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CIVIL IV HIPOTECA

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HIPOTECA(Artigo 1.473 a 1.505 do CC 2002)
Ao analisarmos o tema proposto, logo constatamos que a hipoteca é um direito real de garantia sobre os bens imóveis.
Muito ao contrário do penhor, que em suma é um direito real de garantia sobre determinado bem móvel, a hipoteca é um instituto de direito real de garantia, que tem como
objetivo afetar um determinado bem imóvel, com o intuito de cumprir uma determinada obrigação.
Sendo assim, a hipoteca tem o condão de dispensar a tradição, ou seja, a efetiva entrega da coisa, tendo em vista que ao ser confeccionado o registro, este já esta apto a produzir os efeitos erga omnes.
Como característica, notamos que conforme o estipulado no Art. 1421 do CC/2002, rege-se o princípio da indivisibilidade da garantia real, ou seja, ainda que haja o pagamento parcial da divida, este não acarreta a liberação da garantia na proporção do pagamento efetuado, permanecendo toda a coisa onerada em garantia, salvo se o contrário foi convencionado no título constitutivo ou no instrumento de quitação. Somente o cumprimento integral da obrigação é que libera o bem da hipoteca.
Espécies de Hipoteca
Hipoteca legal: Previsão no artigo 1.489 CC/2002, sendo aquelas que a lei confere acertos credores, que, por se encontrarem em determinada situação e pelo fato de que seus bens são confiados à administração alheia, devem ter uma proteção especial. Para sua constituição é necessário observar o principio da especificação, como por exemplo, seu registro junto ao cartório de registro de imóveis.
a) A lei confere hipoteca a União, os Estados, o Distrito Federal, os Territórios, os Municípios, as Autarquias e demais entidades de caráter público dos imóveis dos funcionários públicos encarregados de cobrança, guarda e administração dos respectivos fundos e rendas.
b) A lei confere hipoteca aos filhos, sobre os imóveis do pai ou da mãe que passar a outras núpcias, antes de fazer o inventário do casal anterior.
c) A lei confere ao ofendido, ou os seus herdeiros, hipoteca sobre os imóveis do autor do crime, para satisfação do dano causado pelo delito e pagamento das despesas judiciais;
d) A lei confere hipoteca ao co-herdeiro, quando se adjudica o imóvel inventariado a um único herdeiro, que se compromete a repor em dinheiro o quinhão que pertence aos demais coerdeiros. Para garantia desse pagamento, o imóvel adjudicado fica vinculado como garantia real.
e) A lei confere ao credor, sobre o imóvel arrematado, para garantia do pagamento do restante do preço da arrematação.
Hipoteca convencional: é derivada de ato de vontade do devedor, contudo estamodalidade exige o registro para que possa produzir efeitos perante a terceiros.
Hipoteca Judicial: Com o advento do Novo Código Civil, extinguiu-se a previsãoexpressa da Hipoteca Judicial, contudo que tal situação é perfeitamente possível, pois é fruto do resultado de uma sentença condenatória, exigindo-se também exige o devido registro.
No entanto, a hipoteca judiciária está prevista no Código de Processo Civil:
“Art. 466”. A sentença que condenar o réu no pagamento de uma prestação, consistente em dinheiro ou em coisa, valerá como título constitutivo de hipoteca judiciária, cuja inscrição será ordenada pelo juiz na forma prescrita na Lei de Registros Publicos.
Parágrafo único. A sentença condenatória produz a hipoteca judiciária: I - embora a condenação seja genérica;
II - pendente arresto de bens do devedor;
III - ainda quando o credor possa promover a execução provisória da sentença.”
Podem ser objeto de hipoteca, previsão do Art. 1.473 CC/2002:
Art. 1.473 [...]
I - os imóveis e os acessórios dos imóveis conjuntamente com eles;
II - o domínio direto;
III - o domínio útil;
IV - as estradas de ferro;
V - os recursos naturais, independentemente do solo onde se acham;
VI - os navios;
VII - as aeronaves.
VIII - o direito de uso especial para fins de moradia;
IX - o direito real de uso;
X - a propriedade superficiais.
A hipoteca dos navios e das aeronaves reger-se-á pelo disposto em lei especial.
Os direitos de garantia instituídos nas hipóteses dos itens IX e X acima ficam limitados à duração da concessão ou direito de superfície, caso tenham sido transferidos por período determinado.
Registro da Hipoteca: As hipotecas serão registradas no cartório do lugar do imóvel, ou no de cada um deles, se o título se referir a mais de um. As hipotecas legais, de qualquer natureza, deverão ser registradas e especializadas. Vale o registro da hipoteca, enquanto a obrigação perdurar; mas a especialização, em completando vinte anos, deve ser renovada.
Abrangência:A hipoteca abrange todo o imóvel, bem como os seus melhoramentosque tenham sido realizados, ou outras construções, ressalvados os ônus reais que já haviam sidos constituídos e registrados anteriormente a hipoteca.
Alienação de Imóvel Hipotecado:É nula a cláusula que proíbe ao proprietário alienar imóvelhipotecado. Pode convencionar-se que vencerá o crédito hipotecário, se o imóvel for alienado.
Caso de Dupla Hipoteca: Nada impede que o dono do imóvel hipotecado possaconstituir outra hipoteca sobre ele, mediante novo título, em favor do mesmo ou de outro credor, entretanto, caso ocorra à insolvência do devedor, o credor da segunda hipoteca, embora vencida, não poderá executar o imóvel antes de vencida a primeira.
Valor da Hipoteca: É lícito aos interessados fazer constar das escrituras o valor entresi ajustado dos imóveis hipotecados, o qual, devidamente atualizado, será a base para as arrematações, adjudicações e remições, dispensada a avaliação.

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