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Unidade 01 O Iluminismo Introdução O Iluminismo foi um movimento filosófico, político, econômico, social e cultural que defendeu o uso da razão como o melhor caminho para se atingir a liberdade, a autonomia e a emancipação do ser humano; Seus defensores acreditavam vigorosamente no progresso humano através da educação; em sua visão (um tanto quanto utópica...), a sociedade finalmente atingiria a perfeição quando as pessoas tivessem plena liberdade para pôr em prática o pensamento racional. O respeito pela filosofia racional era, em grande parte, derivado dos recentes avanços da ciência e de sua crescente popularidade; Introdução Cientistas ilustres, tais como Isaac Newton (1643-1727), descobridor de várias leis da física, forneciam as evidências matemáticas para embasar diversas descobertas científicas; ou seja, estas descobertas acabaram fornecendo uma explicação racional para vários fenômenos naturais que, até então, dependiam de concepções religiosas. Introdução Nesse sentido, a partir do Iluminismo “acabou-se a era religiosa da história humana e inaugurou-se uma era não-religiosa e racionalista”. (Collingwood) Introdução Curiosidade: mesmo no século XVIII, muitos naturalistas ainda acreditavam que os fósseis de dinossauros (termo cunhado apenas em 1841) eram os vestígios de animais mortos no dilúvio bíblico (ou seja, que não conseguiram ser salvos por Noé!); Outros historiadores propõe que, sem ter uma explicação “racional” para a existência dos vestígios daqueles enormes animais, várias culturas então desenvolveram a lenda do dragão! O Iluminismo foi também pioneiro na aplicação de métodos científicos ao estudo das sociedades humanas, “rabiscando as modernas ciências sociais”; A ideia básica, neste momento, era que leis racionais pudessem descrever até mesmo o comportamento social – assim como descreviam os fenômenos naturais - e que Introdução justamente o conhecimento destas leis poderia então ser usado para aprimorar as ações humanas. Os conceitos mais importantes do Iluminismo eram a “fé na natureza e a crença no progresso humano”, A natureza, neste caso, era compreendida como “um complexo de leis que interagiam entre si e que governavam o universo”; Introdução O ser humano, portanto, como parte desse “sistema natural”, estaria – por consequência lógica - intencionado a agir de acordo com a razão. Para os iluministas, os seres humanos nascem com a mente “vazia” (a ser preenchida); assim sendo, todas as pessoas nascem essencialmente boas; É a sociedade, portanto, que “molda a sua mente e a corrompe”; Introdução Portanto, se todos pudessem agir e pensar de modo puramente racional (a “pura razão”), as pessoas naturalmente agiriam para promover a felicidade dos outros… Introdução Dessa forma, acreditando terem descoberto “o segredo do progresso infinito” do ser humano, os iluministas defendiam que tanto a felicidade quanto a correção moral do ser humano dependiam, entre outras coisas, do fim das restrições desnecessárias impostas pelo Estado e pela(s) Igreja(s). Histórico As raízes do movimento iluminista podem ser traçadas desde o século XVII, nas ideias do francês René Descartes (1596-1650), para quem a verdade poderia ser alcançada através de duas habilidades inerentes ao ser humano: duvidar e refletir . “Nunca nos devemos deixar persuadir senão por evidência da razão”. “Humanamente não existe um ser que seja feliz sem que o outro também seja”. “Penso logo existo”. Para alguns historiadores, contudo, o título de “pai do Iluminismo” caberia ao famoso filósofo inglês John Locke (1632-1704), autor do “Ensaio sobre o entendimento humano” (1689), no qual, pela primeira vez, desafiou a Histórico doutrina original de que a educação consistia unicamente da leitura de antigos textos e da absorção dos dogmas religiosos. Para ele, o entendimento do mundo requeria observações diretas, incentivando as pessoas a pensarem por si mesmas, usando a razão como guia. Tendo vivido os horrores da guerra civil inglesa (1642 – 1646), Locke foi autor de inúmeros panfletos revolucionários, incluindo o influente “Segundo tratado sobre o governo”, no qual pregava ideias “polêmicas”, tais como: (a) todo governo tem o dever moral de servir o povo através da proteção da vida, da liberdade e da propriedade; (b) o poder do governo deve ser regulado; (c) o povo tem o direito de rebelar-se sempre que o governo violar os direitos individuais; (d) o poder do rei (ou de qualquer governo) emana do povo, que aceita obedecer as lideranças em troca da segurança e do respeito às leis. Histórico Curiosidade: como resultado da guerra civil inglesa (1642 – 1646), o rei Charles I (que havia entrado em conflito com o Parlamento) foi preso e decapitado em janeiro de 1649. Com a sua morte, a Inglaterra torna-se uma “república” até 1660, quando a monarquia é reinstituída (com o rei Charles II). Histórico Em 1693, Locke publica a obra “Pensamentos sobre educação”, defendendo ideais inovadoras, tais como: (1) a educação deve servir para a liberdade; (2) o exemplo é a melhor forma de repassar valores morais e habilidades fundamentais; (3) os pais devem estimular o intelecto de seus filhos; (4) os professores tendem a valorizar o poder etc. Histórico Histórico Locke, já na década de 1680, procurava aplicar os princípios de seu amigo Isaac Newton (recentemente publicados) a áreas tão diversas quanto a psicologia, a economia e a teoria política; A partir de Locke, “o Iluminismo atingiu a maturidade e começou a espalhar-se para outros países”. (Pevsner) John Locke, de fato, influenciou bastante o pensamento de importantes teóricos iluministas - Adam Smith, Thomas Jefferson, Benjamin Franklin, Voltaire etc. – tornando-se inclusive uma das fontes inspiradoras da independência americana (1776). Histórico A partir de 1713 (Paz de Utrecht), todavia, o Iluminismo tornou-se um fenômeno predominantemente francês; De fato, por volta de 1750, a França, graças aos ideais do Iluminismo, voltou a ocupar a posição de centro cultural da Europa; O século XVIII, em função do apogeu atingido pelo Iluminismo, também é conhecido por “Século das Luzes” (em contraste com a Idade Média, que os iluministas preconceituosamente denominaram a “idade das trevas”). Histórico O “racionalismo reformista” do Iluminismo, uma vez disseminado pela Europa, atravessou o Atlântico e chegou ao Novo Mundo; Histórico Na América Espanhola e no Brasil, as “ideias francesas” eram amplamente lidas e debatidas (lembrar, por exemplo, da Inconfidência Mineira). Na Idade Média, “os problemas centrais do pensamento diziam respeito à teologia” e com isso as questões eram todas abordadas do ponto de vista das relações entre Deus e o homem; Do século XVI até o século XIX, por outro lado, os teóricos concentraram-se na criação dos fundamentos da ciência natural; Para entender o espírito humano, usavam como ferramenta principal a filosofia. A Ideia de História No século XVII, o movimento de construção do pensamento, como vimos, concentrou-se nos problemas das ciências naturais, deixando de lado, por exemplo, as questões relacionadas à história. René Descartes (1596-1650), contudo, foi um dos pensadores que abordou o tema (história) em seus escritos. A Ideia de História Para ele, no entanto, a história, “ainda que interessante e instrutiva, ainda que válida para assumir uma atitude prática na vida, não podia reivindicar a verdade” (Collingwood), pois em sua visão, não haveria como ter certeza que osacontecimentos descritos pela história tivessem ocorrido exatamente como foram relatados. Ou seja, para Descartes, a história não chegava a compor, de fato, um ramo do saber... A Ideia de História Descartes (em o Discurso do Método): “Pois conversar com os homens dos outros séculos e viajar é quase a mesma coisa. É bom saber-se qualquer coisa acerca dos costumes de vários povos, para podermos julgar mais sensatamente os nossos e para não pensarmos que tudo aquilo que não está de acordo com os nossos modos é ridículo e irracional, tal como costumam fazer aqueles que nada viram. Mas quando passamos demasiado tempo a viajar, acabamos por nos tornar estrangeiros em relação ao nosso país; e, quando nos preocupamos demasiadamente com os fatos dos séculos passados, ficamos (...) a ignorar os que se manifestam em nosso tempo. Além disso (...) até as histórias mais fiéis – se não modificam nem aumentam o valor das coisas para as circunstâncias mais baixas e menos nobres (...), donde resulta que o resto não aparece tal como é.” A Ideia de História Porém, no séc. XVIII, em consonância com o pensamento a respeito do mundo exterior, começou-se a pensar a história de um modo crítico, distinguindo-a inclusive como “uma forma específica de pensamento, não exatamente como a matemática, a teologia ou a ciência”. (Collingwood) A Ideia de História O ceticismo de Descartes, portanto, não desencorajou os historiadores. Aliás, muito pelo contrário: “procederam como se o considerassem um desafio, um convite para elaborarem, por si próprios, os seus métodos, convencendo-se que a história crítica era possível.” (Collingwood) A Ideia de História Destaque para o trabalho do filósofo, historiador e jurista italiano Giambattista Vico (1668-1774) que, no início do século XVIII, lançou-se ao desafio de formular os princípios do método histórico, “opondo-se à filosofia cartesiana”; Para Vico, sendo o homem o próprio autor da história e tendo ela já acontecido (ou seja, só se conhece o que já foi feito), nada impediria, a princípio, o seu conhecimento. A Ideia de História Para Vico, o processo histórico seria “um processo através do qual os seres humanos elaboram sistemas de linguagem, costumes, leis, governos etc. Isto é: considera a história como a história da gênese e do desenvolvimento das sociedades humanas e das suas instituições.” Ou seja, “o plano da história é um plano completamente humano”. (Collingwood) A Ideia de História A criação da sociedade humana pelo homem e os detalhes desta criação são, portanto, um fato humano, aptos a serem conhecidos/assimilados pelo “espírito humano”. A Ideia de História Vico, por exemplo, ao apresentar seus estudos sobre a história do direito e da língua, considerou este conhecimento tão “certo” ou “válido” quanto o conhecimento que Descartes atribuía aos estudos da matemática e da física; A Ideia de História Para Vico, portanto, o que unia o historiador e o “objeto” de seu estudo era “a própria natureza humana”, unindo os homens do passado e os historiadores contemporâneos. Desconfiar das frequentes opiniões elogiosas da antiguidade (ou seja, os exageros tão comuns em relatos antigos); Levar em consideração a “vaidade das nações” e/ou a vaidade do próprio autor erudito; Estar preparado para dar maior importância às próprias descobertas do que acreditar totalmente nas fontes antigas. Ou seja, o historiador poderia reconstituir, através de métodos científicos, o quadro de uma época passada sem basear-se unicamente na tradição ou nas fontes antigas! A Ideia de História São exemplos das regras que compunham o “método histórico” de G. Vico: A Era dos deuses: os homens são ignorantes e insensatos, prevalecendo “a animalidade”; é uma época em que os homens pouco ou nada usam a reflexão e a razão, ligando-se mais aos sentidos; A Ideia de História A Era dos homens: época em que destaca-se a razão; quando “os homens atingem a consciência crítica e a sabedoria”. A Era dos heróis: período de governos formados por uma aristocracia guerreira, prevalência de uma economia agrícola, uma moral fundamentada na ideia de coragem e lealdade pessoal; E mais: para Vico, os períodos repetiam-se ao longo da história, mas nunca de maneira igual, e sim numa forma “em espiral”, atingindo diferentes fases a cada ciclo semelhante. Por esta razão, a história estaria sempre a criar novidades, o que faz com que a “lei cíclica” realmente não permita prever o futuro; Suas ideias influenciaram os escritos de importantes pensadores, tais como Hegel, Augusto Comte e Karl Marx (“A história se repete, a primeira vez como tragédia e a segunda como farsa”). A Ideia de História Curiosidade: para Vico, a tradição tinha uma grande importância. Logicamente, não como uma “versão literal” da história, mas sim como uma “confusa recordação de fatos distorcidos através de um meio, cujo índice de refração podemos, até certo ponto, determinar. Todas as tradições são verdadeiras, mas nenhuma delas significa aquilo que diz. Para descobrir-se o seu significado, temos de saber que espécie de gente as inventou e o que tal espécie de gente pretendia dizer com tal espécie de coisa”; (Collingwood) Exemplo: teoria da possível relação entre o homem de Neandertal e a lenda dos trolls (Noruega) A Ideia de História A Ideia de História A mesma relação Vico estabeleceu com a mitologia. Para ele, “os deuses primitivos representariam um modo semipoético de exprimir a estrutura social do povo que os inventou”. Ou seja, o estudo da mitologia poderia, de fato, ajudar na formulação de um quadro da vida doméstica, econômica e política dos antigos povos que a criaram; R. G. Collingwood: “Estes mitos constituíam o modo segundo o qual um espírito primitivo e imaginativo exprimia, para si mesmo, aquilo que um espírito mais dado à reflexão teria expresso em códigos jurídicos e morais”. A Ideia de História A Ideia de História Qual a principal limitação dos estudos históricos dos pensadores iluministas? Uma concepção verdadeiramente histórica da história humana entende que todas as coisas feitas pelo homem tem a sua razão de ser e que surgem com “a finalidade de atender às necessidades dos homens, cujas mentes as criaram”; Desta forma, considerar qualquer objeto/construção da história – como foi o caso da religião, combatida pelos iluministas - como inteiramente irracional “é olhar para ela, não como historiador, mas como publicista, como polemista de panfletos”. (Collingwood) Por esta razão, pensadores importantes da história no século XVIII, tais como David Hume (1711-1776) e Voltaire (François Maria Arouet – 1694-1778), deram prioridade ao conhecimento dos fatos históricos ocorridos a partir do século XV: “a causa real dessa limitação de interesse aos tempos modernos residia no fato de, em consequência do seu estreito conceito de razão, não terem qualquer simpatia por aquilo que consideravam como períodos não-racionais da história humana”; (Collingwood) Daí a importância do enaltecimento do Renascimento e, como já dissemos, a denominação da Idade Média como sendo a “Idade das Trevas”... A Ideia de História O Iluminismo e a Política Na virada do século (XVII ao XVIII), grande parte da Europa continental encontrava-se nas mãos de monarquias absolutistas, sistema governamental com vários resquícios das antigas estruturas feudais, tais como a censura e a grande influência da Igreja Católica nas questões de Estado. Pintura equestre de Luís XIV (1673) O Iluminismo e a Política A liberdade conduz ao caos; O pior governo será sempre melhor do que o desgoverno; As pessoas devem lealdade ao soberano, estando ele certo ou errado; O próprio Deus sanciona o poder absoluto dos monarcas. Obras como Leviathan (1651) – a “bíblia do absolutismo” - de Thomas Hobbes, e Patriarcha de Robert Filmer (1680) defendiam ideias conservadoras, tais como: Dessa forma, a teoria política no Iluminismo procurou contestar “o contrato social do direito divino” através da defesa dos “direitos naturais” de liberdade política e de justiça para o homem; O Iluminismo e a Política Estas ideias, obviamente, negavam a autoridade absoluta dos monarcas e enfraqueciam o sistema em todas as suas fases. Pintura equestre de Luís XIV (1694) De fato, diante da rápida disseminação dos ideais iluministas na Europa, alguns monarcas absolutistas, com receio de perder o poder, passaram a tolerá-los; O Iluminismo, portanto, tornou-se popular entre as elites de muitos “baluartes” do absolutismo, tais como a Prússia, a Rússia, a Áustria, a Espanha e até mesmo Portugal. O Iluminismo e a Política Catharina II (1762-1796) da Rússia Os monarcas que, àquela altura, tentavam conciliar o tradicional sistema de governo com as ideias de progresso preconizadas pelo Iluminismo eram denominados “déspotas esclarecidos”: Frederico II, da Prússia; Catharina II, da Rússia; o Marquês de Pombal, em Portugal, dentre outros. Essa adoção dos princípios iluministas por parte das monarquias, por sua vez, empreendeu uma modernização do aparelho administrativo, favorecendo principalmente os interesses da nobreza e da burguesia nacionais. O Iluminismo e a Política Na verdade, os burgueses foram os principais interessados nesta nova filosofia, pois, apesar da riqueza que acumulavam, eles não tinham poder algum para interferir nas questões políticas; O Iluminismo e a Política As práticas mercantilistas adotadas pelos governos absolutistas – com forte interferência do poder central e a concessão de privilégios para membros da nobreza – também contribuíam fortemente para a insatisfação da classe burguesa. Por sinal, alguns dos melhores exemplos de crítica social através das artes, nesta época, são as cenas das ruas londrinas feitas pelo pintor inglês William Hogarth (1697- 1764) e os retratos da corte espanhola feitos por Francisco Goya (1746-1828): O Iluminismo e a Política Infanta Maria Josefa O Iluminismo e a Política Infanta Maria Josefa Retratos da rainha Maria Luisa, feitos por Francisco Goya Os pensadores iluministas acreditavam que o pensamento racional deveria ser levado adiante, substituindo as crenças religiosas e o “misticismo”, que, segundo eles, bloqueavam a evolução do homem; O homem, portanto, deveria ser o centro das atenções e passaria a usar somente a razão para obter as respostas daquelas questões que, até então, eram justificadas somente pela fé. O Iluminismo e a Religião Collingwood: “Por Iluminismo entende-se aquele esforço – característico do início do século XVIII – de secularizar todos os setores da vida e do pensamento humanos. Foi uma revolta não só contra o poder da religião institucional como contra a religião em si mesma”; Para os teóricos iluministas, “certas formas de atividade mental” eram, portanto, “formas primitivas, destinadas a perecer quando o espírito” atingisse a maturidade”. O Iluminismo e a Religião Ou seja, à medida que o homem se desenvolvesse, a razão prevaleceria sobre “a imaginação e a paixão”; O Iluminismo e a Religião Para os iluministas, “a religião era uma coisa completamente desprovida de qualquer valor positivo, não passava de erro total, devido à hipocrisia sem escrúpulos e calculista duma classe de seres chamados padres, que – segundo parece que eles pensavam – a inventaram para servir de instrumento de O Iluminismo e a Religião domínio sobre a massa dos homens. Termos como religião, sacerdote, Idade Média e barbarismo (...) eram, para essas pessoas, (...) simplesmente termos ofensivos. Possuíam uma significação emocional e não conceitual”. (Collingwood) Outra questão que levava os iluministas a combaterem a igreja era a sua frequente intromissão nos assuntos econômicos e políticos. Este “hábito”, portanto, seria nocivo “ao desenvolvimento e ao progresso da sociedade”; “Até mesmo o pensamento dogmático religioso era colocado como uma barreira entre Deus e o homem. O pensamento iluminista acreditava que a natureza divina estava presente no próprio indivíduo e, por isso, a razão e o experimento eram meios seguros de compreensão da essência divina”. (R. Sousa) O Iluminismo e a Religião Do ponto de vista da Igreja, é claro que “as liberdades modernas, que a doutrina das luzes colocava no centro das suas reivindicações, eram percebidas (...) como contrastantes com a absolutez (e a unicidade) da verdade e sobretudo como uma ameaça direta à própria possibilidade da sua legitimidade, enquanto atentavam contra o princípio de autoridade que está na base da estrutura hierárquica da Igreja” (G. Piana). O Iluminismo e a Religião Papa Pio VI (1775-1799) Daí a aberta - e veemente – condenação pela Igreja das teses iluministas e a rejeição da “razão da modernidade” que embasava todo o sistema do pensamento iluminista. O Iluminismo e a Religião “Napoleão: Revolta em Pavia”, de Paul-Emile Boutigny: Papa Pio VI clama a Napoleão para poupar a cidade de Pávia (1796) G. Piana: “Certamente, também não faltavam motivos plausíveis para tal condenação e tal rejeição. A tendência às vezes presente na doutrina iluminista de absolutizar a razão acabava, de fato, subtraindo da fé qualquer possibilidade de expressão, relegando-a ao âmbito das formas míticas ou supersticiosas; enquanto, por sua vez, a tentação da totalização ideológica (...) dava origem a uma concepção fechada da realidade, destinada a servir de suporte ao sistema político e econômico existente – o liberal-capitalista – consolidando-o e tendendo a perpetuá-lo no tempo”. O Iluminismo e a Religião O Iluminismo, em resumo, adotava um sistema que, embora admitisse a existência de um Deus, negava a autoridade de qualquer igreja, questionando a sua própria necessidade (bem como a do clero): o chamado deísmo; Dentro desta ótica, é óbvio que os pensadores iluministas atacaram a Igreja Católica com especial vigor, especialmente quando relembramos alguns de seus personagens polêmicos... O Iluminismo e a Religião Curiosidade: a partir da Revolução Francesa (1789), o patrimônio religioso francês era frequentemente atacado pelas multidões enfurecidas, pois “o aparato eclesiástico (...), juntamente com a nobreza, representava o poder reacionário a derrubar.” (G. Piana) O Iluminismo e a Religião “Profanação de uma Igreja”, de Jacques Desfontaines (1794) O Iluminismo e a Religião Decreto francês de 02/11/1789 confiscou todos os bens da Igreja Católica; o decreto de 13/02/1790 fechou todos os mosteiros e expulsou seus habitantes. O Iluminismo e a Religião O Papa Pio VII, por exemplo, no início do século XIX (1808-1814), foi preso e exilado (como Pio VI) por Napoleão Bonaparte. O Iluminismo francês exerceu uma poderosa influência na Inglaterra; naquela época, muitos jovens de sua elite viajavam à França para completar sua educação; Dentre eles, alguns expoentes do pensamento inglês, tais como Adam Smith (1723-1790), o “pai da economia moderna”. O Liberalismo Econômico “A riqueza de uma nação se mede pela riqueza do povo e não pela riqueza dos príncipes.” “O Estado não deve interferir na economia. Ela se ajusta por si só.” Uma nova escola de economistas se desenvolveu no período. Atravésde Adam Smith, foram apresentados uma série de “princípios invariáveis” do comportamento econômico, baseados na crença de que as pessoas, apesar de agirem de acordo com seus próprios interesses, através da competição trabalhariam para promover o progresso econômico geral: surgem as bases do liberalismo econômico. O Liberalismo Econômico “Uma investigação sobre a natureza e a causa da riqueza das nações” (1776) Os defensores do liberalismo econômico, por sua vez, apontavam as mazelas do mercantilismo e sua doutrina baseada fortemente nas riquezas da terra (agricultura) e na acumulação de metais preciosos; O Liberalismo Econômico Os iluministas, naturalmente, combatiam com vigor a instituição do monopólio comercial, típico das economias colonialistas (Inglaterra, Portugal etc.) e/ou fortemente centralizadas (França). Ainda de acordo com Adam Smith, os governos deveriam evitar a regulação, em favor da livre operação da iniciativa privada e das próprias forças do mercado; O Liberalismo Econômico Este, por sinal, é um dos mais importantes enunciados da política econômica liberal e também mais um exemplo da crença dos iluministas em modelos gerais do comportamento humano derivados do pensamento racional. A revolução científica ocorrida entre os séculos XVII e XVIII, além de melhorar o conhecimento do mundo pelo ser humano, facilitaria, mais tarde, o nascimento da revolução industrial; Iluminismo: consequências As discussões referentes aos direitos individuais e universais dos povos conduziram a importantes mudanças sociais e culturais e estas, por sua vez, estimularam grandes mudanças políticas, tais como a Revolução Francesa, o movimento de independência de várias colônias etc. Pensadores Iluministas Charles de Secondat, o Barão de Montesquieu (1689- 1755): membro da primeira geração de iluministas, além de aristocrata foi também um oficial de justiça e membro da Academia de Ciências da França; Em sua maior obra, “O espírito das leis” (1748), expressou seus princípios políticos básicos. Mais tarde, durante a Revolução Francesa (1789), este trabalho influenciaria bastante a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão. Pensadores Iluministas Com base na experiência inglesa, Montesquieu defendia a divisão equilibrada do governo em três poderes independentes - Legislativo, Executivo e Judiciário -, como forma de garantir o sucesso de uma democracia. “O luxo arruína as repúblicas; a pobreza, as monarquias.” “Liberdade é o direito de fazer aquilo que as leis permitem.” “Quando vou a um país, não examino se há boas leis, mas se as que lá existem são executadas, pois boas leis há por toda parte”. Voltaire (1694-1778), pseudônimo de Françoise-Marie Arouet, foi o maior símbolo do Iluminismo; escritor e filósofo polêmico, foi um dos maiores críticos da monarquia (e suas injustiças) e da religião tradicional; Dentre suas principais obras, destaque para “Cartas filosóficas” (1734). Pensadores Iluministas “O valor dos grandes homens mede-se pela importância dos serviços prestados à humanidade.” “A guerra é o maior dos crimes, mas não existe agressor que não disfarce o seu crime com o pretexto de justiça.” Ele popularizou a ciência de Isaac Newton, lutou pela liberdade de imprensa, criticou abertamente a Igreja Católica etc. Ao longo de tais embates, além de enfrentar prisões e o exílio, produziu centenas de folhetins, peças de teatro, ensaios, panfletos etc.; Ainda em vida, Voltaire tornou-se uma “lenda” tanto para os leitores comuns quanto para importantes monarcas (alguns dos quais mantinham até correspondência com ele, tais como Catharina II (1762- 1796) da Rússia e Frederico II (1740-1786) da Prússia). Pensadores Iluministas Voltaire teve muitos discípulos e imitadores, mas o seu maior “rival” na difusão das ideias iluministas foi, sem dúvida, uma publicação: a coleção de 35 volumes que compunha a Enciclopédia francesa, editada por Denis Diderot (1713-1784) e Jean D’Alembert (1717-83) entre 1751 e 1780. Pensadores Iluministas A Enciclopédia, o principal “monumento” dos iluministas, declarou a supremacia da nova ciência, denunciando a superstição e expondo os méritos da liberdade humana; Pensadores Iluministas Além de informações e ilustrações científicas variadas, suas páginas continham também artigos diversos, dentre os quais, por exemplo, alguns textos críticos que apontavam os malefícios do tráfico de escravos e a crueldade das leis criminais contemporâneas. Jean-Jacques Rousseau (1712-1778): por suas ideias muitas vezes contrárias às de seus colegas iluministas, foi tido frequentemente como uma pessoa de temperamento difícil e bastante excêntrica; Apesar de acreditar nos objetivos gerais do Iluminismo, Rousseau não confiava plenamente no racionalismo e na ciência... Pensadores Iluministas Em seus inúmeros escritos, falava como “um rebelde contra todas as instituições estabelecidas”. Rousseau, na verdade, glorificava a intuição e o impulso humanos, confiando mais nas emoções do que nos pensamentos; no coração mais do que na mente. Por causa disso, foi também chamado de “defensor do racionalismo romântico”; Pensadores Iluministas Para Rosseau, “a simplicidade e a comunhão entre os homens deveriam ser valorizados como itens essenciais na construção de uma sociedade mais justa”. Além de ter contribuído com a Enciclopédia, foi também autor do “Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre os homens” e do “Contrato social” (1762), esta última a sua “acusação formal contra a monarquia absolutista”; Pensadores Iluministas Destaque também para a criação da figura do “nobre selvagem” – aquele que vivia completamente livre das leis, das cortes, padres e oficiais civis – do qual Rousseau declarava-se um grande admirador. O Iluminismo também foi significativo para a história da conservação de nossa herança cultural, na medida em que introduziu paradigmas e formulou conceitos que efetivamente fundaram o “moderno sistema conservacionista”; Uma das questões fundamentais no século XVIII foi, como já vimos, justamente a elaboração do novo conceito de “história”, conforme os estudos de Giambattista Vico (Itália) e principalmente Johann Joachim Winckelmann (como veremos mais adiante). História & Herança Cultural O século XVIII testemunhou não apenas um grande interesse no estudo arqueológico sistemático das antiguidades, como também assistiu ao início das viagens de estudo (Grand Tours) para a Itália e o Mediterrâneo (a princípio) e depois para outras regiões do mundo. História & Herança Cultural Interior do Panteão (G. Panini – c.1750) O objetivo dos viajantes – contaminados pelo pensamento iluminista - era compreender a origem das coisas, explorar o mundo e “submeter tudo à consideração crítica”. História & Herança Cultural No século XVII, o colecionismo de antiguidades já havia se tornado moda também fora da Itália. E uma vez que Roma perdia o seu poder econômico, importantes coleções eram vendidas para a França, Inglaterra e outros países. História & Herança Cultural História & Herança Cultural Ou seja, importantes peças da cultura greco-romana foram definitivamente deslocadas para diferentes partes do continente europeu (a “diáspora” das obras de arte). A França, através do influente Ministro das Finanças de Luís XIV, Jean-Baptiste Colbert, fundou em 1666 a Academia Francesa em Roma; seus membros tinham como função principal estudar os antigos monumentos da cidade, preparar desenhos em escalae propor “restauros” ilustrativos, baseados nas hipotéticas “formas originais” dos antigos monumentos. História & Herança Cultural Sociedades acadêmicas na Itália também foram criadas por ingleses– a Sociedade dos Antiquários (1717) e a Sociedade dos Dilettanti (1734). Este intercâmbio entre artistas e estudiosos ingleses, franceses e italianos, por sinal, iria contribuir posteriormente para o nascimento e difusão do movimento neoclássico na Europa. História & Herança Cultural A partir do século XVIII, portanto, evidencia-se uma crescente consciência do “valor universal” de importantes obras de arte e monumentos históricos, marcando assim o início de um sentimento mais generalizado de responsabilidade por sua preservação. História & Herança Cultural De fato, a preocupação com as condições de várias obras- primas artísticas e a crença de que deveria haver uma responsabilidade compartilhada por todos na preservação desta herança começam a ficar evidente nas expressões de muitos viajantes e estudiosos. História & Herança Cultural Fragmentos do testemunho do viajante francês Boyer d’Argens em 1738, que evidenciam o reconhecimento patente do “valor universal” de importantes obras de arte como elementos de união dos povos: “Roma ainda possui um número infinito de vistas maravilhosas que devem ser defendidas, protegidas e conservadas por todos aqueles que se opõem à vulgaridade e à ignorância. (...) o homem Rafael, superior a todos os outros homens na arte (...) através de quem os homens de todos os países e todas as regiões podem se tornar irmãos”. História & Herança Cultural Ao final do século XVIII, seguidores das ideias de Winckelmann levaram ainda mais longe o conceito de “universalidade” da herança cultural, com a noção de que os produtos que contêm o valor de autenticidade pertenceriam à toda humanidade; História & Herança Cultural A ciência, a arte e a literatura, portanto, eram vistos como pertencentes a um mundo além das barreiras nacionais. Ao longo do século XVIII, escavações foram promovidas nos arredores de Roma, Óstia e Tivoli, levando à consequente ampliação de seus museus; A grande agitação, porém, foi causada por novas descobertas arqueológicas, em particular a sensacional escavação das cidades de Herculano, Pompéia e Estabia, que haviam permanecido enterradas por um longo tempo ao pé do Vesúvio. Descobertas Arqueológicas Descobertas Arqueológicas Mapa dos arredores do Vesúvio à época de sua grande erupção. Herculano, Pompéia e Estabia foram soterradas quase ao mesmo tempo na erupção do Vesúvio, ocorrida no ano 79 de nossa era (evento descrito por Plínio, o Jovem, testemunha ocular da tragédia); Descobertas Arqueológicas O desastre aconteceu tão rápido que muitos cidadãos foram incapazes de fugir quando as cidades foram inteiramente cobertas por lava e cinzas vulcânicas. A princípio, descobertas casuais às vezes revelavam estátuas de mármore e outros objetos, mas nada que despertasse especial atenção. Descobertas Arqueológicas Em 1711, contudo, um nobre austríaco, escavando em sua propriedade na cidade portuária de Portici, desenterrou três estátuas romanas de rara qualidade (representando duas jovens mulheres e uma senhora de mais idade). Descobertas Arqueológicas Depois de restaurá-las, enviou-as para Viena como presente ao Príncipe Eugéne; mais tarde, as estátuas foram adquiridas para a coleção de Dresden, onde tornaram-se conhecidas por Maria Amalia da Saxônia, casada com Carlos III dos Bourbons, que ascendeu ao trono do reino das Duas Sicílias; Descobertas Arqueológicas Ao chegar a Nápoles em 1738, o rei Carlos imediatamente ordenou que as escavações continuassem no mesmo local onde as três estátuas haviam sido descobertas. De início, descobriu-se um teatro (depois identificado como parte de Herculano), porém a dureza do solo e a presença da “moderna” cidade de Resina logo acima de Herculano levaram os trabalhos a serem interrompidos em 1765; Desta forma, Pompéia e Estabia, descobertas em 1748, logo atraíram uma maior atenção. Descobertas Arqueológicas Descobertas Arqueológicas Villa de Ariadne (Estabia) Descobertas Arqueológicas Imagem de Estabia Descobertas Arqueológicas Imagem de Estabia Contudo, por suas condições favoráveis (solo menos compacto, mais próxima da superfície), Pompéia concentrou os maiores trabalhos de escavação, levando inclusive à criação de um museu na cidade de Portici, onde as descobertas eram então expostas. Descobertas Arqueológicas Nesse período, as escavações acontecem sob a supervisão de Rocque Joaquín de Alcubierre (oficial espanhol), que logo em 1749 convida o matemático e engenheiro suíço Karl Jakob Weber (1712-1764) para integrar sua equipe; Descobertas Arqueológicas Weber, por sua vez, aplicou aos trabalhos arqueológicos um inédito grau de profissionalismo; seu método de tratar ambientes inteiros dentro de um mesmo contexto fez dele um dos precursores da “moderna arqueologia”. Weber: Villa dos Papiros Em Pompéia, as escavações começaram no anfiteatro (pois sua forma inconfundível destacava-se no solo). Descobertas Arqueológicas Os trabalhos arqueológicos, de início, eram confusos e sem objetivos claros. Tanto assim que vários locais eram escavados e, logo em seguida, enterrados novamente; Na verdade, havia inicialmente uma busca por tudo aquilo que pudesse enriquecer as coleções europeias do período; tudo o que pudesse ser removido (incluindo afrescos) era simplesmente levado embora. Descobertas Arqueológicas Descobertas Arqueológicas Curiosidade: após a escavação, as cores tendiam a perder o seu brilho e as pinturas começavam a descascar das paredes. Várias soluções foram testadas. Exemplo: em 1739, Stefano Moriconi, um oficial siciliano, tentou “avivar” as cores com o uso de um “verniz milagroso”, mas isso acabou gerando uma camada amarelada que obscurecia as pinturas e causava um dano ainda maior. Descobertas Arqueológicas Outro absurdo: em 1761, chegou-se a ordenar a remoção e destruição daqueles “inúteis rebocos coloridos antigos” encontrados nos prédios! Os prédios, muitas vezes escavados por escravos da Tunísia ou Argélia, poderiam até ser destruídos (se fosse preciso) para obter-se um item valioso; Descobertas Arqueológicas As melhores peças em mármore, os mosaicos e bronzes tiveram a pátina removida e em seguida foram “restaurados”; alguns fragmentos em bronze, porém, chegaram a ser derretidos para a produção de um busto do rei e uma grade para os portões da cidade! Enfim, no início das escavações, muita coisa se perdeu ou foi simplesmente levada embora; Descobertas Arqueológicas Em 1755, o rei Carlos III da Espanha (ou Carlos VII de Nápoles) finalmente providenciou uma série de leis para proteger a importante herança grega e romana na região de Nápoles. A partir deste momento, portanto, a exportação de peças sem a autorização expressa do monarca foi proibida. Essa proclamação focou basicamente em objetos encontrados nas escavações e em garantir os direitos da casa real e suas coleções; Contudo, ainda não havia qualquer menção a respeito da conservação dos prédios ou sítios arqueológicos... Descobertas Arqueológicas Detalhe da tela “Escavações em Pompéia” de Louis Francais Em paralelo, a documentação que ia sendo produzida a partir destas descobertas transformou-se, mais tarde, em inúmeras publicações. Descobertas Arqueológicas A primeira planta baixa, por exemplo, foi feita por Alcubierre do teatro de Herculano; Por volta de1750, no entanto, já haviam 404 relatórios escritos a respeito dos sítios escavados (a maioria por Weber). Descobertas Arqueológicas Quadro alemão retratando as escavações em Pompéia (autor e data desconhecidos) Destaque para os oito volumes da Le Antichità di Ercolano esposte do próprio Karl Jakob Weber, publicados entre 1755 e 1792; Estas obras foram traduzidas em diversas línguas e influenciaram, como seria de se esperar, a difusão do neoclassicismo (como veremos mais adiante). Descobertas Arqueológicas Goethe, a respeito de Pompéia: “Muitos desastres têm atingido o mundo, mas poucos trouxeram tanta alegria à posteridade”. Descobertas Arqueológicas Detalhe do afresco “Vênus e cupidos” (Pompéia) A partir de 1765, porém, o novo responsável pelas escavações, o engenheiro espanhol Francesco La Vega, começa a adotar novos procedimentos. Descobertas Arqueológicas A partir de então, La Vega, o mais qualificado, deu início a uma documentação sistemática, insistindo numa abordagem mais organizada das escavações, concentrando-se na apresentação de grandes áreas ao invés de focar na simples coleta de antigos objetos. Descobertas Arqueológicas La Vega, por exemplo, propôs a preservação e conservação dos afrescos da Casa del Chirurgo (Casa do Cirurgião) in loco, determinado a deixar o local exatamente como havia sido encontrado, não apenas de forma a “satisfazer o público” como também por reconhecer, como fonte principal de seu valor, o efeito que transmitia ao ambiente inteiro (preservado), algo que seria destruído caso as pinturas fossem removidas. Descobertas Arqueológicas Descobertas Arqueológicas Casa del Chirurgo - Pompéia Descobertas Arqueológicas Casa del Chirurgo - Pompéia La Vega também propôs a construção de albergues para que os turistas pudessem se hospedar. Ele sugeriu que estas construções fossem exatamente iguais às casas antigas, de forma a servir também como algo didático. Descobertas Arqueológicas Descobertas Arqueológicas Pompéia Descobertas Arqueológicas Pompéia Descobertas Arqueológicas Pompéia Descobertas Arqueológicas Pompéia Descobertas Arqueológicas Pompéia Descobertas Arqueológicas Pompéia Descobertas Arqueológicas Pompéia Descobertas Arqueológicas Pompéia Descobertas Arqueológicas Pompéia Descobertas Arqueológicas Pompéia Descobertas Arqueológicas Pompéia Descobertas Arqueológicas Pompéia – taberna (termopolium) Descobertas Arqueológicas Pompéia – taberna (termopolium) de Asellina Descobertas Arqueológicas Pompéia – taberna de Asellina: propaganda política! Descobertas Arqueológicas Pompéia – taberna de Asellina Descobertas Arqueológicas Pompéia – taberna de Asellina Descobertas Arqueológicas Pompéia – taberna de Asellina (Lararium) Descobertas Arqueológicas Pompéia – taberna de Asellina (afresco com dizeres) Hoc (Aqui!) Non, mia est (Não, é meu!) Qui vol sumat (Que quer levar?) Oceanus, veni, bibe! Descobertas Arqueológicas Pompéia Descobertas Arqueológicas Pompéia – triclinium interno Descobertas Arqueológicas Pompéia – triclinium externo Descobertas Arqueológicas Pompéia Descobertas Arqueológicas Pompéia Descobertas Arqueológicas Pompéia: vestígios dos habitantes Descobertas Arqueológicas Pompéia: vestígios dos habitantes Descobertas Arqueológicas Pompéia: vestígios dos habitantes Descobertas Arqueológicas Pompéia Afrescos de um dos cubiculum da Casa del Centenario Descobertas Arqueológicas Pompéia: estátua de Pan e o cabrito (escultura de jardim...) Descobertas Arqueológicas Pompéia: vestígios dos habitantes Descobertas Arqueológicas Pompéia (atual) Descobertas Arqueológicas: Resultados Em resumo: as grandes descobertas arqueológicas do século XVIII estão entre os principais fatores a influenciar o neoclassicismo, que – conforme veremos mais adiante - tornou- se um movimento reacionário contra os excessos do rococó e do barroco tardio. Igreja de Sta. Elizabeth (Berlin), de Karl F. Schinckel (1832) Igreja de Wies (Bavária), de Dominikus Zimmerman (1745-1754) X Descobertas Arqueológicas: Resultados O neoclássico, porém, ao procurar uma nova definição para a arquitetura, penetrou em todos os campos da arte e, em certa medida, contribuiu para a fundação do mundo moderno. (Jokilehto) Hebe (Antonio Canova) Descobertas Arqueológicas: Resultados Antiochus e Stratonice (Jean Auguste Ingres) Referências: BETROS, Gemma. The French Revolution and the Catholic Church. Disponível em: <http://www.historytoday.com/gemma-betros/french-revolution-and-catholic-church>. Acesso em: 10 fev. 2014. BENEVOLO, Leonardo. Historia da arquitetura moderna. São Paulo: Perspectiva, 1994. COLLINGWOOD. R. G. A Ideia de História. Lisboa: Editorial Presença, 1981. HACKETT, Lewis. The Age of Enlightenment: the European Dream of Progress and Enlightenment. Disponível em: < http://history-world.org/age_of_enlightenment.htm >. Acesso em: 19 jul. 2013. JOKILEHTO, Jukka. A History of Architectural Conservation. Oxford: Elsevier, 2006. JORDAN, Robert Furneaux. História da Arquitetura no Ocidente. São Paulo: Editorial Verbo, 1985. PEVSNER, Nikolaus. Panorama da Arquitetura Ocidental. São Paulo: Martins Fontes, 2002. PIANA, Giannino. Iluminismo e Igreja Católica. Disponível em: <http://www.ihu.unisinos.br/noticias/516502-iluminismo-e-igreja-catolica-artigo-de-giannino-piana>. Acesso em: 10 fev. 2014.
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