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Autuação fiscal prova e perícia contábil

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AUTUAÇÃO FISCAL PROVA E PERÍCIA CONTÁBIL
Autuações fiscais derivadas de elementos colhidos na escrita contábil de um contribuinte, se realizadas tecnicamente, de acordo com os preceitos da revisão, merecem, em princípio, relativa fé, como prova, se a matéria é levada à esfera judicial.
Levantamentos por elementos indiretos, baseados em declarações fiscais ou outros instrumentos que possam comprovar movimentos, mas, sem o respaldo da escrita, são, todavia, discutíveis.
Tudo se baseia no fato de que a perícia, para fins judiciais deve servir de prova devendo, pois, estar lastreada em elementos que possam ser inequívocos.
Também alicerça a questão o fato da força probante dos livros comerciais, esta assegurada não só pelo Código Comercial Brasileiro, mas, assim igualmente acolhida em todo o mundo.
Trata-se de uma prova “preconstituida” porque é preparada para em eventualidade futura vir a servir como um instrumento a ser acatado como verdadeiro, sendo esta uma prerrogativa dos empresários e gestores.
Se um laudo pericial, pois, é algo que vai ser usado como prova e se a escrita é fonte “preconstituida” de prova, é de entender-se que para ilidir tais elementos necessários se fazem argumentos de muito maior força.
Em decorrência de tais condições essenciais é que não se torna aceitável o critério de amostragem nas revisões periciais, diferentemente do que sucede em auditoria.
Um trabalho de pesquisa na escrita contábil pode, todavia, chegar a conclusão de que ela possui defeitos, assim como um elemento indireto muito forte como prova tem condições de ser evocado.
Pode parecer curioso que sendo a escrita um instrumento para provar a favor do comerciante contra ele possa ser usado de forma oposta, mas, na realidade, o que a lei consagra não é a infalibilidade dos registros contábeis, mas, sim a validade até que não possam ser contestados.
A solicitação da opinião de um Perito Contador, pois, justifica-se diante de conflitos no sentido de dirimir as dúvidas ou questões polêmicas.
Diante da questão que envolve o problema de contestação da escrita o que o profissional precisa, como ponto de partida, é analisar a “qualidade da prova”.
No caso, por exemplo, de uma empresa ter sido autuada com base na escrita e depois não mais apresenta-la, quando da defesa, no processo fiscal, apelando para elementos indiretos, a ausência daquela tende a fazer prova “contra” o contribuinte.
Mesmo a alegação de perda dos livros ou a de sinistro com os referidos, entendo que tal fato pode não militar em favor de quem não apresenta como prova a escrita comercial se esta foi a base de uma autuação.
Contabilmente, os registros contábeis feitos de acordo com os critérios exigíveis são os instrumentos naturais e idôneos de prova.
A lei das sociedades por ações, aquela que a todas as outras tem servido em matéria de registros e demonstrações, é hialina em estabelecer em seu artigo 176 que a base da escrituração deve gerar demonstrações que evidenciem com clareza a situação patrimonial e as mutações neste sofridas.
O artigo 177, da referida lei, confirma que a escrituração deve ser mantida sempre, com obediência ao que a lei comercial estabelece e aos princípios de Contabilidade consagrados e aceitos como válidos.
Em princípio, pois, a escrita é a prova a ser considerada, mas, não se exclui disto a relatividade, mesmo que seguidas todas as formalidades.
A prevalência da essência sobre a forma pode ser evocada.
A prova que dos livros se extrai, portanto, pode ser contestada, mas, para isto, requer, obviamente, que exista o que contestar, ou seja, a escrita que deu origem à lide ou pelo menos uma evidência que a esta possa equivaler como fonte de discussão (cópias autenticadas dos registros que levaram à autuação).
A escrita contábil é uma confissão ampla de fatos por parte do contribuinte, mas, a autuação fiscal, por referir-se a elementos particulares, pode não ter equivalente valor.
Cada caso, pois, precisa ser examinado de per si quando a questão é a de objetivar os fatores autuação fiscal e escrita contábil.
É preciso ainda considerar que o nosso já vetusto Código Comercial não parece acolher as provas que se fundamentem em livros auxiliares (artigo 23), ou seja, a consagração probante fica a cargo do Diário e dos documentos, embora tal fato, na modernidade, tenha por vezes cedido lugar sempre a qualidade das evidências.
Os livros auxiliares são instrumentos que corroboram quando ligados aos principais, mas, por si só parece-nos não merecer a consideração de um perito como absolutas fontes para uma opinião.
É preciso ainda considerar que os livros são decorrências de documentos e que estes os são de fatos.
Portanto, a qualidade da prova depende, em perícia, da força documental, da precisão e técnica contábil dos livros e da justificativa dos acontecimentos.
A tarefa de um perito deve ter como escopo a obtenção da verdade, mas, daquela que possa estar fundamentada em provas inequívocas.
Nessas condições é possível contestar-se tanto uma escrita quanto um auto de infração, pois, soberana deve ser a qualidade dos documentos e registros como legítimas forças de provas.
Doutor em Ciências Contábeis pela Universidade do Brasil, Doutor em Letras, H.C., pela Samuel Benjamin Thomas University, de Londres, Inglaterra, Administrador - Economista - Professor Universitário. Escritor com 183 livros publicados no Brasil e no exterior, com aproximadamente 10 milhões de exemplares vendidos e mais de 13.000 artigos, possuindo diversos prêmios internacionais de mérito e de literatura científica. Presidente de Honra da Associação Científica Internacional de Contabilidade e Economia, Primeiro Vice-Presidente da Academia Brasileira de Ciências Contábeis, Vice-Presidente e Ouvidor Geral da Academia Nacional de Economia, Presidente de Honra do Centro de Estudos de História da Contabilidade, da APOTEC, de Portugal. Membro da Real Academia de Ciências Econômicas y Financieras, da Espanha, Membro da Academie des Sciences Commerciales, da França, Membro de Honra do International Research Institute of New Jersey, U.S.A. desde 1965. Detentor da maior titulação contábil que o Conselho Federal de Contabilidade atribui a um profissional, oficialmente, no Brasil, a Medalha de Ouro João Lyra. MÉRITO PROFISSIONAL AMERICANO, conferido por todos os Países da América, na Conferência Interamericana de Contabilidade, pela Associação Interamericana de Contabilidade. Detentor da CRUZ DO MÉRITO FILOSÓFICO E CULTURAL, comenda oficial pública, constituída por decreto do Governo do Estado de São Paulo, outorgada pela SOCIEDADE BRASILEIRA DE FILOSOFIA, LITERATURA E ENSINO. Foi representante do Brasil no Conselho Econômico e Social da ONU, em Genebra, Comendador por Decreto do Presidente da República e ao seu nome se atribui hoje internacionalmente o Prêmio de produção Científica em Contabilidade. Todo o material é publicado com autorização do Professor Antônio Lopes de Sá

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