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Aulas teóricas e questões discursivas de Sustentabilidade

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Sustentabilidade
Aula 1 – Desenvolvimento Sustentável: Conceitos e objetivos
O rastro deixado pela humanidade sobre a Terra está por toda parte. É particularmente visível e não deixa dúvidas quando observado desde o céu com o efeito smoog nas grandes cidades e chaminés de indústrias esfumaçadas, até a terra firme, com 40% das florestas naturais da superfície do planeta convertidas em áreas de criação de gado e cultivo de agricultura.
As estatísticas de conversão e desmatamento são frequentemente contestadas, pois o falso orgulho nacional quase sempre distorce esses dados para que as coisas pareçam melhores do que na realidade estão, tanto para o público interno como para o externo (Dourojeanni e Pádua, 2007).
Será que através de mudanças nas políticas públicas unidas e a prática do desenvolvimento sustentável poderemos reverter este cenário para melhor um dia?
Então, o mundo dá voltas? E para que continue a dar voltas com as pessoas dentro dele, precisaremos tomar algumas atitudes agora. Essas atitudes têm de estar ligadas a um uso do meio natural sem excessos e com responsabilidade ambiental, para que tenhamos a sustentabilidade dos recursos e a sobrevivência humana, ou seja, o desenvolvimento sustentável.
A preocupação com os problemas ambientais ganhou escala e maior repercussão no final da década de 60 e início da década de 70. Tal preocupação parecia ter foco local, e sua solução resumia-se à criação de regulamentações relacionadas ao controle das fontes de poluição. Discussões formais sobre os impactos ambientais causados pelo desenvolvimento e pela industrialização aconteceram com a criação do Clube de Roma, em 1968, na Itália, formado por cientistas preocupados com os impactos provocados pelo crescimento econômico e com a disponibilidade de recursos naturais do planeta. Foi fundado por Aurélio Peccei, industrial e acadêmico italiano, e Alexander King, cientista escocês (Hernandez, 2009).
Esses dois vocábulos (desenvolvimento sustentável) ainda não tinham formado a parceria que hoje se tornou sobejamente conhecida de todos. Isso porque o principal objeto das discussões ocorridas nesse evento estava centrado na defesa do meio ambiente humano, no bojo de um problema global mais amplo: os ditames do modelo de desenvolvimento econômico dos países de Primeiro Mundo.
Estes, num determinado estágio de sua industrialização, se viram na perspectiva da escassez dos recursos naturais, surpreendendo-se diante das limitações do meio ambiente no que dizia respeito à destinação final dos rejeitos – sólidos, líquidos e gasosos – tanto do processo industrial quanto dos hábitos de consumo da população (Brunacci e Philippi Junior, 2009).
Ainda segundo os mesmos autores, tal ênfase na defesa do meio ambiente humano, perante a questão ambiental do modelo de desenvolvimento de cunho predatório, foi resultado de um despertar da consciência ecológica em nível global, que buscou além das questões de âmbito local ou regional, as quais, nas décadas de 1950 e de 1960, já incomodavam as agências estatais de controle ambiental das nações industrializadas e incrementavam as atividades dos movimentos ambientalistas.
O começo dos estudos do relacionamento entre o meio ambiente e o crescimento econômico foi marcado pelo relatório Os limites do crescimento, escrito por Jay Forrest e Dennis Meadows, do Instituto Tecnológico de Massachusetts (MIT). O trabalho enfatiza que a exploração e degradação dos recursos naturais limitariam o crescimento da economia mundial. Elaborado pelo Clube de Roma, esse relatório vendeu mais de 30 milhões de cópias em 30 idiomas, tornando-se o livro sobre meio ambiente mais vendido da história. Tratava essencialmente de problemas cruciais para o futuro desenvolvimento da humanidade.
Utilizando modelos matemáticos, o estudo chegou à conclusão de que o planeta Terra não suportaria mais o crescimento populacional por causa da pressão sobre os recursos naturais e energéticos e do aumento da poluição, mesmo considerando o avanço das tecnologias (Hernandez, 2009).
A concepção de desenvolvimento sustentável tem suas raízes fixadas na Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente Humano, realizada em Estocolmo, capital da Suécia, em julho de 1972, segundo Brunacci e Philippi Junior (2009).
Segundo Funiber (2009), o termo desenvolvimento sustentável, como é, foi estabelecido pela International Union for The Conservation of Nature (IUCN), embora sua popularidade tenha origem no relatório “Nosso futuro comum” ou relatório Bruntland (WCED, 1987), preparado pela Comissão Bruntland das Nações Unidas, no qual se lê: “O desenvolvimento sustentável satisfaz às necessidades atuais sem comprometer a capacidade de futuras gerações satisfazer suas próprias necessidades”.
Analisemos que os componentes substantivos nesta definição são as questões de equidade, tanto entre uma mesma geração como entre diferentes gerações, a fim de que todas as gerações, presentes e futuras, aproveitem o máximo sua capacidade potencial. Porém, a maneira como as atuais oportunidades estão distribuídas não é, na realidade, indiferente. Seria estranho que estivéssemos preocupados profundamente com o bem-estar das futuras gerações e deixássemos de lado a triste sorte dos pobres de hoje.
No entanto, atualmente, nenhum desses dois objetivos tem assegurada a prioridade que merece. Consequentemente, talvez uma reestruturação, das pautas concernentes à distribuição de renda, à produção e ao consumo em escala mundial seria uma condição prévia necessária a toda estratégia viável de desenvolvimento sustentável.
Vemos que o conceito de desenvolvimento sustentável surgiu em um contexto de crise econômica e da revisão de paradigmas de desenvolvimento. A crise econômica na maior parte do mundo, a instabilidade, o aumento da pobreza, etc., colocavam em dúvida a viabilidade dos modelos convencionais, inclusive, a própria ideia de “desenvolvimento” havia sido sustada das políticas ante a urgente necessidade de estabilizar as economias e recuperar o crescimento econômico (Funiber, 2009).
O surgimento da ideia do desenvolvimento sustentável teve repercussões importantes em todos os meios – graças aos esforços da Comissão das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento (CNUMAD) – devido à necessidade de renovar concepções e estratégias, buscando o desenvolvimento das nações pobres e reorientando o processo de industrialização dos países mais avançados.
O conceito convencional de desenvolvimento se referia ao processo de melhoria das condições econômicas e sociais de uma nação. O enfoque da Comissão buscou ir além da dimensão econômica e social, tratando de incluir a questão ambiental como um dos elementos centrais da concepção e das estratégias de desenvolvimento, ainda segundo Funiber (2009).
Ainda segundo o mesmo autor, ao qualificar o desenvolvimento como o adjetivo “sustentável”, incorpora-se um conceito de capacidade de subsistir ou continuar. A sustentabilidade expressa uma preocupação com o meio ambiente para que as gerações futuras o utilizem e o desfrutem da mesma forma que a presente. Neste caso, “desenvolvimento” não é sinônimo de “crescimento”. Crescimento econômico é entendido como aumentos na renda nacional. Em contrapartida, o desenvolvimento implica algo mais amplo, uma noção de bem-estar econômico que reconhece componentes não monetários. Estes podem incluir a qualidade do meio ambiente.
É importante ressaltar que o desenvolvimento sustentável exige que se definam prazos, com qual ordem de prioridades, a que níveis e escalas e quais recursos econômicos utilizar para obter a sustentabilidade. Essa tarefa é muito complexa, dados os aspectos sociais, políticos e elementos técnicos implicados, por exemplo, na superação da pobreza, em que a sustentabilidade pode ser inalcançável, mesmo em prazos relativamente longos (Funiber, 2009).
Outro problema a ser considerado é o da interpretação. Na bibliografia sobre o tema excedem as definições de desenvolvimento sustentável incorretas ou distorcidas que, frequentemente,alteram a ideia original.
Por exemplo, uma grande parte da literatura disponível tende reduzir o conceito a uma mera sustentabilidade ecológica ou a um desenvolvimento ecologicamente sustentável, preocupando-se apenas  com as condições ecológicas necessárias para manter a vida humana ao longo das gerações futuras, segundo Bifani (1997 apud Funiber, 2009). Esse enfoque, embora útil, é claramente reducionista, por não considerar as dimensões social, econômica e política do termo.i.
Para concluirmos a aula, vamos atentar para o que coloca Genebaldo Freire Dias (2004): 
O desenvolvimento econômico e o bem-estar do ser humano dependem dos recursos da Terra. O desenvolvimento sustentável é simplesmente impossível se for permitido que a degradação ambiental continue.
Os recursos da Terra são suficientes para atender às necessidades de todos os seres vivos do planeta se forem manejados de forma eficiente e sustentada. Tanto a opulência quanto a pobreza podem causar problemas ao meio ambiente.
O desenvolvimento econômico e o cuidado com o meio ambiente são compatíveis, interdependentes e necessários. A alta produtividade, a tecnologia moderna e o desenvolvimento econômico podem e devem coexistir com um meio ambiente saudável.
A chave para o desenvolvimento é a participação, a organização, a educação e o fortalecimento das pessoas. O desenvolvimento sustentado não é centrado na produção, é centrado nas pessoas. Deve ser apropriado não só aos recursos e ao meio ambiente, mas também à cultura, história e sistemas sociais do local onde ele ocorre. Deve ser equitativo, agradável.
Nenhum sistema social pode ser mantido por um longo período quando a distribuição dos benefícios e custos – ou das coisas boas e ruins de um dado sistema – é extremamente injusta, especialmente quando parte da população está submetida a um debilitante e crônico estado de pobreza.
Vemos que há diversas formas de interpretar o conceito de desenvolvimento sustentável, mas todas têm as mesmas características e devem derivar para um consenso quanto ao conceito básico e quanto às estratégias necessárias para sua consecução. De acordo com Ignacy Sachs, a adjetivação deveria ser desdobrada em socialmente inclusivo, ambientalmente sustentável e economicamente sustentado pelo tempo. Dessa forma, destaca-se que o conceito de desenvolvimento sustentável não é único, mas converge para um consenso. Sua essência é cada vez mais difundida e assimilada pelas organizações, o que possibilita um direcionamento em suas atitudes e na definição de suas estratégias (Hernandez, 2009).
Aula 2 – A prática do desenvolvimento sustentável
Uma sociedade sustentável do ponto de vista ambiental atende às necessidades atuais de sua população em relação a alimentos, água e ar limpos, abrigo e outros recursos básicos sem comprometer a capacidade de as gerações futuras atenderem às suas necessidades. Viver de forma sustentável significa sobreviver da renda natural fornecida pelo solo, pelas plantas, pelo ar e pela água e não exaurir ou degradar as dotações de capital natural da Terra, que fornecem essa renda biológica (Miller Junior, 2007).
Níveis de existência físico, biológico e social
Há três níveis ou sistemas distintos de existência que obedecem às suas próprias leis (Dias, 2004). São eles:
Físico
O planeta físico, sua atmosfera, hidrosfera e litosfera (rocha e solos), que seguem as leis da física e da química.
Biológico
A biosfera, com todas as espécies de vida, que obedecem às leis da física, química, biologia e ecologia.
Social
A tecnosfera e a sociosfera, o mundo das máquinas e construções criadas pelo homem, governos e economias, artes, religiões e culturas, que seguem leis da física, da química, da biologia, da ecologia e também das leis criadas pelo homem.
Um exemplo de uma lei física seguida por todos os níveis de existência é a lei da entropia – a Segunda Lei da Termodinâmica -, segundo a qual todas as máquinas se desgastam.
Um exemplo da lei biológica aplicável a todas as formas de vida é que a composição química e organização de qualquer indivíduo são determinadas pelo código genético encerrado em longas moléculas de DNA dentro de cada célula, segundo o mesmo autor.
As leis geradas pelo homem, que regulam sociedades e economias, são muito variáveis de acordo com as circunstâncias e com o tempo. Uma vez que os fenômenos ambientais obedecem às mesmas leis físicas, eles se comportam, em sua maioria, da mesma forma, em qualquer lugar, embora sua complexidade possa levar a enormes variações locais (Dias, 2004).
A relação da sociedade, impacto ambiental e sobrevivência, às vistas do desenvolvimento sustentável.
A busca de um modelo de desenvolvimento sustentável e de sua consequente implantação já ocorre em algumas décadas, alicerçada na visão crítica da organização da sociedade humana e impulsionada pelos diversos problemas de caráter ambiental e social, tais como o aquecimento global, a ocorrência de grandes desastres ecológicos, a existência de grandes populações que vivem em condições de profunda pobreza e a má distribuição de riqueza natural humana.
Um resultado importante desta discussão é a crescente conscientização sobre as significantes interferências que sistemas humanos impõem aos sistemas naturais, sobre o desequilíbrio ambiental resultante das mesmas sobre os impactos irreversíveis que tal desequilíbrio pode ter sobre os referidos sistemas humanos e naturais (Reis, Fadigas e Carvalho, 2005).
Neste contexto, o modelo de desenvolvimento sustentável deve ser capaz não só de contribuir para a superação dos atuais problemas, mas também de garantir a própria vida, por meio da proteção e manutenção dos sistemas naturais que a tornam possível. Esses objetivos implicam na necessidade de profundas mudanças nos atuais sistemas de produção, organização da sociedade humana e de utilização de recursos naturais essenciais à vida no planeta, ainda segundo os mesmos autores.
Vemos que a questão do desenvolvimento sustentável está presente em nossa sociedade, representada por um amplo conjunto de discussões e pela produção de textos e projetos, no âmbito internacional e local. Por exemplo, no Brasil, a Constituição de 1988 reflete esse quadro, com a inserção dessa questão em seu art. 225 (Philippi Junior, Malheiros e Aguiar, 2005):
Artigo 225:
“Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.”
Para aprofundarmos o assunto, vamos ler o texto abaixo dos mesmos autores:
O documento do Ministério do Meio Ambiente (MMA 2011) cita que uma pesquisa do Conselho Internacional de Iniciativas Ambientais Locais (ICLEI – International Council for Local Environmental Initiatives) revelou que:
Até novembro de 1996, mais de 1.800 cidades em 64 países, envolveram-se em atividades de Agenda 21 local – A21L. Entre elas, o ICLEI constatou que: 933 cidades em 43 países já tinham estabelecido um processo de planejamento para o desenvolvimento sustentável, e outras 879 estavam apenas iniciando (p.12).
O setor industrial também demonstra seu interesse nessa questão, refletido pelas mais de 2 mil certificações em Sistemas Integrados de Gestão em todo o país.
A complexidade da questão da sustentabilidade aumenta a necessidade e importância de ações de todos os setores da gestão do meio ambiente para busca de soluções integradas e sustentáveis.
O entendimento da existência de limites no que se refere aos padrões de consumo e produção, e a necessidade de promoção de justiça social encerram questões de revisão e mudanças na forma de planejar; do melhor entendimento do funcionamento e da inter-relação dos espaços naturais e antrópicos e da promoção do envolvimento da comunidade no processo de gestão.
Portanto o processo de construção do desenvolvimento sustentável deve priorizar estudo e compreensão das questões sociais, econômicas, ambientais, tecnológicas e políticas,presentes na sociedade humana e no meio ambiente no qual se insere.
Diversos trabalhos vêm sendo elaborados no campo do assunto, na busca de princípios metodologias e ferramentas de avaliação. Eles têm como objetivo colaborar para a reversão dos processos de degradação ambiental, consumo elevado de recursos naturais e desigualdade socioeconômica, alcançando assim melhoria da qualidade de vida os seres do planeta de forma sustentável.
É preciso, portanto, contribuir na construção de políticas e processos de planejamento e gestão que direcionem o desenvolvimento em patamares sustentáveis. Aqui, percebe-se que entre os principais problemas no processo de gestão ambiental, se verifica que, em geral, não há um pleno reconhecimento da importância das políticas ambientais, como também ocorre um despreparo de órgãos públicos de gestão e sociedade, frente à complexidade dos assuntos ambientais.
Indicadores de desenvolvimento sustentável
Segundo Funiber (2010), uma forma de medir o desenvolvimento é através de indicadores, os quais normalmente estão relacionados apenas com questões econômicas. Contudo, quando se busca um caminho para o desenvolvimento sustentável, os indicadores devem ter de considerar as dimensões econômica, social e ambiental:
Econômicos 
Crescimento 
Equidade
Eficiência
Sociais
Participação 
Equidade
Organização
Identidade cultural
Desenvolvimento institucional
Educação
Ambientais
Proteção
Restauração
Conservação
Autorregulação
Biodiversidade
Emissões globais
É necessário, entretanto, que se busque formas de comunicação desses indicadores, de modo que possam ser compreendidos por todos os atores da comunidade, onde, então, a educação ambiental assume papel vital nesse processo. Para tornar isso possível, será preciso rever formas de comunicação dos indicadores ou mesmo fazer uma reavaliação daqueles atualmente em uso (Philippi Junior, Malheiros e Aguiar, 2005).
Para concluirmos a aula: 
Pense que todas as coisas estão conectadas. O mundo é organizado em sistemas que são formados por três componentes: elementos, interconexões e funções. Os sistemas são mais do que a soma de suas partes. São dominados pelas inter-relações e seus propósitos, e organizados segundo uma hierarquia, segundo Dias (2011).
Aula 3 – Da questão ambiental para o campo de consumo
O crescimento populacional vem causando sérios impactos degradadores sobre o meio ambiente neste século. O desenvolvimento da indústria, comércio bem como os diversos ramos do meio rural e urbano são considerados determinantes para as mudanças ambientais (Crescimento populacional e desenvolvimento sustentável).
Segundo o mesmo site, o crescimento populacional ou demográfico vem sendo analisado por cientistas como razão do uso intensivo dos recursos naturais. Os estudos demonstram que os países com um rápido crescimento demográfico vêm enfrentando dificuldades para gerar um desenvolvimento econômico sustentável.
Através dessa análise, percebemos que a conscientização ambiental também está relacionada ao controle da natalidade e ao consumo desenfreado que estamos nos impondo culturalmente como fator de status social.
O mundo está superpovoado?
Prevê-se que a população humana aumentará de 6,5 bilhões a 8-9 bilhões ou mais entre 2005 e 2050, com um crescimento particularmente rápido nos países em desenvolvimento, como a China. Esse fato levanta uma questão importante: O mundo pode fornecer um padrão de vida adequado para 2,4 bilhões de pessoas a mais sem que haja um vasto dano ambiental?
Alguns argumentam que o planeta já está lotado, e em especial os países desenvolvidos, como os Estados Unidos, onde taxas de consumo de recursos ampliam o impacto ambiental de cada pessoa. Outros encorajam o crescimento populacional como uma forma de estimular o crescimento econômico.
O aumento da população e o consequente crescimento do consumo podem elevar os estresses ambientais, com doenças infecciosas, danos na biodiversidade, desmatamento de florestas tropicais, redução da pesca, escassez de água, poluição dos mares e mudanças climáticas.
Os que defendem esse ponto de vista reconhecem que o crescimento populacional não é a única causa desses problemas. No entanto, eles argumentam que a adição de centenas de milhões de pessoas em países desenvolvidos e de bilhões em países em desenvolvimento só pode intensificar os problemas ambientais e sociais existentes.
Esses analistas acreditam que as pessoas devem ter liberdade de gerar quantos filhos quiserem, mas somente se isso não reduzir a qualidade de vida das pessoas agora e no futuro, seja pelo enfraquecimento da capacidade da Terra de sustentar a vida, seja por rupturas sociais. De acordo com o ponto de vista deles, a limitação da liberdade dos indivíduos – um esforço de proteger a liberdade de outros indivíduos – é a base da maioria das leis nas sociedades modernas.
Continuando nossa discussão, segundo Paul Hawken (2007), os problemas a serem enfrentados são vastos e complexos, mas se resumem a isto: 6,5 bilhões de pessoas estão procriando exponencialmente. O processo de atender a seus desejos e suas necessidades está privando a Terra de sua capacidade biótica 
de produzir vida; uma explosão de consumo por uma única espécie está afetando os céus, a terra, as águas e a fauna.
Para discutir a relação entre os homens e o meio ambiente, é fundamental uma reflexão sobre o cenário em que essas questões emergiram: a modernidade. Com o termo modernidade, pretende-se incluir ou definir um processo que se inicia por volta do século XV, na Europa, marcado por profundas transformações em todas as dimensões da vida humana – da produção, da sociabilidade, da representação simbólica do mundo, das relações sociais e de poder -, fenômeno que, ao longo de 500 anos, se estendeu por todo o planeta, transformando os diferentes contextos (físicos e sociais) em que, progressivamente, foi acontecendo (Zioni, 2009).
Segundo a mesma autora, esse processo tem maior visibilidade na organização capitalista das relações de produção e consumo, mas não pode ser confundido com ela. Ainda que contemporâneos e bastante relacionados, a modernidade não os reduz ao curso de expansão capitalista, mesmo que esta venha moldando todos os campos da atividade humana. Por modernidade, entende-se algo maior que o ethos de uma sociedade marcada pela apropriação privada da produção, pelo uso intensivo de energia e de tecnologia, pela racionalização da vida.
Por modernidade, entende-se, ainda, um projeto histórico de construção e representação da vida social que se desenvolveu a partir de dois pilares: o pilar da emancipação e o pilar da regulação (Santos, 2000 apud Zioni, 2009), projeto esse criador e criatura não só das sociedades modernas e contemporâneas, como também das formas hegemônicas de conhecimento e representação do mundo – social e natural – dessas sociedades, o conhecimento científico, a razão.
Não podemos discutir sobre sociedade e meio ambiente e deixar de falar sobre população. O papel dado à população, segundo vários autores, reflete menos conflitos de evidências do que de interpretação da mesma evidência. Os estudos de caso com populações regionais têm sugerido cautela nas associações “população – transformação”. Isso, porém, não solapa o papel da população como importante força indutora de mudanças ambientais, mas acentua seu significado no contexto da organização tecnológica e sociocultural (Dias, 2004).
Segundo o mesmo autor, quando esses estudos foram conduzidos regionalmente e em áreas que exibiam condições socioambientais similares, foram encontradas correlações fortes. Muitos estudos comparativos ofereceram evidências estatísticas que sustentavam correlações diretas entre crescimento populacional e desflorestamento. Bilsborrow e Okhoto-Ogendo (1999) citam diversos estudos que comprovaram tais correlações (Brasil, Haiti e Bolívia); entretanto, caracterizam-nas como “casuais”. Um estudo mais acurado foi desenvolvido na Guatemala, e a correlação direta foi estabelecida. No nosso estudo sobrea região de Taguatinga, Ceilândia e Samambaia, em 1996-1999 (Dias, 1999), essa correlação foi muito clara, inclusive com outros vetores sociais, como a violência, o desemprego, o aumento da emissão de gases estufa e outros.
O mesmo autor acredita que essa correlação será diminuída com a redistribuição de terras e diminuição do crescimento populacional. Acrescentam uma dura crítica ao governo brasileiro pela sua omissão no “Sexto Encontro Ministerial sobre o Ambiente na América Latina e Caribe” (Brasília, março de 1989), por não fazer constar na “Carta de Brasília” uma palavra sequer sobre crescimento populacional, apesar de tê-lo considerado “of the highest priority”, citam. 
Aqui, cria-se um impasse:
Os países ricos criticam os países pobres e em desenvolvimento pelo crescimento populacional desregrado.
Enquanto os países ricos são criticados por exibirem padrões de produção e consumo insustentáveis.
Outro estudo relevante, buscando a compreensão dessas inter-relações, foi conduzido por Myers (1995 apud Dias, 2004). Esse autor, enfatiza, falando sobre biodiversidade, que existem muitos elos que fazem o quadro muito mais complexo do que uma simples equação população/biodiversidade.
Acrescenta que o crescimento populacional não é o único fator que está produzindo as mazelas ambientais conhecidas, não sendo mais que uma variável dentre as demais. São também importantes os tipos de tecnologia, o suprimento de energia, os sistemas econômicos, as relações comerciais, as persuasões políticas, as estratégias políticas e um conjunto de outros fatores que podem reduzir ou agravar o impacto do crescimento populacional (é óbvio que os padrões de produção e consumo estão por trás disso tudo, via “modelo de desenvolvimento”). 
Esse crescimento passa a ser significativo, em termos de produção de pressão ambiental, quando ele excede à capacidade de oferta de recursos naturais de um país aos seus habitantes ou quando excede a capacidade dos seus planejadores de desenvolvimento.
Falando em população, não podemos deixar de entrar no contexto político. A palavra política, derivada do grego polis (cidade), tem sido empregada ao longo do tempo para designar o conjunto de atividades exercidas sobre a vida coletiva, assim como as reflexões sobre essas atividades e a instituição encarregada de sua implementação, o Estado.
Atos políticos podem ser definidos como aqueles que dizem respeito à regulação de determinadas ações, que proíbem ou permitem à totalidade dos membros de um grupo, ou parte deles, uma determinada forma de ser. A palavra política, assim, designa não somente atos relacionados à conquista e à manutenção do poder, mas também uma série de atividades inerentes à vida coletiva (Zioni, 2008).
Segundo a mesma autora, por poder entende-se a capacidade de, em uma relação social, um indivíduo ou grupo impor sua vontade a outros e, assim, determinar a forma de comportamento dos que se submetem a esse indivíduo ou grupo. Ao longo da história várias formas de conquista e manutenção do poder foram desenvolvidas no interior de diferentes sociedades visto que essa relação assimétrica vincula-se necessariamente a uma desigualdade social preexistente.
Poder econômico
O poder econômico repousa na capacidade que a posse dos bens considerados vitais em determinadas situações, confere a quem os possui, no sentido de determinar o comportamento alheio.
O poder ideológico
Por sua vez, consiste na propriedade que determinados grupos possuem para criar e difundir valores – que lhes são próprios – para o conjunto da sociedade.
O poder político
Consiste na posse dos instrumentos mediante os quais se podem coagir outros indivíduos (Zioni, 2008).
Ainda conforme a mesma autora, nas sociedades antigas, de pouca complexidade tecnológica e/ou posse comunal dos bens de produção, o poder ideológico representava a estratégia predominante de dominação.
Nas sociedades modernas, de maior complexidade tecnológica e diferenciação social, o poder econômico passou a impor-se sobre as outras formas; em situações extremas,  passou a ocupar lócus específico dos outros poderes como o Estado (poder político), a arte, a cultura, a ciência, a educação (poder ideológico).
Nas sociedades contemporâneas, extremamente complexas, esses três tipos de poderes coexistem e se desenvolvem no sentido de que “fundamentam e mantém uma sociedade de desiguais” (Bobbio e Bovero, 1994 apud Zioni, 2008). Desde o período moderno da história ocidental, a noção de sociedade está compreendida na noção de Estado-Nação, termo que designa um conjunto de indivíduos que compartilham uma identidade cultural e, na maioria das vezes, um espaço geográfico.
O aumento da população e o consequente crescimento do consumo podem causar fenômenos prejudiciais à vida na Terra?
Sim. Elevar os estresses ambientais, com doenças infecciosas, danos na biodiversidade, desmatamento de florestas tropicais, redução da pesca, escassez de água, poluição dos mares e mudanças climáticas.
Aula 4- Educação Ambiental
A sociedade humana, empurrada por padrões de consumo insustentáveis, impostos por modelos de desenvolvimento insanos, completados por um mórbido e renitente crescimento populacional, tornou-se mais injusta, desigual e insensível de poucas décadas para cá. Agora experimenta um profundo colapso de ética e de valores humanísticos, verificável em suas atitudes diárias, permitindo o crescimento da corrupção, a corrosão da democracia e o alargamento do fosso entre ricos e pobres (Dias, 2004).
Vamos acrescentar a essa fala de Genebaldo Freire Dias todas as alterações ambientais globais, induzidas por dimensões humanas: poluição atmosférica, poluição das águas, dos solos, perda da biodiversidade, entre outros.
Em nenhum período conhecido da história humana, ela precisou tanto de mudança de paradigma, de uma EDUCAÇÃO renovadora, libertadora. Mais do que produzir painéis solares mais baratos, reciclar e dotar os carros de células de combustível, em vez de petróleo, precisamos de um processo mais completo, que promova o desenvolvimento de uma compreensão mais realista do mundo. No século XX, o ser humano involuiu, ética e espiritualmente (Dias, 2004).
O papel da educação ambiental nesse contexto torna-se mais urgente. Precisamos oferecer mais formação. A educação ainda “treina” o estudante, para ignorar as consequências ecológicas dos seus atos.
Educação, do vocábulo latino educere, significa conduzir, liderar, puxar para fora. Baseia-se na ideia de que todos os seres humanos nascem com o mesmo potencial, que deve ser desenvolvido no decorrer da vida. O papel do educador é, portanto, criar condições para que isso ocorra, criar condições para que levem o desenvolvimento desse potencial, que estimulem as pessoas a crescerem cada vez mais (Pelicioni, 2009).
No Relatório para a UNESCO de 1996, da Comissão Internacional sobre Educação para o século XXI, a educação aparece como indispensável à humanidade na construção dos ideais de paz, da liberdade e da justiça social como também para o desenvolvimento contínuo, tanto das pessoas como das sociedades, do século XXI em diante (Pelicioni, 2009).
Aqui, vemos que para falar de educação ambiental, temos que admiti-la como processo de educação política que busca formar para que a cidadania seja exercida e para uma ação transformadora, a fim de melhorar a qualidade de vida da coletividade. A abordagem sociocultural permite a ação pró-ativa e transformadora, proposta pela educação ambiental, se efetive, já que implica em formação para uma reflexão crítica (Pelicioni, 2009).
Educação ambiental se coloca numa posição contrária ao modelo de desenvolvimento econômico vigente no sistema capitalista selvagem, em que os valores éticos, de justiça social e solidariedade não são considerados nem a cooperação é estimulada, mas prevalecem o lucro a qualquer preço, a competição, o egoísmo e os privilégios de poucos em detrimento da maioria da população (Pelicioni e Philippi Junior, 2005).
A educação ambiental também pode ser chamada de EA, sua abreviação,e tem como proposta principal a superação da dicotomia entre natureza e sociedade, através da formação de uma atitude ecológica nas pessoas. Um dos seus fundamentos é a visão socioambiental, que afirma que o meio ambiente é um espaço de relações, é um campo de interações culturais, sociais e naturais (a dimensão física e biológica dos processos vitais). Ressalte-se que, de acordo com essa visão, nem sempre as interações humanas com a natureza são daninhas, porque existe um copertencimento, uma coevolução entre o homem e seu meio. Coevolução é a ideia de que a evolução é fruto das interações entre a natureza e as diferentes espécies, e a humanidade também faz parte desse processo, segundo o mesmo site.
1965 - Keele Conference on Education and Countryside
1969 - Conferência da Biosfera
1972 - Primeira Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano
1977 - A primeira Conferência Intergovernamental sobre Educação Ambiental
1987 - Congresso Internacional em Educação e Formação Ambientais
1992 - Congresso Internacional em Educação e Formação Ambientais
A educação ambiental (EA) na década de 1960, ainda não estava bem delineada e, por vezes, era confundida com educação conservacionista, aulas de ecologia ou atividades propostas por professores de determinadas disciplinas, que ora privilegiavam o estudo compartimentalizado dos recursos naturais e as soluções técnicas para os problemas ambientais locais, ora visavam despertar nos jovens um senso de maravilhamento em relação à natureza (Pelicioni, 2002 apud Pelicioni, 2009).
Vários autores apontam a Keele Conference on Education and Countryside, realizada em 1965, na Universidade de Keele (Inglaterra), como um marco a partir do qual o termo Environmental Education (educação ambiental), que circulava em meios específicos, alcançou ampla divulgação (Martin e Wheeler, 1975 apud Pelicioni, 2009).
Pouco tempo depois, na Grã-Bretanha, implantou-se o Conselho para Educação Ambiental, voltado para a coordenação de organizações envolvidas com os temas educação e meio ambiente. Já em 1970, segundo Pelicioni (2009), o Conselho para EA fazia o seguinte alerta por meio de um relatório: 
... pessoas diferentes atribuem diversos significados {à EA}, e também muitos dos que usam o termo não têm certeza do que querem dizer. Parte da confusão emerge da tendência de ministrantes de diversas disciplinas em se apropriar do termo “ambiental” para sua área, qual seja ecologia, geografia, história, arqueologia, arquitetura, planejamento, sociologia ou estudos rurais. Alguns pensam exclusivamente em termos de ambientes naturais, outros em ambiente urbano ou em qualquer estágio do ambiente construído. 
No Brasil, durante a década de 1960, ocorreu uma nova onda de produção legislativa – o novo Código Florestal, a nova Lei de Proteção aos Animais e a criação de vários parques nacionais e estaduais. Entretanto, continuavam não sendo discutidos problemas fundamentais como o estilo de desenvolvimento que o país deveria adotar, a poluição, o zoneamento das atividades urbano-industriais, entre outros. Como observa Drummond (1997):
... a disseminação da consciência ambientalista no Brasil foi muito prejudicada pelos altos e baixos da democratização do país. A ditadura de 1964 desmobilizou a cidadania, resultando numa atuação estatal tímida e particularmente voltada para a preservação do chamado ambientalismo geográfico, naturalista, ou seja, ainda voltado para a criação de áreas naturais protegidas.
No final da década de 1960, percebemos que a problemática ambiental suscita debates no mundo: A UNESCO (em colaboração com outras entidades) organiza a Conferência Intergovernamental de Especialistas sobre as Bases Científicas para Uso e Conservação Racionais dos Recursos da Biosfera, ou simplesmente, a Conferência da Biosfera. Esse evento, em Paris, deu continuidade ao tema da cooperação internacional em pesquisas científicas, que havia sido inicialmente abordado, em 1949, na Conferência Científica das Nações Unidas sobre a Conservação e Utilização de Recursos (Pelicioni, 2009).
Após Estocolmo e seguindo sua recomendação de número 96, que atribuiu grande importância estratégica à EA, dentro dos esforços de busca da melhoria de qualidade ambiental, foram realizados diversos encontros nacionais, regionais e internacionais, dentro os quais, destacaremos o de Tbilisi, o de Moscou e o do Rio de Janeiro (Brasil). 
Para conhecermos estes encontros, vamos ler as informações de Genebaldo Freire Dias (2004):
Tbilisi 1977
A primeira Conferência Intergovernamental sobre Educação Ambiental (Conferência de Tbilisi) foi realizada em Tbilisi na capital da Geórgia, CEI (ex-URSS), de 14 a 26 de outubro de 1977, organizada pela UNESCOA, em cooperação com o Pnuma, e constituiu -se num marco histórico para a evolução da EA.
Até o presente, a Conferência de Tbilisi é a referência internacional para o desenvolvimento de atividades de educação ambiental. 
Esta Conferência produziu um documento, publicado em 1980, chamado “Livro Azul”, que até hoje é uma importante fonte de consulta para ações em EA.
De uma forma sintética, o documento explica que:
Mediante a utilização dos avanços da ciência e da tecnologia, a educação deve desempenhar uma função capital com vistas a criar a consciência e a melhor compreensão dos problemas que afetam o meio ambiente. Essa educação há de fomentar a elaboração de comportamentos positivos de conduta com respeito ao meio ambiente e à utilização de seus recursos pelas nações.
O EA deve dirigir-se a pessoas de todas as idades, a todos os níveis, na educação formal e não formal. Os meios de comunicação social têm a grande responsabilidade de por seus enormes recursos a serviço dessa missão educativa.
A EA, devidamente entendida, deveria constituir uma educação permanente, geral, que reaja às mudanças que se produzem em um mundo em rápida evolução. Essa educação deveria preparar o indivíduo, mediante a compreensão dos principais problemas do mundo contemporâneo, proporcionando-lhe conhecimentos técnicos e qualidades necessárias para desempenhar uma função produtiva, com vistas a melhorar a vida e proteger o meio ambiente, prestando a devida atenção aos valores éticos.
Ao adotar um enfoque global, sustentado em uma ampla base interdisciplinar, a EA cria uma perspectiva dentro da qual se reconhece a existência de uma profunda interdependência entre o meio natural e o meio artificial, demonstrando a continuidade dos vínculos dos atos do presente com as consequências do futuro, bem como a interdependência entre as comunidades nacionais e a solidariedade necessária entre os povos.
Moscou, 1987:
Dez anos depois da Conferência de Tbilisi, trezentos especialistas de cem países e observadores da IUCN, reuniram-se em Moscou, CEI (17 a 21 de agosto de 1987) para o Congresso Internacional em Educação e Formação Ambientais, promovido pela Unesco/ Unep/IEEP, conhecido como o Congresso de Moscou. 
O Congresso objetivou a discussão das dificuldades encontradas e dos progressos alcançados pelas nações, no campo da EA, e a determinação de necessidades e prioridades em relação ao seu desenvolvimento, desde Tbilisi. Fez uma análise da situação ambiental global e não encontrou sinais de que a crise ambiental houvesse diminuído. Ao contrário, o abismo entre as nações aumentou e as mazelas dos modelos de desenvolvimento econômico adotados se espalharam pelo mundo, piorando as perspectivas para o futuro. 
Concordou-se que a EA deveria, simultaneamente, preocupar-se com a promoção da conscientização, transmissão de informações, desenvolvimento de hábitos e habilidades, promoção de valores, estabelecimento de critérios e padrões, e orientações para resolução de problemas e tomada de decisões. Portanto, deveria objetivar modificações comportamentais nos campos cognitivos e afetivos.
Rio-92:
A Conferência do Rio, ou Rio-92, como ficou conhecida a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento (Unced ou Earth Summit), veio contrariar os que gostam de tornaras coisas mais complicadas. Através do capítulo 4, Seção IV da Agenda 21, a Rio-92 corroborou as recomendações de Tbilisi para a EA.
Ficou patente a necessidade do enfoque interdisciplinar e da prioridade das seguintes áreas de programas:
Reorientar a educação para o desenvolvimento sustentável.
Aumentar os esforços para proporcionar informações sobre o meio ambiente, que possam promover a conscientização popular.
Promover o treinamento.
Mas a Agenda 21, um programa de ação de 800 páginas, não restringe a EA à Seção IV. A EA está presente em quase todos os 39 capítulos do documento, prevendo ações até o século XXI. 
A Rio-92 também endossou as recomendações da Conferência sobre Educação para Todos, realizada na Tailândia (1990), que incluiu o tratamento da questão do analfabetismo ambiental. Esse tipo de analfabetismo foi classificado como o mais cruel, pernicioso e letal para a perda contínua e progressiva da qualidade de vida no planeta. 
No capítulo 36 da Agenda 21 sugere-se a implantação de Centros Nacionais ou Regionais de Excelência especializados em Meio Ambiente.
Aula 5 – Preocupação Mundial
Como podemos relacionar a sociedade e a natureza de uma forma harmônica e não depreciativa?
Esta é uma questão polêmica a qual ainda hoje o homem tem muita dificuldade em responder. Segundo Hammes (2004), algumas das paisagens mais admiradas são produtos da degradação ambiental ocasionada pela própria natureza. 
A erosão provocada pelos ventos ou pela água contorna esculturalmente as rochas, contribuindo para a formação dos solos. Já, a intervenção nas regiões selvagens pelo ser humano, ocorre à custa de grande prejuízo ecológico.
Será que o homem é o grande vilão da alteração maléfica do meio ambiente? Isso tem solução? A gestão ambiental pode ajudar nisso?
Política e o meio ambiente
Ao instituir uma política ambiental, é necessário que o governo estabeleça os objetivos, defina as estratégias de ação, crie as instituições e estruture a legislação que a contém e que orienta sua aplicabilidade. 
Esse universo de implementação da política constitui o sentido da gestão ambiental.
Com isso, a gestão ambiental é, portanto, a implementação pelo governo de sua política ambiental, pela administração pública, mediante a definição de estratégias, ações, investimentos e providências institucionais e jurídicas, com a finalidade de garantir a qualidade do meio ambiente, a conservação da biodiversidade e o desenvolvimento sustentável (Philippi Junior e Maglio, 2009).
Segundo os mesmos autores é preciso salientar que existem outras definições para gestão ambiental, mas o conceito original, segundo a Lei 6.938/81, diz respeito à administração, pelo governo, do uso de recursos ambientais, por meio de ações ou medidas econômicas, investimentos e providências institucionais e jurídicas, com a finalidade de manter ou recuperar a qualidade do meio ambiente, assegurar a produtividade dos recursos e desenvolvimento social.
Encyclopedia Britannica (1978 apud Verocai, 1997) realça a visão de gestão relacionando-a ao uso racional de recursos naturais: o controle apropriado do meio ambiente físico, para propiciar seu uso com o mínimo abuso, de modo a manter as comunidades biológicas, para o benefício continuado do homem.
á Hurtubia (1980 apud Philippi Junior e Maglio, 2009) coloca a perspectiva da gestão ambiental relacionada ao uso produtivo de recursos naturais em atividades primárias. A tarefa de administrar o uso produtivo de um recurso renovável sem reduzir a produtividade e a qualidade ambiental, normalmente em conjunto com o desenvolvimento de uma atividade.
Suporte dos ecossistemas
Outro enfoque relaciona a gestão ambiental ao conceito de capacidade de suporte dos ecossistemas.
Tentativa de avaliar valores-limites das perturbações e alterações que, uma vez excedidos, resultam em recuperação bastante demorada do meio ambiente, e a tentativa de manter os ecossistemas dentro de suas zonas de resiliência, de modo a maximizar a recuperação dos recursos do ecossistema natural para o homem, assegurando sua produtividade prolongada e de longo prazo (Interim Mekong Committee, 1982 apud Philippi Junior e Maglio, 2009).
Gestão ambiental
Numa visão mais moderna, a gestão ambiental desenvolve-se com base na formulação de uma política ambiental, em que estejam definidos os instrumentos de gestão a serem utilizados (controle ambiental, avaliação de impactos ambientais, planejamento ambiental, objetos de conservação ambiental, planos de gestão etc.). Como elementos dessa política, devem ser também definidos os critérios de uso, de manejo e de controle da qualidade dos recursos ambientais (Philippi Junior e Maglio, 2009).
Nos últimos anos, o conceito de gestão vem sendo utilizado para incluir, além da gestão pública do meio ambiente, os programas de ação desenvolvidos por empresas e instituições não-governamentais para administrar suas atividades dentro dos modernos princípios de proteção do meio ambiente.
Estes podem complementar a ação pública em aspectos não relacionados com a ação normativa e de controle, que é exclusiva da instância governamental. Dessa forma o conceito de gestão ambiental tem evoluído na direção de uma perspectiva de gestão compartilhada entre os diferentes agentes envolvidos e articulados em seus diferentes papéis, segundo os mesmos autores.
Gestão ambiental é, portanto, um processo político-administrativo de responsabilidade do poder constituído, destinado a, com participação social, formular, implementar e avaliar políticas ambientais a partir da cultura, realidade e potencialidade de cada região, em conformidade com os princípios de desenvolvimento sustentável.
Qualidade ambiental
A preocupação com a qualidade ambiental vem crescendo com a evolução da sociedade, paulatinamente, à medida que os problemas se tornam cruciais e exigem soluções.
Soluções essas que vêm sendo tomadas pelo poder público em seus códigos e nas demais legislações, muitas vezes exigindo intervenções diretas nos diferentes níveis de governo.
O conhecimento de situações como essas, não só pelos cidadãos locais, mas especificamente por viajantes de outros estados e países, observa-se no século XIX como a oportunidade de troca de experiências, levando a inovações e ao aperfeiçoamento das tecnologias usuais (Bruno, 2009).
Conforme o mesmo autor, essa troca de experiências ganhou maior amplitude no século XX, destacando-se sua última década, quando as conferências internacionais assumem o papel dos viajantes do século anterior, tornando-se mais que pontos de troca de experiências, à medida que passam a ser também os locais de assinaturas de convenções e de protocolos internacionais.
É por esses documentos que os países signatários desses acordos se comprometem com o propósito firme de cuidar do meio ambiente, com a finalidade de criar condições propícias à qualidade de vida de suas populações.
Em sua evolução, a sociedade volta-se globalmente para preservar o meio ambiente em prol das gerações futuras. Com decisões socioeconômicas tomadas em prol da manutenção dos recursos ambientais, as repercussões se fazem sentir especialmente nas atividades urbanas, pois é nas cidades que hoje se concentra a maioria da população mundial, cerca de 80%.
Nesse panorama de encontros e discussões sobre o meio ambiente, destaca-se a importância da formação de profissionais que saibam compreender as diferentes dificuldades de suas sociedades, podendo então contribuir com soluções adequadas, não predatórias e voltadas para a conservação, a preservação e o controle dos recursos da natureza (alterado de Philippi Junior, Roméro e Bruna, 2009).
Aula 6 – Legislação e Políticas Públicas 
Desde o princípio, o homem interage com o meio ambiente esforçando-se em descobrir as charadas da natureza. A condição rude do homem primitivo não o impediu de ser criativo para melhor viver. Os registros da pré-história revelam sua enorme capacidade organizativa e coordenação motora diferenciada. Fazendo uso desses talentos, no afã de evitar seu próprioaniquilamento ante a natureza selvagem, o homem conquistou o mundo (Pedro e Frangetto, 2009).
Segundo os mesmos autores, não se pode negar que a disputa homem versus natureza mostra, a princípio, instintiva atitude do ser inteligente em busca de um equilíbrio de forças com tudo que na imensidão o circunda.
A harmonia com o meio ambiente, porém, é obstruída pelo aumento do número de pessoas, bem como pelo consumo em larga escala dos recursos ambientais. Sem a administração desses recursos, é impossível tê-los acessíveis a todos.
Com isso, surge as políticas públicas, que deveriam regular o uso desses recursos, necessários para a vida da sociedade, de forma justa e com igualdade. 
Será que é isso que observamos das políticas públicas atuais do Brasil?
Alguns esclarecimentos conceituais
Segundo Sorrentino et al. (2005), a palavra política origina-se do grego e significa limite. Dava-se o nome de ao muro que delimitava a cidade do campo. Só depois se passou a designar polis o que estava contido no interior dos limites do muro. O resgate desse significado, como limite, talvez nos ajude a entender o verdadeiro significado da política, que é a arte de definir os limites, ou seja, o que é o bem-comum (Gonçalves, 2002, p. 64).Políticas públicas relacionadas ao meio ambiente
Para Arendt (2000), a pluralidade é a “condição pela qual” (conditio per quam) da política, implica e tem por função a conciliação entre pluralidade e igualdade. Quando entendemos política a partir da origem do termo, como limite, não falamos de regulação sobre a sociedade, mas de uma regulação dialética sociedade-Estado que favoreça à pluralidade e a igualdade social e política.
Por seu turno, o ambientalismo coloca-nos a questão dos limites que as sociedades têm na sua relação com a natureza, com suas próprias naturezas como sociedades. Assim, resgatar a política é fundamental para que se estabeleça uma ética da sustentabilidade resultante das lutas ambientalistas (Sorrentino et al., 2005).
Munidos desses preceitos, entenderemos melhor o histórico das políticas públicas de meio ambiente em nosso país (não que a mesma seja justificável em seus erros e acertos, mas está hoje da forma como se apresenta por determinantes históricos).
Até o início do século XX, o campo político e institucional brasileiro não se sensibilizava  com os problemas ambientais, embora não faltassem problemas e nem vozes que os apontassem. A abundância de terras férteis e de outros recursos naturais, enaltecida desde a Carta de Caminha ao rei de Portugal, tornou-se uma espécie de dogma que impedia enxergar a destruição que vinha ocorrendo desde os primeiros anos da colonização.
A degradação de uma área não era considerada um problema ambiental pela classe política, pois sempre havia outras a ocupar com o trabalho escravo. As denúncias sobre o mau uso dos recursos naturais não encontravam ecos na esfera política dessa época, embora muitos denunciantes fossem políticos ilustres, como José Bonifácio, Joaquim Nabuco e André Rebouças.
Nenhuma legislação explicitamente ambiental teve origem nas muitas denúncias desses políticos, que podem ser considerados os precursores dos movimentos ambientalistas nacionais e que, já nas suas origens, apresentavam uma tônica socioambiental dada pela luta contra a escravatura, a monocultura e o latifúndio.
Somente quando o Brasil começa a dar passos firmes em direção à industrialização, inicia-se o esboço de uma política ambiental. A adesão do Brasil aos acordos ambientais multilaterais das primeiras décadas do século XX, praticamente não gerou nenhuma repercussão digna de nota na ordem interna do país. Tomando como critério a eficácia da ação pública e não apenas a geração de leis, pode-se apontar a década de 1930 como o início de uma política ambiental efetiva (Barbieri, 2010).
Evolução da política ambiental
Conforme Barbieri (2010), uma data de referência é o ano de 1934, quando foram promulgados os seguintes documentos relativos à gestão de recursos naturais:
Código de raça, Código Florestal, Código de Minas, Códigos de Águas.
Outras iniciativas governamentais importantes desse período foram: criação do Parque Nacional de Itatiaia, o primeiro do Brasil e a organização do patrimônio histórico e artístico nacional. As políticas públicas dessa fase procuram alcançar efeitos sobre os recursos naturais por meio de gestões setoriais (água, florestas, mineração, etc), para as quais foram sendo criados órgãos específicos, como o Departamento Nacional de Recursos Minerais, Departamento Nacional de Água e Energia Elétrica e outros.
Os problemas relativos à poluição só seriam sentidos em meados da década de 1960, quando o processo de industrialização já havia se consolidado. No início dessa fase, na década de 1930, o rio Tietê, por exemplo, era usado para lazer de muitos paulistanos, que se tornaria inviável algumas décadas depois. Até meados da década de 1970, a poluição industrial ainda era vista como um sinal de progresso e, por isso, muito bem-vinda para muitos políticos e cidadãos.
Política de comando e controle
Enquanto as mudanças ocorriam no Brasil, no mundo iniciava-se uma política de comando e controle (Command and Control Policy), que assumiu duas características muito definidas, segundo Lustosa, Cánepa e Young (2003):
A imposição pela autoridade ambiental, de padrões de emissão incidentes sobre a produção final (ou sobre o nível de utilização de um insumo básico) do agente poluidor.
A determinação da melhor tecnologia disponível para abatimento da poluição e cumprimento do padrão de emissão.
A razão de ser dessa política é perfeitamente compreensível. Dado o elevado crescimento das economias ocidentais no pós-guerra, com a sua também crescente poluição associada, é necessária uma intervenção maciça por parte do Estado.
Este não pode mais se apoiar simplesmente na disputa em tribunais, caso a caso (esfera do Direito Civil), sendo necessário dispor de instrumentos vinculados ao Direito Administrativo, mais adequados a essa atuação maciça.
Entretanto, essa política “pura” de comando e controle apresenta uma série de deficiências, como a morosidade de sua implementação, segundo os mesmos autores.
Política ambiental no mundo
Tentando solucionar os problemas, de certo modo acumulados e agravados ao longo do tempo, os países desenvolvidos encontram-se hoje numa terceira etapa da política ambiental e que, à falta de melhor nome, poderíamos chamar de política “mista” de comando e controle.
Nessa modalidade de política ambiental, os padrões de emissão deixam de ser meio e fim da intervenção estatal e passam a serem instrumentos, dentre outros, de uma política que usa diversas alternativas e possibilidades para a consecução de metas acordadas socialmente.
Temos assim, a adoção progressiva dos padrões 
de qualidade dos corpos receptores como metas de política e a adoção de instrumentos econômicos – em complementação aos padrões de emissão – no sentido de induzir os agentes a combaterem a poluição e a moderarem a utilização dos recursos naturais, ainda conforme Lustosa, Cánepa e Young (2003).
O Brasil, após a Conferência de Estocolmo de 1972, quando as preocupações ambientais se tornam mais intensas, embora nessa ocasião o governo militar brasileiro não reconheceu a gravidade dos problemas ambientais e defendeu sua ideia de desenvolvimento econômico, na verdade um maldesenvolvimento, em razão da ausência de preocupações com o meio ambiente e a distribuição de renda.
Porém, os estragos ambientais mais do que 
evidentes e a colocação dos problemas ambientais em dimensões planetárias exigiram do poder público uma nova postura. Em 1973, o Executivo Federal cria a Secretaria Especial do Meio Ambiente e diversos estados criaram sua agências ambientais especializadas, como a Cetesb no Estado de São Paulo e a Feema no Estado do Rio de Janeiro (Barbieri, 2010).
Política ambiental no Brasil
O mesmo autor também mostra que, em matéria ambiental, o Brasil também seguiu uma tendência observada em outros países. Onde osproblemas ambientais são percebidos e tratados de modo isolado e localizado, repartindo o meio ambiente em solo, ar e água, e mantendo a divisão dos recursos naturais: água, florestas, recursos minerais e outros. Só no início da década de 1980 é que passariam a ser considerados problemas generalizados e interdependentes, que deveriam ser tratados mediante políticas integradas.
A legislação federal sobre matéria ambiental nessa fase procurava atender problemas específicos, dentro de uma abordagem segmentada do meio ambiente e percebe-se isso através dos textos legais abaixo:
Decreto-lei 1.413 de 14/8/1975 sobre medidas de prevenção da poluição industrial.
Lei 6.453 de 17/10/1977 sobre responsabilidade civil e criminal relacionada com atividades nucleares.
Lei 6.567 de 24/9/1978 sobre regime especial para exploração e aproveitamento das substâncias minerais.
Lei 6.766 de 19/12/1981 sobre o parcelamento do solo urbano.
Lei 6.902 de 27/04/1981 sobre a criação de estações ecológicas e áreas de proteção ambiental.
Foi com o advento da Lei 6.938, de 31 de agosto de 1981, que dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, que conhecemos uma definição legal e passamos a ter uma visão global de proteção ao meio ambiente.
Ela foi editada com o fito de estabelecer a política nacional do meio ambiente, seus fins, mecanismos de formulação, aplicação, conceitos, princípios, objetivos e penalidades devendo ser entendida como um conjunto de instrumentos legais, técnicos, científicos, políticos e econômicos destinados à promoção do desenvolvimento sustentado da sociedade e da economia brasileira.
Embora tenha sido editada no início da década de 1980, continua sendo de fundamental importância para o meio ambiente (Funiber, 2009).
Políticas públicas de educação ambiental
Segundo Ferreira (apud Tavolaro, 1999) "As políticas públicas estão hoje a meio caminho entre um discurso atualizado e um comportamento social bastante predatório: por um lado, as políticas públicas têm contribuído para o estabelecimento de um sistema de proteção ambiental no país; mas, por outro, o poder público é incapaz de fazer cumprir aos indivíduos e às empresas uma proporção importante da legislação ambiental" (p. 107).
Tal quadro parece repetir-se no momento em que descemos ao nível estadual. A mesma autora coloca que a implementação dessas políticas restringiu-se ao caráter preservacionista da questão, além das agências estaduais de meio ambiente atuarem de forma marginal, com poucos recursos, e desconectadas das demais políticas.
Vista desse ângulo, por que apostar tantas fichas na internalização da questão ambiental pelas políticas públicas municipais no caso brasileiro?
Temos que ter em mente que: “a sociedade não é o lugar da harmonia, mas, de conflitos e de confrontos que ocorrem em suas diferentes esferas (da política, da economia, das relações sociais, dos valores, etc.).” A diversidade de opções ambientalistas resulta numa certa conflituosidade que necessariamente conduz ao campo político da negociação dos valores e interesses na condução democrática de políticas públicas, tornando o processo de gestão ambiental inequivocamente participativo (Quintas, 2000 apudLayrargues, 2003).
Aula 7 - Sustentabilidade
Algumas pessoas acreditam que temos a responsabilidade ética de não degradar os ecossistemas, a biodiversidade e a biosfera para todas as formas de vida, assim como acreditam que qualquer visão do mundo centrada no ser humano falhará no final, pois ela assume, de forma errada, que agora temos ou podemos ter conhecimento suficiente para nos tornarmos gerentes ou administradores efetivos da Terra (Miller Junior, 2007).
O mesmo autor afirma que esses críticos, apontam que não sabemos como muitas espécies vivem na Terra, muito menos quais são seus papéis, como interagem umas com as outras e como é seu ambiente não vivo. Temos apenas uma suspeita do que acontece em um punhado de solo, em uma campina ou em qualquer outra parte da Terra.
A partir dessa informação, surge uma questão: Se não conhecemos o suficiente a Terra e nem temos a capacidade de reproduzir esse grande sistema, por que, então, a estamos destruindo (mesmo sabendo que ela é um recurso esgotável)?
Visões de mundo
Antes de entrarmos nos conceitos e objetivos da sustentabilidade, tal qual ela o é, vamos continuar lendo o texto de Miller Junior (2007) para podermos entender melhor as explicações da aula:
Alguns críticos acreditam que as visões de mundo ambientais centradas no ser humano deveriam ser expandidas para reconhecer o valor intrínseco ou inerente de todas as formas de vida, independentemente de seu uso potencial ou real para os seres humanos. A maioria das pessoas que têm essa visão de mundo acredita que temos responsabilidade ética de evitar a extinção prematura de espécies por meio de nossas atividades por três razões.
1º Cada espécie é depósito único de informações genéticas e deveria ser respeitada e protegida simplesmente porque existe (valor intrínseco). 
2º Cada espécie é um bem econômico potencial para uso humano (valor instrumental). 
3º Populações de espécies são capazes, por meio da evolução e da especiação, de se adaptar às mudanças das condições ambientais.
Alguns acreditam que devemos ir além de focar nas espécies. De acordo com essas pessoas, temos responsabilidade ética de não degradar os ecossistemas, a biodiversidade e a biosfera para esta e para as futuras gerações de seres humanos e de outras espécies.  Essa visão de mundo ecocêntrica é dedicada à preservação da biodiversidade e do funcionamento de sistemas de suporte à vida para todas as vidas.
Uma das visões de mundo centradas na Terra é chamada visão de mundo de sabedoria ambiental. Em muitos aspectos, ela é o oposto da visão de mundo de gestão planetária. 
De acordo com essa visão de mundo, somos parte – não estamos isolados – da comunidade de vida e dos processos ecológicos que sustentam todas as formas vivas.
Visão de conjunto
Agora ficou mais claro como podemos ter visões de mundo diferentes. Nosso desafio é tentarmos focar naquela que se reverta em benefício conjunto: Terra, homem e outras formas de vida.
Mas, e as definições de sustentabilidade, o que é afinal sustentabilidade?
Miller Junior (2007), coloca que sustentabilidade é a capacidade dos diversos sistemas da Terra, incluindo as economias e sistemas culturais humanos, de sobreviverem e se adaptarem às condições ambientais em mudança. 
Segundo o mesmo autor, a primeira etapa é conservar o capital natural da Terra – os recursos e serviços naturais que mantêm a nossa e outras espécies vivas e que dão suporte às nossas economias.
Renda natural
O primeiro passo em direção à sustentabilidade é entender os componentes e a importância do capital natural e da renda natural ou biológica que ela fornece.
Para os economistas, capital é a riqueza para sustentar uma empresa e gerar mais riqueza. O capital financeiro pode gerar renda financeira. Por exemplo, suponha que você invista R$ 10.000,00 e obtenha 10% de retorno sobre o valor aplicado ao ano. Em um ano você terá R$ 1.000,00 de rendimento e aumentará seu capital para R$ 11.000,00.
Por analogia, os recursos renováveis que compõem parte do capital natural da Terra, podem nos fornecer uma renda biológica indefinidamente renovável, desde que não usemos esses recursos mais rápido do que a natureza o renova. Por exemplo, os serviços naturais, como a reciclagem de nutrientes e o controle do clima (incluindo a precipitação), renovam os recursos naturais, como a superfície do solo e os depósitos de água subterrâneos (aquíferos). A sustentabilidade significa sobreviver com essa renda biológica sem exaurir ou degradar o capital natural que a fornece (Miller Junior, 2007).
Sustentabilidade na sociedade atual
Vamos ler agora, o texto modificado de Reis, Fadigas e Carvalho (2009) para entendermos os objetivos da sustentabilidade na sociedade atual:
Desde as primeiras discussões relacionadas ao meio ambiente, nas quais é possível ressaltar o papel coordenadorda Organização das Nações Unidas (ONU), vários acordos ambientais têm sido negociados e inúmeros fóruns de discussão criados com o objetivo de repensar o modelo economicista adotado para o desenvolvimento e de conter o encaminhamento para a exaustão dos recursos naturais. 
Embora ocorram grandes discussões, a implementação de ações objetivas tem sido muito lenta, em grande parte devido à complexidade do cenário multifacetado das nações, ao desequilíbrio da organização institucional do mundo e aos interesses políticos e econômicos específicos.
É percebido, que nos últimos 20 anos, a agenda ambiental internacional e a busca pela sustentabilidade têm evoluído tanto no sentido de implementar  os acordos já assinados, como no sentido de encontrar formas de proteger outros recursos naturais essenciais como, por exemplo, mananciais de água. Muito trabalho tem sido feito principalmente em nível político e científico. No setor econômico nota-se ainda cautela no sentido de adotar formas de produção sustentáveis, mas muitas empresas e setores já se posicionaram progressivamente nesse sentido.
Muitas companhias internacionais não mais ignoram o fato de que padrões de sustentabilidade irão afetar mais e mais os padrões de consumo da sociedade e as formas de produção e de relação com os consumidores que dominarão o século XXI, sendo, portanto, condicionantes significativos de competitividade. 
Para que se alcancem os objetivos de sustentabilidade é importante que o trabalho iniciado prossiga em diversas frentes, em âmbito global e local, com a modificação dos sistemas produtivos e das práticas de uso dos recursos naturais.
Para a pesquisadora Elisete Batista da Silva Medeiros, o objetivo da sustentabilidade é colocado sob forma de três restrições que vêm enquadrar a função utilidade intertemporal:
Os recursos naturais devem ser extraídos procurando fazer a substituição por recursos equivalentes.
A exploração dos recursos renováveis deve ser feita respeitando a sua renovação.
A emissão de rejeitos deve ser compatível com a capacidade de assimilação do ambiente.  
Segundo a mesma autora, o fator determinante da sustentabilidade é a rede de relações entre cinco componentes que configuram um determinado modelo de ocupação territorial, a partir de então pode se propor que a sustentabilidade depende das inter-relações entre seu/sua: 
População, referente a seu tamanho, sua composição e dinâmica demográfica; organização social, referente aos padrões de produção e de resolução de conflitos, estratificação social; entorno, refere-se ao ambiente físico e construído, processos ambientais, recursos naturais; 
Tecnologia, no que tange à inovação, ao progresso técnico, ao uso de energia; aspirações sociais, quanto aos padrões de consumo, os valores e a cultura.
Novo estilo de desenvolvimento
Quando o ser humano constitui a razão de ser do processo de desenvolvimento significa defender com razões e argumentos um novo estilo de desenvolvimento que seja: 
Ambientalmente sustentável no acesso e no uso de recursos naturais conjuntamente com a preservação da biodiversidade. 
Socialmente sustentável na redução da pobreza e das desigualdades sociais e promovendo a justiça e a equidade.
Culturalmente sustentável na conservação de valores, práticas e símbolos de identidade.
Politicamente sustentável ao aprofundar a democracia e garantir o acesso e a participação efetiva da população no processo de decisão de ordem pública, ainda segundo Medeiros. 
Esse estilo é guiado por uma nova ética de desenvolvimento, ética essa na qual os objetivos econômicos do progresso estão subordinados às leis de funcionamento dos sistemas naturais e aos critérios de respeito e dignidade humana e de melhoria da qualidade de vida das pessoas.  
Essa interpretação reflete um paradigma de desenvolvimento. Além disso, a sustentabilidade do desenvolvimento é resultado da preservação da integridade dos processos naturais que garantem os fluxos de energia e de materiais na biosfera, e que se consiga preservar a biodiversidade do planeta (Medeiros, 2007).
Conclusão
Nós precisamos entender que a Terra não precisa que a manejemos para que ela avance, mas nós precisamos da Terra para sobreviver. Não podemos salvar o planeta porque ele não precisa ser salvo (Miller Junior, 2007).
O que precisamos salvar é a existência da nossa e de outras espécies que podem se tornar extintas por causa de nossas atividades, essa é a lição pregada pela sustentabilidade.  
Aula 8 – Ações Sustentáveis
Desde o aparecimento da forma mais primitiva de vida na Terra, o planeta vem sofrendo alterações. Aquele pequeno e rudimentar ser unicelular que evoluiu no rico meio de cultura representado pela enorme massa líquida que hoje constitui os oceanos, ao encontrar condições favoráveis, por meio de um processo de divisão simples, multiplicou-se até dominar praticamente todo o meio hídrico. Tal processo, embora aparentemente simples, deu origem a uma cadeia de alterações no ambiente físico, químico e biológico, tornando-o cada vez mais adequado para organismos mais complexos que, por meio da seleção natural, sobreviveram ou desapareceram ao longo do processo evolutivo (Mucci, 2005).
Segundo o mesmo autor, se a própria evolução biológica é responsável por alterações consideráveis na estrutura do planeta, por que o aparecimento da espécie humana é considerado como o marco do início da degradação ambiental? 
O que tem o Homo sapiens sapiens que aparece nesse cenário há apenas alguns milhões de anos, no pleistoceno, de tão especial que, ao mesmo tempo que o torna apto a sobreviver em todas as regiões da Terra, faz dele o maior poluidor entre todos os seres vivos?
Segundo Mucci (2005), as respostas dos questionamentos introdutórios estão no fato de que, sendo dotado de juízo, raciocínio e poder de abstração, o ser humano plasma o meio em que se encontra de modo a torná-lo adequado à sua sobrevivência. De fato, não há nos dias de hoje, regiões da Terra em que ele não possa habitar. Além do mais, é necessário considerar que, embora a taxa de crescimento populacional esteja virtualmente decrescendo em todos os lugares, em 1925 existiam apenas 2 bilhões de habitantes no mundo e estima-se que em 2025 a população mundial chegará a 10 bilhões.
Ações sustentáveis
Nota-se que a população mundial será aproximadamente duas vezes maior que a atual. Esse fato é preocupante, pois os seres vivos já consomem, no presente, algo em torno 40% do material orgânico produzido anualmente pela atividade fotossintética vegetal.
Desta forma, o atendimento das necessidades básicas de todo esse contingente humano atual e futuro exige e exigirá cada vez mais a utilização de recursos do meio ambiente, alterando a maior parte dos ecossistemas o que nos força a considerar a água, o ar e o solo não só como componentes da biosfera capazes de suportar uma determinada biota, mas, principalmente, como recursos que podem e devem ser explorados, respeitando-se sua capacidade de suporte e os aspectos culturais das regiões que ocupam. 
Isto posto, os conceitos de sustentabilidade e crescimento econômico constituem temas emergentes. Uni-los é uma tarefa árdua para economistas, políticos, empresários, ecologistas e população, visto que a preocupação das elites que governam o país ou aqueles que estão à frente de grandes empresas com o meio ambiente é mínima ou nenhuma, inclusive falta conscientização por parte da população (Oliveira Neto, 2008).
Segundo ainda o mesmo autor, na atualidade o problema principal é que essas discussões parecem míopes, pois o conceito de sustentabilidade é muito mais abrangente do que apenas tratar do desmatamento, do derretimento das geleiras ou das fontes alternativas de energia, pois a produção de bens e serviços, o consumo e a qualidade ambiental estão hoje estreitamente ligados.
Cada vez mais, há a tendência à valorização e apreciação do meio ambiente como bem a integrar a produção e o consumo de bens e serviços (FUNIBER, 2009).
Segundo Granato e Oddone (2007 apud Funiber, 2009),ao aumentar o preço do meio ambiente, por exemplo, pela via da aplicação de um imposto, a conduta de produtores e consumidores mudará “produzindo-se um uso socialmente ideal dos recursos naturais”.
Mas há a alternativa de o setor público incidir sobre o desenvolvimento da produção de bens e serviços ambientais a partir do estabelecimento de regulamentações para prevenção e combate à contaminação ou mediante incentivos à produção de tais bens e serviços. 
Conforme Funiber (2009), tendo em conta que a sustentabilidade está especialmente relacionada ao consumo de bens ambientais capazes de satisfazer as necessidades das atuais gerações sem prejudicar o direito ao consumo e à satisfação de necessidades das gerações vindouras, cabe se perguntar como se traduzem em termos econômicos esta preocupação e, em particular, “os direitos das futuras gerações”.
É aqui que reside uma fundamental contraposição entre a economia ambiental e a denominada economia do bem-estar. 
Para que possamos começar a pensar numa reversão de valores para que efetivamente façamos ações em prol da sustentabilidade, é necessário que indicadores nos forneçam informações do meio natural e socioeconômico para a análise, que deve ser sistemática e relevante, no planejamento de um sistema de gestão ambiental.
Um indicador é uma informação processada, geralmente de caráter quantitativo, que gera uma noção clara e acessível sobre um fenômeno complexo e sua evolução, de modo a dar uma ideia da situação em que ele se encontra, podendo-se estabelecer, então, qual a diferença existente entre seu estado em relação à ideal situação (Comissão Nacional de Meio Ambiente, 1999).
Por exemplo, no âmbito econômico, o PIB é um indicador de evolução da economia de um país, reunindo informação sobre processos produtivos, riqueza, empregos, etc.
Os indicadores são instrumentos auxiliares na avaliação e no acompanhamento de um projeto no decorrer do tempo. Por exemplo, indicam o grau de conservação de uma região, a qualidade ambiental de uma área urbana (FUNIBER, 2009).
A seguir, alguns indicadores muito úteis nos planos de ação da gestão do meio ambiente e dos espaços naturais em diversas escalas de gestão territorial, segundo FUNIBER (2009):
Programa de monitoramento de planos de ação específicos, que permitem o acompanhamento de um plano de proteção, de recuperação e de introdução de espécies da flora e fauna, de um plano de educação e de sensibilização ambiental e de outros planos de ação que façam parte dos planos de gestão. 
Neste caso são escolhidos os parâmetros de diversas índoles que detectem mudanças ocorridas, sistematiza-se o acompanhamento desses parâmetros, identificando-se as causas provocadoras da mudança, modificando-se e complementando-se assim as propostas de gestão.
Programas de acompanhamento biológico, que têm como principal objetivo o monitoramento do estado em que se encontram as populações de fauna e flora de uma determinada área natural, num período de tempo o mais dilatado possível, e sob uma metodologia padronizada. 
Mediante sua implementação pode-se manter atualizada uma base de dados (Sobre as mudanças na abundância dos seres vivos e as mudanças na estrutura e na composição das populações.) para identificar alterações nos parâmetros estudados, e determinar em que fase do ciclo vital das espécies de organismos vivos estudados ocorrem as mudanças.
Programas de acompanhamento socioeconômico, que visam o monitoramento das características apresentadas pela população humana na área natural, ou em suas proximidades, num dilatado período de tempo e sob uma metodologia padronizada. 
Contemplam o acompanhamento de parâmetros relacionados com a situação socioeconômica da população, com a mudança de usos do solo e com o aproveitamento de recursos naturais (atividades cinergéticas, piscícolas, de coleta, de lazer e de visita, entre tantas outras).
Programas de controle de impacto que buscam como objetivo destacar mudanças de parâmetros biológicos e ambientais, produzidos geralmente por problemas de origem ou indução humana em escala global (diminuição do ozônio na estratosfera, chuva ácida) e em âmbito local e regional (contaminação de um rio, erosão de uma bacia hidrológica, etc). 
São também úteis na gestão de espaços naturais, mas apresentam maior importância em nível suprarregional, ajudando na coordenação de políticas e de planos de gestão em âmbito nacional e internacional.
O uso de indicadores como instrumentos para a gestão e para a tomada de decisões políticas é uma prática habitual em setores como o da economia, da sociologia, da educação, etc. No terreno ambiental e no âmbito dos países da União Europeia, o desenvolvimento de planos nacionais de política ambiental teve início nos anos 80, momento em que surgiu a necessidade de se por em prática a utilização de instrumentos que avaliassem a situação do meio ambiente (Funiber, 2009).
Segundo ainda o mesmo autor, a história do desenvolvimento de indicadores ambientais teve início oficial na Conferência das Nações Unidas sobre Meio Natural e Desenvolvimento, quando se produziu um consenso geral a respeito da necessidade de avançar para a implementação da sustentabilidade.
Para presenciarmos os benefícios que a sustentabilidade pode trazer para a nossa vida, temos que praticar a vida de forma mais sustentável.
Para entender melhor isso, vamos ler o texto de Miller Junior (2007):
“É preciso haver cidadãos e líderes alfabetizados no aspecto ambiental para construir sociedades sustentáveis e justas. A maioria dos ambientalistas acredita que aprender a viver de maneira mais sustentável requer educação ambiental”.
Eles citam os principais objetivos da educação ambiental ou alfabetização ecológica:
Desenvolver o respeito ou reverência a todas as formas de vida.
Entender o máximo possível sobre como a Terra funciona e se sustenta e usar esse conhecimento para guiar nossas vidas, comunidades e sociedades.
Buscar conexões dentro da biosfera e entre ela e nossas ações.
Usar as habilidades de raciocínio crítico para perseguir a sabedoria ambiental em vez de sermos recipientes repletas de informações ambientais.
Compreender e avaliar nossa visão de mundo ambiental e entendê-la como um processo de longa duração.
Aprender e avaliar as consequências benéficas e maléficas para a Terra de nossas escolhas de estilo de vida e profissão, hoje e no futuro.
Fomentar o desejo de fazer do mundo um lugar melhor e agir para tanto.
Quatro perguntas básicas estão no âmago da alfabetização ambiental
• Primeira, de onde vêm as coisas que consumo? 
• Segunda, o que sei sobre o lugar onde vivo?
• Terceira, o quanto estou preocupado com a Terra e com outros seres vivos? 
• Quarta, qual o meu propósito e minha responsabilidade como ser humano? 
A maneira como respondemos a essas quatro perguntas determina nossa identidade ecológica. Quais são suas respostas?  
Além do aprendizado formal, precisamos aprender com o contato direto com a natureza.
Temos que ter um senso de reverência, admiração, mistério e humildade ao ficarmos sob as estrelas, sentados no meio de uma floresta ou observando a majestade e o poder do oceano, pois isso é o que realmente temos na vida.
Pense que bens materiais não são eternos e que pessoas não são passíveis de posse.
Já a natureza, faz parte de nossa vida e do que somos como seres vivos.
Aula 9 – Consumo Consciente
A preocupação com a degradação humana e ambiental não é nova. Muito antes da problemática socioambiental configurar-se como uma crise global houve vários alertas a esse respeito ao longo da história. Alguns exemplos esparsos, encontrados na literatura oferecem indicações a esse respeito: Platão, Colbert, José Bonifácio de Andrada e Silva (Pelicioni, 2009).
Percebemos com isso, que desde os primórdios já existia o alerta para o uso consciente e sustentável, o qual, até hoje, ainda não é muito praticado. Nosso desafio é justamente esse. 
A sociedade moderna está cada vez mais consciente do impacto ambiental associado ao desenvolvimento.

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