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Art. 236. Contrair casamento, induzindo em erro essencial o outro contraente, ou ocultando-lhe impedimento que não seja casamento anterior:
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos. Parágrafo único. A ação penal depende de queixa do contraente enganado e não pode ser intentada senão depois de transitar em julgado a sentença que, por motivo de erro ou impedimento, anule o casamento.
Objeto jurídico: Tutela-se mais uma vez a regular organização da família.
Sujeito ativo: Qualquer pessoa pode ser sujeito ativo desse delito. Nada impede que ambos os contraentes o pratiquem; basta que um engane o outro simultaneamente.
Sujeito passivo: É o Estado, bem como o outro contraente que esteja de boa-fé, ou seja, desconheça o erro essencial sobre a pessoa do cônjuge ou qualquer impedimento à celebração do casamento.
Elemento subjetivo: É o dolo, consubstanciado na vontade livre e consciente de contrair matrimônio induzindo o outro contraente em erro essencial ou lhe ocultando impedimento.
Consumação: Dá-se a consumação no momento da celebração do casamento.
Tentativa: de acordo com a doutrina, é juridicamente inadmissível, em razão do parágrafo único do art. 236, o qual constitui condição de procedibilidade para a instauração da ação penal.
Ação penal. Lei dos Juizados Especiais Criminais: É de crime de ação penal privada de iniciativa exclusiva do contraente enganado (é a chamada ação personalíssima). Somente pode ser instaurada mediante queixa do cônjuge ofendido, após o trânsito em julgado da sentença que decretou a nulidade do matrimônio (condição de procedibilidade). Em face da pena máxima cominada (detenção, de 6 meses a 2 anos), trata-se de infração de menor potencial ofensivo, sujeita ao procedimento sumaríssimo da Lei n. 9.099/95.
Prescrição: A contagem do prazo prescricional inicia-se no dia do trânsito em julgado da sentença que, por motivo de erro ou impedimento, anule o casamento.
Conhecimento prévio de impedimento.
Art. 237. Contrair casamento, conhecendo a existência de impedimento que lhe cause a nulidade absoluta:
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano.
Objeto jurídico: Tutela-se mais uma vez a regular organização da família.
Sujeito ativo: Qualquer pessoa. Nada impede que ambos os contraentes sejam coautores, se tiverem ciência do impedimento.
Sujeito passivo: É o Estado, bem como o outro contraente de boa-fé, isto é, desde que desconheça o impedimento.
Elemento subjetivo: É o dolo direto, consubstanciado na vontade livre e consciente de contrair casamento, conhecendo a existência de impedimento que lhe cause nulidade. Não se admite o dolo eventual. No caso de erro quanto à existência de impedimento, haverá erro de tipo, o qual exclui o dolo e, portanto, o crime (CP, art. 20).
Consumação e tentativa: Trata-se de crime instantâneo e efeitos permanentes. Consuma-se no momento em que o segundo casamento é celebrado, ou seja, com o consentimento formal dos nubentes. Quanto à tentativa, vide comentários ao crime de bigamia.
Ação penal. Lei dos Juizados Especiais Criminais: É crime de ação penal pública incondicionada. Em face da pena máxima prevista (detenção, de 3 meses a 1 ano), trata-se de infração de menor potencial ofensivo, estando sujeita ao procedimento sumaríssimo da Lei n. 9.099/95. É cabível a suspensão condicional do processo (art.89 da lei), em virtude da pena mínima prevista.
Simulação de autoridade para celebração de casamento.
Art. 238. Atribuir-se falsamente autoridade para celebração de casamento:
Pena – detenção, de 1(um) a 3(três) anos, se o fato não constitui crime mais grave.
Objeto jurídico: Tutela-se o matrimônio, a proteção da disciplina jurídica do casamento.
Sujeito ativo: É o particular. Também pode sê-lo o funcionário público que não tenha atribuição para celebrar casamento. É possível a participação.
Sujeito passivo: É o Estado, bem como os cônjuges de boa-fé.
Elemento subjetivo: Consubstancia-se no dolo, isto é, na vontade livre e consciente de atribuir-se falsamente autoridade para a celebração de casamento. Faz se necessário que o agente tenha efetivo conhecimento de sua falta de atribuição para presidir esse ato. O erro quanto a tal circunstância exclui o dolo e, portanto, o crime em questão (CP, art. 20).
Consumação e tentativa: Por se tratar de crime formal, consuma-se com o ato de o agente atribuir-se falsa autoridade, independentemente da efetiva realização do casamento. A tentativa será possível nas hipóteses em que o crime não se perfaz em um único ato.
Distinção: O crime em estudo é uma forma específica do delito de usurpação de função pública (CP, art. 328). É de natureza subsidiária, somente incidindo se o fato não constituir delito mais grave. Assim, se for praticado com vista à obtenção de vantagem, a figura penal incidente será a do art. 328 do Código Penal, cuja pena prevista é de reclusão de 2 a 5 anos, portanto mais grave.
Ação penal. Lei dos Juizados Especiais Criminais: A ação penal é pública incondicionada. Não se exige condição de procedibilidade para seu exercício. Incide o instituto da suspensão condicional do processo previsto no art. 89 da Lei n. 9.099/95, em face da pena mínima cominada (detenção, de 1 a 3 anos).
Simulação de casamento
Art. 239. Simular casamento mediante engano de outra pessoa:
Pena – detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, se o fato não constitui elemento de crime mais grave.
Objeto jurídico: Tutela-se mais uma vez o matrimônio.
Sujeito ativo: Para Romão C. Lacerda, somente um dos contraentes ou ambos podem ser autores do delito em estudo. Para Noronha, não só os nubentes podem ser sujeitos ativos do crime, por exemplo, o magistrado e o oficial do Registro Civil.
Sujeito passivo: É o Estado, bem como o cônjuge ou os cônjuges enganados.
Elemento subjetivo: É o dolo, consistente na vontade livre e consciente de praticar a conduta típica. Por se tratar de crime subsidiário, se a finalidade do agente for a de obter fraudulentamente a posse sexual da mulher, o crime poderá ser outro (CP, art. 215).
Consumação e tentativa: Consuma-se com a simulação da celebração do casamento. A tentativa é admissível.
Ação penal. Lei dos Juizados Especiais Criminais: Trata-se de crime de ação penal pública incondicionada. Tendo em vista a pena mínima prevista, detenção de um ano, é cabível a suspensão condicional do processo (art. 89 da Lei n. 9.099/95).
Art. 241 – Promover no registro civil a inscrição de nascimento inexistente:
Pena – reclusão, de dois a seis anos.
O objeto jurídico protegido pela norma é o estado de filiação, como medida protetora da instituição familiar. Mediatamente também de protege a regularidade do sistema de registro civil, pois os atos nele contidos gozam de fé pública.
A ação nuclear descrita no tipo consubstancia-se em “promover”, no sentido de requerer o registro de parto inexistente. Considera inexistente o nascimento quando, de fato, não ocorreu, ou então o feto foi expelido morto.
É uma modalidade específica de falsidade ideológica, uma vez que o agente faz inserir declaração falsa ou altera a verdade sobre o fato juridicamente relevante. O conflito aparente de normas se soluciona pelo princípio da especialidade.
O sujeito ativo pode ser qualquer pessoa, uma vez que trata-se de crime comum. Admite a coautoria ou a participação, a exemplo do médico que dolosamente fornece o atestado para que outrem promova no registro civil a inscrição de nascimento.
O sujeito passivo é o Estado e mediatamente qualquer pessoa lesada pelo registro falso.
O elemento subjetivo é o dolo.
O momento de consumação do crime se dá com a efetiva inscrição no registro civil do nascimento inexistente.
Trata-se de crime material, portanto admite a tentativa.
Art. 243 – Deixar em asilo de expostos ou outra instituição de assistência filho próprio ou alheio, ocultando-lhe a filiação ou atribuindo-lhe outra, com o fim de prejudicardireito inerente ao estado civil:
Pena – reclusão, de um a cinco anos, e multa.
O objeto jurídico protegido pela norma é o estado de filiação.
A ação nuclear descrita no tipo consubstancia-se em “deixar”, no sentido de abandonar o menor de idade em asilo de expostos ou outra instrução de assistência, ocultando-lhe a filiação ou atribuindo-lhe outra, com o fim de prejudicar direito inerente ao estado civil.
Asilo exposto é o orfanato ou local que abriga crianças abandonadas; a instituição de assistência, por sua vez, tem caráter residual, podendo ser qualquer tipo de creche ou abrigo.
A figura de deixar a criança em local diverso àqueles pode configurar abandono de incapaz ou exposição ou abandono de recém nascido.
Há doutrinadores que sustentam ser necessária a ausência do registro civil.
O sujeito ativo pode ser qualquer pessoa, não apenas pelos ascendentes. Trata-se de crime comum. O sujeito passivo pode ser qualquer pessoa.
O elemento subjetivo é o dolo, acrescido com um fim específico de agir. Nesse contexto, não se caracteriza o delito na hipótese em que o agente abandona a criança ou adolescente por outro motivo qualquer, tal como a ausência de condições financeiras para sustentá-lo.
O momento de consumação do crime se dá com o simples abandono, com a intenção de ocultar ou alterar o estado de filiação. Mas trata-se de crime formal, de consumação antecipada, portanto, não necessita de que efetivamente se prejudique o direito do menor inerente ao estado da filiação.
Admite a tentativa.
Entrega de filho menor a pessoa inidônea
Art. 245 – Entregar filho menor de 18 (dezoito) anos a pessoa em cuja companhia saiba ou deva saber que o menor fica moral ou materialmente em perigo:
Pena – detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos.
O objeto jurídico protegido pela norma é a família, relativamente aos cuidados a serem dispensados pelos pais dos filhos menores.
A ação nuclear descrita no tipo consubstancia-se em “entregar”, no sentido de deixar o filho menos aos cuidados de pessoa que saiba ou deva saber ser indivíduo apto a proporcionar perigo moral ou material, colocando em risco a íntegra formação da personalidade e desenvolvimento normal, físico e psicológico, do menor.
O sujeito ativo pode ser o pai ou a mãe do menor, uma vez que trata-se de crime próprio; Pela vedação da analogia in malam partem, tal não se aplica ao tutores do menor. O sujeito passivo é o filho menor de 18 anos.
O elemento subjetivo é o dolo.
Trata-se de crime material, cujo momento de consumação do crime se dá com a efetiva entrega do filho menor. Trata-se de crime de perigo concreto e instantâneo, razão pela qual não se exige permanência da criança ou adolescente na companhia da pessoa inadequada por longo período.
Admite a tentativa.

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