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Aula 39 Direito Administrativo Aula 04

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CURSO PREPARATÓRIO PARA O TRT/RJ – ANALISTA JUDICIÁRIO 
DIREITO ADMINISTRATIVO - PROF. FABIANO PEREIRA 
------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------ 
1 
 Prof. Fabiano Pereira www.pontodosconcursos.com.br 
 
Olá! 
 
A nossa aula de hoje é extremamente especial, pois tratará de um 
tema presente em quase todos os editais de concursos públicos da 
Fundação Carlos Chagas: atos administrativos. 
Entretanto, é importante esclarecer que o edital está fazendo 
referência apenas aos tópicos relativos a “conceito, requisitos e 
atributos; anulação, revogação e convalidação; discricionariedade e 
vinculação”. Nesses termos, não será necessário estudar todo o 
conteúdo teórico sobre atos administrativos. 
Ademais, aproveitaremos para estudar também o conteúdo 
referente a “serviços públicos”, mais precisamente os tópicos 
referentes ao “conceito; princípios; delegação: concessão, permissão e 
autorização”. 
 
 No mais, fico aguardando eventuais dúvidas em nosso fórum. 
 
 Bons estudos! 
 
 
 
 
 Fabiano Pereira 
 fabianopereira@pontodosconcursos.com.br 
 
 
 
 
 
"Direcione sua visão para o alto, quanto mais alto, melhor. Espere que 
as mais maravilhosas coisas aconteçam, não no futuro, mas 
imediatamente. Perceba que nada é bom demais para você. Não permita 
que absolutamente nada te impeça ou te atrase, de modo algum." 
(Eileen Caddy) 
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ATOS ADMINISTRATIVOS 
 
1. Considerações iniciais ............................................................. 03 
 
2. Conceito ................................................................................... 05 
 
3. Elementos ou requisitos do ato administrativo ......................... 06 
 3.1. Competência ................................................................. 06 
 3.2. Finalidade ..................................................................... 08 
 3.3. Forma ........................................................................... 08 
 3.4. Motivo .......................................................................... 09 
 3.5. Objeto ........................................................................... 12 
 
4. Atributos do ato administrativo ................................................ 13 
 4.1. Presunção de legitimidade ............................................ 13 
 4.2. Imperatividade ............................................................. 14 
 4.3. Autoexecutoriedade .................................................... 15 
 4.4. Tipicidade ..................................................................... 17 
 
 
5. Atos vinculados e discricionários ............................................. 17 
 
6. Desfazimento dos atos administrativos .................................... 18
 
7. Convalidação de atos administrativos ....................................... 23 
 
8. Revisão de véspera de prova – “RVP”........................................ 25 
 
9. Questões comentadas ............................................................... 28 
 
10. Relação de questões comentadas ............................................ 60 
 
11. Questões para fixação do conteúdo ......................................... 74 
 
 
 
 
 
 
 
 
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1. Considerações iniciais 
 
 Ao exercer a função administrativa com o objetivo de satisfazer as 
necessidades coletivas primárias, a Administração Pública utiliza-se de um 
mecanismo próprio, que lhe assegura um conjunto de prerrogativas 
necessárias ao alcance das finalidades estatais: o denominado regime 
jurídico-administrativo. 
 É o regime jurídico-administrativo que garante à Administração Pública a 
possibilidade de relacionar-se com os particulares em condição de 
superioridade, podendo impor-lhes decisões administrativas 
independentemente da concordância ou da aquiescência, pois são necessárias 
ao alcance das finalidades estatais. 
 Com o intuito de materializar as funções administrativas, ou seja, para 
realmente colocar em prática a vontade da lei, a Administração irá editar 
várias espécies de atos, cada um com uma finalidade específica, a exemplo de 
uma portaria, um decreto de nomeação de servidor, uma ordem de 
serviço, uma certidão negativa de débitos previdenciários, uma instrução 
normativa, uma circular, entre outros. 
Apesar de ser regra geral, é válido esclarecer que nem sempre os atos 
editados pela Administração serão regidos pelo direito público, pois, 
dependendo do fim visado legalmente, alguns atos podem ser praticados sob o 
amparo do direito privado. 
Diante disso, é possível concluir que a Administração Pública edita dois 
tipos de atos jurídicos: 
1º) atos que são regidos pelo direito público e, consequentemente, 
denominados de atos administrativos; 
2º) atos regidos pelo direito privado. 
Os atos administrativos editados pela Administração estão amparados 
pelo regime jurídico-administrativo, portanto, expressam a sua 
superioridade em face dos administrados. Por outro lado, nos atos regidos 
pelo direito privado a Administração apresenta-se em condições 
isonômicas frente ao particular, como acontece, por exemplo, na assinatura 
de um contrato de aluguel. 
 Quando a Administração deseja celebrar um contrato de locação (ato 
regido pelo direito privado, mais precisamente pelo Direito Civil) com um 
particular (deseja alugar um imóvel para instalar uma unidade administrativa 
da Polícia Federal, por exemplo), essa relação bilateral é consequência de 
um “acordo de vontades” entre as partes. 
No referido contrato, as cláusulas não foram definidas e elaboradas 
exclusivamente pela Administração, existiu uma negociação anterior até que 
se chegasse a um consenso sobre o que seria melhor para as partes e, 
somente depois, o contrato foi assinado. 
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Pergunta: Professor Fabiano, então é correto afirmar que, nos atos 
regidos pelo direito privado, a Administração jamais gozará de qualquer 
prerrogativa ou “privilégio”? 
Não. Tenha muito cuidado com a expressão “jamais”, “nunca”, 
“exclusivamente”, “somente”, entre outras, pois excluem a possibilidade de 
exceções, existentes às “milhares” no Direito. 
Como regra geral, entenda que, nos atos regidos pelo direito privado 
a Administração encontra-se em uma relação horizontal em face do 
particular, ou seja, uma relação isonômica, em igualdade de condições. Desse 
modo, não irá gozar de prerrogativas. 
Todavia, em situações excepcionais, tanto o direito privado como o 
Direito Administrativo (direito público) podem estabelecer prerrogativas 
(“privilégios”) à Administração, caso seja necessário ao alcance dointeresse 
público. 
Exemplo: Como estudaremos adiante, todos os atos regidos pela 
Administração, inclusive os regidos pelo direito privado, gozam do atributo 
denominado “presunção de legitimidade”. Sendo assim, da mesma forma que 
ocorre em relação aos atos administrativos, os atos regidos pelo direito privado 
também são presumivelmente editados em conformidade com o direito. 
Pergunta: Professor, quando você afirma que a Administração Pública 
pode editar atos regidos pelo direito público e pelo direito privado, você 
está incluindo no conceito de Administração também os poderes Legislativo e 
Judiciário? 
É claro que sim. Lembre-se de que a função administrativa é típica do 
Poder Executivo, mas não é exclusiva. Portanto, os poderes Legislativo e 
Judiciário também poderão exercê-la atipicamente. 
Atenção: Essas informações sobre os atos regidos pelo direito privado 
são muito importantes para responder algumas questões em prova. Contudo, o 
nosso foco de estudo neste capítulo são os atos administrativos, ou seja, 
aqueles regidos pelo direito público. 
Dificilmente você irá encontrar uma prova de Direito Administrativo que 
não exija conhecimentos sobre o tema, principalmente sobre os “requisitos” e 
“atributos” do ato administrativo. Tente assimilar todos os conceitos que 
serão apresentados, bem como todas as questões que serão disponibilizadas 
ao término da aula, pois serão essenciais para o seu sucesso no concurso do 
Tribunal Regional do Trabalho do Rio de Janeiro. 
Aproveitando a oportunidade, gostaria de convocá-lo para 
participar do fórum de dúvidas. Tenho constatado que poucos alunos 
estão participando efetivamente do fórum e isso dificulta a elaboração 
das próximas aulas, pois não consigo perceber a evolução do curso. 
 
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Não consigo saber, por exemplo, se a linguagem está sendo 
acessível, se as questões de fixação do conteúdo estão sendo 
respondidas facilmente, enfim, preciso desse retorno. 
Caso você não queira se manifestar no fórum, envie o seu e-mail 
para fabianopereira@pontodosconcursos.com.br. 
 
No mais, vamos voltar para o “batente”! 
 
2. Conceito 
 
 São vários os conceitos de ato administrativo formulados pelos 
doutrinadores brasileiros, cada um com as suas peculiaridades. Entretanto, 
percebe-se nas provas da Fundação Carlos Chagas uma maior inclinação pelo 
antigo conceito elaborado pelo professor Hely Lopes Meirelles, que assim 
declara: 
“Ato administrativo é toda manifestação unilateral de vontade da 
Administração Pública que, agindo nessa qualidade, tenha por fim 
imediato adquirir, resguardar, transferir, modificar, extinguir e declarar 
direitos, ou impor obrigações aos administrados ou a si própria.” 
 
Analisando-se o conceito do saudoso professor, podemos concluir que o 
ato administrativo possui características bastante peculiares e, 
consequentemente, muito exigidas em provas da FCC: 
1ª) É uma manifestação unilateral de vontade da Administração 
Pública: nesse caso, é suficiente esclarecer que a Administração não está 
obrigada a consultar o particular antes de editar um ato administrativo, ou 
seja, a edição do ato depende, em regra, somente da vontade da 
Administração (pense no caso da aplicação de uma multa de trânsito, por 
exemplo). 
2ª) É necessário que o ato administrativo tenha sido editado por 
quem esteja na condição de Administração Pública: é importante 
destacar que, além dos órgãos e entidades que integram a Administração 
Pública direta e indireta, também podem editar atos administrativos entidades 
que estão fora da Administração, como acontece com as concessionárias e 
permissionárias de serviços públicos, desde que no exercício de prerrogativas 
públicas. 
3ª) O ato administrativo visa sempre produzir efeitos no mundo 
jurídico: segundo o professor, ao editar um ato administrativo, a 
Administração visa adquirir, resguardar, transferir, modificar, extinguir e 
declarar direitos, ou, ainda, impor obrigações aos administrados ou a si 
própria. 
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Além das características que foram apresentadas acima, lembre-se ainda 
de que, ao editar um ato administrativo, a Administração Pública encontra-se 
em posição de superioridade em relação ao particular, pois está 
amparada pelo regime jurídico-administrativo. 
 
3. Elementos ou requisitos do ato administrativo 
 
 Os elementos ou requisitos do ato administrativo nada mais são que 
“componentes” necessários para que o ato seja considerado inicialmente 
válido, editado em conformidade com a lei. 
 Não existe uma unanimidade doutrinária sobre a quantidade e as 
características de cada requisito ou elemento do ato administrativo. Portanto, 
como o nosso objetivo é ser aprovado em um concurso público, iremos adotar 
o posicionamento do professor Hely Lopes Meirelles, que entende serem cinco 
os elementos dos atos administrativos: competência, finalidade, forma, 
motivo e objeto. 
 
 3.1. Competência 
 O ato administrativo não “cai do céu”. É necessário que alguém o edite 
para que possa produzir efeitos jurídicos. Esse alguém é o agente público, que 
recebe essa competência expressamente do texto constitucional, através 
de lei (que é a regra geral) ou, ainda, segundo o professor José dos Santos 
Carvalho Filho, através de normas administrativas. 
 Neste último caso, o ilustre professor informa que “em relação aos 
órgãos de menor hierarquia, pode a competência derivar de normas expressas 
de atos administrativos organizacionais. Nesses casos, serão tais atos editados 
por órgãos cuja competência decorre de lei. Em outras palavras, a 
competência primária do órgão provem da lei, e a competência dos segmentos 
internos dele, de natureza secundária, pode receber definição através dos atos 
organizacionais”. 
 Sobre a competência, além de saber que se trata de um requisito 
sempre vinculado do ato, é importante que você entenda ainda quais são as 
principais características enumeradas pela doutrina, pois é muito comum 
encontrarmos questões em prova sobre o assunto. 
1ª) É irrenunciável: já que prevista em lei, a competência é de 
exercício obrigatório pelo agente público sempre que o interesse público 
assim exigir. Não deve ser exercida ao livre arbítrio do agente, mas nos termos 
da lei, que irá definir os seus respectivos limites. 
2ª) É inderrogável: os agentes públicos devem sempre exercer a 
competência nos termos fixados e estabelecidos pela lei, sendo-lhes vedado 
alterar, por vontade própria ou por atos administrativos, o alcance da 
competência legal. 
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3ª) Pode ser considerada improrrogável: quando a agente público 
edita um ato que inicialmente não era de sua competência, isso não significa 
que, a partir de então, ele se torna o único competente legalmente para 
exercê-lo, pois, provavelmente, oato foi editado em razão de avocação ou 
delegação, ambos estudados anteriormente. 
4ª) É intransferível: como a avocação e a delegação estão 
relacionadas exclusivamente com o exercício da competência, é válido 
destacar que a sua titularidade permanece com a autoridade responsável 
pela delegação, que poderá ainda continuar editando o ato delegado, por 
exemplo. 
5ª) É imprescritível: o exercício de determinada competência pelo seu 
titular não prescreve em virtude do lapso temporal, independentemente do 
tempo transcorrido. A obrigação de exercer a competência subsiste sempre 
que forem preenchidos os requisitos previstos em lei. 
 
Para responder às questões da Fundação Carlos Chagas: A competência 
administrativa, sendo requisito de ordem pública, é intransferível e 
improrrogável pela vontade dos interessados. Pode, entretanto, ser delegada e 
avocada, desde que o permitam as normas reguladoras da Administração 
(FCC/Analista Judiciário TRT 9ª Região/2010). 
 
 Além das características apresentadas, atente-se ainda para as regras 
básicas previstas na Lei 9.784/99 (Lei do processo administrativo federal), 
objeto frequente nas provas de concursos. 
1ª) Um órgão administrativo e seu titular poderão, se não houver 
impedimento legal, delegar parte da sua competência a outros órgãos ou 
titulares, ainda que estes não lhe sejam hierarquicamente 
subordinados, quando for conveniente, em razão de circunstâncias de 
índole técnica, social, econômica, jurídica ou territorial; 
2ª) Não pode ser objeto de delegação a edição de atos de caráter 
normativo; a decisão de recursos administrativos; as matérias de 
competência exclusiva do órgão ou autoridade; 
3ª) O ato de delegação e sua revogação deverão ser publicados no meio 
oficial; 
4ª) O ato de delegação é revogável a qualquer tempo pela autoridade 
delegante; 
5ª) As decisões adotadas por delegação devem mencionar explicitamente 
esta qualidade e considerar-se-ão editadas pelo delegado; 
6ª) Será permitida, em caráter excepcional e por motivos relevantes 
devidamente justificados, a avocação temporária de competência 
atribuída a órgão hierarquicamente inferior. 
 
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 3.2. Finalidade 
 Trata-se de requisito sempre vinculado (previsto em lei) que impõe a 
necessidade de respeito ao interesse público no momento da edição do ato 
administrativo. 
 Tenho certeza de que você se recorda de que a finalidade do ato 
administrativo deve ser atingida tanto em sentido amplo quanto em sentido 
estrito para que este seja considerado válido. 
Em sentido amplo, significa que todos os atos praticados pela 
Administração devem atender ao interesse público. Em sentido estrito, 
significa que todo ato praticado pela Administração possui uma finalidade 
específica, prevista em lei. 
 Apesar de a Administração ter por objetivo a satisfação do interesse 
público, é válido ressaltar que, em alguns casos, poderão ser editados atos 
com o objetivo de satisfazer o interesse particular, como acontece, por 
exemplo, na permissão de uso de um certo bem público (quando o Município, 
por exemplo, permite ao particular a possibilidade de utilizar uma loja do 
Mercado municipal para montar o seu estabelecimento comercial). 
Nesse caso, o interesse público também será atendido, mesmo que 
secundariamente. O que não se admite é que um ato administrativo seja 
editado exclusivamente para satisfazer o interesse particular. 
Sendo assim, o requisito denominado finalidade tem que responder à 
seguinte pergunta: para que foi editado o ato? 
Para responder às questões da Fundação Carlos Chagas: Lembre-se 
sempre de que a finalidade é o efeito mediato (secundário) que o ato 
administrativo produz. 
 
3.3. Forma 
A forma, que também é um requisito vinculado do ato administrativo, 
a exemplo dos requisitos da competência e finalidade, também pode ser 
compreendida em sentido estrito e em sentido amplo. 
Em sentido estrito, a forma pode ser entendida como o revestimento 
exterior do ato administrativo, o “modelo” do ato, o modo pelo qual ele se 
apresenta ao mundo jurídico. 
Para responder às questões da Fundação Carlos Chagas: O revestimento 
exterior do ato administrativo, necessário à sua perfeição, é requisito 
conhecido como forma (FCC/Técnico Judiciário TRT 8ª Região/2010). 
Em regra, o ato administrativo apresenta-se ao mundo jurídico por 
escrito. Entretanto, existe a possibilidade de determinados atos surgirem 
verbal, gestual, ou, ainda, virtualmente. 
 
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Exemplo: Quando o guarda de trânsito emite “dois silvos breves” com o 
seu apito, ocorre a edição de um ato administrativo informal, pois ele está 
determinando que você pare o veículo para que seja fiscalizado. Da mesma 
forma, quando o semáforo de trânsito apresenta a cor vermelha, está sendo 
editado um ato administrativo informal determinando que você também pare 
o veículo. 
Ao contrário do princípio da liberdade das formas, que vigora no 
direito privado, segundo o qual os atos podem ser praticados por qualquer 
forma idônea para atingir o seu fim, vigora no Direito Administrativo, em 
regra, o princípio da solenidade das formas, segundo o qual, para a edição 
de um ato administrativo, devem ser respeitados procedimentos especiais e 
forma prevista em lei. 
O princípio da solenidade das formas está consagrado no § 1º, artigo 
22, da Lei Federal 9.784/99, ao estabelecer que “os atos do processo devem 
ser produzidos por escrito, em vernáculo, com a data e o local de sua 
realização e a assinatura da autoridade responsável”. 
Sendo assim, em âmbito federal existe norma expressa que impõe a 
regra da forma escrita para o exercício das competências públicas, o que nos 
leva a entender que, em regra, os atos administrativos devem ser formais. 
Em sentido amplo, a forma pode ser entendida como a formalidade 
ou procedimento a ser observado para a produção do ato administrativo. Em 
outras palavras, entenda que a lei pode determinar expressamente outras 
exigências formais que não fazem parte do próprio ato administrativo, mas 
que lhe são anteriores ou posteriores (exigência de várias publicações do 
mesmo ato no Diário Oficial, por exemplo, para que possa produzir efeitos). 
Ao contrário do que ocorre em relação ao princípio da solenidade das 
formas, que impõe a necessidade da vontade administrativa se exteriorizar 
por escrito, em relação à formalidade ou procedimento, somente será 
exigida uma dada formalidade se a lei expressamente determinar. Inexistindo 
lei impondo uma exigência formal além da exteriorização escrita, não há que 
ser requerer qualquer procedimento complementar. 
Esse é o teor do caput do artigo 22 da Lei 9.784/99, ao declarar que “os 
atos do processo administrativo não dependem de forma determinada 
senão quando a lei expressamente a exigir”. 
 
3.4. Motivo 
O motivo, que também é chamado de “causa”, é o pressuposto de fato 
e de direito que serve de fundamento para a edição do ato administrativo. 
O motivo se manifesta através de ações ou omissões dos agentes 
públicos, dos administrados ou, ainda, de necessidades da própria 
Administração, que justificamou impõem a edição de um ato administrativo. 
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Para que um ato administrativo seja validamente editado, faz-se 
necessário que esteja presente o pressuposto de fato e de direito que 
autoriza ou determina a sua edição. 
a) Pressuposto de fato: É o acontecimento real, uma circunstância 
fática concreta, externa ao agente público e que ensejou a edição do ato. 
Exemplos: a circunstância fática concreta que enseja a edição de um 
ato administrativo de desapropriação para fins de reforma agrária é a 
improdutividade de um latifúndio rural; a circunstância fática concreta que 
enseja a edição do ato que concede a licença-maternidade a uma servidora é o 
nascimento do filho; a circunstância fática concreta que enseja a edição do 
ato concessivo da aposentadoria compulsória é o implemento da idade de 
setenta anos, etc. 
b) Pressuposto de direito: é o dispositivo legal em que se baseia a 
edição do ato. Em outras palavras, são os requisitos materiais estabelecidos 
na lei e que autorizam (nos atos discricionários) ou determinam (nos atos 
vinculados) a edição do ato. 
Exemplos: 
1º) No ato de desapropriação para fins de reforma agrária, o 
pressuposto de direito para a edição do ato está no artigo 184 da CF/88, 
que assim declara: “Compete à União desapropriar por interesse social, para 
fins de reforma agrária, o imóvel rural que não esteja cumprindo sua função 
social”[...] . Foi o artigo 184 da CF/88 que fundamentou juridicamente a 
edição do ato. 
2º) No ato concessivo de licença-maternidade, em âmbito federal, o 
pressuposto de direito que autoriza a edição do ato é o artigo 207 da lei 
8.112/90, ao declarar que “será concedida licença à servidora gestante por 
120 (cento e vinte) dias consecutivos, sem prejuízo da remuneração”. 
3º) No ato concessivo da aposentadoria compulsória, o pressuposto de 
direito, em âmbito federal, é o artigo 186 da Lei 8.112/90, ao afirmar que “o 
servidor será aposentado compulsoriamente, aos setenta anos de idade, com 
proventos proporcionais ao tempo de serviço”. 
 
3.4.1. Motivo e motivação 
É necessário que você tenha muita atenção ao responder às questões de 
prova para não confundir motivo e motivação, que possuem significados 
diferentes. 
O motivo, conforme acabei de expor, pode ser entendido como o 
pressuposto de fato e de direito que serve de fundamento para a edição do 
ato administrativo. Por outro lado, a motivação nada mais é que exposição 
dos motivos, por escrito, no corpo do ato administrativo. 
 
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Exemplo: Na concessão de licença à servidora gestante por 120 (cento 
e vinte) dias consecutivos, já sabemos que o nascimento do filho 
corresponderá ao pressuposto de fato e o artigo 186 da Lei 8.112/90 
corresponderá ao pressuposto de direito (ambos formando o motivo). 
Entretanto, a motivação somente passará a existir a partir do momento 
que o agente público do setor de recursos humanos declarar 
expressamente, por escrito, o pressuposto de fato e de direito que 
justificará a edição do ato. 
Para responder às questões de prova: Motivação é a exposição ou 
indicação dos motivos, ou seja, demonstração por escrito dos fatos e 
fundamentos jurídicos do ato (FCC/Analista Judiciário TRT 22ª 
Região/2010). 
 
 3.4.2. Teoria dos motivos determinantes 
Segundo a teoria dos motivos determinantes, o motivo alegado pelo 
agente público, no momento da edição do ato, deve corresponder à realidade, 
tem que ser verdadeiro. Caso contrário, comprovando o interessado que o 
motivo informado não guarda qualquer relação com a edição do ato ou que 
sequer existiu, o ato deverá ser anulado pela própria Administração ou pelo 
Poder Judiciário. 
O professor Celso Antônio Bandeira de Mello, ao explicar a teoria dos 
motivos determinantes, afirma que “os motivos que determinam a vontade do 
agente, isto é, os fatos que serviram de suporte à sua decisão, integram a 
validade do ato. Sendo assim, a invocação de ´motivos de fato´ falsos, 
inexistentes ou incorretamente qualificados vicia o ato mesmo quando, 
conforme já se disse, a lei não haja estabelecido, antecipadamente, os motivos 
que ensejariam a prática do ato. Uma vez enunciados pelo agente os motivos 
em que se calçou, ainda quando a lei não haja expressamente imposto a 
obrigação de enunciá-los, o ato só será válido se estes realmente ocorreram e 
o justificavam”. 
 Exemplo: Suponhamos que o Prefeito de um determinado Município 
tenha decidido exonerar o Secretário Municipal de Turismo, ocupante de 
cargo em comissão. Entretanto, por ser colega do Secretário e temer 
inimizades políticas, decidiu motivar o ato alegando a necessidade de reduzir 
a despesa com pessoal ativo (motivo) em virtude da queda no montante 
de recursos recebidos do Fundo de Participação dos Municípios. 
Porém, três meses após a exoneração do ex-Secretário de Turismo, 
imaginemos que o Prefeito tenha decidido nomear a sua irmã para ocupar o 
mesmo cargo, mas sem motivar o ato. 
Pergunta: No referido exemplo, ocorreu algum vício (irregularidade) na 
exoneração do Secretário Municipal de Turismo, já que o Prefeito sequer era 
obrigado a motivar o ato de exoneração? 
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 Sim. Realmente o Prefeito não era obrigado a motivar o ato de 
exoneração, pois se trata de cargo de confiança (em comissão), de livre 
nomeação e exoneração. Contudo, já que decidiu motivar o ato, a motivação 
deveria corresponder à realidade, ser verdadeira e real, o que não 
aconteceu no caso. 
Como o motivo alegado (redução de despesas) foi determinante para 
a edição do ato de exoneração, mas, posteriormente, ficou provado que ele 
não existia, deverá ser anulado o ato por manifesta ilegalidade, seja pela 
própria Administração ou pelo Poder Judiciário. 
 
Para responder às questões da Fundação Carlos Chagas: Quando a 
Administração motiva o ato, mesmo que a lei não exija a motivação, ele só 
será válido, se os motivos forem verdadeiros (FCC/Analista Judiciário TRE 
AP/2011). 
 
3.5. Objeto 
O quinto requisito do ato administrativo, que pode ser discricionário ou 
vinculado, é o objeto, entendido como a coisa ou a relação jurídica sobre a 
qual recai o ato. Trata-se do efeito jurídico imediato (primário) que o ato 
administrativo produz. 
Segundo a professora Maria Sylvia Zanella di Pietro, o objeto é o efeito 
jurídico que o ato produz. O que o ato faz? Ele cria um direito? Ele extingue 
um direito? Ele transforma? Quer dizer, o objeto vem descrito na norma, ele 
corresponde ao próprio enunciado do ato. 
Para os professores Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino, o objeto do ato 
administrativo identifica-se com o seu próprio conteúdo, por meio do qual a 
Administração manifesta sua vontade, ou atesta simplesmente situações pré-
existentes. 
Assim, continuam os professores, é objeto do ato de concessãode alvará 
a própria concessão do alvará; é objeto do ato de exoneração a própria 
exoneração; é objeto do ato de suspensão do servidor a própria suspensão 
(neste caso há liberdade de escolha do conteúdo específico – número de dias 
de suspensão – dentro dos limites legais de até noventa dias, conforme a 
valoração da gravidade da falta cometida); etc. 
 
Para responder às questões da Fundação Carlos Chagas: O objeto do ato 
administrativo é o efeito jurídico imediato que o ato produz (FCC/Analista 
Judiciário TRE AP/2011). 
 
 
 
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4. Atributos do ato administrativo 
 
 Como consequência do regime jurídico-administrativo, que concede à 
Administração Pública um conjunto de prerrogativas necessárias ao alcance 
do interesse coletivo, os atos administrativos editados pelo Poder Público 
gozarão de determinadas qualidades (atributos) não existentes no âmbito do 
direito privado. 
 Não existe um consenso doutrinário sobre a quantidade de atributos 
inerentes aos atos administrativos, mas, para responder às questões de 
provas, é necessário que estudemos a presunção de legitimidade ou 
veracidade, a imperatividade, a autoexecutoriedade e a tipicidade. 
 
4.1. Presunção de legitimidade e veracidade 
Todo e qualquer ato administrativo é presumivelmente legítimo, ou 
seja, considera-se editado em conformidade com o direito (leis e princípios). 
Essa presunção é consequência da confiança depositada no agente público, 
pois se deve partir do pressuposto de que todos os parâmetros e requisitos 
legais foram respeitados pelo agente no momento da edição do ato. 
A presunção de legitimidade dos atos administrativos tem o objetivo de 
evitar que terceiros (em regra, particulares) criem obstáculos insensatos ou 
desprovidos de quaisquer fundamentos, que possam inviabilizar o exercício da 
atividade administrativa. 
Para responder às questões da Fundação Carlos Chagas: A presunção de 
legitimidade alcança todos os atos administrativos editados pela 
Administração, independentemente da espécie ou classificação. 
 
Não é correto afirmar que a presunção de legitimidade dos atos 
administrativos seja juris et de jure (absoluta), pois o terceiro que se sentir 
prejudicado pode provar a ilegalidade do ato para que não seja obrigado a 
cumpri-lo. Desse modo, deve ficar claro que a presunção de legitimidade será 
sempre juris tantum (relativa), pois é assegurado ao interessado recorrer 
à Administração, ou mesmo ao Poder Judiciário, para que não seja 
obrigado a submeter-se aos efeitos do ato (que considera ilegítimo ou ilegal). 
Enquanto o Poder Judiciário ou a própria Administração não 
reconhecerem a ilegitimidade do ato administrativo, todos os seus efeitos 
continuam sendo produzidos normalmente, e o interessado deverá cumpri-
lo integralmente. 
Para responder às questões da Fundação Carlos Chagas: O atributo da 
presunção de legitimidade também tem sido cobrado em provas como 
“presunção de legalidade”, apesar de alguns autores discordarem desse 
entendimento. 
 
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Quando se afirma que o ato administrativo é presumivelmente legitimo, 
está se afirmando que foi editado em conformidade com o direito, ou seja, 
respeitando-se as leis e princípios vigentes. Por outro lado, ao se afirmar que 
o ato administrativo é presumivelmente legal, restringe-se a presunção ao 
respeito à lei. 
 Atenção: A professora Maria Sylvia Zanella di Pietro ainda afirma que, 
além de serem presumivelmente legítimos, os atos administrativos também 
são presumivelmente verdadeiros. Segundo a professora, a presunção de 
veracidade assegura que os fatos alegados pela Administração são 
presumivelmente verdadeiros, assim como ocorre em relação a certidões, 
atestados, declarações ou informações por ela fornecidos, todos dotados de fé 
pública. 
 Por último, lembre-se sempre de que é do particular a obrigação de 
demonstrar e provar a ilegalidade ou possível violação ao ordenamento 
jurídico causada pela edição do ato. Enquanto isso não ocorrer, o ato continua 
produzindo todos os seus efeitos. 
Esse é o posicionamento do professor Hely Lopes Meirelles, ao afirmar 
que essa presunção “autoriza a imediata execução ou a operatividade dos atos 
administrativos, mesmo que argüidos de vícios ou defeitos que os levem à 
invalidade. Enquanto, porém, não sobrevier o pronunciamento de nulidade, os 
atos administrativos são tidos por válidos e operantes, quer para a 
Administração, quer para os particulares sujeitos ou beneficiários de seus 
efeitos”. 
 
Para responder às questões da FCC: Um dos atributos dos atos 
administrativos tem por fundamento a sujeição da Administração Pública ao 
princípio da legalidade, o que faz presumir que todos os seus atos tenham sido 
praticados em conformidade com a lei, já que cabe ao Poder Público a sua 
tutela. Nesse caso, trata-se do atributo da presunção de legitimidade 
(FCC/Técnico Judiciário TRF 1ª Região/FCC). 
 
4.2. Imperatividade 
A imperatividade é o atributo pelo qual os atos administrativos se 
impõem a terceiros, independentemente de sua concordância ou 
aquiescência. 
Ao contrário do que ocorre na presunção de legitimidade, que não 
necessita de previsão em lei, a imperatividade exige expressa autorização 
legal e não pode ser aplicada a todos os atos administrativos. 
 
Para responder às questões da Fundação Carlos Chagas: A 
imperatividade é um atributo que não existe em todos os atos administrativos 
(FCC/Técnico Judiciário TRT 22ª Região/2010). 
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É o atributo da imperatividade que permite à Administração, por 
exemplo, aplicar multas de trânsito, constituir obrigação tributária que vincule 
o particular ao pagamento de imposto de renda, entre outros. 
Para responder às questões da Fundação Carlos Chagas: O professor 
José dos Santos Carvalho Filho considera os termos coercibilidade e 
imperatividade expressões sinônimas, ao declarar que “significa que os atos 
administrativos são cogentes, obrigando a todos quantos se encontrem em seu 
círculo de incidência (ainda que o objetivo a ser por ele alcançado contrarie 
interesses privados), na verdade, o único alvo da Administração Pública é o 
interesse público”. 
 
Em virtude da unilateralidade, a Administração Pública não precisa 
consultar o particular, antes da edição do ato administrativo, para solicitar a 
sua concordância ou aquiescência, mesmo que o ato lhe cause prejuízos. 
A doutrina majoritária entende que a imperatividade decorre do poder 
extroverso do Estado, que pode ser definido como o poder que o Estado tem 
de constituir, unilateralmente, obrigações para terceiros, com 
extravasamento dos seus próprios limites. 
O poder extroverso pode ser encontrado, por exemplo, na cobrança e 
fiscalização dos impostos, no exercício do poder de polícia, na fiscalizaçãodo 
cumprimento de normas sanitárias, no controle do meio ambiente, entre 
outros. 
Para responder às questões da Fundação Carlos Chagas: O atributo pelo 
qual os atos administrativos se impõem a terceiros, independentemente de sua 
concordância, denomina-se imperatividade (FCC/Analista Judiciário TRT 
22ª Região/2010). 
 
4.3. Autoexecutoriedade 
A autoexecutoriedade é o atributo que garante ao Poder Público a 
possibilidade de obrigar terceiros ao cumprimento dos atos administrativos 
editados, sem a necessidade de recorrer ao Poder Judiciário. 
O referido atributo garante à Administração Pública a possibilidade de ir 
além do que simplesmente impor um dever ao particular (consequência da 
imperatividade), mas também utilizar força direta e material no sentido de 
garantir que o ato administrativo seja executado. 
 
Para responder às questões da Fundação Carlos Chagas: O ato 
administrativo distingue-se dos atos de direito privado por, dentre outras 
razões, ser dotado de alguns atributos específicos, tais como 
autoexecutoriedade, que autoriza a execução de algumas medidas coercitivas 
legalmente previstas diretamente pela Administração (FCC/Procurador TCE 
SP/2011). 
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A autoexecutoriedade não está presente em todos os atos 
administrativos (atos negociais e enunciativos, por exemplo), ocorrendo 
somente em duas hipóteses: 
1ª) Quando existir expressa previsão legal; 
2ª) Em situações emergenciais em que apenas se garantirá a satisfação 
do interesse público com a utilização da força estatal. 
 
Exemplo: Imagine que a Administração Pública se depare com a 
existência de um imóvel particular em péssimas condições, prestes a desabar e 
que ainda é habitado por uma família de cinco pessoas. 
Nesse caso, a Administração não precisará recorrer ao Poder 
Judiciário para retirar obrigatoriamente as pessoas do local, utilizando a força 
se preciso for, pois está diante de uma situação emergencial, na qual a 
integridade física de várias pessoas está em risco. 
Também podem ser citados como exemplos de manifestação da 
autoexecutoriedade a destruição de medicamentos com prazo de validade 
vencido e que foram recolhidos em farmácias e a demolição de obras 
construídas em áreas de risco (zonas proibidas). 
Atenção: Conforme já informei, nem sempre os atos administrativos 
irão gozar de autoexecutoriedade e, para fins de concursos públicos, a multa 
(ato administrativo) é o exemplo mais cobrado em relação à ausência de 
autoexecutoriedade. 
Nesse caso, apesar de a aplicação da multa ser decorrente do atributo da 
imperatividade, se o particular não efetuar o seu pagamento a Administração 
somente poderá recebê-la se recorrer ao Poder Judiciário. 
Conforme nos informam os professores Marcelo Alexandrino e Vicente 
Paulo, a única exceção ocorre na hipótese de multa administrativa aplicada por 
adimplemento irregular, pelo particular, de contrato administrativo em que 
tenha havido prestação de garantia. Nessa hipótese, a Administração pode 
executar diretamente a penalidade, independentemente do consentimento do 
contratado, subtraindo da garantia o valor da multa (Lei nº 8666/1993, artigo 
80, inciso III). 
Por último, é necessário deixar bem claro que os atos praticados sob o 
amparo do atributo da autoexecutoriedade podem ser revistos pelo Poder 
Judiciário, sempre que provocado pelos interessados. 
Para tanto, basta que os interessados demonstrem que tais atos foram 
praticados de forma arbitrária, desproporcional, desarrazoada ou abusiva, por 
exemplo, para que o Poder Judiciário possa anulá-los retroativamente. 
 
 
 
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4.4. Tipicidade 
Não existe consenso doutrinário sobre a possibilidade de incluir a 
tipicidade como um dos atributos do ato administrativo. Todavia, como a 
Fundação Carlos Chagas adora utilizar o livro da professora Maria Sylvia 
Zanella di Pietro como base para a elaboração de questões, é bom que o 
conheçamos. 
Segundo a ilustre professora, podemos entender a tipicidade como “o 
atributo pelo qual o ato administrativo deve corresponder a figuras definidas 
previamente pela lei como aptas a produzir determinados resultados”. 
Como é possível observar, o princípio da tipicidade decorre da aplicação 
do princípio da legalidade. Segundo o entendimento da professora di Pietro, 
para cada finalidade que a administração pretende alcançar existe um ato 
definido em lei, logo, o ato administrativo deve corresponder a figuras 
definidas previamente pela lei como aptas a produzir determinados 
resultados. 
Resumidamente falando, a professora entende que, para cada finalidade 
que a Administração deseja alcançar, existe uma espécie distinta de ato 
administrativo e, portanto, é inadmissível que sejam editados atos 
administrativos inominados. 
Para responder às questões da Fundação Carlos Chagas: A tipicidade só 
existe com relação aos atos unilaterais; não existe nos contratos porque, com 
relação a eles, não há imposição de vontade da Administração, que depende 
sempre da aceitação do particular; nada impede que as partes convencionem 
um contrato inominado, desde que atenda melhor ao interesse público e 
particular (Maria Sylvia Zanella di Pietro). 
 
 
5. ATOS VINCULADOS E DISCRICIONÁRIOS 
 
 Nas palavras do professor Hely Lopes Meirelles, “atos vinculados ou 
regrados são aqueles para os quais a lei estabelece os requisitos e condições 
de sua realização”, ao passo que “discricionários são os que a Administração 
pode praticar com liberdade de escolha de seu conteúdo, de seu 
destinatário, de sua conveniência, de sua oportunidade e de seu modo de 
realização”. 
 Em outro tópico da aula, afirmei que o ato administrativo possui cinco 
elementos ou requisitos básicos: competência, forma, finalidade, motivo e 
objeto. Sendo assim, sempre que a lei estabelecer e detalhar esses cinco 
elementos, não deixando margem para que o agente público possa defini-los 
no momento da edição do ato, este será vinculado. 
Lembre-se sempre de que no ato vinculado o agente público não 
possui alternativas ou opções no momento de editar o ato, pois a própria lei já 
definiu o único comportamento possível. Portanto, caso o agente público 
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desrespeite quaisquer dos requisitos ou elementos previstos pela lei, o ato 
deverá ser anulado pela Administração ou pelo Poder Judiciário. 
Exemplo: Suponhamos que determinada lei municipal estabeleça todos 
os requisitos que devem ser cumpridos pelo particular que tenha a intenção de 
construir um edifício. Nesse caso, se o particular apresentar toda a 
documentação necessária e cumprir todos os requisitos legais, a Administração 
não possui outra alternativa a não ser conceder a licença para o particular 
construir, por ser um direito subjetivo deste. 
Como a Administração não possuialternativas ou opções (conceder ou 
não a licença), já que a lei estabeleceu todos os requisitos necessários à edição 
do ato, este é denominado vinculado. 
Por outro lado, no ato discricionário a lei apenas estabelece e detalha 
os requisitos da competência, forma e finalidade, deixando ao critério da 
Administração decidir sobre o motivo e o objeto. Sendo assim, é válido 
ressaltar que os requisitos competência, forma e finalidade serão sempre 
vinculados (definidos em lei), independentemente de o ato ser discricionário ou 
vinculado. 
No ato discricionário a Administração possui alternativas ou opções, e, 
dentre elas, irá escolher a que seja mais oportuna e conveniente ao 
interesse público. 
Exemplo: Suponhamos que o servidor público federal “X” tenha 
procurado o Departamento de Recursos Humanos do órgão em que trabalha 
para solicitar o parcelamento do seu período de férias, pois deseja usufruir 15 
dias em julho e 15 dias em janeiro. 
Pergunta: Nesse caso, poderá a Administração Pública recusar-se a 
deferir o pedido de parcelamento das férias efetuado pelo servidor? 
Sim. O § 3º do artigo 77 da lei 8.112/90 estabelece expressamente que 
“as férias poderão ser parceladas em até três etapas, desde que assim 
requeridas pelo servidor e no interesse da administração pública”. 
Desse modo, como a Administração pode deferir, ou não, o pedido 
efetuado pelo servidor, o ato será discricionário. 
 
6. Desfazimento dos atos administrativos 
 Todo ato administrativo, após ter sido editado, deve necessariamente ser 
respeitado e cumprido, pois goza do atributo da presunção de legitimidade, 
que lhe assegura a produção de efeitos jurídicos até posterior manifestação da 
Administração Pública ou do Poder Judiciário em sentido contrário. 
 Apesar disso, deve ficar claro que os atos administrativos não são 
eternos, já que podem ser desfeitos após a sua edição em virtude da 
constatação de ilegalidade (anulação), em razão de conveniência ou 
oportunidade da Administração (revogação) ou, simplesmente, em virtude de 
seu destinatário ter deixado de cumprir os requisitos previstos em lei 
(cassação). 
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 6.1. Anulação 
 Quando o ato administrativo é praticado em desacordo com o 
ordenamento jurídico vigente, é considerado ilegal. Assim, deve ser anulado 
pelo Poder Judiciário ou pela própria Administração, com efeitos 
retroativos. 
Para responder às questões da Fundação Carlos Chagas: Um ato ilegal 
(contrário ao ordenamento jurídico) deve ser sempre anulado, nunca 
revogado. 
 
Além disso, lembre-se ainda de que a anulação desse ato ilegal pode ser 
efetuada pelo Poder Judiciário (quando provocado) ou pela própria 
Administração (de ofício ou mediante provocação). Ademais, a anulação de 
um ato administrativo opera-se com efeitos retroativos (ex tunc), ou seja, o 
ato perde os seus efeitos desde o momento de sua edição (como se nunca 
tivesse existido), pois não origina direitos. 
 
Para responder às questões da Fundação Carlos Chagas: A anulação do 
ato administrativo é o desfazimento do ato administrativo por razões de 
ilegalidade (FCC/Analista Judiciário TRT 23ª Região/2011). 
 
 Esse é o teor da súmula 473 do Supremo Tribunal Federal ao afirmar que 
a “Administração pode anular os seus próprios atos, quando eivados de vícios 
que os tornem ilegais, porque deles não se originam direitos”. 
 Sendo assim, é necessário ficar bem claro que os atos ilegais não 
originam direitos para os seus destinatários. Entretanto, devem ser 
preservados os efeitos já produzidos em face de terceiros de boa-fé (que 
não têm nenhuma relação com o ato nulo). 
 Exemplo: os professores Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino citam o 
caso de um servidor cujo ingresso no serviço público decorre de um ato nulo (a 
nomeação ou a posse contém vício insanável). Imagine-se que esse servidor 
emita uma certidão negativa de tributos para João e, no dia seguinte, seja ele 
exonerado em decorrência da nulidade de seu vínculo com a Administração. Os 
efeitos dos atos praticados entre ele e a Administração devem ser desfeitos. 
Mas João, que obteve a certidão, é um terceiro, portanto, sua certidão é 
válida. 
 Grave bem as informações abaixo sobre a anulação dos atos 
administrativos, pois, assim, você jamais errará uma questão da Fundação 
Carlos Chagas sobre o tema: 
1ª) A anulação é consequência de uma ilegalidade, de um ato que foi 
editado contrariamente ao direito; 
2ª) A anulação de um ato administrativo pode ser feita pelo Poder 
Judiciário, quando for provocado pelo interessado, ou pela própria 
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Administração, de ofício ou também mediante provocação do 
interessado; 
3ª) A anulação possui efeitos retroativos (ex tunc) , ou seja, deixa de 
produzir efeitos jurídicos desde o momento de sua edição (como se 
nunca tivesse existido); 
4ª) A anulação não desfaz os efeitos jurídicos já produzidos perante 
terceiros de boa-fé; 
 
6.2. Revogação 
A revogação ocorre sempre que a Administração Pública decide 
retirar, parcial ou integramente do ordenamento jurídico, um ato 
administrativo válido, mas que deixou de atender ao interesse público em 
razão de não ser mais conveniente ou oportuno. 
Ao revogar um ato administrativo a Administração Pública está 
declarando que uma situação, até então oportuna e conveniente ao interesse 
público, não mais existe, o que justifica a extinção do ato. 
Para responder às questões da Fundação Carlos Chagas: Um ato ilegal 
jamais será revogado, mas sim anulado. Da mesma forma, se a questão 
de prova afirmar que um ato inconveniente ou inoportuno deve ser 
anulado, certamente estará incorreta, pois conveniência e oportunidade estão 
intimamente relacionadas com a revogação. 
 
A revogação de um ato administrativo é consequência direta do juízo de 
valor (mérito administrativo) emitido pela Administração Pública, que é a 
responsável por definir o que é bom ou ruim para coletividade, naquele 
momento. Assim, é vedado ao Poder Judiciário revogar ato administrativo 
editado pela Administração. 
 Atenção: o Poder Judiciário, no exercício de suas funções atípicas, 
também pode editar atos administrativos (publicação de um edital de licitação, 
por exemplo). Sendo assim, caso interesse público superveniente justifique a 
revogação do edital licitatório em momento posterior, o próprio Poder 
Judiciário poderá fazê-lo. 
Neste caso, o edital estaria sendo revogado pelo próprio Poder 
Judiciário, pois ele foi o responsável pela edição do referido ato administrativo. 
O que não se admite é que o Poder Judiciário efetue a revogação de atos 
editados pela Administração Pública, pois estaria invadindo a seara do mérito 
administrativo. 
Nos mesmos moldes, quando o Poder Legislativo edita um ato 
administrativo no exercício de sua função atípica, também pode efetuar a sua 
revogação, sendo proibido ao Poder Judiciário manifestar-se em relação ao 
mérito desse ato. 
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Ao contrário do que ocorre na anulação, que produz efeitos “ex tunc”, na 
revogação os efeitos serão sempre “ex nunc” (proativos). Isso significa dizer 
que a revogação somente produz efeitos prospectivos, ou seja, para frente, 
conservando-se todos os efeitos que já haviam sido produzidos. 
Exemplo: imagine que um determinado servidor público federal esteja 
em pleno gozo (no terceiro mês) de licença para tratar de interesses 
particulares, que foi deferida pela Administração pelo prazo de 02 anos (artigo 
91 da Lei 8.112/90). Neste caso, mesmo restando ainda 21 (vinte e um) 
meses para o seu término, a Administração poderá revogá-la a qualquer 
momento, desde que presente o interesse público. 
Da mesma forma que agiu discricionariamente a Administração no 
momento de concessão de licença para tratar de assuntos particulares, nos 
termos do artigo 91 da Lei 8.112/90, será discricionária também a revogação 
da licença, caso assim justifique o interesse público. 
O ato de revogação possuirá efeitos “ex nunc” (para frente), ou seja, o 
servidor irá retornar ao trabalho somente após a edição do ato revocatório, 
sendo considerado como de efetivo gozo o período de três meses que usufruiu 
da licença. 
Pergunta: professor, o que preciso saber para não errar nenhuma 
questão de prova sobre revogação? 
Anote aí: 
1º) Que a revogação é consequência da discricionariedade 
administrativa (conveniência e oportunidade); 
2º) Que os atos inválidos ou ilegais jamais serão revogados, mas sim 
anulados; 
3º) Que somente a Administração Pública pode revogar os seus próprio 
atos administrativos; 
4º) Que a revogação produz efeitos ex nunc, enquanto na anulação os 
efeitos são ex tunc. 
 
Para responder às questões da Fundação Carlos Chagas: Distingue-se a 
anulação do ato administrativo da revogação do ato administrativo porque, 
dentre outros fundamentos, a anulação deve ser promovida em caso de vício 
de ilegalidade, enquanto a revogação pode se dar por critérios de oportunidade 
e conveniência (FCC/Auditor TCE RO/2010). 
 
Pergunta: professor Fabiano Pereira, é ilimitado o poder conferido à 
Administração para revogar os seus atos administrativos? 
Não! Existem alguns atos administrativos que não podem ser revogados, 
são eles: 
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1º) os atos já consumados, que exauriram seus efeitos: 
suponhamos que tenha sido editado um ato concessivo de férias a um 
servidor e que todo o período já tenha sido gozado. Ora, neste caso, não 
há como revogar o ato que concedeu férias ao servidor, pois todos os 
efeitos do ato já foram produzidos; 
2º) os atos vinculados: se a lei é responsável pela definição de todos 
os requisitos do ato administrativo, não é possível que a Administração 
efetue a sua revogação com base na conveniência e oportunidade 
(condição necessária para a revogação); 
3º) os atos que já geraram direitos adquiridos para os 
particulares: trata-se de garantia constitucional assegurada 
expressamente no inciso XXXVI do artigo 5º da CF/88; 
4º) os atos que integram um procedimento, pois, neste caso, a cada 
ato praticado surge uma nova etapa, ocorrendo a preclusão de 
revogação da anterior. 
5º) os denominados meros atos administrativos, pois, neste caso, 
os efeitos são estabelecidos diretamente na lei; 
Para responder às questões da Fundação Carlos Chagas: Não podem ser 
revogados atos que exauriram os seus efeitos, pois a revogação supõe ato que 
ainda esteja produzindo efeitos, como ocorre na autorização para porte de 
armas (FCC/Analista Judiciário TRT 9ª Região/2010). 
 
6.3. Cassação 
A cassação é o desfazimento de um ato válido em virtude do seu 
destinatário ter descumprido os requisitos necessários para a sua 
manutenção em vigor. Sendo assim, deve ficar bem claro que o particular, 
destinatário do ato, é o único responsável pela sua extinção. 
Exemplo: se a Administração concedeu uma licença para o particular 
construir um prédio de 03 (três) andares, mas este construiu um prédio com 
05 (cinco) andares, desrespeitou os requisitos inicialmente estabelecidos e, 
portanto, o ato será cassado. 
 
6.4. Outras formas de extinção do ato administrativo 
Além das hipóteses de desfazimento do ato administrativo estudadas até 
o momento, que dependem da manifestação expressa da Administração ou do 
Poder Judiciário, a doutrina majoritária ainda lista as seguintes: 
1ª) extinção subjetiva: ocorre em virtude do desaparecimento do 
sujeito destinatário do ato. Por exemplo, se a Administração concedeu ao 
servidor uma licença para tratar de assuntos particulares, mas, durante o gozo 
da licença, ele faleceu, considera-se extinto o ato, por questões óbvias. 
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2ª) extinção objetiva: ocorre em virtude do desaparecimento do 
próprio objeto do ato. Exemplo: se o particular possuía permissão para 
instalar uma banca de revista em uma praça, mas, posteriormente, a praça foi 
destruída para a construção de uma escola, o ato de permissão 
consequentemente será extinto. 
3ª) extinção natural: ocorre após o transcurso normal do prazo 
inicialmente fixado para a produção dos efeitos do ato. Exemplo: se foi 
concedida licença-paternidade a um servidor, o ato será extinto naturalmente 
depois de 05 (cinco) dias (que é o prazo legal de gozo da licença). 
4ª) caducidade: ocorre quando a edição de lei superveniente à edição 
do ato administrativo impede a continuidade de seus efeitos jurídicos. A 
professora Maria Sylvia Zanella di Pietro cita como exemplo o caso de um 
parque de diversões que possuía permissão para funcionar em uma região da 
cidade, mas que, em razão de nova lei de zoneamento, tornou-se 
incompatível. 
Neste caso, o ato anterior que permitia o funcionamento do parque 
naquela região (hoje proibida por lei) deverá ser extinto, pois ocorrerá a 
caducidade. 
 
7. Convalidação de atos administrativos 
 
Segundo a professora Maria Sylvia Zanella di Pietro, “convalidação é o 
ato administrativo através do qual é suprido o vício existente em um ato ilegal, 
com efeitos retroativos à data em que este foi praticado”. 
Na verdade, a convalidação nada mais é que a “correção” do ato 
administrativo portador de defeito sanável de legalidade, com efeitos 
retroativos (ex tunc). 
 
Para responder às questões da Fundação Carlos Chagas: A convalidação 
consiste em instrumento de que se vale a Administração para aproveitar atos 
administrativos eivados de vícios sanáveis, confirmando-os no todo ou em 
parte (FCC/Outorga de Delegação TJ AP/2011) 
 
A lei 9.784/99 (Lei do Processo Administrativo Federal) estabelece 
expressamente que: 
Art. 55. Em decisão na qual se evidencie não acarretarem lesão ao 
interesse público nem prejuízo a terceiros, os atos que apresentarem 
defeitos sanáveis poderão ser convalidados pela própria Administração. 
Art. 54. O direito da Administração de anular os atos administrativos de 
que decorram efeitos favoráveis para os destinatários decai em cinco 
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anos, contados da data em que foram praticados, salvo comprovada 
má-fé. 
§ 1º. No caso de efeitos patrimoniais contínuos, o prazo de decadência 
contar-se-á da percepção do primeiro pagamento. 
§ 2º. Considera-se exercício do direito de anular qualquer medida de 
autoridade administrativa que importe impugnação à validade do ato. 
 
Inicialmente, é necessário esclarecer que a convalidação de um ato 
administrativo somente pode ocorrer em relação aos vícios sanáveis (aqueles 
encontrados nos requisitos “competência” e “forma”). Se o ato 
administrativo apresentar vícios insanáveis (a exemplo daqueles encontrados 
nos requisitos “finalidade”, “motivo” e “objeto”), deverá ser 
necessariamente anulado. 
 
Para responder às questões da Fundação Carlos Chagas: 
(FCC/Assessor Jurídico TJ PI/2010) 
 
Apesar de não ser entendimento majoritário na doutrina, é importante 
destacar que o professor José dos Santos Carvalho Filho afirma que também é 
possível convalidar atos com vício no objeto ou conteúdo, mas apenas 
quando se tratar de conteúdo plúrimo. 
Nesse caso, como a vontade administrativa se preordena a mais de 
uma providencia administrativa no mesmo ato, é viável suprimir ou alterar 
alguma providência e aproveitar o ato quanto às demais, não atingidas por 
qualquer vício. 
 
 
Para responder às questões da Fundação Carlos Chagas: Em relação ao 
requisito “forma”, a convalidação é possível se ela não for essencial à validade 
do ato administrativo. 
 
O prazo que a Administração possui para anular os atos ilegais é de 05 
(cinco) anos. Ultrapassado esse prazo, considera-se que o ato foi tacitamente 
(automaticamente) convalidado, salvo comprovada má-fé do beneficiário. 
 
 
 
 
 
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SUPER R.V.P. 
 
1. A Administração Pública edita dois tipos de atos jurídicos: a) atos que são 
regidos pelo Direito Público e, consequentemente, denominados de atos 
administrativos e b) atos regidos pelo Direito Privado; 
2. Fique atento ao conceito de ato administrativo formulado pelo professor 
Hely Lopes Meirelles, pois ele é muito cobrado em questões de concursos: 
“ato administrativo é toda manifestação unilateral de vontade da 
Administração Pública que, agindo nessa qualidade, tenha por fim imediato 
adquirir, resguardar, transferir, modificar, extinguir e declarar direitos, ou 
impor obrigações aos administrados ou a si própria.” 
3. São elementos ou requisitos do ato administrativo a competência, a 
finalidade, a forma, o motivo e o objeto. Os três primeiros são sempre 
vinculados e os dois últimos podem ser vinculados ou discricionários; 
4. O motivo, que também é chamado de “causa”, é o pressuposto de fato e 
de direito que serve de fundamento para a edição do ato administrativo. O 
motivo se manifesta através de ações ou omissões dos agentes públicos, dos 
administrados ou, ainda, de necessidades da própria Administração, que 
justificam ou impõem a edição de um ato administrativo; 
5º. Cuidado para não confundir as expressões “motivo” e “motivação”. O 
motivo pode ser entendido como o pressuposto de fato e de direito que 
serve de fundamento para a edição do ato administrativo. Por outro lado, a 
motivação nada mais é que exposição dos motivos, por escrito, no corpo do 
ato administrativo; 
6. Segundo a teoria dos motivos determinantes, o motivo alegado pelo 
agente público no momento da edição do ato deve corresponder à realidade, 
tem que ser verdadeiro, pois, caso contrário, comprovando o interessado que o 
motivo informado não guarda qualquer relação com a edição do ato ou que 
simplesmente não existe, o ato deverá ser anulado pela própria 
Administração ou pelo Poder Judiciário; 
7. Não existe um consenso doutrinário sobre a quantidade de atributos 
inerentes aos atos administrativos, mas, para responder às questões de 
provas, lembre-se da presunção de legitimidade e veracidade, a 
imperatividade, a autoexecutoriedade e a tipicidade; 
8. Todo e qualquer ato administrativo é presumivelmente legítimo, ou seja, 
considera-se editado em conformidade com a lei, alcançando todos os atos 
administrativos editados pela Administração, independentemente da espécie 
ou classificação; 
9. A presunção de legitimidade será sempre juris tantum (relativa), pois é 
assegurado ao interessado recorrer à Administração, ou mesmo ao Poder 
Judiciário, para que não seja obrigado a submeter-se aos efeitos do ato, 
quando for manifestamente ilegal; 
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10. A imperatividade é o atributo pelo qual os atos administrativos se impõem 
a terceiros, independentemente de sua concordância ou aquiescência. Ao 
contrário do que ocorre na presunção de legitimidade, que não necessita de 
previsão em lei, a imperatividade exige expressa autorização legal e não 
pode ser aplicada a todos os atos administrativos; 
11. A autoexecutoriedade é o atributo que garante ao Poder Público a 
possibilidade de obrigar terceiros ao cumprimento dos atos administrativos 
editados, sem a necessidade de recorrer ao Poder Judiciário; 
12. Nem sempre os atos administrativos irão gozar de autoexecutoriedade e 
o exemplo mais comum em provas é o das multas. Nesse caso, apesar da 
aplicação de a multa ser decorrente do atributo da imperatividade, se o 
particular não efetuar o seu pagamento, a Administração somente poderá 
recebê-la se recorrer ao Poder Judiciário, não sendo possível gozar da 
autoexecutoriedade; 
13. Não existe um consenso doutrinário sobre a possibilidade de incluir a 
tipicidade como um dos atributos do ato administrativo, mas, como as 
bancas examinadoras gostam muito de utilizar o livro da professora Maria 
Sylvia Zanella di Pietro como base para a elaboração de questões, é bom que 
você o conheça. Segundo a ilustre professora, podemos entender a tipicidade 
como “o atributo pelo qual o ato administrativo deve corresponder a figuras 
definidas previamente pela lei como aptas a produzir determinados 
resultados”. 
14. Para que você possa responder às questões de concursos públicos sem 
medo de ser feliz, lembre-se sempre de que um ato ilegal (contrário ao 
ordenamento jurídico) deve ser sempre anulado, nunca revogado. Além 
disso, lembre-se ainda de que a anulação desse ato ilegal pode ser efetuada 
pelo Poder Judiciário (quando provocado) ou pela própria Administração 
(de ofício ou mediante provocação); 
15. A anulação de um ato administrativo opera-se com efeitos retroativos 
(ex tunc), ou seja, o ato perde os seus efeitos desde o momento de sua 
edição (como se nunca tivesse existido), pois não origina direitos; 
16º) A revogação ocorre sempre que a Administração Pública decide 
retirar, parcial ou integramente do ordenamento jurídico, um ato 
administrativo válido e legal, mas que deixou de atender ao interesse público 
em razão de não ser mais conveniente ou oportuno. 
17. O Poder Judiciário, no exercício de suas funções atípicas, também pode 
editar atos administrativos (publicação de um edital de licitação, por exemplo). 
Sendo assim, posteriormente, caso interesse público superveniente justifique a 
revogação do edital licitatório, o próprioPoder Judiciário poderá fazê-lo; 
18. Ao contrário do que ocorre na anulação, que produz efeitos “ex tunc”, na 
revogação os efeitos serão sempre “ex nunc” (proativos). Isso significa dizer 
que a revogação somente produz efeitos prospectivos, ou seja, para frente, 
conservando-se todos os efeitos que já haviam sido produzidos; 
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19. Não podem ser revogados os atos já consumados, que exauriram seus 
efeitos; os atos vinculados; os atos que já geraram direitos adquiridos 
para os particulares; os atos que integram um procedimento e os 
denominados meros atos administrativos; 
20. A cassação é o desfazimento de um ato válido em virtude do seu 
destinatário ter descumprido os requisitos necessários para a sua 
manutenção em vigor. Sendo assim, deve ficar bem claro que o particular, 
destinatário do ato, é o único responsável pela sua extinção; 
21. A convalidação (correção) de um ato administrativo somente pode ocorrer 
em relação aos vícios sanáveis, pois, caso o ato apresente vícios insanáveis, 
deverá ser necessariamente anulado. 
22. O vício de incompetência admite convalidação, que nesse caso recebe o 
nome de ratificação, desde que não se trate de competência outorgada com 
exclusividade; 
23. Em relação ao requisito “forma”, a convalidação é possível se ela não for 
essencial à validade do ato administrativo; 
25. O prazo que a Administração possui para anular os atos ilegais é de 05 
(cinco) anos. Ultrapassado esse prazo, considera-se que o ato foi tacitamente 
(automaticamente) convalidado, salvo comprovada má-fé do beneficiário. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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QUESTÕES COMENTADAS - ATOS ADMINISTRATIVOS 
 
01. (FCC/Analista Judiciário TRT 22ª Região/2010) No que diz respeito 
ao elemento motivo dos atos administrativos, é INCORRETO afirmar: 
a) O motivo, sempre está expresso na lei, não podendo ser deixado ao 
critério do administrador. 
b) No ato de punição do funcionário, o motivo é a infração que ele 
praticou. 
c) A ausência de motivo ou a indicação de motivo falso invalidam o ato 
administrativo. 
d) Motivação é a exposição ou indicação dos motivos, ou seja, 
demonstração por escrito dos fatos e fundamentos jurídicos do ato. 
e) Quando a Administração motiva o ato, mesmo que a lei não exija a 
motivação, ele só será válido se os motivos forem verdadeiros. 
 
Comentários 
 a) Errado. Somente nos atos vinculados o requisito “motivo” estará 
expressamente previsto no texto legal. Nos atos discricionários, o elemento 
“motivo” fica a critério do agente público competente para editar o ato. 
 b) Correto. Se determinado agente público não tivesse praticado 
infração funcional tipificada em lei, certamente não haveria motivo para editar 
o respectivo ato de punição. 
c) Correto. O professor Celso Antônio Bandeira de Mello, ao explicar a 
teoria dos motivos determinantes, afirma que “os motivos que determinam 
a vontade do agente, isto é, os fatos que serviram de suporte à sua decisão, 
integram a validade do ato. Sendo assim, a invocação de ´motivos de fato´ 
falsos, inexistentes ou incorretamente qualificados vicia o ato mesmo quando, 
conforme já se disse, a lei não haja estabelecido, antecipadamente, os motivos 
que ensejariam a prática do ato. Uma vez enunciados pelo agente os motivos 
em que se calçou, ainda quando a lei não haja expressamente imposto a 
obrigação de enunciá-los, o ato só será válido se estes realmente ocorreram e 
o justificavam”. 
d) Correto. Ao responder às questões da Fundação Carlos Chagas, 
tenha muita atenção para não confundir as expressões “motivo” e “motivação”, 
que possuem significados distintos. 
O motivo pode ser entendido como o pressuposto de fato e de 
direito que serve de fundamento para a edição do ato administrativo. Por 
outro lado, a motivação nada mais é que exposição dos motivos, por escrito, 
no corpo do ato administrativo. 
e) Correto. Trata-se de uma conseqüência da teoria dos motivos 
determinantes, muito cobrada em provas da Fundação Carlos Chagas. 
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GABARITO: LETRA A. 
 
02. (FCC/Analista Judiciário TRT 22ª Região/2010) O atributo pelo 
qual os atos administrativos se impõem a terceiros, 
independentemente de sua concordância, denomina-se 
a) imperatividade. 
b) presunção de legitimidade. 
c) autoexecutoriedade. 
d) exigibilidade. 
e) tipicidade. 
Comentários 
 O professor José dos Santos Carvalho Filho afirma que a imperatividade, 
ou coercibilidade, “significa que os atos administrativos são cogentes, 
obrigando a todos quantos se encontrem em seu círculo de incidência (ainda 
que o objetivo a ser por ele alcançado contrarie interesses privados), na 
verdade, o único alvo da Administração Pública é o interesse público”. 
 
GABARITO: LETRA A. 
 
03. (FCC/Técnico Judiciário TRT 8ª Região/2010) A competência 
administrativa, em regra, enquanto requisito do ato administrativo, 
a) decorre da lei. 
b) é prorrogável, pela vontade dos interessados. 
c) não pode ser avocada. 
d) é indelegável. 
e) é transferível. 
Comentários 
 a) Correto. Tanto nos atos administrativos vinculados quanto nos atos 
administrativos discricionários, a competência sempre estará prevista 
expressamente no texto legal. 
b) Errado. O agente público não pode “prorrogar” a sua competência 
para praticar atos que, inicialmente, estavam fora da sua área de atuação. Se 
isso ocorrer, ficará caracterizado abuso de poder. 
c) Errado. O art. 15 da Lei 9.784/1999 dispõe que “será permitida, em 
caráter excepcional e por motivos relevantes devidamente justificados, a 
avocação temporária de competência atribuída a órgão hierarquicamente 
inferior”. 
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d) Errado. Em regra, a competência legal pode ser delegada pelo 
agente ou órgão público, salvo se existir expressa vedação legal. 
e) Errado. A titularidade da competência fixada em lei não se transfere, 
ainda que se trate de delegação. Nesse caso, somente a execução de 
determinado ato fica sob a responsabilidade do agente delegado, pois o agente 
delegante pode incluir a ressalva de que também continuará editando o

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