclui, em apelo exclusivo da defesa, circunstância judicial do art. 59 do CP erroneamente valorada na sentença, deve reduzir, como consectário lógico, a pena básica e não mantê-la inalterada, pois, do contrário, estará agravando o quantum atribuído anteriormente a cada uma das vetoriais. 5. Deve ser reconhecido o constrangimento ilegal no ponto em que o Tribunal de origem, na apelação da defesa, considerou desfavoráveis ao paciente duas circunstâncias judiciais - em vez das três valoradas na sentença -, mas não reduziu a pena básica, aumentando a quantidade de pena atribuída às vetoriais remanescentes. 6. Habeas corpus não conhecido. Ordem concedida de ofício para redimensionar em 23 anos e 4 meses de reclusão e 12 dias-multa a pena definitiva do paciente.
DIREITO PROCESSUAL PENAL. PROIBIÇÃO DE AGRAVAR A PENA EM RECURSO EXCLUSIVO DA DEFESA.
No âmbito de recurso exclusivo da defesa, o Tribunal não pode agravar a reprimenda imposta ao condenado, ainda que reconheça equívoco aritmético ocorrido no somatório das penas aplicadas. Isso porque, não tendo o Ministério Público se insurgido contra o referido erro material, o Tribunal não pode conhecê-lo de ofício, sob pena de configuração de reformatio in pejus. Precedentes citados: HC 115.501-MG, Sexta Turma, DJe 3/8/2015; e AgRg no HC 264.579-RS, Sexta Turma, DJe 1º/8/2013. HC 250.455-RJ, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em 17/12/2015, DJe 5/2/2016.
Indisponibilidade do Recurso – Art. 576 – Ministério Público não é obrigado a recorrer, mas não pode desistir (Div. Inconstitucional – Geraldo Prado). Particular pode desistir. Vale quem quiser recorrer: Defensor OU Réu – Súmulas 705 e 708 do STF + Távora. 
Se um dos advogados de defesa + Réu renunciam se outro pode recorrer? Não – Panoeiro + STJ – HC 64.695.
Complementariedade Recursal – Possível quando a sentença for alterada após o provimento de outro recurso interposto. Do contrário, não pode mudar, e não há necessidade de ratificação (cancelamento da súmula 418 do STJ – súmula 579 + art. 1.024, §5º do NCPC).
Irrecorribilidade de despachos ordinatórios (Ex.: Recebimento da denúncia) Exceção – Embargos de Declaração.
Possibilidade de interposição de recurso oral, que será reduzido a termo nos autos – art. 578 do CPP.
Extensão dos efeitos do recurso – art. 580 do CPP. Também aplicável às ações impugnativas, v.g., Revisão Criminal. Até em decisões do Tribunal do Júri (STJ – RHC 67.383) e liberdade provisória (STJ – RHC 67.743). Não se trata de extensão do recurso (efeito expansivo).
REsp 1129215 / DF Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO CORTE ESPECIAL DJe 03/11/2015
Segundo
dispõe a Súmula 418 do STJ "é inadmissível o recurso especial interposto antes da publicação do acórdão dos embargos de declaração, sem posterior ratificação". 4. Diante da divergência jurisprudencial na exegese do enunciado, considerando-se a interpretação teleológica e a hermenêutica processual, sempre em busca de conferir concretude aos princípios da justiça e do bem comum, é mais razoável e consentâneo com os ditames atuais o entendimento que busca privilegiar o mérito do recurso, o acesso à Justiça (CF, art. 5°, XXXV), dando prevalência à solução do direito material em litígio, atendendo a melhor dogmática na apreciação dos requisitos de admissibilidade recursais, afastando o formalismo interpretativo para conferir efetividade aos princípios constitucionais responsáveis pelos valores mais caros à sociedade. 5. De fato, não se pode conferir tratamento desigual a situações iguais, e o pior, utilizando-se como discrímen o formalismo processual desmesurado e incompatível com a garantia constitucional da jurisdição adequada. Na dúvida, deve-se dar prevalência à interpretação que visa à definição do thema decidendum, até porque o processo deve servir de meio para a realização da justiça. 6. Assim, a única interpretação cabível para o enunciado da Súmula 418 do STJ é aquela que prevê o ônus da ratificação do recurso interposto na pendência de embargos declaratórios apenas quando houver alteração na conclusão do julgamento anterior. 7. Questão de ordem aprovada para o fim de reconhecer a tempestividade do recurso de apelação interposto no processo de origem.
DIREITO PROCESSUAL PENAL. POSSIBILIDADE DE EXTENSÃO DE DECISÃO DE DESCLASSIFICAÇÃO ADOTADA POR JÚRI EM FAVOR DE CORRÉU.
Ocorrido o desmembramento da ação penal que imputava aos coacusados a prática de homicídio doloso tentado decorrente da prática de "racha", a desclassificação em decisão do Tribunal do Júri do crime de homicídio doloso tentado para o delito de lesões corporais graves ocorrida em benefício do corréu (causador direto da colisão da que decorreram os ferimentos suportados pela vítima) é extensível, independentemente de recurso ou nova decisão do Tribunal Popular, a outro corréu (condutor do outro veículo) investido de igual consciência e vontade de participar da mesma conduta e não responsável direto pelas citadas lesões. Em primeiro lugar, quanto à impossibilidade de se estender a corréu decisão proferida em sede que não seja recursal, tal questão foi enfrentada pelo STF, por ocasião do julgamento do HC 101.118-MS (Segunda Turma, DJe 26/8/2010), segundo o qual o art. 580 do CPP tem como objetivo dar efetividade, no plano jurídico, à garantia de equidade. Com efeito, essa é a interpretação mais coerente com o espírito da lei. O fato de a decisão cuja extensão se pretende não ser proferida em recurso não inibe que ela seja estendida a corréu. Do contrário, estaremos permitindo que corréus em situação idêntica venham a ser julgados de forma diferente, o que não condiz com a garantia da equidade. Ademais, é indiferente o fato de não estarmos diante de decisão conflitante proferida por um mesmo júri, até porque, quando a lei determina estender uma decisão proferida em favor de um corréu para outro corréu, a ideia é de que eles não tenham sido submetidos a uma única decisão, a uma decisão simultânea. RHC 67.383-SP, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, Rel. para acórdão Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 5/5/2016, DJe 16/5/2016.
REQUISITOS RECURSAIS – PRESSUPOSTOS (Genéricos):
OBJETIVOS: 
1)Cabimento e Adequação; 2)Tempestividade; 3)Preparo.
SUBJETIVOS: 
1)Legitimidade; 2) Interesse (existência de um gravame).
Requisitos Específicos Ex: Prequestionamento e repercussão geral.
Cabimento e adequação – Existência de uma decisão mutável (não ter o efeito conclusivo da coisa julgada). O recurso deve ser compatível com a decisão proferida e haver previsão legal da sua interposição. Fungibilidade – Teoria do “Tanto Vale” ou Teoria do “Recurso Indiferente” – art. 579 do CPP (Ex: apelação interposta contra sentença que não recebe a denúncia pode ser recebida como RESE. STJ – REsp 1.182.251 + STF – Inq. 4014 ED e RESE 0075096-53.2010.8.19.0038) Div. Quanto à tempestividade do recurso errado (teoria do prazo menor). STJ (EDcl no AgRg no AREsp 254511) x Aury + Nucci – não precisa. A dúvida deve ser objetiva e o erro não pode ser crasso – não derivada de interpretações – STJ – REsp 1.330.172.
Fungibilidade entre HC e recurso – Maj. Impossibilidade. STJ – HC 315.494. Entre RExt e REsp (possível) – artigo 1.032 e 1.033 do NCPC.
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Inq 4014 ED / PA - PARÁ 
EMB.DECL. NO INQUÉRITO
Relator(a):  Min. DIAS TOFFOLI
Julgamento:  25/08/2015           Órgão Julgador:  Segunda Turma
EMENTA Embargos de declaração. Recurso oposto contra decisão monocrática. Não cabimento. Conversão em agravo regimental. Possibilidade. Preenchimento dos pressupostos necessários para a análise dos declaratórios como agravo regimental. Impugnação, nas razões dos embargos, dos fundamentos da decisão que se pretende infirmar. Precedentes. Inquérito. Denúncia. Rejeição em relação a deputado federal. Baixa dos autos à primeira instância, para apreciação das defesas preliminares de corréus sem prerrogativa de foro junto à Suprema Corte. Admissibilidade. Cessação da competência originária do Supremo Tribunal Federal. Inexistência de qualquer particularidade relevante que justificasse a análise conjunta, desde logo, de todas as defesas preliminares. Recursonão provido. 1. Os embargos de declaração opostos contra decisão monocrática, embora inadmissíveis, conforme uníssona jurisprudência da Suprema Corte, podem ser convertidos em agravo regimental, tendo em vista o princípio da fungibilidade recursal. 2. As razões dos embargos apresentados preenchem o pressuposto necessário à análise do agravo regimental, qual seja, a impugnação dos fundamentos da decisão que se pretende infirmar, de modo a possibilitar sua conversão.
RECURSO EM SENTIDO ESTRITO. Artigo 155, §§1º e 4º, IV c/c 14, II, ambos do Código Penal. Citação editalícia. Decisão que suspende o curso do processo, sem suspender o do prazo prescricional. RECURSO DO MINISTÉRIO PÚBLICO. Suspensão também do curso do prazo prescricional. 1. Decisão não sujeita a Recurso em Sentido Estrito, porquanto não se encontra elencada no artigo 581, do Código de Processo Penal, que prevê, taxativamente, as hipóteses em que o mesmo é cabível, pelo que desafiaria Reclamação (Correição parcial), prevista no artigo 210, do Regimento Interno do Tribunal de Justiça, a qual se recebe em substituição ao mesmo, pelo princípio da fungibilidade. 3. Ao dispositivo do Projeto de Lei que suprimia a referência à suspensão do prazo prescricional no artigo 366 do Código de Processo Penal, houve aposição de veto presidencial, cujas razões demonstram inequívoca intenção de manter a diferença na contagem dos prazos, valendo anotar que, não houve rejeição ao veto por parte do Congresso Nacional, revelando a vontade derradeira do legislador, no acolhimento de suas ponderadas razões. 4. Nessa esteira, subsiste íntegro o artigo 366, caput, que, ao contrário de veicular norma incompatível com o novel artigo 396, enseja interpretação conjunta da qual se extrai a assertiva, bastante evidente, de que o processo ficará suspenso até o comparecimento pessoal do acusado ou de Advogado por ele constituído, assim como ficará suspenso o fluxo do prazo prescricional. RECURSO PROVIDO. Precedente Citado : STJ HC 154941/RJ, Rel. Min. Gilson Dipp, julgado em 15/02/2011. RECURSO EM SENTIDO ESTRITO 0075096 53.2010.8.19.0038 SEGUNDA CAMARA CRIMINAL KATIA MARIA AMARAL JANGUTTA Julg: 27/03/2014
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EDclno AgRg noAREsp254511/ SP
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL
2012/0235192-9
Relator(a)
Ministra LAURITA VAZ (1120)
Órgão Julgador
T5 - QUINTA TURMA
Data da Publicação/Fonte
DJe 03/02/2014
Ementa
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. PRAZO DE INTERPOSIÇÃO DO AGRAVO 05 (CINCO) DIAS. PRINCÍPIO
DA FUNGIBILIDADE. NÃO CABIMENTO. INTERPOSIÇÃO INTEMPESTIVA. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO REJEITADOS. 1. Nos termos do art. 619 do Código de Processo Penal, os embargos de declaração são cabíveis quando houver, na sentença ou no acórdão "ambigüidade, obscuridade, contradição ou omissão". 2. No âmbito desta Corte, por ocasião do julgamento da Questão de Ordem suscitada noAREspn.º 24.409/SP, a Terceira Seção, por unanimidade, entendeu que o prazo para a interposição do agravo em recurso especial, em matéria criminal, é de 05 (cinco) dias. 3.A aplicação do princípio da fungibilidade recursal pressupõe a observância do prazo do recurso correto, o que não ocorre na espécie. 4. Embargos de declaração rejeitados.
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HC 315494 / GO Ministro FELIX FISCHER QUINTA TURMA 29/06/2015
PENAL E PROCESSUAL PENAL. HABEAS CORPUS SUBSTITUTIVO DE RECURSO ORDINÁRIO. NÃO CABIMENTO. INEXIGIBILIDADE INDEVIDA DE LICITAÇÃO. INÉPCIA DA DENÚNCIA. OCORRÊNCIA. AUSÊNCIA DE DESCRIÇÃO DO DOLO ESPECÍFICO CONSISTENTE NO PREJUÍZO AO ERÁRIO. TRANCAMENTO DA AÇÃO PENAL. IMPOSSIBILIDADE. REVOLVIMENTO DE MATÉRIA FÁTICO PROBATÓRIA INVIÁVEL NA VIA ELEITA. HABEAS CORPUS NÃO CONHECIDO. ORDEM CONCEDIDA DE OFÍCIO. I - A Primeira Turma do col. Pretório Excelso firmou orientação no sentido de não admitir a impetração de habeas corpus substitutivo ante a previsão legal de cabimento de recurso ordinário (v.g.: HC 109.956/PR, Rel. Min. Marco Aurélio, DJe de 11/9/2012; RHC 121.399/SP, Rel. Min. Dias Toffoli, DJe de 1º/8/2014 e RHC 117.268/SP; Rel. Min. Rosa Weber, DJe de 13/5/2014). As Turmas que integram a Terceira Seção desta Corte alinharam-se a esta dicção, e, desse modo, também passaram a repudiar a utilização desmedida do writ substitutivo em detrimento do recurso adequado (v.g.: HC 284.176/RJ, Quinta Turma, Rel. Min. Laurita Vaz, DJe de 2/9/2014; HC 297.931/MG, Quinta Turma, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, DJe de 28/8/2014; HC 293.528/SP, Sexta Turma, Rel. Min. Nefi Cordeiro, DJe de 4/9/2014 e HC 253.802/MG, Sexta Turma, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, DJe de 4/6/2014). II - Portanto, não se admite mais, perfilhando esse entendimento, a utilização de habeas corpus substitutivo quando cabível o recurso próprio, situação que implica o não-conhecimento da impetração. Contudo, no caso de se verificar configurada flagrante ilegalidade apta a gerar constrangimento ilegal, recomenda a jurisprudência a concessão da ordem de ofício.
Tempestividade – Será aferida no prazo para interposição. No prazo das razões, é mera irregularidade (STJ – HC 220.486). Súmula 710 do STF. Aplica-se o art. 218, § 4º do NCPC – Não há mais recurso prematuro (extemporâneo) – Se houver republicação, mesmo que de forma desnecessária, o prazo reabre deste ato – STJ – HC 238.698.
Teoria da Dupla Intimação (apenas sentença, acórdão não). A contar da última intimação (TJRJ 0008144-27.2006.8.19.0202 + STJ – REsp 1.329.484) ≠ absolutória – basta intimação do advogado via DO (STF – RHC 117.752). Havendo mais de um advogado, basta a intimação de um (STJ – HC 102.443).
DP e defensor dativo têm prazo em dobro (STJ – HC 265.780) + intimação pessoal (STF – RHC 117.029). Deve ser arguido na 1ª oportunidade, sob pena de preclusão (STF – HC 133.476). MP não tem prazo em dobro (STJ – AgRg no EREsp 1.187.916) – advogado de sindicato também não. Intimação pessoal – art. 800, § 2º do CPP (exceção: turma recursal STF HC 86.007 – especialidade). Entrega dos autos no prédio do MP – custus legis (STF – HC 83.255). Se der ciência da decisão em cartório, começa daí o prazo (STJ – EREsp 1.347.303).
Advogados distintos, de escritórios distintos, tem prazo em dobro – art. 229 do NCPC por analogia (não se aplica ao processo eletrônico, §2º). STF – Inq. 4112. Suspende no recesso de fim de ano.
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HC 220486 / SP
HABEAS CORPUS
2011/0235810-1
Relator(a)
Ministro MOURA RIBEIRO (1156)
Órgão Julgador
T5 - QUINTA TURMA
Data da Publicação/Fonte
DJe 31/03/2014
Ementa
"HABEAS CORPUS". PECULATO E CONCUSSÃO. APELAÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO. RAZÕES RECURSAIS. APRESENTAÇÃO TARDIA. MERA IRREGULARIDADE. PRECEDENTES. PLEITO DE REDUÇÃO DAS PENAS-BASE. PERSONALIDADE, CONSEQUÊNCIAS E MOTIVOS DO CRIME. DESFAVORABILIDADE RESPALDA EM DADOS GENÉRICOS E VAGOS E EM ELEMENTOS INERENTES AO TIPO PENAL. IMPOSSIBILIDADE. CIRCUNSTÂNCIAS DO CRIME E CULPABILIDADE. DECISÃO SUFICIENTEMENTE FUNDAMENTADA. ORDEM PARCIALMENTE CONCEDIDA DE OFÍCIO. 1.Esta Corte tem entendimento pacificado no sentido de que a apresentação extemporânea das razões da apelação interposta pelo Ministério Público constitui mera irregularidade, não implicando o reconhecimento da intempestividade do recurso.
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HC 238698 / SP Ministra MARILZA MAYNARD (DESEMBARGADORA CONVOCADA DO TJ/SE QUINTA TURMA DJe 23/11/2012
HABEAS CORPUS. SEGUNDA PUBLICAÇÃO DE ACÓRDÃO. ÓRGÃO OFICIAL. EXISTÊNCIA DE ERRO MATERIAL. CORREÇÃO. REABERTURA DE PRAZO RECURSAL. TEMPESTIVIDADE DOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. ART. 798 DO CPP. ORDEM CONCEDIDA. - Hipótese em que há equívoco na decisão do Exmo. Desembargador Relator, ao não considerar como início do prazo a segunda publicação do acórdão no DJe de 28.2.2012. que inclusive procedeu à retificação do extrato antes publicado. - Não é relevante ter sido a segunda publicação promovida pela primeira instância, haja vista a existência de correção de erro material contido na primeira publicação e, ademais, porque ambas são publicadas no mesmo órgão oficial. - Esta Corte Superior Tribunal de Justiça adota o entendimento de que havendo republicação de decisão, mesmo que desnecessária, reabre-se o prazo recursal. - Tendo havido nova publicação do acórdão no DJe de 28.2.2012, tempestivos são os embargos declaratórios opostos em 2.3.2012, nos termos do art. 798 do Código de Processo Penal. Ordem de habeas corpus concedida, nos termos do voto da relatora.
REsp 1329484 / SP
RECURSO ESPECIAL
2012/0125517-1
Relator(a)
Ministro SEBASTIÃO REIS JÚNIOR (1148)
Órgão Julgador
T6 - SEXTA TURMA
Data da Publicação/Fonte
DJe 25/04/2013
Ementa
RECURSO ESPECIAL. DIREITO PROCESSUAL PENAL. ART. 392, II, DO CPP. SENTENÇA CONDENATÓRIA. APELAÇÃO. TEMPESTIVIDADE. DUPLA INTIMAÇÃO (RÉU E DEFENSOR). AMPLA DEFESA. FLUÊNCIA A PARTIR DO ÚLTIMO ATO. MATÉRIA CONSTITUCIONAL. STF. 1.Em se tratando de sentença condenatória, imperiosa a intimação tanto do réu como do seu defensor, começando a fluência do prazo da data em que praticado o último ato intimatório. 2. A violação de preceitos, de dispositivos ou de princípios constitucionais revela-se quaestio afeta à competência do Supremo Tribunal Federal, provocado pela via do extraordinário; motivo pelo qual não se pode conhecer do recurso especial nesse aspecto, em função do disposto no art. 105, III, da Constituição Federal. 3. Recurso especial parcialmente conhecido e, nessa extensão, provido para, ao cassar o acórdão a quo, determinar o recebimento do apelo interposto pela defesa.
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0008144-27.2006.8.19.0202 (2009.050.05843) - APELACAO 
DES. NILZA BITAR - Julgamento: 13/10/2009 - QUARTA CAMARA CRIMINAL 
EMENTA - CRIME DE ESTELIONATO TENTADO. PRELIMINAR DE INTEMPESTIVIDADE DO APELO. Com o sistema de dupla intimação, o prazo para apresentação de recurso começa a fluir somente a partir da última delas. O recurso, no caso, foi protocolizado antes mesmo da intimação do condenado. Preliminar que se rejeita. TESE DEFENSIVA DE PRÁTICA DE ATOS MERAMENTE PREPARATÓRIOS. O acusado, junto à corré, chegou a, efetivamente, abrir a conta-corrente, e, quando da prisão em flagrante, estava na agência bancária para efetuar a obtenção da vantagem ilícita. Impõe-se reconhecer que se ultrapassou o liame dos atos meramente preparatórios e houve a prática efetiva de atos de inequívoca execução do crime, o qual não se consumou tão-somente por circunstâncias alheias à vontade dos agentes.. DIREITO A RECORRER EM LIBERDADE. O apenado teve concedida a liberdade provisória durante a instrução criminal e não cumpriu as condições cominadas pelo juízo, estando foragido, o que fundamenta, ainda mais, a imposição do encarceramento cautelar
do apelante. A decisão do juízo de decretar a prisão preventiva do apelante em sentença apresenta-se acertada e justificada, na forma dos arts. 393 e 312, do CPP, não havendo como se acolher o pedido da defesa de lhe conceder o direito a aguardar o recurso em liberdade. Recurso a que se nega provimento.
RHC 117752 / DF - DISTRITO FEDERAL 
RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS
Relator(a):  Min. ROSA WEBER
Julgamento:  07/04/2015           Órgão Julgador:  Primeira Turma
RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. PROCESSO PENAL. CRIME DE TORTURA. SENTENÇA ABSOLUTÓRIA. ADVOGADO CONSTITUÍDO. INTIMAÇÃO PESSOAL DO SENTENCIADO. ARTIGO 392, II DO CODIGO DE PROCESSO PROCESSO PENAL. DESNECESSIDADE.INTIMAÇÃO PARA CONTRARRAZÕES. CIÊNCIA DA SENTENÇA. PREJUÍZO NÃO DEMONSTRADO. CONDENAÇÃO PENAL PERANTE O TRIBUNAL DE JUSTIÇA. INTIMAÇÃO PESSOAL DO CONDENADO COM ADVOGADO CONSTITUÍDO. DESNECESSIDADE. PADRONIZAÇÃO NA INTIMAÇÃO DOS ADVOGADOS. FALTA DE PEDIDO DE INTIMAÇÃOEXCLUSIVA. PREJUÍZO NÃO DEMONSTRADO. 1. A intimação de sentença absolutória se aperfeiçoa com a intimação do advogado constituído por publicação na imprensa oficial. 2. O vício da falta de publicação da sentença absolutória fica superado pela ulterior ciência do inteiro teor do decisum por defensor constituído, por ocasião da intimação para apresentação de contrarrazões ao apelo ministerial em que formulado pedido de manutenção da absolvição. 3. Sem a demonstração de prejuízo ao Recorrente, incide o princípio maior que rege o tema, segundo o qual, sem prejuízo, não se reconhece a nulidade (art. 563 do Código de Processo Penal). 4. A intimação das decisões dos Tribunais perfaz-se com a publicação na imprensa oficial quando houver defensor constituído, a teor do § 1º do art. 370 do Código de Processo Penal. 5. O patrocínio da defesa por advogado de sindicato profissional não implica a necessidade de intimação pessoal do assistido, de todo inviável equipará-lo a defensor dativo, uma vez não nomeado pelo juízo, e sim constituído pelo próprio paciente.
HC 133476 / AM - AMAZONAS 
HABEAS CORPUS
Relator(a):  Min. TEORI ZAVASCKI
Julgamento:  14/06/2016           Órgão Julgador:  Segunda Turma
Ementa: HABEAS CORPUS. PROCESSO PENAL. HOMICÍDIO DUPLAMENTE QUALIFICADO. DEFENSORIA PÚBLICA. JULGAMENTO DA APELAÇÃO. FALTA DE INTIMAÇÃO PESSOAL. NULIDADE PROCESSUAL. MATÉRIA NÃO ARGUIDA OPORTUNAMENTE. ORDEM DENEGADA. 1. À Defensoria Pública, instituição permanente e essencial à função jurisdicional do Estado, compete promover a assistência jurídica judicial e extrajudicial aos necessitados (art. 134 da Constituição Federal), sendo-lhe asseguradas determinadas prerrogativas para o efetivo exercício de sua missão constitucional. 2. A intimação pessoal dos atos processuais constitui prerrogativa da Defensoria Pública, de quem se exige, caso se considere prejudicada em seu direito, suscitar sua irresignação na primeira oportunidade a falar nos autos. No caso, não obstante tenha oposto embargos de declaração, a defesa veiculou tal insurgência somente quando da interposição do Recurso Especial. Matéria preclusa. Precedentes. 3. Ordem denegada.
HC 265780 / RS
HABEAS CORPUS
2013/0060320-0
Relator(a)
Ministro MARCO AURÉLIO BELLIZZE (1150)
Órgão Julgador
T5 - QUINTA TURMA
Data da Publicação/Fonte
DJe 21/05/2013
Ementa
HABEAS CORPUS IMPETRADO EM SUBSTITUIÇÃO AO RECURSO PREVISTO NO ORDENAMENTO JURÍDICO. 1. NÃO CABIMENTO. MODIFICAÇÃO DE ENTENDIMENTO JURISPRUDENCIAL. RESTRIÇÃO DO REMÉDIO CONSTITUCIONAL. EXAME EXCEPCIONAL QUE VISA PRIVILEGIAR A AMPLA DEFESA E O DEVIDO PROCESSO LEGAL. 2. ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE. PRAZO RECURSAL DE 10 DIAS. ART. 198, II, DO ECA COM REDAÇÃO DADA PELA LEI 12.594/2012.DEFENSORIA PÚBLICA. PRAZO EM DOBRO. MITIGAÇÃO DA PRERROGATIVA. NÃO CABIMENTO. LEGISLAÇÃO PRÓPRIA. LC 80/1994 E LEI 1.060/1950. 3. INSTITUIÇÃO ESSENCIAL À FUNÇÃO JURISDICIONAL DO ESTADO. ACESSO À JUSTIÇA AOS NECESSITADOS. DESIGUALDADES SOCIAIS. DEFICIÊNCIA ESTRUTURAL DAS DEFENSORIAS PÚBLICAS. PRERROGATIVAS NECESSÁRIAS. 4. HABEAS CORPUS NÃO CONHECIDO. ORDEM CONCEDIDA DE OFÍCIO PARA DETERMINAR O EXAME DA TEMPESTIVIDADE COM OBSERVÂNCIA DA PRERROGATIVA DE PRAZO EM DOBRO.
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RHC 117029 / RS - RIO GRANDE DO SUL 
RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS
Relator(a):  Min. DIAS TOFFOLI
Relator(a) p/ Acórdão:  Min. ROBERTO BARROSO
Julgamento:  17/11/2015           Órgão Julgador:  Primeira Turma
Processual penal. Recurso ordinário em habeas corpus. Tentativa de homicídio qualificado. Falta de intimação pessoal do Defensor Público. Nulidade do julgamento. 1. A falta de intimação pessoal do Defensor Público da data provável de julgamento do habeas corpus consubstancia nulidade processual que viola o exercício do direito de defesa. Precedentes. 2. Recurso ordinário parcialmente provido para anular o acórdão recorrido de modo a permitir que a Defensoria Pública seja pessoalmente intimada para uma nova sessão de julgamento.
AgRg nos EREsp 1187916 / SP
AGRAVO REGIMENTAL NOS EMBARGOS DE DIVERGENCIA EM RECURSO ESPECIAL
2011/0116696-2
Relator(a)
Ministra REGINA HELENA COSTA (1157)
Órgão Julgador
S3 - TERCEIRA SEÇÃO
Data do Julgamento
27/11/2013
Data da Publicação/Fonte
DJe 09/12/2013
Ementa
AGRAVO REGIMENTAL EM EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA. PENAL E PROCESSUAL PENAL. INTERPOSIÇÃO DE AGRAVO INTERNO APÓS O PRAZO DE 5 (CINCO) DIAS PREVISTO NO ART. 258 DO REGIMENTO INTERNO DO STJ. PRAZO EM DOBRO PARA O MINISTÉRIO PÚBLICO EM MATÉRIA PENAL. INEXISTÊNCIA. PRAZO SIMPLES CONTADO DA ENTREGA DO ARQUIVO ELETRÔNICO. PRECEDENTES. I -O entendimento pacífico desta Corte Superior é no sentido de que o Ministério Público, em matéria penal, não goza da prerrogativa da contagem dos prazos recursais em dobro. II - No caso dos autos, a intimação ocorreu com a entrega do arquivo digital contendo cópia do processo eletrônico em 17/08/2012 e o Agravo Interno foi protocolado somente em 27/08/2012, extrapolando o quinquênio legal, previsto no art. 258 do Regimento Interno do Superior Tribunal de Justiça. III - Agravo Regimental não conhecido.
45
Em face da importância da fase pré-processual da denúncia, a Segunda Turma, por maioria, deu provimento, em parte, a agravo regimental em inquérito para deferir o prazo em dobro para que o denunciado apresente sua resposta. Na espécie, o requerente fizera dois pedidos: a) que tivesse acesso à integralidade da prova disponível à acusação, com a reabertura de prazo para a resposta preliminar; e b) que o prazo de 15 dias do art. 4º da Lei 8.038/1990 (“Art. 4º - Apresentada a denúncia ou a queixa ao Tribunal, far-se-á a notificação do acusado para oferecer resposta no prazo de quinze dias”) fosse contado em dobro, por aplicação analógica do art. 191 do CPC (“Art. 191 - Quando os litisconsortes tiverem diferentes procuradores, ser-lhes-ão contados em dobro os prazos para contestar, para recorrer e, de modo geral, para falar nos autos”). Quanto ao termo “a quo” do prazo, a Turma denegou o pedido, porque toda a documentação que teria relação direta com a denúncia estaria disponível na secretaria do STF para que a defesa procedesse à devida resposta. Por outro lado, em nome do princípio da ampla defesa, deferiu a concessão do prazo em dobro. Destacou que o art. 4º da Lei 8.038/1990 permitiria, nessa fase processual, que o denunciado oferecesse resposta às imputações penais que contra ele tivessem sido deduzidas pelo Ministério Público. Inq 4112/DF, rel. orig. Min. Teori Zavascki, red. p/ o acórdão Min. Gilmar Mendes, 1º.9.2015. (Inq-4112)
HC 86007 / RJ - RIO DE JANEIRO 
HABEAS CORPUS
Relator(a):  Min. SEPÚLVEDA PERTENCE
Julgamento:  29/06/2005           Órgão Julgador:  Primeira Turma
EMENTA: III. Defensor público: intimação pela imprensa (L. 9.099/95, art. 82, §4º): inaplicabilidade, nos Juizados Especiais, do art. 128, I, da LC 80/94, que prescreve a sua intimação pessoal. 1. Firme a jurisprudência do STF em que, nos Juizados Especiais, prevalece o critério da especialidadee, por isso, basta a intimação pela imprensa, nos termos do art. 82, § 4º, da L. 9.099/95:
precedentes: improcede a alegação de que, prescrita a intimação pessoal do Defensor Público em lei complementar, subsistiria a regra à superveniência da lei ordinária dos Juizados Especiais, pois o tema não se inclui no âmbito material reservado à lei complementar pelo art. 134 e parágrafos da Constituição, mas disciplina questão processual e, por isso, tem natureza de lei ordinária. IV. Julgamento: pedido de adiamento ou de nova vista dos autos indeferido sem motivação adequada: nulidade inexistente, no caso, dado que os requerimentos também não foram justificados na comprovada impossibilidade de comparecimento do Defensor à sessão, nem houve fato novo que justificasse nova vista dos autos.
HC 83255 / SP - SÃO PAULO 
HABEAS CORPUS
Relator(a):  Min. MARCO AURÉLIO
Julgamento:  05/11/2003           Órgão Julgador:  Tribunal Pleno
DIREITO INSTRUMENTAL - ORGANICIDADE. As balizas normativas instrumentais implicam segurança jurídica, liberdade em sentido maior. Previstas em textos imperativos, hão de ser respeitadas pelas partes, escapando ao critério da disposição. INTIMAÇÃO PESSOAL - CONFIGURAÇÃO. Contrapõe-se à intimação pessoal a intimação ficta, via publicação do ato no jornal oficial, não sendo o mandado judicial a única forma de implementá-la. PROCESSO - TRATAMENTO IGUALITÁRIO DAS PARTES. O tratamento igualitário das partes é a medula do devido processo legal, descabendo, na via interpretativa, afastá-lo, elastecendo prerrogativa constitucionalmente aceitável. RECURSO - PRAZO - NATUREZA. Os prazos recursais são peremptórios. RECURSO - PRAZO - TERMO INICIAL - MINISTÉRIO PÚBLICO. A entrega de processo em setor administrativo do Ministério Público, formalizada a carga pelo servidor, configura intimação direta, pessoal, cabendo tomar a data em que ocorrida como a da ciência da decisão judicial. Imprópria é a prática da colocação do processo em prateleira e a retirada à livre discrição do membro do Ministério Público, oportunidade na qual, de forma juridicamente irrelevante, apõe o "ciente", com a finalidade de, somente então, considerar-se intimado e em curso o prazo recursal. Nova leitura do arcabouço normativo, revisando-se a jurisprudência predominante e observando-se princípios consagradores da paridade de armas.
DIREITO PROCESSUAL PENAL. TERMO INICIAL DO PRAZO PARA O MP RECORRER. Quando o Ministério Público for intimado pessoalmente em cartório, dando ciência nos autos, o seu prazo recursal se iniciará nessa data, e não no dia da remessa dos autos ao seu departamento administrativo. Isso porque o prazo recursal para o MP inicia-se na data da sua intimação pessoal. Trata-se de entendimento extraído da leitura dos dispositivos legais que regem a matéria (arts. 798, § 5º, e 800, § 2º, do CPP), que visa garantir a igualdade de condições entre as partes no processo penal. Precedentes citados: AgRg nos EREsp 310.417-PB, Terceira Seção, DJe 27/3/2008; REsp 258.826-TO, Sexta Turma, DJe 7/12/2009; e AgRg no REsp 1.102.059-MA, Quinta Turma, DJe 13/10/2009. EREsp 1.347.303-GO, Rel. Min. Gurgel de Faria, julgado em 10/12/2014, DJe 17/12/2014 (Informativo 554).
Preparo – Somente nas ações penais privadas, nas públicas a condenação vem ao final com as custas do processo (STJ – HC 307.794). Se deixar de pagar pelas cópias não é deserto – STF – HC 116.840. Pena de deserção (art. 806, §2º do CPP). Inclusive PRR – Súmula 187 do STJ. Aury – Inconstitucionalidade.
Legitimidade – MP, Querelante e Réu (por conta própria ou por seu advogado). Art. 577 do CPP. Div. Nucci – Múltipla legitimidade (3º interessado de boa-fé). STJ – RMS 45.575 – Seguradora não pode recorrer de homicídio do segurado. Conselho Penitenciário não pode interpor agravo. STJ – RHC 24.238.
Quanto ao assistente (Div.) – Somente pode recorrer se o MP não o fizer (supletivamente – maj.) x inconstitucional – TJRJ – AC 0067896 14.2007.8.19.0001 – Outra Div. – se se manifestar pelo não recurso, não cabe atuação do assistente – RESE 0004055-47.2012.8.19.0073 x pode recorrer mesmo em contrariedade com o MP – STJ – AREsp 656.607. Se já habilitado, o prazo é o mesmo do MP, quando transcorrer in albis. Se ainda não habilitado, 15 dias (art. 598, § único do CPP). 
Existência de um Gravame – Sucumbência. Uma diferença desfavorável para aquele que recorrerá (art. 577, § único) do que foi pedido. Aury + Nucci – pode recorrer para alterar os fundamentos, se tiver reflexos no cível. = Schietti – Sucumbência em prospectiva. Div. STJ – Resp 908.863 e STF – HC 65.211.
MP pode recorrer de sentença absolutória mesmo pedindo absolvição nas alegações finais. STF + STJ – HC 243.676 + Afrânio (congruência com a denúncia).
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HC 307794 / DF Ministro JORGE MUSSI QUINTA TURMA DJe 25/03/2015
HABEAS CORPUS. APROPRIAÇÃO INDÉBITA. INTERPOSIÇÃO DE RECURSO ESPECIAL E EXTRAORDINÁRIO PELA DEFESA. NEGATIVA DE SEGUIMENTO ANTE A DESERÇÃO. EXIGÊNCIA ANTECIPADA DAS CUSTAS PROCESSUAIS. IMPOSSIBILIDADE. INTELIGÊNCIA DOS ARTIGOS 804 E 806 DO CÓDIGO DE PROCESSO PENAL. CERCEAMENTO DE DEFESA CARACTERIZADO. CONCESSÃO DA ORDEM. 1. O artigo 806 do Código de Processo Penal, que disciplina o pagamento de custas para a realização de atos ou diligências no processo penal, aplica-se única e exclusivamente às queixas-crime, não podendo ser invocado para exigir do réu nas ações penais públicas a antecipação do pagamento de quaisquer despesas a fim de que as provas por ele requeridas sejam efetivadas. 2. Nas ações penais de natureza pública, o eventual pagamento de custas, quando devidas, somente é feito ao final do processo, nos termos do artigo 804 do Código de Processo Penal. 3. A exigência de antecipação do recolhimento de custas como condição para a interposição de recursos pela defesa configura nulidade. Precedentes. 4. Ordem concedida para desconstituir o trânsito em julgado da condenação e anular a ação penal a partir da decisão que negou seguimento aos recursos de natureza extraordinária interpostos pela defesa, determinando-se que os demais requisitos de sua admissibilidade sejam examinados pela autoridade apontada como coatora.
HC 116840 / MT - MATO GROSSO 
HABEAS CORPUS
Relator(a):  Min. LUIZ FUX
Julgamento:  15/10/2013           Órgão Julgador:  Primeira Turma
Habeas corpus. Transporte irregular de eleitores no dia da eleição – art. 302 do Código Eleitoral. Acórdão condenatório. Recurso especial. Inadmissão. Agravo de instrumento. Seguimento negado com esteio na ausência de recolhimento do valor devido pelas cópias para formação do traslado – Art. 279, § 7º, do Código Eleitoral. Rigor formal excessivo. Violação do exercício da ampla defesa. Constrangimento ilegal. 1. A deserção, por falta de pagamento do valor devido pelas fotocópias para formação do traslado, quando se trate de ação penal pública, traduz rigor formal excessivo na medida em que impede ou impossibilita o exercício da ampla defesa e, via de consequência, constitui afronta ao art. 5º, inc. LV, da Constituição Federal 2. In casu, o paciente foi condenado, por Tribunal Regional Eleitoral, à pena de 4 (quatro) anos de reclusão e ao pagamento de 200 (duzentos) dias-multa pela prática dos crimes previstos nos artigos 10 e 11 da Lei n. 6.091/74, c/c o artigo 302 do Código Eleitoral (transporte irregular de eleitores no dia eleição), e teve a pena privativa de liberdade substituída por restritiva de direitos consistente em prestação de serviços à comunidade; condenação que ensejou embargos de declaração, recurso especial e agravo de instrumento que restou desprovido, por falta de pagamento do valor devido a título de fotocópias para formação do traslado, com fundamento no art. 279, § 7º, do Código Eleitoral. 3. Há previsão legal – art. 804 do CPP – de que a deserção se configura apenas quando se trate de ação penal privada, e não de ação penal pública, como in casu.
RMS 47575 / SP Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA SEXTA TURMA DJe 23/04/2015
RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA. HOMICÍDIO. DENUNCIADO BENEFICIÁRIO DE SEGURO DE VIDA DA VÍTIMA. SEGURADORA. ASSISTENTE DO MINISTÉRIO PÚBLICO. DIREITO LÍQUIDO
E CERTO. INEXISTÊNCIA. RECURSO A QUE SE NEGA PROVIMENTO. 1. A seguradora não tem direito líquido e certo de figurar como assistente do Ministério Público na ação penal em que se imputa a um dos denunciados, beneficiário de seguro de vida da vítima, a prática de homicídio (art. 121, § 2º, incisos I e IV, do Código Penal), porquanto não se caracteriza como vítima desse delito, tampouco há previsão legal nesse sentido. 2. Recurso ordinário a que se nega provimento.
RHC 24238 / ES
RECURSO ORDINARIO EM HABEAS CORPUS
2008/0169115-9
Relator(a)
Ministro ARNALDO ESTEVES LIMA (1128)
Órgão Julgador
T5 - QUINTA TURMA
Data do Julgamento
13/10/2009
Ementa
EXECUÇÃO PENAL. HABEAS CORPUS. AGRAVO EM EXECUÇÃO INTERPOSTO PELO CONSELHO PENITENCIÁRIO. ARGUIÇÃO DE ILEGITIMIDADE RECONHECIDA. ART. 577 DO CPP. ÓRGÃO APENAS CONSULTIVO E FISCALIZADOR. NULIDADE DO DESPACHO QUE RECEBEU O RECURSO E, POR CONSEGUINTE, DO JUÍZO DE RETRATAÇÃO QUE REVOGOU O INDULTO ANTERIORMENTE CONCEDIDO. RECURSO PROVIDO.1. A lei processual, em seu art. 577, limita a legitimação dos recursos penais apenas às partes: no polo ativo, o Ministério Público ou querelante e, no pólo passivo, o réu, seu procurador ou seu defensor. 2. O Conselho penitenciário, órgão consultivo e fiscalizador, não possui legitimidade ativa para interpor agravo em execução, buscando a revogação de indulto. 3. Recurso provido para determinar a anulação do despacho de admissibilidade do agravo em execução, bem como a decisão que, proferida em juízo de retratação, revogou o indulto concedido ao recorrente.
54
A e. Sétima Câmara Criminal do TJRJ já consolidou o entendimento de que o recurso do assistente de acusação não pode ser conhecido por ausência de legitimidade para interpor o recurso, consoante o voto paradigma do i. Des. Siro Darlan. A matéria trazida a exame no presente recurso é polêmica, ou seja, a posição do assistente de acusação frente à Constituição Federal. Atente-se que devemos evitar a comparação extrema de institutos de direito processual civil com aqueles semelhantes pertencentes ao direito processual penal. Em alguns casos, as configurações são diferenciadas. Porém, a título de raciocínio, é possível admitir que antes da constituição federal o assistente de acusação poderia ser equiparado ao assistente litisconsorcial no direito processual civil, ou seja, um co legitimado para agir caso houvesse inércia do ministério público na propositura da ação penal pública e até mesmo recorrer independentemente daquele. Porém, com o advento da constituição federal de 1988, tendo em vista o disposto no art. 129, inciso I, que confere como função institucional do ministério público promover privativamente ação penal pública, o assistente de acusação assumiu uma posição um tanto diferenciada, mais próxima à figura do assistente simples do direito processual civil. (...). Entendo, por isso, que não terá o assistente de acusação legitimidade para recorrer se o ministério público de origem não o fizer, mormente quando houver postulado pelo reconhecimento da prescrição e ainda se manifestado pelo desprovimento do recurso interposto pelo assistente de acusação, como no caso concreto. NÃO CONHECIMENTO DO RECURSO
APELACAO 0067896 14.2007.8.19.0001 SETIMA CAMARA CRIMINAL Des(a). ELIZABETH GOMES GREGORY Julg: 23/05/2014
55
REsp 908863 / SP
RECURSO ESPECIAL
2006/0255338-5
Relator(a)
Ministro OG FERNANDES (1139)
Órgão Julgador
T6 - SEXTA TURMA
Data do Julgamento
08/02/2011
Ementa
RECURSO ESPECIAL. PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO PUNITIVA. EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE. EFEITOS PENAIS. INEXISTÊNCIA. FALTA DE INTERESSE RECURSAL. MÉRITO PREJUDICADO. 1. O Superior Tribunal de Justiça firmou compreensão no sentido de que, consumando-se o lapso prescricional (prescrição subsequente ou superveniente) na pendência de recurso especial, deve-se declarar, preliminarmente, a extinção da punibilidade, com prejuízo do exame do mérito da causa. 2.Com efeito, uma vez declarada extinta a punibilidade, nos termos do art. 107, IV, do Código Penal, mostra-se patente a falta de interesse dos recorrentes em obter a absolvição em face da suposta atipicidade da conduta, em razão dos amplos efeitos do reconhecimento deste instituto.3. Recursos especiais prejudicados, em face do reconhecimento da prescrição da pretensão punitiva.
56
HC 243676 / SP Ministra ASSUSETE MAGALHÃES SEXTA TURMA DJe 04/08/2014
V. Na esteira do entendimento emanado do Supremo Tribunal Federal, a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça orienta-se no sentido de que "a circunstância de o Promotor Público, com atuação no processo, na fase das alegações finais, ter formulado pedido de absolvição, o qual foi acolhido na sentença, não impede que um outro membro do Parquet interponha recurso pugnando para que se preserve a acusação inicial" (STJ, AgRg no Ag 1.322.990/RJ, Rel. Ministra LAURITA VAZ, QUINTA TURMA, DJe de 04/05/2011).
3ª. QUESTÃO (10 PONTOS) – Prova de Ingresso na EMERJ – 2º Semestre de 2011
 
 Maria foi absolvida da imputação de violação à norma que se extrai do artigo 155 do Código Penal, com fulcro no artigo 386, inciso VII, do Código de Processo Penal. Inconformada, recorreu. O juízo ad quem reconheceu a existência de um error in procedendo e anulou o processo desde a citação. Em nova sentença, Maria acabou condenada. Dessa vez, ao ser intimada, a ré declarou que não desejava recorrer. Não obstante, a defesa técnica interpôs o recurso cabível. 
Explique se esse recurso pode ser conhecido e se há chance de êxito. (máximo de 20 linhas) 
58
Juízo de Admissibilidade (ou prelibação, feito tanto no juízo a quo, quanto no Tribunal ad quem – dupla admissibilidade) x Juízo de Mérito. Se houver juntada do voto vencido após a publicação do acórdão deve haver novo juízo de admissibilidade STF – HC 118.344.
RESE + Apelação de contravenção ou detenção – Relator + PGJ – 10 minutos de sustentação oral. Apelação de reclusão – Relator + Revisor + PGJ – 15 minutos de sustentação oral (arts. 610 e 613 do CPP).
Crítica: Aury, Nucci, Queiroz: quanto à participação do MP em segundo grau (parte imparcial). STJ – Custus Legis. Não há nulidade se a defesa não falar depois do parecer do PGJ (HC 163.972). Div. Schietti – A defesa deveria falar (“vistas dos autos” em Portugal), e também deveria se manifestar em sustentação oral após o voto do relator (STF – ADIn 1127 – após o relatório).
Havendo corréu, o prazo da sustentação oral pode ser diminuído (art. 181 do RITJRJ) – STJ – HC 364.512.
Possibilidade de julgamento monocrático do art. 932, IV do NCPC + art. 3º do CPP – agravo interno (art. 1.021 do NCPC + súmula 69 do TJRJ) – que nao pode ser denegado monocraticamente, sob pena de afronta ao princípio da colegialidade – STF – RHC 99.217. Crítica quanto à súmula 568 do STJ (ampliaçao do art. 932).
Desvio da Adm. Pública no processamento do recurso nao prejudica as partes – art. 575 do CPP e súmula 320 do STF.
HC 163972 / MG
HABEAS CORPUS
2010/0036824-2
Relator(a)
Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA (1131)
Órgão Julgador
T6 - SEXTA TURMA
Data do Julgamento
04/11/2010
Ementa
PROCESSUAL PENAL. MINISTÉRIO PÚBLICO. PARECER. SEGUNDO GRAU DE JURISDIÇÃO. CUSTOS LEGIS. CONTRADITÓRIO. INEXISTÊNCIA. MANIFESTAÇÃO DA DEFESA. AUSÊNCIA. NULIDADE. NÃO OCORRÊNCIA.1. A emissão de parecer pelo Ministério Público, em segundo grau de jurisdição, como custos legis, não rende ensejo a contraditório, não sendo causa de nulidade a falta de manifestação da defesa. 2. Atua o órgão do Parquet, em tal caso, como fiscal da lei e não como parte. Precedentes do STJ e do STF. 3. Ordem denegada.
60
ADI 1127 / DF - DISTRITO FEDERAL 
AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE
Relator(a):  Min. MARCO AURÉLIO
Relator(a) p/ Acórdão:  Min. RICARDO LEWANDOWSKI
Julgamento:  17/05/2006           Órgão Julgador:  Tribunal Pleno 
EMENTA: AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. LEI 8.906, DE 4 DE JULHO DE 1994. ESTATUTO DA ADVOCACIA E A ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL. DISPOSITIVOS IMPUGNADOS PELA AMB. PREJUDICADO O PEDIDO QUANTO À EXPRESSÃO "JUIZADOS
ESPECIAIS", EM RAZÃO DA SUPERVENIÊNCIA DA LEI 9.099/1995. AÇÃO DIRETA CONHECIDA EM PARTE E, NESSA PARTE, JULGADA PARCIALMENTE PROCEDENTE. I - O advogado é indispensável à administração da Justiça. Sua presença, contudo, pode ser dispensada em certos atos jurisdicionais. VII - A sustentação oral pelo advogado, após o voto do Relator, afronta o devido processo legal, além de poder causar tumulto processual, uma vez que o contraditório se estabelece entre as partes. VIII - A imunidade profissional do advogado não compreende o desacato, pois conflita com a autoridade do magistrado na condução da atividade jurisdicional. 
RHC 99217 / RJ - RIO DE JANEIRO 
RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS
Relator(a):  Min. RICARDO LEWANDOWSKI
Julgamento:  13/04/2010           Órgão Julgador:  Primeira Turma
EMENTA: PROCESSUAL PENAL. LEI 9.800/1999. INTELIGÊNCIA DE SUAS REGRAS. PRINCÍPIO DA COLEGIALIDADE. RECURSO CONHECIDO A FIM DE ANULAR A DECISÃO DA SEXTA TURMA DO STJ QUE NÃO CONHECEU DE AGRAVO REGIMENTAL INTERPOSTO AO ARGUMENTO DE QUE AS RAZÕES RECURSAIS, OFERTADAS TEMPESTIVAMENTE, ESTARIAM INCOMPLETAS. RECURSO PROVIDO. I - Decisão do STJ que deve ser anulada por não conhecer de recurso interposto no prazo próprio, via fac-símile, mesmo com incompletude das razões levadas ao Tribunal. II - Ademais, a decisão monocrática que indeferiu a ordem no writ impetrado no STJ, analisando o mérito da impetração, ofende o princípio da colegialidade. III - Recurso conhecido e provido para anular a decisão que não conheceu do agravo regimental e devolver os autos ao Tribunal a quo, para que o habeas corpus seja julgado egrégia Sexta Turma, como entender de direito.
DPGE-BA – 2016
35. Sobre o sistema de recursos previsto na legislação processual penal, é correto afirmar:
(A) Há previsão expressa no Código de Processo Penal de assinatura de termo de recurso por terceiro, na presença de duas testemunhas, caso o réu não saiba assinar seu nome.
(B) O princípio da fungibilidade recursal permite que o tribunal, excepcionalmente, receba recurso intempestivo, quando protocolado pelo réu.
(C) Na hipótese de julgamento pelo tribunal do júri, se a sentença do juiz presidente divergir das respostas dos jurados aos quesitos, o tribunal ad quem, ao analisar recurso de apelação defensivo, determinará o retorno dos autos ao magistrado de primeiro grau para nova decisão sobre o tema.
(D) O Código de Processo Penal prevê hipótese de juízo de retratação após apresentado o recurso de apelação, sendo que se o juiz reformar o despacho recorrido, a parte contrária, por simples petição, poderá recorrer da nova decisão, se couber recurso, não podendo mais o juiz modificá-la.
(E) Em vista da teoria monística que rege o concurso de pessoas na legislação brasileira, a decisão do recurso interposto por um dos réus, se fundado na sua relação de parentesco com a vítima, aproveitará aos outros.
	0003572-97.2015.8.19.0077 - APELACAO 
1ª Ementa
	DES. MARIA ANGELICA GUEDES - Julgamento: 30/08/2016 - SETIMA CAMARA CRIMINAL 
APELAÇÃO CRIMINAL. CRIME DE TRÁFICO. DECRETO CONDENATÓRIO. INSURGÊNCIA DA DEFESA. ARGUIÇÃO DE NULIDADES. FALTA DE REQUISIÇÃO DO ACUSADO PARA ENTREVISTA COM DEFENSOR. FLAGRANTE PREPARADO. NO MÉRITO, POSTULA ABSOLVIÇÃO, ANTE FRAGILIDADE DE PROVAS. SUBSIDIARIAMENTE, REQUER RECONHECIMENTO DO TRÁFICO PRIVILEGIADO, REDUÇÃO DA PENA, SUBSTITUIÇÃO POR RESTRITIVAS DE DIREITOS E FIXAÇÃO DE REGIME ABERTO. 1-Preliminares que se rejeitam. É importante consignar que a entrevista prévia entre acusado e seu Defensor, antes do oferecimento da defesa preliminar, não possui amparo legal na medida em que, como se depreende do disposto no artigo 185, § 5º, do Código de Processo Penal, ao acusado é garantido o direito de entrevistar-se com seu Defensor, pessoalmente, antes da realização de seu interrogatório, nada dispondo o diploma penal adjetivo acerca da referida entrevista antes da apresentação da defesa prévia, como no caso em exame. Também não prospera a alegação de ocorrência de crimeimpossível por flagrante preparado, na medida em que não foram os policiais os provocadores da ação delitiva, tendo em vista que o delito em questão possui inúmeros verbos nucleares. Outrossim, o tráfico de drogas é um crime permanente, ou seja, aquele protrai sua consumação no tempo. Enquanto o agente possuir a droga, permanecerá em flagrante delito e, nessa condição, o ingresso em sua residência, com a apreensão do objeto do crime, no caso, a apreensão de entorpecentes, balanças, triturador e faca, não ofende a inviolabilidade do domicílio, eis que caracterizada a hipótese excepcionalizada pela Constituição no inciso XI do artigo 5º. Logo, não há provas ilícitas. 2- Mantém-se juízo de censura pelo crime de tráfico. Diferente do aventado pelo causídico, materialidade e autoria restaram comprovadas no decorrer da instrução, como se pode inferir do auto de prisão em flagrante, auto de apreensão, laudos de exame prévio e definitivo de entorpecente, laudo de exame de material e prova oral. Versão do apelante dissociada do acervo probatório. Depoimento do policial civil atuante no flagrante corroborada pelos demais elementos, contundente acerca do modus operandi do acusado. 3Afasta-se pleito de reconhecimento do tráfico privilegiado. Em que pese se tratar de acusado tecnicamente primário e sem antecedentes desabonadores, não se pode olvidar que este se dedicava à prática da abjeta mercancia, fazendo dela seu meio de vida. Na hipótese sub examinen, não se pode deixar de considerar que foram apreendidos em poder do acusado 565,8 g de maconha, duas balanças e um triturador, sendo certo ainda que o apelante é conhecido por vender entorpecente a alunos de determinada universidade na região, fazendo, portanto, da abjeta mercancia seu meio de vida. Assim, não se encontram preenchidos todos os requisitos insertos no §4º, do art.33 da Lei de Drogas, motivo pelo qual se afasta a concessão de tal benesse. 4- Análise da dosimetria penal. In casu, considerando desfavoráveis a culpabilidade e as circunstâncias, a pena-base foi estipulada em acima do patamar mínimo legal. No que tange às circunstancias do crime, deve-se anuir que o magistrado as valorou subjetivamente e, desse modo, não são consideradas para a dosagem da pena. Todavia, no que tange à culpabilidade, entende-se que esta restou suficientemente fundamentada, e no caso verifica-se que a conduta merece maior reproche do Estado. O indivíduo que comercializa drogas, tendo como público alvo jovens estudantes contribui, ainda que indiretamente, não só para degradação do próprio indivíduo que as consome, mas para o futuro do país. Desse modo, mantém-se a pena no mesmo patamar que fora estabelecido. No que diz respeito ao regime prisional, mantém-se o fechado, com escopo nos §§2º e 3º, art. 33 do CP. Ultrapassado o teto previsto no art. 44, I do CP, restava inviabilizada a substituição da pena privativa de liberdade por restritivas de direitos. RECURSO DEFENSIVO A QUE SE NEGA PROVIMENTO

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