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AO EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO PERTENCENTE À 1ª VARA DA COMARCA DE CAMPINAS/SP
PROCESSO Nº: 1234
AUTORA: SUZANA MARQUES
RÉU: JULIANA FLORES
JULIANA FLORES, brasileira, solteira, empresária, cadastrada no registro geral de pessoas físicas sob o nº: (...), residente e domiciliada na Rua Tulipa, 333, no município de Campinas/SP, cep: 000-000, representada judicialmente através de seu advogado devidamente qualificado em procuração mandamental específica juntada ao seguinte feito, com endereço profissional na rua teles mendes, 124, bairro barroso, Campinas/SP, cep: 000-000, onde deverá ser intimado para dar andamento aos atos processuais, nos autos da Ação anulatória de negócio jurídico, pelo rito comum, movida por SUZANA MARQUES, vem com o devido respeito e acato de estilo perante Vossa Excelência apresentar sua CONTESTAÇÃO
Para expor e requerer o que se segue:
I. DAS PRELIMINARES
I.II. DA IMTEPESTIVIDADE DA AÇÃO INICIAL
		Registre-se, desde logo, Excelência, que a ação inicial do caso em tela, resta-se fulminada pela ocorrência do prazo decadencial.
		Conforme se verificará na exposição dos fatos, a Autora alega que sofrera coação para que doasse o imóvel à instituição de caridade. Em outra oportunidade se abordará a inocorrência de tal afirmação. Contudo, se faz necessário inicialmente trazer a informação de que a mesma pedira demissão do cargo que obtinha no mês de abril do ano de 2012.
Portanto, se realmente existira a coação por parte da Sra. Juliana, ora ré, resta-se verificado que tal ação fora sanada no ato do seu desligamento, senão bem antes desse acontecimento, quiçá no dia em que se deu a efetivação do negócio jurídico em questão, isto é, no dia 18 de março de 2012.
A vista do exposto, nobre Julgador, torna-se obrigatório trazer à lume a data em que se deu o início da ação anulatória, como bem sabemos, fora proposta em 20 de janeiro de 2017, como se nota, com quase 5 anos depois do estabelecimento da avença.
O código civil de 2002, traz em seu artigo 178, caput, e no inciso I, o prazo decadencial de 4 anos para que se pleiteei a anulação do negócio jurídico. Com isso, vislumbra-se que nas duas hipóteses, tanto no que diz o caput, quanto se levarmos em conta o dia em se cessou a coação, conforme dispõe o inciso I, resta-se decaído o pedido da autora, não há como se anular um negócio jurídico já atingido pelo prazo decadencial. Nesse sentido:
Art. 178. É de quatro anos o prazo de decadência para pleitear-se a anulação do negócio jurídico, contado:
I - no caso de coação, do dia em que ela cessar;
II - no de erro, dolo, fraude contra credores, estado de perigo ou lesão, do dia em que se realizou o negócio jurídico;
III - no de atos de incapazes, do dia em que cessar a incapacidade. (CC)
		Portanto, pelo exposto, douto Magistrado, constata-se de modo inequívoco impossibilidade de sustentação no pedido da Autora, devendo, deste modo, ser extinto o processo com resolução de mérito por decorrência da argumentação suprareferida. Nos termos do artigo 487, II, do CPC/15:
 	
Art. 487.  Haverá resolução de mérito quando o juiz:
I - acolher ou rejeitar o pedido formulado na ação ou na reconvenção;
II - decidir, de ofício ou a requerimento, sobre a ocorrência de decadência ou prescrição;
I.III. DA OCORRÊNCIA DA COISA JULGADA
		Excelência, ainda que por ventura se vença a primeira questão preliminar levantada nesta peça contestatória, faz-se mister trazer à baila mais um tema explicitamente fulminante ao pedido da Autora.
		Ocorre que em 10 de abril de 2015, restou-se em trânsito em julgado ação anulatória idêntica proposta pela Sra. Suzane em face da Sr. Juliana, que tramitou na 2ª vara cível da comarca de Campinas/SP. A referida ação foi julgada improcedente, e revestida pelo manto da coisa julgada, tendo em vista a impossibilidade de se propor recurso.
		Portanto, ínclito magistrado, requer-se, desde logo, o reconhecimento da preclusão do pedido da Autora, por ser mandamento expresso no código de processo civil a vedação a rediscussão de matéria já preclusa pela ocorrência do trânsito em julgado. Conforme dispõe o artigo 507 do mesmo regramento.
Art. 507.  É vedado à parte discutir no curso do processo as questões já decididas a cujo respeito se operou a preclusão. (CPC)
II. DO MÉRITO
		II. I. DA INEXISTÊNCIA DE COAÇÃO
			A parte autora, alega que sofrera grave coação para efetivar a oferta do seu imóvel à instituição de caridade, contudo, como se verifica no caso em tela, a mesma não juntou provas inequívocas da ocorrência de tal vício de consentimento. Limitou-se a dizer que temia ser demitida caso fosse negada o pedido, assim diz, da Sra. Juliana.
			Ocorre, Excelência, que não houve pedido algum, o que ocorrera fora nada mais que incentivos da Sra. Juliana que, ressalte-se, não foram exclusivos a parte Autora desta ação. Trata-se de motivações que corriqueiramente eram feitas a todo o plantel da organização. Nada mais que estímulos a atitudes altruísticas, que, de bom grado, e conforme queriam, os funcionários bem faziam. 
 Não se pode aceitar que simples sugestões se tornem , repentinamente, em ocorrências d e graves vícios do consentimento, por tão somente serem proferidas pela parte gestora da organização, sob pena d e se estar engessando a pessoa da chef a, que se verá receosa de até mesmo conversar com os seus subordinados . Nota -se que o teor do que a firma a Autora é tão carente de fundamentos que o mesmo pedido , com os mesmos fato s já fora m julgados improcedentes e m ação já atingida pelo manto da coisa julgada, e ai n d a, os demais funcionários, mesmo de religiões diferentes e recebendo as mesmas sugestões, nã o se reconheceram vítimas d e coação , tanto é que já mais efetuaram qualquer esmola a instituição de caridade a qual a Sra. Juliana participa.
A bem da verdade, nobre julgado , o caso exposto t rata -se de inequívoca liberalidade da Sra. Suzane para instituição de caridade, sendo , p oi s, impassível de desfazimento, visto que não houvera qualquer da s hipóteses previstas no artigo do artigo 555 do código civil pátrio. A demais, caso ainda se sustente a argumentação de que existira coação por parte da Ré, não há como se prevalecer tal afirmação, tendo em vista já todo a descrição do s fatos ocorri do s, e que não se passa de simples temor reverencial da Sra. Suzane para co m a Sra. Juliana , de que não houvera efetivo temor de dano iminente à pessoa da Autora. Portanto, não há que se falar em vício de consentimento no caso em tela , devendo , assim, ser declarado improcedente o pedi do de anulação do negócio jurídico. Nesses termos: 
 
Art. 555. A doação pode ser revogada por ingratidão do donatário, ou por inexecução do encargo. (CC) 
Art. 151. A coação, para viciar a declaração da vontade, há de ser tal que incuta ao paciente fundado temor de dano iminente e considerável à sua pessoa, à sua família, ou aos seus bens.(CC ) 
Art. 153. Não se considera coação a ameaça do exercício normal de um direito, nem o simples tem or reverencial (CC) 
 
 
III. DOS PEDIDOS
 
Por todo o exposto, a ré , com o devi do acatamento e respeito, desde logo, requer : 
 
I. O acolhimento das preliminares peremptórias aludidas nesta peça , devendo ser declarado a extinção do presente feito com resolução do mérito, no s termo s do artigo 4 85, II , e m razão da intempestividade da ação in i cia l, e, ademais , pela ocorrência de rediscussão de matéria já decidida em sentença transitada em julgado ; 
II. O reconhecimento da improcedênciado pedido no mérito da questão do caso em tela , visto a inexistência de qualquer coação e vício de consentimento na parte Autora, e por explicitam ente tratar -se de liberalidade da m esma, se não simples temor reverencial ; 
III . Condenação da Autora ao pagamento dos Honorários advocatícios em 20% sobre o valor da causa (art. 8 5 d o C P C ), b em com o nas custas processuais a serem fixadas . 
 
 
IV. DAS PROVAS
 
Requer, a produção de toda s as provas e m direito admitidas, na amplitude dos artigos 369 e seguintes do CPC , em especial documental, testemunhal , pericial e depoimento pessoal do autor . 
 
Nestes termos , pede e espera deferimento.
Fortaleza-Ce, 17 d e outubro de 2017.
N OME DO AD V O GAD O
OAB /UF N º X X.XX X -X

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