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DIREITO SOCIETÁRIO 2017

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Direito Empresarial Prof. André Cabral (cabral@crc.adv.br) Direito Societário 
 1 
UFPB / UNIPÊ / ESMA 
Disciplina: Direito Empresarial I 
DIREITO SOCIETÁRIO 
Professor: André L. C. Cabral 
e-mail: cabral@crc.adv.br 
 
AULA I – TEORIA GERAL DO DIREITO EMPRESARIAL 
 
1. Intróito. 
 
Homem  Necessidades Atividade Econômica: Fornecimento 
 Bens Produção X Consumo 
 
 
 
2. Direito Comercial. 
 
▪ Histórico: 
 
1ª Fase 2ª Fase 3ª Fase 
Centrada no comerciante – 
O Direito comercial tinha 
um enfoque subjetivo no 
sujeito que se dedicava a 
atividade mercantil 
Atos de comércio – cunho 
objetivo na definição das 
relações comerciais; 
Teoria da Empresa – a 
empresa (atividade 
econômica organizada) 
assume o papel de núcleo do 
objeto de estudo da 
disciplina. Há um retorno ao 
enfoque subjetivo. 
 
▪ Terminologia: 
▪ Direito Comercial: tradicional; 
▪ Direito Empresarial: mais moderna; 
▪ Direito Mercantil: mais antiga; 
▪ Obs.: É de importância secundária o nome dado a disciplina, mas hoje 
predomina a terminologia moderna por força da Teoria da Empresa; 
▪ Conceito: 
 Direito Comercial ou Empresarial é o conjunto de normas disciplinadoras das 
relações jurídicas, comumente, pertinentes à empresa, voltadas a sua 
constituição, estruturação, obrigações, e extinção, primordialmente no trato 
Direito Empresarial Prof. André Cabral (cabral@crc.adv.br) Direito Societário 
 2 
entre particulares, bem como as criações humanas imateriais reconhecidas por 
incrementar as atividades econômicas. 
 “Direito Comercial é a designação tradicional do ramo jurídico que tem por 
objeto os meios socialmente estruturados de superação de conflitos de interesse 
entre os exercentes de atividades econômicas de produção ou circulação de 
bens ou serviços de que necessitamos todos para viver.” (COELHO, Fábio) 1 
 
▪ Objeto: a empresa, o empresário, os bens empresariais e suas relações entre 
particulares; 
 
▪ Autonomia da disciplina: há decerto um autonomia didática. A CF (art.22, I) 
também reconhece a autonomia do Direito Comercial. A discussão atual fica em 
torno da crítica pela ausência de um “Código” Empresarial. 
 
3. Teoria da empresa. 
 
• Histórico: origem italiana na década de 40, sob o regime fascista.2 
• Noção: teoria que hoje inspira o regramento realizado pelo Direito Comercial. 
Entende ser a empresa (a atividade econômica) o núcleo de interesse da disciplina; 
• Importância: adequou melhor o direito comercial ao mundo contemporâneo; 
 
4. Empresa. 
 
▪ Conceito: atividade econômica organizada com a finalidade de circulação de bens; 
▪ Mamede: “O conceito de empresa identifica-se com a idéia de empreender, 
enfocando, dessa forma, o ato humano individual ou coltivo que cria e mantém uma 
atividade produtiva.”3 
 
▪ A definição da essencial empresarial está na sua “organização”: 
▪ Registro; 
▪ Complexidade; 
▪ Impessoalidade; 
▪ Participação nos resultados da atividade (lucros ou prejuízos); 
 
5. Empresário: 
 
A. Conceito: art. 966, CC; 
 
B. Espécies: 
 
• Empresário Individual: pessoa natural que exerce empresa; 
• Empresa Individual de Responsabilidade Limitada; 
 
1 Fábio Ulhoa Coelho in Curso de Direito Comercial, v. 01, Saraiva, 2002, p. 27. 
2 Cf. Fábio Ulhoa Coelho in Curso de Direito Comercial, v. 01, Saraiva, 2002, pp. 16-26. 
3 Gladston Mamede in Direito Empresarial Brasileiro, Atlas, 2004, p. 39. 
Direito Empresarial Prof. André Cabral (cabral@crc.adv.br) Direito Societário 
 3 
• Sociedade Empresária: pessoa jurídica/coletiva que se dedica a atividade 
empresarial; 
o Pessoa jurídica. São as chamadas pessoas coletivas, que por 
força de lei são dotadas de personalidade e capacidade jurídica. 
o Classificação das pessoas jurídicas. CC - Art. 40. As pessoas 
jurídicas são de direito público, interno ou externo, e de 
direito privado. CC - Art. 41. São pessoas jurídicas de direito 
público interno: I - a União; II - os Estados, o Distrito 
Federal e os Territórios; III - os Municípios; IV - as autarquias; 
V - as demais entidades de caráter público criadas por lei. CC - 
Art. 42. São pessoas jurídicas de direito público externo os 
Estados estrangeiros e todas as pessoas que forem regidas pelo 
direito internacional público. 
o CC - Art. 44. São pessoas jurídicas de direito privado: I - as 
associações; II - as sociedades; III - as fundações. IV – as 
organizações religiosas; V – os partidos políticos. VI – EIRELI; 
o Conceito legal de sociedade: CC - Art. 981. Celebram contrato 
de sociedade as pessoas que reciprocamente se obrigam a 
contribuir, com bens ou serviços, para o exercício de atividade 
econômica e a partilha, entre si, dos resultados. 
o Conceito de Sociedade personificada: Pessoa jurídica de direito 
público privado que exerce atividade econômica, partilhando os 
resultados econômicos desta entre seus sócios. 
 
 
6. Obrigações gerais do empresário: 
 
o Registro: art. 967 e 983 do CC; 
o Manter a escrituração empresarial regular: art. 1179, CC; 
 
 
7. Atividades Econômicas Não Empresariais: 
 
• Profissionais intelectuais: artistas, profissionais liberais (médicos, advogados, 
contabilistas, etc.) – cf. art. 966, §Único; 
• Agronegócios; 
• Cooperativa: art. 982, §Ú, CC. 
• Outras: atividades econômicas desenvolvidas por pessoas jurídicas não 
empresárias: ex. associações e fundações; 
 
 
 
8. Questões importantes: 
 
• Empresa x Empresário 
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 4 
• Empresa vs. Pessoa Jurídica: a empresa é a atividade exercida, a pessoa jurídica 
é a sociedade empresária; 
• Empresa vs. Estabelecimento Empresarial: a empresa é a atividade econômica 
exercida, o estabelecimento empresarial é o complexo de bens (materiais e 
imateriais) organizado para o exercício da atividade empresarial – art. 1142, CC. 
• Empresário vs. Pessoa Jurídica: nem todo empresário é pessoa jurídica, apenas 
pode sê-lo (sociedade empresária). 
• Empresário e Sócio: sócio não é empresário, mas um dos formadores da pessoa 
jurídica (sociedade), que é a verdadeira (tecnicamente) empresária. 
• Empresário e administrador: empresário é aquele que suporta os riscos 
econômicos da atividade e que é detentor do patrimônio empresarial. O 
administrador poderá ser sócio ou não, sendo aquele que gerencia a atividade 
empresarial, ou seja a administra. 
• Sócio x Administrador 
 
Direito Empresarial Prof. André Cabral (cabral@crc.adv.br) Direito Societário 
 5 
AULA II – Registro Empresarial 
 
9. Intróito. 
 
Vimos que entre as obrigações gerais dos empresários estão: a manutenção de uma 
escrituração e contabilidade regular, além do respectivo registro empresarial. 
 
10. Registro empresarial. 
 
a) Noção: ato jurídico obrigatório de regularização da atividade empresarial; 
 
b) Regulamentação: Código Civil (art. 967), Lei nº. 8.934 de 1994 (Lei de Registro 
Empresarial - LRE), e o Dec. N. 1800 de 1996; 
 
c) Características: 
 
• Obrigatoriedade: 
i. Art. 967. É obrigatória a inscrição do empresário no Registro Público 
de Empresas Mercantis da respectiva sede, antes do início de sua 
atividade. 
 
• Publicidade: 
i. Art. 1.152. Cabe ao órgão incumbido do registro verificar a 
regularidade das publicações determinadas em lei, de acordo com o 
disposto nos parágrafos deste artigo. § 1o Salvo exceção expressa, as 
publicações ordenadas neste Livro serão feitas no órgão oficial da 
União ou do Estado, conforme o local da sede do empresário ou da 
sociedade, e em jornal de grande circulação. § 2o As publicações das 
sociedades estrangeiras serão feitas nos órgãos oficiais da Uniãoe do Estado onde tiverem sucursais, filiais ou agências. §3o O 
anúncio de convocação da assembléia de sócios será publicado por 
três vezes, ao menos, devendo mediar, entre a data da primeira 
inserção e a da realização da assembléia, o prazo mínimo de oito 
dias, para a primeira convocação, e de cinco dias, para as posteriores. 
ii. Art. 29 da LRE (nº. 8.934) – “Qualquer pessoa, sem necessidade de 
provar interesse, poderá consultar os assentamentos existentes nas 
juntas comerciais e obter certidões, mediante pagamento do preço 
devido.” 
 
 
• Oponibilidade: 
 
i. CC - Art. 1.154. O ato sujeito a registro, ressalvadas disposições 
especiais da lei, não pode, antes do cumprimento das respectivas 
formalidades, ser oposto a terceiro, salvo prova de que este o 
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 6 
conhecia. Parágrafo único. O terceiro não pode alegar ignorância, 
desde que cumpridas as referidas formalidades. 
 
• Proteção ao nome empresarial: LRE, art. 33 – CC art. 1155 e ss. 
 
• Ato constitutivo da personalidade jurídica: 
 
 “Art. 985. A sociedade adquire personalidade jurídica com a inscrição, no registro 
próprio e na forma da lei, dos seus atos constitutivos (arts. 45 e 1.150).” 
 
d) Competência: o Registro Público de Empresas Mercantis é ato de competência do 
SIREM, por meio de seus órgãos o DREI (Departamento de Registro Empresarial e 
Integração que foi criado pelo Decreto n. 8001 de 10/052013 - antigo DNRC) e as 
Juntas Comerciais. Deve o registro ser efetuado perante as Juntas Comerciais. 
 
i. Art. 1.150. O empresário e a sociedade empresária vinculam-se ao 
Registro Público de Empresas Mercantis a cargo das Juntas 
Comerciais, e a sociedade simples ao Registro Civil das Pessoas 
Jurídicas, o qual deverá obedecer às normas fixadas para aquele 
registro, se a sociedade simples adotar um dos tipos de sociedade 
empresária. 
 
e) Oportunidade: 
• Art. 967. É obrigatória a inscrição do empresário no Registro Público de 
Empresas Mercantis da respectiva sede, antes do início de sua atividade. 
 
• Art. 1.151. O registro dos atos sujeitos à formalidade exigida no artigo 
antecedente será requerido pela pessoa obrigada em lei, e, no caso de omissão 
ou demora, pelo sócio ou qualquer interessado. §1o Os documentos necessários 
ao registro deverão ser apresentados no prazo de trinta dias, contado da 
lavratura dos atos respectivos. § 2o Requerido além do prazo previsto neste 
artigo, o registro somente produzirá efeito a partir da data de sua 
concessão.§ 3o As pessoas obrigadas a requerer o registro responderão por 
perdas e danos, em caso de omissão ou demora. 
 
11. Registro do empresário individual. 
 
a) Capacidade: 
o Art. 972. Podem exercer a atividade de empresário os que estiverem em 
pleno gozo da capacidade civil e não forem legalmente impedidos. 
 
b) Impedidos 
o Efeitos: Art. 973. A pessoa legalmente impedida de exercer atividade 
própria de empresário, se a exercer, responderá pelas obrigações 
contraídas. 
o Impedidos - Proibidos de exercer empresa (restrições): 
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 7 
 
 Incapazes; 
 Militares: cf. Estatuto dos Militares (Lei 6.880/1980 – art. 29) – só 
podem ser sócios de Ltda. e acionistas de S/A, vedada atuarem na 
administração; 
 Magistrados: cf. LOMAN (LC 35/1979, art. 36, I e II) - só podem ser 
sócios de Ltda. e acionistas de S/A, vedada atuarem na 
administração; 
 Ministério Público: CF/88, art. 128, §5º, II, c e LOMP (Lei 
8.625/1993, art. 44, III) - só podem ser sócios de Ltda. e acionistas 
de S/A, vedada atuarem na administração 
 Servidores Públicos – Rejur L. 8112/90 (art. 117, X) - - só podem ser 
sócios de Ltda. e Comandita Simples (Comanditários) e acionistas de 
S/A, vedada atuarem na administração; 
 Deputados e Senadores: CF, art. 54, “II - desde a posse: a) ser 
proprietários, controladores ou diretores de empresa que goze de 
favor decorrente de contrato com pessoa jurídica de direito público, 
ou nela exercer função remunerada”; 
 Falido: até a declaração de extinção de suas obrigações - L. 
11.101/2005; 
 Estrangeiro com visto temporário (sem domicílio): L6815/80, art. 21, 
v. Instrução Normativa nº58/1996 do DNRC; 
 Moralmente inidôneos: art. 1.011, §1º do CC. 
 
 
c) Incapaz empresário – É possível? 
 
o Art. 974. Poderá o incapaz, por meio de representante ou devidamente 
assistido, continuar a empresa antes exercida por ele enquanto capaz, por 
seus pais ou pelo autor de herança. 
o § 1o Nos casos deste artigo, precederá autorização judicial, após exame 
das circunstâncias e dos riscos da empresa, bem como da conveniência 
em continuá-la, podendo a autorização ser revogada pelo juiz, ouvidos os 
pais, tutores ou representantes legais do menor ou do interdito, sem 
prejuízo dos direitos adquiridos por terceiros. 
o § 2o Não ficam sujeitos ao resultado da empresa os bens que o incapaz já 
possuía, ao tempo da sucessão ou da interdição, desde que estranhos ao 
acervo daquela, devendo tais fatos constar do alvará que conceder a 
autorização. 
o § 3o O Registro Público de Empresas Mercantis a cargo das Juntas 
Comerciais deverá registrar contratos ou alterações contratuais de 
sociedade que envolva sócio incapaz, desde que atendidos, de forma 
conjunta, os seguintes pressupostos: 
▪ I – o sócio incapaz não pode exercer a administração da 
sociedade; 
▪ II – o capital social deve ser totalmente integralizado; 
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 8 
▪ III – o sócio relativamente incapaz deve ser assistido e o 
absolutamente incapaz deve ser representado por seus 
representantes legais. 
 
o Administração da empresa cuja titularidade pertence a incapaz: 
▪ Art. 975. Se o representante ou assistente do incapaz for pessoa 
que, por disposição de lei, não puder exercer atividade de 
empresário, nomeará, com a aprovação do juiz, um ou mais 
gerentes. 
• §1o Do mesmo modo será nomeado gerente em todos os 
casos em que o juiz entender ser conveniente. 
• § 2o A aprovação do juiz não exime o representante ou 
assistente do menor ou do interdito da responsabilidade 
pelos atos dos gerentes nomeados. 
 
o EMANCIPAÇÃO - Art. 976. A prova da emancipação e da autorização 
do incapaz, nos casos do art. 974, e a de eventual revogação desta, serão 
inscritas ou averbadas no Registro Público de Empresas Mercantis. 
o FIRMA - Art. 976. (...) Parágrafo único. O uso da nova firma caberá, 
conforme o caso, ao gerente; ou ao representante do incapaz; ou a este, 
quando puder ser autorizado. 
 
 
d) Requisitos: 
 
o CC, Art. 968. A inscrição do empresário far-se-á mediante requerimento 
que contenha: I - o seu nome, nacionalidade, domicílio, estado civil e, se 
casado, o regime de bens; II - a firma, com a respectiva assinatura 
autografa que poderá ser substituída pela assinatura autenticada com 
certificação digital ou meio equivalente que comprove a sua 
autenticidade, ressalvado o disposto no inciso I do § 1o do art. 4o da Lei 
Complementar no 123, de 14 de dezembro de 2006; III - o capital; IV - o 
objeto e a sede da empresa. 
 
o Órgão competente – Junta Comercial: Art. 968. (...) § 1o Com as 
indicações estabelecidas neste artigo, a inscrição será tomada por termo 
no livro próprio do Registro Público de Empresas Mercantis, e 
obedecerá a número de ordem contínuo para todos os empresários 
inscritos. 
 
o Obrigatoriedade de atualização dos dados do empresário: Art. 968. (...) § 
2o À margem da inscrição, e com as mesmas formalidades, serão 
averbadas quaisquer modificações nela ocorrentes. 
 
o Transformação– Empresário Individual para Sociedade Empresária - 
Art. 968. (...) § 3º Caso venha a admitir sócios, o empresário individual 
Direito Empresarial Prof. André Cabral (cabral@crc.adv.br) Direito Societário 
 9 
poderá solicitar ao Registro Público de Empresas Mercantis a 
transformação de seu registro de empresário para registro de sociedade 
empresária, observado, no que couber, o disposto nos arts. 1.113 a 1.115 
deste Código. 
 
 
o MICROEMPREENDEDOR INDIVIDUAL (MEI) – tratamento 
diferenciado Art. 968. (...) § 4o O processo de abertura, registro, 
alteração e baixa do microempreendedor individual de que trata o art. 
18-A da Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006, bem 
como qualquer exigência para o início de seu funcionamento deverão ter 
trâmite especial e simplificado, preferentemente eletrônico, opcional 
para o empreendedor, na forma a ser disciplinada pelo Comitê para 
Gestão da Rede Nacional para a Simplificação do Registro e da 
Legalização de Empresas e Negócios - CGSIM, de que trata o inciso III 
do art. 2º da mesma Lei. Art. 968. (...) § 5o Para fins do disposto no § 
4o, poderão ser dispensados o uso da firma, com a respectiva assinatura 
autógrafa, o capital, requerimentos, demais assinaturas, informações 
relativas à nacionalidade, estado civil e regime de bens, bem como 
remessa de documentos, na forma estabelecida pelo CGSIM. 
o Filial – CC, art. 969. Art. 969. O empresário que instituir sucursal, filial 
ou agência, em lugar sujeito à jurisdição de outro Registro Público de 
Empresas Mercantis, neste deverá também inscrevê-la, com a prova da 
inscrição originária. Parágrafo único. Em qualquer caso, a constituição 
do estabelecimento secundário deverá ser averbada no Registro Público 
de Empresas Mercantis da respectiva sede. 
 
 
12. Registro da sociedade empresária. 
 
a) Sociedade – Conceito: 
o Art. 981. Celebram contrato de sociedade as pessoas que 
reciprocamente se obrigam a contribuir, com bens ou serviços, para o 
exercício de atividade econômica e a partilha, entre si, dos resultados. 
 
b) Sociedade empresária: 
 
o Conceito legal: Art. 982. Salvo as exceções expressas, considera-se 
empresária a sociedade que tem por objeto o exercício de atividade 
própria de empresário sujeito a registro (art. 967); e, simples, as demais. 
o Sociedades empresárias independente do objeto: Art. 982. 
(...)Parágrafo único. Independentemente de seu objeto, considera-se 
empresária a sociedade por ações; e, simples, a cooperativa. 
o Formas obrigatórias: sociedade em nome coletivo, comandita 
simples, limitada, Sociedade Anônima e Comandita por ações. 
▪ Art. 983. A sociedade empresária deve constituir-se segundo um 
dos tipos regulados nos arts. 1.039 a 1.092; a sociedade simples 
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 10 
pode constituir-se de conformidade com um desses tipos, e, não o 
fazendo, subordina-se às normas que lhe são próprias. 
 
c) Empresário rural: 
o Art. 984. A sociedade que tenha por objeto o exercício de atividade 
própria de empresário rural e seja constituída, ou transformada, de 
acordo com um dos tipos de sociedade empresária, pode, com as 
formalidades do art. 968, requerer inscrição no Registro Público de 
Empresas Mercantis da sua sede, caso em que, depois de inscrita, ficará 
equiparada, para todos os efeitos, à sociedade empresária. 
 
d) Cônjuges: 
o Art. 977. Faculta-se aos cônjuges contratar sociedade, entre si ou com 
terceiros, desde que não tenham casado no regime da comunhão 
universal de bens, ou no da separação obrigatória. 
o Art. 978. O empresário casado pode, sem necessidade de outorga 
conjugal, qualquer que seja o regime de bens, alienar os imóveis que 
integrem o patrimônio da empresa ou gravá-los de ônus real. 
 
 
13. Registro da EIRELI 
 
 Art. 980-A. A empresa individual de responsabilidade limitada será constituída por 
uma única pessoa titular da totalidade do capital social, devidamente integralizado, 
que não será inferior a 100 (cem) vezes o maior salário-mínimo vigente no País. 
 Registro: acompanha a natureza da atividade. Simples  Cartório de Registro de 
Pessoas Jurídicas. Empresária  Junta Comercial. 
 
14. Órgãos de registro de empresa. 
 
• SIREM – Sistema Nacional De Registro De Empresas Mercantis composto pelo 
DNRC e Juntas Comerciais (art. 3º, LRE); 
• DREI – Departamento de Registro Empresarial e Integração que foi 
criado pelo Decreto n. 8001 de 10/052013 (antigo DNRC – Departamento 
Nacional de Registro de Comércio): 
o Natureza: órgão federal integrante do Ministério do Desenvolvimento 
Indústria e Comércio Exterior; 
o Função: desempenha papel normativo de registro de empresas, bem como 
fiscaliza as juntas comerciais quanto aos aspectos técnicos de suas 
atribuições registrais (Cf. art. 4º da L n. 8934 de 1994); Não é atribuição sua 
o registro de fato dos empresários. No que tange a fiscalização das Juntas 
Comerciais o DNRC não tem poder de intervenção, mas apenas de 
representação em caso de irregularidades. 
 
• Juntas Comerciais: 
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 11 
o Natureza: órgão estadual, seja na forma de autarquia, seja como integrante 
da administração direta que tem funções executivas de registro empresarial. 
Lei nº. 8.934/1994 - Art. 5º Haverá uma junta comercial em cada unidade 
federativa, com sede na capital e jurisdição na área da circunscrição 
territorial respectiva. 
 
o Funções: executar o registro empresarial, bem como outros atos de interesse 
empresarial. 
▪ Fiscalizar a regularidade dos atos empresariais: Art. 1.152. Cabe ao 
órgão incumbido do registro verificar a regularidade das publicações 
determinadas em lei, de acordo com o disposto nos parágrafos deste 
artigo. § 1o Salvo exceção expressa, as publicações ordenadas neste 
Livro serão feitas no órgão oficial da União ou do Estado, 
conforme o local da sede do empresário ou da sociedade, e em 
jornal de grande circulação. § 2o As publicações das sociedades 
estrangeiras serão feitas nos órgãos oficiais da União e do Estado 
onde tiverem sucursais, filiais ou agências. § 3o O anúncio de 
convocação da assembléia de sócios será publicado por três vezes, ao 
menos, devendo mediar, entre a data da primeira inserção e a da 
realização da assembléia, o prazo mínimo de oito dias, para a 
primeira convocação, e de cinco dias, para as posteriores. 
▪ Verificar a autenticidade e legitimidade do registro: Art. 
1.153. Cumpre à autoridade competente, antes de efetivar o registro, 
verificar a autenticidade e a legitimidade do signatário do 
requerimento, bem como fiscalizar a observância das prescrições 
legais concernentes ao ato ou aos documentos apresentados. 
Parágrafo único. Das irregularidades encontradas deve ser notificado 
o requerente, que, se for o caso, poderá saná-las, obedecendo às 
formalidades da lei. 
 
o Subordinação Hierárquica: é de natureza híbrida. Tecnicamente ao DNRC, e 
administrativamente ao Governo Estadual; (Lei nº. 8.934/1994 - Art. 6º As 
juntas comerciais subordinam-se administrativamente ao governo da 
unidade federativa de sua jurisdição e, tecnicamente, ao DREI (antigo 
DNRC), nos termos desta lei.) 
 
o Órgãos: art. 9º, LRE 
 
▪ Presidência; 
▪ Plenário – art. 10, LRE (Art. 10. O Plenário, composto de Vogais e 
respectivos suplentes, será constituído pelo mínimo de onze e no 
máximo de vinte e três Vogais); 
▪ Turmas – órgãos deliberativos inferiores; 
▪ Secretaria-geral: órgão administrativo – LRE, Art. 26. À secretaria-
geral compete a execução dos serviços de registro e de administração 
da junta. 
 
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 12 
▪ Procuradoria: órgão de fiscalização e consultoria jurídica; 
 
• LRE - Art. 27. As procuradorias serão compostas de um ou 
mais procuradores e chefiadas pelo procurador que for 
designado pelo governador do Estado 
• LRE - Art. 28. A procuradoria tem por atribuição fiscalizar e 
promover o fiel cumprimento das normas legais e executivas, 
oficiando, internamente, por sua iniciativa ou mediante 
solicitação da presidência, do plenário e das turmas; e, 
externamente, em atos ou feitos de natureza jurídica, 
inclusive os judiciais, que envolvam matéria do interesse da 
junta. 
 
 
15. Atos de Registro (LRE, art. 32). 
o Matrícula: inscrição de profissionais auxiliares de comércio (dos leiloeiros, 
tradutores públicos e intérpretes comerciais, trapicheiros e administradores de 
armazéns-gerais); 
o Arquivamento: registro, alterações, averbação (art. 968, §1º, CC); 
o Autenticação: dos livros comerciais, balanços contábeis, atos e documentos 
exigidos em lei; 
 
16. Inatividade Empresarial: art. 60, da L n. 8934 de 1994; 
 
• Art. 60. A firma individual ou a sociedade que não proceder a qualquer 
arquivamento no período de dez anos consecutivos deverá comunicar à 
junta comercial que deseja manter-se em funcionamento. 1º Na ausência 
dessa comunicação, a empresa mercantil será considerada inativa, promovendo 
a junta comercial o cancelamento do registro, com a perda automática da 
proteção ao nome empresarial. § 2º A empresa mercantil deverá ser notificada 
previamente pela junta comercial, mediante comunicação direta ou por edital, 
para os fins deste artigo. § 3º A junta comercial fará comunicação do 
cancelamento às autoridades arrecadadoras, no prazo de até dez dias. §4º A 
reativação da empresa obedecerá aos mesmos procedimentos requeridos para 
sua constituição. 
 
 
17. Empresário irregular: 
o Não requer falência, nem recuperação Judicial; 
o Não participa de licitações; 
o Não se registra no CNPJ; 
o Sujeito às penalidades legais; 
o Perda de mercado; 
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 13 
Direito EMPRESARIAL 
 
AULA III – Escrituração Empresarial 
 
18. Intróito. 
 
Entre as obrigações gerais dos empresários estudamos o registro empresarial. Resta-nos 
abordar outro tema pertinente as obrigações gerais empresariais, ou seja, a manutenção 
de uma escrituração e contabilidade regular. 
 
19. Escrituração. 
 
f) Noção: ato jurídico obrigatório de documentação das atividades empresariais; 
 
g) Regulamentação: Código Civil (arts. 1179-1195), Decreto-Lei 486 de 1969; 
 
h) Características: 
 
• Obrigatoriedade: a escrituração é ato obrigatório. 
 
i. Art. 1.179. O empresário e a sociedade empresária são obrigados a 
seguir um sistema de contabilidade , mecanizado ou não, com base 
na escrituração uniforme de seus livros, em correspondência com a 
documentação respectiva, e a levantar anualmente o balanço 
patrimonial e o de resultado econômico. 
ii. O Pequeno empresário (microempresa e empresa de pequeno porte) 
tem tratamento favorecido: 
o O CC expressa que “Art. 1.179. (...) § 2o É dispensado das 
exigências deste artigo o pequeno empresário a que se refere 
o art. 970.” 
o Lei Complementar n. 123/2006, art. 3º - conceito de ME e 
EPP – faturamento bruto anual até R$ 360 mil (ME) e até 4.8 
milhões (EPP); 
o Ocorre que a Lei Complementar n. 123/2006 disciplina as 
obrigações escriturais das ME e EPP (Cf. art. 22, §2º) – 
Livro Caixa. 
o Requião4 defende que o art. 1.179, §2º apenas é aplicável ao 
empresário individual (arts. 966-968 do CC); 
o Coelho entende que ou se aplica a lei especial do SIMPLES 
ou o CC;5 
 
• Princípio da entidade6 patrimonial: o objeto da contabilidade é o patrimônio 
empresarial. 
 
4 Cf. REQUIÃO, Rubens in Curso de Direito Comercial, 1º vol., Saraiva, 2003, p.161. 
5 Cf. COELHO, Fábio Ulhoa in Curso de Direito Comercial, v. 01, Saraiva, 2002, p. 83. 
6 Cf. MAMEDE, Gladston, in Direito Empresarial Brasileiro, v. 01, Atlas, 2004, pp.124-125. 
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 14 
• Gerenciamento: a escrituração auxilia a administração da empresa. 
• Continuidade: consiste em uma obrigação continuada, que é patrocinada 
como ato contínuo e permanente da atividade empresarial 
• Oportunidade: a escrituração deve assimilar a temporalidade da atividade 
empresarial. Deve, assim, documentar o ato referindo-se ao tempo em que 
foi cometido. 
• Registro pelo valor original: as anotações devem ser patrocinadas com 
referência aos valores efetivos, na data de sua realização; 
• Profissional: a escrituração empresarial deve ser realizada por profissionais 
ou técnicos capacitados pelo CRC – Conselho Regional de Contabilidade; 
 
i. Art. 1.182. Sem prejuízo do disposto no art. 1.174, a escrituração 
ficará sob a responsabilidade de contabilista legalmente habilitado, 
salvo se nenhum houver na localidade. 
 
• Sigilo: a escrituração empresarial é sigilosa, só sendo apresentada mediante 
ordem judicial fundamentada, nos casos expressos autorizados em lei. 
 
 
• Documentação: a escrituração tem força probante em relação a atividade 
empresarial, por isso exige toda uma metodologia adequada para sua 
execução.7 
 
• Instrumento de fiscalização fiscal: serve a escrituração de controle do 
cumprimento das obrigações tributárias.8 
 
i. Art. 1.193. As restrições estabelecidas neste Capítulo ao exame da 
escrituração, em parte ou por inteiro, não se aplicam às autoridades 
fazendárias, no exercício da fiscalização do pagamento de impostos, 
nos termos estritos das respectivas leis especiais. 
ii. Art. 195, CTN – Art. 195. Para os efeitos da legislação tributária, 
não têm aplicação quaisquer disposições legais excludentes ou 
limitativas do direito de examinar mercadorias, livros, arquivos, 
documentos, papéis e efeitos comerciais ou fiscais, dos comerciantes 
industriais ou produtores, ou da obrigação destes de exibi-los. 
Parágrafo único. Os livros obrigatórios de escrituração comercial e 
fiscal e os comprovantes dos lançamentos neles efetuados serão 
conservados até que ocorra a prescrição dos créditos tributários 
decorrentes das operações a que se refiram. 
iii. Art. 33, §1º da L 8212 de 1991 (lei de custeio da previdência): § 1o 
É prerrogativa da Secretaria da Receita Federal do Brasil, por 
intermédio dos Auditores-Fiscais da Receita Federal do Brasil, o 
exame da contabilidade das empresas , ficando obrigados a prestar 
 
7 Cf. COELHO, Fábio Ulhoa in Curso de Direito Comercial, v. 01, Saraiva, 2002, p. 79. 
8 Cf. COELHO, Fábio Ulhoa in Curso de Direito Comercial, v. 01, Saraiva, 2002, p. 79. 
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 15 
todos os esclarecimentos e informações solicitados o segurado e os 
terceiros responsáveis pelo recolhimento das contribuições 
previdenciárias e das contribuições devidas a outras entidades e 
fundos. § 2o A empresa, o segurado da Previdência Social, o 
serventuário da Justiça, o síndico ou seu representante, o comissário 
e o liquidante de empresa em liquidação judicial ou extrajudicial são 
obrigados a exibir todos os documentos e livros relacionados com 
as contribuições previstas nesta Lei. § 3o Ocorrendo recusa ou 
sonegação de qualquer documento ou informação, ou sua 
apresentação deficiente, a Secretaria da Receita Federal do Brasil 
pode, sem prejuízo da penalidade cabível, lançar de ofício a 
importância devida. 
 
iv. Súmula 439 do STF - «Estão sujeitos a fiscalização tributária ou 
previdenciária quaisquer livros comerciais, limitadoo exame aos 
pontos objeto da investigação.» 
 
20. Requisitos da escrituração: 
 
A. Extrínsecos: aspectos exteriores da escrituração. Normalmente ligados a 
segurança da documentação. São eles: 
o Base material (IN 65 de 1997 do DNRC): 
▪ Livros; 
▪ Conjunto de Fichas ou de folhas soltas; 
▪ Conjunto de folhas contínuas; 
▪ Microfichas de saída direta do computador (COM – Computer 
Output Microfilm) – típica de grandes empresas com 
contabilidade volumosa. 
o Identificação do empresário e de seu contador;9 
o Autenticação: - art. 32, III da L 8934 de 1994; 
▪ Art. 1.181. Salvo disposição especial de lei, os livros obrigatórios 
e, se for o caso, as fichas, antes de postos em uso, devem ser 
autenticados no Registro Público de Empresas Mercantis. 
Parágrafo único. A autenticação não se fará sem que esteja 
inscrito o empresário, ou a sociedade empresária, que poderá 
fazer autenticar livros não obrigatórios. 
▪ Teor: a autenticação certifica o instrumento não o conteúdo; 
▪ Competência: Junta Comercial da sede do estabelecimento 
empresarial onde se desenvolve a empresa; 
 
B. Intrínsecos: referem-se a realização da escrituração. São eles: 
o Idioma pátrio; 
o Moeda nacional; 
o Realização por contabilista; 
o Forma contábil; 
 
9 Cf. COELHO, Fábio Ulhoa in Curso de Direito Comercial, v. 01, Saraiva, 2002, p. 85. 
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 16 
▪ CC, Art. 1.183. A escrituração será feita em idioma e moeda 
corrente nacionais e em forma contábil, por ordem cronológica 
de dia, mês e ano, sem intervalos em branco, nem entrelinhas, 
borrões, rasuras, emendas ou transportes para as margens. 
Parágrafo único. É permitido o uso de código de números ou de 
abreviaturas, que constem de livro próprio, regularmente 
autenticado. 
 
 
21. Formas de escrituração: 
• Manual: realizado de próprio punho pelo empresário ou seus prepostos; 
• Mecanizada: utiliza máquina de escrever ou equiparada; 
• Eletrônica: utiliza computadores; 
 
 
22. Livros: 
 
 Art. 1.179 (...) 
 § 1o Salvo o disposto no art. 1.180, o número e a espécie de livros ficam a critério 
dos interessados. 
 § 2o É dispensado das exigências deste artigo o pequeno empresário a que se refere o 
art. 970. 
 
A. Classificação: 
o Livros obrigatórios e facultativos; 
▪ Os Obrigatórios são: 
• Livros memoriais e contábeis: 
o Memoriais: registram dados fáticos da atividade 
empresarial; Ex. Livro de Registro de Empregados 
(CLT, art. 41), Inspeção do Trabalho (CLT, art. 628), 
Livro de Registro de Atas das SA (art. 100, IV da 
LSA); 
o Contábeis: documentam as relações propriamente das 
transações empresariais; Podem ser: 
▪ Livros Mercantis e Fiscais; 
• Mercantis: previstos na legislação 
comercial. Ex. O Diário (CC, art. 
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 17 
1.180), Livro de Registro de 
Duplicatas (L 5474 de 1968, art. 19); 
• Fiscais: previstos na legislação 
tributária; 
 
B. O Diário: 
o Noção: livro Diário é obrigatório pela legislação comercial, e registra as 
operações da empresa, no seu dia-a-dia, originando-se assim o seu nome. 
▪ Art. 1.180. Além dos demais livros exigidos por lei, é indispensável 
o Diário, que pode ser substituído por fichas no caso de escrituração 
mecanizada ou eletrônica. Parágrafo único. A adoção de fichas não 
dispensa o uso de livro apropriado para o lançamento do balanço 
patrimonial e do de resultado econômico. 
o A inexistência do Livro Diário, para as empresas optantes pelo Lucro Real, 
ou sua escrituração em desacordo com as normas contábeis sujeitam a 
empresa ao arbitramento do Lucro, para fins de apuração do Imposto de 
Renda e Contribuição Social sobre o Lucro. 
o Autenticação: 
▪ O livro Diário deverá ser autenticado no órgão competente do 
Registro do Comércio, e quando se tratar de sociedade simples, no 
Registro Civil das Pessoas Jurídicas do local de sua sede. 
o Forma de lançamento da escrituração: 
▪ Art. 1.184. No Diário serão lançadas, com individuação, clareza e 
caracterização do documento respectivo, dia a dia, por escrita direta 
ou reprodução, todas as operações relativas ao exercício da empresa. 
o Balanços: 
▪ Art. 1.184 (...)§ 2o Serão lançados no Diário o balanço patrimonial e 
o de resultado econômico, devendo ambos ser assinados por técnico 
em Ciências Contábeis legalmente habilitado e pelo empresário ou 
sociedade empresária. 
 
 
 
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 18 
C. Facultativos10: 
• Razão: Lançado com base no Diário, “aparenta um sumário 
daquele. No Razão, não há o histórico do lançamento, como 
acontece com aquele. Faz-se, apenas, uma remissão ao 
assento do Diário, em que consta o histórico do lançamento.” 
• Caixa: “O Caixa é outro livro auxiliar do comerciante, 
destinado a registrar todas as operações realizadas a dinheiro. 
É, como o Razão, um poderoso auxiliar do comerciante, 
facilitando grandemente a escrituração do Diário.” 
• Conta corrente: “Este livro tem por finalidade escriturar, 
separadamente, as contas de cada freguês do estabelecimento 
comercial. É um desdobramento do título Conta Corrente do 
Razão. Existe uma sequência lógica na escrituração do 
Diário, Razão e Conta-Corrente. Enquanto no primeiro são 
lançadas, cronologicamente, todas as operações realizadas 
pelo comerciante, qualquer que seja a sua origem ou 
modalidade, o Razão distribui os diversos títulos dessas 
contas, escriturando-as de per se. O Conta-Corrente faz o 
desdobramento do título Contas-Correntes do Razão, 
estampando as operações de cada freguês do estabelecimento. 
Serve, assim, este livro para mostrar a situação individual de 
cada pessoa que possui relações com o estabelecimento.” 
 
23. Critérios de escrituração: 
 
 Art. 1.187. Na coleta dos elementos para o inventário serão observados os critérios de 
avaliação a seguir determinados: 
 I - os bens destinados à exploração da atividade serão avaliados pelo custo de 
aquisição, devendo, na avaliação dos que se desgastam ou depreciam com o uso, pela ação 
do tempo ou outros fatores, atender-se à desvalorização respectiva, criando-se fundos de 
amortização para assegurar-lhes a substituição ou a conservação do valor; 
 II - os valores mobiliários, matéria-prima, bens destinados à alienação, ou que 
constituem produtos ou artigos da indústria ou comércio da empresa, podem ser 
estimados pelo custo de aquisição ou de fabricação, ou pelo preço corrente , sempre que 
este for inferior ao preço de custo, e quando o preço corrente ou venal estiver acima do 
valor do custo de aquisição, ou fabricação, e os bens forem avaliados pelo preço corrente, a 
 
10 O tópico transcreve exemplos de livros facultativos retirados de: <http://www.rccim.com.br/livros-
facultativos>. 
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 19 
diferença entre este e o preço de custo não será levada em conta para a distribuição de 
lucros, nem para as percentagens referentes a fundos de reserva; 
 III - o valor das ações e dos títulos de renda fixa pode ser determinado com base na 
respectiva cotação da Bolsa de Valores; os não cotados e as participações não 
acionárias serão considerados pelo seu valor de aquisição; 
 IV - os créditos serão considerados de conformidade com o presumível valor de 
realização, não se levando em conta os prescritos ou de difícil liqüidação, salvo se houver, 
quanto aos últimos, previsão equivalente. 
 Parágrafo único. Entre os valores do ativo podem figurar, desdeque se preceda, 
anualmente, à sua amortização: 
I - as despesas de instalação da sociedade, até o limite correspondente a dez por cento do 
capital social; 
II - os juros pagos aos acionistas da sociedade anônima, no período antecedente ao início 
das operações sociais, à taxa não superior a doze por cento ao ano, fixada no estatuto; 
III - a quantia efetivamente paga a título de aviamento de estabelecimento adquirido pelo 
empresário ou sociedade. 
 Art. 1.188. O balanço patrimonial deverá exprimir, com fidelidade e clareza, a 
situação real da empresa e, atendidas as peculiaridades desta, bem como as disposições 
das leis especiais, indicará, distintamente, o ativo e o passivo. 
 Parágrafo único. Lei especial disporá sobre as informações que acompanharão o 
balanço patrimonial, em caso de sociedades coligadas. 
 Art. 1.189. O balanço de resultado econômico, ou demonstração da conta de lucros e 
perdas, acompanhará o balanço patrimonial e dele constarão crédito e débito, na forma da 
lei especial. 
 
24. Guarda e conservação da escrituração: 
 
• Em caso de perda ou extravio deve publicar em jornal de grande circulação, e em 48 
horas apresentar comunicação com a descrição do ocorrido a Junta comercial; 
• Art. 1.194. O empresário e a sociedade empresária são obrigados a conservar em 
boa guarda toda a escrituração, correspondência e mais papéis concernentes à sua 
atividade, enquanto não ocorrer prescrição ou decadência no tocante aos atos neles 
consignados. 
 
25. Valor probante da escrituração empresarial; 
 
• Sigilo: 
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 20 
o CC - Art. 1.190. Ressalvados os casos previstos em lei, nenhuma autoridade, 
juiz ou tribunal, sob qualquer pretexto, poderá fazer ou ordenar diligência 
para verificar se o empresário ou a sociedade empresária observam, ou não, 
em seus livros e fichas, as formalidades prescritas em lei. 
 
• Força probatório relativa contra o empresário: 
o CPC: 
▪ Art. 417. Os livros empresariais provam contra seu autor, sendo 
lícito ao empresário, todavia, demonstrar, por todos os meios 
permitidos em direito, que os lançamentos não correspondem à 
verdade dos fatos. 
▪ Art. 418. Os livros empresariais que preencham os requisitos 
exigidos por lei provam a favor de seu autor no litígio entre 
empresários. 
▪ Indivisibilidade: Art. 419. A escrituração contábil é indivisível, e, se 
dos fatos que resultam dos lançamentos, uns são favoráveis ao 
interesse de seu autor e outros lhe são contrários, ambos serão 
considerados em conjunto, como unidade. 
• Exibição integral: 
o CC - Art. 1.191. O juiz só poderá autorizar a exibição integral dos livros e 
papéis de escrituração quando necessária para resolver questões relativas a 
sucessão, comunhão ou sociedade, administração ou gestão à conta de 
outrem, ou em caso de falência. § 1o O juiz ou tribunal que conhecer de 
medida cautelar ou de ação pode, a requerimento ou de ofício, ordenar que 
os livros de qualquer das partes, ou de ambas, sejam examinados na 
presença do empresário ou da sociedade empresária a que pertencerem, ou 
de pessoas por estes nomeadas, para deles se extrair o que interessar à 
questão. § 2o Achando-se os livros em outra jurisdição, nela se fará o exame, 
perante o respectivo juiz. 
▪ CPC - Art. 420. O juiz pode ordenar, a requerimento da parte, a 
exibição integral dos livros empresariais e dos documentos do 
arquivo: I - na liquidação de sociedade; II - na sucessão por morte de 
sócio; III - quando e como determinar a lei. 
 
• Exibição parcial: 
o CPC - Art. 421. O juiz pode, de ofício, ordenar à parte a exibição parcial 
dos livros e dos documentos, extraindo-se deles a suma que interessar ao 
litígio, bem como reproduções autenticadas. 
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 21 
 
• Fisco: 
o Art. 1.193. As restrições estabelecidas neste Capítulo ao exame da 
escrituração, em parte ou por inteiro, não se aplicam às autoridades 
fazendárias, no exercício da fiscalização do pagamento de impostos, nos 
termos estritos das respectivas leis especiais. 
 
• Recusa de exibição: 
o CC - Art. 1.192. Recusada a apresentação dos livros, nos casos do artigo 
antecedente, serão apreendidos judicialmente e, no do seu § 1o, ter-se-á 
como verdadeiro o alegado pela parte contrária para se provar pelos livros. 
Parágrafo único. A confissão resultante da recusa pode ser elidida por prova 
documental em contrário. 
 
26. Sucursais e filiais: 
 
• CC, Art. 1.195. As disposições deste Capítulo aplicam-se às sucursais, filiais ou 
agências, no Brasil, do empresário ou sociedade com sede em país estrangeiro. 
 
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 22 
DIREITO EMPRESARIAL 
 
AULA IV – Nome e Estabelecimento Empresarial 
 
27. Intróito. 
 
Neste ponto do curso estudaremos tanto o nome empresarial como o estabelecimento 
empresarial. 
 
28. Nome Empresarial. 
 
i) Nome Empresarial x nome negocial 
 
j) Noção de Nome empresarial: é o nome com o qual o empresário (individualmente 
ou a sociedade ou a EIRELI) se identifica nas relações empresariais; é a 
identificação empresarial; 
 
Art. 1.155. Considera-se nome empresarial a firma ou a 
denominação adotada, de conformidade com este Capítulo, 
para o exercício de empresa. 
Parágrafo único. Equipara-se ao nome empresarial, para os 
efeitos da proteção da lei, a denominação das sociedades 
simples, associações e fundações. 
 
k) Regulamentação: Código Civil (arts. 1155-1168), Instrução Normativa – DNRC11 
– n 53 de 06 de março de 1996; INSTRUÇÃO NORMATIVA DREI Nº 15, DE 
5 DE DEZEMBRO DE 2013; 
 
l) Características: 
 
• Obrigatoriedade: O nome empresarial, vem a ser a identificação que será 
adotada pela pessoa física ou jurídica para o exercício da empresa. 
• Autonomia em relação ao nome civil; 
• Veracidade: o nome empresarial não pode transmitir informação falsa, ou 
inverídica sobre o empresário a que se refere. 
• Novidade: a no NE há o princípio da novidade que veda a adoção de nome 
idêntico ou semelhante ao de outro empresário. Evita confusões, e deve ser 
suficientemente distinto, para apontar a origem da atividade. 
i. CC - Art. 1.163. O nome de empresário deve distinguir-se de 
qualquer outro já inscrito no mesmo registro. Parágrafo único. Se o 
empresário tiver nome idêntico ao de outros já inscritos, deverá 
acrescentar designação que o distinga. 
 
11 O DNRC foi substituído pelo DREI – Departamento de Registro Empresarial e Integração que foi criado 
pelo Decreto n. 8001 de 10/052013. 
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 23 
 
• Identidade: O NE identifica o responsável pela empresa (atividade), o sujeito 
de direito exercente de atividade econômica; 
• Coibição da concorrência ilícita: o NE promove a coibição da concorrência 
desleal. 
• Inalienável: não é permitida a transferência do NE. 
i. Art. 1.164. O nome empresarial não pode ser objeto de alienação. 
Parágrafo único. O adquirente de estabelecimento, por ato entre 
vivos, pode, se o contrato o permitir, usar o nome do alienante, 
precedido do seu próprio, com a qualificação de sucessor. 
• Proteção legal: o nosso ordenamento jurídico protege o NE. Artigo 5º, inciso 
XXIX da Constituição Federal 
i. CC - Art. 1.166. A inscrição do empresário, ou dos atos constitutivos 
das pessoas jurídicas, ou as respectivas averbações, no registro 
próprio, asseguram o uso exclusivo do nome nos limites do 
respectivo Estado. Parágrafo único. O uso previsto neste artigo 
estender-se-á a todo o território nacional,se registrado na forma da 
lei especial. 
ii. CC - Art. 1.167. Cabe ao prejudicado, a qualquer tempo, ação para 
anular a inscrição do nome empresarial feita com violação da lei ou 
do contrato. 
 
 
m) Espécies: 
• Firma: é o nome empresarial composto com o nome civil do empresário 
individual, ou os nomes civis de pelo menos um sócio da sociedade 
empresária; 
• Denominação: é o nome empresarial composto por qualquer elemento 
nominativo, mesmo que sem qualquer relação com os sócios ou ramo de 
atividade (nome de fantasia); 
 
n) Empresário Individual: 
 
• Espécie: Firma. O empresário individual, somente poderá adotar como firma o seu 
próprio nome, completo ou abreviado, aditando-lhe, se quiser ou quando já existir 
nome empresarial idêntico, uma designação mais precisa de sua pessoa ou de sua 
atividade. 
• Originalidade: Não pode coincidir. O nome do empresário deve ser original, não se 
confundindo com o de qualquer outro já inscrito no mesmo registro. – Art. 1.156. 
• É permitida a abreviação; 
• Exemplo: André Luiz Cavalcanti Cabral; A. Cabral – Calçados; ou A. C. Cabral – 
Confecções. 
• Art. 1.156. O empresário opera sob firma constituída por seu nome, completo ou 
abreviado, aditando-lhe, se quiser, designação mais precisa da sua pessoa ou do 
gênero de atividade. 
 
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 24 
 
 
o) EIRELI 
 
CC - Art. 980-A. 
(...) § 1º O nome empresarial deverá ser formado pela inclusão da expressão 
"EIRELI" após a firma ou a denominação social da EIRELI 
 
p) Sociedade Empresária: 
 
• Sociedade com sócios de responsabilidade Ilimitada: ADOTARÁ FIRMA. 
o Art. 1.157. A sociedade em que houver sócios de responsabilidade ilimitada 
operará sob firma, na qual somente os nomes daqueles poderão figurar, 
bastando para formá-la aditar ao nome de um deles a expressão "e 
companhia" ou sua abreviatura. Parágrafo único. Ficam solidária e 
ilimitadamente responsáveis pelas obrigações contraídas sob a firma social 
aqueles que, por seus nomes, figurarem na firma da sociedade de que trata 
este artigo. 
o Exemplos: Nome Coletivo; Comandita Simples; 
 
• Sociedade Limitada: ADOTARÁ FIRMA OU DENOMINAÇÃO SOCIAL. 
 
o Art. 1.158. Pode a sociedade limitada adotar firma ou denominação, 
integradas pela palavra final "limitada" ou a sua abreviatura. 
o § 1o A firma será composta com o nome de um ou mais sócios, desde que 
pessoas físicas, de modo indicativo da relação social. 
o § 2o A denominação deve designar o objeto da sociedade, sendo permitido 
nela figurar o nome de um ou mais sócios. 
o § 3o A omissão da palavra "limitada" determina a responsabilidade solidária 
e ilimitada dos administradores que assim empregarem a firma ou a 
denominação da sociedade. 
 
• Quanto à sociedade em comandita por ações: pode adotar firma ou denominação. 
o Firma ou razão social, o nome empresarial deverá conter o nome de um ou 
mais sócios diretores, com o aditivo “e companhia”, por extenso ou 
abreviado, acrescido da expressão “comandita por ações”, também por 
extenso ou abreviadamente. Exemplo: Lucas Carvalho, Jonas Paulino e 
Angelo Salgado são sócios diretores, o nome empresarial poderá ser: Lucas 
Carvalho, Angelo Salgado & Cia Comandita por Ações; ou Jonas Paulino & 
Cia Comandita por Ações. 
o Denominação: se adotar uma denominação, o nome empresarial deverá 
designar o objeto social, aditado da expressão “comandita por ações”. 
Exemplo: Frigorífico Alvorada Comandita por Ações. 
o CC - Art. 1.161. A sociedade em comandita por ações pode, em lugar de 
firma, adotar denominação designativa do objeto social, aditada da 
expressão "comandita por ações". 
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 25 
 
• Sociedade Anônima S/A: 
 
Art. 1.160. A sociedade anônima opera sob denominação designativa do objeto social, 
integrada pelas expressões "sociedade anônima" ou "companhia", por extenso ou 
abreviadamente. 
 Parágrafo único. Pode constar da denominação o nome do fundador, acionista, ou 
pessoa que haja concorrido para o bom êxito da formação da empresa. 
 
• Sociedade Cooperativa: 
 Art. 1.159. A sociedade cooperativa funciona sob denominação integrada pelo 
vocábulo "cooperativa". 
 
• Sociedade em conta de participação: 
 
 Art. 1.162. A sociedade em conta de participação não pode ter firma ou denominação. 
 
q) Nome de sócio falecido em sociedade que opera sobre firma: 
 
Art. 1.165. O nome de sócio que vier a falecer, for excluído ou se retirar, não pode ser 
conservado na firma social. 
 
r) Diferenças entre nome empresarial e marca 
 
• São institutos distintos. O nome empresarial identifica o sujeito de direito (o 
empresário, pessoa física ou jurídica), a marca é o sinal que identifica produtos 
ou serviços. 
• São quatro as diferenças entre esses dois regimes: 
o órgão de registro: 
▪ Marca: a proteção da marca decorre do registro no Instituto 
Nacional da Propriedade Industrial (INPI). 
▪ Nome Empresarial: A proteção ao nome empresarial deriva da 
inscrição da firma individual, ou do arquivamento do ato 
constitutivo da sociedade, na Junta Comercial. 
o Tempo de proteção: 
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 26 
▪ Marca: a utilização exclusiva da marca é concedida pelo INPI 
por um prazo de dez anos (decênio), e se não prorrogado se 
extingue. 
▪ O nome empresarial: sua proteção tem duração indeterminada, 
permanece enquanto a sociedade estiver em funcionamento 
regular. Apenas a declaração de inatividade da empresa pode 
importar a extinção do direito ao nome empresarial. 
 
o Territorialidade da proteção: 
▪ Marca: a proteção da marcas abrange o âmbito nacional. 
▪ O nome empresarial: sua proteção se limita ao Estado a que 
pertence a Junta Comercial. Mas pode nacionalizar a proteção. 
 
o Forma da proteção: 
▪ Marca: a proteção da marcas ocorre por classes (de produtos e 
serviços), salvo as chamadas marcas de alto renome cuja 
proteção é geral. 
▪ O nome empresarial: é protegido independentemente das classes 
da atividade econômica realizada. Por isso, aquele empresário 
que registrar primeiro o nome na Junta Comercial, pode 
impedir que outro o faça dentro do mesmo Estado, mesmo sendo 
as atividades de classes diferentes (CC, art. 1167). 
 
s) Título de estabelecimento vs. NE: 
 
▪ TÍTULO DO ESTABELECIMENTO - É o nome que se dá ao estabelecimento 
empresarial e não se confunde com o nome da sociedade (apelido)* Exemplo: Casa 
das Tintas - Casa Globo - Beco do Birinight 
▪ Além da marca e do nome empresarial, o direito industrial cuida de uma terceira 
categoria de sinal distintivo, o título de estabelecimento. A expressão lingüística do 
título não precisa coincidir com o núcleo do nome empresarial, nem com a marca. 
Por razões mercadológicas, entretanto, é comum a adoção, como título de 
estabelecimento, da própria marca registrada. Tal alternativa, inclusive, além de 
ajudar na divulgação da marca, permite ao empresário, a proteção do título de 
estabelecimento através do registro industrial. Pode, assim, impedir que os 
concorrentes utilizem sinal idêntico ou semelhante, através de seu direito marcário. 
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 27 
▪ Quando o titulo de estabelecimento apresenta expressão lingüística diversa da marca 
e, também, não se encontra registrado como marca junto ao INPI, o empresário só 
pode impedir que alguém o copie ou imite, através da repressão à concorrência 
desleal. 
▪ a lei tipifica como crime desta natureza o uso indevido de título de estabelecimento(art.195,V, da LPI). Disso decorre também a responsabilidade civil do infrator pelos 
danos decorrentes de clientela (art.209, da LPI). 
 
t) MICROEMPRESA - ME: 
▪ MICROEMPRESA - A denominação ou Firma individual ou social adotará a 
palavra microempresa por extenso ou abreviadamente. * Exemplo: José Silva - 
calçados – ME; Tecelagem Santa Branca Ltda - ME 
 
u) EMPRESA DE PEQUENO PORTE - EPP: 
▪ EPP - A denominação ou Firma individual ou social adotará a palavra EMPRESA 
DE PEQUENO PORTE por extenso ou abreviadamente. * Exemplo: José Silva - 
calçados – EPP; Tecelagem Santa Branca Ltda – EPP; 
 
v) ALTERAÇÃO DO NOME EMPRESARIAL 
▪ O nome comercial poderá ser alterado pela simples vontade do comerciante, seja 
pessoa física ou jurídica. 
▪ Em relação à Firma ou Razão Social são causas de alteração obrigatória do 
nome EMPRESARIAL: 
o Retirada, exclusão ou morte de sócios cujo nome civil constava da firma 
social. Neste caso, enquanto não se proceder à alteração do nome comercial, 
o ex-sócio, ou o seu espólio, continua a responder pelas obrigações sociais 
nas mesmas condições em que respondia quando ainda integrava o quadro 
associativo. 
o Alteração da categoria do sócio, quanto à sua responsabilidade pelas 
obrigações sociais, se o nome civil dele integrava o nome comercial. Se um 
sócio comanditado de uma sociedade em comandita simples passa a ser 
comanditário, ou se um sócio capitalista de uma sociedade de capital e 
indústria, o seu nome civil não poderá continuar a compor o nome da 
sociedade, a firma social. Até que se altere este nome, o sócio continuará a 
responder pelas obrigações sociais como se ainda integrasse a categoria 
anterior. 
▪ Em relação à Firma e à Denominação prevê o direito duas causas de alteração: 
o Transformação - Uma sociedade comercial pode passar de sociedade 
limitada para sociedade anônima, ou vice-versa. Nesta hipótese, o nome 
comercial deve ser alterado ao tipo societário em que se transformou. 
o Lesão a Direito de outro Empresário - Pelo sistema de proteção do nome 
comercial, o comerciante estará obrigado a alterar o seu nome comercial 
sempre que este lesar direito de outro comerciante, sob pena de alteração 
coercitiva e perdas e danos. 
 
w) Cancelamento: 
 
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 28 
Art. 1.168. A inscrição do nome empresarial será cancelada, a requerimento de qualquer 
interessado, quando cessar o exercício da atividade para que foi adotado, ou quando 
ultimar-se a liquidação da sociedade que o inscreveu. 
 
29. Estabelecimento Empresarial: 
 
29.1 Noção: Código Civil Art. 1142 - Considera-se estabelecimento todo 
complexo de bens organizado, para o exercício da empresa, por empresário, ou 
sociedade empresária; (EIRELI*) 
 
29.2 Elementos: bens materiais e imateriais; 
o BENS MATERIAIS (corpóreos) - Balcões, vitrines, máquinas, móveis, 
Imóveis (?), instalações em geral; 
o BENS IMATERIAIS (incorpóreos) - Ponto, marca, patentes, sinais de 
propaganda, Know-Haw, crédito, etc. 
 
• Estabelecimento - Coisa móvel - Imóvel não pode constituir 
segundo a doutrina clássica. Não vemos justificativa plausível à luz 
Código Civil. De toda forma, segue lição de PONTES DE 
MIRANDA - Tratado de Direito Privado, Tomo V, pág. 368, obs. 
pág. 377 - “O estabelecimento comercial é objeto de um direito 
autônomo, de conteúdo imaterial, que não se confunde com 
materialidade dos elementos que o constituem, exatamente como o 
direito a um privilégio industrial não se confunde com o direito sobre 
a materialidade das coisas em que se concretiza a invenção. O 
estabelecimento comercial é uma organização abstrata de elementos. 
O imóvel é elemento da empresa, mas não o estabelecimento 
comercial”. Assim, para MIRANDA o “Imóvel” é Elemento da 
empresa e não do estabelecimento comercial (Doutrina Clássica); 
 
 
29.3 Outros conceitos: 
 
• Patrimônio ou Fundo Social - é o patrimônio da sociedade no 
sentido econômico, isto é, não apenas o capital social, mas tudo que 
a sociedade adquirir ou possuir durante sua existência. 
• Capital Social - É a soma representativa da contribuição dos sócios. 
É o fundo originário e essencial da sociedade fixado pela vontade 
dos sócios. 
• Aviamento - É a capacidade da empresa de produzir resultados 
econômicos. 
• Clientela - Conjunto de pessoas que mantém com o estabelecimento 
relações contínuas de procura de bens e de serviços 
 
 
 
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 29 
29.4 Natureza do Estabelecimento Comercial: 
 
• Universalidade de fato ou de Direito? 
 
CC - Art. 90. Constitui universalidade de fato a pluralidade de bens singulares que, 
pertinentes à mesma pessoa, tenham destinação unitária. Parágrafo único. Os bens que 
formam essa universalidade podem ser objeto de relações jurídicas próprias. 
CC - Art. 91. Constitui universalidade de direito o complexo de relações jurídicas, de uma 
pessoa, dotadas de valor econômico. 
 
• Estabelecimento Empresarial = Universalidade de fato. 
 
A doutrina majoritária atual entende que o EE é uma universalidade de fato. A 
universalidade de direito só se constitui quando há expressa previsão legal, o que não é o 
caso. Ex. herança e a massa falida. 
 
 
29.5 O TRESPASSE – Alienação DO ESTABELECIMENTO 
EMPRESARIAL: 
 
29.5.1 Noção de trespasse: O contrato de compra e venda do estabelecimento 
empresarial é denominado trespasse. Importante destacar que o Código Civil 
não usou essa nomenclatura, referindo-se de forma genérica à “alienação”. 
Por sua vez, Lei de Falência e de Recuperação de Empresas (Lei n° 
11.101/2005) usou o termo “trespasse”como uma estratégia de plano de 
recuperação (art. 50, VII,). 
29.5.2 Partes: Alienante (trespassante) e adquirente (trespassário). 
29.5.3 Possibilidade: 
▪ Art. 1.143. Pode o estabelecimento ser objeto unitário de direitos 
e de negócios jurídicos, translativos ou constitutivos, que sejam 
compatíveis com a sua natureza. 
 
29.5.4 Características: 
29.5.4.1 Registro: 
▪ Art. 1.144. O contrato que tenha por objeto a alienação, o 
usufruto ou arrendamento do estabelecimento, só produzirá 
efeitos quanto a terceiros depois de averbado à margem da 
inscrição do empresário, ou da sociedade empresária, no Registro 
Público de Empresas Mercantis, e de publicado na imprensa 
oficial. 
 
29.5.5 Eficácia: 
▪ Art. 1.145. Se ao alienante não restarem bens suficientes para 
solver o seu passivo, a eficácia da alienação do estabelecimento 
depende do pagamento de todos os credores, ou do 
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 30 
consentimento destes, de modo expresso ou tácito, em trinta dias 
a partir de sua notificação. 
 
29.5.6 Sucessão/Sub-rogação 
▪ Art. 1.146. O adquirente do estabelecimento responde pelo 
pagamento dos débitos anteriores à transferência, desde que 
regularmente contabilizados, continuando o devedor primitivo 
solidariamente obrigado pelo prazo de um ano, a partir, quanto 
aos créditos vencidos, da publicação, e, quanto aos outros, da 
data do vencimento. 
▪ Art. 1.148. Salvo disposição em contrário, a transferência 
importa a sub-rogação do adquirente nos contratos estipulados 
para exploração do estabelecimento, se não tiverem caráter 
pessoal, podendo os terceiros rescindir o contrato em noventa 
dias a contar da publicação da transferência, se ocorrer justa 
causa, ressalvada, neste caso, a responsabilidade do alienante. 
 
 
29.5.7 Concorrência entre alienante e adquirente: 
 
▪ Art. 1.147. Não havendo autorização expressa, o alienante do 
estabelecimento não pode fazer concorrência ao adquirente, nos 
cinco anos subseqüentes à transferência.Parágrafo único. No 
caso de arrendamento ou usufruto do estabelecimento, a 
proibição prevista neste artigo persistirá durante o prazo do 
contrato. 
 
 
29.6 Ação renovatória na locação comercial (empresarial) 
 
 
29.6.1 Da locação não residencial na Lei do Inquilinato (Lei n. 8245/1991): 
 
29.6.1.1 Conceito Legal: Art. 55. Considera-se locação não residencial 
quando o locatário for pessoa jurídica e o imóvel, destinar-se ao uso de 
seus titulares, diretores, sócios, gerentes, executivos ou empregados. 
 
29.6.1.2 Prazo: Art. 56. Nos demais casos de locação não residencial, o 
contrato por prazo determinado cessa, de pleno direito, findo o prazo 
estipulado, independentemente de notificação ou aviso. Parágrafo único. 
Findo o prazo estipulado, se o locatário permanecer no imóvel por mais 
de trinta dias sem oposição do locador, presumir - se - á prorrogada a 
locação nas condições ajustadas, mas sem prazo determinado. Art. 57. O 
contrato de locação por prazo indeterminado pode ser denunciado por 
escrito, pelo locador, concedidos ao locatário trinta dias para a 
desocupação. 
 
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 31 
 
 
 
29.6.2 Ação Renovatória: 
Art. 51. Nas locações de imóveis destinados ao comércio, o locatário terá 
direito a renovação do contrato, por igual prazo, desde que, 
cumulativamente: 
I - o contrato a renovar tenha sido celebrado por escrito e com prazo 
determinado; 
II - o prazo mínimo do contrato a renovar ou a soma dos prazos ininterruptos 
dos contratos escritos seja de cinco anos; 
III - o locatário esteja explorando seu comércio, no mesmo ramo, pelo prazo 
mínimo e ininterrupto de três anos. 
§ 1º O direito assegurado neste artigo poderá ser exercido pelos cessionários 
ou sucessores da locação; no caso de sublocação total do imóvel, o direito a 
renovação somente poderá ser exercido pelo sublocatário. 
§ 2º Quando o contrato autorizar que o locatário utilize o imóvel para as 
atividades de sociedade de que faça parte e que a esta passe a pertencer o 
fundo de comércio, o direito a renovação poderá ser exercido pelo locatário 
ou pela sociedade. 
§ 3º Dissolvida a sociedade comercial por morte de um dos sócios, o 
sócio sobrevivente fica sub-rogado no direito a renovação, desde que 
continue no mesmo ramo. 
§4º O direito a renovação do contrato estende-se às locações celebradas por 
indústrias e sociedades civis com fim lucrativo, regularmente constituídas, 
desde que ocorrentes os pressupostos previstos neste artigo. 
§ 5º Do direito a renovação decai aquele que não propuser a ação no 
interregno de um ano, no máximo, até seis meses, no mínimo, anteriores 
à data da finalização do prazo do contrato em vigor. 
 
29.6.3 Exceções à renovatória: 
 
Art. 52. O locador não estará obrigado a renovar o contrato se: 
I - por determinação do Poder Público, tiver que realizar no imóvel obras 
que importarem na sua radical transformação; ou para fazer modificações de 
tal natureza que aumente o valor do negócio ou da propriedade; 
II - o imóvel vier a ser utilizado por ele próprio ou para transferência de 
fundo de comércio existente há mais de um ano, sendo detentor da maioria 
do capital o locador, seu cônjuge, ascendente ou descendente. 
1º Na hipótese do inciso II, o imóvel não poderá ser destinado ao uso do 
mesmo ramo do locatário, salvo se a locação também envolvia o fundo 
de comércio, com as instalações e pertences. 
2º Nas locações de espaço em shopping centers, o locador não poderá 
recusar a renovação do contrato com fundamento no inciso II deste artigo. 
3º O locatário terá direito a indenização para ressarcimento dos prejuízos e 
dos lucros cessantes que tiver que arcar com mudança, perda do lugar e 
desvalorização do fundo de comércio, se a renovação não ocorrer em 
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 32 
razão de proposta de terceiro, em melhores condições, ou se o locador, 
no prazo de três meses da entrega do imóvel, não der o destino alegado 
ou não iniciar as obras determinadas pelo Poder Público ou que declarou 
pretender realizar. 
 
29.6.4 Locações Econômicas especiais – 
Art. 53 - Nas locações de imóveis utilizados por hospitais, unidades 
sanitárias oficiais, asilos, estabelecimentos de saúde e de ensino autorizados 
e fiscalizados pelo Poder Público, bem como por entidades religiosas 
devidamente registradas, o contrato somente poderá ser rescindido. 
I - nas hipóteses do art. 9º; 
II - se o proprietário, promissário comprador ou promissário cessionário, em 
caráter irrevogável e imitido na posse, com título registrado, que haja 
quitado o preço da promessa ou que, não o tendo feito, seja autorizado pelo 
proprietário, pedir o imóvel para demolição, edificação, licenciada ou 
reforma que venha a resultar em aumento mínimo de cinqüenta por cento da 
área útil. 
 
29.6.5 SHOPPING CENTER - Art. 54. Nas relações entre lojistas e 
empreendedores de shopping center , prevalecerão as condições livremente 
pactuadas nos contratos de locação respectivos e as disposições 
procedimentais previstas nesta lei. 
1º O empreendedor não poderá cobrar do locatário em shopping center : 
a) as despesas referidas nas alíneas a , b e d do parágrafo único do art. 22; e 
b) as despesas com obras ou substituições de equipamentos, que impliquem 
modificar o projeto ou o memorial descritivo da data do habite - se e obras 
de paisagismo nas partes de uso comum. 
2º As despesas cobradas do locatário devem ser previstas em orçamento, 
salvo casos de urgência ou força maior, devidamente demonstradas, 
podendo o locatário, a cada sessenta dias, por si ou entidade de classe exigir 
a comprovação das mesmas. 
 
29.6.6 “Built to Suit” - Art. 54-A. Na locação não residencial de imóvel urbano na 
qual o locador procede à prévia aquisição, construção ou substancial 
reforma, por si mesmo ou por terceiros, do imóvel então especificado pelo 
pretendente à locação, a fim de que seja a este locado por prazo 
determinado, prevalecerão as condições livremente pactuadas no contrato 
respectivo e as disposições procedimentais previstas nesta Lei. 
§ 1o Poderá ser convencionada a renúncia ao direito de revisão do valor 
dos aluguéis durante o prazo de vigência do contrato de locação. 
§ 2o Em caso de denúncia antecipada do vínculo locatício pelo locatário, 
compromete-se este a cumprir a multa convencionada, que não excederá, 
porém, a soma dos valores dos aluguéis a receber até o termo final da 
locação. 
 
 
 
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 33 
29.6.7 Jurtisprudência: 
 
AGRAVO INTERNO NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. AÇÃO 
RENOVATÓRIA. 
CONTRATO DE ALUGUEL COMERCIAL. 1. VIOLAÇÃO AO ART. 535 DO CPC. 
INEXISTÊNCIA. 2. AUSÊNCIA DOS REQUISITOS PARA RENOVAÇÃO DO 
CONTRATO DE ALUGUEL. EXTINÇÃO DO PROCESSO. REVISÃO DO JULGADO 
QUE IMPLICA NO REEXAME DAS PROVAS BEM COMO DO CONTRATO 
FIRMADO ENTRE AS PARTES. 
INCIDÊNCIA DAS SÚMULAS 5 E 7 DESTA CORTE. 3. ALUGUEL PROVISÓRIO. 
FIXAÇÃO. PERÍODO ENTRE O TERMO FINAL DO CONTRATO E O TRÂNSITO 
EM JULGADO DA AÇÃO. POSSIBILIDADE. 4. PRAZO PARA OFERECIMENTO 
DE NOVO FIADOR OU FORMA DE GARANTIA. MATÉRIA PRECLUSA. 5. 
AGRAVO IMPROVIDO. 
MAJORAÇÃO DOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. ART. 85, § 11, DO CPC/2015. 
1. Não ocorre violação ao art. 535 do CPC quando o julgador decide, como no caso 
examinado, a lide de forma fundamentada indicando os motivos de seu convencimento, 
ainda que de forma contrária da pretendida pela parte. 
2. Na hipótese, o Tribunal de origem, soberano no exame do acervo fático-probatório dos 
autos, concluiu que não foram preenchidos todos os requisitoslegais para a renovação do 
contrato de aluguel, além de que houve a necessidade de adequar o valor que já havia sido 
fixado a título de aluguel provisório, portanto, reverter esta conclusão demandaria 
interpretação das cláusulas contratuais e reexame do conjunto fático-probatório dos 
autos, o que é obstado em recurso especial pelas Súmulas 5 e 7 desta Corte. 
3. "Após o termo final do contrato de locação comercial as cláusulas contratuais 
persistem vigendo, à exceção do justo preço do aluguel, que, ex vi legis, requisita 
correspondente adequação, quer se julgue procedente, ou não, o pleito renovatório" 
(REsp 285.948/RJ, Rel. Ministro Hamilton Carvalhido, Sexta Turma, julgado em 
27/3/2007, DJe 28/4/2008). 
4. Quanto ao prazo para oferecimento de novo fiador ou forma de garantia, o Tribunal 
local, além de decidir que não se trata de caso de fiador inexistente, mas sim de inidôneo, 
asseverou que o tema estava acobertado pela preclusão. Contudo, esse argumento não foi 
infirmado pela agravante em suas razões recursais. 
5. Agravo interno a que se nega provimento, com majoração dos honorários 
advocatícios, na forma do art. 85, § 11, do CPC/2015. 
(AgInt no AREsp 660.292/RJ, Rel. Ministro MARCO AURÉLIO BELLIZZE, TERCEIRA 
TURMA, julgado em 04/10/2016, DJe 10/10/2016) 
 
 
CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. 
LOCAÇÃO. AÇÃO RENOVATÓRIA DE LOCAÇÃO COMERCIAL. PRETENSÃO 
DO LOCADOR DE VER SOMADO AO PRAZO DO CONTRATO ORIGINAL O DO 
ADITAMENTO. 
IMPOSSIBILIDADE. AGRAVO REGIMENTAL NÃO PROVIDO. 
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 34 
1. O prazo máximo da renovação contratual será de 5 anos, ainda que a vigência da 
avença locatícia, considerada em sua totalidade, supere esse período, nos termos da 
jurisprudência desta Corte. 
2. Agravo regimental não provido. 
(AgRg no AREsp 633.632/SP, Rel. Ministro MOURA RIBEIRO, TERCEIRA TURMA, 
julgado em 28/04/2015, DJe 12/05/2015) 
 
 
PROCESSUAL CIVIL. LOCAÇÕES. AÇÃO RENOVATÓRIA. LOCAÇÃO 
COMERCIAL. CONAB. IMÓVEL DE EMPRESA PÚBLICA. LEI N. 8.245/1991. 
PROIBIÇÃO DO COMPORTAMENTO CONTRADITÓRIO (NEMO POTEST VENIRE 
CONTRA FACTUM PROPRIUM). SUCUMBÊNCIA RECÍPROCA. INOCORRÊNCIA. 
ART. 21, PARÁGRAFO ÚNICO, DO CPC. 
1. Somente as locações de imóveis de propriedade da União, dos estados e dos 
municipios, de suas autarquias e fundações públicas não se submetem às normas da 
Lei n. 8.245/1991, nos expressos termos do artigo 1º, parágrafo único, alínea "a", n. 1, 
do texto legal. 
2. No caso concreto, não consta nenhuma informação no sentido de que o imóvel objeto do 
contrato de locação seria de titularidade da União, e a Conab mera possuidora deste. Muito 
pelo contrário, infere-se do acórdão que o imóvel é de propriedade da empresa pública, 
sujeita às normas aplicáveis às empresas privadas, inclusive nas relações jurídicas 
contratuais que venha a manter. 
3. As locações são contratos de direito privado, figure a administração como locadora ou 
como locatária. Neste último caso, não há norma na disciplina locatícia que retire do 
locador seus poderes legais. Naquele outro também não se pode descaracterizar o contrato 
de natureza privada, se foi este o tipo de pacto eleito pela administração, até porque, se ela 
o desejasse, firmaria contrato administrativo de concessão de uso. (CARVALHO FILHO, 
José dos Santos. Manual de direito administrativo. 22ª ed., rev, ampl. e atualizada. Editora 
Lumen Juris: Rio de Janeiro, 2009. p. 183) 4. O intento da recorrente de contratar com base 
na Lei de Locações, oferecendo condições para renovação da locação e gerando uma 
legítima expectativa à locatária, e, posteriormente, não querer se submeter à Lei n. 
8.245/1991, atenta contra o princípio da boa-fé objetiva, notadamente em sua vertente 
venire contra factum proprium. 
5. Sob o ângulo do princípio da causalidade, a recorrente, ré na ação renovatória de 
aluguel, ao se opor à renovação do contrato de locação celebrado entre as partes, não 
obstante o cumprimento dos requisitos previstos da Lei n. 8.245/1991, deve responder 
pelos ônus sucumbenciais. É que sem a sua conduta não haveria motivo para a 
propositura da demanda. 
6. Recurso especial não provido. 
(REsp 1224007/RJ, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado 
em 24/04/2014, DJe 08/05/2014) 
 
 
A prova: 
 
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Matéria da prova no Código Civil: arts. 966-985 / 
arts. 1142-1168 / art. 1177-1195

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