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Movimentos Romântico, Neogrego e Neogótico

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O MOVIMENTO ROMÂNTICO, 
O NEOGREGO E O NEOGÓTICO
Unidade I
 O Movimento Romântico teve 
origem na Inglaterra, principalmente 
como manifestação literária; 
 Na literatura, o Romantismo foi “a 
reação do sentimento contra a razão, 
da natureza contra o artificialismo, 
da simplicidade contra a ostentação, 
da fé contra o ceticismo”.
HISTÓRICO
Caspar Friedrich – “Wanderer
above the sea of fog” (1818)
 Surgem, na poesia romântica, as figuras do “nobre 
selvagem”, do “nobre grego”, do “virtuoso romano” e do 
“piedoso cavalheiro medieval”.
HISTÓRICO
Daniel Maclise –
“Udine” (1843)
Edward Armitage –
“Retribution” (1858)
HISTÓRICO
 O súbito e descontrolado crescimento das cidades – e 
fábricas - verificado durante a Revolução Industrial 
provocou a destruição de áreas inteiras de antigas 
cidades, muitas delas de grande beleza. As pessoas que 
testemunharam tal perda, sensibilizadas pelo que vinha 
acontecendo, “se divorciaram de seu século e voltaram-se 
para um passado mais inspirador”. (N. Pevsner) 
HISTÓRICO
 Qualquer que seja seu objeto (arte, literatura, 
arquitetura), “a atitude romântica é de nostalgia, isto é, 
antagonismo ao presente, um presente que, para alguns, 
era principalmente a frivolidade rococó, para outros, o 
racionalismo sem imaginação, e para outros ainda, um 
feio industrialismo e comercialismo”. (R. Jordan)
HISTÓRICO
 Ao lado disso, não podemos deixar de 
levar em conta que, neste momento, a 
maior clientela dos arquitetos vai ser 
justamente uma burguesia em ascensão 
– em grande parte ligada à indústria -
que, além de não possuir uma 
educação erudita (sem falar na “falta de 
boas maneiras” sugerida por Pevsner...), 
era composta de “individualistas 
convictos”.
HISTÓRICO
 Por conseguinte, quando um rico cliente, por qualquer 
motivo, gostasse de um determinado estilo 
arquitetônico, nada o impedia de realizar sua vontade e 
ter uma casa (ou fábrica, ou edifício de escritórios etc.) 
construído nesse estilo.
HISTÓRICO
 Assim sendo, “infelizmente, para o futuro imediato da 
arquitetura”, inúmeros estilos possíveis haviam sido 
explorados – muitas vez só por diversão - por alguns 
admiradores “ociosos e sofisticados” do século XVIII, 
compondo verdadeiras “fantasias nostálgicas de um 
tempo e um espaço distantes”; 
 Os ingleses, por exemplo, usam o termo “folly” para 
descrever algumas dessas “brincadeiras” 
arquitetônicas...
Templo “arruinado” nos 
jardins do Castelo de 
Highclere (Inglaterra)
HISTÓRICO
“Ruínas góticas” (folly) em Hagley Park (1747), projeto de Sanderson Miller
HISTÓRICO
“Templo dórico” (folly) em Shugborough Park (1760), projeto de James Stuart
 “Nenhuma destas follies tinha 
qualquer mérito intrínseco; (...) 
transbordavam de sentimentalismo 
e de resto eram vãs. (...) tudo isto 
existia, por razões que talvez fossem 
válidas, mas que de certo eram mais 
literárias e românticas do que 
puramente de ordem arquitetônica”. 
(Jordan)
HISTÓRICO
Folly – Pagode chinês do Kew
Gardens, em Londres (1762) projeto 
de Sir William Chambers
HISTÓRICO
Detalhes do parque do Chateau de 
Groussay (França) - 1815
 Uma vez que o importante é a interpretação, “o mesmo 
tratamento é aplicável a todo tipo de forma do passado, 
(...) produzindo os respectivos revivals: o neogótico, e 
neobizantino, o neo-árabe, e assim por diante”; 
(Benevolo) 
 Os autores ingleses chamam a este movimento, em sua 
forma mais ampla, de historicism (“historicismo”).
HISTÓRICO
“Iranistan”, casa do magnata 
americano P. T. Barnum (1848)
HISTÓRICO
Sezincote (S.P. Cockerell – 1809)
HISTÓRICO
Medical College of Virginia (EUA), construída em 1845
HISTÓRICO
Palazzo della Assicurazioni Generali (Florença, 1871)
 É Importante registrar também que o movimento
historicista, em países com uma marcante presença de 
antigas construções medievais (exemplo: França, 
Inglaterra, Alemanha) encontraria também fortes 
motivações ligadas ao sentimento de patriotismo e da 
busca pelas próprias raízes.
HISTÓRICO
 O movimento historicista, contudo, apresenta algumas 
importantes contradições:
1. O conhecimento a respeito dos monumentos antigos 
acumulado após tantos anos de estudos permite que 
os arquitetos imitem um determinado estilo do 
passado com toda a fidelidade possível, garantindo 
assim uma certa “unidade de linguagem” 
arquitetônica. Contudo, nesse momento, os estilos 
disponíveis são tantos que, ao apresentaram-se “ao 
mesmo tempo na mente do arquiteto”, provocam 
uma descontinuidade total do conjunto das obras 
historicistas.
HISTÓRICO
2. Como diz L. Benevolo, neste período “a margem de 
liberdade individual, num certo sentido, é reduzida a 
zero, e, em outro, aumentada desmesuradamente”. 
Ou seja, ao escolher fazer uso de um determinado 
estilo, “vale o critério da fidelidade histórica”; o 
arquiteto não possui uma margem muito grande para 
“assimilá-las a seu modo”, uma vez que os modelos a 
serem considerados são exemplos reais, amplamente 
reconhecidos pela experiência. Por outro lado, o 
projetista tem uma liberdade quase ilimitada, uma 
vez que pode escolher, dentre os inúmeros estilos 
disponíveis, aquele que irá usar.
HISTÓRICO
 Contudo, ao forçar os arquitetos a adaptarem a 
linguagem de cada estilo - “até o ponto que foi possível” -
às novas exigências construtivas e a estudar estes 
diferentes estilos de uma forma madura e objetiva, o 
historicismo também acabou refletindo “um caráter de 
abertura para o futuro”, que conduziria, mais tarde, ao 
movimento moderno.
HISTÓRICO
Bolsa de Amsterdam, projeto de 
H. P. Berlage (1903)
 O Movimento Romântico, portanto, surgiu quando 
esses diferentes estilos históricos passaram a ser 
dotados de “associações sentimentais”; 
 Sir Joshua Reynolds (1786): “temos, naturalmente, 
uma veneração pela Antiguidade, e sempre que uma 
construção nos traz à lembrança costumes e modos de 
vida antigos, tais como os castelos de barões da antiga 
cavalaria, é certo que nos dá prazer”.
HISTÓRICO
 Consequentemente, nas primeiras três décadas do século 
XIX, encontraremos “a mais alarmante situação social e 
estética na arquitetura”: os arquitetos acreditavam que 
qualquer coisa criada nos séculos anteriores à Revolução 
Industrial seria necessariamente melhor que qualquer obra 
que expressasse o caráter de sua própria era!
HISTÓRICO
Wray Castle (c.1840)
 Os clientes, por sua vez, agora também exigiam outras 
qualidades além das estéticas para aprovar um projeto; 
 Neste caso, além de compreender as associações 
propostas pelos defensores do Movimento Romântico, os 
clientes também procuravam uma qualidade que eles, 
neste momento, já tinham condições de captar ou mesmo 
de conferir: a fidelidade da imitação. 
HISTÓRICO
Wray Castle (c.1840)
 E graças ao aprimoramento dos métodos de 
conhecimento histórico (um dos fatos que caracterizou o 
século XIX), o “tratamento livre e fantasioso” dos estilos 
realmente desenvolveu-se na direção de uma “exatidão 
arqueológica”;
HISTÓRICO
 Como diz Nikolaus Pevsner: o século 
XIX “é, de fato, o século do 
historicismo”, ou seja, “um “século 
doentio” em que arquitetos “se 
satisfizeram em ser contadores de 
histórias em vez de artistas”.
Wray Castle (estufa)
 O ensino de arquitetura, por 
consequência, abandonou a teoria 
estética e concentrou-se na pesquisa 
histórica;
 Ou seja, os arquitetos procuravam munir-
se de “um estoque bem sortido de 
detalhes históricos” para aplicar em seus 
projetos, sem tempo e/ou sem vontade 
de estudar a possibilidade de 
desenvolver um estilo próprio/original, 
que caracterizasse o século XIX.
HISTÓRICO
 Luciano Patteta: “Pensemos na convicçãode que era 
possível escolher entre elementos extraídos das 
antiguidades, concentrar o melhor deles, iludindo-se de 
que esse “encontrar e aplicar” pudesse comparar-se às 
experiências criativas do passado, baseadas, ao invés, no 
“buscar ex novo e renovar sempre”.”
HISTÓRICO
 Dessa forma, até mesmo arquitetos ilustres ou que 
tornaram-se conhecidos por sua preferência pelo estilo 
neoclássico, vez por outra, para atender a demandas de 
clientes, produziam obras no estilo gótico ou recriavam a 
“grandeza” dos castelos medievais. 
Sir John Sloane: Bank of
England (1778-1833)
Sir John Sloane: Galeria de 
Arte de Dulwich (1811)
HISTÓRICO
John Nash: Park Crescent
John Nash: Cumberland Terrace
HISTÓRICO
John Nash: The Royal Pavillion em Brighton (1815-1818)
HISTÓRICO
John Nash: The Royal Pavillion em Brighton (1815-1818)
HISTÓRICO
John Nash: The Royal Pavillion em Brighton (1815-1818)
HISTÓRICO
John Nash: The Royal Pavillion em Brighton (1815-1818)
HISTÓRICO
HISTÓRICO
Broadway Tower, construída em 
1800 por Robert Adam
The Grange, construído por Robert 
Adam em Hampshire (1804-1809)
 Resumindo: no começo do século XIX, o “baile de 
fantasias da arquitetura” vai estar em plena agitação: 
clássica, gótica, old-english etc.;
 Por volta de 1840, os álbuns de modelos para clientes e 
construtores incluíam vários outros estilos: Tudor, 
Renascença francesa, Renascença veneziana etc. 
HISTÓRICO
Highcliffe Castle (1831-1836)
 Isso não quer dizer, contudo, que durante o século XIX 
todos esses estilos tenham sido utilizados (ou usados 
com a mesma frequência): as preferências normalmente 
variavam de acordo com a moda;
 Pevsner: “Um balanço da arquitetura entre 1820 e 1890 
revela um ir e vir de estilos históricos”. 
HISTÓRICO
 Em certos casos, percebemos 
inclusive que alguns estilos 
associavam-se a determinadas 
funções (exemplo: prisões que 
assemelhavam-se a “castelos 
amuralhados”). 
HISTÓRICO
Detalhe da “Old Prison” de 
Montana (EUA), de 1871
Allegheny Courthouse and Jail
(Boston, EUA)
 Porém, enquanto os estilos disputavam a preferência 
de clientes e construtores, ninguém se dava conta de 
que “toda essa aplicação de detalhes permanecia na 
superfície”; (Pevsner)
HISTÓRICO
 Ou seja, a arquitetura como atividade de 
projetar com o objetivo de atender a 
determinadas funções (isto é, pensada 
sob o seu aspecto funcional), 
permaneceu relegada a um segundo 
plano e também não suscitou maiores 
discussões. 
HISTÓRICO
 Não é de estranhar, portanto, que muita coisa construída 
nessa época acabou sofrendo grandes transformações 
ou até mesmo foi demolida, dando lugar a edificações 
mais funcionais e confortáveis, adaptadas aos “novos 
tempos”...
Trentham Hall, 
demolido em 1912
 Na verdade, o estilo gótico nunca desapareceu por 
completo, especialmente na Inglaterra; 
 Temos exemplos que remontam aos últimos anos do 
reinado de Elizabeth I (Wollaton Hall, 1580) e também 
do reinado do rei Charles I (a biblioteca do St. John’s
College, em Cambridge, 1624). 
NEOGÓTICO: INTRODUÇÃO
 Importantes arquitetos ingleses, tais como Sir 
Christopher Wren (1632-1723), recomendavam que 
em locais onde predominassem edifícios góticos, os 
novos projetos seguissem o mesmo estilo, uma vez 
que “desviar-se da velha forma poderia acarretar uma 
desagradável mistura que nenhuma pessoa de bom 
gosto poderia suportar”;
 Ao longo do século XVIII, conforme aponta L. Benevolo, 
as formas góticas acompanham, “com manifestações 
marginais, todo o ciclo do neoclassicismo” na 
Inglaterra.
NEOGÓTICO: INTRODUÇÃO
 Destaque, no século XVIII, para as obras e ideias 
do arquiteto e dramaturgo Sir John Vanbrugh 
(1664-1726), a quem se deve “a penetração do 
gótico (...) na arquitetura residencial” inglesa, 
numa concepção curiosa que Pevnser
denominou “gótico barroco”. 
Residência de campo de Vanbrugh 
em Blackheath (1717-1718), que 
imita um castelo medieval, incluindo 
uma torre arredondada.
NEOGÓTICO: INTRODUÇÃO
O “Vanbrugh Castle”
NEOGÓTICO: INTRODUÇÃO
 Para Vanbrugh, os antigos castelos medievais tinham um 
significado especial, o que o levou a defender 
veementemente a preservação das ruínas autênticas
quando as encontrava, pois elas “provocavam reflexões 
vivas e agradáveis (...) sobre as pessoas que aí habitaram e 
sobre os memoráveis feitos que aí se realizaram” e 
também porque “com teixos e azevinhos da agreste 
vegetação” essas ruínas compunham “um dos mais 
agradáveis objetos que o melhor dos pintores de 
paisagens poderia criar”.
NEOGÓTICO: INTRODUÇÃO
Ruínas do castelo Dunluce (Irlanda)
NEOGÓTICO: INTRODUÇÃO
Ruínas do castelo Raglan (Gales, Inglaterra)
NEOGÓTICO: INTRODUÇÃO
 Ao utilizar destes dois argumentos – o “associativo” e o 
“pitoresco” – Vanbrugh e seus contemporâneos do 
século XVIII criaram a base do ressurgimento romântico 
na arquitetura, no qual o estilo neogótico teria grande 
destaque.
Fountains Abbey
(Inglaterra)
NEOGÓTICO: INTRODUÇÃO
Abadia de Whitby (Inglaterra)
NEOGÓTICO: INTRODUÇÃO
O NEOGÓTICO
 O ano de 1830, de acordo com Leonardo Benevolo, 
“assinala (...) o êxito do movimento neogótico na 
arquitetura”;
 A partir de 1840, o neogótico afirma-se como um 
“verdadeiro e próprio movimento”, com motivações 
precisas, reflexo do “gosto pelo exótico” do período;
 Porém, ao contrário do que ocorria em épocas passadas, 
o “novo” estilo (neogótico) não substituiu e nem se 
fundiu com o anterior (neoclássico), mas “permanecem 
um ao lado do outro como hipóteses parciais”. 
(Benevolo)
 Os “estilos medievais” 
associados ao espírito 
romântico, neste momento, 
são apreciados não como “um 
novo sistema de regras” que 
substituam as normas 
clássicas, mas sim como uma 
expressão do “predomínio do 
sentimento sobre a razão”.
O NEOGÓTICO
Castelo de Drachenburg
(Alemanha – década de 1880)
 Na França, o estilo gótico é 
elogiado em diferentes obras 
literárias: a Encyclopédie moderne
de 1824 louva o gótico, 
descrevendo-o como “o delírio de 
uma imaginação ardente que 
parece ter transformado sonhos 
em realidade”; em 1831, Victor 
Hugo lança o romance Notre-
Dame de Paris, no qual exalta a 
arquitetura medieval e critica os 
monumentos clássicos etc.
O NEOGÓTICO
 Outro importante fator que ajuda a explicar a popularização 
do neogótico na França foram as intervenções de restauro 
dos edifícios medievais que começam no período de 
Napoleão Bonaparte e que se tornam cada vez mais 
frequentes com o passar dos anos.
O NEOGÓTICO
Detalhe: durante a Revolução 
Francesa, vários prédios 
históricos são depredados 
pela população. A Bastilha, 
por exemplo, foi inteiramente 
demolida.
 Nesses trabalhos de restauração, os projetistas 
são forçados a analisar em profundidade a 
relação entre as antigas formas medievais e os 
problemas contemporâneos de construção;
 E assim, com base na experiência adquirida 
nessas obras, os arquitetos irão aplicar seus 
conhecimentos em novas edificações dos mais 
variados tipos e usos (dentro do estilo 
neogótico). 
O NEOGÓTICO
Palais des Papes (Avignon, séc. 
XIII), avariado, saqueado e 
usado como prisão durante a 
Revolução Francesa. Encontra-
se em processo de restauro 
desde o período napoleônico.
 Exemplos: em 1813, Napoleão manda restaurar o interior 
da Basílica de Saint-Denis para introduzir ali o túmulo de 
sua família; o mesmo arquiteto de Saint-Denis, J. A. 
Alavoine (1777-1834) restaura a Catedral de Sens (em 
1817) e depois a Catedral de Rouen (em 1822). 
O NEOGÓTICO
Necrópole Real em 
Saint-Denis
 Em 1845, têm início os trabalhosde restauro da célebre 
Catedral de Notre-Dame de Paris, projeto de Jean 
Baptiste Lassus e Eugène Emmanuel Viollet-le-Duc. 
Desenho de Viollet-le-Duc
retratando o saque e a 
destruição da sacristia de 
Notre Dame durante os 
conflitos políticos de 1831
O NEOGÓTICO
 Ao mesmo tempo, acadêmicos e autoridades começam a 
demonstrar preocupação com a conservação dos 
monumentos medievais que, após a Revolução Francesa, 
foram expropriados e entregues a particulares (que 
faziam deles o que bem entendiam);
 Por consequência, são criados órgãos como a Société
Française d’Archéologie (em 1834) e a Comission des
Monuments Historiques (em 1837) para zelar por esse 
rico e belo patrimônio. 
O NEOGÓTICO
Cidade de Carcassone (século XIII), restaurada por Viollet-le-Duc (1852-1879)
O NEOGÓTICO
Cidade de Carcassone (França)
O NEOGÓTICO
Cidade de Carcassone (França)
O NEOGÓTICO
 Consequentemente, após 1830 na 
França, testemunhamos a 
construção em estilo gótico de 
inúmeras casas particulares e 
edifícios religiosos (às vezes por 
exigência do próprio clero);
 Exemplo: só na década de 1850 
foram construídas quase 100 
igrejas neogóticas na França! 
O NEOGÓTICO
Basílica de Sainte-Clotilde, 
em Paris (1827-1857)
O NEOGÓTICO
Eglise de Saint-Ambroise (1863-1868)
Eglise Saint-Bernard de la Chapelle
(1858-1862)
 Em função dessa “preferência”, surge também toda uma 
indústria de artigos sacros em estilo gótico: em 1840 é 
fundada a Societé catholique pour la fabrication (...) de tous
les objets consacrés au culte catholique. Essa organização (e 
várias iguais a ela) inundam o mundo com uma infinidade 
de candelabros, estátuas, cálices etc.;
 Por sinal, os defensores do neogótico tiveram que defender 
o estilo contra o mau gosto de muitas dessas peças...
O NEOGÓTICO
 Na Inglaterra, também verificamos o restauro de 
inúmeros edifícios medievais, todos mantendo o mesmo 
estilo (gótico): St. John’s College (em 1825), o castelo de 
Windsor (em 1826) etc.
O NEOGÓTICO
St. John’s College, 
em Cambridge, 
projeto de Sir George 
Gilbert Scott
O NEOGÓTICO
Capela do Castelo de Windsor
 Quando um incêndio destrói o antigo palácio de 
Westminster (sede do parlamento inglês) em 1834, um 
concurso é lançado para a sua reconstrução, com a 
condição expressa de que o projeto fosse feito “em 
estilo gótico ou elisabetano”. A proposta vencedora foi a 
do arquiteto Charles Barry (1795-1860).
O NEOGÓTICO
O NEOGÓTICO
Westminster Palace (sede do Parlamento inglês)
O NEOGÓTICO
Westminster Palace (sede do Parlamento inglês)
 Porém, coube ao historiador, escritor e político Horace
Walpole (1717-1797) o mérito de ter estabelecido o 
estilo gótico nas casas de campo inglesas;
 A sua villa de Strawberry Hill, “encantadora e 
excêntrica”, construída perto de Londres entre 1749 e 
1776, tornou-se famosa entre os admiradores e 
arquitetos neogóticos em toda a Europa.
O NEOGÓTICO
Strawberry Hill
O NEOGÓTICO
Strawberry Hill
O NEOGÓTICO
Strawberry Hill (detalhes)
 Em Strawberry Hill, o cuidado 
com os detalhes era muito 
grande: Walpole insistia para 
que os interiores fossem o 
mais “corretos” possíveis, 
copiando, por exemplo, 
modelos de painéis murais e 
lareiras de gravuras ou 
mesmo de antigas 
construções medievais 
remanescentes.
O NEOGÓTICO
O NEOGÓTICO
Strawberry Hill (Biblioteca)
O NEOGÓTICO
Strawberry Hill (detalhes)
 Destaque em Strawberry Hill para a “graciosa” galeria 
interior cujas abóbadas em leque e rendilhados dourados 
têm espelhos colocados como se fossem painéis. 
O NEOGÓTICO
Strawberry Hill
O NEOGÓTICO
Strawberry Hill
O NEOGÓTICO
Resultado da mais recente intervenção de restauro (2012) em Strawberry Hill
O NEOGÓTICO
Quadro de Strawberry Hill (c.1755) por Johann Heinrich Muntz (1727-1798)
 A influência dos estilos medievais – com ênfase clara no 
neogótico - é percebida até mesmo nos projetos 
daqueles arquitetos ingleses “palladianos” (os que mais 
defendiam o estilo neoclássico na Inglaterra)!
O NEOGÓTICO
Castelo de Dalquharran (Escócia), projeto 
de reconstrução de Robert Adam (1790)
Castelo de Culzean (Escócia), projeto de reconstrução de Robert 
Adam (1771); jardins e terraços projetados no século XIX
O NEOGÓTICO
 Outro marcante exemplo do retorno das formas góticas 
às construções inglesas foi a casa de campo Fonthill
Abbey, construída por James Wyatt (1746-1813) para o 
rico escritor William Beckford a partir de 1796. 
O NEOGÓTICO
Fonthill Abbey
 Pevsner: “Aqui, a excentricidade de um milionário parece 
haver criado algo verdadeiramente romântico.”
O NEOGÓTICO
O NEOGÓTICO
Fonthill Abbey hoje (após três 
desabamentos sucessivos da 
torre principal)
 Por volta de 1835, o arquiteto e 
escritor Augustus Welby Pugin
(1812-1852) estabeleceu 
definitivamente a associação entre o 
cristianismo e o estilo gótico na 
Inglaterra e transferiu esta relação 
para a teoria e a prática 
arquitetônicas inglesas;
 A partir dele, construir segundo as 
formas da Idade Média era “um 
dever moral”.
O NEOGÓTICO
 De acordo com Pugin, “uma vez 
que o arquiteto medieval era um 
trabalhador honesto e cristão 
fervoroso”, e que sua arquitetura 
era considerada uma “boa 
arquitetura”, um bom arquiteto 
contemporâneo 
consequentemente necessitaria 
ser também “um honesto 
trabalhador e bom cristão”.
O NEOGÓTICO
Vitral desenhado por 
Augustus Pugin
O NEOGÓTICO
Pugin: St. Alban’s Church
(Macclesfield, 1838)
Pugin: St. Chad’s Cathedral
(Manchester, 1839-1841)
O NEOGÓTICO
Pugin: St. Barnabas Church
(Nottingham, 1841-1844)
Pugin: Church of Our Lady 
and St. Wilfred (1840-1841)
 Na Alemanha, o estilo 
neogótico também vai ser 
bastante difundido, 
especialmente após o início 
das obras para o término da 
Catedral de Colônia (em estilo 
gótico) em 1840;
 A catedral só foi concluída, de 
fato, em 1880.
O NEOGÓTICO
Catedral de Colônia 
(início em 1248)
O NEOGÓTICO
Prefeitura de Munique na Marienplatz (início em 1867)
O NEOGÓTICO
Castelo Neuschwanstein do rei Ludwig II da Baviera (1869-1884)
O NEOGÓTICO
Castelo Neuschwanstein
O NEOGÓTICO
Castelo Neuschwanstein
O NEOGÓTICO
Castelo Neuschwanstein (salão de música)
O NEOGÓTICO
Castelo Neuschwanstein (sala de jantar)
O NEOGÓTICO
Castelo Neuschwanstein
O NEOGÓTICO
Castelo Neuschwanstein (quarto de dormir)
O NEOGÓTICO
Castelo Neuschwanstein (quarto de dormir)
 A difusão do estilo neogótico, 
porém, não ocorre sem 
controvérsias;
 Na França, a École des Beaux-Arts, 
por exemplo, chega a proibir o 
estudo do gótico; 
 Na Inglaterra, os neogóticos são 
chamados de “papistas” e 
“obscurantistas”.
O NEOGÓTICO
 Em 1846, a Academia Francesa, apesar de 
aceitar a admiração histórica do estilo gótico 
e de reconhecer a necessidade de preservar 
seus monumentos, lança um manifesto 
condenando a imitação dos estilos medievais 
como uma atitude “arbitrária e artificiosa”: 
“será possível retroceder quatro séculos e dar 
como expressão monumental a uma 
sociedade que possui suas necessidades, seus 
costumes, seus hábitos próprios, uma 
arquitetura nascida da necessidade, 
costumes, hábitos da sociedade do século 
XII?”.
O NEOGÓTICO
 Para a Academia, somente um 
“capricho” ou um “divertimento” 
poderia justificar a construção de uma 
igreja ou de um castelo gótico em 
pleno século XIX;
 Ela ainda afirma que um verdadeiro 
cristão, diante de um daqueles 
“plágios” góticos, jamais sentiria a 
mesma “comoção” provocada por um 
templo religioso gótico autêntico.O NEOGÓTICO
Votivkirche Wien
(1856-1879)
 Além disso, para a Academia, estava claro que o valor 
estético das edificações projetadas pelos neoclássicos 
era superior ao das construções neogóticas (afirmação 
com a qual o próprio Pevsner concorda...).
O NEOGÓTICO
Agências do Banque de France
 Em resposta a estas colocações, os 
principais defensores do neogótico, tais 
como Eugène E. Viollet-le-Duc e Jean-
Baptiste Lassus, observam que a 
alternativa proposta pela Academia, ou 
seja, a linguagem clássica, também era 
um produto da imitação;
 E mais: que o estilo clássico, além de 
adotar modelos ainda mais antigos que o 
gótico, havia sido criado para um clima 
bastante diferente do clima francês e 
inglês, por exemplo.
O NEOGÓTICO
E. E. Viollet-le-Duc
(1814-1879)
 Fugindo do discurso “romântico” 
ou sentimental, Viollet-le-Duc
argumentou ainda que o estilo 
gótico nada tinha de “confuso ou 
misterioso”; pelo contrário: ele era 
apreciado “exatamente pela clareza 
do sistema de construção, pela 
economia das soluções, pela 
correspondência precisa entre os 
programas de distribuição”. Ou 
seja, por sua racionalidade. 
(Benevolo)
O NEOGÓTICO
 Viollet-le-Duc, além disso, também 
fora um dos defensores do uso do 
ferro nas construções – desde que 
fosse usado “segundo suas 
características peculiares, e não 
como substituto dos materiais 
tradicionais” – e procurou usar este 
material em seus projetos de uma 
forma bastante inovadora (apesar 
da visível influência gótica de seu 
traçado).
O NEOGÓTICO
 Dessa forma, ao associar o movimento neogótico com o 
racionalismo, Viollet-le-Duc provocou uma importante 
“reviravolta” neste movimento: ele estimulou não apenas 
um “salutar reexame” da herança artística do passado, 
como também uma análise menos preconceituosa dos 
processos construtivos “modernos”;
O NEOGÓTICO
 E de fato, os livros publicados por 
Viollet-le-Duc tiveram grande 
influência na formação da geração 
seguinte de arquitetos, geração da 
qual, por exemplo, surgiram os 
“mestres” da Art Nouveau.
 E, por fim, outro importante 
argumento dos defensores do estilo 
neogótico: ao contrário da arquitetura 
clássica, o gótico, especialmente na 
França, Alemanha e Inglaterra, 
representava uma autêntica “arte 
nacional”;
 John Ruskin (Inglaterra): “Não tenho 
dúvidas de que o único estilo 
adequado às obras modernas nos 
países do norte seja o gótico 
setentrional do século XIII”. 
O NEOGÓTICO
Basílica de Sainte-Clotilde
(1827-1857)
 No final, os argumentos dos adeptos do gótico 
prevaleceram e tiveram, curiosamente, “um efeito mais 
benéfico sobre a arte e a arquitetura”, na medida em 
que os debates contribuíram para a renovação da 
cultura arquitetônica do período.
O NEOGÓTICO
 Esclarecendo: a linguagem neogótica, muito mais recente 
do que a neoclássica (i.e., sem possuir uma tradição
O NEOGÓTICO
 Ou seja, os arquitetos tiveram que 
“reconstruir” os princípios, razões e 
motivos que justificavam a adoção do 
neogótico em seus projetos (ao invés 
da aceitação tácita das formas 
clássicas que já estavam sendo 
usadas há bastante tempo).
própria), exigiu dos arquitetos uma 
pesquisa mais elaborada de seus 
modelos;
Museu de História Natural de Oxford 
(1855-1861)
 Porém, ao desenvolverem este trabalho, os arquitetos 
viram-se obrigados a refletir também sobre “as 
condições de partida da arquitetura e sobre as relações 
entre esta e as estruturas políticas, sociais e morais” de 
sua própria época. (Benevolo) 
O NEOGÓTICO
 O resultado prático dessa 
“releitura” dos antigos 
monumentos medievais é que “os 
edifícios neogóticos diferem dos 
góticos mais do que os 
neoclássicos dos clássicos”.
O NEOGÓTICO
 Luciano Patteta: “...cada cópia, cada 
réplica de um monumento antigo (...) feita 
pelos arquitetos, estava distante do 
original, era algo completamente diferente 
do modelo, a tal ponto que se tornou, 
nitidamente, um protótipo do século XIX; 
apesar do grande cuidado no 
levantamento (ou exatamente por isso, 
talvez), no querer “retificar”, anular as 
irregularidades, corrigir os presumíveis 
erros, os arquitetos historicistas 
produziram sempre “simulacros” (traíram 
o modelo pela excessiva fidelidade!)”. 
O NEOGÓTICO
 Porém, enquanto de um lado havia o fato de que “a 
nova linguagem inspirada pelos estilos medievais”, 
conforme apontamos, não possuía um contato próximo 
e/ou recente com a técnica construtiva contemporânea, 
vivia-se, em paralelo, um período em que a 
“persistência das formas clássicas” não conseguia mais 
sustentar-se sem passar também por uma análise 
crítica;
 De fato, o “acordo tácito” existente entre a engenharia e 
o classicismo (que discutimos na aula sobre o 
movimento neoclássico) começava gradativamente a 
perder a sua força. (Benevolo)
O NEOGÓTICO
 A partir desse momento, começa-se então a 
considerar o estilo como um mero 
revestimento decorativo “a ser aplicado de 
acordo com a oportunidade” às diferentes 
construções;
 E assim, na medida em que os estilos 
arquitetônicos dissociam-se cada vez mais 
dos novos métodos construtivos, “os 
caminhos do arquiteto e do engenheiro cada 
vez mais se afastam”. (Benevolo)
O NEOGÓTICO
 L. Benevolo: “Por isso, o medievalismo assinala, por um 
lado, um maior isolamento dos artistas e é o produto de 
uma elite de inspiração literária, mas é, ao mesmo 
tempo, o terreno da cultura de onde sairão algumas das 
contribuições mais importantes do movimento 
moderno”. 
O NEOGÓTICO
Bolsa de Amsterdam, projeto de 
H. P. Berlage (1903)
O NEOGREGO
 Quanto ao revival clássico, os anos de 1820-
1840 caracterizam-se pelo “mais correto” 
estilo neogrego (ou seja, o momento em 
que a “fantasia deixou de ser utilizada no 
tratamento da Antiguidade” pela 
arquitetura); (Pevsner)
 Os resultados são “eficientes” e, nas mãos 
dos melhores arquitetos, de uma “dignidade 
nobre”; (Pevsner) 
 Para alguns historiadores, o neogrego 
representa justamente a fase final do 
movimento neoclássico.
O NEOGREGO
 Na Inglaterra, destaque para os arquitetos Sir Robert 
Smirke (1780-1867) e William Wilkins (1778-1839). 
Sir Robert Smirke William Wilkins
O NEOGREGO
Sir Robert Smirke: British Museum (1823-1853)
O NEOGREGO
Sir Robert Smirke: Teatro do Covent Garden (1827-1828)
O NEOGREGO
William Wilkins: Downing College em Cambridge
O NEOGREGO
William Wilkins: University College em Londres
O NEOGREGO
William Wilkins: National Gallery em Londres
O NEOGREGO
Saint Pancras Church (1819-1822), projeto dos irmãos William e Henry Inwood
O NEOGREGO
Saint Pancras Church (1819-1822)
 Em meados do século XIX, na Escócia, destaque para as 
“experiências de inspiração ateniense” do arquiteto 
Thomas Hamilton (1785-1858). 
O NEOGREGO
Royal High
School
(Edinburgo)
(1825-1829)
O NEOGREGO
Royal High School (Edinburgo, Escócia) – após ficar 40 anos fechado, 
será transformado em um hotel 
O NEOGREGO
Royal High School
(T. Hamilton)
O NEOGREGO
Royal High School
O NEOGREGO
The National Monument, situado no morro (Calton Hill) logo atrás da Royal High
School, projeto de Charles Cockerell (1826)
 No continente europeu, o arquiteto “mais sensível, o 
maior e mais original representante” do estilo 
neogrego, é o prussiano Karl Friedrich Schinkel (1781-
1841). (Pevsner)
O NEOGREGO
Templo de Vesta (gravura de 1818)
 Schinkel, um “geômetra puro” nas palavras de R. 
Jordan, constantemente subordinava os elementos 
estilísticos, tais como as ordens clássicas, às suas 
concepções dominantes;
 O seu primeiro grande trabalho foi a Schauspielhaus
(1819-1821), de Berlim,“cujos corpos enormes, 
próprios de uma sala de espetáculos, diminuíam a 
impressão de unidade”.
O NEOGREGO
O NEOGREGO
Schauspielhaus (Berlin)
O NEOGREGO
Schauspielhaus (Berlin)
O NEOGREGO
Schauspielhaus (Berlin)
 Porém, foi no Altes Museum (1824-1828), também em 
Berlim, que Schinkel conseguiu “expressar o seu gênio e o 
seu purismo” numa colunata jônica “admiravelmente 
simples” que acompanha toda a fachada;
 Nas galerias de pintura e nas salas de esculturas deste 
museu, Schinkel antecipou a iluminação é as técnicas de 
exposição adotadas hoje pelos grandes museus modernos.
O NEOGREGO
O NEOGREGO
Altes Museum (Berlim)
O NEOGREGO
Altes Museum (Berlim)
O NEOGREGO
Altes Museum (Berlim)
O NEOGREGO
Altes Museum (Berlim)
O NEOGREGO
 Ainda na Alemanha, outro arquiteto que destacou-se no 
estilo neogrego foi Leo von Klenze (1784-1864), que teve 
maior atuação em Munique. 
Propylaen (portão) em Munique
O NEOGREGO
Propylaen (portão) em Munique
O NEOGREGO
Walhalla (1830-1842), de von Klenze, templo dedicado aos grandes 
personagens históricos da Alemanha
O NEOGREGO
Glypthotek (1830), de von Klenze, em Munique, museu de esculturas de Ludwig I 
 A partir de agora, com o ressurgimento do grego, a 
América do Norte também passa a figurar do panorama 
da arquitetura ocidental;
 Nos EUA, o estilo neogótico é uma demonstração da 
estreita dependência dos modelos europeus que ainda se 
fazia presente na cultura americana;
 Porém, veremos que a partir deste ponto, a arquitetura 
americana irá adquirir algumas características próprias
(nacionais), como por exemplo o grande avanço das 
técnicas construtivas, melhores instalações sanitárias e a 
evolução de uma série de equipamentos usados nas 
construções. 
O NEOGREGO
 Do ponto de vista ideológico, a adoção do estilo grego 
nos EUA testemunha a força do “humanismo liberal das 
classes cultas do início do século XIX”, o mesmo espírito 
que deu origem aos primeiros museus públicos, às 
galerias de arte, aos teatros nacionais e que reorganizou 
e ampliou o sistema educacional;
O NEOGREGO
 Na América do Norte, o arquiteto 
William Strickland (1788-1854) pode ser 
considerado o maior expoente do 
neogrego; como diz Benevelo, um 
“equivalente” no Novo Mundo do alemão 
Karl F. Schinckel.
 Filho de carpinteiro, Strickland trabalhou inicialmente 
por dois anos como aprendiz do arquiteto Benjamin 
Latrobe (autor do projeto do Bank of Pennsylvania, 
construído entre 1798 e 1801).
O NEOGREGO
 Em 1815, o seu projeto para o Second Bank foi aprovado, 
tornando-se um dos primeiros edifícios no estilo neogrego 
em solo americano e alavancando a carreira de Strickland
como arquiteto.
O NEOGREGO
Second Bank of the EUA 
(1816-1824), na Filadélfia
O NEOGREGO
Musical Fund Society Hall 
(1824), na Filadélfia –
projeto de remodelação de 
uma igreja elaborado por 
Strickland
O NEOGREGO
U.S. Naval Asylum (1826-1829), na Filadélfia
O NEOGREGO
Merchant’s Exchange (1832-1834) na Filadélfia
O NEOGREGO
Capitólio do Estado do Tenessee (1845-1847)
REFERÊNCIAS:
BENEVOLO, Leonardo. Historia da arquitetura moderna. São 
Paulo: Perspectiva, 1994.
FABRIS, Annateresa. Ecletismo na arquitetura brasileira. São 
Paulo: EDUSP, 1987.
GIEDION, Siegfried. Espaço, tempo e arquitetura: o 
desenvolvimento de uma nova tradição. São Paulo: Martins Fontes, 
2004.
JORDAN, Robert Furneaux. História da Arquitetura no Ocidente. 
São Paulo: Editorial Verbo, 1985.
PEVSNER, Nikolaus. Panorama da Arquitetura Ocidental. São 
Paulo: Martins Fontes, 2002.

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