Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
ÚLCERAS DE PRESSÃO Profa. Ludmila Costa Toni de Oliveira Silva Fisioterapia Dermato-funcional Introdução Úlceras de pressão, escaras ou úlceras de decúbito Lesões cutâneas ou de partes moles, superficiais ou profundas, de etiologia isquêmica, secundária a um aumento de pressão externa por tempo prolongado, usualmente localizada sobre uma proeminência óssea Comum em pacientes hospitalizados ou no domicílio Pacientes com alteração do reflexo de dor Pacientes debilitados, idosos ou cronicamente doentes Introdução Introdução Etiopatogenia Pele abundante suprimento sanguíneo Interrupção do suprimento sanguíneo por mais de 2 ou 3 horas morte celular fluxo sanguíneo pressão UP Movimento normal variação da pressão circulação sanguínea não é interrompida durante um longo período Gordura subcutânea coxim para a pele evita compressão e obstrução dos vasos sanguíneos Etiopatogenia Etiopatogenia Pressão oclusão de vasos sanguíneos e linfáticos isquemia ruptura do vaso edema intersticial hemorragia necrose de músculo, tecido subcutâneo, derme e epiderme metabólitos tóxicos deposição de fibrina oclusão de vasos Avaliação da lesão Localização: Áreas de pressão sobre proeminências ósseas 60% na pelve ou MMII: Ísquio Sacro Trocânter do fêmur Calcâneo Dorso do pé Maléolo lateral Cotovelo Occipital Escápula Patela Avaliação da lesão Localização: Avaliação da lesão Número e localização: Avaliação da lesão Localização: Avaliação da lesão Úlceras de pressão: Dimensões: Comprimento Largura Profundidade Avaliação da lesão Dimensões: Avaliação da lesão Dimensões: Avaliação da lesão Aspecto do leito da úlcera: Tecido granulação e necrótico Sinais inflamatórios ou infecciosos (retarda a cicatrização e pode ser letal) Exsudado e suas características (quantidade, consistência, odor e coloração) Aparência da pele circundante Avaliação da lesão Aspecto do leito da úlcera: Tecido granulação e necrótico Sinais inflamatórios ou infecciosos (retarda a cicatrização e pode ser letal) Exsudado e suas características (quantidade, consistência, odor e coloração) Aparência da pele circundante Avaliação da lesão Presença de escara: Representa a crosta ou camada de tecido necrótico que pode estar cobrindo a lesão em estágios mais avançados Somente após o desbridamento é que o estágio da úlcera pode ser identificado Avaliação da lesão Aspecto do leito da úlcera: Avaliação da lesão Aspecto do leito da úlcera: Avaliação da lesão Presença de trajetos fistulosos e cavitação: Avaliação da lesão Estadiamento: EUAP - European Pressure Ulcer Advisory Panel Graduadas em estágios para classificar o grau de danos observados nos tecidos Classificação: Estágio I, II, III e IV Classificação Estágio I: Classificação Estágio II: Classificação Estágio III: Classificação Estágio IV: Fatores determinantes na cicatrização Locais: Ligados à ferida Dimensão e profundidade da lesão Grau de contaminação Presença de secreções, hematoma e corpo estranho Necrose tecidual Infecção local Fatores determinantes na cicatrização Sistêmicos: Relacionados ao paciente Faixa etária: idade avançada resposta inflamatória Estado nutricional: interfere em todas as fases da cicatrização Hipoproteinemia resposta imunológica, síntese de colágeno e função fagocítica Fatores determinantes na cicatrização Sistêmicos: Doenças crônicas: enfermidades metabólicas sistêmicas podem interferir no processo cicatricial Terapia medicamentosa associada: pode interferir no processo cicatricial anti-inflamatórios, antibióticos, esteróides e agentes quimioterápicos Fases da Cicatrização Fase Inflamatória Fase de Latência Fibroplastia Fase de Contração Remodelagem ou maturação da cicatriz Profª Ana Flávia Braga Barbosa Fases da Cicatrização Fase Inflamatória Fase inicial de resposta à lesão Início da cicatrização Reação de proteção contra agentes lesivos Remoção de corpos estranhos probabilidade de infecção Dura em torno de 4 dias Resposta local, uniforme e complexa Pode ser acompanhado por reações sistêmicas (febre) Fase Inflamatória Inicialmente é inespecífica Regulada pela liberação de mediadores químicos Intensidade e duração da resposta: Gravidade do agente lesivo Capacidade reacional do organismo lesado Resultado: Benéfico: neutraliza, destrói, confina, enclausura, afasta ou elimina o agente agressor Maléfico: provoca lesões incapacitantes ou letais Fase Inflamatória Vasoconstrição imediatamente após a lesão (minutos) Vasodilatação fluxo sanguíneo hiperemia, calor permeabilidade vascular edema Ativação das plaquetas coagulação Migração de leucócitos fagocitose, liberação de histamina e heparina (horas) Ferida limpa deposição de colágeno Fase Inflamatória Sinais e sintomas: Fase de latência Acreditava-se que havia interrupção do processo de cicatrização Fase ativa sérico de fatores de crescimento proliferação celular 6° dia após a lesão Fibroplastia Fase proliferativa Acúmulo de fibroblastos (biossíntese de colágeno) Proliferação de pequenos vasos sanguíneos (neoangiogênese) Formação de tecido de granulação Fibroplastia Destruição celular e remoção de fragmentos da área (macrófagos) Produção de novas células Matriz frouxa de colágeno (desorganizado) 2 a 3 semanas Fase de contração Fase dinâmica superfície ensanguentada (cruenta) Aproximação das bordas da lesão Contribui para o fechamento da ferida Início entre o 7° e 14° dias de lesão Fase de contração Remodelamento Fase de maturação da cicatriz Início: cicatriz rosada ou avermelhada, edemaciada e frágil Restaurar a função tecidual o mais próxima possível do nível fisiológico Início 3 a 6 semanas após a lesão Pode durar de 3 meses a 2 anos dependendo do tecido envolvido Remodelamento produção de tecido cicatricial Reorganização do colágeno Maior força tênsil e empalidecimento Cicatriz com aspecto fibroso e coloração semelhante à pele adjacente (cicatriz madura) Cicatriz madura normal é hipopigmentada e espessa com apenas 70% da força original da pele anterior à lesão Remodelamento Nessa fase a exposição solar pode alterar a coloração da cicatriz Orientações: Uso de roupas adequadas Uso de filtro solar Evitar a penetração da radiação solar na pele Cicatrização Cicatrização Abordagem terapêutica Abordagem terapêutica Tratamento local: Agentes Físicos: Eletroestimulação Ultra-som Laser Infra-vermelho Turbilhão Correntes Elétricas Corrente de lesão: corrente fraca entre a pele e os tecidos lesionados. A geração desta corrente só se interrompe quando o processo de cicatrização finaliza-se. Acredita-se que a mesma dispare o processo de reparo biológico e favoreça a migração das célulasepidérmicas para o leito da lesão (galvanotaxia). Na úlcera crônica a mesma diminui ou cessa. Correntes Elétricas Estimula várias atividades celulares como síntese de DNA e proliferação celular. Síntese de matriz extracelular como o colágeno. Expressão de fatores de crescimento e seus receptores. Alterações no tecido de granulação através do aumento da densidade capilar e resistência tecidual. Produz melhora no fluxo sanguíneo arterial. Reduz o edema. Auxilia no desbridamento. Atrai neutrófilos, macrófagos, fibroblastos e células epiteliais Possui ação bactericida. Correntes Elétricas Correntes Elétricas Tipos de Correntes Elétricas CORRENTES UNIDIRECIONAIS Contínua ou direta de baixa intensidade Pulsada monofásica retangular Pulsada de alta voltagem CORRENTES BIDIRECIONAIS TENS Tipos de Correntes Elétricas CORRENTES DIRETAS DE BAIXA INTESIDADE PARÂMETROS PROGRAMAS Amplitude 100 – 800 mA Tempo 2h; 2 a 3 x por dia; 5 dias semana Técnica de aplicação Monopolar Polaridade - Nos 3 primeiros dias ou até melhora da infecção +até a completa cicatrização ou quando a mesma atingir um platô. Tipos de Correntes Elétricas CORRENTE PULSADA MONOFÁSICA RETANGULAR PARÂMETROS PROGRAMAS Tempo duração do pulso 132 – 150 ms Amplitude 29-35 mA Frequência 128 Hz – início do tto 64 Hz – fase proliferativa Tempo 2h; 2 a 3 x por dia; 5 dias semana Técnica de aplicação Monopolar Polaridade - Nos 3 primeiros dias ou até melhora da infecção +até a completa cicatrização ou quando a mesma atingir um platô. Tipos de Correntes Elétricas CORRENTE PULSADA DE ALTA VOLTAGEM – HVPC PROTOCOLO DE SUSSMAN PARÂMETROS INFLAMAÇÃO PROLIFERAÇÃO EPITELIZAÇÃO REMODELAMENTO Polaridade Negativo Alternar – e + a cada 3 dias Alternar diariamente Alternar diariamente Frequência dos pulsos 30 pps 100-128 pps 60-64 pps 60-64 pps Amplitude 100 – 150 v 100 – 150 v 100 – 150 v 100 – 150 v Duração 1 h 1 h 1 h 1 h Frequência do tto 2 x semana 1x ao dia 2 x semana 1x ao dia 2 x semana 1x ao dia 2 x semana 1x ao dia Tipos de Correntes Elétricas CORRENTE PULSADA DE ALTA VOLTAGEM – HVPC Com freqüência de 100Hz e intensidade média igual a 150V 30 minutos – 3 x semana A polaridade negativa foi utilizada por todo o período de tratamento, com aplicação diretamente dos eletrodos ativos sobre a lesão. Tipos de Correntes Elétricas CORRENTE PULSADA DE ALTA VOLTAGEM – HVPC Eletrodos ativos = área da ferida a ser tratada. Os eletrodos ativos - envolvidos por uma gaze estéril umedecida por solução salina concentrada em 7% e depois posicionados e fixados no leito da ferida por meio de fita micropoore. Já o eletrodo dispersivo - fixado a uma distância de 20cm em relação aos eletrodos ativos. A cada cinco minutos de tratamento - gaze posicionada abaixo dos eletrodos ativos era umedecida com solução salina 7% com a ajuda de seringa e agulha estéreis. Tipos de Correntes Elétricas CORRENTE PULSADA BIFÁSICA BALANCEADA - TENS PARÂMETROS PROGRAMAS Tempo duração do pulso 100 – 1000 ms Amplitude Frequência baixa Frequência alta Frequência Baixa: 2- 4 Hz Alta: 40 - 100 Hz Tempo 20 min a 2h; 1 a 3 x por dia Técnica de aplicação Bipolar Laserterapia de Baixa Intensidade Efeitos Fisiológicos Aumento da síntese de ATP, devido à estimulação do transporte de eletrons na mitocôndria, favorecendo as mitoses celulares. Estimulação das atividades de macrófagos, linfócitos e fibroblastos através do influxo de cálcio Vasodilatação da microcirculação – nutrição tecidual Ativação de síntese de proteínas Estimulação da síntese de RNA e DNA Angiogênese Laserterapia de Baixa Intensidade O laser Arseneto de Gálio ( AsGa), são radiações emitidas com potência mediana, mas sem potencial destrutivo e com comprimentos de onda de 904mm e potência de 10-15 Watts (W) e cor infravermelho invisível, e regime de emissão pulsado, é mais eficaz em lesões profundas. O laser Hélio- Neônio (HeNe), são radiações emitidas com potências baixas e também sem potencial destrutivo, com comprimentos de onda de 632,8 nm, sua potência varia de 30 a 50 mv, cor vermelha visível com regime de emissão contínuo, sendo mais eficaz em lesões superficiais. Laserterapia de Baixa Intensidade Técnicas de aplicação Pontual com contato: Contato pele intacta margem da úlcera, distância de 1-2 cm entre pontos Feixe de luz incidindo no tecido em um ângulo de 90º Laserterapia de Baixa Intensidade Técnicas de aplicação Pontual com ou sem contato: Com ou sem contato no leito da úlcera Com contato, utiliza-se um filme de PVC envolvendo a caneta aplicadora ou a superfície da ferida Feixe de luz incidindo no tecido em um ângulo de 90º Laserterapia de Baixa Intensidade Técnicas de aplicação Varredura: Através da irradiação de uma margem a outra percorrendo toda sua extensão. Não existem estudos que comparem as duas técnicas. US na úlcera de pressão PARÂMETROS PROGRAMAS Modo Pulsado Frequência de repetição dos pulsos 100HZ Frequência do transdutor 3 MHZ Ciclo trabalho / regime de pulso 20% Técnica de aplicação Ao redor da ferida Intensidade 0,5 a 1,0 w/cm2 Tempo de aplicação 1 min/cm2 Referências PERRACINI, M.R.; FLÓ, C.M. Funcionalidade e Envelhecimento. Guanabara Koogam. 1ª ed. Cap. 31. 2009. ROCHA, J. A.; MIRANDA, M. J.; ANDRADE, M. J. Abordagem terapêutica das úlceras de pressão – Intervenções baseadas na evidência. Acta Med Port, 19: 29-38. 2006. COSTA, M. P.; STURTZ, G.; COSTA, F. P. P.; FERREIRA, M. C.; BARROS FILHO, T. E. P. Epidemiologia e tratamento das úlceras de pressão: experiência de 77 casos. Acta Ortop Bras, 13(3): 124-133. 2005. http://www.eerp.usp.br/projetos/ulcera/index.html
Compartilhar